de ar admitido pelo método analítico); • O tempo necessário para realizar cada medição com o instrumento de leitura direta; • O tipo de valor de referência para ambientes de trabalho (VRAT) que está sendo ava- liado (média ponderada no tempo para 08h; curta duração – 15min; ou valor teto); • O objetivo da avaliação (ex.: conhecer o perfil da exposição; verificar a eficiência de medidas de controle adotadas etc.) (BRASIL, 2018). Quantidade mínima de resultados Como é inviável monitorar as condições de trabalho diariamente, é necessário reali- zar um número mínimo de medições cujos resultados sejam representativos da exposi- ção avaliada. Para a American Industrial Hygiene Association (AIHA), uma estimativa válida do perfil de exposição é obtida a partir de seis a dez resultados. A partir daí, no Brasil, o número mínimo de resultados (n) necessários para o julgamento da exposição ou da contaminação dos ambientes de trabalho é de seis (n ≥ 6) (BRASIL, 2018). 9 UNIDADE Avaliação Quantitativa de Riscos Químicos Amostra ou coleta pessoal A amostra ou coleta pessoal é uma amostra de ar coletada com o equipamento po- sicionado na zona respiratória do trabalhador (Figura 1). O resultado obtido representa uma estimativa da exposição via inalação. Nos casos onde o trabalhador se movimen- ta nos locais de trabalho, os resultados podem não refletir a contaminação do local (BRASIL, 2018). Figura 1 – Coleta de amostra pessoal Fonte: BRASIL, 2018 Amostra ou coleta estacionária A amostra ou coleta estacionária é realizada em um ponto fixo do local avaliado. O dispositivo geralmente é posicionado à altura média da zona respiratória, a 1,60m do chão (Figura 2) (BRASIL, 2018). Figura 2 – Coleta de amostra estacionária Fonte: BRASIL, 2018 10 11 A amostra ou medição pessoal pode ser considerada estacionária quando o trabalha- dor permanece parado no ponto de medição, durante todo o período de coleta. A amos- tra ou medição estacionária é a mais apropriada para avaliar as condições ambientais. Os pontos de coleta de amostras ou medições estacionárias devem ser determinados considerando o número e localização das fontes do agente químico, direção dos ventos, zonas ou locais de trabalho e arranjo físico do local (BRASIL, 2018). Amostras por duração As amostras podem ser classificadas em amostra única, amostras consecutivas, amostras consecutivas em período parcial e amostras aleatórias, conforme sua duração (Figura 3). O Quadro 1 resume algumas das características de cada tipo de amostra. PROCEDIMENTO DE ANÁLISE DE DADOS PARA A UTILIZADO HORAS APÓS INÍCIO DO TURNO TI PO D E A M OS TR A 0 1 2 3 4 5 6 7 8 A B A B C PERÍODO COMPLETO AMOSTRA ÚNICA A A B C D A B C D E (ALEATÓRIA) AMOSTRAS ALEATÓRIAS A B AMOSTRAS CONSECUTIVAS EM PERÍODO PARCIAL A B A B A B C PERÍODO COMPLETO AMOSTRA CONSECUTIVAS Figura 3 – Quadro de referência dos tipos de medições de exposição que poderiam ser tomadas para um padrão de exposição média de 08 horas Fonte: NIOSH, 1977 11 UNIDADE Avaliação Quantitativa de Riscos Químicos Quadro 1 – Características das amostras Amostra Características Única · Menor custo; · Menos incômodo para o trabalhador; · Não registra variações de concentração; · Pode saturar o amostrador. Consecutiva · Úteis em casos com atividades variadas; · Permite avaliar variações de concentração; · Reduz o risco de saturação do amostrador; · Maior custo; · Mais incômodo para o trabalhador. Período parcial · Pode ser única ou consecutiva; · Deve registrar, no mínimo, 70% do período de avaliação; · Deve-se atentar à representatividade da amostra. Aleatória · Utilizada para avaliações de exposições de curta duração; · Deve ser realizada na pior condição de trabalho; · Pode ser única ou consecutiva de amostras instantâneas. Fonte: Adaptado de BRASIL, 2018 Critérios NIOSH e AIHA para grupos de trabalhadores Na seleção de quais trabalhadores serão avaliados, pode-se utilizar os critérios do Instituto Nacional