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Riscos Ambientais no Ambiente de Trabalho

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13/01/2022 22:33 Versão para impressão
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Riscos Ambientais no Ambiente de Trabalho
Avaliação ambiental: instrumentos, etapas, procedimentos, metodologias
qualitativa e quantitativa, tipos de planilhas, relatórios e checklist da norma
Para realizar a avaliação dos riscos ambientais, devem-se conhecer os tipos de risco a serem avaliados e os tipos a
serem quantificados de forma numérica (atribuindo um valor de concentração ou exposição do funcionário ao agente) ou então
de forma subjetiva (caracterizando a presença do risco sem realizar medições para comprovar a existência deste no ambiente
de trabalho).
Além disso, as avaliações ambientais devem ocorrer por meio de metodologias descritas nas normas de higiene
ocupacional (NHOs). As NHOs apresentam uma forma de acompanhamento para cada agente causador de risco. Logo, as
técnicas apresentadas nas normas devem ser seguidas detalhadamente para que a coleta realizada seja considerada válida.
Portanto, neste conteúdo, serão abordadas tais questões, bem como informações sobre os tipos de risco que podem ser
monitorados por meio das metodologias apresentadas nas NHOs.
Metodologias qualitativa e quantitativa
Avaliação quantitativa
É um tipo de avaliação por instrumento, em que é atribuído um valor de concentração ou exposição ao agente. Os tipos
de riscos que podem ser monitorados, ou seja, acompanhados por meio de medições, realizadas por instrumentos de
avaliação ambiental, são os riscos físicos e químicos, sendo que, em relação aos riscos físicos, nem todos podem ser
monitorados. Estas avaliações são importantes para fins de laudos técnicos, periciais, caracterização de insalubridade e
identificação da concentração ou exposição do trabalhador ao risco, desta forma é possível implementar uma medida de
controle, com o objetivo de proteger a integridade física e a saúde dos trabalhadores.
Avaliação qualitativa
É aquela em que se realiza a identificação do risco que pode estar presente no ambiente, sem que seja atribuído um valor
para provar que ele realmente está no local de trabalho. Estas avaliações são realizadas para identificar todos os riscos no
ambiente de trabalho -podendo ser ele químico, físico ou biológico- para depois realizar as avaliações quantitativas dos riscos
que foram identificados, caso seja possível. É importante ressaltar que a avaliação qualitativa é uma etapa anterior a avaliação
quantitativa; logo, primeiro ocorre a verificação sem medições do que pode ser considerado risco químico, físico ou biológico,
para depois acontecer as medições nos agentes que possibilitam este tipo de análise.
Limites de tolerância
Considerando o contexto de avaliações quantitativas, os agentes classificados como quantitativos são aqueles que
apresentam um parâmetro comparativo, ou seja, apresentam valores de referência que as normas regulamentadoras
brasileiras (NRs) ou as demais normas técnicas nacionais e internacionais definem como limite. Quando o limite para
determinada exposição deixa de ser seguro aos trabalhadores, ele passa a ser chamado de limite de tolerância (LT).
Tecnicamente, os limites de tolerância definem as concentrações ou a intensidade de determinados agentes de risco nos
ambientes ocupacionais. Acredita-se que a maioria dos trabalhadores pode executar suas atividades exposta aos agentes de
risco sem que a sua saúde seja comprometida.
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Para exemplificar o limite de tolerância, pense no agente ruído para a verificação. A indústria calçadista utiliza muitas
máquinas que geram ruído, o que define a natureza do agente. O ruído das máquinas, consequentemente, gera desconforto
nos trabalhadores e pode ser prejudicial para a audição, interferir na concentração ou ser um agente causador de outros
males. Ao realizar o levantamento dos riscos ambientais, verificou-se que o nível do ruído estava acima dos limites de
tolerância, marcando 90 dB (decibéis) na dosimetria individual para uma jornada de trabalho de oito horas por dia.
Conforme consta no Anexo I da NR-15, para uma jornada de oito horas diárias, o nível de ruído não deve ultrapassar 85
dB. Outra alternativa seria a jornada de trabalho ser reduzida para quatro horas diárias, se a exposição ao ruído de 90 dB for
mantida.
Figura 1 – Anexo 1 da NR-15 – Limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente
A imagem mostra o anexo um da NR 15, texto em que são estabelecidos, em uma coluna, os níveis de ruído em decibéis,
compreendendo o intervalo que vai de 85 a 115 decibéis, e, na outra coluna, o tempo máximo permitido para a exposição diária
ao ruído. Estão destacados os dados citados anteriormente, relacionando o nível de ruído com o tempo de exposição ao
agente ruído (85 decibéis em oito horas e 90 decibéis em quatro horas).
Pela comparação entre o nível de exposição (NE) ao agente e o limite de tolerância, pode-se monitorar a exposição e
propor ações de controle, sempre tendo como objetivo principal zelar pela saúde dos trabalhadores expostos.
Nessa situação específica, pode ser sugerido, como medida de controle, o enclausuramento de alguma máquina que
produz ruído mais elevado ou a substituição desta por alguma máquina mais moderna, a qual não produza ruído tão elevado.
Caso não tenha como realizar as etapas sugeridas, o uso do protetor auricular faz-se necessário como forma de atenuar a
exposição dos trabalhadores.
Cabe ressaltar que, no exemplo citado, trata-se de ruído contínuo ou intermitente. A NR-15 também cita o ruído de
impacto, que tem outros parâmetros para avaliação e monitoramento no ambiente de trabalho, conforme Anexo 2 da mesma
norma.
Ao analisar os riscos no ambiente de trabalho, para propor ações de controle e monitoramento, precisam ser utilizados
diversos conhecimentos. É possível verificar que as NRs e as demais legislações se complementam, visando a estabelecer
ações de prevenção de doenças no ambiente de trabalho.
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Nível de ação
Além do limite de tolerância, mais um parâmetro de referência dentro da ciência da higiene ocupacional precisa ser
conhecido: o nível de ação. Tal parâmetro serve como um critério para a tomada de decisões por parte dos profissionais que
trabalham com a segurança e a saúde dos trabalhadores.
O nível de ação é o valor utilizado por profissionais higienistas como um ponto de atenção com relação à exposição a
determinado agente, pois serve como um balizador que demonstra que o trabalhador está exposto a 50% da dose considerada
como limite de tolerância – ou seja, metade do valor máximo considerado seguro.
O nível de ação é uma espécie de alerta para quem está realizando as avaliações ambientais. Então, a partir desses
resultados, já deverão ser iniciadas ações de controle.
Todas as situações que apresentem exposição ocupacional acima dos níveis de ação devem ser controladas de acordo
com as seguintes orientações:
Para os agentes químicos, utiliza-se a metade dos limites de exposição ocupacional, quando os resultados das
avaliações quantitativas da exposição dos trabalhadores excederem os valores dos limites previstos na NR-15.
Não havendo limites previstos na NR-15, devem ser utilizados como referência os valores estipulados pela
American Conference of Governmental Industrial Hygienists (ACGIH).
Para o ruído, utiliza-se a dose de 0,5 (dose superior a 50%), conforme critério estabelecido na NR-15, Anexo I,
item 6.
Quando diagnosticado o nível de ação dos agentes ambientais, cabe aos profissionais prevencionistas implementar ações
de controle por meio do monitoramento periódico da exposição e informar os trabalhadores e o controle médico.
Vamos utilizar o exemplo da exposição a ruído, citado anteriormente, como exemplo de análise.
Retomando as informações
A exposição verificada no ambiente de trabalho é de 90 dB.
De acordo com a NR-15, o limite de tolerância da exposição ao ruído para uma jornada de 8h é de 85 dB.
Nesta situação o nível de ação será correspondente a 80dB, já que para o agente ruído, a cada 5 dB, a exposição dobra
ou reduz.
Concluímos que, a partir de 80 dB, a empresa deve implementar ações de controle e monitoramento deste agente no
ambiente de trabalho.
Procedimentos, etapas e instrumentos
Avaliação de ruído
Ao avaliar os níveis ocupacionais de ruído utilizando medidores de nível de pressão sonora ou sonômetros, devem ser
seguidas duas referências técnicas basicamente: a NR-15 e a NHO-01.
Após realizar as avaliações quantitativas do ruído, uma comparação precisa ser feita entre os valores estipulados pela
legislação como sendo um parâmetro dos níveis de exposição seguros ou não. Os já conhecidos limites de tolerância
representam a máxima exposição permitida de um trabalhador ao ruído sem a necessidade do uso de equipamentos de
proteção.
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Como cada pessoa tem características particulares, os limites de tolerância não devem ser tomados como uma verdade
absoluta. Eles dão uma ideia de uma média considerada aceitável para a maior parte dos trabalhadores. Logo, exames
ocupacionais devem ser realizados periodicamente, para assim monitorar as condições auditivas dos funcionários e os
possíveis danos causados pelo ruído a que estão expostos.
Além disso, para atuar de forma prevencionista, deve-se tomar como parâmetro um nível de ruído em que ações devam
ser tomadas, pois, a partir de tal nível, o ruído será considerado passível de causar perda auditiva nos trabalhadores. No caso
do ruído, consideram-se, como um nível de ação para que medidas sejam tomadas, 80 dB(A), valor que representa 50% da
dose de ruído.
Procedimento para avaliação de ruído
A forma correta de realizar a avaliação da exposição ocupacional ao ruído deve ser feita buscando evidenciar a exposição
ao ruído de todos os funcionários expostos. Para facilitar, devem ser identificados os grupos de trabalhadores que estão
expostos a características semelhantes de ruído. O grupo de trabalhadores com exposição similar ao mesmo risco é chamado
de grupo homogêneo de exposição (GHE). A avaliação de ruído nessas condições deverá ser realizada visando a cobrir um
ou mais trabalhadores que têm exposição considerada típica no GHE.
Quando não for possível determinar quais são os trabalhadores que atendem às características citadas anteriormente
(exposição típica), deve-se considerar realizar a avaliação de ruído em todos os integrantes do GHE estudado.
O limite da exposição máxima para o ruído é 115 dB(A).
Segundo a NR-15, para realizar a avaliação de ruído contínuo ou intermitente utilizando o decibelímetro, o
equipamento deve ser configurado no circuito de compensação “A” e no circuito de resposta lenta (slow). As avaliações de
leitura devem ser realizadas próximo à zona auditiva do trabalhador. Caso, durante a jornada de trabalho, existam períodos de
exposição a níveis de ruído diferentes, devem ser verificados os efeitos combinados dessa exposição. O cálculo para a
verificação deve ser realizado da seguinte forma:
Cn – Indica o tempo a que o trabalhador está exposto ao nível de ruído.
Tn – Indica a máxima exposição em horas permitida pela legislação.
A fórmula é a seguinte: C1 (tempo um em que o trabalhador está exposto ao nível de ruído), dividido por T1 (tempo um
máximo de exposição permitida em horas), mais C2 (tempo dois em que o trabalhador está exposto ao nível de ruído), dividido
por T2 (tempo dois máximo de exposição permitida em horas), mais C3 (tempo dois em que o trabalhador está exposto ao
nível de ruído), dividido por T3 (tempo três máximo de exposição permitida em horas), mais C n (enésima possibilidade de
tempo de exposição), dividido por T n (enésima possibilidade de tempo de exposição permitida).
Caso o resultado da equação seja maior que 1, significa que o trabalhador está exposto a um limite superior ao
considerado seguro.
Veja a seguir o equipamento conhecido como decibelímetro, utilizado na avaliação de ruído ocupacional:
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Figura 2 – Decibelímetro
 
