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lorena - Farmacodinâmica III

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Farmacodinâmica III: Curvas dose-efeito e interação de fármacos 
 
Curvas ‘dose x efeito’ de ligantes 
- Representações gráficas características de cada tipo de 
ligante 
● OBS.: o agonista total é sempre relativo a outra 
substância -> não posso dizer que é um agonista total se 
não houver outro para comparar no gráfico 
***OBS.: de agora em diante, sempre vamos analisar curvas 
em que há a interação de dois ou mais fármacos 
- Portanto, temos classificações de como os antagonistas vão 
funcionar. Eles vão ser classificados: 
● De acordo com o sítio alvo (local de interação, sítio 
receptor) do antagonista no receptor​: competitivos (é um 
antagonista que se liga/interage com o mesmo sítio de 
ligação do agonista) ou não competitivos (o antagonista 
não compete pelo mesmo sítio com o agonista, então é 
um antagonista que pode interagir com outro sítio ativo 
do receptor, impedindo a sua ação ou pode atuar na 
cascata intracelular do receptor, bloqueando vias 
intracelulares) 
❏ no caso do agonista competitivo, a 
concentração do antagonista e do agonista 
podem ser decisivas para qual efeito vai ser 
predominante, uma vez que eles competem 
pelo mesmo sítio, então a maior quantidade 
de um em detrimento do outro aumenta sua 
possibilidade de interação com o alvo 
❏ já os não competitivos não tem essa relação 
tão grande com dose, uma vez que mesmo que 
haja o aumento da dose/concentração de um 
agonista, se houver um antagonista não 
competitivo atuando, este irá impedir a 
ativação do receptor por outro sítio -> ou seja, 
aumentar a concentração do agonista não vai 
ser o suficiente para restabelecer o efeito do 
agonista sozinho 
 
❏ Em verde no gráfico -> relacionado ao 
antagonismo competitivo 
❏ existem 4 curvas diferentes em sigmóide -> a 
primeira (verde mais escuro) representa o 
efeito do agonista isolado (mostra efeito 
máximo de 100%, uma vez que estamos 
comparando só um fármaco neste gráfico) 
❏ se adicionar agonista na presença de um 
antagonista competitivo, a curva acaba se 
deslocando para direita, ou seja, a curva 
relacionada a adição de um antagonista 
competitivo (representado por I) mantém o 
efeito máximo do agonista, porém diminui a 
sua potência, uma vez que aconteceu o 
deslocamento da curva do agonista isolado 
❏ isso acontece porque ao aumentar a 
concentração do agonista, a probabilidade 
dele se ligar ao receptor aumenta, mesmo com 
a presença do antagonista competitivo, o que 
dá vantagem ao agonista sobre o antagonista 
e permite que ele exerça seu efeito máximo, 
porém, necessitando de concentrações 
maiores para isso -> como são necessárias 
maiores concentrações para atingir a mesma 
resposta, é como se estivesse reduzindo a 
potência do agonista ao adicionar o 
antagonista competitivo 
❏ Resumindo: com maior adição de um 
antagonista -> EC50 fica menor -> potência do 
agonista diminui 
❏ OBS.: a curva observada para um antagonista 
competitivo é a mesma para um antagonista 
reversível  
❏ a curva mais alta é a curva do agonista 
sozinho (ele atinge o efeito de 
100%) -> conforme há a adição 
de antagonista não 
competitivo, ocorre a 
diminuição do efeito máximo 
❏ isso acontece porque o 
antagonista não competitivo 
não interage com o mesmo 
sítio de ligação do agonista, ou 
seja, independentemente de 
aumentar a dose do agonista, caso esse 
antagonista não competitivo esteja presente, 
ocorrerá uma redução da eficácia 
❏ mesmo aumentando a dose do agonista, não 
será mais possível atingir o mesmo efeito 
máximo de antes, uma vez que esse 
antagonista não competitivo ou está se 
ligando a outro sítio desse receptor ou está 
bloqueando cascatas intracelulares (esses 
fatores impedem a ativação constitutiva dos 
receptores) 
❏ de acordo com que aumenta a dose do 
antagonista não competitivo, cada vez mais o 
efeito máximo do agonista vai diminuindo 
(pode chegar a um nível em que esse efeito 
seja zero) 
❏ OBS.: esse padrão de curva também vai estar 
presente nos antagonistas que tem o tipo de 
ligação irreversível  
 
