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aula 16 e 17 farmacologia- RECEPTORES FARMACOLÓGICOS E SISTEMAS EFETORES

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Daniel Figueredo, Vitória Saraiva, Paulo Vinícius, Maria Gabriela, 3° P – Renan, Aulas 16 e 17 
1 
 Conceitos de Farmacocinética e Farmacodinâmica. 
 
o 
 A gente já viu tudo de farmacocinética, a gente vai ver 
o que o corpo faz com fármaco, a gente já viu oque o corpo 
faz com a fármaco, absorção, distribuição, metabolismo e 
excreção ou eliminação, a gente vai ver em nível genérico, 
porque vários fármacos dos dependes que a gente vai ver 
aqui. 
 Farmacodinâmica 
O que o fármaco faz com o corpo, que é a farmacodinâmica, 
então a gente vai quais tipos receptores são formulados 
pelos fármacos, vamos ver tipo de respostas intracelular que 
os fármacos provocam nas células ok?! 
A farmacodinâmica é o estudo dos efeitos bioquímicos e 
fisiológicos dos fármacos e seus mecanismos de ação. 
 
 
 Ação dos fármacos 
 Para um fármaco funcionar, aí vocês podem pensar, 
basicamente 99% dos fármacos que tem no mercado 
precisam de uma interação com receptor, uma molécula 
química, pensa qualquer uma que a gente já falou até agora, 
para exercer o efeito farmacológico precisa de uma 
interação com receptores, interagir com o alvo, formar um 
complexo, se ligar, se conectar com esse alvo. Esta interação 
formada tem que ser capaz de causar mudanças bioquímicas 
e fisiológicas e essas mudanças que são capazes de alterar 
função celular. 
Professor que dizer então que existem moléculas químicas 
que interagem com alvos do nosso corpo, ficam ligados a 
eles, mas não geram mudanças bioquímicas e fisiológicas? 
Sim, são substancias que tem interações com alguns alvos, 
mas não diz nada, estas substancias não são fármacos. 
Uma resposta farmacológica ou uma ação farmacológica, ela 
pode acontecer via receptor, 99% acontecem via receptores 
e 1% não mediada por receptores, por exemplo MANITOL, 
ANTIÁCIDOS, fármacos que inibem a reabsorção do sal biliar, 
a colestiramina, elas conseguem ter efeito farmacológico 
uma ação nosso corpo sem ter ligação a receptores, é o 
chamado ação físico químico. 
 
 Como um fármaco interagem com um receptor? 
 
Bom, aqui temos uma imagem, como um fármaco interage 
com um receptor? Essas 3 imagens estão mostrando mesma 
coisa por representações diferentes. A imagem A, temos a 
estrutura tridimensional da proteína no alvo farmacológico, 
no azul mais forte tema a molécula, essas moléculas só 
conseguem interagir ali porque ela lê, ela tem 
compatibilidade química com os resíduos dos aminoácidos 
dessa proteína ta vendo? Leucina, glicina, arginina, aspagina. 
Aminoácidos eles não enxergam o elemento químico, eles 
enxergam carga, o código que essa molécula passa, enxerga 
essa nuvem de elétrons e essa nuvem tem um código e é isso 
que alvo enxerga. 
 
RECEPTORES FARMACOLÓGICOS E SISTEMAS EFETORES 
farmacologia 
 
 
 
Daniel Figueredo, Vitória Saraiva, Paulo Vinícius, Maria Gabriela, 3° P – Renan, Aulas 16 e 17 
2 
 
 Teoria da ocupação de Clark (1920) 
 
Bom, o efeito do fármaco ele é diretamente proporcional á 
fração de receptores ocupados. O efeito máximo só seria 
alcançado quando todos os receptores fossem ocupados, o 
que significa isso, se tiver 0% de ocupação terá 0% de efeito, 
100% de ocupação terá 100% de efeito máximo e caso tenha 
fração intermediaria terá efeito intermediário diretamente 
proporcional ao valor, faz todo sentido né, levando em conta 
que essa teoria é de 1920 era o mais logico a se pensar. 
 
 
 
Porém as coisas começaram a ser descobertas de 1920 que 
mudaram a teoria de Clark, hoje sabemos que a teoria dele 
não é 100% verdadeira, Clark dizia que o efeito depende 
exclusivamente da formação desse complexo, se o fármaco 
interagiu com receptor e formou esse complexo vai ter o 
efeito, só que ele n levou em conta, parâmetros como 
afinidade e eficácia, pois não sabiam dessas variáveis. 
 
A afinidade e eficácia influenciam na resposta, a afinidade 
avalia a tendencia desse fármaco se ligar ao receptor e 
eficácia avalia as chances desse fármaco uma vez que ligado, 
ativar o receptor. Dois fármacos A B de afinidades idênticas, 
só que a formação do complexo AR E BR possuem eficácias 
diferentes ou podem possuir, oque eu quero dizer é que 
existe fármaco que se liga ao receptor, mas pode possuir 
baixa eficácia ou nenhuma. 
A teoria de Clark, não explicava porque alguns fármacos 
nunca produziam efeitos máximos, mesmo que todos os 
receptores estivessem ocupados, falha na teoria de Clark. 
 Atividade intrínseca - Ariens (1954) 
34 anos depois surgiu um termo chamado atividade 
intrínseca, Cícero falou seguinte, a gente pode completar a 
teoria de Clark, ai o Ariens pensou em 1954 exatamente isso 
Cícero. Ela diz o seguinte, capacidade do fármaco se ligar ao 
receptor, ativa-lo ao produzir alteração conformacional no 
receptor e desencadear uma reposta. 
Portanto a alteração conformacional no receptor é o 
estimulo para alterações intracelulares para que o efeito 
farmacológico aconteça. 
 
Vou tentar mostrar a vocês o seguinte, tenho um receptor 
qualquer que vocês pensarem que seja ligante e um 
fármaco, este fármaco se ligou ao receptor e foi capaz de 
provocar uma alteração conformacional, essa mudança de 
forma foi capaz por exemplo de ativar a proteína g, vai 
provocar alguma alteração conformacional que vai resultar 
em um efeito farmacológico, essa ação é chamada de 
atividade intrínseca desde que tenha efeito farmacológico. 
 