<https://www.lojadomecanico.com.br/produto/91114/3/204/decibelimetro---medidor-de-nivel-de-pressao-sonora-digital--35-a-
130-db-instrutherm-dec-460>. Acesso em: 27 fev. 2020.
Observe um exemplo prático:
Em uma empresa, foram avaliados os seguintes níveis de ruído em uma atividade de um trabalhador:
85 dB(A) durante duas horas
86 dB(A) durante três horas
88 dB(A) durante uma hora
87 dB(A) durante duas horas
Chegando-se, então, a oito horas de uma jornada de trabalho.
Agora, observe a relação dos valores encontrados com o que a legislação prevê sobre a exposição a ruído contínuo:
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Medição
realizada
Nível de ruído
medido em dB(A)
Tempo de
exposição ao nível
de ruído em horas
Limite de tolerância
permitido pela NR-15 em
horas
1 85 2 8
2 86 3 7
3 88 1 5
4 87 2 6
Tabela 1 – Relação de valores com a legislação
Sendo assim, levando em consideração as avaliações feitas em comparação à tabela, têm-se estas equações:
A fórmula é a seguinte: C1 (tempo um em que o trabalhador está exposto ao nível de ruído), dividido por T1 (tempo um
máximo de exposição permitida em horas), mais C2 (tempo dois em que o trabalhador está exposto ao nível de ruído), dividido
por T2 (tempo dois máximo de exposição permitida em horas), mais C3 (tempo dois em que o trabalhador está exposto ao
nível de ruído), dividido por T3 (tempo três máximo de exposição permitida em horas), mais C n (enésima possibilidade de
tempo de exposição), dividido por T n (enésima possibilidade de tempo de exposição permitida).
A equação é esta: dois dividido por oito, mais três dividido por sete, mais um dividido por cinco, mais dois dividido por
seis, igual a zero vírgula vinte e cinco, mais zero vírgula quarenta e três, mais zero vírgula dois, mais zero vírgula trinta e três,
totalizando um vírgula vinte e um.
Conforme dito anteriormente, se o resultado do cálculo do efeito combinado com a exposição a diferentes níveis de ruído
for superior a 1, a exposição ao ruído é superior ao limite de tolerância.
Ao utilizar o dosímetro de ruído (medidores integradores de uso pessoal), devem-se considerar as configurações
exigidas pela NHO-01. Os parâmetros a serem configurados no equipamento devem ser realizados conforme segue:
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Circuito de ponderação: A
Circuito de resposta: lenta (slow)
Critério de referência: 85 dB(A), que correspondem à dose de 100%
Exposição de oito horas
Nível limiar de integração: 80 dB(A)
Faixa de medição mínima: 80 a 115 dB(A)
Incremento de duplicação de dose: 3 (q = 3)
Indicação da ocorrência de níveis superiores a 115 dB(A)
Veja um exemplo de dosímetro de ruído:
Figura 3 – Dosímetro de ruído
 
Fonte: <https://www.instrutherm.net.br/dosimetro-de-ruido-digital-sem-fio-mod-dos-700.html>.
Acesso em: 27 fev. 2020.
Para realizar as avaliações quantitativas de ruído, seja com o decibelímetro, seja com o dosímetro de ruído, deve ser
realizado o procedimento de calibração dos medidores de pressão sonora utilizando um aparelho chamado calibrador
acústico. O equipamento pode ser visualizado na figura a seguir:
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Figura 4 – Calibrador acústico
 
Fonte: <https://www.instrutherm.net.br/seguranca-e-medicina-do-trabalho/acustica-e-vibracao/dosimetro-de-ruido/calibrador-
para-dosimetro-e-decibelimetros-mod-cal-5000-nivel-94-e-114db.html?___store=english&___from_store=brazil>.
 
Acesso em: 27 fev. 2020.
Os calibradores acústicos devem seguir o que diz a norma ANSI S1.40-1984 ou a norma IEC 942-1988. O recomendável
é que eles sejam da mesma marca que a do medidor de pressão sonora, para que haja o acoplamento perfeito entre o
microfone do medidor e o calibrador de forma direta ou por meio de adaptador de uso.
Procedimentos para medição de ruído
Segundo a NHO-01, existem algumas etapas necessárias para realizar o procedimento de avaliação da exposição
ocupacionalao ruído. São elas:
Verificar a integridade eletromecânica e a coerência na resposta do instrumento
Verificar as condições de carga das baterias
Ajustar os parâmetros de medição conforme o critério a ser utilizado
Calibrar o equipamento de acordo com as instruções do fabricante
Para realizar a medição, o microfone do equipamento deve ser posicionado dentro da zona auditiva do trabalhador, para
assim identificar o nível de ruído diário que chega até o ouvido deste.
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Figura 5 – Dosímetro de ruído na zona auditiva do trabalhador
 
Fonte: <https://www.comaudi-industrial.com/division-instrumentos/>.
 