● Tipo de ligação: diz respeito a forma com a qual o 
antagonista vai interagir com o receptor, seja essa 
ligação reversível/transitória (permite a interação 
subsequente do sítio ativo ocupado com outro ligante) ou 
irreversível (quando ocorre ligação covalente -> acaba 
com a chance de uma interação subsequente do sítio 
ativo ocupado com outro ligante) 
❏ Uma ligação pseudoirreversível 
seria, então, uma ligação que 
normalmente não é covalente, mas que é 
tão forte que pode ser mantida por 
horas, dias ou semanas -> é quase como 
se fosse irreversível, por isso é 
pseudoirreversível   
❏ sendo assim, os antagonistas podem ser 
classificados: 
A) competitivo reversível 
B) competitivo irreversível 
C) não competitivo reversível 
D) não competitivo irreversível  
❏ o perfil de curva de um agonista frente à 
adição de um antagonista segue o mesmo 
padrão das curvas supracitadas 
❏ quando se tem um antagonista reversível (ou 
seja, que pode ligar e 
desligar do 
receptor), ocorre um 
deslocamento da 
curva do agonista 
para a direita 
conforme há o 
aumento da dose do 
antagonista, sendo 
que, nesse caso, o 
efeito máximo 
sempre é alcançado, entretanto, de acordo 
com o aumento da dose do antagonista, 
ocorre uma diminuição da potência do 
agonista -> ou seja, o EFEITO APARENTE do 
ANTAGONISTA REVERSÍVEL é de DIMINUIÇÃO 
da POTÊNCIA do AGONISTA 
 
❏ quando se tem um antagonista competitivo 
irreversível ou 
um antagonista 
não-competitivo, 
ocorre um 
achatamento da 
curva.  
❏ A curva do 
agonista está 
em violeta 
(apresenta efeito 
máximo) 
❏ Com a 
presença do antagonista competitivo 
irreversível ou um antagonista 
não-competitivo, acontece uma queda da 
eficácia, pois mesmo aumentando a dose do 
agonista, não é possível chegar ao mesmo 
efeito máximo (pode acontecer de zerar o 
efeito do agonista) 
 
- Antagonistas reduzem igualmente o efeito de 
qualquer agonista, seja agonista total, parcial ou 
inverso 
● ex.: antagonista competitivo reversível. 
❏ no gráfico, o AGONISTA está em dose 
CONSTANTE, o que 
está variando é a 
dose do 
antagonista 
❏ o eixo y indica 
a alteração do nível 
de ativação dos 
receptores (%) e o 
eixo X indica a 
concentração do 
antagonista 
❏ a curva em 
vermelho mostra o 
antagonista 
sozinho. Ela revela 
que mesmo 
alterando a dose do antagonista, o nível de 
ativação do receptor não muda, uma vez que 
o antagonista sozinho é neutro (não apresenta 
efeito, desde que esteja sozinho)  
❏ a curva de cima (azul com quadradinhos) 
mostra o agonista em doses constantes e o 
antagonista variando sua concentração -> de 
acordo com que aumenta a concentração do 
antagonista, menos receptores são ativados 
pelo agonista 
❏ a curva debaixo (azul com bolinhas) mostra um 
agonista inverso (tem efeito negativo, ou seja, 
efeito de inativar os receptores) na presença 
do antagonista -> de acordo com que aumenta 
a concentração do antagonista, menos 
receptores são inativados pelo antagonista 
inverso, ou seja, haverá mais receptores 
ativos, o que mostra a redução do efeito (de 
inativação de receptores) do agonista inverso 
❏ o gráfico 
apresenta no eixo 
y a alteração do 
nível de ativação 
dos receptores e 
no eixo x a 
concentração do 
agonista 
❏ na curva de 
cima (vermelha 
com 
quadradinhos), há 
a representação 
do agonista total 
(de acordo com 
que aumenta a 
dose do agonista, 
aumenta o efeito, até chegar ao efeito máximo 
de 100%) 
❏ se ocorre a adição de um antagonista 
competitivo reversível em uma dose fixa do 
agonista, acontece um deslocamento da curva 
para a direita (curva em azul com 
quadradinhos) -> ou seja, o antagonista 
diminuiu a potência aparente desse agonista  
❏ na parte inferior do gráfico há a presença de 
um agonista inverso (curva vermelha debaixo 
com bolinhas) -> com doses crescentes do 
agonista inverso -> efeito máximo (Emáx de 
inibir a ativação constitutiva dos receptores) 
❏ se adicionar um antagonista competitivo 
reversívelno antagonista inverso -> ocorre o 
deslocamento da curva para a direita (curva 
em azul com bolinha) -> redução da potência 
aparente do agonista inverso  
- Agonista parcial atua como antagonista na 
presença de um agonista pleno/total 
● geralmente o agonista parcial/dual tem o 
mesmo sítio receptor do agonista total/pleno 
● então, se estiverem juntos, o agonista 
parcial/dual vai atuar como um antagonista 
competitivo reversível do agonista pleno/total 
 