 
Daniel Figueredo, Vitória Saraiva, Paulo Vinícius, Maria Gabriela, 3° P – Renan, Aulas 16 e 17 
3 
 
 Eficácia intrínseca 
 
Eficácia intrínseca é uma evolução do conceito anterior da 
atividade intrínseca, porque a eficácia intrínseca leva em 
consideração o fármaco e o tecido, vou exemplificar pra 
vocês, é possível que 2 fármacos diferentes eles provoquem 
alterações conformacionais iguais, mas alterações geradas 
provocaram com eficácia diferente, ou seja cada fármaco 
tem uma eficácia intrínseca diferente. 
 
O termo eficácia começou a ser tornar termo mais comum 
na farmacologia, a gente consegue classificar um fármaco 
com sua eficácia. 
Um fármaco que tem uma eficácia de 1 ou 100% é chamado 
de agonista pleno, quando ele altera conformação do 
receptor o sinal ou a intensidade do sinal é 100% 
Fármacos que provocam alteração conformacional e não é 
100% é chamado de agonista parcial. 
Fármaco antagonista tem uma eficácia de 0%, ele não 
provoca sinal nenhum, ele não sinaliza nada na célula, eles 
só são bloqueados e tem eficácia 0. 
 
 
Olhem o gráfico, observem comigo o agonista total tem 
100% de eficácia do seu efeito, faz sentido? Faz.., o agonista 
parcial por mais que eu aumente a dose ele não cresce mais, 
ele vai atingir um pico que não é 100% e não vai crescer mais. 
O antagonista eu posso colocar quantidade que for de 
antagonista que não vai ter eficácia nenhuma no meu alvo, 
ele pode até uma resposta, mas essa reposta não sinaliza 
nada para o alvo. O agonista inverso observe que ele 
provoca uma reação fisiológica, mas ele provoca uma 
resposta inversa/oposta da resposta fisiológica. 
 
Aqui eu tenho três conceitos que a gente vai trabalhar na 
aula: um conceito de agonista que a gente pode dividir em 
agonista total e agonista parcial e um conceito de 
antagonista. O agonista total ou o agonista pleno (vocês vão 
encontrar em alguns livros também agonista pleno) é um 
agonista que tem uma eficácia máxima, ele tem uma eficácia 
de 100%, então é uma molécula química que interage com o 
receptor e provoca no receptor uma resposta máxima, uma 
resposta de 100% e por isso é um agonista total. 
O agonista parcial é aquele que por mais que eu aumente a 
dose a resposta tem um limite e esse limite não é o 100%, 
então não adianta eu aumentar a dose de um fármaco 
agonista parcial que a resposta máxima observada não vai 
ser a máxima, ok? Então essa é a diferença de agonista total 
e agonista parcial. 
Quando a gente fala de antagonista a gente está falando de 
uma molécula química que interage com receptor, masele 
não causa uma sinalização intracelular, ele não provoca uma 
sinalização. Como que um antagonista pode funcionar como 
fármaco? Interrompendo uma resposta. Então imagine um 
canal de cálcio esse canal quando está aberto eu tenho um 
 
 
Daniel Figueredo, Vitória Saraiva, Paulo Vinícius, Maria Gabriela, 3° P – Renan, Aulas 16 e 17 
4 
influxo de cálcio de sei lá uma célula muscular lisa por 
exemplo, se eu utilizar um fármaco bloqueador de canal de 
cálcio, o que vai acontecer? Eu vou diminuir a entrada de 
cálcio dentro da célula e essa diminuição vai resultar em uma 
resposta fisiológica. É uma vasodilatação, por exemplo, 
menos cálcio eu vou ter menor produto para conseguir 
contrair a célula muscular. De fato, o antagonista não 
estimula nenhuma sinalização intracelular. No máximo ele 
bloqueia essa sinalização, então a eficácia de um antagonista 
é 0. A eficácia é zero, por mais que eu aumente a dose, esse 
antagonista nunca vai exercer uma resposta intracelular a 
nível de sinalização. 
E o agonista inverso? Eu falei que a gente nem trabalha 
muito esse conceito porque ele acaba mais confundindo 
vocês, mas como ele está aqui na imagem eu tenho 
obrigação de falar. Bom, o termo é agonista então ele 
quando se liga ao alvo ele provoca uma resposta, correto? 
Agora a resposta provocada pela ligação do fármaco a esse 
alvo é uma resposta contrária à do agonista. Vou tentar dar 
um exemplo aqui, imaginem que eu tenho um neurônio e 
uma fenda sináptica. Então eu tenho o neurônio pré-
sináptico e o pós-sináptico, imaginem que eu tenho um 
receptor que é um receptor que fisiologicamente quando a 
molécula endógena agonista interage com esse receptor, o 
estímulo liberado proteína G do tipo S do tipo Q, não importa 
agora para a gente, o estímulo liberado é liberar vesículas de 
neurotransmissores, liberar neurotransmissores. Então a 
ligação do agonista aqui provocou uma resposta né? Uma 
mobilização intracelular e uma liberação de 
neurotransmissores na fenda. 
Agora imaginem que o agonista inverso quando ele se liga 
no alvo, no mesmo receptor o que ele provoca? Uma 
sinalização intracelular que interrompe a liberação de 
vesículas, que diminui a liberação de vesículas, que faz um 
que esse neurônio perca atividade, é o exemplo de um 
agonista inverso. 
 “Ah e o antagonista professor? ” 
Vou dar um exemplo: o antagonista (por isso que ele se 
confunde muito com o agonista inverso) ele se ligaria ao 
receptor e impediria que o agonista exercesse sua função 
estimuladora, entendeu? Então a resposta intracelular seria 
zero. 
Agora a gente vai discutir a evolução da interação ou do 
conceito de interação fármaco-receptor. 
Eu tenho certeza absoluta que vocês já ouviram falar do 
termo chave-fechadura seja no ensino médio, em alguma 
outra graduação para exemplificar uma interação entre 
fármaco-receptor. O modelo chave-fechadura foi 
ultrapassado, ele caiu em desuso. E por que isso? Porque 
chave-fechadura representa um modelo estático. O que é 
isso? 
Se você pegar a chave e enfiar na fechadura, essa porta vai 
abrir de forma automática? Eu digo sem a sua ação, de forma 
automática a maçaneta vai girar? Não. O trinco vai sair? Vai 
soltar? Não. Então onde o modelo chave-fechadura falha? O 
modelo chave-fechadura nos leva a pensar em uma coisa 
estática, em alguma coisa em que o fármaco se liga ao 
receptor nada conformacionalmente muda e ocorre ação 
farmacológica e isso não é verdade. 
Atualmente nós temos o modelo dinâmico de interação 
fármaco-receptor. O que é isso é isso? 
É como se a chave entrasse na fechadura, é como se o 
fármaco se acoplasse ao receptor e esse acoplamento 
causasse a abertura da porta, entendeu? 
Hoje nós sabemos que isso acontece, que o fármaco interage 
com o receptor e esse receptor por conta da interação muda 
de forma. Então por isso o modelo chave-fechadura já não é 
mais utilizado, né? Pelo menos esses termos não são mais 
utilizados ou não devem ser mais utilizados. 
Modelo dinâmico representa uma ligação entre fármaco e 
receptor que leva a uma mudança conformacional nesse 
receptor e desencadeia uma cascata de eventos que vai levar 
a um efeito. Agora dentro do modelo dinâmico nós temos 
algumas variáveis, alguns conceitos que até se 
complementam né? Não são excludentes, mas eles se 
complementam. O primeiro é o modelo do ajuste induzido é 
de fato modelo dinâmico nú e cru, uma ligação acontece 
gera uma mudança conformacional no receptor, essa parte 
essa mudança conformacional nessa estrutura ativa 
proteínas intracelulares ou abre canais iônicos ou ativa 
enzimas, ou seja, o receptor torna-se ativo em função da 
ligação, é a interação com fármaco que provoca a mudança 
conformacional que vai ligar, que vai ativar este receptor. 
Vou pedir um pouco mais de atenção de vocês nessa parte 
aqui (ignorem o agonista inverso nessa parte). 
Existe uma hipótese que justifique como um fármaco ou que 
vai fazer o fármaco ser antagonista ou que vai fazer um 
fármaco ser agonista. Mesmo alvo, mesmo sítio de ação, 
interação, porém um é agonista e o segundo é antagonista e 
 