Acesso em: 27 fev. 2020.
Previamente à realização do monitoramento, o trabalhador deve:
Saber a razão pela qual as avaliações estão sendo realizadas
Ser informado de que o monitoramento do ruído a ser realizado não deve interferir na rotina de trabalho dele
Ser informado de que o aparelho não tem a funcionalidade de gravar falas ou conversas
Ser orientado de que o microfone do aparelho não deve ser obstruído, soprado ou tocado durante a avaliação
Caso necessário, o profissional que estiver realizando a avaliação pode ainda indicar mais orientações ao trabalhador.
Utilizando o dosímetro de ruído
Quanto ao uso do dosímetro, estão listadas a seguir as ações necessárias para a execução da avaliação:
Utilizando o dosímetro de ruído
a) Providencie as configurações prévias do aparelho e a calibração, conforme já citado.
b) Posicione o medidor na zona auditiva do funcionário a ser avaliado e busque uma posição em que
qualquer tipo de interferência seja diminuído.
c) Defina um tempo de medição e elabore um registro, principalmente se a avaliação não durar uma jornada
completa do trabalhador.
d) Caso a medição de ruído seja realizada por um tempo suficiente, o equipamento fornecerá um nível
médio de exposição. Já no caso de determinação de uma fração de dose, tal fração deve ser projetada para
a jornada completa do trabalhador avaliado.
e) Acompanhe a jornada de trabalho do funcionário durante o período da avaliação, pois, às vezes, o
avaliado pode gerar ruídos de forma proposital para demonstrar que está exposto a um nível de ruído maior
que o da realidade diária, além de, por vezes, danificar o equipamento.
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a) Providencie as configurações prévias do aparelho e a calibração, conforme já citado.
b) Posicione o medidor na zona auditiva do funcionário a ser avaliado e busque uma posição em que qualquer
tipo de interferência seja diminuído.
c) Defina um tempo de medição e elabore um registro, principalmente se a avaliação não durar uma jornada
completa do trabalhador.
d) Caso a medição de ruído seja realizada por um tempo suficiente, o equipamento fornecerá um nível médio de
exposição. Já no caso de determinação de uma fração de dose, tal fração deve ser projetada para a jornada
completa do trabalhador avaliado.
e) Acompanhe a jornada de trabalho do funcionário durante o período da avaliação, pois, às vezes, o avaliado
pode gerar ruídos de forma proposital para demonstrar que está exposto a um nível de ruído maior que o da
realidade diária, além de, por vezes, danificar o equipamento.
Análise dos valores da avaliação de ruído
Quando a dose de uma exposição ao ruído for superior a 100%, o limite de tolerância foi ultrapassado. Portanto, devem
ser tomadas ações de controle para o agente ruído imediatamente. Porém, se a dose de exposição ao ruído ficar entre um
intervalo de 50% e 100%, a exposição se encontra dentro do nível de ação. Logo, também devem ser providenciadas medidas
de controle para o ruído, mas agora com caráter preventivo, pois o ruído ainda não ultrapassou o limite de tolerância. O nível
de ação é um sinal de alerta.
O nível de exposição (NE) representa o nível médio de exposição da jornada do trabalhador avaliado. Em comparação
ao limite de exposição, deve ser feito o cálculo do nível de exposição normalizado (NEN), que nada mais é do que a
conversão da jornada avaliada para uma jornada de oito horas diárias.
Veja o exemplo:
Avaliação do NEN conforme NHO-01
NEN: nível de exposição normalizado
NE: nível de exposição
Te: tempo de duração (exposição) em minutos
N E N é igual a N E, mais abre parênteses dez logaritmo, abre parênteses T e, dividido por quatrocentos e oitenta, fecha
parênteses, fecha parênteses.
Avaliação do NEN conforme NR-15
NEN: nível de exposição normalizado
NE: nível de exposição
Te: tempo de duração (exposição) em minutos
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N E N é igual a N E, mais abre parênteses dezesseis vírgula sessenta e um logaritmo, abre parênteses T e, dividido por
quatrocentos e oitenta, fecha parênteses, fecha parênteses.
O NE, nesse caso, seria o nível médio representativo da exposição diária de determinado trabalhador; e o Te, o tempo de
duração em minutos. Assim, o NEN tem como limite de exposição por dia o valor de 85 dB(A) e um valor máximo permitido de
115 dB(A). Segundo a NHO-01, 82 dB(A) devem ser o nível de ação para o NEN.
Exemplo prático de cálculo de NEN
Observe como calcular o valor do NEN de acordo com a NR-15, de uma exposição cujo NE é igual a 88,5 dB(A):
NEN: nível de exposição normalizado
NE: nível de exposição
Te: tempo de duração (exposição) em minutos
NE = 88,5 dB(A)
Te = 120 minutos
Logo:
N E N é igual a N E, mais abre parênteses dezesseis vírgula sessenta e um logaritmo, abre parênteses T e, dividido por
quatrocentos e oitenta, fecha parênteses, fecha parênteses.
N E N é igual a oitenta e oito vírgula cinco, mais abre parênteses dezesseis vírgula sessenta e um logaritmo, abre
parênteses cento e vinte, dividido por quatrocentos e oitenta, fecha parênteses, fecha parênteses.
N E N é igual a oitenta e oito vírgula cinco, mais abre parênteses, menos dez vírgula zero, zero, zero, dois, um, seis,
quatro, fecha parênteses.
N E N é igual a setenta e oito vírgula quarenta e nove decibéis, abre parênteses, A, fecha parênteses.
A tabela a seguir apresenta alguns critérios técnicos de acordo com a NHO-01 que auxiliam o profissional prevencionista
a decidir as ações a serem tomadas de acordo com a dose diária encontrada ou mesmo com o NE normalizado obtido na
medição de ruído realizada.
Após realizar as avaliações e obter os resultados, deve-se analisar se a exposição ultrapassa o limite de tolerância, bem
como verificar se a exposição ao agente atingiu o nível de ação, caso ela tenha um.
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Dose diária
(%)
NEN
dB(A)
Consideração
técnica
Atuação
recomendada
0 a 50 Até 82 Tolerável
Garantir minimamente
que a condição seja mantida
50 a 80 82 a 84
Superior ao nível
de ação
Buscar medidas
preventivas de controle
80 a 100 84 a 85
Intervalo
considerado como
incerteza
Adotar medidas
preventivas e também
corretivas buscando
minimizar a dose diária de
exposição ao ruído
Superior a
100
Maior que 85
Superior ao limite
de exposição
Tomar imediatamente
medidas corretivas
Tabela 2 – Critérios técnicos de acordo com a NHO-01
Ao fim do monitoramento de ruído, deve ser elaborado um relatório com, segundo a NHO-01, alguns itens básicos:
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Introdução, incluindo objetivos do trabalho, justificativa e datas ou períodos em que foram desenvolvidas as
avaliações
Critério de avaliação adotado
Instrumental utilizado
Metodologia de avaliação
Descrição das condições de exposição avaliadas
Dados obtidos
Interpretação dos resultados
Avaliação de calor
A avaliação de calor é realizada sempre que existe uma suspeita de ocorrência de sobrecarga térmica em determinada
atividade. A avaliação quantitativa é definida pela relação entre dois parâmetros: o valor de IBUTG (índice de bulbo úmido –
temperatura de globo) e o valor da taxa metabólica (M).
O valor de IBUTG depende de duas ou três temperaturas do ambiente medidas com termômetros de montagem
específica. Quando a exposição ocorre comcarga solar direta, três temperaturas estão envolvidas: a temperatura de bulbo
úmido natural, a temperatura de globo e a temperatura de bulbo seco. Quando não há carga solar direta, somente as
temperaturas de bulbo úmido natural e de globo são relevantes. A M está associada à intensidade física da atividade a ser
desenvolvida – quanto mais intensa for a atividade, maior será a M.
As NRs 9 e 15 tratam dos limites de exposição ao agente calor. A NR-9 foca na prevenção; e a NR-15, no adicional de
insalubridade. Ambas as normas utilizam os procedimentos de avaliação descritos na NHO-06 da Fundacentro (Fundação
Jorge Duprat e Figueiredo). A NHO-06 também apresenta limites de exposição ao agente calor com foco preventivo, mas é
tecnicamente mais completa que a NR.
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A avaliação de calor contém algumas particularidades que a diferem de outras avaliações de agentes físicos e químicos.
O limite de exposição ao calor é um limite associado a uma exposição de 60 minutos contínuos, definida como hora crítica.
Assim, o período de avaliação está limitado a esse tempo. Mesmo com um limite fixo de tempo, eventualmente os 60 minutos
não precisam ser avaliados para se chegar a uma conclusão sobre a exposição na hora crítica.
Cálculos
Os cálculos envolvidos na avaliação estão limitados às operações matemáticas básicas e às médias aritmética e
ponderada. O cálculo de médias ponderadas somente deve ser realizado quando, durante a hora crítica, o trabalhador executa
atividades em que experimenta variações de IBUTG e/ou de M. Tais situações são as mais comuns no ambiente de trabalho, e
ambas (IBUTG e M), durante a hora crítica, são definidas como situações térmicas.
O cálculo do IBUTG, para cada situação térmica, é realizado da seguinte forma:
Essas temperaturas representam a média aritmética das temperaturas coletadas em cada situação térmica.
Exemplo 1
Suponha que, em um ambiente de trabalho com carga solar direta, as temperaturas de tbn, tg e tbs são, respectivamente,
24,1°C, 32,5°C e 27,6°C. Qual é o IBUTG da situação térmica citada?
Como o ambiente apresenta carga solar direta, deve-se levar em consideração a expressão de cálculo que inclui a
temperatura de bulbo seco:
Quando não ocorre exposição à carga solar direta
IBUTG: índice de bulbo úmido – termômetro de globo
tbn: temperatura de bulbo úmido natural
tg: temperatura de globo
I B U T G é igual a zero vírgula sete, vezes t b n, mais zero vírgula três, vezes t g.
Quando ocorre exposição à carga solar direta
IBUTG: índice de bulbo úmido – termômetro de globo
tbn: temperatura de bulbo úmido natural
tg: temperatura de globo
tbs: temperatura de bulbo seco
I B U T G é igual a zero vírgula sete, vezes t b n, mais zero vírgula dois, vezes t g, mais zero vírgula um, vezes t b s.
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IBUTG: índice de bulbo úmido – termômetro de globo
tbn: termômetro de bulbo úmido
tg: termômetro de globo
tbs: termômetro de bulbo seco
I B U T G é igual a zero vírgula sete, vezes t b n, mais zero vírgula dois, vezes t g, mais zero vírgula um, vezes t b s.
I B U T G é igual a zero vírgula sete, vezes vinte e quatro vírgula um, mais zero vírgula dois, vezes trinta e dois vírgula
cinco, mais zero vírgula um, vezes vinte e sete vírgula seis.
I B U T G é igual a dezesseis vírgula nove, mais seis vírgula cinco, mais dois vírgula oito.
I B U T G é igual a vinte e seis vírgula dois graus Celsius.
O valor da M de cada situação térmica é consultado em tabelas presentes nas NRs citadas ou na própria NHO-06,
conforme os objetivos da avaliação. Os valores são dados em watt (W), e, para encontrar o valor aproximado, as normas
relacionam determinadas atividades com as respectivas taxas metabólicas. Observe alguns valores de M utilizados pela NR-9:
Atividade M(W)
Trabalho leve com dois braços executado sentado 216
Trabalho moderado com dois braços realizado em pé 279
Transporte (carregamento) de uma carga de 10 kg no plano 333
Abertura de valas manualmente 524
Tabela 3 – Exemplo de taxas metabólicas de algumas atividades
 
