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ATIVIDADES AUTORREGULADAS DE LÍNGUA PORTUGUESA PARA ALUNOS DO 9° ANO

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Prévia do material em texto

Aluno 
 
Produção 
Textual 
 
 
Caderno de Atividades 
Pedagógicas de 
Aprendizagem 
Autorregulada - 02 
99ºº AAnnoo || 22°° BBiimmeessttrree 
 
 
Disciplina Curso Bimestre Ano 
Produção Textual Ensino Fundamental 2° 9º 
Habilidades Associadas 
1. Estabelecer o foco narrativo (narrador), espaço, tempo, personagens e conflito. 
2. Contemplar os elementos do enredo: apresentação, complicação, clímax e desfecho. 
 
3. Utilizar discurso direto e indireto. 
 
 
2 
 
 
A Secretaria de Estado de Educação elaborou o presente material com o intuito de estimular o 
envolvimento do estudante com situações concretas e contextualizadas de pesquisa, aprendizagem 
colaborativa e construções coletivas entre os próprios estudantes e respectivos tutores – docentes 
preparados para incentivar o desenvolvimento da autonomia do alunado. 
A proposta de desenvolver atividades pedagógicas de aprendizagem autorregulada é mais uma 
estratégia pedagógica para se contribuir para a formação de cidadãos do século XXI, capazes de explorar 
suas competências cognitivas e não cognitivas. Assim, estimula-se a busca do conhecimento de forma 
autônoma, por meio dos diversos recursos bibliográficos e tecnológicos, de modo a encontrar soluções 
para desafios da contemporaneidade, na vida pessoal e profissional. 
Estas atividades pedagógicas autorreguladas propiciam aos alunos o desenvolvimento das 
habilidades e competências nucleares previstas no currículo mínimo, por meio de atividades 
roteirizadas. Nesse contexto, o tutor será visto enquanto um mediador, um auxiliar. A aprendizagem é 
efetivada na medida em que cada aluno autorregula sua aprendizagem. 
Destarte, as atividades pedagógicas pautadas no princípio da autorregulação objetivam, 
também, equipar os alunos, ajudá-los a desenvolver o seu conjunto de ferramentas mentais, ajudando-o 
a tomar consciência dos processos e procedimentos de aprendizagem que ele pode colocar em prática. 
Ao desenvolver as suas capacidades de auto-observação e autoanálise, ele passa ater maior 
domínio daquilo que faz. Desse modo, partindo do que o aluno já domina, será possível contribuir para 
o desenvolvimento de suas potencialidades originais e, assim, dominar plenamente todas as 
ferramentas da autorregulação. 
Por meio desse processo de aprendizagem pautada no princípio da autorregulação, contribui-se 
para o desenvolvimento de habilidades e competências fundamentais para o aprender-a-aprender, o 
aprender-a-conhecer, o aprender-a-fazer, o aprender-a-conviver e o aprender-a-ser. 
 A elaboração destas atividades foi conduzida pela Diretoria de Articulação Curricular, da 
Superintendência Pedagógica desta SEEDUC, em conjunto com uma equipe de professores da rede 
estadual. Este documento encontra-se disponível em nosso site www.conexaoprofessor.rj.gov.br, a fim 
de que os professores de nossa rede também possam utilizá-lo como contribuição e complementação às 
suas aulas. 
Estamos à disposição através do e-mail curriculominimo@educacao.rj.gov.br para quaisquer 
esclarecimentos necessários e críticas construtivas que contribuam com a elaboração deste material. 
 
Secretaria de Estado de Educação 
 
 
Apresentação 
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/
mailto:curriculominimo@educacao.rj.gov.br
 
3 
Caro aluno, 
Neste caderno, você encontrará atividades diretamente relacionadas a algumas 
habilidades e competências do 2° Bimestre do Currículo Mínimo de Produção Textual da 
9º Ano do Ensino Fundamental. Estas atividades correspondem aos estudos durante o 
período de um mês. 
 A nossa proposta é que você, Aluno, desenvolva estas Atividades de forma 
autônoma, com o suporte pedagógico eventual de um professor, que mediará as trocas 
de conhecimentos, reflexões, dúvidas e questionamentos que venham a surgir no 
percurso. Esta é uma ótima oportunidade para você desenvolver a disciplina e 
independência indispensáveis ao sucesso na vida pessoal e profissional no mundo do 
conhecimento do século XXI. 
Neste Caderno de Atividades vamos conhecer contos e crônicas. Aprenderemos 
a reconhecer o narrador, personagens, conflitos, o espaço e tempo em que os textos se 
passam. Vamos aprender também a produzir esses tipos de texto. 
Este documento apresenta 03 (três) aulas. As aulas podem ser compostas por 
uma explicação base, para que você seja capaz de compreender as principais ideias 
relacionadas às habilidades e competências principais do bimestre em questão, e 
atividades respectivas. Leia o texto e, em seguida, resolva as Atividades propostas. As 
Atividades são referentes a dois tempos de aulas. Para reforçar a aprendizagem, 
propõe-se, ainda, uma avaliação sobre o assunto. 
 