 
Daniel Figueredo, Vitória Saraiva, Paulo Vinícius, Maria Gabriela, 3° P – Renan, Aulas 16 e 17 
5 
é óbvio que as moléculas são diferentes né? A variável aí são 
as moléculas. 
Observe quimicamente falando a molécula do agonista não 
pode ser muito diferente do antagonista, concordam 
comigo? E se ela for diferente ela não tem o mesmo código 
químico para interagir no mesmo local, então ela não pode 
ser completamente diferente, tem que ser parecida porque 
o sítio de ligação, aqueles aminoácidos eles reconhecem um 
determinado código. Se eu faço uma molécula 
completamente diferente então isso nos fez pensar em 
outras hipóteses e não apenas a variação da molécula. E qual 
seria essa outra hipótese para o fármaco agir mais como 
antagonista do que como agonista ou vice-versa? 
Primeiro preciso que vocês se recordem que receptores 
farmacológicos das proteínas mudam de forma, 
independentemente se tem fármaco ligando ou não. 
Eu tenho uma conformação mais estável da proteína, mas eu 
tenho conformações variáveis e o meu alvo, minha proteína 
fica transitando entre essas conformações. 
Eu vou tentar representar aqui para vocês: Eu tenho um 
receptor e esse meu receptor 
transita entre três formas. Por que isso professor? 
Porque as formas das proteínas dos nossos alvos são 
compostos por aminoácidos e a forma tridimensional é 
resultado das interações químicas desses aminoácidos. E as 
interações se mexem então nós temos uma movimentação 
de alvo ao longo do tempo (uma alternância de alvos). 
Segundo essa hipótese do slide um receptor farmacológico 
ele existe sob duas conformações: Uma majoritária e uma 
minoritária ativa, então independentemente da presença de 
um fármaco ou não, o meu alvo ele transita entre esses dois 
estados, entre essas duas formas. 
O grande ponto é: um fármaco chamado de agonista ele tem 
preferência para se ligar ao alvo quando o alvo estiver em 
uma conformação minoritária ativa e aí ele interage com 
esse alvo, muda ele e a resposta farmacológica começa a 
acontecer dentro da célula. 
E o antagonista? O antagonista seria o fármaco que interage 
com ambas, ele interage tanto com o receptor na sua forma 
ativa quanto na sua forma inativa, tanto na forma 
minoritária quanto na forma majoritária. E daí? E daí que ele 
zera a eficácia, ele nem provoca uma resposta inversa e nem 
provoca uma resposta positiva, então a efetividade é zero 
porque ele iguala os receptores. Então esse modelo de dois 
estados leva em consideração que um agonista e um 
antagonista interagem com as possíveis diferentes 
conformações do alvo. 
Vamos sintetizar algumas coisas para a gente entrar em 
outros conceitos. A gente vai entrar no conceito agora de 
potência e eficácia, tá? E eu tenho essa seguinte sequência 
para vocês: um fármaco chamado de fármaco com alta 
potência é um fármaco que tem alta afinidade pelos 
receptores, logo ocupam uma quantidade significativade 
receptores e para eles ocuparem uma quantidade 
significativa eu preciso de baixas concentrações, então a 
potência de um fármaco está relacionada com a afinidade 
dele pelos receptores e essa alta afinidade leva a uma grande 
ocupação dos receptores pelo fármaco e essa grande 
ocupação é obtida em baixas concentrações, entenderam o 
ciclo? Então são fármacos chamados de fármacos com alta 
potência. 
 
