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Farmacodinâmica III: Curvas dose-efeito e interação de fármacos Curvas ‘dose x efeito’ de ligantes - Representações gráficas características de cada tipo de ligante ● OBS.: o agonista total é sempre relativo a outra substância -> não posso dizer que é um agonista total se não houver outro para comparar no gráfico ***OBS.: de agora em diante, sempre vamos analisar curvas em que há a interação de dois ou mais fármacos - Portanto, temos classificações de como os antagonistas vão funcionar. Eles vão ser classificados: ● De acordo com o sítio alvo (local de interação, sítio receptor) do antagonista no receptor: competitivos (é um antagonista que se liga/interage com o mesmo sítio de ligação do agonista) ou não competitivos (o antagonista não compete pelo mesmo sítio com o agonista, então é um antagonista que pode interagir com outro sítio ativo do receptor, impedindo a sua ação ou pode atuar na cascata intracelular do receptor, bloqueando vias intracelulares) ❏ no caso do agonista competitivo, a concentração do antagonista e do agonista podem ser decisivas para qual efeito vai ser predominante, uma vez que eles competem pelo mesmo sítio, então a maior quantidade de um em detrimento do outro aumenta sua possibilidade de interação com o alvo ❏ já os não competitivos não tem essa relação tão grande com dose, uma vez que mesmo que haja o aumento da dose/concentração de um agonista, se houver um antagonista não competitivo atuando, este irá impedir a ativação do receptor por outro sítio -> ou seja, aumentar a concentração do agonista não vai ser o suficiente para restabelecer o efeito do agonista sozinho ❏ Em verde no gráfico -> relacionado ao antagonismo competitivo ❏ existem 4 curvas diferentes em sigmóide -> a primeira (verde mais escuro) representa o efeito do agonista isolado (mostra efeito máximo de 100%, uma vez que estamos comparando só um fármaco neste gráfico) ❏ se adicionar agonista na presença de um antagonista competitivo, a curva acaba se deslocando para direita, ou seja, a curva relacionada a adição de um antagonista competitivo (representado por I) mantém o efeito máximo do agonista, porém diminui a sua potência, uma vez que aconteceu o deslocamento da curva do agonista isolado ❏ isso acontece porque ao aumentar a concentração do agonista, a probabilidade dele se ligar ao receptor aumenta, mesmo com a presença do antagonista competitivo, o que dá vantagem ao agonista sobre o antagonista e permite que ele exerça seu efeito máximo, porém, necessitando de concentrações maiores para isso -> como são necessárias maiores concentrações para atingir a mesma resposta, é como se estivesse reduzindo a potência do agonista ao adicionar o antagonista competitivo ❏ Resumindo: com maior adição de um antagonista -> EC50 fica menor -> potência do agonista diminui ❏ OBS.: a curva observada para um antagonista competitivo é a mesma para um antagonista reversível ❏ a curva mais alta é a curva do agonista sozinho (ele atinge o efeito de 100%) -> conforme há a adição de antagonista não competitivo, ocorre a diminuição do efeito máximo ❏ isso acontece porque o antagonista não competitivo não interage com o mesmo sítio de ligação do agonista, ou seja, independentemente de aumentar a dose do agonista, caso esse antagonista não competitivo esteja presente, ocorrerá uma redução da eficácia ❏ mesmo aumentando a dose do agonista, não será mais possível atingir o mesmo efeito máximo de antes, uma vez que esse antagonista não competitivo ou está se ligando a outro sítio desse receptor ou está bloqueando cascatas intracelulares (esses fatores impedem a ativação constitutiva dos receptores) ❏ de acordo com que aumenta a dose do antagonista não competitivo, cada vez mais o efeito máximo do agonista vai diminuindo (pode chegar a um nível em que esse efeito seja zero) ❏ OBS.: esse padrão de curva também vai estar presente nos antagonistas que tem o tipo de ligação irreversível ● Tipo de ligação: diz respeito a forma com a qual o antagonista vai interagir com o receptor, seja essa ligação reversível/transitória (permite a interação subsequente do sítio ativo ocupado com outro ligante) ou irreversível (quando ocorre ligação covalente -> acaba com a chance de uma interação subsequente do sítio ativo ocupado com outro ligante) ❏ Uma ligação pseudoirreversível seria, então, uma ligação que