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Vias Sensoriais e Receptores Sensoriais

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NEUROLOGIA VIAS SENSORIAIS 
As vias sensórias possuem elementos em comum:
Estímulo (na forma de energia física) -> recebido por RECEPTOR sensorial que faz a transdução - converte o estímulo em sinal intracelular -> se estímulo produz mudança que atinge o limiar -> Geração de PAs -> transmitidos do neurônio sensorial até sistema nervoso central (SNC) -> Integração dos sinais de entrada -> Resposta
Alguns estímulos chegam ao córtex cerebral, onde geram a percepção consciente: córtex cerebral -> modulação e ajuste da informação sensorial -> percepção consciente.
Neurônios sensoriais únicos com ramificações dendríticas que funcionam como receptores -> sistemas mais simples -> Dor 
Estímulos sensoriais – receptores especializados: sentidos especiais: Visão, audição, gustação, olfação e vestibular + sentidos somáticos: tato, temperatura, dor, prurido e propriocepção.
 Receptores de Sentidos Receptores da olfação: Neurônios Receptores de visão + audição + gustação + vestibular: células receptoras não neurais que fazem sinapse com neurônios sensoriais.
Visão: FOTORRECEPTORES – Respondem a estímulo luminoso Audição: MECANORRECEPTORES - energia mecânica (pressão, vibração, gravidade, aceleração e som). Receptor não neural: Célula ciliada (pilosa) da orelha -> Ativada libera sinal químico que inicia PA no neurônio sensorial associado. Olfação: Neurônios + QUIMIORRECEPTORES – Ligantes químicos que se ligam ao receptor. Gustação: QUIMIORRECEPTORES – Ligantes químicos que se ligam ao receptor Temperatura (sentido somático): TERMORRECEPTOR 4 tipos de receptores:
Maior parte da informação sensorial -> entra na medula espinal e segue por vias ascendentes até o encéfalo. 
Algumas informações recebidas por receptores sensoriais -> vão diretamente para o tronco encefálico pelos nervos cranianos. Informações sensoriais que iniciam os reflexos viscerais: integradas no tronco encefálico ou na medula espinal - em geral não conscientes. 
Cada divisão do encéfalo processa um (ou mais) tipos de informação sensorial.
Mesencéfalo: Recebe informação visual. Bulbo: Recebe aferências geradas a partir dos sons e do gosto. Cerebelo: Processa informações do equilíbrio.
Estas vias + vias que levam informações do sistema somatossensorial = Se projetam ao tálamo - atua como uma estação de retransmissão e processamento antes que a informação seja repassada ao cérebro. ODOR: Informação vai do nariz para o bulbo olfatório através do primeiro nervo craniano, e daí ao córtex olfatório, no cérebro - Apenas a informação olfatória não passa pelo tálamo! Sentido da olfação – quimiorrecepção - regiões bem desenvolvidas para o processamento da informação olfatória - aferência direta ao cérebro odores intimamente vinculados à memória e à emoção. 
OLFAÇÃO
Permite a discriminação de odores. Bulbo olfatório - extensão do prosencéfalo: recebe estímulos de neurônios olfatórios primários -> Desenvolvido para o monitoramento químico de seu ambiente.
Área olfatória: região na parte superior das fossas nasais - responsável pela sensibilidade olfatória. Revestida pelo epitélio olfatório -contém os quimiorreceptores da olfação. 
Epitélio olfatório: Neuroepitélio colunar pseudoestratificado - formado por três tipos celulares: Células de sustentação + células basais + Células olfatórias
As células de sustentação são prismáticas/colunares/cilíndricas (largas no ápice e estreitas na base) -> Possuem microvilos- se projetam para dentro da camada de muco sobre o epitélio. Têm pigmento acastanhado - responsável pela cor amarelo-castanha da mucosa olfatória. As células basais são pequenas, arredondadas e situam-se entre as células olfatórias e as de sustentação - são as células-tronco do epitélio olfatório. As células olfatórias são neurônios bipolares - seus núcleos se localizam em uma posição mais inferior que as outras células. Extremidades possuem dilatações de onde partem 6 a 8 cílios (sem mobilidade): são quimiorreceptores excitáveis pelas substâncias odoríferas - A existência dos cílios amplia a superfície receptora. Os axônios que nascem nas porções basais desses neurônios sensoriais formam feixes que se dirigem até o SNC.