Agora vou mostrar essa imagem para vocês, é uma imagem 
de curva de concentração efeito então a medida que eu 
aumento a concentração do fármaco o que acontece com o 
efeito farmacológico? Eixo X concentração e eixo Y efeito. A 
gente representa uma curva dose resposta como a gente fala 
ou concentração efeito dessa forma ou então de forma 
logarítmica que a curva que vamos destacar principalmente. 
 
 
Daniel Figueredo, Vitória Saraiva, Paulo Vinícius, Maria Gabriela, 3° P – Renan, Aulas 16 e 17 
6 
 
Eu quero fazer com que vocês entendam a seguinte 
afirmação: um fármaco ele pode ser menos potente do que 
outro, porém mais eficaz ou vice-versa, isso faz sentido para 
vocês? 
A Malena está dizendo o seguinte: Para fármacos menos 
potentes é só aumentar a dose. O Luiz colocou assim: o 
menos potente com maior concentração poderia ser mais 
eficaz, sim, sim exatamente o que está escrito ali. Não é que 
ele pode ficar, ele tem propriedades, um fármaco menos 
potente ele pode ser mais eficaz e o mais potente pode ser 
o menos eficaz, vamos organizar esses pensamentos aqui, 
tá? 
Para vocês responderem essa pergunta e entender isso de 
fato temos que saber o que é potência e o que é eficácia, né? 
O que eu quero dizer quando eu falo que o fármaco é mais 
eficaz? Eu estou falando o que? O que ele tem de maior do 
que o outro? Quando eu falo que um é mais potente o que 
ele tem de maior do que o outro para comparar? 
Vamos começar com eficácia, a eficácia é a resposta máxima 
ao agonista. Eu tenho dois fármacos no slide: fármaco A e 
fármaco B, qual desses dois é o mais eficaz? Qual tem uma 
resposta máxima maior? Qual tem um efeito maior? 
Todo mundo concorda que a resposta máxima do fármaco B 
ou o efeito máximo do fármaco B é maior do que o efeito 
máximo do fármaco A? Por mais que eu aumente a dose do 
fármaco A não vai subir a dose. Atingiu um platô. Por mais 
que eu aumente a dose do B a resposta máxima já foi 
atingida. 
Então eu consigo comparar a eficácia do B com A e de fato o 
fármaco B tem um efeito maior do que o fármaco A. Agora 
eu quero saber qual dos dois é mais potente. Olha só o que 
é potência: potência é a concentração ou a dose que produz 
metade da resposta máxima. A gente pode pensar no CE50 
e no DE50, a concentração efetiva que provoca uma resposta 
efetiva e 50% do efeito ou uma dose que provoca uma 
resposta de 50% do efeito. Por isso que CE50 e DE50. Gente 
eu vou colocar aqui o DE50 do A. 
Primeiro a resposta máxima do A é essa aqui: 50% da 
resposta máxima do A é aonde? É aqui onde está o 50% 
(vermelho). 
 
Qual é a dose do fármaco A que eu precisei para atingir 50% 
da resposta máxima desse fármaco? Essa daqui… sei lá… 10 
micromolar. 
Vamos ocupar a resposta máxima do B. A resposta máxima 
do B é essa aqui: e 50% da resposta máxima do B é onde? 
(onde está o 50% em verde). 
Qual a dose que eu precisei do fármaco B para atingir 50% 
da sua resposta máxima? Sei lá,.. vou colocar 20 micromolar. 
 
Pergunto para vocês: Qual dos dois é mais potente? Fármaco 
A ou fármaco B? 
Fármaco A. Tem um efeito de 50% do seu efeito máximo em 
menor quantidade. 
Eu vou confundir vocês, mas é de propósito: Qual dos dois 
efeitos de 50% foi maior? O do B. 
O conceito de potência é uma quantidade de fármaco 
agonista que produz metade da sua resposta máxima. 50% 
da resposta máxima do A tá ali de vermelho onde eu precisei 
de 10 micromolar. Já 50% da resposta máxima do B é maior 
do que a do A não importa isso. Vocês podem falar: Ah 
professor eu precisei do dobro, mas a resposta do 50% foi 
maior do que a do A, mas isso não entra no cálculo de 
potência. 
O que importa é: quanto de fármaco precisei para atingir 
50% da sua resposta máxima. Se eu colocasse um outro 
fármaco C (em laranja), ele tem uma eficácia baixíssima né? 
O 100% dele é ali onde tem o 100%, mas é o mais potente de 
todos. Por que? 
 
 
Daniel Figueredo, Vitória Saraiva, Paulo Vinícius, Maria Gabriela, 3° P – Renan, Aulas 16 e 17 
7 
 
Porque os 50% dessa resposta está aqui (50% em laranja): 
 
Quanto que eu preciso para atingir o 50%? Sei lá.. 2 
micromolar. Entendeu gente? Então não importa o tamanho 
do 50% porque cada fármaco tem o seu 50%. 
“Ah professor isso não faz sentido. ” Não sei se não faz 
sentido porque a gente tem que comparar a potência com a 
afinidade com o receptor e não com a magnitude da 
resposta. Então o que interessa para a gente é o quanto de 
fármaco eu preciso administrar para interagir provocando 
50% da sua resposta máxima e não da resposta máxima 
possível. 
Então quando eu quero comparar a potência dos fármacos a 
gente tem que comparar doses, tem que comparar o CE50 o 
DE50. 
Quando eu quero avaliar a eficácia de um fármaco eu avalio 
a sua resposta máxima, qual a provável resposta máxima. 
“Ah professor, mas para chegar na resposta máxima o 
fármaco B precisou de uma dose 10x maior que o fármaco A. 
Não importa. Para a eficácia não importa. Se precisa de 1kg 
ou de 10 mg não importa se ambos chegarem na resposta 
máxima. Ambos serão eficazes da mesma forma. 
 
