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Metodologia da Pesquisa - Trilha de Aprendizagem Completa

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Unidade 1 - Técnicas de estudo, artigo científico, gêneros acadêmicos e apresentação gráfica 
 
Técnicas de estudo 
 
O desenvolvimento de um trabalho técnico-científico exige uma postura diferenciada no que se refere 
às suas etapas e ela deve ter início desde as primeiras decisões. 
 
A partir da escolha do objeto de estudo, da questão da pesquisa de seu interesse, você deve 
organizar um plano de atividades, pois faz-se necessária a máxima organização para que 
tenha sucesso ao final de todo seu empenho. 
Gilberto Andrade Martins, no livro Manual para elaboração de monografias e 
dissertações, de 2002, propõe um roteiro inicial de pesquisa, visto que a organização dos 
passos a serem dados é de extrema importância, e, levando-se em conta as características 
individuais de cada trabalho, podemos observar a síntese dos itens desse roteiro como um 
procedimento de abertura: 
Escolha do tema-problema; 
• Identificação das limitações sobre o que será abordado; 
• Formulação de objetivos; 
• Levantamento bibliográfico; 
• Leitura do material selecionado com registros; 
• Análise e interpretação dos dados coletados; 
• Elaboração de conclusões; 
• Elaboração de introdução; 
• Registro de bibliografias e anexos; 
• Revisão geral; 
• Digitação; 
• Entrega e/ou apresentação. 
 
 
 
No entanto, outras preocupações devem ficar em evidência, entre elas, temos as técnicas 
de estudo e você pode lembrar-se de ações como grifar trechos lidos, fazer releituras, fazer 
uso de mnemônicos, elaborar resumos etc.; entretanto, não se trata disso neste momento. 
 
EXPLICANDO 
 
Mnemônico, segundo Houaiss (2004, p. 500), é relativo à memória, aquilo que ajuda a reter na 
memória; relaciona-se a técnicas para desenvolver a memória por meio de processos de combinação 
e associação de ideias. Isso quer dizer que a elaboração de esquemas, mapas mentais, símbolos ou 
frases de efeito, assim como o uso de palavras que permitam essa rápida associação e assimilação 
fazem parte da mnemônica. 
 
Obviamente, as formas mencionadas são bastante usadas pelos estudantes em geral, porém, 
é preciso evidenciar que existem diferentes formas de pesquisa que geram diferentes 
tipologias de estudos, pois estamos tratando da elaboração de um texto técnico-científico 
e, de acordo com o seu objeto de interesse, podem ser combinadas duas ou mais 
modalidades, não recaindo sobre um único indicativo. 
Temos quatro gêneros de técnicas de estudo, intercomunicados, são eles: 
PESQUISA TEÓRICA: Aquela que se dedica ao estudo de teorias; 
 
PESQUISA METODOLÓGICA: Aquela que se dedica aos modos de fazer-se ciência; 
 
PESQUISA EMPÍRICA: Aquela que se dedica a codificar o que é possível ser medido dentro da 
realidade social; 
 
PESQUISA PRÁTICA: Aquela voltada para a intervenção na realidade social. 
 
 
 
 
 
Diagrama 1. Técnicas de estudo (tipos de pesquisas). 
 
Assim, levando em consideração que você deverá observar o objeto de estudo de seu 
trabalho, a seguir, serão evidenciadas algumas modalidades de pesquisa geradas a partir 
dos gêneros mencionados, para que seja possível decidir quais os procedimentos mais 
adequados a esse estudo: 
 
Análise de conteúdo 
– 
Com a ocorrência de análise de conteúdos escritos em jornais e revistas e que são usados como fontes 
de informações; 
 
Bibliográfico 
– Estudo das contribuições científicas sobre determinado assunto; 
 
Censo 
– Levantamento de informações de todos os integrantes do universo pesquisado; 
 
Clínico 
– Baseado em técnicas de entrevistas, da história de vida, do aconselhamento, de psicodiagnósticos; 
 
Comparativo 
– Trata-se de um procedimento científico que examina casos, fenômenos ou coisas por analogia, 
descobrindo aspectos em comum, regularidades e princípios; 
 
Crítico-dialético 
– Apoia-se na dinâmica da realidade e na relação teoria e prática; suas propostas são críticas e com o 
objetivo de desvendar conflitos de interesses; 
 
De campo 
– Corresponde à coleta direta de informações em locais nos quais acontecem os fenômenos em estudo; 
 
Dedutivo 
– Apresenta um conjunto de proposições particulares contidas e verdades universais, partindo de uma 
premissa de valor universal para uma particularidade, justifica-se pela verdade, pela coerência e não 
contradição; 
 
Descritivo 
– Tem como objetivo a descrição das características de determinado fenômeno ou população; 
 
Documental 
– Reúne, classifica e distribui documentos de todo gênero das atividades humanas; 
 
Empírico-analítica 
– Faz utilização de técnicas de coleta, analisando dados quantitativos para validação de provas 
científicas; 
 
Entrevista 
– Ocorre um processo de interação social, baseada em interlocutores que assumem papéis, 
respectivamente de entrevistador e de entrevistado; pode ocorrer em profundidade, em grupo ou de 
forma não diretiva; 
 
Estatístico 
– Leva em conta a obtenção, organização, análise e apresentação de dados numéricos; 
 
Estudo de caso 
– Refere-se ao estudo de interações ambientais de uma unidade social, num recorte temporal; 
 
Experimental 
– É aquele que tenta descobrir relações causais; 
 
Fenomenológico 
– Consiste em uma visão intelectual do objeto, com base e intuição, propondo uma reflexão contínua 
sobre a importância dos processos adotados; 
 
Fenomenológico-hermenêutica 
– Faz utilização de técnicas não quantitativas, trabalhando com estudos teóricos e análise de 
documentos e textos, apresentando propostas críticas, busca processos lógicos de interpretação; 
 
Histórica 
– Reconstruindo o passado de forma sistemática, faz-se a verificação de evidências e delineação de 
conclusões; 
 
Indutivo 
– Parte do particular para a generalização como produto de um trabalho de coleta de dados particulares; 
 
Laboratório 
– Realizado em recinto fechado, exige instrumentação, objetivos, manipulação de instrumentos; 
 
Levantamento 
– Caracterizado pela interrogação direta das pessoas cujo comportamento deseja-se conhecer; 
 
Método redutivo 
– Observam o que, através da ciência, é permitido conhecer, descobrir, descrever e predizer em 
relação a fenômenos de ocorrência real; 
 
 
Observacional 
– Trata-se de procedimentos empíricos, ou seja, baseados na experiência; 
 
Pesquisa de avaliação 
– Trata-se de um tipo especial de pesquisa aplicada, elaborada para avaliar programas de 
melhoramentos dentro da sociedade; 
 
Semiótico 
– Estuda os sinais e seus significados, dando relevância à importância e precisão dos símbolos. 
 
Outros procedimentos ainda poderiam ser elencados, tais como correlacional, 
desenvolvimentista, projetivo, psicodrama, sociodrama, história de vida, história oral, 
etnográfico, estudo de mercado, exploratório etc.; entretanto, a enumeração feita engloba 
a maioria utilizada. 
Assim, as modalidades de estudo podem ocorrer de forma simultânea durante a realização 
de suas pesquisas, sua escolha quanto às técnicas adequadas dependerá do objeto de estudo 
e dos objetivos que desejará alcançar. 
Leitura científica e redação 
científica 
 
Marshall McLuhan, na obra Os meios de comunicação com extensão do homem, de 1964, 
classificou como de informação fria ou de informação quente ao referir-se aos meios de 
comunicação, mas conseguimos transpor essa classificação para quaisquer tipos de textos 
escritos, pois as noções de quente e frio relacionam-se à concentração de informações, 
respectivamente, com baixo grau de tensão e complexidade e com alto grau. 
Evidentemente, essas concentrações exigem menos ou mais do leitor e de seu repertório. 
Estando nessa situação, procure realizar uma leitura global que lhe permita uma ideia geral 
do texto e de como está estruturado. 
Em seguida, preocupe-se em destacar ideias, fazendo anotações, tentando observá-las de 
forma mais crítica, verificando, de modo mais reflexivo, como aparecem os argumentos 
que dão base às mesmas, ou seja, como o autordefende os seus pontos de vista. Assim, 
evite fazer anotações logo de início, seja paciente e permita-se a releitura para maior 
assimilação do que é apresentado. 
 
 
A redação 
científica deve ter elaboração que se caracterize pela objetividade, visto que aquilo que se 
pretende destacar é o conteúdo das afirmações que são feitas, ou seja, o que é enunciado 
deve ter destaque e não o enunciador; isso quer dizer que a subjetividade deve ser deixada 
de lado, neutralizando a presença desse enunciador. 
O texto de caráter científico deve apresentar um discurso de persuasão e, nesse caso, 
torna-se mais convincente quando elaborado de modo a criar efeitos de sentido de 
objetividade, sem a presença de verbos e pronomes que indiquem a primeira pessoa do 
singular, explorando verbos que indicam a certeza e o valor denotativo das palavras, além 
de fazer uso da língua padrão na sua expressão formal. 
ESTILO DA REDAÇÃO TÉCNICO-
CIENTÍFICA 
 
O texto técnico-científico caracteriza-se por abordar temática referente à ciência, na qual se usa o 
instrumental teórico com o propósito de possibilitar a discussão científica na área para qual o texto 
se remete. 
 
É importante notar que o estilo de redação usado em artigos científicos não segue as mesmas 
características dos artigos jornalísticos ou até mesmo dos textos literários e publicitários. 
 
A linguagem da discussão científica tem suas próprias características por empregar a linguagem 
técnica em seu nível padrão, respeitando as regras gramaticais e com estilo próprio, de acordo com a 
especificidade de cada área. 
 
Sobre o estilo de redação na comunicação científica: 
 
[...] um artigo científico exige que o autor expresse o que sabe sobre o tema, utilize a língua vernácula 
de maneira precisa e exponha as ideias de maneira simples e com palavras que não sejam rebuscadas. 
Deve-se usar linguagem padrão (por exemplo: homem) e não a expressão coloquial (por exemplo: 
camarada) e nunca gíria (por exemplo: cara, careta). Atenção especial ao uso, ou não, do jargão 
(termos técnicos), pois influencia a compreensão do leitor do periódico em que irá publicar (SECAF, 
2004, p. 47). 
 
