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P á g i n a | 1 Apostila para Estudo Prof. Esp. Ana Paula Licenciada em Biologia Especialista no ensino de Língua Portuguesa P á g i n a | 2 I – ENCONTRO Dia: ____/_____/______ ROTINA DO DIA 1 º ACOLHIDA 2º LEITURA PARA DELEITE 3º DEBATE SOBRE O TEXTO 4º EXPOSIÇÃO DO CONTEÚDO 5º EXECUÇÃO DE ATIVIDADES 6º PRODUÇÃO TEXTUAL E ATIVIDADE PARA CASA 7º AVALIAÇÃO P á g i n a | 3 2º LEITURA PARA DELEITE: TENTAÇÃO Clarice Lispector Ela estava com soluço. E como se não bastasse a claridade das duas horas, ela era ruiva. Na rua vazia as pedras vibravam de calor - a cabeça da menina flamejava. Sentada nos degraus de sua casa, ela suportava. Ninguém na rua, só uma pessoa esperando inutilmente no ponto do bonde. E como se não bastasse seu olhar submisso e paciente, o soluço a interrompia de momento a momento, abalando o queixo que se apoiava conformado na mão. Que fazer de uma menina ruiva com soluço? Olhamo-nos sem palavras, desalento contra desalento. Na rua deserta nenhum sinal de bonde. Numa terra de morenos, ser ruivo era uma revolta involuntária. Que importava se num dia futuro sua marca ia fazê-la erguer insolente uma cabeça de mulher? Por enquanto ela estava sentada num degrau faiscante da porta, às duas horas. O que a salvava era uma bolsa velha de senhora, com alça partida. Segurava-a com um amor conjugal já habituado, apertando-a contra os joelhos. Foi quando se aproximou a sua outra metade neste mundo, um irmão em Grajaú. A possibilidade de comunicação surgiu no ângulo quente da esquina, acompanhando uma senhora, e encarnada na figura de um cão. Era um basset lindo e miserável, doce sob a sua fatalidade. Era um basset ruivo. Lá vinha ele trotando, à frente de sua dona, arrastando seu comprimento. Desprevenido, acostumado, cachorro. A menina abriu os olhos pasmada. Suavemente avisado, o cachorro estacou diante dela. Sua língua vibrava. Ambos se olhavam. Entre tantos seres que estão prontos para se tornarem donos de outro ser, lá estava a menina que viera ao mundo para ter aquele cachorro. Ele fremia suavemente, sem latir. Ela olhava-o sob os cabelos, fascinada, séria. Quanto tempo se passava? Um grande soluço sacudiu- a desafinado. Ele nem sequer tremeu. Também ela passou por cima do soluço e continuou a fitá-lo. Os pêlos de ambos eram curtos, vermelhos. Que foi que se disseram? Não se sabe. Sabe-se apenas que se comunicaram rapidamente, pois não havia tempo. Sabe-se também que sem falar eles se pediam. Pediam-se com urgência, com encabulamento, surpreendidos. No meio de tanta vaga impossibilidade e de tanto sol, ali estava a solução para a criança vermelha. E no meio de tantas ruas a serem trotadas, de tantos cães maiores, de tantos esgotos secos - lá estava uma menina, como se fora carne de sua ruiva carne. Eles se fitavam profundos, entregues, ausentes de Grajaú. Mais um instante e o suspenso sonho se quebraria, cedendo talvez à gravidade com que se pediam. Mas ambos eram comprometidos. Ela com sua infância impossível, o centro da inocência que só se abriria quando ela fosse uma mulher. Ele, com sua natureza aprisionada. A dona esperava impaciente sob o guarda-sol. O basset ruivo afinal despregou-se da menina e saiu sonâmbulo. Ela ficou espantada, com o acontecimento nas mãos, numa mudez que nem pai nem mãe compreenderiam. Acompanhou-o com olhos pretos que mal acreditavam, debruçada sobre a bolsa e os joelhos, até vê-la dobrar a outra esquina. Mas ele foi mais forte que ela. Nem uma só vez olhou para trás. (Conto extraído de: LISPECTOR, Clarice. Felicidade clandestina. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1981.) P á g i n a | 4 3º DEBATE SOBRE O TEXTO: 01 – Quem são as personagens principais? O que elas têm em comum? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 02 – O que a menina fazia sentada na porta de casa, às duas horas da tarde? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 03 – Onde se passa a história? Retire do texto uma frase que apresenta uma característica marcante do cenário. ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 04 – De acordo com o texto, como a menina se sentia em relação a outras pessoas? Retire do texto uma frase para justificar sua resposta. ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 05 – “Sentada nos degraus de sua casa, ela suportava.” O que a menina suportava? Indique a alternativa que melhor responde a questão: (a) a pessoa que esperava o bonde (b) a bolsa velha. (c) o calor e a solidão (d) sua mãe. 06 – “O que a salvava era uma bolsa velha de senhora, com alça partida.” Do que a bolsa a salvava? (a) do calor excessivo (b) da solidão, já que a bolsa era sua companhia. (c) das brigas com a mãe (d) do homem que esperava o bonde 07 – No texto, quem é o narrador? (a) a mãe (b) alguém presente na história, mas sem participar muito (c) alguém que não presente na história (d) a menina ruiva. 08 – Retire do texto um trecho em que se percebe a presença do narrador como personagem. ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 09 – O que o narrador fazia naquele lugar? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ P á g i n a | 5 10 – Pode-se dizer que o narrador se identifica com a menina? Por quê? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 11 – O cão basset provoca uma mudança na cena inicial. Qual a reação da menina e do cão quando se veem? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 12 – “Mas ambos eram comprometidos.” Segundo o texto, com o que eles eram comprometidos? O que isso pode significar? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 13 – Por que o cachorro não olhou para trás? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 14 – Considerando a reação da menina e do cão quando se encontram e a resposta à questão 12, o que o título TENTAÇÃO pode indicar? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 15 – Qual é o tema central do texto? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ P á g i n a | 6 4º EXPOSIÇÃO DO CONTEÚDO O QUE É UM CONTO? TIPOS, ESTRUTURA, GÊNERO E ELEMENTOS! O conto é um texto curto em que um narrador contauma história desenvolvida em torno de um enredo - uma situação que dá origem aos acontecimentos de uma narrativa. Há poucos personagens e poucos locais, pois como a história é breve não é possível incluir vários lugares e personagens diferentes. Há vários tipos de contos: realistas, populares, fantásticos, de terror, de humor, infantis, psicológicos, de fadas. A estrutura desse gênero textual é composta por quatro partes: apresentação do enredo, desenvolvimento dos acontecimentos, momento de tensão - clímax, e solução - desfecho. Características do conto O conto apresenta as seguintes características: • Espaço delimitado; • Tempo marcado; • Presença de narrador; • Poucos personagens; • Enredo. ✓ Espaço delimitado: o local em que se desenvolve a história é delimitado, como uma determinada casa, rua, parque, praça. Isso acontece pelo fato de o conto ser uma narrativa breve, em que não é possível se falar em muitos espaços diferentes. ✓ Tempo marcado: o tempo do conto é marcado. Isso quer dizer que é possível saber em que momento a história acontece. Esse tempo pode ser: ✓ cronológico - quando as coisas acontecem numa sequência normal, de horas, dias, anos. ✓ psicológico - quando as coisas não acontecem numa sequência normal, mas de acordo com a imaginação do narrador ou de um personagem. ✓ Narrador: a história do conto é contada por um narrador, que pode ser: ✓ narrador observador, aquele que conhece a história, mas não participa dela. ✓ narrador personagem, aquele que além de narrar a história, também é um dos seus personagens. ✓ narrador onisciente, aquele que conhece a história e todos os personagens envolvidos nela. ✓ Personagens: o conto contém poucos personagens, porque como é um texto breve, não é possível incluir muitos participantes na história. Os personagens podem ser principais ou secundários. P