 
Com afinidade pelo receptor e não com a magnitude da 
resposta, então o que interessa pra gente é o quanto de 
fármaco eu preciso administrar pra interagir provocando 
50% da sua resposta máxima e não da resposta máxima 
possível. 
SLIDE: UM FÁRMACO PODE SER MENOS POTENTE, PORÉM 
PODE SER MAIS EFICAZ 
 O que é potência?? A concentração do agonista que 
produz metade da resposta máxima CE50/DE50. 
 O que é eficácia?? A resposta máxima a um agonista 
 
Quando quero comparar potência dos fármacos, temos que 
comparar doses (CE50/DE50), quando quero avaliar a 
eficácia tenho que avaliar a sua resposta máxima. Pra chegar 
na resposta máxima o fármaco B precisou de uma resposta 
10x maior do que o fármaco A, não importa pra eficácia, se 
precisa de 1 kg ou de 10 mg não importa se ambos chegarem 
na resposta máxima pois são ambos eficazes. Se eu tenho 
um fármaco C que está no mesmo nível que o B, mas no B eu 
usei 30 Micromolar pra chegar no 100% e no C eu usei 60 
Micromolar, isso importa pra eficácia? Não, mas importa pra 
potência. 
 
 
 
 
 
Daniel Figueredo, Vitória Saraiva, Paulo Vinícius, Maria Gabriela, 3° P – Renan, Aulas 16 e 17 
8 
Chegamos à conclusão de que um agonista total ou pleno 
tem alta eficácia, um antagonista tem eficácia zero. Quando 
eu mostro esse gráfico (de potência e eficácia) existe algum 
antagonista? A ou B? um dos dois é antagonista? Não, pois 
ele estaria em baixo, se eu pedisse pra vocês, qual dos dois 
é um agonista total ou parcial o B seria o total, pois o 
parcial tem uma eficácia entre 1 e 99% e o antagonista 
eficácia zero. Quem me garante que não tem um fármaco C 
que esteja acima do B, nesse caso o fármaco B não seria o 
agonista total. 
Sempre comparamos o agonista com o fármaco padrão 
ouro, com o fármaco que até o momento provoca o maior 
efeito, por exemplo quero comparar o efeito de um 
corticosteroide na inflamação da asma, o corticoide padrão 
ouro é o dexametasona então eu sei que a resposta que eu 
obtive na resposta C vai ser o 100%, se daqui a 10 anos for 
descoberto um corticoide com um efeito maior ai esse novo 
corticoide vai ser o padrão ouro e o que achávamos que era 
o agonista total não é mais. Para avaliarmos a eficácia eles 
tem que ter o mesmo efeito. 
 
 
O agonista vai se ligar ao alvo e provocar um estímulo 
enquanto o antagonista vai se ligar ao alvo e bloquear essa 
resposta, impedindo o alvo de exercer a sua função. Existem 
diferentes tipos de antagonistas, eu tenho um receptor que 
é um canal iônico, o agonistaquando se liga a esse canal 
provoca a abertura, ele mudou a conformação do canal e 
esse canal e agora vai exercer um efeito. Nos antagonista 
temos dois tipos o competitivo e o não competitivo. 
O competitivo vai se ligar no sitio de ligação do agonista e vai 
impedir com que o agonista interaja com o canal e provoque 
a função fisiopatológica (ex: AINES). O antagonista não 
competitivo/ antagonista alosterico, são moléculas que 
quando interagem com o alvo não provocam resposta 
fisiológica, o local de interação da molécula com o alvo é 
diferente da que o agonista se ligaria, observem o 
antagonista se interagiu mais em baixo então o agonista se 
interagiria mais em cima. Quando o antagonista interage no 
sítio alosterico (sítio vizinho) ele provoca alterações 
conformacionais nesse canal e isso pode diminuir a afinidade 
do agonista pelo alvo. Quando o antagonista não 
competitivo se liga em um local que não é o sitio ativo e 
mesmo assim provocou a mudança conformacional no local 
em que o agonista se apresentaria, isso reduz a afinidade do 
agonista pelo alvo diminuindo sua sinalização intracelular. 
 TIPOS DE ANTAGONISMO 
SLIDE: ANTAGONISMO COMPETITIVO SIMPLES (REVERSÍVEL) 
. Antagonista ocupa o mesmo sítio do agonista no receptor 
. É superável baseado na reversibilidade da ligação 
. Competição regida pela “Lei de Ação das Massas” 
 
Essa é uma imagem mais especifica, o antagonista 
competitivo simples ou reversível, ele compete com o 
agonista pelo mesmo sítio, só que a interação é reversível 
significa que se eu aumentar a quantidade de agonista eu 
vou deslocar o equilíbrio e tiro o antagonista do receptor, é 
uma competição regida pela Lei de ação das massas 
(equilíbrio químico). 
 
SLIDE: 1) Não superável ou pseudo-irreversível. Também 
denominado ANTAGONISMO COMPETITIVO IRREVERSÍVEL 
. Antagonista ocupa o mesmo sítio do agonista no receptor 
. Antagonista se dissocia lentamente do receptor de modo a 
ser essencialmente irreversível na sua ação 
 
 
Um antagonista competitivo irreversível, é um antagonista 
então vai se ligar no alvo e não vai provocar uma resposta, é 
competitivo então vai se ligar no mesmo sítio de ação, ele é 
irreversível ou seja uma vez que se liga no receptor por mais 
que eu aumente a concentração de agonista eu não consigo 
deslocar/retirar esse antagonista do alvo. 
SLIDE: 2) Alostérico negativo 
. Antagonista ocupa sítio distinto do agonista no receptor 
(sítio alostérico) 
. Antagonista reduz afinidade do agonista 
Variante de antagonista não-competitivo: antagonista 
diminui eficácia do agonista 
 
 
Daniel Figueredo, Vitória Saraiva, Paulo Vinícius, Maria Gabriela, 3° P – Renan, Aulas 16 e 17 
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O antagonista alostérico ou não competitivo, como eu falei 
ele ocupa um local de interação diferente da ligação do 
agonista, o antagonista reduz a atividade do agonista pelo 
alvo. 
SLIDE: Efeitos dos antagonistas sobre a relação dose-
resposta do agonista. Os antagonistas competitivos e os não 
competitivos têm diferentes efeitos sobre a potência (a 
concentração do agonista que produz metade da resposta 
máxima) e a eficácia (a resposta máxima a um agonista). 
A. O agonista competitivo diminui a potência do agonista 
sem afetar a eficácia deste 
B. O antagonista não competitivo reduz a eficácia do 
agonista. Conforme a ilustração, a maioria dos antagonistas 
não competitivos alostéricos não afeta a potência do 
agonista 
 