Alguns aspectos devem ser observados na redação técnico-científica, como ensina Israel Azevedo, 
no livro O prazer da produção científica (1998), seu texto terá de perseguir os princípios básicos de 
qualquer comunicação, como clareza, concisão, correção, encadeamento, consistência, contundência, 
precisão, originalidade e fidelidade, entre outros compromissos. 
 
Após essas definições teóricas, é importante priorizar algumas características na hora de produzir o 
seu artigo: 
 
a) Coerência 
– 
Via de regra, em cada etapa do artigo científico se imprime uma sequência que deve ser repetida. Por 
exemplo, a sequência de ideias que foi anunciada no resumo deve estar detalhada na introdução e 
seguir o mesmo ordenamento no desenvolvimento. Nas considerações finais, deve-se evidenciar os 
aspectos essenciais do artigo, na ordem em que foram apresentados no desenvolvimento. Isso quer 
dizer que, entre as etapas do texto, não pode ocorrer contradição de ideias, elas devem estar 
organizadas de tal forma que não ocorram trechos que apresentem falta de sentido diante de algo que 
já foi mencionado, por isso, a releitura do texto deve ser constante. 
 
b) Objetividade 
– 
Os assuntos em pauta, na linguagem científica, devem ser abordados de maneira simples, evitando 
expressões evasivas, com significados dúbios e palavras de difícil compreensão. Na redação técnico-
científica, deve-se perseguir com afinco a objetividade, como reforça Antônio Gil, em Métodos e 
técnicas em pesquisa social, de 2002, o texto deve ser escrito em linguagem direta, evitando-se que a 
sequência seja desviada com considerações irrelevantes. A argumentação deve apoiar-se em dados e 
provas e não em considerações e opiniões pessoais. 
 
c) Concisão: 
– 
Procure dizer o máximo com o menor número de palavras. Novamente de acordo com Azevedo (1998, 
p. 113), a concisão se obtém com o exercício de reescrever. A cada vez que se faz isso, descobre-se 
uma repetição de ideias ou de palavras, nota-se vocabulário supérfluo, encontra-se uma maneira de 
dizer a mesma coisa com menos palavras. 
 
d) Clareza 
– 
O texto científico deve primar pela redação clara, não deixando margem às diferentes interpretações. 
É fundamental que se evitem comentários irrelevantes e redundantes. 
 
Um bom teste para a clareza de seu texto é solicitar sua leitura por outra pessoa. Se ela fizer alguma 
pergunta, não responda. Tome o texto e o reescreva. Depois, repita o teste (AZEVEDO, 1998, p. 112). 
 
e) Precisão 
– 
Toda palavra utilizada deve traduzir exatamente a ideia a ser tratada. Um vocabulário preciso é aquele 
que evita linguagem rebuscada, prolixa e atinge seu propósito. Deve-se utilizar uma nomenclatura 
aceita no meio científico de cada área. 
 
f) Imparcialidade: 
– 
O trabalho científico deve evitar ideias preconcebidas. Todo posicionamento adotado em um texto 
deve amparar-se em fatos e dados evidenciados pela pesquisa. O autor deve primar por manter seu 
posicionamento e suas escolhas de pesquisa sem assumir uma postura unilateral. 
 
g) Encadeamento: 
– 
O texto deve ter uma sequência lógica e fluida para não prejudicar o entendimento do público. indica > 
público, indicando como deve ser uma boa redação técnico-científica: 
 
[...] encadeie as frases, os parágrafos, os tópicos e os capítulos entre si. Procure tornar cada frase um 
desenvolvimento do que veio antes, numa sequência lógica, tanto para explicar, quanto para 
demonstrar, detalhar, restringir ou negar. Cada parágrafo deve estar em harmonia e em tranquila 
transição com o anterior e com o posterior. O mesmo vale para tópicos e capítulos (AZEVEDO, 1998, 
p. 119). 
 
 
h) Impessoalidade: 
– 
O texto deve ser impessoal, por isso é conveniente que seja redigido na terceira pessoa e que se evitem 
afirmações como: “a minha pesquisa”, “o meu estudo”, “o meu artigo”. O que se postula é que se use 
“esta pesquisa”, “este estudo”, “este artigo”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Diagrama 3. Características da redação técnico-científica. 
 
PARÁGRAFO NO TEXTO TÉCNICO-
CIENTÍFICO 
 
Escrever na linguagem exigida pela comunidade científica não é nenhum bicho de sete cabeças. 
Mesmo assim, é comum isso gerar desconfortos. 
 
// Como devo iniciar a escrita? Como se deve iniciar um parágrafo? 
 
De acordo com Victoria Secaf, no livro Artigo cientifico: do desafio à conquista, 
publicado em 2004: o parágrafo tem por finalidade expressar etapas do raciocínio e, 
portanto, conter uma única ideia; não se trata de divisões estáticas e sim que o parágrafo 
seguinte tenha uma relação com anterior. 
Cada parágrafo tem um objetivo a ser cumprido e cada qual com etapas de raciocínio. E 
cada raciocínio existente no parágrafo deve ter sequência lógica. Ou seja, não pode ser 
disposto de qualquer maneira, pois se isso ocorrer, pode levar o leitor a não compreender 
seu raciocínio ou, até mesmo, levá-lo a se perder no raciocínio exposto. 
O parágrafo é uma parte do texto que tem por finalidade expressar as etapas do raciocínio. 
Por isso, a sequência dos parágrafos, seu tamanho e sua complexidade dependem da 
própria natureza do raciocínio. 
Enfim, pode-se dizer que o parágrafo tem estrutura semelhante à de um texto composto 
por vários parágrafos. Ou seja, é composto por introdução, desenvolvimento e conclusão. 
Cada parágrafo contém uma argumentação completa, levando a uma conclusão. Após 
concluir esse argumento, mude de parágrafo. 
 
EXPLICANDO 
 
O argumento é um tipo de enunciado que fundamenta o ponto de vista e aumenta o poder de persuasão 
do texto, contribui para o trabalho de neutralização da figura do enunciador e para o efeito de 
objetividade do texto. Os tipos de argumentos maisusados na redação técnico-científica são os 
argumentos de autoridade, aqueles apoiados na consensualidade, os de comprovação pela experiência 
ou pela observação e de fundamentação lógica, entre outros encontrados durante a realização das 
pesquisas (FIORIN; PLATÃO, 2005). 
 
Textos científicos: leitura, 
compreensão de contextos e 
compreensão de intertextos 
 
A leitura de um texto compreende mais do que a mera decodificação do código vigente, isto é, não 
basta que o leitor consiga identificar letras, palavras, frases e períodos; ler significa conseguir 
apreender e compreender o seu conteúdo, ou seja, ocorrem processos cognitivos que permitem que 
esse leitor apodere-se das ideias registradas por outros. 
 
Os Parâmetros Curriculares Nacionais, utilizados para a tomada de decisões sobre os caminhos da 
educação em nosso país, declaram que: 
 
[...] a leitura é um processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de construção do significado do 
texto, a partir dos seus objetivos, do seu conhecimento sobre o assunto, sobre o autor, de tudo o que 
sabe sobre a língua: características do gênero, do portador, do sistema de escrita etc (2001, p. 53). 
 
Assim, precisamos entender que nenhum texto é isolado em si mesmo e também não representa uma 
manifestação da individualidade do seu produtor: 
 
De uma forma ou de outra, constrói-se um texto para, através dele, marcar uma posição ou participar 
de um debate de escala mais ampla que está sendo travado na sociedade. Até mesmo uma simples 
notícia jornalística, sob a aparência de neutralidade, tem sempre alguma intenção por trás (FIORIN; 
PLATÃO, 2005, p. 13). 
 
Isso quer dizer que uma boa leitura não pode estar baseada em observação de fragmentos de um texto, 
pois determina-se cada parte do mesmo pelo contexto em que se encaixa. 
 
Ainda, aquele que produz o texto tem em mente que encontrará um leitor capaz de entender as suas 
partes e relacioná-las ao todo, assim como relacionar esse texto à sua situação de produção, ou seja, 
ao seu contexto. 
 
Entendem-se por contexto as circunstâncias que podem ser relativas aos fatos, a recortes num período 
histórico, a conjunturas específicas etc.; o produtor do texto pressupõe que a leitura conseguirá atingir 
as informações que estão por trás dele. 
 
Também, em muitos momentos, o leitor tem que lidar com a intertextualidade, isto é, a relação entre 
textos, ocorrendo citações explícitas ou implícitas, exigindo que seu universo cultural e o conjunto 
de informações que carrega permitam-lhe o reconhecimento dessas relações. É, portanto, do 
repertório do leitor, do seu acúmulo de conhecimentos, que depende a sua percepção das relações 
intertextuais e das referências que são feitas de um texto para outro. 
 
Faz-se necessário, desse modo, que ampliemos nossa capacidade de leitura, buscando não só a sua 
prática constante, mas também a aquisição de conhecimentos diversos, para que ampliemos nossa 
compreensão dos diversos contextos e das relações intertextuais. 
 
Evidentemente, durante a realização de um trabalho de caráter técnico-científico, ressalta-se essa 
necessidade. 
 
Trabalhos científicos 
 
Na vida acadêmica, o estudante depara-se com diversos tipos de trabalhos científicos, 
dentre eles: trabalhos de graduação, trabalho de conclusão de curso, monografia, 
dissertação e tese. Cada um deles apresenta peculiaridades, como a sistemática, a 
investigação ou a fundamentação. Contudo, mesmo que cada trabalho seja elaborado com 
finalidades específicas, é possível visualizar neles um padrão que compreende – de modo 
geral – introdução, desenvolvimento e conclusão. A seguir, conheceremos algumas 
características específicas dos trabalhos científicos. 
 
Trabalhos de graduação 
– 
No decorrer da sua graduação, é bem provável que o estudante tenha elaborado trabalhos para 
disciplinas diversas. Eles não necessariamente tinham como pretensão atingir o cunho científico dos 
trabalhos de excelência da área em que estudou, mas oportunizar o desenvolvimento de um raciocínio 
aos moldes das pretensões científicas. É possível mencionar que os trabalhos de graduação também 
têm como propósito permitir uma revisão bibliográfica ou literária de um determinado assunto ou 
assimilar conteúdo específico de uma área científica.” 
 
 
Trabalhos de conclusão de curso 
– O trabalho de conclusão de curso (TCC) é tido como uma monografia sobre um assunto específico. 
Este trabalho possibilita a investigação sobre determinados temas ou fenômenos por meio da análise, 
reflexão e produção textual, bem como, muitas vezes, da defesa oral da pesquisa perante uma banca 
examinadora. 
 