Fonte: adaptado da NR-9.
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Quando um trabalhador, ao longo da hora crítica, experimentar mais de uma situação térmica, isto é, não passar os 60
minutos no mesmo local realizando a mesma atividade ininterruptamente, deve ser avaliada cada uma das situações térmicas
envolvidas. Nessa avaliação, além do IBUTG e da M, deve-se conhecer o tempo em cada uma das situações. Conhecendo os
três parâmetros, então basta calcular os valores médios ponderados no tempo de IBUTG e M. Para diferenciar o IBUTG (ou a
M) de uma situação térmica dos valores ponderados, utiliza-se uma barra sobre eles: IBUTG e M
O cálculo dos valores ponderados é realizado por estas expressões:
Para o IBUTG médio ponderado
I B U T G barra é igual a I B U T G um, vezes t um, mais I B U T G dois, vezes t dois, mais I B U T G três, vezes t três.
Toda essa equação é dividida por sessenta.
Para a M média ponderada
M barra é igual a M um, vezes t um, mais M dois, vezes t dois, mais M três, vezes t três. Toda essa equação é dividida por
sessenta.
Os valores de cada situação térmica são definidos pelos índices numéricos. Por exemplo, , e 
 representam o IBUTG, a M e o tempo na situação térmica 1, respectivamente. As situações térmicas envolvidas precisam
ocorrer sequencialmente, e a soma dos tempos envolvidos ( , , ,...) deve resultar exatamente em 60 minutos.
Exemplo 2
Suponha que, durante a hora crítica, o trabalhador está envolvido em duas situações térmicas e que os valores de
IBUTG, de M e de tempo em cada uma das atividades já são conhecidos. Uma das situações envolve carga solar direta; e
outra, não. A tabela a seguir apresenta os dados agrupados de ambas as situações térmicas:
Condição de
exposição
Temperaturas IBUTG M Tempo
Situação térmica
1: sem carga solar
tbn = 22,4°C
23,8°C 216W 18 minutos
tg = 26,9°C
Situação térmica
2: com carga solar
tbn = 24,1°C
26,2°C 279W 42 minutostg = 32,5°C
tbs = 27,6°C
Tabela 4 – Dados agrupados das duas situações térmicas
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Sendo assim, podem-se calcular e , que equivalem ao período de 60 minutos:
I B U T G barra é igual a I B U T G um, vezes t um, mais I B U T G dois, vezes t dois. Toda essa equação é dividida por
sessenta.
I B U T G barra é igual a vinte e três vírgula oito, vezes dezoito, mais vinte e seis vírgula dois, vezes quarenta e dois. Toda
essa equação é dividida por sessenta.
I B U T G barra é igual a vinte e cinco vírgula cinco graus Celsius.
M barra é igual a M um, vezes t um, mais M dois, vezes t dois. Toda essa equação é dividida por sessenta.
M barra é igual a duzentos e dezesseis, vezes dezoito, mais duzentos e setenta e nove, vezes quarenta e dois. Toda essa
equação é dividida por sessenta.
M barra é igual a duzentos e sessenta vírgula 1 watt.
Então, no exemplo 2, a hora crítica como um todo será caracterizada por um IBUTG de 25,5ºC e por uma M de 260,1W.
A definição do tempo de cada situação térmica e dos valores das temperaturas que serão utilizadas no cálculo do IBUTG
será discutida no reconhecimento da atividade e no método de avaliação, respectivamente.
Equipamento
O equipamento utilizado para avaliar o IBUTG no ambiente de trabalho é composto por três termômetros, eletrônicos ou
convencionais, que têm montagens diferentes para avaliar as temperaturas de bulbo úmido natural, de globo e de bulbo seco.
Os equipamentos eletrônicos são os mais encontrados na prática profissional.
A figura 6 apresenta um modelo de equipamento com três estruturas distintas:
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Figura 6 – Equipamento para avaliação de IBUTG
1. A esfera preta é de cobre e oca, com diâmetro de seis polegadas. Dentro dela, está posicionado um termômetro
eletrônico. A esfera e o termômetro fornecem o valor da temperatura de globo.
2. O termômetro está coberto por um tecido dealgodão com alta absorção de água. Mais abaixo, na parte preta, há um
reservatório de água destilada. A água está em contato com o tecido de algodão para mantê-lo constantemente umedecido,
fornecendo assim a temperatura de bulbo úmido natural.
3. O terceiro termômetro está protegido por um anteparo na cor preta, mas que permite a circulação de ar. O anteparo
protege o termômetro da radiação solar direta, permitindo assim fornecer a temperatura de bulbo seco.
Cada uma das temperaturas procura avaliar uma condição do ambiente:
Temperatura de globo
Avalia a carga radiante no ambiente de trabalho (relacionada à radiação infravermelha) e também a temperatura do ar.
Atividade realizada próxima a superfície aquecida, trabalhos com metal fundido, atividades de solda e atividades com
exposição ao sol são exemplos em que a carga radiante é substancial. A temperatura de globo normalmente é a maior das três
temperaturas avaliadas.
Temperatura de bulbo úmido natural
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Avalia a umidade na forma de vapor d’água e a movimentação de ar no ambiente de trabalho. A principal forma de o
corpo reduzir a própria temperatura é através do suor. As glândulas sudoríparas secretam suor sobre a pele, e ele então
evapora e a resfria, auxiliando no processo de resfriamento do corpo. Quando o ambiente tem uma elevada quantidade de
umidade (ou quantidade de vapor d’água) e/ou o ar está estagnado, a troca térmica pelo processo de suor é dificultada, e,
consequentemente, a temperatura será maior. O termômetro de temperatura de bulbo úmido natural procura avaliar,
indiretamente, o processo de resfriamento pelo suor. A temperatura de bulbo úmido natural normalmente é a menor das três
temperaturas avaliadas.
Temperatura de bulbo seco
Avalia diretamente a temperatura do ar. É um parâmetro com baixo impacto na avaliação do IBUTG. Embora a
temperatura de bulbo seco não seja utilizada no cálculo quando não existe carga solar direta, o valor dela pode ser coletado
para subsidiar a definição de alguma medida complementar de controle. Esta temperatura normalmente está entre as outras
duas temperaturas.
Diferentemente da maioria dos equipamentos de avaliação quantitativa, o equipamento para avaliação de IBUTG não é
fixo no trabalhador. Utilizam-se um tripé para fixar o equipamento e água destilada para umedecer o pavio do termômetro de
bulbo úmido natural. 
Reconhecimento
Antes de iniciar a avaliação de calor, devem ser identificados as atividades que estão envolvidas, a forma como elas são
executadas, a ordem cronológica delas, o tempo gasto em cada uma e as vestimentas utilizadas para realizá-las.
Com tais informações, pode-se identificar qualitativamente o número de situações térmicas e, eventualmente, definir a
hora crítica de exposição. Nem sempre a hora crítica é evidente, e várias avaliações devem ser realizadas a fim de determiná-
la. A discussão sobre a definição da hora crítica será tratada ao longo do texto.
O tempo envolvido em cada situação térmica é obtido por uma média de três medições realizadas em campo. O exemplo
3 demonstra a rotina de cálculo:
Exemplo 3
Suponha que um trabalhador é responsável pela operação de uma caldeira a lenha. Durante a hora crítica, existem quatro
situações térmicas distintas:
Situação térmica 1: carregar o veículo de transporte com toras de eucalipto, com carga solar direta.
Situação térmica 2: conduzir o veículo até as proximidades da caldeira.
Situação térmica 3: descarregar as toras próximo à caldeira, na sombra.
Situação térmica 4: abrir a porta do forno e alimentar a caldeira.
Os resultados de três medições de tempo forneceram os seguintes dados:
Situação
térmica
Cronometragem
1
Cronometragem
2
Cronometragem
3
1 31 minutos 32 minutos 30 minutos
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2 8 minutos 8 minutos 9 minutos
3 17 minutos 16 minutos 18 minutos
4 4 minutos 4 minutos 3 minutos
Total 60 minutos 60 minutos 60 minutos
Tabela 5 – Dados dos resultados de três medições
Os cálculos dos tempos médios de cada situação térmica são:
Situação térmica 1 (T1):
T um é igual a trinta e um, mais trinta e dois, mais trinta. Toda essa equação é dividida por três.
T um é igual a trinta e um minutos.
Situação térmica 2 (T2):
T dois é igual a oito, mais oito, mais nove. Toda essa equação é dividida por três.
T dois é igual a oito vírgula três minutos.
Situação térmica 3 (T3):
T três é igual a dezessete, mais dezesseis, mais dezoito. Toda essa equação é dividida por três.
T três é igual a dezessete minutos.
Situação térmica (T4):
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T quatro é igual a quatro, mais quatro, mais três. Toda essa equação é dividida por três.
T quatro é igual a três vírgula sete minutos.
Os valores de tempo encontrados serão utilizados nos cálculos dos valores de e , assim como no exemplo 2.
As vestimentas utilizadas no ambiente de trabalho também devem ser avaliadas, pois elas podem representar uma
barreira para a troca térmica. Quando a vestimenta dificulta a troca térmica, uma correção sobre o IBUTG é necessária, no
sentido de aumentá-lo, e deve ser realizada após definir o IBUTG da situação térmica em análise. A NR-9 apresenta a tabela
de correção para algumas vestimentas:
Tipo de roupa/vestimenta
Adição ao
IBUTG
Macacão de polipropileno SMS 0,5°C
Macacão de poliolefina 2,0°C
Vestimenta ou macacão forrado (tecido duplo) 3,0°C
Avental impermeável a vapor longo de manga 4,0°C
Macacão impermeável a vapor 10,0°C
Macacão impermeável a vapor sobreposto à roupa de trabalho 12,0°C
Vestimentas com capuz 1,0°C
Tabela 6 – Correção para vestimentas
 