❏ o eixo y 
indica a ligação 
dos agonistas 
ao sítio 
receptor 
(ocupação de 
receptor). Já o 
eixo x indica a 
concentração 
do agonista parcial -> o gráfico mostra a 
competição pelo sítio de ligação do receptor 
❏ inicialmente, quando há só o agonista total, a 
ocupação dos receptores é de 100% do que 
esse agonista é capaz 
❏ de acordo com o que vai aumentando a 
concentração do agonista parcial, vai 
acontecendo o aumento da ocupação do 
receptor pelo agonista parcial -> ao mesmo 
tempo, a ocupação do receptor pelo agonista 
total vai caindo  
❏ chega um momento que a ocupação do 
receptor pelo agonista parcial vai a 100%, 
enquanto que pelo agonista total vai a 0% 
 
❏ esse é um 
gráfico de dose x 
efeito/resposta  
❏ o eixo y 
representa a 
resposta, já o eixo x 
representa a concentração do agonista 
parcial 
❏ ele tem 3 curvas, sendo: eficácia do agonista 
parcial representada pela curva com 
quadrados brancos; a eficácia do agonista 
total representada pela curva com quadrados 
azuis; e a eficácia somada dos dois 
componentes representada pela curva com 
triângulos azuis   
❏ se só tivesse adicionando um agonista parcial 
-> efeito submáximo (curva com quadrado 
branco) 
❏ Se tivesse só agonista total, teria o efeito de 
100%. De acordo com que vai adicionando 
antagonista, o efeito vai diminuindo até 
chegar a zero (curva com quadrado azul) 
❏ embora o agonista parcial/dual esteja 
atuando como antagonista, ele não consegue 
fazer o efeito do agonista total chegar a zero 
(curva com triângulo azul) -> isso acontece 
porque ele também tem um efeito/atividade 
intrínseca (apesar desse efeito ser menor que 
o do agonista pleno/total) 
❏ ou seja, embora a quantidade de agonista 
parcial vá aumentando até chegar a 100% de 
ocupação dos receptores, a menor queda 
possível de eficácia/resposta que pode 
acontecer vai estar relacionada a maior 
resposta máxima do agonista parcial  
❏ resumindo: vai acontecer a redução da 
eficácia do agonista total, mas a menor 
resposta possível vai ser a resposta máxima 
do agonista parcial/dual, pois este por si só já 
possui atividade intrínseca  
  