normalmente não é covalente, mas que é tão forte que pode ser mantida por horas, dias ou semanas -> é quase como se fosse irreversível, por isso é pseudoirreversível ❏ sendo assim, os antagonistas podem ser classificados: A) competitivo reversível B) competitivo irreversível C) não competitivo reversível D) não competitivo irreversível ❏ o perfil de curva de um agonista frente à adição de um antagonista segue o mesmo padrão das curvas supracitadas ❏ quando se tem um antagonista reversível (ou seja, que pode ligar e desligar do receptor), ocorre um deslocamento da curva do agonista para a direita conforme há o aumento da dose do antagonista, sendo que, nesse caso, o efeito máximo sempre é alcançado, entretanto, de acordo com o aumento da dose do antagonista, ocorre uma diminuição da potência do agonista -> ou seja, o EFEITO APARENTE do ANTAGONISTA REVERSÍVEL é de DIMINUIÇÃO da POTÊNCIA do AGONISTA ❏ quando se tem um antagonista competitivo irreversível ou um antagonista não-competitivo, ocorre um achatamento da curva. ❏ A curva do agonista está em violeta (apresenta efeito máximo) ❏ Com a presença do antagonista competitivo irreversível ou um antagonista não-competitivo, acontece uma queda da eficácia, pois mesmo aumentando a dose do agonista, não é possível chegar ao mesmo efeito máximo (pode acontecer de zerar o efeito do agonista) - Antagonistas reduzem igualmente o efeito de qualquer agonista, seja agonista total, parcial ou inverso ● ex.: antagonista competitivo reversível. ❏ no gráfico, o AGONISTA está em dose CONSTANTE, o que está variando é a dose do antagonista ❏ o eixo y indica a alteração do nível de ativação dos receptores (%) e o eixo X indica a concentração do antagonista ❏ a curva em vermelho mostra o antagonista sozinho. Ela revela que mesmo alterando a dose do antagonista, o nível de ativação do receptor não muda, uma vez que o antagonista sozinho é neutro (não apresenta efeito, desde que esteja sozinho) ❏ a curva de cima (azul com quadradinhos) mostra o agonista em doses constantes e o antagonista variando sua concentração -> de acordo com que aumenta a concentração do antagonista, menos receptores são ativados pelo agonista ❏ a curva debaixo (azul com bolinhas) mostra um agonista inverso (tem efeito negativo, ou seja, efeito de inativar os receptores) na presença do antagonista -> de acordo com que aumenta a concentração do antagonista, menos receptores são inativados pelo antagonista inverso, ou seja, haverá mais receptores ativos, o que mostra a redução do efeito (de inativação de receptores) do agonista inverso ❏ o gráfico apresenta no eixo y a alteração do nível de ativação dos receptores e no eixo x a concentração do agonista ❏ na curva de cima (vermelha com quadradinhos), há a representação do agonista total (de acordo com que aumenta a dose do agonista, aumenta o efeito, até chegar ao efeito máximo de 100%) ❏ se ocorre a adição de um antagonista competitivo reversível em uma dose fixa do agonista, acontece um deslocamento da curva para a direita (curva em azul com quadradinhos) -> ou seja, o antagonista diminuiu a potência aparente desse agonista ❏ na parte inferior do gráfico há a presença de um agonista inverso (curva vermelha debaixo com bolinhas) -> com doses crescentes do agonista inverso -> efeito máximo (Emáx de inibir a ativação constitutiva dos receptores) ❏ se adicionar um antagonista competitivo reversívelno antagonista inverso -> ocorre o deslocamento da curva para a direita (curva em azul com bolinha) -> redução da potência aparente do agonista inverso - Agonista parcial atua como antagonista na presença de um agonista pleno/total ● geralmente o agonista parcial/dual tem o mesmo sítio receptor do agonista total/pleno ● então, se estiverem juntos, o agonista parcial/dual vai atuar como um antagonista competitivo reversível do agonista pleno/total ❏ o eixo y indica a ligação dos agonistas ao sítio receptor (ocupação de receptor). Já o eixo x indica a concentração do agonista parcial -> o gráfico mostra a competição pelo sítio de ligação do receptor ❏ inicialmente, quando há só o agonista total, a ocupação dos receptores é de 100% do que esse agonista é capaz ❏ de acordo com o que vai aumentando a concentração do agonista parcial, vai acontecendo o aumento da ocupação do receptor pelo agonista parcial -> ao mesmo tempo, a ocupação do receptor pelo agonista total vai caindo ❏ chega