Fonte: adaptado da NR-9.
Exemplo 4
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Suponha que o IBUTG de determinada situação térmica é 23,8°C. Observe a seguir a correção a ser realizada no IBUTG
se o trabalhador utilizar:
a) Um macacão de poliolefina
I B U T G corrigido é igual a I B U T G mais correção macacão de poliolefina.
I B U T G corrigido é igual a vinte e três vírgula oito graus Celsius mais dois graus Celsius.
I B U T G corrigido é igual a vinte e cinco vírgula oito graus Celsius.
b) Um macacão forrado com capuz
I B U T G corrigido é igual a I B U T G, mais correção macacão forrado, mais correção capuz.
I B U T G corrigido é igual a vinte e três vírgula oito graus Celsius, mais três graus Celsius, mais um grau Celsius.
I B U T G corrigido é igual a vinte e seis vírgula oito graus Celsius.
Método de avaliação
Com a definição do período de 60 minutos a ser avaliado e com a identificação do tempo em cada situação térmica, inicia-
se a avaliação de calor. Independentemente do número de situações térmicas envolvidas, o procedimento de avaliação não
muda. Contudo, todas as avaliações devem ocorrer dentro do período crítico.
Antes de iniciar a avaliação, o pavio do termômetro de bulbo úmido natural deve ser umedecido com água destilada, e o
reservatório abaixo desse termômetro precisa ser abastecido. Após, o equipamento é posicionado no local de trabalho, sobre o
tripé, obedecendo a duas condições:
1. O equipamento deva ficar posicionado na posição real de trabalho.
2. Os termômetros precisam estar posicionados na altura mais atingida do corpo do trabalhador. Caso não haja
como definir a altura, os termômetros devem ser posicionados na altura do tórax do trabalhador. Uma fita
métrica poderá ser útil para tal.
Depois de montar o equipamento no local de avaliação, deve-se ainda aguardar a estabilização térmica do conjunto.
Durante o período de estabilização, as leituras de temperatura não devem ser realizadas, pois não serão representativas. Além
disso, o equipamento não precisa estar ligado durante o período de estabilização. 
A estabilização do conjunto pode levar até 25 minutos. Ao término dela, as leituras das temperaturas envolvidas devem
ser iniciadas e repetidas minuto a minuto, até que as cinco últimas leituras de cada temperatura ao mesmo tempo estejam
dentro de um intervalode ±0,4ºC. Quando isso ocorrer, deve ser realizada a média de cada temperatura, e os valores
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resultantes serão utilizados para o cálculo do IBUTG. O exemplo 5 demonstra a aplicação desse processo.
Para realizar o teste que define se o critério de ±0,4ºC é atendido, basta subtrair a maior leitura de temperatura da menor
leitura de temperatura, independentemente das posições delas dentro das últimas cinco leituras.
Exemplo 5
Um trabalhador executa a classificação de resíduos industriais que chegam a uma central de triagem. Os resíduos são
compostos por fardos de papelão e plástico. Em determinado momento da tarde, a separação dos produtos ocorre em uma
área com carga solar direta sobre o trabalhador e leva em média 12 minutos. Supondo que a situação descrita seja uma
situação térmica do período crítico (um período de 60 minutos) e inicie às 14h10 e termine às 14h22, quais seriam os desafios
iniciais para realizar uma avaliação?
Estabilização e leituras: é inviável montar o conjunto de avaliação às 14h10, aguardar a estabilização e iniciar
as leituras, pois, se a estabilização demorasse a acontecer, o horário de 14h22 poderia ser ultrapassado sem
que um resultado fosse produzido. A solução, então, seria montar o conjunto antes das 14h10 (talvez às
13h45), de modo que às 14h10 ele já estivesse estável termicamente.
Temperaturas a serem avaliadas: como a atividade envolve carga solar direta, os três termômetros (bulbo
úmido natural, globo e bulbo seco) devem ser acompanhados. Se as leituras iniciarem às 14h10 e se, até as
14h22, as cinco últimas leituras de cada temperatura ao mesmo tempo não respeitarem o intervalo de ,
nenhuma conclusão sobre a situação térmica será obtida. A solução, então, seria realizar a avaliação do
período de 12 minutos novamente em outro dia.
Agora, suponha que o equipamento foi devidamente preparado e montado às 13h45 na posição de avaliação e
permaneceu desligado até as 14h09 para que a estabilização das temperaturas ocorresse. Às 14h10, a avaliação foi iniciada e
realizada até que os cinco últimos pontos atendessem ao critério de ±0,4ºC. Os resultados foram os seguintes:
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# Horário
tbn
(°C)
tg
(°C)
tbs
(°C)
Comentários
1 14h10 27,9 52,0 39
Aguardando as cinco primeiras
leituras.
2 14h11 27,6 52,3 38,9
Aguardando as cinco primeiras
leituras.
3 14h12 27,4 52,4 38,9
Aguardando as cinco primeiras
leituras.
4 14h14 27,5 52,6 38,6
Aguardando as cinco primeiras
leituras.
5 14h15 27,4 52,5 38,7
Das leituras 1 até 5, apenas tbs
atende ao critério de ±0,4ºC.
Descarta-se a leitura 1 e procede-se
à leitura 6.
6 14h16 27,4 52,5 38,3
Das leituras 2 até 6, apenas
tbn e tg atendem ao critério de
±0,4ºC. Uma nova leitura é
realizada.
7 14h17 27,4 52,7 38,6
Das leituras 3 até 7, apenas
tbn e tg atendem ao critério de
±0,4ºC. Uma nova leitura é
realizada.
8 14h18 27,2 52,8 38,5
Das leituras 4 até 8, tbn, tg e
tbs atendem ao critério de ±0,4ºC.
As leituras podem ser encerradas.
Tabela 7 – Resultados e comentários de leituras
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Segundo a tabela, somente entre as leituras 4 e 8 todas as temperaturas atenderam ao critério de variação máxima de
±0,4ºC. Tal conclusão considerou estes pontos:
O valor de tbn variou entre 27,2°C e 27,5°C, o que resulta em um intervalo de 0,3°C.
O valor de tg variou entre 52,5°C e 52,8°C, o que resulta em um intervalo de 0,3°C.
O valor de tbs variou entre 38,3°C e 38,7°C, o que resulta em um intervalo de 0,4°C.
O próximo passo é calcular a média aritmética de cada uma das temperaturas entre as leituras 4 e 8:
T b n é igual a vinte e sete vírgula cinco, mais vinte e sete vírgula quatro, mais vinte e sete vírgula quatro, mais vinte e
sete vírgula dois. Toda essa equação é dividida por cinco.
T b n é igual a vinte e sete vírgula quatro graus Celsius.
T g é igual a cinquenta e dois vírgula seis, mais cinquenta e dois vírgula cinco, mais cinquenta e dois vírgula cinco, mais
cinquenta e dois vírgula sete, mais cinquenta e dois vírgula oito. Toda essa equação é dividida por cinco.
T g é igual a cinquenta e dois vírgula seis graus Celsius.
T b s é igual a trinta e oito vírgula seis, mais trinta e oito vírgula sete, mais trinta e oito vírgula três, mais trinta e oito
vírgula seis, mais trinta e oito vírgula cinco. Toda essa equação é dividida por cinco e resulta em trinta e oito vírgula cinco graus
Celsius.
Finalmente, o valor de IBUTG para a situação térmica em questão é calculado:
I B U T G é igual a zero vírgula sete, vezes t b n, mais zero vírgula dois, vezes t g, mais zero vírgula um, vezes t b s.
I B U T G é igual a zero vírgula sete, vezes vinte e sete vírgula quatro, mais zero vírgula dois, vezes cinquenta e dois
vírgula seis, mais zero vírgula um, vezes trinta e oito vírgula cinco.
I B U T G é igual a trinta e três vírgula seis graus Celsius.
O valor obtido para o IBUTG, resultado de cinco leituras, representa todo o tempo de 12 minutos da situação térmica.
Quando a avaliação dos demais 48 minutos for realizada, pode-se então calcular o valor de IBUTG.
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Após analisar o exemplo 5, algumas perguntas podem surgir:
O que fazer se ocorrerem variações significativas do IBUTG mesmo após a estabilização, como a variação que
ocorre na condução de um veículo sem ar-condicionado e com janelas abertas?
A NHO-06 indica que, nesse caso, a avaliação dos parâmetros necessários à determinação do IBUTG seja realizada pela
média de no mínimo 20 medições consecutivas de cada temperatura envolvida, em intervalos fixos de tempo. O capítulo 8.2 da
NHO-06 contém informações mais detalhadas.
O que fazer se não houver tempo para estabilizar o conjunto de termômetros e/ou se não houver tempo suficiente
para realizar cinco leituras que atendam ao critério de ±0,4ºC para as temperaturas de interesse, como quando um
trabalhador abre a porta de um forno para uma inspeção ou uma operação e a fecha logo em seguida?
A NHO-06 indica que, nesse caso, seja realizada uma simulação da situação térmica. Por exemplo, a porta do forno
poderia ser mantida aberta por mais tempo para que fosse possível estabilizar o conjunto e realizar as medições. O capítulo
8.2 da NHO-06 contém informações mais detalhadas.
Exemplo de avaliação de calor
Veja a seguir dois exemplos simples de avaliação de calor com foco nos cálculos e na interpretação dos resultados com
base na NR-9. Em ambos os exemplos, serão vistos os já conhecidos 60 minutos de exposição crítica, assim como os tempos
envolvidos em cada situação térmica.
Exemplo 6
Um trabalhador do ramo hoteleiro é responsável por higienizar utensílios na cozinha oriundos do restaurante do hotel. A
limpeza ocorre manualmente em uma pia ao lado do equipamento responsável por aquecer a água. Além disso, o trabalhador
também limpa o ambiente (cozinha) no restante do tempo. Após a etapa de reconhecimento, definiu-se que a hora crítica
envolve a atividade na pia, ao lado do equipamento que aquece a água. A higienização inicia às 12h e se estende até as 14h.
Portanto, para realizar a avaliação, a hora crítica a ser considerada é entre 12h30 e 13h30. Durante o intervalo de tempo, a
máquina de aquecimento de água está operando próximo ao seu limite. As considerações iniciais são:
O trabalhador permanece no mesmo local físico e executa a atividade ininterruptamente no período ao longo da
hora crítica. Então, existe apenas uma situação térmica nos 60 minutos.
Como existe somente uma situação térmica, o valor de IBUTG calculado e o valor da M definida serão os
próprios valores de IBUTG e M.
Como a atividade é realizada no interior da cozinha, a expressão utilizada para o cálculo do IBUTG é aquela
que envolve somente tbn e tg.
O valor de M para a atividade é 279 W, segundo o Anexo 3 do Quadro 3 da NR-9 (a atividade é realizada em pé
e envolve trabalho moderado com dois braços).
Antes de iniciar a avaliação,deve-se colocar água destilada no reservatório do termômetro de bulbo úmido
natural, posicionar os termômetros na altura do corpo mais atingida pelo calor, com o equipamento montado
sobre um tripé, e aguardar o período de estabilização.
O trabalhador não utiliza nenhuma vestimenta especial que justifique uma correção nos valores do IBUTG,
conforme Quadro 4 do Anexo 3 da NR-9.
O equipamento foi montado às 12h15 na posição de avaliação, e, às 12h35, verificou-se que a estabilização do conjunto
estava concluída. As leituras de temperatura, com início às 12h36, foram as seguintes:
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# Horário
tbn
(°C)
tg
(°C)
Comentários
1 12h36 22,3 27,3 Aguardando as cinco primeiras leituras.
2 12h37 22,5 27,5 Aguardando as cinco primeiras leituras.
3 12h38 22,4 27,4 Aguardando as cinco primeiras leituras.
4 12h39 22,4 27,4 Aguardando as cinco primeiras leituras.
5 12h40 22,3 27,4
Ambas as temperaturas atenderam ao
critério de ±0,4ºC. Não são necessárias mais
leituras .
Tabela 8 – Resultados e comentários de leituras
[1] Em ambientes controlados ou sem a presença de interferências que impactem as temperaturas em análise, é normal
que o critério de ±0,4ºC seja atendido no início das leituras.
As leituras realizadas durante os cinco minutos e que atenderam ao critério de ±0,4ºC serão utilizadas para representar
todo o período de 60 minutos. Para definir os valores de tbn e tg que serão utilizados no cálculo do IBUTG, basta realizar a
média sobre as temperaturas:
T b n é igual a vinte e dois vírgula três, mais vinte e dois vírgula cinco, mais vinte e dois vírgula quatro, mais vinte e dois
vírgula quatro, mais vinte e dois vírgula três. Toda essa equação é dividida por cinco.
T b n é igual a vinte e dois vírgula quatro graus Celsius.
T g é igual a vinte e sete vírgula três, mais vinte e sete vírgula cinco, mais vinte e sete vírgula quatro, mais vinte e sete
vírgula quatro, mais vinte e sete vírgula quatro. Toda essa equação é dividida por cinco e resulta em vinte e sete vírgula quatro
graus Celsius.
O IBUTG é:
[1]
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I B U T G é igual a zero vírgula sete, vezes t b n, mais zero vírgula três, vezes t g.
I B U T G é igual a zero vírgula sete, vezes vinte e dois vírgula quatro, mais zero vírgula três, vezes vinte e sete vírgula
quatro.
I B U T G é igual a vinte e três vírgula nove graus Celsius.
Sendo assim, a avaliação resultou em um IBUTG de 23,9°C e em uma M de 279 W. O próximo passo é comparar esses
valores com o nível de ação e com o limite de exposição ocupacional dados nos Quadros 1 e 2, respectivamente, do Anexo 3
da NR-9. A consulta sempre inicia pela procura do valor de M nos quadros citados. Caso não exista o valor exato, é utilizado o
valor imediatamente superior. Quando o valor de M estiver definido, compara-se o valor de IBUTG correspondente com o valor
de IBUTG avaliado. As tabelas a seguir são um trecho do Quadro 1 e do Quadro 2 do Anexo 3 da NR-9 com os valores mais
próximos da M de 279 W.
275 W 25,5°C
279 W 25,4°C
284 W 25,3°C
Tabela 9 – Valores do nível de ação para o calor
 