Um alvo tem apenas um sítio receptor? 
- Não, existem múltiplos sítios receptores com ligantes 
próprios. Esses sítios podem ser chamados de: 
● Sítio ortostérico (orto - tradicional): onde se liga o ligante 
endógeno natural daquele alvo ou o mesmo local que o do 
ligante/fármaco em questão  
● Sítio alostérico (alo - diferente): todo sítio que não é o 
ortostérico.  
❏ nesse esquema, em vermelho está o sítio 
ortostérico e em verde o ortostérico. O ligante 
ortostérico vai atuar no sítio ortostérico, 
enquanto que um ligante alostérico vai atuar 
no sítio alostérico 
❏ outra coisa importante de analisar nessa 
imagem é que a primeira (esquerda) mostra, 
por exemplo, um agonista atuando no sítio 
ortostérico e um antagonista não competitivo 
atuando no sítio alostérico. Já a segunda 
imagem (direita) mostra um agonista e um 
antagonista competitivo atuando no sítio 
ortostérico 
- Moduladores alostéricos favorecem algumas 
conformações 
● Embora existam vários sítios de ligação nos 
receptores, em geral o sítio ortostérico é o que 
comanda o receptor de modo significativo (é o 
sítio principal).  
● Já os outros sítios têm uma função coadjuvante, 
pois não são capazes de causar um efeito por si 
só (eles não mudam o perfil de ativação do 
receptor sozinhos) e quando causam algum 
efeito, esse efeito é muito baixo. O que eles 
conseguem fazer é facilitar/favorecer algumas 
conformações desses 
receptores 
(lembrando que os 
receptores são 
multiconformacionais, 
não são estáticos, 
porém apresentam 
uma conformação 
mais predominante 
que outras). Ou seja, 
eles vão interagir com as conformações 
predominantes, favorecendo outros tipos de 
conformações -> ele altera a distribuição natural 
de conformações possíveis de receptores 
❏ Se for comparar a conformação vermelha 
com a preta, é possível observar uma série de 
diferenças estruturais, o que muda a 
afinidade por um agonista, por exemplo, 
alterando, assim, a quantidade de receptores 
ativos. 
● os moduladores alostéricos podem apresentar 
perfil de agonista alostérico: ele é um agonista 
(favorece o estado de ativação do receptor), mas 
é alostérico porque atua em outro sítio sem ser o 
ortostérico -> ele faz isso favorecendo 
conformações que aumentam a afinidade do 
receptor pelo agonista ortostérico -> ou seja, ele 
por si só não exerce efeito, mas ele favorece 
conformações que tem capacidade maior de 
interagir com o ligante/agonista, aumentando as 
chances de o agonista se ligar e ter efeito 
● Inibidor alostérico ou antagonista alostérico é 
aquele que favorece conformações com menor 
afinidade ao agonista tradicional/ortostérico, ou 
seja, vai dificultar a interação e efetividade 
desse agonista -> pode ser visto como um 
antagonista não competitivo, pois ele impede o 
efeito do agonista pelo sítio alostérico 
❏ esse gráfico mostra o perfil “nativo” de 
conformações dos receptores  
❏ cada barra cinza 
representa a conformação de um 
tipo de receptor e a altura 
representa a frequência natural 
com a qual essas conformações 
são mantidas no organismo 
   
❏ ao adicionar um modulador alostérico há a 
possibilidade dele interagir e facilitar alguma 
dessas conformações, alterando o perfil 
nativo de conformações  
❏ no gráfico B, por 
exemplo, duas das 
conformações se tornaram 
bem mais frequentes 
(barras em preto) -> 
consequentemente, as 
outras conformações 
diminuíram a sua 
frequência 
❏ ou seja, o modulador 
alostérico altera de 
maneira artificial a 
frequência natural de 
ocorrência das conformações possíveis   
❏ o gráfico C mostra uma 
mudança no perfil de curva que 
favorece algumas conformações em 
especial, mas não todas (antes o 
perfil de curva era mais distribuído, 
agora esse perfil favorece muito mais 
umas a outras) 
 
 
 
 
- Interação entre moduladores alostéricos e outros 
ligantes, como agonista ortostérico 
 
