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Auxiliar Pedagógico
1 Educação Brasileira
1.1 O que é educação
Educação é uma palavra muito utilizada por todos nós, não é mesmo? Segundo Brandão (1986, p.07), “Ninguém escapa da educação”. Em casa, na rua, na igreja ou na escola, todos nós a envolvemos a cada instante, em trechos da vida: para aprender, para ensinar, para saber, para fazer ou para conviver, todos os dias misturamos a vida com a educação. Já que sempre temos alguma coisa a dizer sobre ela, vamos agora compreender um pouco mais sobre o conceito de educação.
A educação é um fenômeno complexo da existência humana, o que a leva a ter também diferentes definições, compreensões ou explicações. Libâneo (1998) a define como o conjunto das ações, processos, influências, estruturas, que intervêm no desenvolvimento humano de indivíduos e grupos na sua relação ativa com o meio natural e social, num determinado contexto de relações entre grupos e classes sociais. Um exemplo claro disso é a língua. Aprendemos a falar uma língua, que no caso brasileiro é o retrato de seu povo com sua cultura e tradições.
Para Marques (1996, p. 14), a educação se cumpre num diálogo de saberes, não em simples troca de informações, nem em mero assentimento acrítico a proposições alheias, mas na busca do entendimento compartilhado entre todos os que participam da mesma comunidade de vida, de trabalho, de uma comunidade discursiva de argumentação. Essa definição leva-nos à compreensão de que a educação pode, também, ser definida como a molamestra da sociedade, na qual o ato de ensinar está sempre em constantes mudanças.
Percebemos, portanto, que a escola não é o único lugar onde ela ocorre e muito menos o professor é seu único agente. Existem diversas educações e cada uma atende a sociedade em que ocorre, pois é a forma de reprodução dos saberes que compõe uma cultura, portanto, a educação de uma sociedade tem identidade própria, sua própria cultura. Exemplo: sociedades indígenas.
Vamos entender agora a diferença entre cultura e educação.
Cultura é inerente aos padrões de comportamentos, crenças, instituições, e conhecimentos transmitidos coletivamente e devem ser típicos de uma época, de uma região ou até mesmo de uma civilização. Podemos exemplificar citando novamente as culturas indígenas, cujos hábitos, os costumes e crenças são diferentes da cultura dos não-indígenas.
A educação é um processo de desenvolvimento da capacidade física, da capacidade intelectual e moral do ser humano. Portanto é um conjunto de valores, transmitidos ao indivíduo de forma específica pela família, em primeira mão, e em seguida complementada por instrutores específicos. Seu conteúdo passa do geral para a especialização, podendo ser diferenciada de conformidade com os setores focalizados.
Para Paulo Freire (1999), a concepção de educação está em perceber o homem como um ser autônomo. Esta autonomia está presente na definição de vocação ontológica em ‘ser mais’ que está associada com a capacidade de transformar o mundo. É exatamente aí que o homem se diferencia do animal. Por viver num presente indiferenciado e por não perceber--se como um ser unitário distinto do mundo, o animal não tem história. O homem sim,  você, por exemplo, ao fazer este curso está buscando a transformação de sua própria história.
Freire (1999) traça ainda a concepção de educação problematizadora, na qual o conhecimento não pode advir de um ato de "doação" que o educador faz ao educando, mas sim, por meio de um processo que se realiza no contato do homem com o mundo vivenciado, o qual não é estático, mas dinâmico e em transformação contínua. Por exemplo: o professor solicita aos alunos que tracem um quadro geral sobre as condições de saúde do bairro onde moram. Como está o combate à dengue? Há saneamento? Existe preocupação, por parte das autoridades, em manter postos de saúde para atender à comunidade? A partir dessas problematizações o educador irá trabalhar sobre um projeto para o bairro, ou seja, depois de contextualizar a questão é que buscará a compreensão dos alunos.
Percebemos, portanto, que educação não é apenas o processo de transferir conteúdos acadêmicos, mas todo o conjunto de instruções, disciplinas e práticas que visam preparar a próxima geração para cumprir um ideal mais elevado. 
1.2 A educação brasileira
Esta aula apresenta um panorama da educação brasileira. Vamos discutir questões que envolvem o entendimento da educação como direito; a função social da escola; as formas de organização das etapas e modalidades da educação básica; as diversas esferas do poder  público, suas competências e o regime de colaboração; e os desafios da educação básica no Brasil de hoje.
A Educação como Direito
Educação é um direito ou uma mercadoria?
A educação é um direito de todo cidadão. Sendo assim, para o Estado e para a família é estabelecida uma obrigação: o dever de oferecer e garantir educação a todos.
A atual Constituição Federal determina, no seu artigo 205, que “A educação é direito de todos e dever do Estado e da família [...]”. Mais adiante, o § 1º do art. 208 dá  ao ensino obrigatório e gratuito, agora de 4 a 17 anos, o caráter de direito público e subjetivo. Ele é assim considerado, na medida em que  o seu não oferecimento pelo poder público, ou sua oferta irregular, importa na responsabilização da autoridade competente. Esta é uma conquista da sociedade, mesmo que delimitada e focalizada  apenas para o ensino obrigatório.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), de sua parte, reafirma no Artigo 5º que:
O acesso ao ensino fundamental é direito público subjetivo, podendo qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação comunitária, organização sindical, entidade de classe ou outra legalmente constituída, e, ainda, o Ministério Público acionar o poder público para exigi-lo.
Vale acrescentar que qualquer pessoa ou grupo de pessoas acima mencionados pode acionar o Poder Judiciário e, se for comprovada a negligência do poder público na oferta do ensino obrigatório, a autoridade competente poderá ser imputada de crime de responsabilidade.
Então, se a Constituição Federal e a LDB estabelecem a educação como direito, como podemos compreender e aceitar que ela seja tratada como mercadoria que se compra e vende? Como compreender que a educação seja colocada num balcão de comércio, submetendo  os cidadãos a terem um nível de qualidade diferenciado pela quantidade de dinheiro que possuem?
Todas essas questões nos angustiam e nos fazem refletir sobre o seguinte: se a educação é um direito da cidadania, não podemos aceitar que ela seja tratada como mercadoria e esta mudança de  concepção (de direito para mercadoria) tem sua origem na transposição da lógica econômica para a prática social.
Mais adiante iremos tratar da qualidade da educação e aí poderemos perceber que o sentido de qualidade  também se altera por força desta lógica que, ao ter êxito na empresa e no mundo dos negócios, passa a ser considerada, de forma equivocada, como a lógica que pode  encaminhar e gerar a qualidade da educação.
Para começar a encaminhar esta e outras questões dela decorrentes, precisamos nos perguntar: para que serve a escola?
A Função Social da Escola
Como está organizada a educação escolar no Brasil?
A LDB, em seu Artigo 21, determina que a educação brasileira se organize em dois níveis: educação básica e educação superior.
A educação básica tem por finalidade “desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores”. Assim, pode-se compreender o motivo de sua denominação (educação básica), pois se constitui no alicerce para a construção da cidadania. A educação básica compreende três etapas: educação infantil, ensino fundamental e ensino médio.
A educação infantil, segundo a LDB, em seu artigo 29, como primeira etapa da educação básica, “tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico,  psicológico, intelectual e social, complementando a açãoda família e da comunidade”. Ela se desenvolve em creches ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade; e em pré-escolas, para  as crianças de quatro a cinco anos de idade.
Com a aprovação da Lei nº 11.274/2006, foi estabelecida a ampliação do ensino fundamental de oito para nove anos, a partir dos seis anos de idade. Assim, o ensino fundamental passa a ter duração mínima de nove anos, a partir dos seis anos de idade e objetiva desenvolver a formação básica do cidadão. Sua jornada escolar será de, no mínimo, quatro horas de trabalho efetivo em sala de aula, sendo progressivamente ampliado o período de permanência na escola, visando implantar a jornada de tempo integral, a critério dos sistemas de ensino.
Podem-se agregar à educação básica algumas formas e modalidades diferenciadas de educação para atendimento de especificidades: educação de jovens  e adultos; profissional; do campo; especial; indígena; e de afrodescendentes, entre outras. 
Segundo a LDB, em seu artigo 37,
a educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria.
Já no artigo 39, a LDB diz que “a educação profissional, integrada às diferentes formas de educação, ao trabalho, à ciência e à tecnologia, conduz ao permanente desenvolvimento de aptidões para a vida produtiva”; no artigo 58, “a educação especial ....[é a] oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores  de necessidades especiais”; e a educação do campo está contemplada quando discrimina no artigo 28 que “na oferta de educação básica para a população rural, os sistemas de ensino promoverão as adaptações necessárias à sua adequação e às peculiaridades da vida rural e  de cada região, especialmente”.
Quanto à educação superior, a LDB estabelece no artigo 45 que ela “será ministrada em instituições de ensino superior, públicas ou privadas, com variados graus de abrangência ou especialização”; com  cursos e programas citados no artigo 44: cursos sequenciais; de graduação; de pós-graduação; e de extensão. 