á g i n a | 7 ✓ Enredo: o conto apresenta sempre um enredo, que é um problema ou situação que dá origem aos acontecimentos de uma história. Ele pode ser: ✓ linear - quando os fatos seguem uma sequência lógica, ou seja: apresentação, desenvolvimento, momento de tensão - clímax, e solução - desfecho. ✓ não linear - quando os fatos não seguem uma sequência lógica, ou seja, em vez de começar pela apresentação do problema ou da situação, pode começar pela sua solução e os acontecimentos são narrados ao longo do conto. Tipos de contos Dependendo da temática explorada, há diversos tipos de contos, do qual se destacam: ❖ Contos realistas, os que narram situações realistas e não imaginárias. ❖ Contos populares, os que narram histórias transmitidas de uma geração para outra. ❖ Contos fantásticos, aqueles em que as histórias apresentam mistura de realidade com ficção e confundem os leitores com acontecimentos absurdos. ❖ Contos de terror, os que narram histórias cheias de mistérios, suspense e medo. ❖ Contos de humor, os que narram histórias que têm como objetivo divertir os leitores. ❖ Contos infantis, os que narram histórias para crianças e que têm a intenção de transmitir uma lição moral. ❖ Contos psicológicos, os que narram histórias que envolvem lembranças e sentimentos, e têm a intenção de levar o leitor a refletir. ❖ Contos de fadas, os que narram histórias que envolvem príncipes e princesas, e se desenvolvem em torno de um acontecimento trágico, mas que têm um final feliz. Os Minicontos, Microcontos ou Nanocontos são subcategorias do conto, chamados de "contos minimalistas". Eles são bem menores que o conto, uma vez que podem ocupar meia página, uma página, ou ser formado por poucas linhas. Mesmo que não compartilhem da estrutura básica dos contos, esse tipo de texto tem adquirido diversas formas na atualidade, sobretudo após o movimento modernista. Dessa forma, ele deixa de lado a estrutura fixa narrativa, privilegiando assim, a liberdade criativa dos escritores. Estrutura do conto A estrutura do conto é fechada e objetiva, na medida em que esse tipo de texto é formado por apenas uma história e um conflito. Sua estrutura está dividida em três partes: P á g i n a | 8 ❖ Introdução: nesse momento inicial, há uma breve ambientação do espaço, tempo, personagens e enredo. ❖ Desenvolvimento: aqui se desenrolam os acontecimentos da história, relacionados com o problema ou a situação apresentados na introdução. ❖ Clímax: quando acontece o momento de maior tensão da história. ❖ Desfecho: encerramento da narrativa, em que se apresenta uma solução para o enredo. Dicas para criar um bom conto Agora que você já conhece o que é um conto, sua estrutura, seus elementos e seus tipos, você receberá algumas dicas que te ajudarão a escrevê-lo. Confira! Atente-se ao narrador e ao foco narrativo O narrador é aquele que conta a história. Portanto, é muito importante que você defina qual a posição que o narrador assumirá ao contar o conto. O foco narrativo pode ser em primeira pessoa, ou seja, o narrador é um personagem de maneira que participa e conta a história do seu ponto de vista e sempre com verbos flexionados na primeira pessoa. Assim como o narrador pode ser em terceira pessoa, ou seja, ela não participa da história e é externo a ela. Sobre os narradores em terceira pessoa há dois tipos: o narrador observador, aquele que conta o que ele observa, mas que não sabe sobre o futuro e nem sobre o que se passa na cabeça das personagens. Já o narrador onisciente também não participa da história, mas ele conhece os sentimentos e pensamentos das personagens, assim como o passado, presente e futuro. Desenvolva bem o enredo O enredo é caracterizado pela sequência de ações ou problemas que originam e compõem os acontecimentos da narrativa. Ou seja, é ele que movimenta toda a história. Além disso, o enredo pode ser linear, que ocorre em uma sequência lógica, ou não linear, quando as ações não acontecem de acordo com uma sequência lógica. Um