Um abraço e bom trabalho! 
Equipe de Elaboração 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
 
 
 
 Introdução ............................................................................................... 03 
 Aula 01: Fazendo crônica.......................................................................... 
 Aula 02: Quem conta um conto................................................................ 
 Aula 03: Contando e refletindo................................................................ 
 Avaliação: ............................................................................................ 
 Referências .............................................................................................. 
 
 
05 
12 
17 
22 
27 
 
 
 
Sumário 
 
 
5 
 
 
A crônica, em geral, é uma pequena narrativa publicada em jornais e revistas e 
na qual o cronista demonstra a visão que tem de seu tempo. A própria palavra crônica 
é formada pelo radical grego cronos que significa tempo. 
O cronista geralmente parte de fatos cotidianos para fazer uma reflexão e, 
dependendo do tema escolhido e da intenção do escritor, a crônica pode ter 
características variadas. Vejamos alguns tipos de crônica: 
 Crônica reflexiva – se baseia num fato especifico para fazer uma reflexão mais 
aprofundada: 
O PLEBISCITO 
09 de julho de 2013 | 2h 07 
Pai, o que é plebiscito? - assim perguntava o menino, no conto de Artur 
Azevedo, em 1890. O mesmo aconteceu comigo. 
Estava na sala e de repente meu filho levanta a cabeça e pergunta: 
- Pai, o que é plebiscito? 
Eu fechei os olhos imediatamente para fingir que dormia. O menino insiste: 
- Papai? O que é? 
Não tenho remédio senão abrir os olhos. 
-Ora essa, rapaz, tens treze anos e não sabes ainda o que é plebiscito? 
- Se soubesse, não perguntava. 
- Plebiscito, meu filho, é quando o governo pergunta ao povo o que ele acha 
de determinado assunto importante para o país. Voltou à tona depois que houve as 
manifestações de rua, com mais de um milhão de pessoas protestando contra o caos 
brasileiro. 
- Que pergunta é importante para o Brasil? 
- São muitas perguntas meu filho... 
(...) 
 ARNALDO JABOR - O Estado de S. Paulo 
Fonte:http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,o-plebiscito-,1051557,0.htm 
 
Aula 1: Fazendo crônica 
 
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,o-plebiscito-,1051557,0.htm
 
6 
 
 Cônica humorística - expressa uma visão cômica ou irônica dos fatos: 
 