A organização dada na LDB indica formas de viabilização da educação escolar, mas sua concretização ocorre na prática social da educação, dando-lhe sentido e direção.
O Poder Público e as Competências na Educação
Como o poder público se organiza no campo da educação?
A Constituição Federal de 1988, em seu primeiro artigo, estabelece que a República Federativa do Brasil é formada pela união indissolúvel dos estados e municípios e do Distrito Federal. A mesma Constituição garante, em seu artigo 18, a autonomia de cada um desses entes na organização político-administrativa.
Em termos gerais, as competências de cada uma dessas esferas, na área de educação, são delimitadas também pela Constituição Federal, a saber:
1. Compete à União, “elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento econômico e social” (Art. 21 – inciso IX), sendo-lhe privativo legislar sobre diretrizes e bases da educação nacional (Art. 22 – inciso XXIV).
2. É competência comum da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência (Art. 23, inciso II); proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência (Art. 23, inciso V); e estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito (Art. 23, inciso XII).
3. Compete à União, aos estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre educação, cultura, ensino e desporto (Art. 24, inciso IX); proteção e integração social das pessoas portadoras de  defi ciência (Art. 24, inciso XIV). 
O Regime de Colaboração
Como se dá a articulação entre os municípios, os estados, o Distrito Federal e a União?
Garantindo a autonomia constitucional de cada uma das esferas do poder público, a Constituição Federal estabelece no artigo 211 que a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios organizarão seus sistemas de ensino, em regime de colaboração.
A ideia de regime de colaboração indica a necessidade de esses três níveis da Administração Pública estabelecerem articulação colaborativa para o alcance dos objetivos educacionais. No entanto, esta articulação ainda é muito nebulosa, na medida em que somente as grandes atribuições de cada sistema de ensino são estabelecidas. Nossa Constituição, em verdade chamada de Constituição da República Federativa do Brasil, delimita a atuação dos sistemas de ensino da seguinte forma:
1. A União organizará o sistema federal de ensino, financiará as instituições de ensino públicas federais e exercerá função redistributiva e supletiva junto aos estados, Distrito Federal e municípios, mediante assistência técnica e financeira.
2. 2. Os estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente no ensino fundamental e médio.
3. 3. Os municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental e na educação infantil, com a cooperação técnica e financeira da União e do estado.
Sempre observando os princípios da Constituição Federal, os estados organizam-se e regem-se pelas constituições e leis que adotarem (Art 25); o município e o DF serão regidos por lei orgânica, [...] sendo que o município deverá ainda atender aos princípios da constituição do respectivo estado (Art 29 e 32).
Vale ressaltar que, na organização de seus sistemas de ensino, os estados e os municípios definirão formas de colaboração, de modo a assegurar a universalização do ensino obrigatório – dos quatro aos dezessete anos de idade.
Além disso, o quinto artigo da LDB determina que cabe aos Estados e aos municípios, em regime de colaboração e com a assistência da União:
1. recensear a população em idade escolar para o ensino fundamental e os jovens e adultos que a ele não tiveram acesso;
2. fazer-lhes a chamada pública; e
3. zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela frequência à escola.
Percebe-se que ainda há muito que se caminhar na organização do regime de colaboração, primeiro, ampliando seu aspecto ainda restritivo, quando privilegia apenas o ensino fundamental e, segundo, estabelecendo medidas operacionais que indiquem formas de colaboração eficientes e claras.
Desafios da Educação Básica
Qual o retrato da educação básica?
Para se ter um panorama da educação no Brasil, é importante verificar alguns indicadores que dão a dimensão do acesso, permanência e sucesso dos estudantes no processo educativo.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referentes ao ano de 2010, evidenciam a situação do Brasil quanto à alfabetização, frequência à creche e escola, anos de estudo e série ou nível educacional concluído pela população brasileira. Eles indicam que:
· havia 14 milhões de analfabetos com mais de 15 anos;
· as taxas de analfabetismo da área rural eram, em média, quase três vezes maiores que as da área urbana;
· a taxa de escolarização das crianças de 6 a 14 anos atingia a quase universalização, com atendimento de 97%; e
· quase um terço da população brasileira estudava.
Veja agora dados do IBGE e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), referentes ao ano 2000:
· Apenas 36,5% das crianças de zero a 6 anos frequentavam creches ou escolas.
· Quanto maior o nível de rendimento familiar per capita, maior a taxa de escolarização de crianças de 4 a 6 anos: apenas 26,8% dos 20% mais pobres estudavam em contraste com 52,4% dos 20% mais ricos.
· 78% das pessoas de 15 a 17 anos estudavam e apenas 35% dos 18 a 24 anos, sendo que, destes, 71% ainda estavam no ensino fundamental ou médio.
· A defasagem idade-série continua sendo um dos grandes problemas da educação básica: verifica-se o índice alarmante de 65% de estudantes defasados na idade de 14 anos, sendo de 85% a proporção no Nordeste
· A população brasileira com mais de dez anos tinha em média apenas 6,2 anos de estudo.
· O nível de rendimento familiar influencia decisivamente nos anos de estudo da população adulta, mostrando um diferencialde sete anos de estudo entre o primeiro e o quinto grupo da distribuição de renda (os mais pobres e os mais ricos).
A esse quadro perverso, agregam-se significativas diferenças educacionais encontradas entre os grupos étnicos; a importante diferença de desempenho entre as áreas rurais e urbanas; a alta dispersão dos estudantes que gera grande discrepância interna nos resultados de muitos grupos etários e, finalmente, o baixo rendimento nominal mensal per capita da grande maioria dos estudantes brasileiros. Esses dados demonstram claramente como é flagrante a reprodução das diferenças sociais na escolarização brasileira.
Com esses dados, constata-se que o Estado brasileiro não vem cumprindo sua tarefa de oferecer educação em quantidade e qualidade para a nação brasileira. Como consequência, uma parcela significativa dos brasileiros não possui as condições básicas para serem cidadãos participantes de uma sociedade letrada e democrática. Esta parece ser uma forma de exclusão social, cuja base é a exclusão escolar.
Como mudar este quadro?
Pode-se perceber a dura e difícil tarefa que o Estado brasileiro tem à sua frente, no sentido de promover e realizar políticas educacionais que interfiram nesse quadro negativo e que efetivem a educação de qualidade como direito do cidadão.
São muitas as ações que precisam ser desenvolvidas para garantir uma educação básica democrática e de qualidade, no entanto, quatro parecem ser as principais frentes de políticas que precisam ser estabelecidas pelo poder público: políticas de financiamento; políticas de universalização da educação básica, com qualidade social; políticas de valorização e formação dos profissionais da educação; e políticas de gestão democrática. A primeira dará as condições concretas sobre as quais se sustentarão as demais políticas. A segunda oportunizará acesso, permanência e sucesso escolar. A terceira propiciará salários, plano de carreira e formação inicial e continuada para todos os educadores (docentes e não docentes). E a quarta delimitará o caminho pelo qual o processo de democratização da educação poderá ser alcançado. 
Docente diz respeito aos professores e não docente, aos funcionários.
Sobre as políticas de financiamento da educação, diferentemente do que historicamente vem acontecendo, cabe à área educacional a tarefa de delimitá-las, pois é ela quem pode identificar os recursos para o desenvolvimento das ações no âmbito da educação básica. Isto ocorre porque as verbas públicas a serem destinadas à educação precisam ser consequência de um projeto educacional político-pedagógico a ser implementado pela União, estados, Distrito Federal, municípios e escolas. Com essa equação estabelecida, é possível imaginar que a educação deixe de ser discurso e passe a ser prioridade do Estado brasileiro e não apenas uma atividade de governo subordinada à área econômica.
Como exemplo da urgência de se estabelecer uma política de financiamento para a educação, basta analisar o Plano Nacional de Educação (PNE) que vigorou de 2001 a 2010. Ele estabeleceu uma série de objetivos e metas para a melhoria da educação brasileira, a serem cumpridos no prazo de dez anos. Depois de muitas discussões, no Congresso Nacional e na sociedade civil, chegou-se à conclusão de que os aproximadamente 4,5% do PIB, que se investiam na educação, eram absolutamente insuficientes para a abrangência e amplitude da ação educacional.
Com isso, os movimentos sociais indicaram que não menos que 10% do PIB deveriam ser investidos pelo Estado na área. No entanto, o Congresso Nacional estabeleceu o índice de 7% como o mínimo para o desenvolvimento do PNE. Ocorre que nem mesmo esse último percentual aprovado pelo Congresso Nacional foi aceito pelo governo vigente até 2002, tendo sido vetado, com outros importantes aspectos do financiamento previstos no PNE.
Uma das possibilidades de melhoria do financiamento da educação básica foi estabelecida por meio do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) aprovado em 2006 no Congresso Nacional como Proposta de Emenda Constitucional (PEC), criando o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). 