um momento que a ocupação do receptor pelo agonista parcial vai a 100%, enquanto que pelo agonista total vai a 0% ❏ esse é um gráfico de dose x efeito/resposta ❏ o eixo y representa a resposta, já o eixo x representa a concentração do agonista parcial ❏ ele tem 3 curvas, sendo: eficácia do agonista parcial representada pela curva com quadrados brancos; a eficácia do agonista total representada pela curva com quadrados azuis; e a eficácia somada dos dois componentes representada pela curva com triângulos azuis ❏ se só tivesse adicionando um agonista parcial -> efeito submáximo (curva com quadrado branco) ❏ Se tivesse só agonista total, teria o efeito de 100%. De acordo com que vai adicionando antagonista, o efeito vai diminuindo até chegar a zero (curva com quadrado azul) ❏ embora o agonista parcial/dual esteja atuando como antagonista, ele não consegue fazer o efeito do agonista total chegar a zero (curva com triângulo azul) -> isso acontece porque ele também tem um efeito/atividade intrínseca (apesar desse efeito ser menor que o do agonista pleno/total) ❏ ou seja, embora a quantidade de agonista parcial vá aumentando até chegar a 100% de ocupação dos receptores, a menor queda possível de eficácia/resposta que pode acontecer vai estar relacionada a maior resposta máxima do agonista parcial ❏ resumindo: vai acontecer a redução da eficácia do agonista total, mas a menor resposta possível vai ser a resposta máxima do agonista parcial/dual, pois este por si só já possui atividade intrínseca Um alvo tem apenas um sítio receptor? - Não, existem múltiplos sítios receptores com ligantes próprios. Esses sítios podem ser chamados de: ● Sítio ortostérico (orto - tradicional): onde se liga o ligante endógeno natural daquele alvo ou o mesmo local que o do ligante/fármaco em questão ● Sítio alostérico (alo - diferente): todo sítio que não é o ortostérico. ❏ nesse esquema, em vermelho está o sítio ortostérico e em verde o ortostérico. O ligante ortostérico vai atuar no sítio ortostérico, enquanto que um ligante alostérico vai atuar no sítio alostérico ❏ outra coisa importante de analisar nessa imagem é que a primeira (esquerda) mostra, por exemplo, um agonista atuando no sítio ortostérico e um antagonista não competitivo atuando no sítio alostérico. Já a segunda imagem (direita) mostra um agonista e um antagonista competitivo atuando no sítio ortostérico - Moduladores alostéricos favorecem algumas conformações ● Embora existam vários sítios de ligação nos receptores, em geral o sítio ortostérico é o que comanda o receptor de modo significativo (é o sítio principal). ● Já os outros sítios têm uma função coadjuvante, pois não são capazes de causar um efeito por si só (eles não mudam o perfil de ativação do receptor sozinhos) e quando causam algum efeito, esse efeito é muito baixo. O que eles conseguem fazer é facilitar/favorecer algumas conformações desses receptores (lembrando que os receptores são multiconformacionais, não são estáticos, porém apresentam uma conformação mais predominante que outras). Ou seja, eles vão interagir com as conformações predominantes, favorecendo outros tipos de conformações -> ele altera a distribuição natural de conformações possíveis de receptores ❏ Se for comparar a conformação vermelha com a preta, é possível observar uma série de diferenças estruturais, o que muda a afinidade por um agonista, por exemplo, alterando, assim, a quantidade de receptores ativos. ● os moduladores alostéricos podem apresentar perfil de agonista alostérico: ele é um agonista (favorece o estado de ativação do receptor), mas é alostérico porque atua em outro sítio sem ser o ortostérico -> ele faz isso favorecendo conformações que aumentam a afinidade do receptor pelo agonista ortostérico -> ou seja, ele por si só não exerce efeito, mas ele favorece conformações que tem capacidade maior de interagir com o ligante/agonista, aumentando as chances de o agonista se ligar e ter efeito ● Inibidor alostérico ou antagonista alostérico é aquele que favorece conformações com menor afinidade ao agonista tradicional/ortostérico, ou seja, vai dificultar a interação e efetividade desse agonista -> pode ser visto como um antagonista não competitivo, pois ele impede o efeito do agonista pelo sítio alostérico ❏ esse gráfico mostra o perfil “nativo” de conformações dos receptores ❏ cada barra cinza representa a conformação de um tipo