MINHAS FÉRIAS 
Eu, minha mãe, meu pai, minha irmã (Su) e meu cachorro (Dogman) fomos 
fazer camping. Meu pai decidiu fazer camping este ano porque disse que estava na 
hora de a gente conhecer a natureza de perto, já que eu, a minha irmã (Su) e o meu 
cachorro (Dogman) nascemos em apartamento, e, até cinco anos de idade, sempre 
que via um passarinho numa árvore, eu gritava “aquele fugiu!” e corria para avisar um 
guarda; mas eu acho que meu pai decidiu fazer camping depois que viu os preços dos 
hotéis, apesar da minha mãe avisar que, na primeira vez que aparecesse uma cobra, 
ela voltaria para casa correndo, e minha irmã (Su) insistir em levar o toca-disco e toda 
a coleção de discos dela, mesmo o meu pai dizendo que aonde nós íamos não teriacorrente elétrica, o que deixou minha irmã (Su) muito irritada, porque, se não tinha 
corrente elétrica, como ela ia usar o secador de cabelo? Mas eu e o meu cachorro 
(Dogman) gostamos porque o meu pai disse que nós íamos pescar, e cozinhar nós 
mesmos o peixe pescado no fogo, e comer o peixe com as mãos, e se há uma coisa 
que eu gosto é confusão. Foi muito engraçado o dia em que minha mãe abriu a porta 
do carro bem devagar, espiando embaixo do banco com cuidado e perguntando “será 
que não tem cobra?”, e o meu pai perdeu a paciência e disse “entra no carro e vamos 
embora”, porque nós ainda nem tínhamos saído da garagem do edifício. (...) 
LUÍS FERNANDO VERÍSSIMO 
Fonte: Veríssimo, Luis Fernando. O Santinho. Rio de Janeiro. Objetiva 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 Crônica lírica - expressa as emoções do cronista, seu estado de espírito: 
EXISTÊNCIA ÚNICA 
Afague tua doce solidão. Não tenhas medo deste eco quando gritas no escuro. 
Se está só, então, não está só. Tua companhia é a melhor companhia. Pegue o 
próximo trem que te levará para lugares onde nunca esteve. Solte o ar que te mantém 
aprisionada. Levite ao dançar. Convide o mar. Livre-se destes paradigmas, desta 
mania de sempre acreditar no tolo e ingênuo coração. Aprenda amar teu brilho, tua 
existência única. Vá além. Um passo a mais. Vá tão longe a ponto de perguntar se será 
capaz de encontrar o caminho de volta pra casa. Aprenda a dizer não. Aprenda a sorrir 
além. Aprenda a confiar em mim. 
JULIANO MARTINZ 
Fonte: http://corrosiva.com.br/textos-pequenos/existencia-unica/ 
Ao ler as crônicas, podemos notar que, mesmo fazendo abordagens diferentes 
sobre os temas, elas possuem características em comum. A crônica, geralmente, 
estabelece um diálogo com o leitor, usa linguagem informal, baseia-se em fatos 
cotidianos, aproxima-se do jornalismo ou da literatura e contém crítica, humor, ironia, 
lirismo ou reflexão. Uma diferença que podemos ver entre os trechos de crônicas 
acima é que, na crônica reflexiva, predomina a argumentação, na humorística 
predomina a narração e na lírica, a presença de linguagem figurada. 
O narrador (quem conta a história) pode ser: 
 Observador - que conta a história, geralmente, em 3ª pessoa, como alguém que 
observa de fora, sem participar dos acontecimentos; 
 Personagem – Que participa da história como personagem e, por isso, narra em 1ª 
pessoa; 
 Onisciente – conhece tudo sobre os pensamentos e sentimentos dos personagens. 
 
 
 
 
http://corrosiva.com.br/textos-pequenos/existencia-unica/
 
8 
 
 
1. Olhando para os três trechos de crônicas apresentados na explicação, responda: 
 
a. Quais crônicas foram narradas em 1ª pessoa? 
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________ 
b. Retire um trecho da crônica O Plebiscito que comprove que o narrador é do 
tipo narrador personagem. 
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________ 
 
2. Como vimos, as crônicas sempre partem de um fato cotidiano. A notícia, a seguir, 
serviu de base para a criação de uma divertida crônica de Moacyr Scliar. Veja: 
 
Consumidora encontra lesma em lanche 
 
A leitora Alessandra Alves Castro diz que, no dia 26 de novembro, foi ao 
McDonald's do Shopping Ibirapuera e pediu o lanche McChicken. Ao comê-lo, viu uma 
lesma de três centímetros na alface. "Fiquei horrorizada, com muito nojo", afirma. 
Segundo ela, o gerente chegou a dizer que não era uma lesma, e sim um vestígio de 
óleo queimado. "Pedi que olhasse direito, pois estava evidente que aquilo era um 
bicho. Depois disse que era apenas uma lesma de alface", reclama. 
RESPOSTA - O McDonald's se desculpou pelos transtornos e informou que se 
trata de um caso isolado. A assessoria disse que reforçou os procedimentos com o 
fornecedor. 
Segundo o restaurante, as alfaces utilizadas são cultivadas e processadas dentro 
dos mais rigorosos padrões. 
(Folha de S.Paulo, em 01 de janeiro de 2001) 
 