O novo Fundo prevê mais recursos para melhorar o salário dos professores, aumento do número de vagas, equipamentos para as escolas públicas, ampliação do acesso à escola e a qualidade da educação, beneficiando cerca de 47,2 milhões de estudantes da educação infantil, ensino fundamental e médio. Pelas regras do Fundeb, pelo menos, 60% do seu valor anual serão destinados à remuneração dos profissionais do magistério e o restante dos recursos será aplicado exclusivamente na manutenção e desenvolvimento da educação básica.
Quanto à política de valorização e formação dos profissionais da educação, o Fundeb pode vir a ser a base de seu financiamento. Com os 60% dos recursos do Fundeb e dos outros impostos de estados e municípios, esta possibilidade se concretizou com a Lei do Piso Salarial Nacional dos Profissionais do Magistério (Lei nº 11.738, de 2008). Entretanto, para essa Lei chegar aos mais de 2 milhões de professores e 1 milhão de funcionários, serão necessários planos de carreira e ações de formação inicial e continuada, como estes cursos do Profuncionário. Vale ressaltar que o Piso Salarial Nacional, de acordo com o inciso VIII do art. 206 da Constituição, deverá aplicar-se a todos os profissionais da educação; portanto, aos funcionários das escolas, aqui chamados educadores não docentes, devidamente profissionalizados em cursos de formação técnico-pedagógica, como os do Profuncionário.
A universalização da educação básica configura-se em duas dimensões: universalização do acesso de todos à educação infantil, ensino fundamental e ensino médio, bem como a garantia de padrão de qualidade, não o mínimo, como por vezes é intitulado, mas a qualidade necessária para a construção da cidadania, ou seja, a qualidade referenciada no social.
Outra política que certamente concorrerá para a democratização da educação básica é a gestão democrática nas escolas públicas, já estabelecida pela Constituição Federal de 1988, mas ainda carente de regulamentação. Com isso, espera-se que a experiência democrática a ser vivenciada pelos diversos segmentos sociais seja o caminho tão esperado para a conscientização da sociedade a respeito da importância da educação para o desenvolvimento econômico, cultural e político do Brasil. Sabe-se que a educação sozinha não resolverá os problemas estruturais do Brasil, mas sabe-se também, que, sem ela, eles certamente não poderão ser resolvidos.
Uma política clara de gestão democrática deverá estabelecer, para as diversas instâncias do poder público e para a escola, espaços para a participação da sociedade na tarefa de transformar a dura realidade educacional. A implantação do Fórum Nacional de Educação, conforme a LDB, em longa tramitação no Congresso Nacional, uma revisão na composição e atribuições do Conselho Nacional de Educação (CNE), o fortalecimento dos conselhos estaduais e municipais de educação e a implantação de conselhos escolares em todas as escolas são instrumentos importantes para a desejada experiência democrática. Está de pé o que escrevi há quase dez anos: “A escolha democrática dos dirigentes escolares e a consolidação da autonomia das escolas alinham-se aos colegiados com a finalidade de desvendar os espaços de contradições gerados pelas novas formas de articulação dos interesses sociais. A partir do conhecimento destes espaços, certamente presentes no cotidiano da vida escolar e das comunidades, é que será possível ter os elementos para a proposição e construção de um projeto educacional inclusivo” (AZEVEDO; GRACINDO, 2004, p. 34).
Essas políticas públicas, entendidas como ações estabelecidas para a transformação da realidade, certamente sinalizarão o caminho da construção de uma sociedade justa e igualitária, em que a educação, para ser um dos alicerces da cidadania, precisa ser, necessariamente, democrática e de qualidadepara todos. 
1.3 Contexto histórico da educação no Brasil
Para falarmos da educação brasileira, muitas são as interfaces que precisamos analisar para fundamentarmos uma discussão da educação contemporânea da nossa população, portanto, convidamos-o(a) a conhecer um pouco da história da educação no Brasil. Começaremos pelo Brasil Colônia. 
As ideias e pensamentos da cultura medieval foram trazidas para a educação brasileira fundamentadas na obra dos Jesuítas, cooperando para que a educação se tornasse aristocrática. A educação na colônia só era permitida aos primeiros filhos ou aos filhos homens que seriam os sucessores e administradores dos pais. Padres jesuítas ministravam educação elementar para a população indígena e branca em geral. 
Segundo XAVIER (1980), nos dois primeiros séculos de colonização brasileira os Jesuítas foram os únicos educadores que existiam na colônia. Preocupados com a difusão da fé e com a educação de uma elite religiosa criaram, no Brasil Colônia, um sistema educacional que, em última instância, fornecia aos elementos das classes dominantes uma educação clássica e humanista, como era o ideal europeu da época.
Em 1759 o Marquês de Pombal, Ministro da Educação de Portugal, expulsou os Jesuítas de todas as colônias portuguesas. No Brasil houve uma interrupção de duzentos anos na área educacional. Escolas foram fechadas e os padres Jesuítas foram expulsos do Brasil. Essa medida acarretou na paralisação total das atividades educacionais até então desenvolvidas. Ao contrário do que se poderia esperar essa expulsão não foi sucedida por uma reforma do ensino que contemplasse um novo sistema educacional. O que ocorreu foi uma interrupção temporária de todo o sistema educacional.
De acordo com BERGER (1980), as consequências dessa política foram desastrosas para o Brasil, que não pôde beneficiar-se da modernização do sistema educacional visado por essa política, pois a metrópole não dispunha de meios eficientes para orientar e fiscalizar as novas escolas a serem criadas na colônia. Somente depois de uma década foram criadas as primeiras Escolas e Aulas Régias nas maiores cidades, lecionando Latim, Grego e Retórica. Já no início do século XIX, influenciada pelo desenvolvimento da mão de obra, a população vai à luta por escolas. Por volta de 1800, foram fundadas algumas escolas primárias, secundárias e seminários, eminentemente de cunho eclesiástico privado. 
Já o ensino superior, surge com a presença do Príncipe D. João VI no Brasil que promove mudanças no quadro das instituições educacionais com a criação dos cursos superiores da Academia Real da Marinha, da Academia Real Militar, da Escola Militar de Aplicação e da Faculdade de Medicina.
Na Constituição de 1823, outorgada por D. Pedro I, que vigorou durante os 65 anos do Império, ficou estabelecido que: “a instrução primária deveria ser gratuita para todos os cidadãos” e previa a existência de colégios e universidades. Mas não garantiu a prestação desse serviço por parte do Estado. A constituição de 1891 reservou à União (República Federativa do Brasil) o direito de criar instituições de ensino secundário e superior nos Estados. Aos Estados foi outorgado o dever e a competência para com o ensino primário. 
Por volta de 1930, iniciou-se a luta por uma política única de educação por parte dos intelectuais da educação, denominada por movimento escolanovista, o qual foi a chave para o processo de expansão do ensino público, para a modernização do processo produtivo e da economia. Os eixos centrais da luta dos pioneiros da educação eram o acesso e qualidade da educação pública. Segundo Aranha (1989), em 20 anos, as escolas primárias dobraram em número e as secundárias quase quadruplicaram. 
As escolas técnicas multiplicaram-se – de 1933 a 1945, passaram de 133 para 1.368, e o número de matrículas, de 15 mil para 65 mil. Cresceu também a construção de prédios escolares, financiados pelo Fundo Nacional do Ensino Primário – FNEP, e com esforços dos próprios estados e também com a ajuda de financiamentos externos.
Toda essa expansão trouxe melhorias no aspecto quantitativo, ou seja, mais pessoas na escola. Contudo, as condições de ensino eram precárias. Os educadores Gadotti (2006), Libâneo (2003) e Manfredi (2002), quando analisam a educação brasileira no século XX, falam sobre alguns aspectos centrais que a dominavam: as questões do acesso e democratização, da centralização e descentralização, da quantidade e da qualidade da educação. 
Como vimos, a escola pública não era preocupação dos governantes, foram necessárias lutas de educadores que resistiram à educação elitista, (como por exemplo, Manifesto dos Pioneiros) e buscaram travar discussões e ações que correspondessem aos anseios da população brasileira que há muito almeja ensino democrático, gratuito e de qualidade. As constituições e leis brasileiras que vieram após o manifesto dos pioneiros começaram a expressar o direito à educação:
Constituição de 1946: permitiu à União legislar sobre diretrizes e bases da educação nacional. A partir daí foi instituída a descentralização e determinou-se que cada estado organizasse seu sistema de ensino. Foi criado o SENAC - Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial voltado para a formação de recursos humanos no setor comercial. Para isso, foi utilizado o mesmo modelo do SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, criado em 1942 para suprir a necessidade de mão de obra qualificada necessária no processo de industrialização. 
Lei 4024/61: foi a primeira a tratar especificamente da educação nacional, que vinha sendo debatida por diferentes correntes educacionais desde a promulgação da Constituição de 1946. Portanto, somente depois de quinze anos do encaminhamento ao Congresso, de um Projeto de Lei pelo Poder Executivo é que foi criada a primeira - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB).