Na monografia de graduação, é suficiente a revisão bibliográfica, ou revisão de literatura. É mais um 
trabalho de assimilação de conteúdo, de confecção de fichamentos e, sobretudo, de reflexão. É uma 
pesquisa bibliográfica, o que não exclui a capacidade investigativa de conclusões ou afirmações de 
autores consultados. 
 
Monografia 
– Como se pode verificar literalmente, monografia é um trabalho intelectual concentrado em um único 
assunto. A monografia, exigida para a obtenção do título de especialista em alguns cursos de pós-
graduação lato sensu, é semelhante ao TCC, apresentado em cursos de graduação. Por isso, alguns 
pensadores, acreditam que não há razão para falar em três níveis: monografia, dissertação e tese. 
Todos são trabalhos monográficos, dissertativos, mas com características distintas. 
 
A diferença entre eles está no grau acadêmico: o graduando faz a monografia, enquanto quem busca 
o mestrado faz a dissertação e o doutorando desenvolve a tese. Apesar da diferenciação, o texto não 
deixa de ser monografia, cada qual com a sua peculiaridade. 
 
Dissertação 
– 
A dissertação, que ultimamente se destina aos trabalhos de cursos de pós-graduação stricto sensu 
(mestrado), busca principalmente a reflexão acerca de um determinado tema ou problema, o que 
ocorre pela exposição das ideias de maneira ordenada e fundamentada. Dessa forma, como resultado 
de um trabalho de pesquisa, a dissertação deve ser um estudo mais completo possível em relação ao 
tema escolhido. 
 
De acordo com a NBR 14724 (2011, p. 2), dissertação é um documento que representa o resultado de 
um trabalho experimental ou exposição de um estudo científico retrospectivo, de tema único e bem 
delimitado em sua extensão, com o objetivo de reunir, analisar e interpretar informações. Deve 
evidenciar o conhecimento de literatura existente sobre o assunto e a capacidade de sistematização 
do candidato. 
 
Tese 
– 
A tese, a exemplo da dissertação dirigida para o mestrado, cumpre o papel do trabalho de conclusão 
de pós-graduação stricto sensu (doutorado). Caracteriza-se como um avanço significativo na área do 
conhecimento em estudo. De acordo com a NBR 14724 (2011, p. 4), tese é um documento que 
representa o resultado de um trabalho experimental ou exposição de um estudo científico de tema 
único e bem delimitado. Deve ser elaborado com base em investigação original, constituindo-se em 
real contribuição para a especialidade em questão. 
 
A tese tem a finalidade de abordar algo novo em um determinado campo do conhecimento, de forma 
a promover uma descoberta ou dar uma real contribuição para a ciência. Para Odilia Fachin, na obra 
Fundamentos de metodologias, publicada em 2003, a tese é entendida como um trabalho científico 
habitualmente exigido nos cursos de pós-graduação e que deve ser defendido oralmente em público. 
A tese deve apresentar um estudo original que traga uma contribuição para a sociedade científica, 
com rigor na argumentação, apresentação de provas das afirmações e profundidade das ideias. 
 
 
 
Diagrama 4. Trabalhos científicos. 
 
Gêneros acadêmicos 
 
Quando pensamos nos trabalhos referentes à Metodologia da Pesquisa Científica, outra subdivisão de 
grande importante é a que define os gêneros acadêmicos.São os tipos de trabalhos de curta duração, que servem para o aluno desenvolver seu 
conhecimento sobre determinado assunto durante o curso e reforçar seu aprendizado. 
A seguir, você conhecerá as peculiaridades dos gêneros mais utilizados tanto durante a 
graduação como na pós. 
RESUMO 
 
O resumo é a apresentação concisa dos pontos relevantes de um texto. Seu objetivo é 
fornecer elementos capazes de permitir ao leitor decidir sobre a necessidade de consulta 
ao texto original e/ou transmitir informações de caráter complementar. 
É a condensação de um texto, colocando em destaque os elementos de maior interesse e 
importância. Sua finalidade é difundir as informações contidas em livros, artigos ou outros 
documentos e auxiliar o estudante nos seus estudos teóricos, assim como ajudar o 
profissional a relembrar o assunto e praticar da melhor forma possível. 
Uma modalidade específica desse tipo de trabalho é o resumo crítico. Ele é uma redação 
técnica que avalia de forma sintética a importância de uma obra científica ou literária. O 
que difere o resumo do resumo crítico é sua estrutura, que apresenta a crítica como quarta 
etapa, logo após introdução, desenvolvimento e conclusão. 
RESENHA 
 
A resenha é uma descrição que faculta o exame e o julgamento de um trabalho (teatro, cinema, obra 
literária, experiência científica, tarefa manual etc.). A apresentação do conteúdo deve ser elaborada 
de maneira impessoal, sem demonstração satírica ou cômica, contendo posicionamentos de ordem 
técnica diante do objeto de análise, seguidos de um resumo do conteúdo e possível demonstração de 
sua importância. 
 
Em geral, a resenha crítica é elaborada por um cientista que, além do conhecimento sobre o assunto, 
tem capacidade de juízo crítico. Mas, naturalmente, como no caso desta disciplina, também pode ser 
realizada por estudantes, como um exercício de compreensão e crítica. A resenha visa apresentar uma 
síntese das ideias fundamentais da obra. 
 
Dicas de como fazer uma resenha: 
 
1. Identifique a obra: coloque os dados bibliográficos essenciais; 
 
2. Apresente a obra: situe o leitor, descrevendo em poucas linhas o conteúdo do texto; 
 
3. Descreva a estrutura: fale sobre a divisão em capítulos, em seções, sobre o foco narrativo; 
 
4. Descreva o conteúdo: aqui sim, utilize de três a cinco parágrafos para resumir claramente o texto; 
 
5. Analise de forma crítica: nessa parte, e apenas nessa parte, você opina. Argumente baseando-se em 
teorias de outros autores e faça comparações. Dê asas ao seu senso crítico; 
 
6. Recomende a obra: você já leu, já resumiu e já deu sua opinião, agora analise o público que se 
interessará pela obra; 
 
7. Identifique o autor: fale brevemente da vida e de algumas outras obras do escritor ou pesquisador; 
 
8. Assine e identifique-se: no último parágrafo você escreve seu nome e resume seu currículo. 
 
 
 
 
ESQUEMA 
 
Os esquemas são enunciados de palavras-chave em torno das quais é possível organizar 
grandes quantidades de conhecimento. Representam uma enorme economia de palavras e 
oferecem a vantagem de destacar e visualizar o essencial do assunto em análise, podendo 
ainda ser facilmente reformulados. 
Sua utilização nos ajuda a compreender e recordar os acontecimentos, a estabelecer 
relações entre eles ou entre diversos fatores e a entender a influência que esses 
acontecimentos ou fatores exercem uns sobre os outros. 
Há vários tipos de esquemas, entre eles: 
LINEARES: Quando organizam a informação na horizontal e na vertical; 
 
CIRCULARES: Que organizam a informação em círculo; 
 
PIRAMIDAIS: Caso a informação dispõe-se em forma hierárquica, de pirâmide; 
 
SISTEMÁTICOS: Quando a informação se organiza em forma de quadro, representando as relações 
de interdependência de um fenômeno. 
 
Para fazer um esquema, a primeira meta deve ser identificar as ideias-chave do texto e ordená-las, 
escolhendo para isso o modelo mais adequado para a situação. Use setas para estabelecer relações 
entre os conceitos. 
 
Exemplo: esquema para uma história em quadrinhos. 
 
 
Pense em alguma história e registre-a no bloco de anotações como se fosse um roteiro; 
 
 
Crie os diálogos entres os personagens da história; 
 
 
Em um papel, desenhe as cenas da história. Desenhe balões e escreva com o lápis dentro deles as 
falas de cada personagem; 
 
 
Se for necessário, faça esclarecimentos sobre a cena no rodapé da folha; 
 
 
Cole as cópias do seu rosto no espaço reservado; 
 
 
Faça o acabamento com carvão preto e trabalhe os detalhes com nuances de cinza. 
 
FICHAMENTO 
 
O fichamento é um valioso recurso de estudo que os pesquisadores lançam mão para a realização de 
uma obra didática, científica ou de outra natureza. É um recurso de memória, imprescindível, 
sobretudo na elaboração de monografias. É usado, também, em seminários e em aulas expositivas. 
 
A prática contínua do fichamento contribui para que o estudante aprimore pontos de vista e 
julgamentos, percebendo que é possível reverter um pequeno trabalho inicial em ganho de tempo 
futuro, quando for preciso escrever sobre determinado assunto. Os fichamentos podem ser os 
seguintes: de citação, de resumo, de esboço e de indicação bibliográfica, entre outros. 
 
O mais utilizado nas avaliações na universidade é o fichamento de citação, que obedece cinco normas: 
 
1. Toda citação deve vir entre aspas; 
 
2. Após a citação, deve constar o número da página de onde foi extraída a citação; 
 
3. A transcrição tem de ser textual; 
 
4. A supressão de uma ou mais palavras deve ser indicada, utilizando-se, no local da omissão, três 
pontos, precedidos e seguidos por espaços, no início ou no final do texto e, entre parênteses, no meio; 
 
5. A supressão de um ou mais parágrafos deve ser assinalada, utilizando-se uma linha completada por 
pontos. 
 
PAPER 
 
É um pequeno texto elaborado sobre um tema pré-determinado, resultado de estudos ou de pesquisas 
científicas, no qual o aluno irá desenvolver análises e argumentações, com objetividade e clareza, 
orientando-se em fatos ou opiniões de especialistas. O objetivo do paper é estimular o aluno no 
aprofundamento de um assunto, já exercitando a elaboração de trabalhos sob uma linguagem 
acadêmico-científica. Espera-se o desenvolvimento de um ponto de vista acerca de um tema, uma 
tomada de posição definida e a expressão dos pensamentos de forma original. Deve ser escrito em 
terceira pessoa. 
 
Os propósitos de um paper são quase sempre os de formar um problema, adequar hipóteses, cotejar 
dados, prover uma metodologia própria e, finalmente, concluir. 
 