Aqui eu tenho dois gráficos, um deles está mostrando o 
comportamento de um antagonista competitivo na letra A e 
o comportamento de um antagonista não competitivo na 
letra B. Ambos são antagonistas, então por mais que eu 
aumente a dose ou concentração, no eixo X o antagonista 
não sofre alteração em ambas situações. Estou mostrando 
para vocês o comportamento in vitro de duas moléculas 
antagonistas, então eu tenho um tubo de ensaio uma 
molécula antagonista competitiva e eu coloco nesse mesmo 
tubo um agonista, eles são competitivos então ambos vão 
competir pelo mesmo sítio, essa imagem mostra que 
conforme eu aumento a concentração do agonista eu 
consigo aumenta a resposta, então eu consigo deslocar o 
antagonista do receptor pra fora. 
Um exemplo prático é uma intoxicação por opioide, imagine 
um paciente chegando numa emergência e ele se intoxicou 
com uma sobre dose de morfina, está com parada 
cardiorrespiratória, enfim vocês identificaram que é uma 
intoxicação por opioide, uma das estratégias é um suporte 
farmacológico que é administrar naloxona, ela é um 
antagonista opioide, então ela vai deslocar o opioide pro 
receptor opioide pois eles competem pelo mesmo sítio e 
com isso o paciente pode ter melhora do quadro. 
Já o gráfico do antagonista não competitivo o gráfico muda 
(travou), um antagonista não competitivo como estamos 
vendo em B, ele vai reduzir a eficácia do agonista e os 
agonistas não conseguem reverter o papel do antagonista 
por mais que eu aumente a concentração do agonista eu não 
consigo fazer com que a resposta aumente e vá pro 100% 
novamente porque esse compostos (agonista e antagonista 
não competitivo) não competem pelo mesmo sítio, isso 
significa que por mais que eu aumente a dose do agonista, 
vocês acham que isso teria algum impacto na afinidade pelo 
receptor? Não, pois o antagonista mudou o receptor então 
não adianta eu aumentar a concentração do agonista porque 
o alvo está modificado. 
Dúvida: Professor, o antagonista alostérico é reversível? 
Pode ser, posso ter agonista reversível e irreversível, 
antagonista competitivo e não competitivo reversível e 
irreversível, posso ter todas as combinações possíveis. 
Pensem em um antagonista competitivo irreversível, então 
ele é uma subdivisão do primeiro exemplo, um antagonista 
competitivo quando eu vou aumentando a concentração do 
agonista eu desloco o antagonista do sítio, porém se esse 
antagonista dor irreversível esse deslocamento não vai 
acontecer. No caso do irreversível eu posso aumentar a 
concentração que for eu não tiro de lá, diferente da letra A 
que é reversível. Para o não competitivo não vale a mesma 
regra pois eles não competem pelo mesmo sítio, então o que 
faz o antagonista competitivo reversível sair do sítio de ação 
é a competição pelo mesmo local de ativação (a lei de ação 
das massas), isso não existe no não competitivo pois eles 
nunca vão competir pelo mesmo local de ação, então posso 
aumentar a concentração que for que o meu agonista, o meu 
antagonista se ligando ele de forma reversível ou irreversível 
é indiferente, pois o agonista não vai induzir ele a sair pois 
ele vai agir em outro local. 
 
 
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Aqui tenho um gráfico muito parecido com o que tinha 
demostrado anteriormente, só está juntando as duas ideias. 
Um agonista junto com um antagonista competitivo e um 
agonista junto com um antagonista não competitivo (vocês 
podem encontrar em algumas bibliografias antagonista 
superável que é o antagonista competitivo e o não superável 
que é o antagonista não competitivo). 
Esse termo também faz sentido. O antagonista superável é 
aquele que eu consigo superar com a concentração do 
agonista. Eu vou aumentando a concentração do agonista 
até que eu supero a inibição provocada pelo antagonista, por 
isso superável. O não superável é aquele que por mais que 
eu aumente a concentração do agonista eu não consigo 
superar essa queda do efeito provocada pelo antagonista. 
 Outros tipos de antagonismo: 
o Químico: um fármaco pode antagonizar as ações de 
um segundo fármaco ligando-se a ele e inativando. 
Ex: protamina e heparina. 
Inativam o agonista antes de ele ter a oportunidade de 
atuar (ex: mediante neutralização química) 
o Fisiológico: dois agonistas influenciam o mesmo 
fenômeno em direções opostas. Ex: insulina 
combate os efeitos hiperglicêmicos dos 
glicocorticoides. 
Falando um pouco mais dos tipos de antagonismo... eu falei 
do antagonista competitivoe antagonista não competitivo. 
Os reversíveis e os irreversíveis. Só que existem outros tipos 
de antagonismo mais simples de serem compreendidos. O 
antagonismo químico e o antagonismo fisiológico. 
O antagonismo químico é aquele em que eu tenho dois 
fármacos os quais interagem entre si antagonizando suas 
respostas. Ex: imagine que vocês estão tratando um paciente 
com heparina que se for de baixo peso molecular pode ser 
usado em um ambiente ambulatorial, mas se for a heparina 
convencional (de alto peso molecular) só em ambiente 
hospitalar. Então imagine que a equipe aplicou uma dose 
acima de heparina no paciente o qual está com sangramento 
e vocês precisam conter esse sangramento a todo custo. E 
uma das estratégias é utilizar um antagonismo químico 
como a protamina que vai se ligar quimicamente a heparina 
provocando uma neutralização da heparina e ela vai deixar 
de exercer o seu papel anticoagulante, então é um 
antagonismo químico, não é um antagonismo de receptor. 
E o fisiológico acontece quando eu tenho dois fármacos 
agonistas, mas eles provocam respostas opostas no nosso 
organismo. Aqui também não tem relação com receptor e 
sim com respostas distintas. Ex: glicocorticoides podem 
causar hiperglicemia e o tipo de antagonismo fisiológico é 
administrar insulina. Eu tenho uma resposta provocada por 
um agonista (corticoide) que levou ao aumento de açúcar 
sanguíneo e eu administro um outro fármaco também 
agonista que vai exercer o papel oposto que seria reduzir o 
nível glicêmico, que é o que a insulina faz. 
 