● na imagem 
tem um sítio com 
ligação de A, que 
seria o sítio 
ortostérico 
● o sítio da 
lateral seria o 
sítio alostérico (o 
I pode ser um 
inibidor 
alostérico e o P 
pode ser um 
potencializador alostérico/agonista 
alostérico) 
● quando há a possibilidade de interação de um 
inibidor alostérico com um agonista 
ortostérico, o perfil encontrado na curva do 
agonista vai ser o do primeiro gráfico(C).  
❏ A primeira curva do gráfico 1 representa 
esse agonista ortostérico sozinho 
❏ com a adição de um inibidor alostérico, 
ou seja, um antagonista não competitivo, 
acontece um achatamento da curva, que 
representa, mesmo com o aumento da 
dose do agonista, uma redução clara da 
eficácia, já que não existe competição 
entre o inibidor e o agonista pelo sítio. 
Isso faz com que, independentemente da 
concentração do agonista, o seu efeito 
diminua, bem como a sua eficácia 
❏ além disso, também pode acontecer a 
diminuição da potência, uma vez que 
conforme a curva vá sendo achatada 
(por conta das doses crescentes do 
inibidor alostérico), a dose que causa 
50% do efeito do agonista (EC50) vai 
aumentando 
❏ resumindo: quando o modulador 
alostérico atua como um inibidor 
alostérico, ele vai causar a diminuição 
da eficácia e da potência do agonista 
ortostérico  
● quando há a possibilidade de interação de um 
inibidor alostérico com um agonista 
alostérico, o perfil de curva encontrado vai ser 
o do gráfico D.  
❏ em preto é o agonista ortostérico 
sozinho 
❏ em vermelho é quando se adicionaum 
modulador alostérico que favorece 
conformações que aumentam a 
afinidade do receptor pelo agonista 
ortostérico -> ocorre, então, um aumento 
da potência e da eficácia 
❏ exemplo: benzodiazepínicos (rivotril, 
alprazolam, medicamentos que são 
usados como sedativos, ansiolíticos) -> 
não ativam canal GABAa sozinhos -> os 
benzodiazepínicos aumentam a chance 
do GABA se ligar ao GABAa de maneira 
eficiente, o que aumenta a potência e a 
eficácia da transmissão gabaérgica 
normal (se estiverem sozinhos, sem o 
GABA, eles não têm efeito nenhum -> se 
colocar benzodiazepínicos em células 
nervosas in vitro na ausência de GABA, 
eles não vão apresentar efeito nenhum) 
 
 
Receptores “de reserva” 
- receptores de reserva: temos muito mais receptores do que o 
necessário para causar uma resposta rápida -> o organismo 
prefere produzir muitos receptores (unidades mais 
duradouras) do que muita quantidade de transmissor 
(unidades menos duradouras), pois assim há um menor 
gasto de energia para se obter um efeito máximo 
- A ocupação de receptores para gerar Emáx é submáxima: 
como tem muito mais receptores que o necessário para se 
obter um efeito máximo, nem todos precisam ser ocupados, 
ou seja, esses receptores que não são ocupados são os 
chamados receptores de reserva (estão ali só para garantir 
uma maior sensibilidade do organismo) -> Grande densidade 
de receptores garante alta sensibilidade. 
● A consequência disso é 
que o antagonista Irreversível 
nem sempre vai causar o 
achatamento da curva 
● Cada uma das curvas 
representa o agonista na 
presença de doses diferentes 
de um antagonista Irreversível, 
sendo que a curva A 
representa somente o agonista 
● usando uma dose x do 
antagonista Irreversível, 
tem-se a curva B. Na teoria, 
deveria ter ocorrido um achatamento da curva B, 
entretanto, esse sistema de transmissão possui 
receptores de reserva, ou seja, mesmo que o 
antagonista irreversível se ligue a alguns receptores, 
ainda vão haver receptores reservas que podem ser 
usados pelo agonista 
● Na curva C há um aumento da dose do antagonista 
irreversível, entretanto como ainda há a presença de 
receptores reservas o agonista ainda consegue 
atingir o efeito máximo 
● o gráfico começa a sofrer achatamento somente 
quando acontece uma ocupação significativa dos 
receptores pelos antagonistas irreversíveis, como 
apresentado na curva D. Nesta curva, a maior parte 
dos receptores estão ocupados pelo antagonista 
Irreversível (o que diminui muito a probabilidade do 
agonista se ligar ao receptor), tendo como resultado 
a necessidade de uma concentração muito maior do 
agonista para atingir um efeito significativo, sendo 
este um efeito submáximo  
● na curva E houve uma ocupação muito maior dos 
receptores pelo antagonista Irreversível, o que 
causou uma diminuição muito grande da eficácia, 
uma vez que a quantidade de receptores disponíveis 
não são mais suficientes para desencadear a 
resposta máxima 
● resumindo: Em um sistema com receptor de 
reserva um antagonista irreversível pode 
alterar a curva de um agonista de uma forma 
mista, parecendo inicialmente um 
antagonista competitivo, mas mostrando, 
posteriormente, que ele é um antagonista 
Irreversível ou não competitivo 
 
Perfil de eficácia em 
populações 
- Para determinar se um fármaco tem efeito, qual a 
dose necessária para ter esse efeito, são 
realizados estudos pré-clínicos 
 