Durante o período de 1964 a 1971, o país foi marcado por grandes mudanças históricas, inclusive a ditadura, após a Revolução de 1964 e um período de Industrialização. O Brasil precisava de mão de obra qualificada, que soubesse ler e escrever para o manuseio das máquinas industriais. Para atender a essa demanda foi promulgada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nº. 5692/71, que reconheceu a integração completa do ensino profissionalizante ao sistema regular de ensino, estabelecendo a plena equivalência entre os cursos profissionalizantes e o propedêutico para fins de prosseguimento aos estudos, ou seja, surgiram os cursos técnicos equivalentes ao ensino Médio: Técnico em Contabilidade, Técnico em Mecânica, em Enfermagem, etc. No início da década de 1980, esgotada a Ditadura Militar e com a retomada da democracia e reconquista dos espaços políticos, foi promulgada a Lei Nº. 7.044/82 que revitaliza a concepção da formação profissional vigente antes de 1971. Dentre as várias inovações trazidas pela Lei nº 7.044/82, destaca-se a nova redação dada ao artigo 1º, que cuida dos objetivos do ensino de 1º e 2º graus, a qual substitui a expressão "qualificação para o trabalho" por "preparação para o trabalho" e a influência desta expressão na elaboração dos programas e currículos escolares. 
Na década de 1990, mais precisamente em 1996, no governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso foi promulgada a atual LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, sobre a qual falaremos mais detalhadamente em aula posterior. Como você pode notar, a escola vem sendo questionada acerca de seu papel ante as transformações econômicas, políticas, sociais e culturais do mundo contemporâneo. Decorrem, sobretudo, dos avanços tecnológicos, da reestruturação do sistema de produção e desenvolvimento, da compreensão do papel do Estado, das modificações nele operadas e das mudanças no sistema financeiro, na organização do trabalho e nos hábitos de consumo. Esse conjunto de transformações está sendo chamado de globalização.
Foram notórias as mudanças que ocorreram no entorno econômico, social e cultural. Conforme nos diz Libâneo (2006), estamos convivendo em uma sociedadeglobalizada com mudanças econômicas, no sistema de produção, na oferta de empregos. Há novos requisitos de qualificação profissional. Pode-se observar que desde 2006, Libâneo já vislumbrava a necessidade da expansão da educação profissional. Podemos observar também, que na contemporaneidade a educação passa a ser entendida como um fator social e histórico. O seu pressuposto básico é autonomia e a capacidade de autogoverno do cidadão, segundo GADOTTI (1994). 
Isto significa que atualmente passa-se a se exigir da escola brasileira uma educação voltada para a formação da cidadania, ou ainda, que esta instrumentalize o aluno para que este tenha condições de usar coerentemente o aprendido, processar as informações transformando-as em conhecimento. Observando as unidades escolares que você já estudou, e as que você têm contato no dia de hoje, acredita poder-se afirmar que as escolas brasileiras oferecem uma educação voltada para a formação da cidadania e priorizam a oferta de conhecimento?
Resumo
· A educação brasileira foi fundamentada na obra dos Jesuítas, apresentando o processo ocorrido no início do período colonial.
· Os jesuítas peremaneceram no Brasil até serem expulsos pelo Marquês de Pombal, em 1760.
· No início do século XIX, influenciada pelo desenvolvimento da mão de obra, a população vai à luta por escolas. Por volta de 1800 fundaram algumas escolas primárias, secundárias e seminários, com cunho religioso.
· O ensino superior surge com a vinda da Família Real para o Brasil, em 1808, as Constituições e Leis do país e a promulgação da LDB, dentre outros fatores que marcaram a história da educação brasileira.
· A constituição de 1891 reservou à União (República Federativa do Brasil) o direito de criar instituições de ensino secundárias e superiores nos estados.
· Por volta de 1930, iniciou-se a luta por uma política única de educação por parte dos Pioneiros da Educação, denominada por movimento escola novista.
· Em 1946 foi promulgada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) - a qual instituiu a descentralização e determinou que cada estado organizasse seu sistema de ensino.
· Para atender a demanda por mão de obra qualificada foi promulgada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nº. 5692/71, que reconheceu a integração do ensino médio ao ensino profissional.
1.4 Sistema educacional no Brasil
Estrutura do Sistema de Ensino 
Visão da conjuntura atual, os Níveis, Modalidades e suas finalidades. 
O Sistema Brasileiro é estruturado por Níveis e Modalidades de Educação. Temos os seguintes Níveis: Educação Básica, Profissional e Superior e as seguintes modalidades: Educação de Jovens e Adultos - EJA, Educação a Distância, Educação Especial e a Indígena, como poderá ser observado na descrição detalhada apresentada a seguir. 
Educação Básica
Para melhor compreensão do sistema vamos analisar com detalhes, primeiramente, a Educação Básica. Ela é formada pela Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio.
Educação Infantil
A Educação Infantil, segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB/96 é a primeira etapa da Educação Básica e tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.
Pense o quanto os pressupostos descritos acima são sérios e abrangentes. Observe que vão muito além de ensinar conteúdos, matérias relacionadas à cognição, - as famosas disciplinas! Devemos buscar desenvolvimento INTEGRAL, nos aspectos cognitivo, afetivo e motor. Importante! A reflexão que acabamos de fazer deverá ser prática constante e permear todos os demais níveis e modalidade de ensino que serão abordados.
Ensino Fundamental
O Ensino Fundamental, etapa intermediária, compreendida entre a Educação Infantil e o Ensino Médio, com duração mínima de nove anos, tem como finalidade a formação básica do cidadão, contemplando o desenvolvimento das capacidades de aprender, por meio do domínio da leitura, da escrita e do cálculo; compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores que fundamentam a sociedade, quer sejam fortalecimentos dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca.
Observe que não está escrito que a finalidade é a de ensinar CIÊNCIAS (conhecimento puro), ou disciplinas, que são recortes, pedaços selecionados de uma determinada ciência, realizado por uma pessoa ou grupo de pessoas. Mas sim, a de formação básica do Cidadão*, e as ciências, sob a ótica das disciplinas, devem ser as ferramentas, os meios empregados, por educadores (todas as pessoas envolvidas no ato de educar, não só professores), para instrumentalizar o indivíduo, na consolidação de sua jornada para a cidadania plena. 
Você, futuro profissional em Multimeios Didáticos, profissional que irá atuar na escola, como educador, em atividades não docentes, nos mais diversos setores, tem a obrigação e o dever de compreender, assimilar e disseminar os conceitos expressos nessas finalidades. Você tem que acreditar que nossas escolas podem ser espaços privilegiados de FORMAÇÃO para o exercício pleno da cidadania. O mundo precisa de cientistas brilhantes, porém, se não estiverem comprometidos com a busca de solução para os problemas sociais, toda a sua existência terá sido inútil, sem sentido para humanidade. E, a partir dessas reflexões, você, deve estar atento a todos os espaços, situações e contextos que podem ser usados para facilitar, mediar e disseminar a cultura, o convívio, o despertar de relações sadias e fraternas, lutando, se opondo contra todas as formas de discriminação, valorizando e experimentando, o poder que o conceito da alteridade pode provocar no meio escolar.
Ensino Médio 
Chegamos ao Ensino Médio, etapa final da Educação Básica, com duração mínima de três anos, e que tem como finalidades a consolidação e aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no Ensino Fundamental, a preparação básica para o trabalho e a cidadania, por meio do desenvolvimento de capacidades que lhe permitam, aprender a aprender, adaptar-se com flexibilidade às novas condições de ocupação, de aprimorar-se como pessoa humana, desenvolvendo pensamento crítico e autônomo e compreender os fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina.
“Após receber essas informações iniciais, pare e pense. Por favor, feche os seus olhos e recorde os textos lidos. Tente ir passando as páginas mentalmente, numa leitura silenciosa e detalhada. Faça um esforço, tenho certeza de que consegue, pois não adianta dar sequência se o processo de assimilação estiver incompleto.
Esse curso tem o intuito de lhe auxiliar a construir seu conhecimento, forme conceitos arrojados e bem fundamentados, por meio do exercício de muita leitura. O passo inicial neste processo é avaliar e interpretar pelo menos os principais documentos relacionados à educação. Ao longo deste curso você terá acesso a eles. Devemos considerar, ainda, aqueles indivíduos, cidadãos que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no Ensino Fundamental e Médio na idade própria.
Nesse caso temos a modalidade de Educação de Jovens e Adultos – EJA, que é uma oportunidade educacional que leva em consideração suas características e interesses, bem como, a condição de vida de trabalho, desta população.
Educação Profissional
Outro viés do sistema educacional que devemos considerar, é o da Educação Profissional - EP. Essa modalidade deve estar integrada às diferentes formas de educação, ao trabalho, à ciência e à tecnologia, deve conduzir ao permanente desenvolvimento de aptidões para a vida produtiva.