conto precisa ter um conflito Todos os contos precisam possuir um conflito, então você também deverá criar um. Conflito é a situação elaborada em uma das ações iniciais e que é vivenciada pelas personagens. Dessa forma, a personagem precisa se mover para conseguir solucionar o conflito. Também ressaltamos que em um conto, em virtude do seu tamanho, geralmente há apenas um conflito. https://mesadoescritor.com/dicas-escrita-criativa/ P á g i n a | 9 5º EXECUÇÃO DE ATIVIDADES O C H A P É U (Charles Kiefer) Planejei meticulosamente o assassinato de Manoel Soares. Podia fazê-lo com as próprias mãos; preferi, porém, contratar um pistoleiro. Para que Isabel não sofra, ou não sofra tanto, é imprescindível tirá-lo do caminho. Se eu próprio o matasse, o complexo de culpa iria atormentá-la, tornando impossível o grande e mais intenso amor de sua vida, fogo em que se tem consumido lentamente (emagrece e chora em silêncio, tem os olhos ardidos e o corpo trêmulo), e entre um gemido e outro de prazer eles haveriam de ouvir seu riso sarcástico e maldoso. Mas pra eliminá-lo da face da terra, arrancá-lo da cidade como se fosse uma erva maldita, foi preciso antes que eu o odiasse. Por isso, dia após dia – somos colegas de repartição -, procurei descobrir nele atitudes dissimuladas, falsidades, orgulho, mesquinharias que dessem motivação para levar adiante o meu intento. O ódio foi se alimentando do conhecimento. Hoje pela manhã atingiu o limite máximo quando entreguei ao pistoleiro a quantia estipulada para o crime. – Exatamente às vinte horas, todas às noites, ele sai de seu apartamento à rua G, prédio 203. Hoje é segunda-feira, portanto estará vestido de calça de linho branco, camisa azul- marinho e chapéu de feltro. Preste atenção ao chapéu. É um dos últimos homens a usá-lo nesta cidade. Atire assim que atravessar a porta de vidro do edifício. O pistoleiro recuou e, sem dizer sequer uma palavra, saiu da sala.Os muitos anos de convívio, e o plano longamente arquitetado, me possibilitaram conhecer todos os hábitos de Manoel Soares. Sim, não há possibilidade de engano. Exatamente às vinte horas estará na calçada, tirará o chapéu e baterá com a mão no feltro, como que a retirar o pó, olhará indeciso para ambos os lados e, enfim, optará pelo direito, caminhará quarenta e cinco minutos, ora fumando, ora assobiando uma velha canção portuguesa, e depois retornará ao apartamento. Suponho que antes de dormir mergulhe a dentadura postiça num copo d'água, displicentemente. Hoje, durante o expediente, surpreendi-o agitado em diversas circunstâncias, esfregando as mãos com impaciência. Duas ou três vezes foi ao banheiro, atitude totalmente inabitual. Pressente alguma coisa? E se na hora H resolver não fazer o passeio? E se estiver com cólica? Um medo insconsciente? E se no exato momento passar pela rua um sujeito qualquer vestido de forma semelhante e o meu contratado disparar sobre um inocente? Não. Absolutamente não é hora de pensar em tais possibilidades. Manoel Soares será assassinado dentro de cinco minutos. O relógio da sala avança para o instante fatal. Vou apanhar o chapéu e descer de encontro à bala que me espera. ATIVIDADE 1 – Qual o gênero textual lido acima? __________________________________________________________________ 2 – Apresente algumas das características deste gênero. P á g i n a | 10 ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 3 – Sobre o narrador, podemos afirmar que ele é caracterizado como narrador-personagem ou narrador observador? Por quê?. ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 4 – O que pretende o personagem da história? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 5 – Qual motivo leva o personagem a planejar o crime? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 6 – No terceiro parágrafo, o personagem busca motivos para justificar sua atitude. Explique como isso acontece. ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 7 – De acordo com o parágrafo 5, quais as características que destacam a vítima das outras pessoas da cidade? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 8 – No trecho "O pistoleiro recuou e, sem dizer sequer uma palavra, saiu da sala." entende-se que: (a) o pistoleiro não aceitou a proposta. (b) o narrador não teve coragem de pagar a quantia do crime ao pistoleiro. (c) o pistoleiro aceitou a proposta sem perguntar nada. (d) o narrador desiste dos seus planos. 9 – Como o personagem conhece tanto os hábitos e atitudes da vítima? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 10 – Como o texto surpreende o leitor ao descobrir o desfecho da história? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ Referência QUIROGA, Horácio. Decálogo do perfeito contista. Org. Sergio Faraco. São Leopoldo, RS: Editora Unisinos, 1999, p. 86. P á g i n a | 11 6º ATIVIDADE PARA CASA Leia o texto abaixo, de Marina Colasanti: PARA QUE NINGUÉM A QUISESSE (Marina Colasanti) Porque os homens olhavam demais para a sua mulher, mandou que descesse a bainha dos vestidos e parasse de se pintar. Apesar disso, sua beleza chamava a atenção, e ele foi obrigado a exigir que eliminasse os decotes, jogasse fora os sapatos de saltos altos. Dos armários tirou as roupas de seda, da gaveta tirou todas as joias. E vendo que, ainda assim, um ou outro olhar viril se acendia à passagem dela, pegou a tesoura e tosquiou-lhe os longos cabelos. Agora podia viver descansado. Ninguém a olhava duas vezes, homem nenhum se interessava por ela. Esquiva como um gato, não mais atravessava praças. E evitava sair. Tão esquiva se fez, que ele foi deixando de ocupar-se dela, permitindo que fluísse em silêncio pelos cômodos, mimetizada com os móveis e as sombras. Uma fina saudade, porém, começou a alinhavar-se em seus dias. Não saudade da mulher. Mas do desejo inflamado que tivera por ela. Então lhe trouxe um batom. No outro dia um corte de seda. À noite tirou do bolso uma rosa de cetim para enfeitar-lhe o que restava dos cabelos. Mas ela tinha desaprendido a gostar dessas coisas, nem pensava mais em lhe agradar. Largou o tecido em uma gaveta, esqueceu o batom. E continuou andando pela casa de vestido de chita, enquanto a rosa desbotava sobre a cômoda. In: Conto de amor rasgados. Rio de Janeiro: Rocco, 1986. P. 111-2. QUESTÃO 1 – Habilidade 08 – Identificar o gênero de diversos textos. Esse texto é um fragmento de A) biografia B) conto C) diário D) fábula QUESTÃO 2 – Habilidade 03 – Inferir uma informação em um texto. Que informação se pode inferir do texto? A) todas as atitudes do homem em relação à mulher foram de respeito e carinho B) apesar de todas as investidas do homem em modificar a mulher, ela continuou a seduzir os homens C) a mulher reagiu às atitudes do homem e tornou-se dona de seu próprio destino D) as ações do homem demonstram a insegurança dele em relação à mulher QUESTÃO 3 – Habilidade 14 – Estabelecer relação entre a tese e os argumentos oferecidos para sustentá-la. Segundo o texto, o homem mandou que a esposa descesse a bainha dos vestidos e parasse de se pintar. Um fragmento do texto que apresenta o argumento do homem defendendo essa ideia é A) “... ele foi obrigado a exigir que eliminasse os decotes...” B) “Dos armários tirou as roupas de seda, da gaveta tirou todas as joias” C) “Porque os homens olhavam demais para a sua mulher...” D) “... pegou a tesoura e tosquiou-lhe os longos cabelos” P á g i n a | 12 QUESTÃO 4 – Habilidade 12 – Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou substituições que contribuem para a sua continuidade. No trecho “...pegou a tesoura e tosquiou-lhe os longos cabelos”, o pronome "lhe" retoma a A) mulher B) tesoura C) roupas D) passagem QUESTÃO 5 – Habilidade 19 – Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjunções, advérbios etc. No trecho “Esquiva como um gato...”, o conectivo "como" estabelece com a oração anterior uma ideia de A) causa B) comparação C) explicação D) conformidade
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