de receptor e a altura representa a frequência natural com a qual essas conformações são mantidas no organismo ❏ ao adicionar um modulador alostérico há a possibilidade dele interagir e facilitar alguma dessas conformações, alterando o perfil nativo de conformações ❏ no gráfico B, por exemplo, duas das conformações se tornaram bem mais frequentes (barras em preto) -> consequentemente, as outras conformações diminuíram a sua frequência ❏ ou seja, o modulador alostérico altera de maneira artificial a frequência natural de ocorrência das conformações possíveis ❏ o gráfico C mostra uma mudança no perfil de curva que favorece algumas conformações em especial, mas não todas (antes o perfil de curva era mais distribuído, agora esse perfil favorece muito mais umas a outras) - Interação entre moduladores alostéricos e outros ligantes, como agonista ortostérico ● na imagem tem um sítio com ligação de A, que seria o sítio ortostérico ● o sítio da lateral seria o sítio alostérico (o I pode ser um inibidor alostérico e o P pode ser um potencializador alostérico/agonista alostérico) ● quando há a possibilidade de interação de um inibidor alostérico com um agonista ortostérico, o perfil encontrado na curva do agonista vai ser o do primeiro gráfico(C). ❏ A primeira curva do gráfico 1 representa esse agonista ortostérico sozinho ❏ com a adição de um inibidor alostérico, ou seja, um antagonista não competitivo, acontece um achatamento da curva, que representa, mesmo com o aumento da dose do agonista, uma redução clara da eficácia, já que não existe competição entre o inibidor e o agonista pelo sítio. Isso faz com que, independentemente da concentração do agonista, o seu efeito diminua, bem como a sua eficácia ❏ além disso, também pode acontecer a diminuição da potência, uma vez que conforme a curva vá sendo achatada (por conta das doses crescentes do inibidor alostérico), a dose que causa 50% do efeito do agonista (EC50) vai aumentando ❏ resumindo: quando o modulador alostérico atua como um inibidor alostérico, ele vai causar a diminuição da eficácia e da potência do agonista ortostérico ● quando há a possibilidade de interação de um inibidor alostérico com um agonista alostérico, o perfil de curva encontrado vai ser o do gráfico D. ❏ em preto é o agonista ortostérico sozinho ❏ em vermelho é quando se adicionaum modulador alostérico que favorece conformações que aumentam a afinidade do receptor pelo agonista ortostérico -> ocorre, então, um aumento da potência e da eficácia ❏ exemplo: benzodiazepínicos (rivotril, alprazolam, medicamentos que são usados como sedativos, ansiolíticos) -> não ativam canal GABAa sozinhos -> os benzodiazepínicos aumentam a chance do GABA se ligar ao GABAa de maneira eficiente, o que aumenta a potência e a eficácia da transmissão gabaérgica normal (se estiverem sozinhos, sem o GABA, eles não têm efeito nenhum -> se colocar benzodiazepínicos em células nervosas in vitro na ausência de GABA, eles não vão apresentar efeito nenhum) Receptores “de reserva” - receptores de reserva: temos muito mais receptores do que o necessário para causar uma resposta rápida -> o organismo prefere produzir muitos receptores (unidades mais duradouras) do que muita quantidade de transmissor (unidades menos duradouras), pois assim há um menor gasto de energia para se obter um efeito máximo - A ocupação de receptores para gerar Emáx é submáxima: como tem muito mais receptores que o necessário para se obter um efeito máximo, nem todos precisam ser ocupados, ou seja, esses receptores que não são ocupados são os chamados receptores de reserva (estão ali só para garantir uma maior sensibilidade do organismo) -> Grande densidade de receptores garante alta sensibilidade. ● A consequência disso é que o antagonista Irreversível nem sempre vai causar o achatamento da curva ● Cada uma das curvas representa o agonista na presença de doses diferentes de um antagonista Irreversível, sendo que a curva A representa somente o agonista ● usando uma dose x do antagonista Irreversível, tem-se a curva B. Na teoria, deveria ter ocorrido um achatamento da curva B, entretanto, esse sistema de transmissão possui receptores de reserva, ou seja, mesmo que o antagonista irreversível se ligue a alguns receptores, ainda vão haver receptores reservas que podem ser usados pelo agonista ● Na curva C há um aumento da dose do antagonista irreversível, entretanto