A Educação Profissional, considerada como educação, é muito recente e ganhou um capítulo só para ela na LDB. Ela possui três vertentes: Formação Inicial e Continuada de Trabalhadores, que é de livre oferta em cursos de curta duração, atende às necessidades de capacitação, atualização e qualificação profissional.Técnico de Nível Médio são cursos que requerem aprovação do Conselho Estadual de Educação, possui uma legislação própria, com duração mínima de 800 horas. Essa modalidade garante-lhe uma profissão.
E o Tecnólogo, que é curso superior com as mesmas prerrogativas dos cursos acadêmicos, porém de menor duração. São cursos focados num campo do saber. Por exemplo, temos o Engenharia Civil, curso acadêmico de 5 anos; no caso de um curso de tecnologia, podemos ter Engenharia de Pontes, com 3 anos. Podemos então, com o conhecimento já adquirido, fazer uma inferência: a Educação Básica deve promover a formação geral, para o exercício da cidadania, que aliada à Educação Profissional, busca a formação integral do cidadão, formando o indivíduo com base nos quatro pilares da educação:
Saber-saber, Saber-ser, Saber-conviver, Saber-fazer.
Nível Educação Superior, que dentre suas finalidades destacamos: o estímulo à criação cultural e ao desenvolvimento do espírito científico e do pensamento reflexivo, do incentivo ao trabalho de pesquisa e investigação científica, visando ao desenvolvimento da ciência e da tecnologia, da criação e difusão da cultura e, desse modo, o entendimento do homem e do meio em que vive. Temos também a modalidade da Educação Especial e Indígena, a primeira destinada aos portadores de necessidades especiais, cidadãos que têm direito a todas as prerrogativas analisadas nas modalidades anteriores. A Segunda em respeito ao ethos das culturas anteriores a nossa. Consubstanciando assim, nosso compromisso, dever ético-moral e cívico para com as minorias. 
Finalmente, a modalidade de Educação a Distância, é a modalidade que está lhe propiciando esta oportunidade de ter uma profissão de nível técnico. Com a EaD, no conforto e comodidade do seu lar, ou de outro espaço qualquer, você pode estudar, atualizar seus conhecimentos, obter capacitação e qualificação para o mundo do trabalho. A Educação a distância tem como ferramentas mediadoras do processo de ensinar e aprender, diversas tecnologias, desde as mais tradicionais, como este curso, passando pelas novas tecnologias, o computador, a Internet, as diversas mídias disponibilizadas.
1.6 Políticas públicas: o que é isso?
Você já ouviu uma música chamada “Construir a manhã desejada”, do Gonzaguinha? Ela é bastante conhecida e tem o seguinte trecho: “Eu acredito é na rapaziada que segue em frente, e segura o rojão, eu ponho fé...”. 
E você, constrói o seu amanhã? Você já parou para pensar em quem constrói o amanhã do nosso país? Parte desse compromisso é dos nossos governantes, que traçam as políticas públicas que direcionam o nosso país. Vamos lá? Quando falamos sobre educação torna-se necessário entender as políticas que a sustentam. Para se compreender o que é política vamos retornar à Grécia Antiga e verificar o que Aristóteles disse:
Em todas as ciências e em todas as artes, o alvo é o bem; e o maior dos bens acha-se principalmente naquela dentre todas as ciências que é a mais elevada: essa ciência é a Política e o bem da justiça é a política, isto é a utilidade geral [...] 
 A partir dessa premissa vamos conceituar política como a forma dos indivíduos manterem relações entre si, ou seja, são intenções materializadas em forma de ações que foram estabelecidas para atender às necessidades coletivas. Por exemplo: as políticas educacionais, que permitem que os cidadãos tenham direito de acesso à educação.
Podemos conceituar políticas públicas como um conjunto de ações coletivas voltadas para a garantia dos direitos sociais, configurando um compromisso público que visa a dar conta de determinada demanda, em diversas áreas, e expressa tranformação daquilo que é do âmbito privado em ações coletivas no espaço público (GUARESCHI et al. 2004, p.180). Exemplo: SUS (Sistema Único de Saúde) que garante o atendimento médico gratuito para todos os cidadãos. Segundo Cunha e Cunha (2002) as políticas públicas são as ações empreendidas pelo Estado para efetivar as prescrições constitucionais sobre as necessidades da sociedade em termos de distribuição e redistribuição das riquezas, dos bens e serviços sociais no âmbito federal, estadual e municipal.
São políticas de economia, educação, saúde , meio ambiente, ciência e tecnologia, trabalho, etc. Ainda na visão dos mesmos autores: “As políticas públicas têm sido criadas como resposta do Estado às demandas que emergem da sociedade e do seu próprio interior, sendo a expressão do compromisso público de atuação numa determinada área à longo prazo” (CUNHA & CUNHA, 2002, p.12). Sua construção obedece a um conjunto de prioridades, princípios, objetivos, normas e diretrizes bem definidas.
Torna-se necessário compreender que numa sociedade de conflitos e interesses de classe, elas são o resultado do jogo de poder determinado por leis, normas, métodos e conteúdos que são produzidos pela interação de agentes de pressão que disputam o Estado. Estes agentes são os políticos, os partidos políticos, os empresários, os sindicatos, as organizações sociais e civis, os quais representam os cidadãos. Severino (2006), ao falar sobre as políticas públicas comenta que a existência de políticas é o mínimo que se exige para a implantação de ações, mesmo que se possa discordar de alguns de seus pontos e aspectos, é imprescindível a sua existência como norma, roteiro e referência para o sistema de educação brasileiro.
Portanto, estabelecer políticas públicas educacionais implica atender a todos os níveis e modalidades da educação, de forma a garantir a continuidade da educação do País, do Estado ou do Município. Como exemplo, podemos citar a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Nº 9.394 de 1996, que estabelece os princípios e as finalidades da educação brasileira.
Outro exemplo é o FUNDEB (Fundo de Manutenção da Educação Básica e valorização do Magistério). Esse fundo garante investimentos em todos os níveis da educação básica, da educação infantil ao ensino médio. E ainda, outro exemplo são as políticas públicas para a infância e juventude: do direito de ser criança e da construção da cidadania.
No contexto da educação, desde a década de 1980 as políticas públicas educacionais têm sido guiadas pelo princípio da descentralização e da municipalização como forma de aproximar o planejamento e os resultados de seus maiores interessados – a população. Busca-se, dessa forma, atender aos desejos de educadores que almejam a descentralização da gestão da educação no Brasil, assunto este recorrente ao longo de décadas e que tem estado presente nas lutas frequentes dos movimentos municipalistas, em seus esforços históricos para superar a herança colonial da centralização do poder e das decisões na administração pública brasileira, assim como para desenvolver a confiança na competência do poder local para o gerenciamento de suas políticas públicas sociais.
Como exemplo de descentralização, podemos citar a municipalização da educação infantil e também o princípio da gestão democrática nas escolas, com eleições diretas para diretores. Lembre-se, a educação é um direito fundamental, universal e inalienável. É dever do Estado implementar políticas públicas capazes de garantir sua qualidade social, bem como o acesso e permanência de todos; construindo formas de participação direta, indireta e representativa, nas quais a sociedade civil possa atuar efetivamente na definição, gestão, execução e avaliação de políticas públicas educacionais.
Mas não adianta implementar as políticas se não houver recursos para efetivá-las, torna-se necessário também que os governantes garantam prioridade de recursos financeiros para a educação pública, pois o compromisso com a qualidade é também compromisso financeiro com a educação.
Enfim, cabe à sociedade exigir que o Estado efetive políticas públicas para a educação de qualidade, concebendo-a não como simples acesso às cadeiras escolares e sim como garantia ao conhecimento historicamente construído. Um exemplo que podemos dar, sobre a participação da sociedade na efetivação das políticas públicas, é a participaçãoativa nas reuniões da Conferência Nacional de Educação - CONAE.
A CONAE foi criada para tematizar a educação escolar, da educação infantil à pós- graduação, e realizada em diferentes territórios e espaços institucionais em nosso país. Estudantes, pais, profissionais da educação, gestores, agentes públicos e sociedade civil organizada de modo geral, terão em suas mãos a oportunidade de conferir os rumos da educação brasileira.
Como exemplo de política educacional temos a política pública da inclusão, a de alfabetização de jovens e adultos, enfim, são as políticas públicas que garantem o acesso à educação.
Conceitos importantes:
1. Política - forma dos indivíduos manterem relações entre si; um conjunto de ações coletivas voltadas para a garantia dos direitos sociais.
2. Políticas públicas - ações empreendidas pelo Estado para efetivar as prescrições constitucionais sobre as necessidades da sociedade em termos de distribuição e redistribuição das riquezas, dos bens e serviços sociais no âmbito federal, estadual e municipal.
3. Políticas educacionais - visam garantir a continuidade da educação do País, do Estado ou do Município, de forma a atender a todos os níveis e modalidades da educação.
4. Década de 80 - políticas públicas educacionais têm sido guiadas pelo princípio da descentralização e da municipalização.