 
// O paper é 
 
 
uma síntese de suas descobertas sobre um tema e seu julgamento, avaliação, interpretação sobre essas 
descobertas; 
 
 
um trabalho que deve apresentar originalidade quanto às ideias; 
 
 
um trabalho que deve reconhecer as fontes que foram utilizadas, que mostra que o pesquisador é parte 
da comunidade acadêmica. 
 
// O paper não é 
 
 
um resumo de um artigo ou livro (ou outra fonte); 
 
 
ideias de outras pessoas, repetidas não criticamente; 
 
 
um conjunto de citações; 
 
 
opinião pessoal não evidenciada, não demonstrada; 
 
 
cópia do trabalho de outra pessoa. 
 
ARTIGO CIENTÍFICO 
 
O objetivo principal do artigo científico é levar ao conhecimento do público interessado alguma ideia 
nova ou abordagem diferente sobre determinado tema já estudado, sobre a existência de aspectos 
ainda não explorados em alguma pesquisa ou a necessidade de esclarecer uma questão ainda não 
resolvida. 
 
A principal característica do artigo científico é que suas afirmações devem estar baseadas em 
evidências, sejam elas oriundas de pesquisa de campo ou comprovadas por argumentos que sustentem 
as conclusões expostas no artigo e que passaram pelo crivo da comunidade científica. O autor pode 
expressar seu parecer, desde quedemonstre ao leitor qual o processo lógico que o levou a chegar à 
aquela conclusão. 
 
Algumas falhas mais comuns na investigação científica são: 
 
 
falta de clareza dos propósitos; 
 
falta de originalidade do material; 
 
má organização no material expositivo; 
 
repetição de palavras, conceitos e informações; 
 
desatualização bibliográfica; 
 
excessiva dependência das fontes; 
 
incorreção ou incoerência no sistema de referenciação das fontes; 
 
inadequação na definição dos termos. 
 
Os artigos podem se apresentar de duas formas, conforme a ABNT (sigla de Associação Brasileira de 
Normas Técnicas, um órgão privado e sem fins lucrativos que se destina a padronizar as técnicas de 
produção feitas no país). 
 
 
ARTIGO ORIGINAL: Apresenta temas ou abordagens próprias. Via de regra, estes artigos relatam 
resultados de pesquisa, bem como desenvolvem e analisam dados não publicados. 
 
ARTIGO DE REVISÃO: Tem como propósito resumir, analisar e discutir informações já publicadas 
que, geralmente, resultam de revisão de trabalhos já publicados, revisões bibliográficas. 
 
Ensaio científico 
 
 
No seu dia a dia, quando procura artigos científicos do seu interesse ou da área de sua atuação, você 
deve ter percebido que eles podem, na sua apresentação, formatação e organização, ter pequenas 
diferenças entre si. 
 
Diante disso, você poderá pensar de que forma se deve organizar o artigo científico. Por isso, veremos 
como elaborar um artigo científico para sua pesquisa ou conclusão de curso, respeitando as normas 
de organização, formatação e características do texto técnico-científico, as quais estão em 
consonância com a ABNT. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APRESENTAÇÃO GRÁFICA 
 
Para a apresentação gráfica do artigo científico, é necessário se atentar às seguintes indicações: 
 
 
Papel: folha branca de tamanho A4 (21 cm x 29,7 cm); 
 
 
Margens: esquerda e superior de 3 cm; direita e inferior de 2 cm; 
 
 
Espaçamento entrelinhas: 1,5; 
 
 
Parágrafo: de 1,25 cm (geralmente 1 tab), com uma linha em branco entre um parágrafo e outro; 
 
 
Formato do texto: justificado; 
 
 
Tipo e tamanho da fonte: Times New Roman, tamanho 12. 
 
Importante: Nas citações longas, notas de rodapé, número de página e fontes de ilustrações e tabelas 
use Times New Roman, de tamanho 10. 
 
Título: tamanho 18 e negrito; 
 
 
Subtítulo: tamanho 16 e negrito; 
 
 
Paginação: as páginas são numeradas com algarismos arábicos, colocados no canto superior direito 
da página, a 2 cm da borda superior: 
 
A primeira folha, que apresenta a identificação do artigo, não é paginada, embora seja contada; 
A paginação é iniciada na segunda folha e segue até o final do trabalho, inclusive nos elementos pós-
textuais opcionais (apêndices e anexos). 
 
Extensão do artigo: de 8 a 12 páginas. Veja a proporção dos elementos do artigo sugerida no Quadro 
1; 
 
 
Títulos e subtítulos internos: os títulos de primeiro nível devem ser colocados em letras maiúsculas e 
em negrito (por exemplo: 3 ADMINISTRAÇÃO); subtítulos de segundo nível devem iniciar com a 
primeira letra maiúscula e seguir com letras minúsculas em negrito (por exemplo: 3.1 Administração 
científica); e subtítulos de terceiro nível, em letras minúsculas e apenas a primeira letra do título 
maiúscula (salvo nomes próprios) e sem negrito (por exemplo 3.1.1 Histórico da administração 
científica). A numeração de títulos e subtítulos deve ser alinhada à margem esquerda; 
 
 
Itálico: utiliza-se para grafar as palavras em língua estrangeira, como checkin, resumen e workaholic, 
por exemplo. 
 
A seguir, apresentaremos um exemplo da organização, formato e apresentação do artigo científico: 
 
TÍTULO DO ARTIGO 
 
Subtítulo 
 
Nome do Autor 
 
Nome do Coautor 
 
Resumo 
 
Palavras-chave: 
 
TITLE 
 
Subtitle 
 
Abstract 
 
Keywords: 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
2 ESTRATÉGIAS PARA IDENTIFICAR O PAPEL DO CANDIDATO 
 
2.1 Entrevista 
 
2.2 Testes 
 
2.2.1 Avaliação da entrevista 
 
2.2.2 Avaliação dos testes 
 
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
REFERÊNCIAS 
 
Normas metodológicas e elementos 
da estrutura do artigo 
 
 
O modelo de apresentação do artigo científico seguirá, por razões de normatização, a estrutura de 
artigos científicos apresentada nesta unidade, que está em consonância com a NBR 6022 (2003), 
sendo imprescindível o uso e o cumprimento das normas estabelecidas a seguir. 
 
Pré-textuais 
Título; 
Subtítulo (opcional); 
Autores; 
Resumo; 
Palavras-chave. 
 
Textuais 
Introdução; 
Desenvolvimento; 
Considerações finais. 
 
Pós-textuais 
Referências (obrigatório); 
Apêndice(s) (opcional(is) e não recomendado(s); 
Anexo(s) opcional(is) e não recomendado(s. 
 
 
 
 
Quadro 1. Modelo de apresentação de artigo científico. 
 
ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS 
 
Os elementos pré-textuais são compostos por informações essenciais, conforme 
explicação e modelo a seguir. 
 
Título do trabalho 
– 
Letra 18, centralizado, maiúsculas e negrito. 
 
Subtítulo, se houver 
– 
Letra 16, centralizado, negrito, maiúsculas e minúsculas. Após o subtítulo, deixar duas linhas de 
tamanho 12 em branco. 
 
Estudante 
– 
Nome do estudante, com letra 12, centralizado, negrito, maiúsculas e minúsculas, com nota de rodapé 
indicando a titulação e o e-mail. 
 
 
Coautor 
– 
Nome do orientador, com letra 12, centralizado, negrito, maiúsculas e minúsculas, com nota de rodapé 
indicando a titulação (especialista, mestre, doutor) e o e-mail; (deixar duas linhas de tamanho 12 em 
branco). 
 
Resumo 
– 
A palavra "resumo" deve ser em letra 12, negrito, alinhado à esquerda. Após a palavra “resumo”, 
deixar uma linha de tamanho 12 em branco. Esse item deve ter apenas um parágrafo de, no máximo, 
250 palavras (aproximadamente 15 linhas), sem recuo na primeira linha. Use espacejamento simples, 
justificado, tamanho 12. 
 
Palavras-chave 
– 
É preciso escolher de três a seis palavras ou termos mais importantes do conteúdo, frequentemente já 
expressos no resumo. São separados entre si, finalizados por ponto e iniciados com letra maiúscula. 
A expressão “Palavras-chave” deve ser em fonte 12, negrito, alinhada à esquerda. Por exemplo: 
 
 
 
Palavras-chave: Conhecimento. Ciência. Metodologia Científica. 
 
Atenção: Após as palavras-chave, deixar duas linhas de tamanho 12 em branco. 
 
Título e subtítulo do trabalho em inglês 
– 
Utilizar as mesmas regras de formatação do texto em português. Após, deixar duas linhas em branco 
em fonte tamanho 12. 
 
Abstract (resumo em inglês) 
– 
Escrever “Abstract” em fonte Times New Roman, tamanho 12, negrito, alinhado à esquerda. Deixar 
uma linha em branco. O abstract deve ter a mesma formatação do resumo em português. Deixar 1 
linha em branco. 
 
Keywords 
– 
Palavras-chave em inglês. Devem ter a mesma formatação do resumo em português. Deixar uma linha 
em branco. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ELEMENTOS TEXTUAIS 
 
 
A introdução, o desenvolvimento e as considerações finais fazem parte dos elementos textuais. Então, 
leia atentamente o que se postula sobre cada qual. 
 
// Introdução 
 
Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas, a introdução é a parte inicial do texto, na qual 
devem constar a delimitação do assunto tratado, objetivos da pesquisa e outros elementos necessários 
para situar o tema do trabalho. 
 
A introdução deve anunciar a ideia central do trabalho, delimitando o ponto de vista enfocado em 
relação ao assunto e à extensão. Deve situar o problema ou o tema abordado, no tempo e no espaço, 
enfocar a relevância do assunto e apresentar o objetivo central do artigo. 
 
[...] na introdução não se deve repetir ou parafrasear o resumo, nem antecipar conclusões e 
recomendações, mas é um convite para a leitura do texto integral. Assim, esta parte é importantepara 
que o leitor penetre na problemática abordada, familiarizando-se com os termos e o conteúdo da 
pesquisa (MARTINS, 2002, p. 221). 
 
A finalidade da introdução é situar o leitor no tema, definindo conceitos, apresentando os objetivos 
do artigo e as linhas de pensamento relevantes para o estudo do assunto e as possíveis controvérsias, 
explicitando qual dessas linhas o autor seguirá e a justificativa para sua escolha. Também é 
aconselhável que o autor, nos últimos parágrafos da introdução, apresente a estrutura do artigo. 
 