❏ No 
gráfico há 
uma 
correlação 
entre a 
concentração 
do fármaco no 
plasma e a 
porcentagem 
de pacientes 
que obtiveram 
efeito 
terapêutico 
❏ é encontrado, então, nos testes clínicos a 
dose necessária para ser administrada no 
paciente que vai proporcionar uma 
concentração do fármaco no plasma 
necessária para se ter uma resposta 
terapêutica adequada. O ideal é que mais de 
50% (número genérico) das pessoas que 
utilizaram o fármaco tenham efeito 
● A dose mínima eficaz é a responsável por 
causar resposta terapêutica em pelo menos 
50% das pessoas 
● aumento da concentração do fármaco no 
plasma -> um número maior de pessoas vão 
responder ao fármaco, pois existem pessoas 
que apresentam variações individuais e, por 
isso, são mais resistentes a esse efeito 
● o aumento da concentração do fármaco no 
plasma -> surgimento de efeitos indesejados -> 
passa a ser interessante não atingir essa 
concentração plasmática, o que define a dose 
máxima tolerada 
● A concentração plasmática compreendida 
entre os valores da dose mínima eficaz 
(mínima para ter uma resposta terapêutica) e 
da dose máxima tolerada (tem o objetivo de 
evitar efeitos indesejados muito sérios) 
corresponde à janela terapêutica 
● Índice terapêutico é um valor relacionado a 
amplitude da janela terapêutica. Em geral, 
quanto mais larga a janela terapêutica, maior 
é o índice terapêutico 
● Quanto maior o índice terapêutico, mais 
seguro é o fármaco, pois a diferença entre a 
dose mínima eficaz e a dose máxima tolerada 
é grande, então mesmo que o paciente tenha 
variações cinéticas ou erre a dose, ele vai 
estar exposto a um baixo risco de efeitos 
indesejados  
● relaciona dose do 
fármaco administrada e a 
porcentagem de indivíduos que 
responderam 
● o fenobarbitúrico 
(gardenal) é sedativo 
● a primeira curva (azul) 
mostra que de acordo com que 
se aumenta a dose, uma maior 
porcentagem de pessoas 
respondem ao fármaco, tendo 
efeito de hipnose 
● no momento em que se atinge o efeito máximo, 
também começam a aparecer efeitos 
indesejados (morte), representado pela curva 
verde 
● a partir daí, quanto mais se aumenta a dose, 
mais efeitos indesejados acontecem (morte) 
● DE50/ED50: dose que produz efeito 
terapêutico em 50% das pessoas  
● DT50/TD50: dose que produz efeito tóxico em 
50% das pessoas  
● DL50/LD50: dose letal para 50% das pessoas 
 
Interações de mecanismos de 
fármacos 
- Sinergismo (efeitos combinados): interação de 
mecanismo de ação de fármacos diferentes gera 
efeito combinado  
● Aditivo ​: quando ocorre a soma do efeito 
terapêutico de dois fármacos (em geral, 
porque eles têm mecanismo de ação 
parecido ou atuando em uma mesma via) 
-> permite o uso em menor quantidade de 
cada um deles, o que diminui os efeitos 
indesejados -> efeito terapêutico deles é 
somado em efeito pleno​ (1+1=2).​ Exemplo: 
Migrainex 
 
● Supra-aditivo ​: quando o efeito terapêutico 
final é maior que a simples soma do efeito 
terapêutico individual de cada fármaco -> isso 
funciona muito bem em fármacos que têm 
mecanismo ou via de ação muito distintos -> 
soma do efeito terapêutico ​(1+1=3).  
❏ Exemplo: Tylex -> tem paracetamol (anti 
inflamatório não esteroidal, é um 
analgésico) + codeína (opioide) -> efeito 
supra-aditivo 
❏ Captopril (anti hipertensivo, reduz 
vasoconstrição) + hidroclorotiazida 
(diurético, reduz volume sanguíneo) -> 
efeito supra-aditivo 
❏ Clavulin: amoxicilina (antibiótico) + ácido 
clavulânico ou clavulanato de potássio 
(inibidor da enzima que degrada 
amoxicilina) -> 
usar só o 
ácido 
clavulânico 
causa efeito 
antibacteriano 
igual a zero, 
porém usá-lo 
junto à 
amoxicilina (se 
for usada 
sozinha em 
bactéria 
resistente, também não apresenta efeito) 
-> resgata efeito antibiótico em 
bactérias que eram resistentes ​(0+0=1) 
 