Obs: na imagem está escrito “antagonista psicológico”, o correto é 
“antagonista fisiológico”. 
Eu vou deixar essa classificação aqui para vocês revisarem e 
estudarem essas duas classificações. Antagonistas de 
receptores que tem o competitivo, não competitivo. E os 
antagonistas sem receptores que foi o que eu falei agora a 
pouco. 
 Taquifilaxia: 
o Diminuição do efeito de um fármaco que ocorre 
rapidamente em dose única ou em poucas 
administrações! 
o Tolerância (gradual) 
Vocês sabem a diferença entre taquifilaxia e tolerância? 
Tanto a taquifilaxia quanto a tolerância são desenvolvidas e 
ambas estão relacionadas a diminuição do efeito do 
fármaco. Então o paciente começa a tratar uma certa dose, 
passa-se o tempo e essa mesma dose que era efetiva hoje, 
uma semana depois não é mais. O que aconteceu? 
Taquifilaxia! 
A taquifilaxia difere da tolerância devido ao tempo 
necessário para essa perda de efeito. Então se eu comecei a 
usar um fármaco hoje, 1x/dia, e uma semana depois ele não 
funciona mais é taquifilaxia. É uma perda do efeito em 
poucas administrações ou em uma dose única. É uma perda 
significativa, você percebe que não ta fazendo mais efeito, o 
efeito tá mais fraco e é preciso ir aumentando essa dose até 
o máximo permitido. 
A tolerância é mais gradual, a gente vai acompanhando ao 
longo de meses uma diminuição de efetividade, uma perda 
 
 
Daniel Figueredo, Vitória Saraiva, Paulo Vinícius, Maria Gabriela, 3° P – Renan, Aulas 16 e 17 
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do efeito. Então é mais uma questão de tempo que as 
diferenciam. 
 Mecanismos envolvidos: 
o Alterações nos receptores 
o Perda de receptores: exposição prolongada reduz o 
número de receptores expressos na superfície 
celular. 
o Aumento do metabolismo da substância. 
Substâncias como etanol e barbitúricos quando 
administradas repetidamente, aparecem em 
concentrações plasmáticas reduzidas. 
Quais são os mecanismos desenvolvidos nessa diminuição 
de efetividade, seja taquifilaxia ou tolerância? O primeiro 
ponto é alterações nos receptores que podem ser 
fosforilados, desfosforilados, podem sofrer mutações ao 
longo do tratamento (depende da classe de fármaco) e dessa 
forma, o alvo farmacológico que é o receptor vai perder a 
afinidade pela molécula. Como eu vou continuar tratando 
com essa classe se o alvo dessa classe não se liga mais ao 
fármaco?! É difícil, o paciente desenvolveu tolerância ou 
taquifilaxia, depende do tempo. 
Isso é redução de sensibilidade, o que é redução de 
sensibilidade do receptor? É o fato dele mudar sua estrutura 
química. Ele fica menos sensível ao fármaco. 
Segunda possibilidade é a perda de receptores. Vai ter uma 
aula de opióides em que eu mostro para vocês um dos 
mecanismos de tolerância opioide. Os opioides são 
conhecidamente fármacos que provocam tolerância ao 
longo do tempo, é quase que certo que o paciente vai 
precisar aumentar a dose, depende do tempo que ele está 
sendo tratado com esse fármaco. 
Um dos mecanismos de tolerância do fármaco opioide é a 
fosforilação de receptores opióides. Tenho receptor opioide 
transmembrana e conforme esse receptor está sendo 
estimulado pelo fármaco, ele vai sendo fosforilado a nível 
intracelular até um ponto que ele forma 4 fosforilações na 
sua superfície intraplasmática, aí vem uma proteína 
intracelular chamada beta arrestina que reconhece esses 4 
fosfatos e como o nome diz, ela “arrasta” o receptor, ela tira 
o receptor opioide da superfície para o citoplasma. Então a 
via de sinalização opioide perde receptores, e menos 
receptores significa efeito menor. 
Aumento do metabolismo da substância: substâncias como 
etanol, e fármacos barbitúricos quando são administrados 
repetidamente a tendência é que o nosso corpo produza 
mais enzimas para metabolizar essa substancia. Não é mito 
aquela situação de que “ah, fulano não tem costume de 
beber, então ele toma um pouquinho de álcool e já tem 
sinais de embriaguez”, ou então “fulano pode tomar 3L de 
cachaça, 10 garrafas de cerveja, 3 garrafas de vinho e parece 
que nada aconteceu” provavelmente porque já tem uma 
histórico disso. Não tô levando em conta se ele é 
metabolizador lento ou rápido, estou falando que a 
exposição repetida a etanol faz com que o nosso corpo 
produza mais enzimas que vão metabolizar esse etanol, 
então ele é mais tolerante ao etanol. 
o Exaustão de mediadores: a dessensibilização está 
associada à depleção de uma substância 
intermediária essencial. 
Esse mecanismo diz respeito a diminuição, ou depleção 
de uma substância essencial para aquela resposta 
farmacológica. 
o Ex: Anfetaminas atuam através da liberação de 
aminas nas terminações nervosas, portanto 
apresentam elevada taquifilaxia devido à depleção 
das reservas de aminas. 
O que acontece se as minhas reservas de aminas baixarem? 
O que vai acontecer com os efeitos das anfetaminas? Vai 
diminuir! Se eu começo a produzir, a estimular através das 
anfetaminas uma liberação de aminas pode haver no 
momento em que eu não tenha mais amina para liberar, 
então o efeito da anfetamina vai sumir ou diminuir. 
O tipo de interação do fármaco com o receptor não é 
determinante na tolerância ou não. E nem os seus 
mecanismos. Tem mais relação com a via que está sendo 
inibida do que com o tipo de interação. 
o Adaptação fisiológica: Pode ocorrer uma 
diminuição do efeito de um fármaco, devido à sua 
anulação por uma resposta homeostátia. 
O nosso corpo pode provocar uma diminuição na resposta 
do fármaco, ou efeito do fármaco, modulando uma resposta 
homeostática. Vocês sabem que alguns fármacos provocam 
náuseas, sonolência, diarreia etc. 
Efeitos como náusea e sonolência dependem do mecanismo 
que provoca essas reações, esses efeitos podem ser 
diminuídos conforme o fármaco vai sendo administrado. 
o Ex: Redução de efeitos colaterais como náuseas e 
sonolência de alguns fármacos quando se dá a 
administração contínua. 
Vocês já devem terem vistos em algum lugar alguma 
indicação nesse sentido “ah, nas primeiras semanas desse 
tratamento você vai sentir um pouco de náusea, um pouco 
de enjoo, um pouco de sono” e depois passa porque nossa 
resposta fisiológica vai se adaptar a esses efeitos provocados 
pelo fármaco. 
 Tipos de alvos para ação dos fármacos: 
o Receptor Farmacológico: Componente 
macromolecular funcional do organismo com o 
qual o agente químico presumivelmente interage. 
 