Lâmina própria dessa mucosa: vários vasos e nervos + glândulas de Bowman (serosas) – glândulas ramificadas tubuloacinosas alveolares - responsáveis pela limpeza da superfície olfatória e pela solubilização da substâncias odoríferas - Seus ductos levam a secreção para a superfície epitelial - corrente líquida contínua - limpa os cílios das células olfatórias - facilitando o acesso de novas substâncias odoríferas
GUSTAÇÃO paladar
A gustação está intimamente relacionada ao olfato – tem fundamental importância na percepção de sabor do alimento detectado por centenas de tipos de receptores. A gustação é uma combinação de cinco qualidades: doce, azedo (ácido), salgado, amargo e umami – sabor básico - associado ao aminoácido glutamato e alguns nucleotídeos que aumenta o gosto dos alimentos. 
Cada uma das cinco qualidades gustatórias está associada a um processo fisiológico. Os receptores gustatórios estão nos botões gustatórios - agrupados na superfície da língua - composto de 50 a 150 células receptoras gustatórias (CRGs) + células de sustentação + células basais regenerativas. Receptores gustatórios também estão espalhados pela cavidade oral (como no palato).
Língua: Massa de músculo estriado esquelético revestido por camada mucosa. As fibras musculares se entrecruzam em três planos; estão agrupadas em feixes separadas por tecido conjuntivo. A camada mucosa é fortemente aderida à musculatura - o tecido conjuntivo da lâmina própria penetra os espaços entre os feixes musculares. 
A superfície ventral da língua é lisa e a superfície dorsal é irregular e recoberta anteriormente por papilas. O terço posterior da superfície dorsal da língua (separado dos dois terços anteriores por tuna região em forma de “V’’) e apresenta saliências compostas principalmente por dois tipos de agregados linfoides: pequenos grupos de nódulos e tonsilas linguais onde os nódulos linfoides se agregam ao redor de invaginações da camada mucosa as criptas.
Papilas linguais - 4 tipos a) Papilas filiformes – Formato cônico e alongado – Função de fricção. Epitélio queratinizado. Sem botões gustativos. b) Papilas fungiformes – Formato semelhante a cogumelos. Poucos botões gustativos. c) Papilas foliadas - Rugas paralelas separadas por sulcos na superfície dorsolateral da língua - Muitos botões gustativos d) Papilas circunvaladas – 7 a 12 grandes estruturas circulares na região V da língua (parte posterior) - Glândulas serosas (glândulas de von Ebner) secretam conteúdo no interior de depressão que circunda cada papila - possibilita um fluxo de líquido sobre os botões gustativos (ao longo das superfícies laterais das papilas) - remove partículas de alimentos da adjacência dos botões gustativos - para que possam receber e processar novos estímulos. Glândulas serosas - secretam lipaseque previne a formação de camada hidrofóbica sobre os botões gustativos + Pode digerir até 30% dos triglicerídeos da dieta. Outras glândulas salivares menores de secreção mucosa estão dispersas pela cavidade oral e atuam da mesma maneira que as glândulas serosas: Associadas às papilas circunvaladas, auxiliam a função de botões gustativos de outras partes da cavidade oral (ex: porção anterior da língua)
Percepção de sabor - Existem cinco qualidades - todas podem ser percebidas em todas as regiões da língua que contêm botões gustativos. 