A introdução é a apresentação inicial do trabalho, a qual possibilita uma visão global do assunto 
tratado (contextualização), com definição clara, concisa e objetiva do tema. E a delimitação precisa 
das fronteiras do estudo em relação ao campo selecionado, ao problema e aos objetivos a serem 
estudados. 
 
// Desenvolvimento 
 
O desenvolvimento é a parte principal do texto, que contém a exposição ordenada e pormenorizada 
do assunto. Divide-se em seções e subseções, que variam em função da abordagem do tema e do 
método. Não existe exatamente uma norma rígida que oriente esta seção do artigo. 
 
O texto, no desenvolvimento, poderá conter ideias de autores, dados da pesquisa (caso for pesquisa 
de campo, colocar gráficos e tabelas auxiliares) e interpretações. 
 
O desenvolvimento do assunto é a parte mais importante e extensa do texto em que é exigido 
raciocínio lógico e clareza. Seu objetivo é proporcionar uma exposição clara da ideia principal, 
fundamentando-as de modo racional com os resultados da investigação (MARTINS, 2002, p. 221). 
 
O desenvolvimento do trabalho é a parte principal, mais extensa e consistente. São apresentados os 
conceitos, teorias, citações das autoridades do assunto que você está abordando, principais ideias 
sobre o tema focalizado, além de aspectos metodológicos, resultados e interpretação do estudo. 
 
// Considerações finais 
 
A conclusão é a parte final do texto, na qual se apresentam conclusões correspondentes aos objetivos 
ou hipóteses. As considerações finais devem limitar-se a uma síntese da argumentação desenvolvida 
no corpo do trabalho e dos resultados obtidos. É importante lembrar que elas devem estar 
fundamentadas nos resultados obtidos na pesquisa: 
 
[...] deve ser breve, clara, objetiva, apresentar visão analítica do corpo do trabalho, inter-relacionando-
o e levando em conta o problema inicial do estudo. É redigida tendo em vista os resultados obtidos. 
É decorrente dos dados obtidos ou fatos observados, portanto não se deve introduzir novos 
argumentos, apenas demonstrar o que foi encontrado no decorrer do estudo (FACHIN, 2003, p. 165). 
 
Nesta parte do trabalho, podem ser discutidas recomendações e sugestões para o prosseguimento no 
estudo do assunto. 
 
Portanto, neste item, não se deve trazer nada de novo. Ainda, sugere-se que não se utilizem citações 
nesta seção. 
Portanto, neste item, não se deve trazer nada de novo. Ainda, sugere-se que não se utilizem citações 
nesta seção. 
 
As considerações finais devem apresentar deduções lógicas correspondentes aos propósitos 
previamente estabelecidos do trabalho, apontando o alcance e o significado de suas contribuições. 
Também podem indicar questões dignas de novos estudos, além de sugestões para outros trabalhos. 
 
ELEMENTOS PÓS-TEXTUAIS 
 
Agora, vamos falar um pouco sobre os elementos pós-textuais do artigo científico: 
 
DICA 
 
Sugere-se que os elementos pós-textuais – apêndices e anexos – não sejam incluídos no artigo. 
 
// Referências 
 
As referências são definidas como um conjunto padronizado de elementos descritivos, retirados de 
um documento, que permite sua identificação individual. 
 
As referências fazem parte do todo, em virtude de que o corpo do artigo está sustentado em 
informações pesquisadas também nas autoridades do assunto em questão, os quais foram citados no 
corpo do trabalho. E, dessa forma, as referências permitirão que o leitor tenha acesso às obras, aos 
documentos e aos artigos científicos que foram citados no interior do trabalho. 
 
// Apêndice (opcional) 
 
Texto ou documento elaborado pelo autor que visa complementar o trabalho. Os apêndices são 
identificados por letras maiúsculas consecutivas, seguidas de travessão e respectivo título. 
 
// Anexo (opcional) 
 
Texto ou documento não elaborado pelo autor do trabalho, que complementa, comprova ou ilustra o 
seu conteúdo. Os anexos são identificados por letras maiúsculas consecutivas, seguidas de travessão 
e respectivo título. Por exemplo: ANEXO B – Estrutura organizacional da Empresa Alfa. 
 
APRESENTAÇÃO DE ILUSTRAÇÕES E 
TABELAS 
 
 
Ao elaborar um artigo, o estudante não fará necessariamente somente o uso da argumentação para um 
enfoque contrário ao já postulado sobre o assunto ou para oferecer soluções para assuntos 
controversos à sua área de estudo. Também não usará somente citações de autoridades do assunto 
para embasar o que tende a defender ou refutar. 
 
No decorrer do artigo, o aluno pode usar outros elementos para ilustrar ou, até mesmo, dar mais 
credibilidade às ideias que tenciona defender. Para isso, poderá fazer o uso de ilustrações, tabelas e 
até mesmo gráficos. Sendo assim, veja a seguir como esses itens devem aparecer no artigo científico. 
 
// Formato de apresentação de elementos do texto: 
 
Ilustrações (desenhos, fotografias, organogramas, quadros e outros) 
– 
As ilustrações devem ser centralizadas, com legenda numerada partindo de 1. O título da ilustração 
deve ser precedido pela palavra que a identifique (exemplo: Figura) e pelo seu respectivo número. A 
posição do título é centralizada e a seguir da ilustração. 
 
A fonte ou nota explicativa deve estar centralizada e abaixo da figura, em fonte Times New Roman, 
tamanho 10. 
 
Tabelas 
– 
A legenda da tabela deve ser precedida pela palavra “Tabela” e pelo seu respectivo número. A posição 
do título é centralizada e acima da tabela. A fonte fica no final da tabela, também centralizada, 
tamanho 10, espaçamento simples entrelinhas e seguindo os padrões estabelecidos pelo Instituto 
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 
 
Gráficos 
– 
Os gráficos apresentam dados numéricos em forma gráfica para melhor visualização. O mesmo 
procedimento de títulos deve ser adotado para os gráficos, ou seja, usar a palavra “Gráfico”, seu 
respectivo número e seu título. A posição do título é centralizada e acima do gráfico. A fonte fica no 
final do gráfico, também centralizada, tamanho 10 e espaçamento simples entrelinhas. 
 
Notas de rodapé 
– 
As notas de rodapé devem ter o propósito de servir como apoio explicativo e devem ficar sempre no 
pé da página. A nota deverá estar separada do resto do texto por uma linha. As notas, a exemplo das 
figuras, também devem ser numeradas partindo de 1. Sugere-se utilizar o recurso de notas do próprio 
Word para inserir notas de rodapé no texto (comando: inserir notas). O próprio Word administrará a 
numeração. A posição do texto da nota no pé da página deve ser alinhada à esquerda. 
 
Palavras estrangeiras 
– 
Sempre que possível, evite o estrangeirismo. Se for inevitável, use termos em língua estrangeira, estes 
deverão ser escritos usando o modo itálico. 
 
SINTETIZANDO 
 
Muitas são as dificuldades mencionados pelos estudantes diante das exigências estabelecidas para a 
elaboração de textos técnico-científicos. As normas que regem a elaboração e a apresentação dessas 
produções exigem rigor em sua observação, por isso os critérios precisam ser compreendidos e a 
obediência às normas deve prevalecer. 
 
Sendo assim, iniciamos esta unidade abordando as principais técnicas de estudo, expondo detalhes 
sobre como é feita a leitura e a redação científica para que não reste dúvidas quanto aos termos. Na 
sequência, nos voltamos para os textos científicos, com enfoque na leitura e compreensão dos mesmos. 
 
Nos tópicos seguintes,abordamos os gêneros de trabalho acadêmico – resumo, resenha, esquema, 
fichamento, paper e artigo científico – explorando detalhes sobre cada um deles, com informações 
necessárias para diferenciá-los e produzi-los. 
 
Um dos pontos principais do conteúdo desta unidade também é apresentação gráfica, na qual expomos 
os detalhes de formatação exigidos conforme a norma ABNT, algo primordial em qualquer conteúdo 
acadêmico. 
 
Por fim, focamos nas normas metodológicas e elementos estruturais de um artigo científico, algo que 
também denota muita atenção e faz parte das exigências técnicas. 
UNIDADE 2. 
Seminário, pôster e projeto científicos e referências bibliográficas 
 
Seminários científicos 
O dicionário Larousse da Língua Portuguesa, em sua edição de 2001, define a palavra 
“seminário” como congresso científico ou cultural, com exposição seguida de debates, ou 
uma aula de nível universitário, com exposição e discussão de temas específicos. 
 
Logo, quem participa de um seminário espera que aquele que o expõe esteja qualificado e 
preparado não somente para expor suas ideias, mas para desfazer dúvidas posteriores e 
debater seus argumentos com outras pessoas. 
 
É preciso ter em mente que a busca por reflexões mais profundas sobre uma determinada 
questão ou um problema é o alvo de um seminário científico. Deste modo, ele é um método 
importante de estudo, sobretudo quando voltado ao mundo universitário. 
 
A PRÁTICA DO SEMINÁRIO EM SALA DE AULA 
 
Em outros momentos da vida escolar, antes da graduação, é habitual organizar seminários. 
Com o objetivo de que todos os alunos tomem contato com determinadas ideias, a atividade 
é proposta e os temas são escolhidos ou divididos em grupos que se encarregam deles. 
 
Feita a divisão de tarefas, na hora de iniciar o trabalho relativo aos temas, os estudantes 
sentem-se despreparados, realizando exposições orais desorganizadas ou sem 
aprofundamento. Enquanto isso, os demais estudantes não se sentem preparados para o 
momento de expor os temas que não lhes cabem. Em síntese, por essas e outras causas, 
nem sempre o seminário atende aos objetivos propostos. 
 
 Já na graduação, pelas definições de Antônio Joaquim Severino, no livro Metodologia do 
trabalho científico, publicado em 2002, o seminário leva seus participantes a um contato 
estreito com um texto básico, criando condições de análise rigorosa, levando-os à 
compreensão da mensagem central do texto e de seu conteúdo temático, gerando 
condições de interpretar o conteúdo, adotando uma postura crítica em relação à sua 
mensagem; de discussão do problema enfocado, mesmo que ele seja apontado de forma 
implícita. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Diagrama 1. Objetivos do seminário. Fonte: SEVERINO, 2002. (Adaptado). 
 
É esperado, portanto, que não apenas quem fez o seminário esteja a par do tema abordado, 
mas que os demais participantes estejam preparados para a recepção do tema, seu 
entendimento e discussão. Assim, o seminário vai além do conhecimento sobre 
determinado problema ou do resultado da pesquisa. 
 