Fonte: adaptado da NR-9.
277 W 28,6°C
283 W 28,5°C
289 W 28,4°C
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Tabela 10 – Valores do limite de exposição ocupacional ao calor
Fonte: adaptado da NR-9.
Analisando as tabelas, o nível de ação é 25,4°C; e o limite de exposição, 28,5°C. O valor do limite de exposição utilizado
correspondeu ao valor de 283 W – valor imediatamente superior ao de 279 W, pois este último não existe na tabela. Como o
IBUTG da situação térmica foi 23,9°C, ele ficou abaixo do limite de exposição e do nível de ação.
Exemplo 7
Um trabalhador de uma empresa de produção de postes de concreto, que trabalha como auxiliar de produção, está
exposto a duas situações térmicas durante a hora crítica:
Situação térmica 1: o trabalhador prepara cargas de areia, cimento e brita no sistema de mistura de concreto.
A atividade é manual e realizada com o auxílio de um carro de mão, sem carga solar direta. O tempo médio
dessa atividade é 38 minutos. Ademais, a atividade apresenta uma M de 391 W (trabalho de empurrar carros de
mão, no mesmo plano, com carga).
Situação térmica 2: o trabalhador auxilia na passagem de cabos elétricos pelos eletrodutos dos postes de
concreto já curados, com a presença de carga solar direta. O tempo médio dessa atividade é 22 minutos.
Ademais, a atividade apresenta uma M de 279 W (trabalho moderado com dois braços realizado em pé).
Considere que os resultados finais para cada temperatura são estes fornecidos na tabela a seguir e que eles foram
obtidos seguindo o procedimento de estabilização do conjunto de termômetros e o atendimento ao critério de ±0,4°C. 
Situação térmica 1 Situação térmica 2
tbn tg tbn tg tbs
24,3°C 28,6°C 25,1°C 41,8°C 33,1°C
Tabela 11 – Resultados finais das situações térmicas
O IBUTG para a situação térmica 1 é calculado da seguinte forma:
I B U T G é igual a zero vírgula sete, vezes t b n, mais zero vírgula três, vezes t g.
I B U T G é igual a zero vírgula sete, vezes vinte e quatro vírgula três, mais zero vírgula três, vezes vinte e oito vírgula
seis.
I B U T G é igual a vinte e cinco vírgula seis graus Celsius.
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O IBUTG para a situação térmica 2 é calculado da seguinte forma:
I B U T G é igual a zero vírgula sete, vezes t b n, mais zero vírgula dois, vezes t g, mais zero vírgula um, vezes t b s.
I B U T G é igual a zero vírgula sete, vezes vinte e cinco vírgula um, mais zero vírgula dois, vezes quarenta e um vírgula
oito, mais zero vírgula um, vezes trinta e três vírgula um.
I B U T G é igual a vinte e nove vírgula dois graus Celsius.
Com os valores de IBUTG em cada situação térmica calculados e conhecendo os valores da M, podem-se calcular os
valores ponderados de ambos os parâmetros:
I B U T G barra é igual a I B U T G um, vezes t um, mais I B U T G dois, vezes t dois. Toda essa equação é dividida por
sessenta.
I B U T G barra é igual a vinte e cinco vírgula seis, vezes trinta e oito, mais vinte e nove vírgula dois, vezes vinte e dois.
Toda essa equação é dividida por sessenta.
I B U T G barra é igual a vinte e seis vírgula nove graus Celsius.
M barra é igual a M um, vezes t um, mais M dois, vezes t dois. Toda essa equação é dividida por sessenta.
M barra é igual a trezentos e noventa e um, vezes trinta e oito, mais duzentos e setenta e nove, vezes vinte e dois. Toda
essa equação é dividida por sessenta.
M barra é igual a trezentos e quarenta e nove vírgula nove watts.
Portanto, sabe-se agora o valor de (349,9 W) que será utilizado para consultar os Quadros 1 e 2 do Anexo 3 da NR-9. As
tabelas a seguir apresentam os valores próximos a 349,9 W:
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345 W 24,1°C
351 W 24,0°C
357 W 23,9°C
Tabela 12 – Valores do nível de ação para o calor
 
Fonte: adaptado da NR-9.
346 W 27,5°C
353 W 27,4°C
360 W 27,3°C
Tabela 13 – Valores do limite de exposição ocupacional ao calor
 