5. Educação - direito fundamental, universal e inalienável.
6. Conferência Nacional de Educação (CONAE) - espaço democrático aberto pelo Poder Público para que todos possam participar do desenvolvimento da Educação Nacional.
1.7 Princípios e fins fundamentais do sistema educacional
Você sabia que o acesso à escola pública é um direito constitucional? Se não, agora você poderá refletir um pouco sobre isso e utilizar essa informação no seu ambiente profissional.
Para entendermos os fundamentos e os objetivos do Estado democrático de direito preconizados pela Constituição da República Federativa do Brasil e pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB 9.394/96, veremos como são abordadas a perspectiva do direito à educação e os vínculos com os princípios e as finalidades da educação nacional.
Primeiro vamos entender o que é Estado democrático de direito. O Estado de Direito atua como um meio de ordenação racional, com regras e normas, ou seja, é a estrutura jurídica e política, na qual os direitos sociais e trabalhistas são tratados como direitos fundamentais. 
No Brasil a Lei maior está representada pela Constituição Federal, que no artigo 205 determina que “a educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”.
Sendo assim, constitui dever da família, da sociedade e do Estado promover a formação humana, como por exemplo a família, que deve colocar o filho na escola, e cabe ao Estado ofertar vagas nas escolas públicas para que as famílias possam matricular seus filhos.
A Constituição determina ainda a obrigatoriedade do ensino fundamental, com oito anos de duração, sendo que atualmente essa obrigatoriedade passou a ser de nove anos, com o ingresso do aluno no ensino fundamental a partir dos seis anos de idade. 
Em relação à educação, os direitos estão preconizados, tanto na Constituição Federal quanto na LDB 9394/96, que em seu primeiro artigo trata da abrangência dos processos de formação da educação. Para isso estabelece que a educação abranja os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais. 
Ou seja, a escola não é a única responsável pela educação. Estão previstos tanto na Constituição Federal quanto na LDB, os Princípios e as Finalidades da Educação, válidos para o sistema educacional. Vale ressaltar que o princípio da gratuidade foi ampliado para o ensino médio, anteriormente exceção e declarando expressamente a gratuidade do ensino superior, em estabelecimentos oficiais. 
De acordo com o artigo 3° da Lei n°. 9394/96, o ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; 
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; 
III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; 
IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; 
V - valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas; 
VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei; 
VII - garantia de padrão de qualidade; 
VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, nos termos de lei federal.
Para complementar os princípios da educação foram traçadas também as finalidades da educação. É importante ressaltar que em educação, as finalidades não têm fim no sentido de término, mas sim estão direcionadas num único sentido ou orientação. Podemos assim afirmar que tem uma finalidade, fazendo-se presente em cada ato ou em cada instante, encaminhando o processo em crescimento contínuo. 
Observe quais são essas finalidades: 
Pleno desenvolvimento do educando : a partir do momento em que a pessoa pode se desenvolver plenamente é que tem condições de se sentir realizada. 
Preparo para o exercício da cidadania: é preciso que todo cidadão tenha seus direitos respeitados e seja cumpridor de seus deveres. 
Qualificação para o trabalho: é necessário que as escolas ofereçam condições de aprendizagem adequadas às atividades empreendedoras das regiões em que se localizam, vinculando a educação escolar ao trabalho e às práticas sociais, garantindo a valorização de experiências extra-escolar.
Portanto, estabelecer políticas públicas educacionais implica pensar na educação como um todo, garantindo a continuidade da formação em todos os níveis. Exemplo disso são os cursos profissionalizantes e os cursos superiores, os quais devem promover as qualificações necessárias para o mundo do trabalho.
Conceitos importantes
1. Estado democrático de direito atua como um meio de ordenação racional, com regras, formas e procedimentos que excluem o arbítrio e a prepotência, em busca da efetiva concretização da igualdade social. 
2. A Constituição Federal, a qual em seu artigo 205 determina que “a educação, direito de todos e dever do Estado e da família”. 
3. Obrigatoriedade do ensino fundamental com nove anos, oportunizando o ingresso do aluno no ensino fundamental a partir dos seis anos de idade. 
4. Os Princípios e Finalidades da Educação são: liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos da rede pública; gestão democrática do ensino público, na forma da lei; garantia de padrão de qualidade e piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, nos termos de lei federal. 
5. Finalidades da Educação: pleno desenvolvimento do educando; preparo para o exercício da cidadania; qualificação para o trabalho.
1.8 Gestão democrática x estrutura hierárquica nas escolas e os órgãos colegiados
A Gestão Democrática acontece quando a escola “ouve” a opinião de seus clientes internos (funcionários) e externos (pais e alunos) no sentido de estabelecer propostas pedagógicas e administrativas que atendam às necessidades e anseios dessa comunidade. Está alicerçada em argumentos legais (LDB, PNE) e se estabelece através da constituiçãode órgãos colegiados, responsáveis por deliberações coletivas que são formalizadas em documentos institucionais próprios (Projeto Político Pedagógico (PPP), Regimento Escolar Interno, Instruções Normativas).
Podemos considerar como clientes internos, todo corpo de servidores que trabalham na unidade escolar. Os clientes externos são representados pela comunidade (pais, alunos, vizinhos), que podem organizar-se na forma de órgãos colegiados e participar ativamente das ações desenvolvidas no âmbito escolar. Vamos então saber um pouco mais sobre a hierarquia escolar, os órgãos colegiados e as ações que concretizam a prática da democracia na escola.
Estrutura organizacional básica de uma escola 
Em todas as empresas, sejam elas públicas ou privadas, existe uma organização na relação de poderes, responsabilidades e atribuições, que determina a estrutura da hierarquia funcional existente, ou seja, as relações de chefia e subordinação entre as funções e os departamentos que compõem uma instituição. Segue abaixo uma ilustração hierárquica em tabela que é aplicado na maioria das escolas:
Tabela 1 - Hierarquia nas escolas
	Conselho escolar
	Direção
	Setor administrativo:
· Secretaria escolar;
· Serviços de zeladoria, limpeza e segurança;
· Multimeios (biblioteca, laboratórios, videoteca, etc).
	Corpo docente: professores
	Alunos:
Grêmio estudantil
	Pais e comunidade - APC
	Setor pedagógico:
· Conselho de classe;
· Coordenação pedagógica;
· Orientação pedagógica.
Observe que nessa organização constam, além dos servidores, os órgãos colegiados que fazem parte das rotinas escolares. Vamos então saber um pouco mais sobre eles.
Conselho Escolar 
Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios: (...) II - participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes. (LDB. 9394/96)
Os conselhos escolares são colegiados formados por representantes dos seguintes segmentos: pais, alunos, professores, funcionários, membros da comunidade e diretor, sendo dever da escola estabelecer critérios transparentes para a candidatura e eleição dos mesmos.
Apresenta caráter deliberativo, consultivo, normativo e fiscalizador, apresentando como principais atribuições: 
· sugerir, avaliar e aprovar o Projeto Político Pedagógico e o Regimento Escolar;
· acompanhar o planejamento da aplicação de recursos financeiros;
· fiscalizar a aplicação dos recursos e a efetivação do Projeto Pedagógico.
A participação em Conselho Escolar é uma atividade voluntária e não remunerada. Geralmente, acontecem reuniões periódicas a fim de dar sequência às atividades propostas e deliberar sobre assuntos de interesse coletivo. Para a tomada de decisão é considerado no mínimo metade mais um dos votos dos presentes na reunião. O mandato do Conselho Escolar é válido por um ano, podendo ser reconduzido por mais um. Então, futuro profissional em Multimeios Didáticos, você sabia da existência e relevância desse órgão colegiado?
Conselho de Classe 
O Conselho de Classe é um órgão colegiado composto pelos professores, coordenadores, supervisores pedagógicos e direção, sendo opcional a participação de pais e alunos. As reuniões geralmente são previstas no calendário escolar, e acontecem bimestralmente, com o objetivo de discutir o desempenho dos alunos, refletindo conjuntamente sobre práticas pedagógicas mais eficazes para atingir o desenvolvimento dos discentes. 
Assim, em escolas onde a Gestão é Democrática, durante os conselhos de classe, os membros participantes fazem uma análise e discutem, de forma conjunta, os melhores caminhos a serem seguidos a fim de promover a aprendizagem dos alunos, apontando as falhas cometidas durante o bimestre que se encerrou e as novas propostas de ações a serem desenvolvidas, dentro dos diferentes setores que compõem o organograma escolar.
Grêmio Estudantil 
O Grêmio Estudantil é uma organização constituída e eleita por alunos de uma mesma instituição de ensino, que tem como missão representar os interesses dos estudantes em atividades de caráter educativo, cultural, social e esportivo. É uma forma de inserção do estudante em ações de representatividade do grupo, despertando-os para uma consciência da importância do exercício da cidadania e da luta pela conquista dos interesses individuais e coletivos. Você já participou de algum desses órgãos colegiados? Essa é uma oportunidade de manifestar suas ideias e vontades no lugar onde você trabalha e/ou estuda. Claro, que sempre de forma muito ética e educada acima de tudo, não é mesmo?