 
Atividade 1 
 
9 
Agora, veja a crônica criada por Moacyr Scliar a partir dessa curiosa notícia. 
 
Sonho de lesma 
 
Ela nasceu lesma, vivia no meio de lesmas, mas não estava satisfeita com sua 
condição. Não passamos de criaturas desprezadas, queixava-se. Só somos conhecidas 
por nossa lentidão. O rastro que deixaremos na História será tão desprezível quanto a 
gosma que marca nossa passagem pelos pavimentos. 
A esta frustração correspondia um sonho: a lesma queria ser como aquele 
parente distante, o escargot. O simples nome já a deixava fascinada: um termo 
francês, elegante, sofisticado, um termo que as pessoas pronunciavam com respeito e 
até com admiração. Mas, lembravam as outras lesmas, os escargots são comidos, 
enquanto nós pelo menos temos chance de sobreviver. Este argumento não 
convencia a insatisfeita lesma, ao contrário: preferiria exatamente terminar sua vida 
desta maneira, numa mesa de toalha adamascada, entre talheres de prata e cálices de 
cristal. Assim como o mar é o único túmulo digno de um almirante batavo, respondia, 
a travessa de porcelana é a única lápide digna dos meus sonhos. 
Assim pensando, resolveu sacrificar a vida por seu ideal. Para isso, traçou um 
plano: tinha de dar um jeito de acabar em uma cozinha refinada. O que não seria tão 
difícil. Perto dali havia uma horta onde eram cultivadas alfaces: belas e selecionadas 
alfaces, de folhas muito crespas. Alfaces destinadas a gourmets, sem dúvida. Uma 
dessas alfaces, raciocinou a lesma, me levará ao destino que almejo. Foi até a horta, à 
doida velocidade de meio quilômetro por hora, e ocultou-se no vegetal. Que, de fato, 
foi colhido naquele mesmo dia e levado para ser consumido. 
 Infelizmente, porém, a alface não fazia parte de um prato francês, mas sim de 
um popular e globalizado lanche. Quando a consumidora foi comê-lo constatou, 
horrorizada, a presença da lesma. Chamado, o gerente a princípio negou a evidência: 
disse que aquilo era um vestígio de óleo queimado. O que deixou a lesma indignada: 
eu não sou óleo queimado, bradava, eu sou uma criatura, e uma criatura com um 
sonho, respeitem meu sonho ou será que, para vocês, nada mais é sagrado, só o 
direito do consumidor? 
 
10 
Ninguém a ouviu, claro. Foi ignominiosamente jogada no lixo, junto com suas 
ilusões de grandeza. E assim descobriu que, quem nasceu para lesma nunca chega a 
escargot, mesmo viajando de carona em certas alfaces, principalmente viajando de 
carona em certas alfaces. 
(Scliar, Moacyr. Sonho de lesma. In: Cotidiano, Folha de S. Paulo, 08 de janeiro de 2001). 
 
a. Que fato do cotidiano inspirou a construção da crônica? 
_______________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
 
b. Na crônica, foi adotada a perspectiva da lesma, ou seja, a história é contada a partir 
do ponto de vista dela. Isso é feito com o narrador em 1ª ou 3ª pessoa? Comprove sua 
resposta com um fragmento do texto. 
_______________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
 
c. Em que espaço e tempo ocorre a narrativa da crônica? 
_______________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
 
d. Dentre os tipos de crônica que vimos na aula de hoje, em qual se enquadra a crônica 
“Sonho de lesma”? 
_______________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
 
3. Agora, é a sua vez! A partir da mesma notícia que inspirou a crônica “Sonho de 
lesma”, crie você a sua própria crônica. Dessa vez, porém, não explore o humor,mas 
produza um texto mais lírico. Para isso, busque destacar os sentimentos dos 
personagens, insira assuntos como saudade, emoção etc. Não se esqueça do título. 
Mãos à obra! 
 
 
11 
_____________________________________________________________________ 
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_____________________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
 
Caro aluno, já ouviu o ditado que diz que quem conta um conto aumenta um 
ponto? Esse ditado vem do tempo em que os contos eram transmitidos oralmente 
como os contos de fadas e que ao longo do tempo foram sendo modificados, pois cada 
pessoa que o recontava mudava um pouco a história. 
O conto é um tipo de narrativa curta, no qual a ação é o mais importante e por 
isso a caracterização das personagens, do espaço e do tempo é restrita. A intenção do 
conto é emocionar, levar você a refletir sobre o comportamento humano. O conto 
pode ser publicado em jornais, revistas, sites, blogs e livros. Existem variados tipos de 
contos: de fadas, de terror, fantásticos, etc. 
Vejamos: 
CARACTERÍSTICAS DOS CONTOS 
 
 Narração em 1ª ou 3ª pessoa; 
 Predomínio do tempo cronológico; 
 Linguagem concisa (objetiva ou poética); 
 Poucos personagens; 
 Construção pouco detalhada dos personagens; 
 Um conflito apenas; 
 Tempo e espaço reduzidos; 
 Presença ou não de diálogos. 
 
Existem duas formas temporais de se narrar um conto. O conto pode seguir um 
tempo cronológico (ordem linear dos fatos) ou um tempo psicológico (não linear, 
ordenado segundo o pensamento do narrador). 
O enredo na maioria das vezes possui quatro elementos que são: 
1. Apresentação inicial – situação de equilíbrio em que são apresentados o 
espaço e tempo em que a história vai ocorrer e os personagens. 
 