Como Maria Margarida de Andrade aponta, no livro Como preparar trabalhos para cursos 
de pós-graduação: noções práticas, de 2002, a etimologia da palavra "seminário" traz o 
termo latino seminarium, que remete à ideia de “semente”. Isso quer dizer que o seminário 
traz em si o germinar de sementes na forma de ideias e pesquisas. Para que isso se efetive, 
algumas condições são exigidas. Dentre elas, a autora elenca: 
 
1. Capacidade de pesquisa; 
 
2. Capacidade de organização, reflexão e análise sistemática de fatos; 
 
3. Hábito de raciocínio lógico, com interpretação crítica de trabalhos mais avançados; 
 
4. Exatidão e honestidade intelectual nos trabalhos. 
 
A pesquisa é a essência do seminário, uma vez que ele leva à discussão e ao debate. Para 
isso, é necessário que as competências que permitem a organização das ideias, a análise, 
a interpretação e a crítica sejam desenvolvidas, contribuindo para a formação dos 
participantes. 
 
 
EXPLICANDO: Competência corresponde à habilidade, saber, aptidão e idoneidade. 
Entende-se que é competente aquele que é suficiente e hábil, que se desenvolveu e é 
capaz de, no caso, organizar as ideias, analisá-las, interpretá-las e discuti-las. 
 
Para a ocorrência de um seminário, os participantes devem ter contato com o texto a ser 
abordado com antecedência, a fim de que se proceda uma leitura analítica que possibilite 
ponderações durante sua apresentação. 
 
 
 
 
 
Diagrama 2. Condições exigidas para o seminário. Fonte: SEVERINO, 2002. (Adaptado). 
 
Por outro lado, o participante deve empregar a escuta dinâmica durante o seminário, 
lembrando que, com base em Hendrie Weisinger, autor de Inteligência emocional no 
trabalho, de 1997: 
 
A maioria de nós nasce sabendo ouvir, mas saber escutar é uma técnica que temos que 
aprender. A escuta dinâmica é uma prática da inteligência emocional que traz um alto grau 
de autoconsciência para o processo de compreender e reconhecer a outra pessoa e 
responder a ela. A função da autoconsciência é observar o modo como permitimos que 
nossos filtros pessoais bloqueiem e às vezes transformem as informações que deveríamos 
estar recebendo, como também evitar que sejamos contagiados pelo subentendido 
emocional das afirmações de outrem (p. 135). 
 
Desta maneira, para que o sucesso de um seminário seja alcançado, levando à formação 
de todos os participantes do evento, há que se valer da escuta dinâmica, mas sem qualquer 
tipo de filtro pessoal, tais como predileção, seleção de fatos ou distração, visto que são 
elementos que interferem na análise, interpretação e crítica. 
 
A PREPARAÇÃO PARA O SEMINÁRIO DE CARÁTER CIENTÍFICO 
 
Durante a graduação, alguns professores podem solicitar ao estudante que organize um 
seminário científico, visto que não apenas quem já exerce a profissão faz esse tipo de 
atividade. Mas, para elaborar um seminário, não basta realizar a leitura de determinado 
texto e apresentá-lo posteriormente. De início, com a leitura, o texto é analisado e um 
fichamento é produzido. 
 
 
EXPLICANDO: Maria Lúcia Aranha e Maria Helena Martins, nas páginas 328 e 329 do livro 
Temas de Filosofia, de 2005, descrevem o fichamento como uma técnica de estudo que se 
resume a anotações das partes mais relevantes de um texto que, num levantamento mais 
completo sobre certo tema, é separado em tópicos. Visto que um assunto apresenta uma 
sequência de subdivisões, é possível ainda fazer uma ficha separada para cada ideia, 
indicando o tópico e o subtópico ao qual faz referência. 
 
Esse tipo de trabalho exige organização e planejamento do percurso e da exposição do 
seminário, contando com o auxílio de um professor ou coordenador que indique uma 
bibliografia básica, orientando o estudante após a definição do tema no que diz respeito à 
seleção de fontes como livros, revistas, artigos, depoimentos, documentos (leis, registros 
de cartórios ou cartas), teses, instituições, pesquisas e relatórios, sites específicos etc. 
 
No entanto, cabe ao estudante pesquisar, se aprofundar sobre o tema e buscar informações 
novas em todas as fontes disponíveis, de modo a tomar posse do assunto e se tornar uma 
espécie de autoridade sobre ele, fazendo com que as etapas de preparação e comunicação 
do seminário sejam desempenhadas com qualidade. 
 
É importante ressaltar que uma das principais fontes de informação na atualidade é a 
internet, que, através de sites de busca, permite o levantamento de infinitas possibilidades 
de fontes sobre temas e assuntos variados. Porém, em geral, sites de confiança pertencem 
a museus, universidades, jornais, revistas, fundações de pesquisa, institutos culturais, etc. 
Logo, é preciso buscar fontes fidedignas e que não lancem por terra nossas pesquisas. 
 
Nesse momento, para fins de orientação, a presença do professor ou coordenador é 
necessária. Ao final da exposição, ele intermedeia os debates e promove uma apreciação 
orientadora e crítica do trabalhoexposto. Entretanto, se a situação é a do profissional cujo 
seminário está sob sua total responsabilidade, um roteiro básico para seminários é sugerido 
no livro Como preparar trabalhos para cursos de pós-graduação – noções práticas, 
publicado em 2002 por Andrade: 
 
1. Escolha do tema; 
 
2. Delimitação do assunto; 
 
3. Pesquisa ampla, principalmente bibliográfica; 
 
4. Anotações, em fichas, do material coletado; 
 
5. Análise e seleção do material; 
 
6. Plano geral do trabalho, bem pormenorizado; 
 
7. Organização do assunto em tópicos; 
 
8. Elaboração de um roteiro a ser distribuído entre os participantes; 
 
9. Redação de fichas-guia para orientar a exposição; 
 
10. Preparação do material de ilustração, como cartazes, slides e projeções; 
 
11. Revisão crítica do conteúdo, com verificação do material de ilustração, do roteiro, e das 
fichas que guiarão a exposição; 
 
12. Fixação de critérios e ensaio para definir o vocabulário a ser empregado, uso de 
ilustrações, tempo para a exposição e espaço para debates. 
 
 
 
Diagrama 3. Síntese do roteiro de seminário. Fonte: ANDRADE, 2002, p. 92. (Adaptado). 
 
 
Além disso, o tema deve ser interessante para quem executar o trabalho de pesquisa, 
ressaltando o item alusivo à delimitação do assunto. Escolhido o tema, as possibilidades 
de pesquisa podem ser tantas que o encarregado pelo seminário se perde diante dos 
inúmeros caminhos a se tomar. A presença do orientador é vital nestes momentos, 
auxiliando em relação à focalização do tema, levando o olhar de quem pesquisa a se 
concentrar em um determinado ponto. Quando não há quem cumpra tal papel, cabe ao 
pesquisador ficar atento para não se perder frente às opções, o que pode incidir em um 
trabalho superficial e que não contribua para a formação dos participantes. 
 
Quanto às ilustrações, Andrade (2002) sugere atenção aos detalhes, devendo-se optar pela 
elaboração de cartazes, slides e material de projeção com poucos dizeres, considerando 
fontes e tamanhos que facilitem a leitura, com desenhos bem feitos, simples e claros, 
acompanhados de legendas (se indispensáveis). 
 
Antes do seminário, outros artigos merecem atenção, como a verificação dos meios físicos 
ou virtuais que servirão de base para a materialização do texto. De nada adiantará preparar 
em detalhes todos os itens se, por exemplo, não houver computador e projetor, se uma 
tomada não estiver funcionando ou se a luminosidade for excessiva e não permitir que os 
participantes acompanhem a exposição. 
 
O DESENVOLVIMENTO E A CONCLUSÃO DO SEMINÁRIO 
 
Observados todos os itens, é chegada a hora da exposição. A fim de evitar improvisações, 
surge a obrigação de um novo planejamento de ações, como Severino (2002) indica, na 
página 70 de seu livro: 
 
1. Introdução, feita por um professor ou coordenador; 
 
2. Apresentação, ponderando as obrigações e os procedimentos a serem adotados pelos 
participantes durante o seminário, no caso de seminários feitos em grupo, e cronograma 
das atividades previstas; 
 
3. Introdução breve sobre o tema do seminário; 
 
4. Eventual revisão da leitura do texto de base do seminário; 
 
5. Execução, de forma coordenada, das atividades previstas; 
 
6. Apresentação, realizada pelo coordenador, introdutória ao momento de discussão geral 
da reflexão feita pelo(s) responsável(eis) pelo seminário; 
 
7. Síntese final, no caso da sala de aula, sob cuidado do professor que, nesse momento, 
orienta, realiza sua crítica e avaliação. 
 
 
Diagrama 4. Roteiro de desenvolvimento do seminário. Fonte: SEVERINO, 2002, p. 70. 
(Adaptado). 
 
O grau de complexidade varia, dependendo dos diferentes tipos de seminários e dos 
objetivos a serem alcançados. Além do mais, ele também deve ser interessante para os 
participantes, imaginando que as pessoas se prepararam para o evento. 
 
 
Pôster científico 
 
 
De acordo com a NBR 6022, editada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas 
(ABNT) em 2006, o pôster científico é um instrumento de comunicação cuja exibição 
acontece em diversos suportes, sintetizando e divulgando o conteúdo de uma pesquisa. 
Em encontros de caráter científico ou conferências, o uso do pôster científico é corrente, 
dado que sua finalidade é proporcionar, atingindo um grande número de pessoas, dados 
fundamentais a respeito da pesquisa. 
 
Com o pôster científico, ou pôster acadêmico, é possível mostrar os frutos da pesquisa 
científica de forma rápida, diferenciada e com uma exposição de maior tempo, se 
comparada exposição oral. Para sua elaboração, se conta com o auxílio de um designer 
gráfico, mas o próprio autor é capaz de executar tal tarefa, isto sem contar o entendimento 
sobre o conteúdo a ser transmitido para o público e como a pesquisa resultou em seu 
trabalho. 
 
