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Invaginação Intestinal 
(Intussuscepção)
Introdução 
 
• Ocorre quando um segmento proximal de 
alça intestinal (intussussceptum) penetra 
num segmento distal (intussuscipiens), 
com compressão vascular mesenterial, 
com consequente edema, congestão ve-
nosa, isquemia, necrose, perfuração e pe-
ritonite; 
• Resulta de diferenças de peristalse ou de 
calibre, com entrada da intussussceptum na 
intussuscipiens; 
• Apresenta um pico de incidência entre 5-9 
meses (60-65%), de forma que, apenas 10-
25% ocorrem em >2 anos; 
• Pode ocorrer em qualquer idade, neonatal 
e idosos; 
• 60-70% em meninos; 
• Em geral, ocorre em crianças bem nutri-
das e sem doenças prévias; 
• Maior incidência em épocas do ano com 
maior índice de infecções respiratórias e di-
gestivas, principalmente por adenovírus, 
por uma resposta inflamatória do organismo 
e aumento dos gânglios intestinais, que se 
tornam obstáculos (durante a peristalse) e 
facilitam a invaginação; 
• Mais de 80% são na região ileocecal (íleo 
ceco cólica), resultando da desproporção 
dos calibres íleo terminal e ceco; 
• Outras regiões podem ser menos acome-
tidas, em ordem: íleo-ileal, ceco-cólica, je-
juno-jejunal; 
• Em geral, inicia-se no íleo terminal, avan-
çando em direção ao ceco; 
• Pode haver progressão por todo cólon e 
prolapso de via retal. 
 
Causas 
→ 
• Cerca de 90% apresentam causa primá-
ria e idiopática; 
• A parede do íleo terminal é rica em tecido 
linfoide e, muitas vezes, observa-se hiper-
plasia linfoide (HP); 
• A hiperplasia linfóide pode servir como 
ponto de apoio (“cabeça”) para invagina-
ção; 
• Frequente a presença de adenite mesenté-
ria e hiperplasia linfoide na vigência de in-
fecções respiratórias e gastrointestinais 
(adenovírus); 
• Frequente a presença de adenite após 
invaginação. 
 
→ 
• Cerca de 10% são secundárias; 
• Vacinação por rotavirus: foi observado 
um aumento de casos após vacinação (não 
confirmado por estudos); 
• Podem ter causas: 
 - Doenças do TGI; 
 - Doenças sistêmicas; 
 - Divertículos de Meckel, Pólipos, Cistos e 
Tumores (linfoma), servindo como obstá-
culo e favorecendo a ocorrência de invagi-
nação intestinal; 
 - Outras menos comuns; 
• Maioria após 2 anos. 
 
 
Marianne Barone (15A) Cirurgia Pediátrica – Prof. Danilo Faria 
Invaginação pós-operatória: 
• 1-2% dos casos; 
• 90% limitada ao delgado; 
• Cirurgias abdominais e extra-abdominais; 
• Em geral, pela dismotilidade intestinal 
pós-operatória, ou seja, retorno da motili-
dade intestinal pós-anestésica e manipula-
ção da cavidade abdominal; 
• Retorno de motilidade: a diferença de re-
torno de motilidade pode levar a invagina-
ção por regiões que já obtiveram sua moti-
lidade enquanto outras ainda estão imóveis 
ou sem motilidade adequada, com diferença 
de calibres; 
 - Intestino delgado: após 24h; 
 - Estômago: até 24-28horas; 
 - Cólon: 48-72 horas. 
 
Quadro clínico 
→ 
• Quadro clássico típico em lactentes bem 
nutridos, entre 4-9 meses de idade, sem do-
enças prévias; 
• Sinais e sintomas: 
 - Dor abdominal aguda intensa e intermi-
tente; 
 - Palidez cutânea e contração dos membros 
inferiores; 
 - Criança bem e evacuação presente; 
 - Novos surtos de dor, com sudorese, vô-
mitos e irritabilidade; 
 - Evacuação em geleia de morango (san-
gue e muco), por descamação das camadas 
epiteliais associadas a edema; 
 - Caso não haja resolução, há sintomas 
obstrutivos e peritonite + sepse (perfuração). 
 
→ 
 
• Simulando uma gastroenterocolite aguda 
(GECA); 
 • Invaginação indolor com sintomas pobres 
e diagnóstico tardio (10-20%); 
• Sintomas obstrutivos precoces em caso de 
invaginação alta; 
• Púrpura de Henoch-Schoenlein tem 
quadro semelhantes a invaginação por he-
matomas na parede das alças. 
 