Aula 2: Quem conta um conto... 
 
 
13 
2. Complicação – parte onde se inicia a ação de conflito com o surgimento de 
um problema. É quando algum personagem age para mudar a situação anterior. 
3. Clímax- ponto crítico da história, mais emocionante ou de maior suspense. 
4. Desfecho- é o final da história. 
Conseguimos identificar mais facilmente os elementos do enredo aplicando-os 
ao exemplo do conto O Pequeno Polegar, de Charles Perrault. 
 
ELEMENTOS 
DO ENREDO 
CONTO O PEQUENO POLEGAR 
Apresentação 
Um pobre lenhador tinha sete filhos e o caçula era tão pequenino 
que o chamavam Pequeno Polegar. Mas, apesar do tamanho, era um 
menino muito esperto. Como a Europa passava por um período de 
muita fome, o pai decidiu abandonar os filhos na floresta. Depois de 
muito andar, as crianças avistaram um lindo castelo e para lá se 
dirigiram em busca de abrigo e alimento. 
Complicação 
Um ogro malvado, que ali residia, resolveu que iria devorá-los. Mas 
Polegar, percebendo a intenção do malvado, durante a noite, trocou 
o seu chapéu e os chapéus dos irmãos pelas coroas das filhas do 
ogro, que as devorou pensando que fossem os rapazes. 
Clímax 
Eles tiveram, então, que fugir do castelo. O Pequeno Polegar calçou 
as botas encantadas do ogro enquanto ele dormia e, assim, ajudou 
os irmãos a voltarem para casa, com o auxílio das botas de sete-
léguas. 
Desfecho 
Polegar trabalhou para um rei, conseguiu muito dinheiro e pode 
finalmente voltar para sua casa e nunca mais passaram fome. 
Fonte:http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=O_Pequeno_Polegar&oldid=34825305 
 
É muito comum conhecermos contos como o do Pequeno Polegar, Cinderela ou 
o da Branca de Neve, pois temos contato com essas narrativas desde a infância. Há, 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Polegar
http://pt.wikipedia.org/wiki/Europa
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fome
http://pt.wikipedia.org/wiki/Floresta
http://pt.wikipedia.org/wiki/Castelo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bota
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=O_Pequeno_Polegar&oldid=34825305
 
14 
porém, outros tipos de contos mais modernos, voltados para o público jovem e adulto. 
Vamos ver os temas principais dos contos: 
 
Conto Fantástico 
ou de fadas 
Apresenta acontecimentos mágicos ou sobrenaturais que causam 
estranhamento ao leitor. Há presença do real e do fantástico ou 
de elementos mágicos, mas o leitor nunca perde a noção do real. 
Conto de Terror 
Apresenta uma narrativa próxima da realidade (verossímil) e se 
passa numa atmosfera de terror, tensão, medo e suspense. O final 
pode ser surpreendente, atemorizador ou inesperado. 
Conto de humor 
Apresenta situações imprevisíveis e inusitadas, personagens 
engraçados. É comum o uso de piadas, ironias e trocadilhos e 
pretende provocar o riso no leitor. 
 
 
 
 
1. Leia com atenção o conto e responda: 
As flores da morte 
 
Conta-se que uma moça estava muito doente e teve que ser internada em um 
hospital. Desenganada pelos médicos, a família não queria que a moça soubesse que 
iria morrer. Todos seus amigos já sabiam. Menos ela. Para todo mundo que ela 
perguntava se ia morrer, a informação era negada. 
Depois de muito receber visitas, ela pediu durante uma oração que lhe 
enviassem flores. Queria rosas brancas se fosse voltar para casa, rosas amarelas se 
fosse ficar mais um tempo no hospital e estivesse em estado grave, e rosas vermelhas 
se estivesse próxima sua morte. 
Certa hora, bate à porta de seu quarto uma mulher e entrega à mãe da moça 
um maço de rosas vermelhas murchas e sem vida. A mulher se identifica como "mãe 
 