O pôster está presente em eventos com vários trabalhos científicos e, em alguns deles, o 
autor do trabalho fica ao lado do pôster, convidando o público, o que o que permite uma 
troca de ideias individualizada com os interessados sem a presença do pesquisador, o que 
conta como vantagem na divulgação e visualização do conteúdo da pesquisa. O pôster traz 
tanto linguagem verbal quanto imagens e gráficos, permanecendo em exposição em locais 
abertos, conforme determinam os organizadores do evento. 
 
Colocados em paredes ou divisórias, nas quais são afixados com cordões em pequenas 
tiras de madeiras, os pôsteres são confeccionados em papel, plástico ou outros materiais. 
Por isso, a NBR 15437/2006 recomenda que suas dimensões sejam de 0,60 m a 0,90 m de 
largura, de 0,90 m a 1,20 m de altura e que o pôster seja legível a uma distância de, ao 
menos, um metro. Todavia, o suporte escolhido pode ser o meio eletrônico. 
 
O pôster precisa ter certo impacto visual. Por isso, é necessário se preocupar com a escolha 
de um leiaute, isto é, uma forma de diagramação dos dados e das imagens que seja 
agradável para o leitor. O conteúdo deve ser organizado de forma simples e lógica, 
concebendo a sequência de elementos do canto superior esquerdo para o canto inferior 
direito. A Associação Brasileira de Linguística – ABRALIN (2019) faz as seguintes 
recomendações: 
 
 
1. Escolha um leiaute simples, colorido, atraente e criativo, mas sem exageros, posto que 
mais de três cores distraem o leitor; 
 
2. No que tange às fontes escolhidas, facilite a legibilidade, escolhendo fontes grandes 
(Arial ou Times New Roman, de 18 a 26, com títulos em caixa-alta e negrito, de 40 a 50), 
prevalecendo o mesmo para as figuras, devendo-se optar pelo contraste (fonte clara sobre 
fundo escuro, ou vice-versa); 
 
3. Ao usar imagens ou gráficos, opte por uma configuração simples e bem organizada; 
 
4. Não exagere na quantidade de texto, ele é apenas o ponto de partida para o 
desenvolvimento das discussões durante a divulgação de sua pesquisa; 
 
5. Não elimine espaços em branco, a presença deles é significativa para que não haja a 
impressão de excesso de informações; 
 
6. Faça a distribuição do texto em colunas, deixando espaço no entre elas; 
 
7. Não escreva parágrafos muito longos, mantendo regularidade no número de linhas para 
cada um e buscando compreensão, concisão e correção gramatical. 
 
 
 
A ESTRUTURA DO PÔSTER CIENTÍFICO 
 
 
Os elementos que fazem parte do conteúdo do pôster científico são: 
 
1. Título e, se houver, subtítulo, aparecendo na parte superior do pôster. O subtítulo vem 
separado por dois-pontos (:) ou abaixo do título; 
 
2. Nome completo do autor ou dos autores da pesquisa, abaixo do título e do subtítulo. Na 
sequência, devem aparecer o nome do orientador e elementos adicionais, como o nome da 
instituição na qual foi efetuada a pesquisa, cidade, estado e país, além do endereço 
eletrônico, em campo separado ao final do pôster; 
 
3. Resumo sobre o problema estudado, os objetivos, a metodologia usada e os resultados 
alcançados, não excedendo cem palavras; palavras-chave são colocadas separadamente, 
após o resumo; 
 
4. O conteúdo é organizado em colunas, considerando os itens: Introdução, Metodologia,Resultados, Discussão e Conclusão. No conteúdo são inseridas tabelas, ilustrações ou 
gráficos; 
 
5. Por fim, são apresentadas as Referências, seguindo a NBR 6023. 
 
 
 
Diagrama 5. Estrutura do pôster (sugestão). 
 
Se bem organizado, o pôster científico cumpre seu papel de exibir as partes mais notáveis 
da pesquisa, com indicações sobre quem a realizou e orientou, seu processo de realização, 
os resultados obtidos e sua base de referência. Junte-se a isso uma redação clara e precisa, 
com boa argumentação, acompanhada de ilustrações ou gráficos, caracterizados pela 
clareza e pela simplicidade, e uma boa organização visual. 
 
Projetos científicos 
 
 
 
O termo “projeto” tem acepções como plano para a realização de um ato, uma intenção, 
um esboço inicial de um trabalho que se pretende desempenhar ou a demonstração de algo 
que alguém planeja ou pretende fazer. Portanto, projetar é um passo básico para a 
efetivação de uma ideia e o início de uma estratégia para a concretização de algo. 
 
A expressão “projeto científico” diz respeito aos passos iniciais para a materialização do 
trabalho científico, isto é, o momento, em que ele começa a tomar vida. Não se pode, porém, 
confundir o projeto de pesquisas, com um mero planejamento ou um plano para as 
pesquisas nem imaginar para ele o detalhamento esperado para o trabalho científico em si. 
 
 
A ELABORAÇÃO DE PROJETOS CIENTÍFICOS 
 
Como lembra Andrade, na página 98 de seu livro de (2002), há a necessidade de 
composição e de demonstração de um projeto científico, por exemplo, nos casos de 
obtenção de bolsa de estudos; para conseguir o patrocínio para uma pesquisa; ao final de 
um curso, para ser mostrado a um orientador; ou para ingressar em um curso de pós-
graduação, pleiteando a continuidade de estudos em busca de uma especialização, um 
mestrado ou um doutorado, deixando o possível orientador a par da pesquisa que pretende 
ampliar. 
 
Projetos dessa natureza oferecem ao examinador inicial não só os aspectos científicos da 
pesquisa, como também os aspectos práticos do desenvolvimento do trabalho, visto que 
as questões técnicas e as exigências previstas pelas instituições devem estar explícitas. 
Conforme Severino (2002) define, na página 159 de sua obra, um projeto bem feito acaba 
desempenhando várias funções, tais como: 
 
 
 A definição e o planejamento do percurso para o desenvolvimento do trabalho do 
próprio estudante/pesquisador, a fim de adquirir disciplina com o trabalho, sendo fiel 
aos procedimentos elencados, cumprindo a organização, a sequência e os prazos 
que ele mesmo estabelece no projeto; 
 Possibilitar o atendimento às exigências dos professores no aspecto didático; 
 Possibilitar que os orientadores avaliem os aspectos gerais do trabalho de pesquisa 
e as possibilidades de desenvolvimento, facilitando a orientação e a apresentação 
de novas perspectivas de ampliação da análise; 
 Fornecer condições de discussão e avaliação à banca examinadora para a 
qualificação do trabalho do estudante; 
 Contribuir para a concretização, no caso de solicitação de bolsa de estudos ou de 
financiamento de pesquisas; 
 Embasar a coordenação de programas de pós-graduação para a aceitação de 
candidatos, em especial nos cursos de doutorado. 
 
 
A APRESENTAÇÃO DO PROJETO CIENTÍFICO 
 
Alguns elementos são observados para o projeto de pesquisa, tais como: 
 
 
Folha de rosto: Com indicação da entidade destinatária do projeto, o título do trabalho, sua 
finalidade, autoria, local e data. 
 
Título: Mesmo que provisório, seu valor está no fato de ele indicar o assunto do trabalho. 
Severino (2002), em seu livro, indica que a nomeação da pesquisa deve ter um título geral 
e um título técnico, sendo este último apontado como um subtítulo que especifica o tema 
abordado. 
 
Delimitação do assunto: É o item fundamental do projeto, já que delimita o tema e o 
problema da pesquisa. Neste item, o problema e o conteúdo, alvos do estudo, são 
caracterizados e desdobrados. 
 
Objetivos gerais e específicos: Neste ponto, o autor determina o que pretende com a 
pesquisa e quais resultados aguarda conseguir, fazendo referência ao tema em geral e, em 
seguida, a pontos específicos do assunto escolhido. 
 
Justificativa: O autor declara por qual motivo escolheu o tema e sua importância. 
 
Objeto da pesquisa: Evidencia a tese ou hipótese do que se pretende demonstrar. Tais 
informações devem estar inequívocas desde o início, tomando-se o cuidado de preparar 
hipóteses sobre algo que ainda precisa ser demonstrado, caso contrário, não há avanço de 
conhecimento com sua pesquisa. 
 
Metodologia: Esse item aborda os métodos utilizados na pesquisa e as técnicas escolhidas. 
 
Cronograma: Delimita momentos e etapas do desenvolvimento da pesquisa, 
estabelecendo quantas semanas ou meses serão reservados para cada etapa. 
 
Orçamento: Em alguns casos, são indicados os recursos humanos ou materiais 
imperativos para que o projeto seja realizado, mencionando a previsão de custos. 
 
Bibliografia básica: Contém os textos fundamentais em que a problemática escolhida é 
enfocada. Organizada com base nas normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas 
(ABNT), espera-se que ela seja ampliada com o decorrer das pesquisas. 
 
 
EXPLICANDO: De acordo com Severino (2002), os métodos são procedimentos mais 
amplos de raciocínio, enquanto as técnicas tratam do funcionamento dos métodos. Os 
métodos de pesquisa são baseados em experiências, como o trabalho de campo, ou feitos 
em laboratórios, através de pesquisa teórica, histórica ou uma mescla de maneiras de 
pesquisa. 
 
O já mencionado autor Severino, em Metodologia do trabalho científico, publicado em 2002, 
faz algumas considerações sobre delimitação do assunto, objetivos e justificativas: 
 
Esta etapa do projeto pode-se iniciar com uma apresentação em que se coloca inicialmente 
a gênese do problema, ou seja, como o autor chegou a ele, explicitando-se os motivos mais 
relevantes que levaram à abordagem do assunto; em seguida, pode ser feita uma 
contraposição aos trabalhos que já versaram sobre o mesmo problema, elaborando-se uma 
espécie de estado de questão, [...]. Esclarecido o tema e delimitado o problema, o autor 
deve apresentar as justificativas, não apenas mas sobretudo aquelas baseadas na 
relevância social e científica da pesquisa proposta. A seguir, o autor expõe os objetivos que 
o trabalho visa atingir relacionados com as contribuições que pretende fazer. Após isto, 
pode explicitar suas hipóteses (p. 161). 
 
O texto, no caso do projeto de pesquisa, deve ser coeso, conciso e sem uso de linguagem 
coloquial, contemplando a gramática normativa, e sem linguagem figurada. Para formular 
os objetivos, são usados verbos no infinitivo. Para a descrição da metodologia, conforme 
Andrade, os verbos são empregados no futuro. 
 