como ainda há a presença de receptores reservas o agonista ainda consegue atingir o efeito máximo ● o gráfico começa a sofrer achatamento somente quando acontece uma ocupação significativa dos receptores pelos antagonistas irreversíveis, como apresentado na curva D. Nesta curva, a maior parte dos receptores estão ocupados pelo antagonista Irreversível (o que diminui muito a probabilidade do agonista se ligar ao receptor), tendo como resultado a necessidade de uma concentração muito maior do agonista para atingir um efeito significativo, sendo este um efeito submáximo ● na curva E houve uma ocupação muito maior dos receptores pelo antagonista Irreversível, o que causou uma diminuição muito grande da eficácia, uma vez que a quantidade de receptores disponíveis não são mais suficientes para desencadear a resposta máxima ● resumindo: Em um sistema com receptor de reserva um antagonista irreversível pode alterar a curva de um agonista de uma forma mista, parecendo inicialmente um antagonista competitivo, mas mostrando, posteriormente, que ele é um antagonista Irreversível ou não competitivo Perfil de eficácia em populações - Para determinar se um fármaco tem efeito, qual a dose necessária para ter esse efeito, são realizados estudos pré-clínicos ❏ No gráfico há uma correlação entre a concentração do fármaco no plasma e a porcentagem de pacientes que obtiveram efeito terapêutico ❏ é encontrado, então, nos testes clínicos a dose necessária para ser administrada no paciente que vai proporcionar uma concentração do fármaco no plasma necessária para se ter uma resposta terapêutica adequada. O ideal é que mais de 50% (número genérico) das pessoas que utilizaram o fármaco tenham efeito ● A dose mínima eficaz é a responsável por causar resposta terapêutica em pelo menos 50% das pessoas ● aumento da concentração do fármaco no plasma -> um número maior de pessoas vão responder ao fármaco, pois existem pessoas que apresentam variações individuais e, por isso, são mais resistentes a esse efeito ● o aumento da concentração do fármaco no plasma -> surgimento de efeitos indesejados -> passa a ser interessante não atingir essa concentração plasmática, o que define a dose máxima tolerada ● A concentração plasmática compreendida entre os valores da dose mínima eficaz (mínima para ter uma resposta terapêutica) e da dose máxima tolerada (tem o objetivo de evitar efeitos indesejados muito sérios) corresponde à janela terapêutica ● Índice terapêutico é um valor relacionado a amplitude da janela terapêutica. Em geral, quanto mais larga a janela terapêutica, maior é o índice terapêutico ● Quanto maior o índice terapêutico, mais seguro é o fármaco, pois a diferença entre a dose mínima eficaz e a dose máxima tolerada é grande, então mesmo que o paciente tenha variações cinéticas ou erre a dose, ele vai estar exposto a um baixo risco de efeitos indesejados ● relaciona dose do fármaco administrada e a porcentagem de indivíduos que responderam ● o fenobarbitúrico (gardenal) é sedativo ● a primeira curva (azul) mostra que de acordo com que se aumenta a dose, uma maior porcentagem de pessoas respondem ao fármaco, tendo efeito de hipnose ● no momento em que se atinge o efeito máximo, também começam a aparecer efeitos indesejados (morte), representado pela curva verde ● a partir daí, quanto mais se aumenta a dose, mais efeitos indesejados acontecem (morte) ● DE50/ED50: dose que produz efeito terapêutico em 50% das pessoas ● DT50/TD50: dose que produz efeito tóxico em 50% das pessoas ● DL50/LD50: dose letal para 50% das pessoas Interações de mecanismos de fármacos - Sinergismo (efeitos combinados): interação de mecanismo de ação de fármacos diferentes gera efeito combinado ● Aditivo : quando ocorre a soma do efeito terapêutico de dois fármacos (em geral, porque eles têm mecanismo de ação parecido ou atuando em uma mesma via) -> permite o uso em menor quantidade de cada um deles, o que diminui os efeitos indesejados -> efeito terapêutico deles é somado em efeito pleno (1+1=2). Exemplo: Migrainex ● Supra-aditivo : quando o efeito terapêutico final é maior que a simples soma do efeito terapêutico individual de cada fármaco -> isso funciona muito bem em fármacos que têm mecanismo ou via de ação muito distintos -> soma do efeito terapêutico (1+1=3). ❏ Exemplo: Tylex -> tem paracetamol (anti inflamatório não esteroidal, é um analgésico) + codeína (opioide) -> efeito supra-aditivo ❏ Captopril (anti hipertensivo, reduz vasoconstrição) + hidroclorotiazida (diurético, reduz volume sanguíneo) -> efeito supra-aditivo ❏ Clavulin: amoxicilina (antibiótico) + ácido clavulânico ou clavulanato de potássio (inibidor da enzima que degrada amoxicilina) -> usar só o ácido clavulânico causa efeito antibacteriano igual a zero, porém usá-lo junto à amoxicilina (se for usada sozinha em bactéria resistente, também não apresenta efeito) -> resgata efeito antibiótico em bactérias que eram resistentes (0+0=1) - Antagonismo: efeitos “que se anulam” (pensando efeito, não em interação de receptor) 1) Físico-químico: quando 2 substâncias interagem entre si e impedem a absorção do fármaco (entre fármacos e/ou nutrientes). Exemplo: tetraciclina + leite = quelato (não é absorvido); sulfato ferroso + meio básico = menor absorção 2) Farmacocinético (termo mais correto não é antagonismo farmacocinético, mas sim interação farmacocinética): substâncias que aumentam o metabolismo e a excreção de outras substâncias. Exemplo: fenitoína (anticonvulsivante) -> induz a expressão de enzimas hepáticas; furosemida (diurético) -> aumenta volume de diurese -> potencializa a excreção de várias substâncias 3) Fisiológico (funcional):quando as duas substâncias utilizadas têm mecanismos que se contrapõem, ou seja, elas podem não interagir entre si, mas elas causam reações fisiológicas que são contraditórias - Exemplo: ACh + adrenalina; histamina + noradrenalina... 4) Receptores : antagonismo propriamente dito (competição) -> antagonismo pensando em interação com alvo/ competição ou não-competição por alvo - Exemplo: histamina + clorfeniramina; ACh + atropina; propranolol + adrenalina; prazosin + noradrenalina 5) Por adaptação: tolerância -> contrabalanço homeostático que tende a se contrapor ao efeito do fármaco. Ex.: diuréticos -> se há utilização constante de diurético, o organismo começa a reter mais água para contrabalancear essa perda frequente; benzodiazepínicos -> dão sono, então, para contrabalancear (se tiver o uso frequente), o organismo começa a produzir mais substâncias que tem a função de deixar mais em estado de alerta. O que há de “mais novo” em receptores - Agonistas tendenciosos (enviesados): são aqueles que interagem com um alvo e conseguem fazer com que este alvo prefira recrutar uma via intracelular específica das várias possíveis ● convencional: fármacos diferentes podem se ligar em conformações diferentes e desencadear as mesmas respostas ● tendenciosos: fármacos que conseguem preferir uma conformação do receptor que é capaz de induzir apenas uma resposta das várias possíveis -> eficácia colateral (possibilidade de ter eficácia em uma via e não em outra) - Antagonistas permissivos (enviesados) : eles impedem seletivamente que algumas vias sejam recrutadas. Em geral, esses agonistas são alostéricos, então eles fazem a modulação de sítios alostéricos e permite que o receptor ainda seja ativado/ligado pelos agonistas. ● convencionais: impede a produção de todas as respostas possíveis ● permissivos: interage com o alvo e impede o recrutamento de apenas algumas respostas celulares, mas não todas Modelo ‘chave-fechadura’ - Modelo didático, simplista e pouco condizente com a realidade ● NA VERDADE, a fechadura “abre sozinha” de vez em quando ● Uma chave poderia abrir a fechadura de várias formas ● pode haver uma chave tetra que impede a abertura da porta mesmo que a fechadura esteja aberta Conceito “engessados” - “Verdades” controversas para não “engolir” sem pensar antes ● Um receptor sempre é ativado da mesma maneira ● A potência é proporcional à ocupação de receptores (ela depende da afinidade e da eficácia/ atividade intrínseca) ● A eficácia só depende da interação com o receptor (vias intracelulares podem ser amplificadas ou inibidas; se só dependesse da interação com o receptor, então o antagonista também seria eficaz) ● Afinidade e eficácia caminham juntas (existem agonistas totais que tem uma baixíssima atividade, agonistas parciais que tem uma afinidade altíssima e tem agonistas com muita afinidade) ● Os antagonistas (puros -> aquele que se liga e não faz nada, exceto quando se contrapõe ao efeito de agonistas) são muito comuns -> vários fármacos que eram classificados como antagonistas hoje são classificados como agonistas inversos
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