1.9 Documentos institucionais
Projeto Político Pedagógico (PPP) 
O Projeto Político Pedagógico (PPP) da Escola é um documento no qual são descritos os princípios norteadores das ações de cunho pedagógico, social e administrativo desenvolvidos na escola. Portanto, para sua concepção, é necessário que “a escola” tenha consciência da realidade política, cultural e social na qual está inserida, para que a partir de sua identidade, possa reconhecer sua missão, estabelecer metas e traçar estratégias de curto, médio e longo prazo. 
Ele é um instrumento de trabalho que mostra o que vai ser feito, quando, de que maneira, por quem para chegar a que resultados. Além disso, explicita uma filosofia e harmoniza as diretrizes da educação nacional com a realidade da escola, traduzindo sua autonomia e definindo seu compromisso com a clientela. É a valorização da identidade da escola e um chamamento à responsabilidade dos agentes com as racionalidades interna e externa. 
Esta ideia implica a necessidade de uma relação contratual, isto é, o projeto deve ser aceito por todos os envolvidos, daí a importância de que seja elaborado participativa e democraticamente. (VEIGA, 2001, p.110).
Sua elaboração deve ocorrer de forma coletiva, a partir de reflexões e discussões entre direção, coordenação, professores, demais servidores, alunos, pais e representantes da comunidade, para que seja efetivamente um instrumento democrático e relevante para todos os envolvidos, evitando-se assim, a centralização de ideias, poderes e interesses. 
Regimento Escolar/ Interno
Você já observou que na maioria dos lugares aonde vamos, existem normas específicas a serem seguidas? Pois é. Na escola não é diferente. Para que as relações ali estabelecidas se deem de forma padronizada e legal, é necessário que haja um documento que normatize as atribuições de cada cargo/ função, dos direitos, deveres e penalidades em casos de infrações. Esse documento chama-se Regimento Escolar. Seu conteúdo deve guardar coerência com o expresso no Projeto político pedagógico, de modo a complementá-lo. 
Esse documento deve ser de conhecimento de todos os envolvidos na comunidade escolar. Todos devem ter ciência de suas atribuições e direitos, bem como das penalidades a que estão sujeitos em casos de infrações. Você, enquanto estudante sabia que esse documento existe? Será que sua divulgação nas escolas tem acontecido efetivamente? A existência desse documento por si só não significa a existência de uma gestão democrática. Seu sentido se dá no momento das deliberações envolvendo os diversos sujeitos da comunidade escolar (pais, alunos, funcionários) e no seu exercício dentro do cotidiano da escola.
Nesta aula citamos que toda Escola possui dois documentos que orientam suas ações e normas de conduta, que são: Projeto Político Pedagógico, também conhecido como PPP, documento que orienta as ações pedagógicas a serem desenvolvidas no âmbito escolar, conforme a visão sócio-político- -pedagógica da Escola; e o Regimento Interno, documento que determina as responsabilidades, direitos e deveres dentro da Escola. Ambos os documentos, devem ser elaborados coletivamente, para garantir a democracia na Gestão Escolar.
1.10 Aspectos legais da gestão democrática
Constituição Federal - C.F. 88 
Você sabe o que significa “Constituição”?
Constituição é um conjunto de leis/regras que orientam e organizam o funcionamentode uma instituição/Estado. Referindo-se a Estado, é a Lei máxima que define os direitos e deveres dos cidadãos, determinando também poderes atribuídos às esferas políticas. Por ser a Lei Maior, nenhuma outra pode ferir seu conteúdo. O mesmo pode sofrer apenas reformas ou emendas, exceto as cláusulas pétreas, cujos conteúdos não podem ser revogados. 
Em países democráticos, como o Brasil, sua elaboração se dá por uma Assembleia Constituinte, formada por representantes políticos do poder legislativo, eleitos pelo povo. A Atual Constituição Federal Brasileira foi promulgada em 1988. A referência à Educação é dada nos artigos 205 a 214, merecendo destaque o artigo 206, que diz: 
Art. 206.
O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;
III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; 
IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
V - valorização dos profissionais do ensino, garantido, na forma da lei, plano de carreira para o magistério público, com piso salarial profissional e ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, assegurado regime jurídico único para todas as instituições mantidas pela União;
 VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
 VII - garantia de padrão de qualidade. (Constituição Federal/ 88)
Veja, portanto, que já em 1988 é constitucionalizada a prática democrática nas escolas de ensino público, ou seja, é direito de todo cidadão participar nas tomadas de decisão das escolas públicas, defendendo seus direitos de permanência e acesso. É direito também do profissional do magistério receber a devida valorização por seu trabalho, na forma de um piso salarial digno. Outro documento de suma importância é o Estatuto da Criança e do Adolescente, apresentado a seguir.
Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Nacional - LDB 9.394/ 96
Já estudamos nos tópicos anteriores sobre a LDB, que determina as diretrizes da organização do sistema educacional brasileiro. Toda Instituição de Ensino deve agir em conformidade com os dispostos em seus artigos. Dentre os avanços apresentados estão:
· o reconhecimento da educação Profissional como modalidade de ensino;
· oficialização da Educação Infantil (creche e pré-escola) como a primeira etapa da Educação Básica;
· obrigatoriedade e gratuidade do Ensino Fundamental;
· destinação de 18% do orçamento da União e 25% do orçamento dos Estados e Municípios na manutenção e desenvolvimento da rede pública de ensino.
Seu texto vem ao encontro do estabelecido na Constituição Federal e no Estatuto da Criança e do Adolescente. A prática democrática na escola é evidenciada em especial nos artigos 14 e 15 que diz:
Art. 14 - Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios: I. participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola; II. participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes. Art. 15 - Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares públicas de educação básica que os integram progressivos graus de autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira, observadas as normas de direito financeiro público. ” ( LDB 9394/ 96)
Ou seja, é garantido, na forma de Lei, a participação de funcionários e comunidade na elaboração do Projeto Político Pedagógico da Escola, que conforme o que já estudamos, é o documento que determina as ações, projetos e práticas pedagógicas a serem implementados pela escola.
Plano Nacional de Educação - PNE 10.172/01
O PNE é um Projeto Federal do Ministério da Educação (MEC), fundamentado na Lei de Diretrizes e Bases (LDB), que visa à melhoria da qualidade do ensino no país, e o aumento do índice de conclusão da Educação Básica entre os brasileiros. O Projeto virou lei e foi sancionada em 9 de janeiro de 2001, sendo obrigatório o cumprimento de suas metas até o final desta década.
A execução das ações fica a cargo dos governos federal, estadual e municipal, e sua coordenação, a cargo do MEC. Como embasamento para a gestão democrática você pôde observar que existem diversas Leis. Tais leis orientam os gestores e até mesmo o cidadão a realizarem um trabalho com políticas públicas efetivas e de interesse de toda a sociedade. 
1.12 Finalidades da escola
Em seu Título II, art. 2º, que trata dos Princípios e Fins da Educação Nacional, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, LDB 9.394, de dezembro de 1.996 diz que: “A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. O que significa “pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”?
Desenvolvendo conhecimentos e técnicas 
Vamos agora abordar uma das finalidades da educação escolar que é o desenvolvimento do conhecimento científico, entendido como aquele permeado pelo currículo escolar, seguindo os Parâmetros Curriculares Nacionais. São os estudos da Língua Portuguesa, da Matemática, da História, Geografia, Ciências, etc. Essa finalidade se cumpre especialmente em sala de aula, com a mediação do Professor. É ele quem vai possibilitar ao aluno condições de assimilar novos conhecimentos, ampliando sua visão de mundo. E, para que isso ocorra, é necessário que seja dado à “matéria” algum sentido, alguma aplicação no cotidiano. 
Então, muitas vezes o professor precisa desenvolver suas aulas em ambientes inusitados, contando assim, com a colaboração de seus colegas dentro da escola. Nesse momento, uma agente de merenda pode tornar-se professora no instante em que ajuda o professor em uma aula que aconteça na cantina por exemplo. 
A bibliotecária pode ajudar o professor a orientar seus alunos em aulas de pesquisa que podem acontecer na biblioteca. 
O professor precisa ter a liberdade de usufruir de todos os espaços escolares e encontrar em cada um, o apoio necessário de seus colegas de trabalho, para que a formação de seu aluno seja garantida com maior eficiência e eficácia.
Desenvolvendo a compreensão cultural 
O Brasil é o país das diferenças. No nosso cotidiano, convivemos com pessoas de diferentes traços: brancos, albinos, pardos, morenos, negros, descendentes de japoneses, chineses, mexicanos, judeus, católicos, protestantes, “emos”, góticos, ricos, pobres, dentre outras diversidades que a sociedade nos apresenta. 