 
 
Diagrama 6. Projeto de pesquisa. Fonte: SEVERINO, 2002. (Adaptado). 
 
Desta forma, o projeto de pesquisa organiza todo o trabalho científico e é um instrumento 
que não só conduz as atividades, mas também a análise, as orientações e as avaliações 
que cabem a professores e coordenadores, fornecendo condições para que os orientadores 
atuem da melhor maneira possível. 
 
Evidentemente, o projeto sofre alterações em vários pontos durante a pesquisa, o que é 
visto de forma positiva mediante seu aprofundamento. Não obstante, ele não é um simples 
planejamento, pois ele traz a essência da monografia que será produzida. 
 
Referências bibliográficas: NBR 6023 da ABNT 
 
 
 
Na composição de um artigo, são consultados vários documentos, citados no decorrer do 
texto. Nesta parte do curso, será abordado como são feitas as referências desses 
documentos. 
 
A NBR 6023, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), estabelece elementos 
a serem incluídos e a sua exposição, contemplando a bibliografia utilizada e as orientações 
sobre as convenções a serem observadas. É primordial que elas sejam verificadas sempre 
que produzir um trabalho de carátertécnico-científico, bem como suas possíveis 
atualizações, visto que as fontes de consulta estão a cada dia contando com recursos que 
passam por mudanças constantes. 
 
Entende-se por referências a relação de fontes (livros, artigos, leis...) usadas no decorrer 
da pesquisa e são apresentadas, obrigatoriamente, ao final dos textos acadêmicos e 
científicos. 
 
Referências são o conjunto de elementos que, retirados de um documento, possibilitam a 
sua identificação. 
 
Sua finalidade é dar ao leitor do texto as fontes da pesquisa e composição do artigo, assim 
como permitir que ele tenha acesso às obras consultadas. Após as considerações finais do 
artigo, estão as referências, um elemento pós-textual obrigatório e que deve estar em 
ordem alfabética e alinhado à esquerda. 
 
 
DIFERENÇAS ENTRE REFERÊNCIA E BIBLIOGRAFIA 
 
 
Quando se fala de referências, é preciso entender como o termo é utilizado. Obras de 
referência são aquelas que dão começo à pesquisa bibliográfica e que ajudam a identificar 
e localizar as obras de consulta. Para Andrade (2002): 
 
As obras de referência são constituídas pelos dicionários específicos das várias ciências, 
enciclopédias thesaurus, catálogos de editoras e bibliotecas, abstracts de revistas 
especializadas, repertórios bibliográficos etc. Tais obras propiciam informações gerais 
sobre determinado assunto, facilitando a tarefa de localizar outras, de caráter específico, 
que virão a constituir o apoio bibliográfico do trabalho (p. 53). 
 
As obras de referência, no entanto, não constituem a única base bibliográfica de um 
trabalho científico. A partir delas, há uma multiplicação de fontes, uma vez que elas geram 
outras indicações bibliográficas. Do mesmo modo, existem as referências no corpo do texto. 
A citação de uma passagem é inserida no texto colocando-se ao final desta, o nome do 
autor, o ano e, entre parênteses, a página. As referências completas aparecem na 
bibliografia final. 
 
Caso se trate da síntese de um trecho, , as referências devem ser colocadas 
acrescentando-se Cf. no início e entre parênteses. As referências bibliográficas, fontes 
bibliográficas, ou apenas bibliografia designam a bibliografia levantada durante o trabalho 
científico e organizada na parte final do trabalho. 
 
A princípio, ela é composta durante o fichamento, que traz não apenas um relatório 
organizado de suas leituras, incluindo temas, sínteses, trechos relevantes e justificativas 
para a seleção desses dados, mas também os autores, as obras consultadas, ano de 
publicação, páginas e editoras. 
 
As referências bibliográficas listam documentos que, como relata Andrade, na página 54 de 
sua publicação, são manuscritos, livros, revistas, jornais ou qualquer outro impresso, 
documentos reproduzidos, xerocopiados, obtidos em gravações de áudio ou vídeo, mapas, 
esboços, plantas, teses e dissertações não publicadas, palestras, aulas, sites etc. 
 
O propósito das referências bibliográficas é levar o leitor às fontes da pesquisa que resultou 
no trabalho científico e, por isso, todos os documentos consultados ou reportados no corpo 
do trabalho são indicados nas referências, de forma que o leitor tenha condições de retomá-
los, seja para aprofundar a problemática, fazer uma revisão do trabalho ou por qualquer 
outro motivo. 
 
 
Diagrama 7. As referências. 
 
 
ESTRUTURA DAS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
A seguir, estão exemplos de como fazer as referências dos documentos utilizados para o 
projeto. 
 
 
// Livros 
 
 
Os elementos essenciais são: 
 
Autor 
– 
Último sobrenome em maiúsculas, seguido dos prenomes apenas iniciados por maiúsculas. 
Exceções: nomes espanhóis entram pelo penúltimo sobrenome, sobrenomes ligados por 
traço de união são grafados juntos e sobrenomes que indicam parentesco (como Júnior, 
Filho e Neto) acompanham o último sobrenome; 
 
Título 
– 
Em negrito, sublinhado ou itálico; 
 
Subtítulo (se houver) 
– 
Separado do título por dois-pontos, sem destaque; 
 
Edição 
– 
A partir da segunda, o número da edição é assinalado seguido de ponto e da palavra edição 
(ed.), no idioma da publicação. Não se anota a primeira edição e as demais são anotadas 
como 2. ed., 3. ed., e assim por diante; 
 
Local da publicação 
– 
Quando há mais de uma cidade, a primeira é mencionada na publicação seguida de dois-
pontos; 
 
Editora 
– 
Apenas o nome que a identifique, seguido de vírgula; 
 
Data 
– 
Ano de publicação. 
 
 
 
Casos específicos: 
 
 
 
Livro com um autor 
– 
SOBRENOME DO AUTOR, Prenomes. Título do livro. Local da publicação: Editora, Ano. 
Ex.: 
 
DRUCKER, Peter Ferdinand. Sociedade pós-capitalista. São Paulo: Pioneira, 1999. 
 
Livro com autor espanhol 
– 
SOBRENOMES DO AUTOR, Prenomes. Título do livro: (subtítulo quando houver). Local da 
publicação: Editora, Ano. Ex.: 
 
SÁNCHEZ GAMBOA, Silvio Ancizar. Pesquisa em educação: métodos e epistemologias. 
Chapecó: Argos, 2007. 
 
Livro com autor com sobrenome separado por traço 
– 
SOBRENOMES DO AUTOR, Prenomes. Título do livro. Local da publicação: Editora, Ano. 
Ex.: 
 
MERLEAU-PONTY, Maurice. O visível e o invisível. 3. ed. São Paulo: Perspectiva, 1992. 
 
Livro com sobrenome indicando parentesco 
– 
SOBRENOMES DO AUTOR, Prenomes. Título do livro. Local da publicação: Editora, Ano. 
Ex.: 
 
DALLEGRAVE NETO, José Affonso. Responsabilidade civil no direito do trabalho. 3. ed. 
São Paulo: LTr, 2008. 
 
Livro com sobrenome iniciado com prefixos 
– 
SOBRENOME DO AUTOR, Prenomes. Título do livro. Edição. Local da publicação: Editora, 
Ano. Ex.: 
 
McDONALD, Ralph E. Emergências em pediatria. 6. ed. São Paulo: SARVIER, 1993. 
 
Livro com dois autores 
– 
SOBRENOME DO PRIMEIRO AUTOR, Prenomes; SOBRENOME DO SEGUNDO AUTOR, 
Prenomes. Título do livro: (subtítulo quando houver). Edição. Local da publicação: Editora, 
Ano. Ex.: 
 
WARAT, Luis Alberto; PÊPE, Albano Marcos. Filosofia do Direito: uma introdução crítica. 
São Paulo: Moderna, 1996. 
 
Livro com três autores 
– 
SOBRENOME DO PRIMEIRO AUTOR, Prenomes; SOBRENOME DO SEGUNDO AUTOR, 
Prenomes; SOBRENOME DO TERCEIRO AUTOR, Prenomes. Título do livro: (subtítulo 
quando houver). Edição. Local da publicação: Editora, Ano. Ex.: 
 
ARRUDA, Maria Cecília Coutinho de; WHITAKER, Maria do Carmo; RAMOS, José Maria 
Rodriguez. Fundamentos de ética empresarial e econômica. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2003. 
 
Livro com mais de três autores 
– 
SOBRENOME DO PRIMEIRO AUTOR, Prenomes et al. Título do livro: (subtítulo quando 
houver). Edição. Local da publicação: Editora, Ano. Ex.: 
 
ANDERY, Maria Amália et al. Para compreender a ciência: uma perspectiva histórica. 6. ed. 
Rio de Janeiro: Espaço e Tempo; São Paulo: EDUC, 1996. 
 
Livro com organizador (Org.), coordenador (Coord.) ou editor (Ed.) 
– 
SOBRENOME DO AUTOR, Prenomes. (Org. ou Coord. ou Ed.). Título do livro: (subtítulo 
quando houver). Edição. Local da publicação: Editora, Ano. Ex.: 
 
SOUZA, Osmar de; LAMAR, Adolfo Ramos (Org.). Educação em perspectiva: interfaces 
para a interlocução. Florianópolis: Insular, 2006. 
 
Livro cujo autor é uma entidade (quando uma entidade coletiva assume integral 
responsabilidade por um trabalho, ela é tratada como autor) 
– 
ENTIDADE. Título: (subtítulo quando houver). Edição. Local da publicação: Editora, Ano. 
Ex.: 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6028: resumo: apresentação. 
Rio de Janeiro, 2003. 
 
 
No caso dos livros citados em parte, as regras são as seguintes: 
 
Quando o autor do capítulo é o mesmo da obra 
SOBRENOME DO AUTOR DA PARTE REFERENCIADA, Prenomes. Título da parte 
referenciada. In: ______. Título do livro. Local: Editora, ano. Página inicial e final. Ex.: 
 
ABRANTES, Paulo. (Org.). Naturalizando a Epistemologia. In: ______. Epistemologia e 
cognição. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1994. p.171-215. 
 
Quando o autor do capítulo não é o mesmo da obra 
SOBRENOME DO AUTOR DA PARTE REFERENCIADA, Prenome. Título da parte 
referenciada. In: SOBRENOME DO AUTOR OU ORGANIZADOR, Prenomes. (Org.). Título 
do livro. Local: Editora,

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