Botões gustativos: Estruturas em forma de cebola – contém células receptoras gustatórias. Sobre a lâmina basal – Na porção apical as células gustativas têm microvilosidades que se projetam pelo poro gustativo (abertura). A maioria das células têm função gustativa - outras têm função de suporte. As células basais indiferenciadas são responsáveis pela reposição de todos os tipos celulares.
 Cada estímulo gustativo gera um padrão único de atividade envolvendo vários neurônios - discriminação dos sabores. Os receptores para o sabor azedo pertencem a uma família que se estima ter cerca de 40 a 80 proteínas. 
SISTEMA AUDIORECEPTOR SISTEMA AUDITIVO + SISTEMA VESTIBULAR
Formado pelo ouvido - aparelho auditivo + órgão vestibulococlear. Funções: Equilíbrio + Audição. 
OUVIDO – 3 divisões: 1) Ouvido externo - Recebe as ondas sonoras; 2) Ouvido médio - Ondas são transformadas em vibrações mecânicas e transmitidas; 3) Ouvido interno - Vibração estimula receptores -> transdução para impulsos nervosos -> vão para o SNC via nervo acústico. O ouvido interno também tem as estruturas vestibulares: especializadas para o sentido do equilíbrio
 1) OUVIDO EXTERNO Pavilhão da orelha + meato acústico externo + membrana timpânica. Pavilhão da orelha: Captação do som - forma irregular - constituído por placa de cartilagem elástica coberta por uma fina camada de pele que contém glândulas sebáceas e poucas glândulas sudoríparas. Meato acústico externo: Do pavilhão até a membrana do timpânica: Canal achatado (paredes rígidas) -constantemente aberto. Terço externo - cartilagem elástica (continuação da cartilagem do pavilhão da orelha). Os dois terços internos - constituídos pelo osso temporal. Meato acústico - revestido internamente por pele rica em pelos e glândulas sebáceas e ceruminosas (glândulas sudoríparas modificadas - tubulosas enoveladas). Cerume: Produto de secreção dos dois tipos glandulares do meato - substância pastosa marrom. Membrana timpânica - no fundo do meato - forma oval - recoberta externamente por fina camada de pele e internamente por epitélio cúbico simples. Entre as duas camadas: duas camadas de fibras colágenas e fibroblastos (fibras em sentido radial + em sentido circundante) + delgada rede de fibras elásticas. Membrana de Shrapnell: Porção menos resistente e mais delgada da membrana do tímpano - localizada no quadrante anterossuperior - sem fibras - região flácida. Local de quase todas as alterações patológicas -> Pode-se perder a integridade da membrana devido a quadros infecciosos agudos (otite média) ou por processos traumáticos. Ruptura ou perfuração da membrana timpânica -> Perda auditiva condutiva. Tímpano – capta maior parte dos sons -> Perfuração: Perda de parte da audição 
A membrana timpânica é a estrutura que transmite as ondas sonoras para os ossículos do ouvido médio.
1) OUVIDO MÉDIO Localizado na espessura do osso temporal - cavidade que separa a membrana timpânica da superfície óssea do ouvido interno. 
 Porção anterior – comunicação com a faringe pela tuba de Eustáquio ou auditiva. Porção Posterior – comunicação com as cavidades cheias de ar do processo mastoide do osso temporal. O ouvido médio é revestido por epitélio simples pavimentoso cuja lâmina própria se apresenta aderida ao periósteo – próximo ao orifício da tuba auditiva - epitélio torna-se prismático ciliado -> aproximação da faringe - transição gradual para epitélio pseudoestratificado ciliado. Tuba auditiva: Geralmente fechada - Abre durante o ato de deglutição – para equilibrar a pressão externa com a do ouvido médio. Porção medial – Parede com duas regiões sem osso - janelas oval e redonda: recobertas por membrana conjuntivo-epitelial. Ossículos: cadeia de três ossículos articulados, formada por martelo, bigorna e estribo - transmitem vibrações mecânicas geradas na membrana timpânica até o ouvido interno. Localizam-se da janela oval à membrana do tímpano. Martelo - inserido na membrana timpânica. Estribo – inserido na janela oval. Bigorna entre os dois ossículos (martelo e estribo). Os ossículos são revestidos por epitélio pavimentoso simples. 