Atividade 2 
 
15 
da Berenice". Nesse meio tempo, a moça que estava dormindo acordou, e a mãe 
avisou pra ela que a mulher havia deixado o buquê de rosas, sem saber do pedido que 
a filha havia feito em oração. 
Ela ficou com uma cara de espanto quando foi informada pela mãe que quem 
havia trazido as rosas era a mãe da Berenice. A única coisa que a moça conseguiu 
responder era que a mãe da Berenice estava morta há 10 anos. 
A moça morreu naquela mesma noite. No hospital ninguém viu a tal mulher 
entrando ou saindo. 
Fonte:http://www.sobrenatural.org/conto/detalhar/11732/10_contos_de_terror/ 
 
a. Quem são os personagens do conto? 
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________ 
 
b. Qual o conflito presente? 
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________ 
 
c. Em que parágrafo vemos o clímax da história? 
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________ 
 
d. Esse conto é de que tipo? De humor, de fadas ou de terror? Justifique! 
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________ 
 
e. O desfecho foi o que você esperava? Por quê? 
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________ 
 
http://www.sobrenatural.org/conto/detalhar/11732/10_contos_de_terror/
 
16 
f. Quais suas impressões sobre a história?_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________ 
 
g. No 2º parágrafo do conto, aparece justamente a complicação da história. Explique 
com suas palavras o que se complica na história e se o desfecho foi positivo ou 
negativo. 
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
 
Caro aluno, agora que já conhecemos os gêneros textuais crônicas e contos, 
surge uma dúvida: quais as diferenças entre esses gêneros tão parecidos? 
O conto é ficcional e pode trazer elementos mágicos e sobrenaturais. Ele não é 
como a crônica, que narra fatos do cotidiano, como episódios políticos, atualidades ou 
costumes. A crônica ainda é resultante de uma visão particular do cronista sobre um 
fato e escrito em linguagem coloquial para se aproximar do leitor. 
O conto, por sua vez, é uma narrativa imaginada por seu autor e tem um só 
conflito, sendo uma história fechada. Nele, as ações podem se desenrolar num tempo 
maior como dias, meses e anos, enquanto, na crônica, é apresentado um breve 
momento do cotidiano. No conto, as personagens são amplamente caracterizadas, 
fisica e psicologicamente. Já na crônica, não há espaço para tanto detalhamento. 
O desfecho do conto é geralmente a resolução de um conflito e, na crônica, 
muitas vezes, o desfecho fica para a imaginação do leitor, para que ele mesmo tire 
suas conclusões sobre os fatos. 
Observe as diferenças entre os contos da aula 2 e a crônica de Luis Fernando 
Veríssimo, que fala sobre como o casamento mudou com o passar do tempo: 
CASAMENTO, POR LUIS FERNANDO VERÍSSIMO 
 
(...) No momento em que Deus perguntou se alguém no Paraíso sabia de 
alguma razão para que aquele casamento não se realizasse, ninguém se manifestou, 
mesmo porque não havia mais ninguém. A cerimônia foi simples e rápida apesar de 
alguns problemas — Adão não tinha onde carregar as alianças, por exemplo — e Adão 
e Eva ficaram casados por 930 anos. E isso, porque, na época, ainda não existiam os 
antibióticos. 
Mais tarde, instituiu-se o dote. Ou seja, as mulheres, como caixas de cereais, 
passaram a vir com brindes. O pai da noiva oferecia, digamos, dez cântaros de azeite e 
dois camelos ao noivo e ainda dizia: 
 
Aula 3: Contando e refletindo 
 
 
18 
— Pode examinar os dentes. 
— Deixa ver... 
— Da noiva não, dos camelos! 
Houve uma época em que os pais se encarregavam de casar os filhos sem que 
eles soubessem. 
(...) 
Mais tarde, veio a era do Bom Partido. As moças não eram mais negociadas, 
grosseiramente, com maridos que podiam garantir seu futuro. Eram condicionadas a 
escolher o Bom Partido. Podiam namorar quem quisessem, mas na hora de casar... 
— Vou me casar com o Cascão. 
— O quê?! 
— Nós nos amamos desde pequenos. 
— O que que o Cascão faz? 
— Jornalismo. 
— Argk! 
 A era do Bom Partido acabou quando a mulher ganhou sua independência. 
Paradoxalmente, foi só quando abandonou a velha ideia romântica do ser frágil e 
sonhador que a mulher pôde realizar o ideal romântico do casamento por amor, 
inclusive com o Cascão. Só havendo o risco de o Cascão preferir casar com o Rogério. 
Fonte: http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2013/06/13/casamento-por-luis-fernando-verissimo-
499889.asp 
 
 
 
Como já foi dito, quem conta um conto aumenta um ponto! Chegou a sua vez de 
contar seu conto. Responda primeiro ao nosso plano de produção e observe que, para 
ajudá-lo, a pergunta (b.) já foi respondida. Partindo dos personagens e do 
planejamento abaixo, escreva sua história. Vamos lá. Dê asas a sua imaginação! 
 