→ 
• Forma intermitente, em crianças maiores 
de 2 anos; 
• Dor abdominal recorrente, vômitos, ano-
rexia, alteração do hábito intestinal, perda 
de peso; 
• Geralmente, associado a aparecimento de 
doença associada (linfoma ou divertículo 
de Meckel); 
• O organismo reduz espontaneamente a in-
vaginação, podendo ser percebido no exame 
físico uma massa palpável intermitente 
(cilíndrica/chouriço), denominada de tu-
mor fantasma, em qualquer região do ab-
dome, principalmente na região do colo di-
reito ascendente (região íleo-ceco-cólica); 
• Obstrução incompleta, sem isquemia ou 
necrose, pela resolução espontânea do qua-
dro (ainda que seja intermitente e tenha re-
cidiva); 
• Sinal de Dance: fossa ilíaca direita vazia, 
por haver entrada das alças em direção ao 
colo transverso; 
• Evacuação em geléia de morango; 
• Em geral, não há distensão abdominal, 
exceto nas fases tardias, por haver um diag-
nóstico precoce na maioria dos casos. 
 
Diagnóstico 
• Quadro clínico + palpação de massa e ge-
leia de morango são suficientes para fechar 
diagnóstico; 
• Exames complementares: 
 - Raio-X: escassez de ar em fossa ilíaca 
direita e lateralização do íleo, com dilatação 
do mesmo, indicando sinais de obstrução 
intestinal (ruídos hidroaéreos, distensões); 
 
 
 
 
 - USG: é o exame de escolha para diag-
nóstico e tratamento, apresentando: 
 
 ▷ Imagem em “ALVO”: transversal, 
com camadas concêntricas de ecogenicida-
des diferentes; 
 
 ▷ Imagem em “pseudo rim”: longitu-
dinal; 
 
 - TC: pode ter imagem em alvo ou pseudo 
rim; 
 
 - Enema opaco: usado em diagnóstico e 
tratamento, com administração de contraste 
via retal que atinge a área de obstrução e 
podendo apresentar imagem em “casca de 
cebola” ou “taça”, apresentando como des-
vantagens a irradiação e possíveis compli-
cações. 
 
Tratamento 
→ 
• Deve ser feito apenas com respaldo cirúr-
gico, monitorado por ultrassom ou fluoros-
copia, apresentando sucesso de 70-90%, 
menor em crianças <3 meses; 
• Pode ser feita por intermédio de US, TC 
ou enema opaco, com administração de 
enema baritado, radiação gasosa ou redução 
de solução hidrossalina, gerando uma pres-
são hidrostática que resulta numa resolução 
da invaginação; 
• Se não houver progressão após 10 mi-
nutos, deve haver interrupção por risco 
de perfuração. Além disso, sabe-se que, 
em tratamento clínico, a invaginação de del-
gado dificilmente se reduz; 
• Contra-indicações: 
 - Sinais de perfuração; 
 - Estado geral comprometido (isquemia e 
necrose) 
 - Evolução > 48 horas; 
 - Crianças > 2 anos (por terem risco maior 
de alguma causa secundária para a invagi-
nação, que deve ser tratada anteriormente) 
ou RN (pouco sucesso); 
 - Sinal de obstrução intestinal; 
 - Invaginação crônica; 
 - Geleia de morango não é contraindica-
ção (sinal de descamação e não de necrose); 
• Desvantagens: 
 - Risco de perfuração; 
 - Incerteza da redução total; 
 - Dúvida quanto à causa da invaginação; 
 - Perda de tempo: aumenta tempo de is-
quemia e pode aumentar as chances de ne-
crose; 
 - Redução de alça não viável (raro); 
 - Pólipos e/ou tumores podem não ser vis-
tos; 
 - Aumento de recorrência. 
→ 
• Laparotomia ou laparoscopia, podendo ser 
feito no método convencional ou laparoscó-
pico; 
• Contra-indicação formal de tratamento clí-
nico; 
• Falha na redução com enema; 
• Suspeita de doença primária (“cabeça”); 
• Invaginação intestinal recorrente; 
• Em qualquer pós-operatório; 
• RN ou criança > 2 anos; 
• Manobra de “ordenha” retrógrada: 
 - Pressão homogênea e contínua; 
 - Nunca tracionar, por risco de ruptura/per-
furação; 
 - Se houver doença primária, deve ser re-
solvida; 
• Alças viáveis: redução (retirar uma alça 
de dentro da outra se não tiver área de is-
quemia ou necrose); 
• Alças não viáveis: 
 - Ressecção; 
 - Re-exploração em 24-48 horas (se não 
tem certeza se a alça está viável ou não), va-
riando a conduta se a área estiver viável 
(alta e bom prognóstico) ou não viável (res-
secção);- Anastomose primária; 
 - Colostomia; 
• Apendicectomia: deve ser realizada visto 
que o apêndice pode aumentar a morbidade 
cirúrgica, por alterar a “cabeça” da invagi-
nação. 
 
Recorrência 
• É baixa; 
• Em geral, proximal ao segmento acome-
tido devido ao edema e maior dilatação 
(desproporção entre alças), com diferenças 
de motilidade); 
• Com enema é mais precoce; 
• Com cirurgia é mais tardia.

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