 
Daniel Figueredo, Vitória Saraiva, Paulo Vinícius,Maria Gabriela, 3° P – Renan, Aulas 16 e 17 
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Observem que quando falamos de agonistas nós temos 
esses seguintes mecanismos: nós temos o mecanismo 
direto, de abertura e fechamento de canais ionicos ( que são 
alvos farmacologicos); nós temos os mecanismos que são 
mediados por substancias transdutoras, que vão induzir uma 
resposta extracelular e essa resposta vai provocar um outro 
efeito, como exemplo uma ativação, uma inibição 
enzimática, uma modulação de canais ou transcrição de 
material genético. 
O primeiro exemplo é de um efeito direto, então o agonista 
vai interagir com o canal e este canal vai se mexer, vai ser 
estimulado e a resposta vai aparecer... uma entrada de 
calcio, saída de potássio... alguma coisa vai acontecer, esse 
é o mecanismo direto. 
Mas também tem um mecanismo indireto de modulação de 
canal. A diferença é que eu tenho um receptor 
transmembrana que vai ser o alvo farmacológico, então o 
fármaco se ligou nesse receptor transmembrana. Este 
receptror, exemplo, aclopado a proteína G, quando ativado 
pelo agonista vai disparar uma molécula a qual vai interagir 
com o canal. 
Obs: na ação direta o fármaco se liga diretamente ao canal. 
Na indireta, via canal, o agonista se liga a um outro receptor 
que gera uma molécula sinalizadora a qual vai se ligar ao 
canal. 
Só que também podem acontecer situações de ativações ou 
inibições enzimáticas, é como se esse segundo mensageiro, 
ao invés de ativar o canal, ele vai ativar uma enzima a qual 
vai começar a trabalhar. Ou ainda é possível que esse 
mensageiro vá sinalizar a nível nuclear induzindo a 
transcrição de material genético. Então nós temos vias 
diretas e indiretas de ativação da resposta. 
O antagonista quando se liga ao alvo, mediador endógeno, a 
sinalização endógena, o segundo mensageiro é bloqueado. 
Então essas vias não ocorrem, não tem sinalização alguma 
para ocorrer, eu tenho apenas o bloqueio. 
 
Falando um pouquinho especificamente de cada um desses 
alvos. Moléculas que interagem com canais iônicos podem 
ser chamadas de bloqueadoras ou moduladoras. 
Uma molécula bloqueadora é uma antagonista, é uma 
molécula que bloqueia, entope como se fosse uma rolha, 
bloqueia a passagem do íon. 
E temos os fármacos moduladores que modula para mais ou 
para menos. Ele não funciona como um tampão, ele interage 
em algum local do canal que faz com que esse canal se abra 
bastante ou faz com que esse canal de feche. 
 
Quando o alvo farmacologico é uma enzima nós podemos 
ter 3 situações, ou chamar o fármaco por 3 nomes: inibidor, 
falso substrato ou pró-fármaco. 
 O inibidor se liga ao alvo, pode ser competitivo ou não, e 
inibe a reação enzimática normal de acontecer, inibe o 
trabalho dessa enzima. 
O falso substrato não vai bloquear como o inibidor faz, ele 
funciona como se estivesse enganando a enzima. Ele ocupa 
o sitio ativo da enzima, a enzima trabalha nele, converte ele, 
só que o produto gerado é uma substância sem efeito, sem 
atividade. De fato você ocupa a enzima, tira tempo dela, 
porque ao invés dela estar produzindo substrato, ou 
metabolizando substrato verdadeiro ela tá ocupada com 
esse falso substrato. 
O pró-fármaco também é uma substância que tem como 
alvo uma enzima, porque o pró-fármaco precisa de uma 
reação enzimática na maioria das vezes. Então o pró-
fármaco precisa de uma enzima para ser transformado em 
fármaco, em substância ativa. 
 
 
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Essas são as possíveis reações entre fármaco e enzimas, ou 
vai inibir, ou agir como falso substrato, ou vai ser um pró-
fármaco. 
 
Transportadores também são alvos farmacológicos. Essa 
interação se dá quando o transportador reconhece essa 
molécula e faz o papel que ele tem que fazer. Que é pegar 
fármaco do meio intracelular e jogar para o meio 
extracelular ou vice-versa. 
O transportador capta esse fármaco do meio extracelular e 
joga para o meio intracelular, a partir desse momento o 
fármaco vai ter sua ação intracelular. Ou pode acontecer o 
oposto, a glicoproteina P, por exemplo, é um transportador 
que expulsa moléculas do SNC. 
Nós também temos os antagonistas que tem como alvo os 
transportadores, tanto competitivo quanto alostérico. Eu 
consigo inibir a ação do transportador e tudo bem quanto a 
isso. Ex: os fármacos que são usados na ICC, os digitálicos 
que atuam na bomba de sódio e potássio TPase, ela bloqueia 
esse transporte.

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