Atividade 3 
http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2013/06/13/casamento-por-luis-fernando-verissimo-499889.asp
http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2013/06/13/casamento-por-luis-fernando-verissimo-499889.asp
 
19 
 
Fonte: acervo pessoal de uma das elaboradoras do material. 
 
a. O narrador será observador ou personagem? 
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_______________________________________________________________________ 
 
b. Quais serão os personagens? 
Essa resposta é fácil: bruxa má, Wolverine e Bob Esponja. 
 
c. Que características possuem os personagens? 
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________ 
 
d. Em que local e tempo se passará a história? 
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________ 
 
e. Haverá diálogos entre os personagens? 
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_______________________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
20 
f. Qual será o conflito? 
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_______________________________________________________________________ 
 
g. Qual será o desfecho? 
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________ 
 
h. De que tipo será o seu conto? De terror, de fadas ou outro? Especifique. 
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________ 
 
i. Produção do Conto 
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_______________________________________________________________________22 
 
Aprendemos sobre contos e crônicas, suas características e os elementos de que são 
compostas. Leia, a seguir, a crônica de Luís Fernando Veríssimo sobre um tema muito 
atual e amplamente divulgado nos meios de comunicação: a espionagem americana no 
Brasil. 
 
O QUE SIGNIFICA ORÉGANO 
 
LUIS FERNANDO VERÍSSIMO 
Você eu não sei, mas eu estou preocupadíssimo com a revelação de que os 
americanos têm monitorado tudo que é dito e escrito no Brasil nos últimos anos. 
Ouvem nossos telefonemas, leem nossos e-mails e, provavelmente, examinem o nosso 
lixo, atrás de indícios da nossa periculosidade. O que me preocupa é que essa 
informação, depois de coletada e classificada, é analisada talvez pelas mesmas pessoas 
que nunca duvidaram que o Saddam Hussein tivesse armas de destruição em massa e 
nunca estranharam que os sequestradores daqueles aviões que derrubaram as torres, 
no onze do nove, não se interessassem pelas aulas de aterrissagem nos seus cursos de 
aviação. Quer dizer, que garantia nós temos que não se enganarão de novo, e verão 
ameaças à segurança americana nas nossas comunicações mais inocentes? Um simples 
telefonema entre namorados (“desliga você”, “não, desliga você”) pode ser 
interpretado como parte de um plano para sabotar centrais elétricas. Um pedido para 
troca de bujão de gás, uma evidente referência cifrada à explosão da Casa Branca. O 
fato é que tenho tentado recapitular todos os meus telefonemas e e-mails nos últimos 
anos, com medo de que um deles, mal interpretado, acabe provocando minha 
aniquilação por um drone. 
Ou então me vejo chegando aos Estados Unidos, sendo barrado por um agente 
da imigração e levado para uma sala sem janelas, onde sou cercado por outros 
agentes, provavelmente da CIA, que me pedem explicações sobre um telefonema, 
obviamente em código, que fiz antes de viajar. Reconheço minha voz na gravação. 
 
Avaliação 
 
 
23 
- O que quer dizer “à calabresa”, Mr. Verissimo? – pergunta um dos agentes. 
Estou confuso. Não consigo pensar. Calabresa, calabresa… 
- Alguma referência à máfia? Uma ligação da organização terrorista à qual o 
senhor evidentemente pertence, como a camorra, visando a um atentado aqui nos 
Estados Unidos? O senhor veio se encontrar com a máfia americana para acertar os 
detalhes do complô. É isso, Mr. Verissimo? 
- Não, não. Eu… 
- Notamos que, mais de uma vez na gravação, o senhor diz “sem orégano, sem 
orégano”. Deduzimos que há uma divergência dentro do complô entre vocês e a máfia, 
uns a favor de se usar “orégano” no atentado, outros contra. O que, exatamente, 
significa “orégano”? 
Finalmente, me dou conta. 
- Orégano significa orégano. Eu estava pedindo uma… 
- Por favor, não faça pouco da nossa inteligência, Mr.Verissimo. Não gastamos 
milhões de dólares para ouvir que orégano significa orégano. 
Fonte: http://contobrasileiro.com.br/?p=1540#more-1540 
 