A escola é um dos cenários dessas diferenças e faz parte do patrimônio histórico do nosso país. Portanto, a compreensão dos fatores históricos, político e social possibilitarão o desenvolvimento da compreensão cultural do educando. À medida que essa compreensão se desenvolve, minimizam-se os problemas de preconceitos e da ocorrência do fenômeno “bullying”, que compreende comportamentos agressivos entre alunos, de forma intencional e repetitiva, muitas vezes sem motivo aparente, causando traumas e transtornos às suas vítimas e familiares.
Para que a formação cultural se dê de forma mais significativa, é necessário que além da compreensão da diversidade étnica e cultural, seja promovido também o acesso a alguns movimentos e/ou eventos culturais. Como exemplo, podemos citar passeios a museus, para que o aluno vivencie, por alguns instantes, a evolução da história do seu município, estado, país. O conhecimento do passado ajuda na compreensão do momento presente. Outra forma de possibilitar o referido acesso é levar os alunos a assistirem e até mesmo promover, peças de teatro (com roteiros contextualizados), exposições artísticas. 
A todo instante, o professor em sala de aula ou durante os passeios culturais, deve estimular aprática reflexiva de seus alunos, levando-os a ver além das peças dos museus, da atuação dos atores no palco. Que eles tenham condições de compreender o processo e o contexto no qual o que se vê foi desenvolvido. 
É dever de todo funcionário da escola respeitar a diversidade, seja ela de caráter étnico, social, político, religioso. Respeitar não significa aderir a movimentos ou conformar-se com a pobreza ou violência que nos rodeia. É lançar um olhar crítico sobre os fatos, mantendo conduta ética e oferecendo apoio quando possível e necessário.
Tipos de finalidade
Finalidade política da escola
No dia a dia da escola são desenvolvidas inúmeras atividades, sendo muitas delas de cunho socializador. São campeonatos esportivos, gincanas, reuniões pedagógicas, festas temáticas, ou mesmo de socialização dentro da própria sala de aula, como por exemplo, trabalhos em grupo, dramatizações.
Nesses instantes, o aluno desenvolve sua capacidade de se comunicar, de interagir, e nessa interação aprende novas coisas, assimila hábitos, compartilha opiniões, cresce verdadeiramente. Por esse motivo, deve ser dada atenção redobrada para que os “mais tímidos” possam interagir também, ao seu tempo, à sua maneira, sem, contudo, isolar-se. Professores e funcionários devem deixar todos à vontade, evitando expressões constrangedoras do tipo “o gato comeu sua língua? ”, “nossa, ele é tão caladinho, tristinho...”. Ao contrário, devem incentivá-lo a participar das atividades, com frases do tipo “esse aqui faz lindos desenhos, então ele fica com essa parte do trabalho”, “venha ver como se faz, chegue mais perto”, frases que comuniquem algo positivo, que evoquem a participação do aluno de forma discreta.
Construindo normas e valores 
Seja qual for o lugar por onde passarmos, sempre haverá regras específicas a se cumprir. Mesmo que seja uma temporada na casa de um amigo, a boa educação nos diz que devemos nos adequar às normas da casa, seus horários, ajudar na manutenção da limpeza da casa, não é verdade? Pois é, na escola não pode ser diferente. Alunos e funcionários devem saber que a escola possui uma “lei interna” chamada Regimento Interno, que é um documento de valor legal, no qual são designadas as atribuições, direitos, transgressões e penalidades de cada um no âmbito escolar. Devem saber que comportamentos inadequados, independente do nível hierárquico de quem os cometeu, são passíveis de punição, respaldadas pelo Regimento Interno. Você certamente já ouviu falar que “um exemplo educa mais que mil palavras”. E isso é fato! 
De nada adianta o professor dar uma excelente aula sobre ética, e no intervalo “furar” a fila para comprar o lanche. Um funcionário que agride verbalmente um colega ou aluno está estimulando a violência. Portanto, se a escola é um lugar que se transmite normas e valores, devemos estar atentos à nossa conduta, pois somos espelhos vistos o tempo todo. Precisamos estar aptos a educar através dos nossos exemplos, pois eles repercutirão na história de alguém.
Promovendo o exercício da cidadania 
Para iniciarmos nosso diálogo sobre o exercício da cidadania na escola, vamos estudar e refletir sobre o conceito da palavra cidadão. Portanto, para que o indivíduo exerça plenamente sua cidadania, é necessário que ele tenha consciência dos seus direitos. Participar de votação para eleição de diretor, grêmio estudantil, representante de classe, não são “obrigações”, pelo contrário, são direitos. No momento do voto, o sujeito está exercendo sua cidadania. Está escolhendo aquele no qual ele acredita que será seu melhor representante. 
Um cadeirante ao entrar num recinto com adequações necessárias, está exercendo sua cidadania, ou seja, está gozando dos seus direitos civis. Para estimular o exercício da cidadania é preciso também estimular alguns hábitos, tais como:
· Buscar o conhecimento dos direitos individuais e coletivos, sejam eles regidos por legislações de nível federal, estadual, municipal ou mesmo institucional.
· Ler todo documento antes de assiná-lo, e em casos de desacordo, buscar uma discussão amigável.
· Participar das votações de forma consciente, ou seja, sabendo a relevância do direito de escolha que o voto garante e das qualidades do candidato escolhido.
· Candidatar-se, quando achar que apresenta as condições específicas à função pleiteada.
· Ter a consciência de que “o direito de um termina quando começa o do outro”. 
Ou seja, saber respeitar os direitos dos demais. Esses hábitos devem ser praticados por todos os cidadãos, dentro e fora da escola. Seja ele professor, diretor, aluno, secretário, porteiro, merendeira, voluntário.
Finalidade de formação profissional
Formação do indivíduo para o mundo do trabalho e o desenvolvimento de competências 
“A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social. ” Art. 1º, § 2º, LDB. Há Décadas atrás, preparar um indivíduo para o mercado de trabalho seria fornecer subsídios teóricos relativos à pretensa área de atuação. Atualmente, além de garantir a aprendizagem dos conceitos e técnicas é necessário oferecer incentivo ao desenvolvimento de alguns tipos de conduta, tais como:
· Apresentação pessoal adequada, evidenciada em roupas discretas, limpas e bem passadas. Esse item geralmente é cobrado pelas escolas através do uso de uniformes, etc.
· Boa comunicação verbal. No momento de uma entrevista de emprego um dos critérios observados é a comunicação, especialmente a verbal. Portanto, as escolas têm papel fundamental na formação do educando no que tange esse fator. Todos os professores devem estar atentos à comunicação de seus alunos, cobrando e ensinado a eles uma comunicação clara, coerente e gramaticalmente correta.
· Pró-Atividade. É a busca pela solução de um problema, antes de ser solicitado. Significa iniciativa, antecipação aos problemas. É o aluno que oferece ajuda aos colegas na resolução de exercícios é o funcionário que vai além do que lhe é mandado. Em sala de aula pode ser incentivado o sistema de monitoria, ou seja, aos alunos que apresentarem maior afinidade com certos conteúdos, podem ajudar seus colegas durante as aulas esclarecendo suas dúvidas.
· Autoconfiança. A autoconfiança é resultado do autoconhecimento. Todos nós temos pontos fracos e pontos fortes. O autoconhecimento permite explorarmos o nosso potencial e buscar o desenvolvimento daquilo que é falho. Geralmente, as pessoas autoconfiantes apresentam maior poder de convencimento e de liderança, características apreciadas pelos empregadores.
· Flexibilidade. É a capacidade de adaptar-se às circunstâncias e à diversidade de opiniões. Pode ser também a capacidade de atuar em diversos setores de uma organização, atendendo às necessidades do momento. Por exemplo, um professor que auxilia na limpeza da escola, um porteiro que ajuda a servir a merenda. 
· Bom relacionamento interpessoal. É aplicar no dia a dia os princípios básicos da boa educação, estabelecer contatos respeitando as diferenças. É um fator que pode ser observado e exercitado na escola, uma vez que é um local onde a convivência com inúmeras pessoas é diária. 
· Espírito de equipe. É pensar no coletivo, compartilhar informações, demonstrar interesse em cooperar, é priorizar o bem comum em detrimento de interesses particulares. Os trabalhos em grupo, prática de esportes, organização de eventos, são oportunidades que a escola apresenta ao aluno de desenvolver o seu espírito de equipe.
Ao observar os itens citados acima, você pode se auto avaliar e avaliar seus colegas de profissão. Quais quesitos você enxerga em si? Quais acha que falta e precisa aprimorar? Pense nisso.
Finalidade humanística
Desenvolvimento da responsabilidade ambiental e social 
Um grande legado que as escolas podem deixar aos seus alunos, e consequentemente ao planeta, é uma consciência social e ambiental bem desenvolvida. O sujeito bem-educado ambientalmente adota no seu dia a dia, práticas de cuidados com o meio ambiente, e essa é uma semente que se espalha por onde ele passa. Esses hábitos serão repassados aos seus familiares,

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