Fonte: adaptado da NR-9.
Ao analisar as tabelas, o nível de ação é 24,0°C (351 W); e o limite de exposição ocupacional, 27,4°C (353 W). Nesse
caso, o valor de IBUTG medido (26,9°C) supera o nível de ação, mas não o limite de exposição. Assim, medidas preventivas
devem ser adotadas.
Definição da hora crítica
Para a avaliação de calor, nem sempre é possível definir a hora crítica diretamente após reconhecer as atividades
desenvolvidas e definir as situações térmicas. Por exemplo, pode-se determinar que a hora crítica, qualitativamente, está
dentro de um período de duas ou três horas.
Definida a janela de tempo em que a hora crítica deve estar presente, as avaliações de todas as situações térmicas
envolvidas definirão o período corrido de 60 minutos dentro do intervalo de tempo que mais representa a hora crítica. 
Eventualmente, pode haver a necessidade de avaliar toda a jornada de trabalho, mas, ao fim, o interesse recai sobreos 60
minutos mencionados, conforme ilustra o exemplo 8.
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“Hora crítica” é uma expressão definida na NHO-06 e, apesar do nome, apenas indica que, no intervalo de tempo de 60
minutos, a exposição é mais intensa, sem que necessariamente os limites de exposição sejam ultrapassados. A dificuldade de
definir a hora crítica reside na base do método utilizado. A sobrecarga térmica não é um problema isolado do IBUTG ou da M,
mas de uma combinação de ambos. Assim, uma situação com baixo IBUTG pode oferecer certo risco se o valor da M for
elevado, e vice-versa.
Quando a avaliação é realizada preventivamente, o profissional de segurança do trabalho deve verificar se, ao longo da
jornada, ocorrem vários períodos em que o nível de ação e o limite de tolerância são excedidos. Tais situações devem ser alvo
de controle. O esforço empregado no reconhecimento e na correta condução das avaliações é fundamental para identificar
situações de risco.
Exemplo 8
Considere uma exposição ao calor de determinado trabalhador. O intervalo de tempo em que a hora crítica deve ocorrer
já é conhecido: inicia às 13h10 e acaba às 15h07, e, nele, ocorrem quatro situações térmicas distintas. O objetivo é identificar o
período de 60 minutos contínuos dentro desse intervalo de tempo que representa a hora crítica. O tempo, o IBUTG e a M em
cada situação térmica já foram estabelecidos e são os seguintes:
Situação
térmica
Período
Tempo
médio
IBUTG M
1 13h10 – 13h50
40
minutos
27°C
234
W
2 13h50 – 14h05
15
minutos
22°C
603
W
3 14h05 – 14h17
12
minutos
19°C
261
W
4 14h17 – 15h07
50
minutos
29°C
126
W
Tabela 14 – Tempo, IBUTG e M para cada situação térmica
[1] O valor de IBUTG para cada situação térmica foi obtido seguindo o procedimento de estabilização do conjunto de
termômetros e o atendimento ao critério de ±0,4°C.
[2] O valor da M para cada situação térmica foi extraído das tabelas da NR-9.
[1] [2]
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Para a análise da hora crítica, serão consideradas as tabelas do nível de ação e do limite de exposição ocupacional
contidas na NR-9. O primeiro passo é agrupar todas as possibilidades de 60 minutos contínuos possíveis. Cada um desses
períodos será definido como uma condição, e cada condição inicia ou termina em uma situação térmica e avança até que se
completem 60 minutos. A tabela a seguir apresenta todas as condições possíveis:
Condição
Situações
térmicas
envolvidas
Tempo de
cada situação
térmica
envolvida
Período
de 60
minutos
IBUTG
(°C)
M
(W)
1
1 40 minutos
13h10 –
14h10
27 234
2 15 minutos 22 603
3 5 minutos 19 261
2
2 15 minutos
13h50 –
14h50
22 603
3 12 minutos 19 261
4 33 minutos 29 126
3
3 12 minutos
14h05 –
15h05
19 261
4 48 minutos 29 126
4
5 50 minutos
14h07 –
15h07
29 126
3 10 minutos 19 261
5
3 12 minutos
13h17 –
14h17
19 261
2 15 minutos 22 603
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1 33 minutos 27 234
Tabela 15 – Condições possíveis
Analisando a tabela, todas as condições de exposição são compostas por duas ou três situações térmicas. Assim, os
valores médios ponderados de IBUTG e de M devem ser calculados:
I B U T G barra é igual a I B U T G um, vezes t um, mais I B U T G dois, vezes t dois, mais I B U T G três, vezes t três.
Toda essa equação é dividida por sessenta.
M barra é igual a M um, vezes t um, mais M dois, vezes t dois, mais M três, vezes t três. Toda essa equação é dividida por
sessenta.
Para a condição 1:
I B U T G barra é igual a vinte e sete, vezes quarenta, mais vinte e dois, vezes quinze, mais dezenove, vezes cinco. Toda
essa equação é dividida por sessenta.
I B U T G barra é igual a vinte e cinco vírgula um graus Celsius.
M barra é igual a duzentos e trinta e quatro, vezes quarenta, mais seiscentos e três, vezes quinze, mais duzentos e
sessenta e um, vezes cinco. Toda essa equação é dividida por sessenta.
M barra é igual a trezentos e vinte e oito vírgula cinco watts.
Para a condição 2:
I B U T G barra é igual a vinte e dois, vezes quinze, mais dezenove, vezes doze, mais vinte e nove, vezes trinta e três.
Toda essa equação é dividida por sessenta.
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I B U T G barra é igual a vinte e cinco vírgula dois graus celsius.
M barra é igual a seiscentos e três, vezes quinze, mais duzentos e sessenta e um, vezes doze, mais cento e vinte seis,
vezes trinta e três. Toda essa equação é dividida por sessenta e resulta em duzentos e setenta e dois vírgula dois watts.
M barra é igual a duzentos e setenta e dois vírgula dois watts.
Para a condição 3:
I B U T G barra é igual a dezenove, vezes doze, mais vinte e nove, vezes quarenta e oito. Toda essa equação é dividida
por sessenta.
I B U T G barra é igual a vinte e sete vírgula zero graus Celsius.
M barra é igual a duzentos e sessenta e um, vezes doze, mais cento e vinte e seis, vezes quarenta e oito. Toda essa
equação é dividida por sessenta.
M barra é igual a cento e cinquenta e três watts.
Para a condição 4:
I B U T G barra é igual a vinte e nove, vezes cinquenta, mais dezenove, vezes dez. Toda essa equação é dividida por
sessenta.
I B U T G barra é igual a vinte e sete vírgula três graus Celsius.
M barra é igual a cento e vinte e seis, vezes cinquenta, mais duzentos e sessenta e um, vezes dez. Toda essa equação é
dividida por sessenta.
barra é igual a cento e quarenta e oito vírgula cinco watts.
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Para a condição 5:
I B U T G barra é igual a dezenove, vezes doze, mais vinte e dois, vezes quinze, mais vinte e sete, vezes trinta e três.
Toda essa equação é dividida por sessenta.
I B U T G barra é igual a vinte e quatro vírgula dois graus Celsius.
M barra é igual a duzentos e sessenta e um, vezes doze, mais seiscentos e três, vezes quinze, mais duzentos e trinta e
quatro, vezes trinta e três. Toda essa equação é dividida por sessenta.
M barra é igual a trezentos e trinta e um vírgula sete watts.
A tabela a seguir demonstra os dados agrupados de cada condição e a comparação entre o nível de ação e o limite de
tolerância estabelecidos na NR-9.
Condição
Avaliação Nível de ação
Limite de
exposição
Conclusão
M
(W)
IBUTG
(°C)
M
(W) de
referência
IBUTG
(°C)
M
(W) de
referência
IBUTG
(°C)
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1 328,5 25,1 329 24,4 332 27,7
Abaixo do
LT
2 272,2 25,2 275 25,5
Todos os valores da avaliação estão
abaixo do nível de ação, não havendo
necessidade de compará-los com o limite
de tolerância.
3 153,0 27,0 155 29,0
4 148,5 27,3 150 29,2
5 331,7 24,2 334 24,3
Tabela 16 – Dados para cada condição e comparação entre nível de ação e limite de exposição
Com base nos dados da tabela, fica claro que a hora crítica inicia às 13h10 e acaba às 14h10, sendo composta por três
situações térmicas distintas. Ainda, nesse período, o valor de não ultrapassa o limite de exposição estabelecido no Quadro 2
da NR-9.
Número de avaliações
Não existe um padrão para o número de avaliações de calor para caracterizar uma exposição, tal como ocorre nas
avaliações de ruído ou de agentes químicos. Porém, alguns pontos podem auxiliar a garantir certa confiabilidade aos
resultados:
Quando a avaliação de calor apresenta um resultado que excede o limite de exposição, então a conclusão já é
obtida com apenas uma análise, e medidas de controle devem ser adotadas.
A NHO apresenta uma faixa de incertezas para o valor de IBUTG, se o valor obtido do IBUTG, que deve ser
menor que o limite de exposição para não violar a condição anterior, estiver na faixa de incerteza, há uma
probabilidade de que o limite seja excedido em outros dias de trabalho. Então, medidas de controle devem ser
adotadas.
Se a atividade apresentar variações sazonais de temperatura, devem ser avaliadas as diferentes condições de
exposição, a fim de verificar se os limites são excedidos em alguns momentos.
Radiação ionizante
A radiação ionizante está presente,por exemplo, em setores de medicina nuclear, nestes locais é preciso ter cuidado com
a exposição do paciente, do trabalhador e do ambiente para este tipo de agente. Em um hospital, o equipamento de Raio X
emite a radiação ionizante, caso o funcionário, que durante todo o dia está exposto a radiação, não esteja protegido, ele
poderá rapidamente desenvolver algumas doenças, o câncer é um exemplo.
Aplicação da NHO-05 para radiação ionizante
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Para identificar a exposição ao agente causador de risco, é possível realizar uma medição da radiação com o uso do
dosímetro de radiação. Este aparelho identificará a radiação a qual o funcionário recebe ao longo da jornada de trabalho.
Também pode ser medida a presença do agente na sala de raio x, para verificação da radiação no ambiente. Desta forma o
monitoramento da radiação ionizante ocorre de forma individual, realizado nos trabalhadores; e de forma ambiental, realizado
no ambiente.
Monitoramento individual
O monitoramento individual dos trabalhadores deve ser realizado baseando-se na Portaria 453/98 do Ministério da
Saúde. Esta Portaria traz as informações necessárias para a realização da dosimetria radiológica e para a coletar das
informações de exposição do funcionário à radiação ionizante.
Existem várias formas de apresentação do dosímetro, a forma utilizada pelo trabalhador dependerá da atividade realizada
com a presença de radiação. Caso o trabalhador realize tarefas em que manipule o elemento radioativo, o dosímetro utilizado
estará em formato de pulseira ou anel para ficar mais próximo da fonte de exposição. Outra forma de apresentação do
dosímetro, a que encontraremos em funcionários que realizam exames de Raio X, é um dispositivo que será fixado no peito do
funcionário, como se fosse um crachá. Veja abaixo estas três formas de apresentação do dosímetro:
Figura 7 - Dosímetro em formato de pulseira
 
Fonte: Disponível em: <http://www.proxtronicscr.com/inicio/img/image012.jpg>. Acesso em: 04 fev. 2017.
Dosímetro de radiação, localizado no punho de uma pessoa.
Todos os trabalhadores que realizam atividades em que há a exposição à radiação devem utilizar um dosímetro de
radiação. A coleta é feita mensalmente e de forma contínua, ou seja, o funcionário recebe o dosímetro, utiliza o aparelho
durante toda a jornada de trabalho e em um período de 30 dias. Assim que este período estiver perto de terminar, o funcionário
recebe outro dosímetro para utilizar e dar continuidade ao monitoramento do agente.
É importante ressaltar que o funcionário deve deixar o seu dosímetro na instituição e em local protegido, com condições
ambientais controladas e longe da radiação. Há hospitais que utilizam a prática de colocar uma sala com mural de
armazenamento de dosímetro, a qual o funcionário deve se dirigir na entrada da atividade de trabalho, o responsável pelo setor
protocola a retirada do dosímetro, registrando a data e o horário de retirada. Na saída é feito o mesmo procedimento.
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Figura 8 - Dosímetro em formato de anel
 
Fonte: <http://www.dosimet.cl/dinamicos/contenidos/anillo%202.jpg>. Acesso em: 4 fev. 2017.
Dosímetro de radiação, localizado no dedo anelar de uma pessoa.
Figura 9 – Dosímetro em formato de crachá
 
Fonte: <http://4.bp.blogspot.com/-Pzp0TXN-mFQ/Tfqvrp1KjtI/AAAAAAAAAOU/EjSrfJcgLzE/s1600/Detec3.JPG>. Acesso em: 4
fev. 2017.
Dois dosímetros de radiação com prendedor para fixar na roupa.
Monitoramento ambiental
O monitoramento da radiação ionizante presente no ambiente é realizado baseando-se na NHO-05, que traz o
procedimento técnico de avaliação da exposição ocupacional aos raios x nos serviços de radiologia. Destacamos que é
importante ler o título 4 da norma, para compreender a definição de termos técnicos relacionados a este agente causador de
risco. Antes de ler o procedimento de coleta, conheça as peças de um equipamento de Raio x, para compreender como
ocorrerá a medição.
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Figura 10 – Equipamento de raios X
 