1. Sobre a crônica o que significa orégano, marque verdadeiro ou falso: 
( ) A crônica é narrada por um agente americano. 
( ) É uma crônica lírica. 
( ) O narrador é personagem. 
( ) O espaço em que se desenvolve a história é no Brasil. 
( ) A crônica se passa há muitos anos atrás . 
( ) O trecho ‘Por favor, não faça pouco da nossa inteligência, Mr.Verissimo’ faz parte 
do desfecho da crônica. 
( ) Há presença de diálogos. 
( ) O narrador é observador. 
( ) A crônica é narrada em 1ª pessoa. 
( ) O trecho “- Orégano significa orégano. Eu estava pedindo uma…” indica que o 
narrador estava tendo ligação com a máfia. 
( ) Verissimo não fazia parte de um complô. 
http://contobrasileiro.com.br/?p=1540#more-1540
 
24 
( ) No trecho ‘Você eu não sei, mas eu estou preocupadíssimo’ o narrador estabelece 
proximidade com o leitor. 
( ) A intenção do cronista foi levar o leitor à uma reflexão sobre um tema importante 
através do humor. 
 
2. A partir do conto abaixo, responda o que se pede: 
 
O primeiro encontro (fragmento) 
 
Sua mão era quente e gordinha. Imóvel na minha mão. Nós dois olhando pra 
tela, lendo os diálogos traduzidos do inglês, e enquanto isso havia era um mundo 
enorme de ideias passando pela minha cabeça: beijo ou não beijo? Assim de repente? 
E se ela brigar? Olho pra ela? Olho pro filme? Abraço ela? Abraço e agarro ela e beijo e 
que se lasque se ela não gostar? 
 – Está gostando do filme? – Marta me perguntou, aproximando o rosto. O seu 
hálito veio quente, leve sabor de chiclete. 
 – É legal, né? 
O branco do olho dela tão perto do meu rosto. Puxei seu rosto para perto de 
mim, pra ficar apoiado no meu peito. Agora, estávamos abraçados. Sua mão brincou 
com um botão na minha camisa. Apertei mais os seus ombros. O filme, que se lascasse 
o filme. A gente estava muito mais interessado nessa nossa história. Meu corpo todo 
tremia e aquelas ideias cortavam pela minha cabeça, como se fossem gaviões me 
perseguindo. 
– Ciro... você me diz uma coisa? – de novo, o hálito fresco perto do meu rosto. 
– Fala... 
– Por que você me convidou para sair? – os dedos dela mexendo na minha 
camisa. 
Por quê? Ah, eu podia dizer que por nada. Porque ela conversava legal. Porque 
eu tinha poucos amigos. Porque nunca tinha saído com uma garota. Porque precisava, 
desejava e ansiava por uma namorada. Ou por nada disso: que foi só um convite. Ela 
era apenas uma colega de escola, e só isso. (...) Na hora eu pensei todo esse milhão de 
 
25 
coisas, mas só pensei. Porque na minha boca estava era outra resposta, e essa sim, 
veio sem pensar: 
 – Porque eu gosto de você. 
E o beijo veio fácil, limpo, gostoso. 
(In: KUPSTAS, Marcia. Eu te gosto, você me gosta. São Paulo: Scipione, 1993) 
 
a. Quais os personagens dessa narrativa? 
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________ 
 
b. Quem está contando essa história? Como esse tipo de narrador é classificado? 
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________ 
 
c. Identifique o espaço em que se passa a história? 
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________ 
 
d. Quantas vezes os dois personagens estiveram nesse local juntos? 
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________ 
 
2. Agora, é a sua vez! Imagine como seria o segundo encontro desse jovem casal e 
escreva um pequeno conto a respeito. Pense onde eles se encontrariam, se novos 
personagens surgiriam, o que poderia acontecer etc. Use sua criatividade e mãos à 
obra! 
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27 
 
[1] CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Texto e interação: uma 
proposta de produção textual a partir de gêneros e projetos. São Paulo: Atual, p. 192-
195, 2000. 
[2] KOCH, IngedoreVillaça; ELIAS, Vanda Maria. Ler e escrever: estratégias de 
produção textual. São Paulo: Contexto, p. 102-125, 2009. 
[3] MARCUSCHI, Luiz Antonio. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. 
Parábola Ed., 2009. 
 
Referências 
 
 
28 
 
 
 
 
COORDENADORES DO PROJETO 
 
Diretoria de Articulação Curricular 
 
Adriana Tavares Maurício Lessa 
 
Coordenação de Áreas do Conhecimento 
 
Bianca Neuberger Leda 
Raquel Costa da Silva Nascimento 
Fabiano Farias de Souza 
Peterson Soares da Silva 
Ivete Silva de Oliveira 
Marília Silva 
 
PROFESSORES ELABORADORES 
Heloisa Macedo Coelho 
Ivone da Silva Rebello 
Rosa Maria Ferreira Correa 
 
 
Equipe de Elaboração

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