- Antagonismo: efeitos “que se anulam” (pensando 
efeito, não em interação de receptor) 
1) Físico-químico:​ quando 2 substâncias 
interagem entre si e 
impedem a absorção do 
fármaco (entre fármacos 
e/ou nutrientes). Exemplo: 
tetraciclina + leite = quelato 
(não é absorvido); sulfato 
ferroso + meio básico = 
menor absorção 
 
2) Farmacocinético ​(termo mais correto não é 
antagonismo farmacocinético, mas sim 
interação farmacocinética): substâncias que 
aumentam o metabolismo 
e a excreção de outras 
substâncias. Exemplo: 
fenitoína 
(anticonvulsivante) -> induz 
a expressão de enzimas 
hepáticas; furosemida 
(diurético) -> aumenta 
volume de diurese -> 
potencializa a excreção de 
várias substâncias  
 
3) Fisiológico​ (funcional):quando as duas 
substâncias utilizadas têm mecanismos que se 
contrapõem, ou seja, elas podem não interagir 
entre si, mas elas causam reações fisiológicas 
que são contraditórias 
- Exemplo: ACh + adrenalina; histamina + 
noradrenalina... 
4) Receptores ​: antagonismo propriamente dito 
(competição) -> antagonismo pensando em 
interação com alvo/ competição ou 
não-competição por alvo 
- Exemplo: histamina + clorfeniramina; 
ACh + atropina; propranolol + 
adrenalina; prazosin + noradrenalina  
5) Por adaptação​: tolerância -> contrabalanço 
homeostático que tende a se contrapor ao 
efeito do fármaco. Ex.: diuréticos -> se há 
utilização constante de diurético, o organismo 
começa a reter mais água para 
contrabalancear essa perda frequente; 
benzodiazepínicos -> dão sono, então, para 
contrabalancear (se tiver o uso frequente), o 
organismo começa a produzir mais 
substâncias que tem a função de deixar mais 
em estado de alerta. 
 
O que há de “mais novo” em 
receptores 
- Agonistas tendenciosos (enviesados)​: são aqueles 
que interagem com um alvo e conseguem fazer 
com que este alvo prefira recrutar uma via 
intracelular específica das várias possíveis 
● convencional: fármacos diferentes podem se 
ligar em conformações diferentes e 
desencadear as mesmas respostas 
● tendenciosos: fármacos que conseguem 
preferir uma conformação do receptor que é 
capaz de induzir apenas uma resposta das 
várias possíveis -> eficácia colateral 
(possibilidade de ter eficácia em uma via e não 
em outra) 
- Antagonistas permissivos (enviesados) ​: eles 
impedem seletivamente que algumas vias 
sejam recrutadas. Em geral, esses agonistas 
são alostéricos, então eles fazem a 
modulação de sítios alostéricos e permite que 
o receptor ainda seja ativado/ligado pelos 
agonistas. 
 
● convencionais: impede a produção de todas 
as respostas possíveis 
● permissivos: interage com o alvo e impede o 
recrutamento de apenas algumas respostas 
celulares, mas não todas 
Modelo ‘chave-fechadura’ 
- Modelo didático, simplista e pouco condizente 
com a realidade 
● NA VERDADE, a fechadura “abre sozinha” 
de vez em quando 
● Uma chave poderia abrir a fechadura de 
várias formas 
● pode haver uma chave tetra que impede 
a abertura da porta mesmo que a 
fechadura esteja aberta 
Conceito “engessados” 
- “Verdades” controversas para não “engolir” sem 
pensar antes 
● Um receptor sempre é ativado da mesma maneira 
● A potência é proporcional à ocupação de 
receptores (ela depende da afinidade e da 
eficácia/ atividade intrínseca) 
● A eficácia só depende da interação com o receptor 
(vias intracelulares podem ser amplificadas ou 
inibidas; se só dependesse da interação com o 
receptor, então o antagonista também seria eficaz) 
● Afinidade e eficácia caminham juntas (existem 
agonistas totais que tem uma baixíssima atividade, 
agonistas parciais que tem uma afinidade 
altíssima e tem agonistas com muita afinidade) 
● Os antagonistas (puros -> aquele que se liga e não 
faz nada, exceto quando se contrapõe ao efeito de 
agonistas) são muito comuns -> vários fármacos 
que eram classificados como antagonistas hoje 
são classificados como agonistas inversos

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