de Saúde e Segurança Ocupacional (National Institute for Occupational Safetyand Health – NIOSH) ou da Associação Americana de Higiene Industrial (American Industrial Hygiene Association – AIHA). O NIOSH propõe que o trabalhador mais exposto ou de maior risco seja avaliado, ainda que dentro de um grupo homogêneo de exposição. Já a AIHA propõe que o grupo de trabalhadores deve ser o mais similar possível, inclusive quanto ao perfil de exposição. Logo, caso sejam identificados trabalhadores de funções ou cargos idênticos, mas visivelmente identificados como mais expostos, estes devem ser separados dos demais (BRASIL, 2018). Saiba mais sobre as aplicações de cada tipo de amostra e sobre os critérios NIOSH e AIHA para grupo de trabalhadores no Guia Técnico sobre Estratégia de Amostragem da Funda- centro, páginas 45-65, disponível em: http://bit.ly/2wh019w Avaliação inicial As avaliações iniciais devem contemplar, obrigatoriamente, os locais de trabalho, as situações e os grupos de exposição classificados como críticos. As avaliações devem ser realizadas nos dias de exposição efetiva ou mais críticos (BRASIL, 2018). Distribuição de amostras no tempo Não existe uma regra para distribuição das amostras no período de avaliação. A dis- tribuição deve ser definida considerando as características do processo analisado (contí- nuo ou intermitente), características das atividades realizadas (repetitiva ou concentrada 12 13 em determinado momento), objetivos da avaliação, quantidade de jornadas a serem ava- liadas e se há dispersão das concentrações do agente químico ao longo do período. A escolha das jornadas de trabalho a serem avaliadas devem ser aleatórias, sendo excluídos os dias atípicos ou não representativos da condição que se deseja avaliar (BRASIL, 2018). Equipamentos de Medição Os equipamentos de medição utilizados para a avaliação de riscos químicos são co- nhecidos por “bombas de amostragem”. Trata-se de um instrumento portátil e leve, que utiliza bateria recarregável, onde se ajusta a vazão definida pelo método analítico. As bombas de amostragem devem ser intrinsecamente seguras e possuir um sistema automático de controle de vazão com capacidade para mantê-la constante, dentro de um intervalo de ±5%, durante o tempo de coleta (BRASIL, 2018). As figuras a seguir mostram um modelo de bomba de amostragem – Gillian BDX-II. • Bomba de amostragem Gillian BDX-II: http://bit.ly/2Q8mgYa • Posicionamento da bomba de amostragem Gillian BDX-II: http://bit.ly/2Q8CwbC Saiba mais sobre o funcionamento da bomba Gillian BDX-II em: http://bit.ly/2wekewr Metodologia Analítica A metodologia analítica é composta pelos procedimentos de coleta, medição e análises laboratoriais. Alguns conceitos devem ser esclarecidos para compreensão da metodologia. • Volume amostrado [m³], conforme equação 1: V = Q × T (Eq. 1) Sendo Q a vazão [m³/min] e T o tempo de amostragem [min]. Obs.: Se a vazão Q da bomba for dada em litros por minuto, deve-se proceder a conversão de unidades através da equação 2. 1.000 Q xTV = (Eq. 2) 13 UNIDADE Avaliação Quantitativa de Riscos Químicos • Concentração [mg/m³], conforme equação 3: mC V = (Eq. 3) Sendo m a massa da amostra [mg] e V o volume amostrado [m³]. • Concentração ppm, conforme equação 4: 3 3 3 3 1 11 1 1.000.000 cm cmppm m cm = = (Eq. 4) • Conversão de unidades mg/m³ para ppm (equação 5) e de ppm para mg/m³ (equação 6): 324,45 /x mg m ppm PM é ùê úë û= (Eq. 5) [ ] 3 24,45 ppm x PMmg m = (Eq. 6) Sendo PM o peso molecular da substância em questão. • Brief & Scala: os limites de tolerância brasileiros são referentes à exposição de 48 horas semanais. Caso sejam utilizados os limites de exposição ocupacional da American Conference of Governmental Industrial Higyenists (ACGIH), baseados na exposição de 40 horas semanais, estes devem ser corrigidos através do fator de redução (FR) Brief & Scala exposto na equação 7. Após determinar FR, o limite de tolerância reduzido