Fonte: <http://3.bp.blogspot.com/-tHlBCUeMhSs/UzSQhvZo1HI/AAAAAAAAAMc/x3_cegC-Dr8/s1600/Tubo+de+Raio+x..+.jpg>.
Acesso em: 4 fev. 2017.
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Equipamento de Raio x, com a mesa de exames indicando partes importantes do equipamento, como: o tubo de Raio X,
que tem o formato cilíndrico e fica localizado na parte superior do equipamento; o cabeçote, que possui um formato cúbico e
fica anexado abaixo do tubo de Raio X; o colimador, que possui o formato quadrado e está posicionado na superfície inferior do
cabeçote, e o campo de radiação, que é a projeção do cabeçote em formato luminosos e serve para identificar, na superfície de
disparo do raio, o local que ele irá atingir.
Para realizar a medição da radiação, serão utilizados: um eletrômetro, uma placa de chumbo, uma trena e uma fantoma
de acrílico (objeto utilizado para simular as características de absorção do raio x pelo corpo humano) ou água. Lembrando que
estes materiais devem estar dentro das especificações da NHO-05.
Veja a seguir os procedimentos para medição:
Passo 1
Antes de iniciar a medição, é necessário elaborar um instrumento de coleta, como uma planilha, por exemplo, para
coletar as seguintes informações:
Identificação do equipamento
Identificação do tubo de Raio X
Finalidade do equipamento
Sistema de colimação
Filtração total permanente do feixe útil
Parâmetro máximo de utilização de rotina
Número médio de filmes utilizados por paciente
Número de dias de funcionamento por semana
Número médio de pacientes atendidos por semana
Tempo de permanência dos profissionais no serviço
Passo 2
Com a planilha e os materiais em mãos, o próximo passo é elaborar o croqui do local em que a medição será realizada.
Para esta ação, faz-se necessário utilizar a trena para medir o ambiente e o tamanho de equipamentos, com o objetivo de
elaborar um relatório com as informações reais do ambiente em que as informações foram coletadas. O croqui deve conter no
mínimo o dimensionamento da sala; a posição do equipamento de Raio X, do painel de controle, dos visores, da mesa de
exames e estativa e também deve identificar: portas, janelas, passador de filmes e áreas adjacentes.
Passo 3
Com o croqui elaborado, insira a informação do local em que serão realizadas as medições, devendo no mínimo conter
as medições em direção ao centro do feixe de radiação e nas barreiras de proteção. Lembre-se de identificar, na legenda do
croqui, as informações contidas no desenho, como equipamentos e tipo de barreira usada no setor.
Passo 4
A partir do momento que os pontos de medição foram definidos, deve-se iniciar as medições. Com o eletrômetro
regulado dentro dos parâmetros do título 5 da NHO-05 coloque o aparelho em uma altura de 1,30 m do chão e a uma distância
de 0,30 m do equipamento de Raio x ou da barreira, dependendo do foco de medição. Há três tipos de informação que devem
ser coletadas, são elas:
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Radiação primária
Radiação recebida diretamente.
Coleta: com o eletrômetro posicionado, direcione o colimador para a mesa de exame sem o fantoma. Abra o colimador,
para obter o maior campo possível de radiação. Realize a medição e anote o resultado na planilha.
Radiação secundária
Aquela recebida como energia resultante da radiação primária, ou seja, quando o paciente está na mesa de exame e
recebe a radiação primária, se houver alguma pessoa ajudando a posicionar o paciente ou apenas estiver na sala, ela receberá
a radiação secundária, pois o raio chegará no paciente e se espalhará pela sala atingindo a outra pessoa.
Coleta: coloque o fantoma na mesa de exame e dentro do campo de radiação. Abra o colimador para ter o maior campo
possível de radiação. Realize a medição e anote o resultado na planilha.
Radiação de fuga
É o raio que não seguiu a direção do feixe e atravessou o cabeçote ou colimador sedissipando antes de chegar no alvo.
A direção do equipamento vai depender de qual das informações estão sendo coletadas no momento.
Coleta: feche o máximo possível do colimador, para obter o menor campo possível de radiação. Bloqueie o colimador
com a placa de chumbo, para evitar a saída de radiação. Realize 6 medições ao redor do cabeçote, a um raio de 1 metro do
centro do cabeçote. Realize a medição e anote o resultado na planilha.
Passo 5
Após concluir as avaliações, um relatório com alguns itens básicos, segundo a NHO-05, precisa ser elaborado. Os itens
são estes:
Identificação do estabelecimento
Características do instrumento de medida
Procedimentos de medidas utilizados
Características técnicas do equipamento de raios X
Croqui da sala
Cálculo da carga de trabalho
Resultados do levantamento radiométrico e dos níveis de radiação de fuga em termos de taxa de dose
equivalente (mSv/h)
Classificação das áreas
Limites de dose equivalente
Interpretação dos resultados
Recomendações
Os anexos são os seguintes:
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Cópia do certificado de calibração do monitor de radiação
Cópia da curva de dependência energética do monitor de radiação
Cópia de parte do manual do monitor de radiação que indique adequação dele para medidas de raios X
Avaliação de vibrações de corpo inteiro e de vibração
de mãos e braços
A vibração é considerada um movimento em que um corpo oscila e produz forças desequilibradas de componentes de
movimento rotativo ou alternativo em maquinários ou equipamentos.
Cabe ressaltar que, no contexto da higiene ocupacional, existem duas vibrações que são consideradas na avaliação da
exposição dos trabalhadores à vibração: vibração de corpo inteiro e vibração de mãos e braços. A Fundacentro contém
duas NHOs para avaliar os dois tipos característicos de vibração: NHO-09 e NHO-10.
Procedimento de avaliação de vibrações de corpo inteiro
Procedimento de avaliação de vibrações de corpo inteiro
Para realizar a avaliação de vibrações de corpo inteiro, devem ser obtidas informações técnicas com relação a veículos,
maquinário e outros equipamentos que serão avaliados no estudo. Esse cuidado é de suma importância, pois visa à melhor
identificação dos grupos homogêneos de exposição (GHE) e à definição dos trabalhadores que devem ser avaliados e dos
critérios utilizados.
Se ainda assim, após essa etapa, houver dúvida sobre quais são os trabalhadores que devem ser avaliados, a avaliação
então deve ser aplicada em todos os trabalhadores, para que assim a amostragem da avaliação represente realmente a
exposição deles.
As vibrações de corpo inteiro são aquelas em que os trabalhadores estão em contato com uma máquina ou um
equipamento que contém como característica a ocorrência de movimentos oscilatórios do corpo sobre o ponto de equilíbrio.
Tais máquinas ou equipamentos geralmente são operados por trabalhadores que executam suas atividades sentados.
A figura a seguir demonstra uma máquina com características de emissão de vibrações. O operador executa suas
atividades sentado.
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Figura 11 – Retroescavadeira
Fonte: <http://www.variemaq.com.br/maquinas-e-equipamentos/locacao-linha-pesada/locacao-de-retroescavadeira/>. Acesso
em: 4 mar. 2020.
Previamente à medição de vibrações ocupacionais de corpo inteiro, deve ser realizada uma análise qualitativa minuciosa,
levando em consideração alguns itens:
Características das máquinas
Tipos de assentos e suspensões
Pavimentos onde o operador costuma trabalhar com a máquina
Tempo de execução das atividades
Qualquer outro fator ligado às características distintas de cada trabalhador
Ao realizar essa análise qualitativa prévia, mesmo que seja a mesma máquina, o mesmo processo ou a mesma empresa,
pode haver diferentes tipos de exposição a vibrações de corpo inteiro. Por períodos do dia, o operador pode trabalhar em
diferentes máquinas ou somente na mesma.
Portanto, antes de começar a medir, deve-se compreender e conhecer a realidade da rotina do funcionário a ser avaliado.
Segundo a NHO-09, a expressão técnica para esse tipo de análise é “identificação de componentes de exposição”.
Exemplo prático
Um trabalhador tem uma carga horária de oito horas e 48 minutos e, para cumprir suas atividades com êxito, utiliza vários
equipamentos. Dois deles são:
Retroescavadeira
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Figura 12 – Retroescavadeira
 
Fonte: <https://www.mfrural.com.br/detalhe/320363/retroescavadeira-416e>. Acesso em: 4 mar. 2020.
Rolo compactador vibratório
Figura 13 – Rolo compactador vibratório
 
Fonte: <http://www.satel.com.br/aluguel/rolo-compactador-vibratorio-muller-vap70ii/>. Acesso em: 4 mar. 2020.
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Geralmente, o trabalhador executa ciclos de repetições ao utilizar a retroescavadeira. Sendo assim, durante oito
repetições da utilização da máquina, cada repetição dura, normalmente, cinco minutos. Após, o operador desliga a máquina e
permanece sentado nela, aguardando, por um período de em média seis minutos, a próxima atividade iniciar novamente.
Como próxima tarefa, o trabalhador passa a operar o rolo compactador, por seis vezes repetidas. Cada tempo tem, em
média, sete minutos. Então, o trabalhador, no período da manhã, repete por três vezes o ciclo de utilização da retroescavadeira
(ou seja, 3 x 8 repetições de uso da máquina), e, entre cada ciclo, aguarda um período, além de mais um ciclo de utilização do
rolo compactador (ou seja, 1 x 6 repetições de uso da máquina).
Durante a tarde, as tarefas do trabalhador são diferentes. Ele opera um equipamento denominado de britador, o qual
conta com uma plataforma em que o funcionário permanece nela durante a execução da tarefa por cerca de 46 minutos. Nesse
período, o trabalhador está exposto à vibração.
Figura 14 – Britador
Fonte: <https://www.tracktoor.com.br/equipamento-britador-macapa-amapa/index.html>. Acesso em: 4 mar. 2020.
Após, o trabalhador executa outras atividades que não o expõem a vibrações. Essas atividades são realizadas fora da
plataforma acoplada do britador e duram em torno de 20 minutos. Então, durante o período da tarde, o trabalhador realiza esse
ciclo por quatro vezes.
O exemplo citado expõe três diferentes tipos de exposição à vibração: na retroescavadeira, no compactador e no britador.
Dessa forma, somente devem ser avaliadas as atividades em que o operador está exposto à vibração.
Para realizar a avaliação de vibrações ocupacionais de corpo inteiro, deve-se ter um equipamento de medição capaz de
determinar a aceleração resultante de exposição normalizada (aren) e o valor da dose de vibração resultante (VDVR).
Observe a seguir um exemplo de acelerômetro de assento, utilizado para medir a vibração a que o trabalhador está
exposto.
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Figura 15 – Acelerômetro de assento
 
Fonte: <https://www.01db.com/pt-br/nossas-solucoes/produtos-e-servicos/dosimetro-de-vibracao/>. Acesso em: 4 mar. 2020.
O monitoramento da vibração a que o trabalhador está exposto deve ser feito de acordo com as três direções de um
sistema de coordenadas ortogonais simultaneamente. Para tanto, é utilizado um acelerômetro triaxial.
Observe na imagem a seguir o acelerômetro triaxial posicionado no assento e a representação das coordenadas
ortogonais.
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Figura 16 – Acelerômetro de assento
 
Fonte: <https://www.01db.com/pt-br/nossas-solucoes/produtos-e-servicos/dosimetro-de-vibracao/>. Acesso em: 4 mar. 2020.
Em algumas situações, as atividades são realizadas em pé, sendo necessário, assim, que o equipamento seja
posicionado no piso do local, prezando sempre para que a avaliação não interfira na rotina de trabalho do trabalhador e
represente fielmente a exposição. Observe as direções dos eixos:
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Figura 17 – Direção dos eixos
 
Fonte:
<http://www.relacre.pt/assets/relacreassets/files/commissionsandpublications/GuiaRELACRE%2023_Boas%20pr%C3%A1ticas%

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