Tensor do tímpano (inserido no martelo) + Tensor do estribo (inserido no estribo) - Pequenos músculos estriados esqueléticos - participam da regulação da condução do estimulo sonoro. 
Som excessivamente forte: contração dos músculos tensores do tímpano e do estribo - atenuando a transmissão sonora para proteger os neurônios do gânglio espiral de lesões - muito sensíveis.
2) OUVIDO INTERNO Também chamado labirinto - estrutura complexa formada por sacos membranosos cheios de líquido, que se encontram alojados dentro de cavidades na porção pétrea do osso temporal. 
 
Labirinto membranoso: Na maior parte separado do osso - formado por epitélio de revestimento pavimentoso - circundado por camada de tecido conjuntivo - tem origem ectodérmica. Interior cheio de endolinfa (líquido de composição e origem diferentes da perilinfa). Epitélio das paredes - contato com os nervos vestibular e coclear -> Se espessa e se diferencia em Máculas + Cristas + órgão espiral de Corti - órgãos especiais receptores
Espaço entre o labirinto membranoso e o ósseo - continuação do espaço subaracnóideo das meninges - cheio de perilinfa – fluido (composição semelhante ao líquido cefalorraquidiano). As delgadas traves de tecido conjuntivo contêm vasos que unem o periósteo que reveste o labirinto ósseo às estruturas membranosas. 
Labirinto ósseo: Conjunto de cavidades e canais limitados por tecido ósseo - estruturas membranosas revestem parcialmente as cavidades ósseas. Constituído pelo vestíbulo - cavidade central - forma irregular -desembocam: canais semicirculares e a cóclea. 
Vestíbulo – Dentro dele 2: O sáculo (unido ao utrículo e à cóclea por estreitos canais) + O utrículo (desembocam os canais semicirculares – que possuem ampolas: dilatação em uma das extremidades, as ampolas).
Ducto endolínfático - forma de um Y: Reune os ductos que ligam o utrículoao sáculo.
Sáculo e Utrículo: Epitélio simples pavimentoso - recoberto por camada de tecido conjuntivo de onde partem finas trabéculas para o periósteo (que reveste o vestíbulo). O interior do sáculo e do utrículo: Cheio de endolinfa + máculas*:pequenas regiões (2 a 3 mm) de epitélio espessado e diferenciado em neuroepitélio* – término dos ramos do nervo vestibular. 
 
Máculas (do sáculo e do utrículo) - são formadas pelas células de sustentação + células receptoras sensoriais-> células receptoras apresentam dois tipos celulares: Um tem forma de cálice e é envolto por uma rede de terminações nervosas aferentes. O outro é cilíndrico e possui terminações nervosas aferentes e eferentes -> 
Ambos os tipos de célula sensorial contêm estereocílios (longos prolongamentos na superfície) + um cílio típico com seu corpúsculo basal. Essas células são conhecidas como “células com pelos”. Entre as células receptoras encontram-se as células de sustentação, cilíndricas - núcleos na região basal e microvilos na superfície apical. Cobrindo esse neuroepitélio -> camada gelatinosa (natureza glicoproteica - secretada pelas células de sustentação) onde estão embebidos os prolongamentos celulares - Na superfície dessa gelatina observam-se concreções de carbonato de cálcio, os otólitos ou estatocônios.
Ductos semicirculares - Paredes de epitélio pavimentoso simples e tecido conjuntivo. Áreas receptoras (nas ampolas) constituídas por cristas ampulares - formações alongadas de neuroepitélio - apresentam estrutura semelhante a das máculas porem sem estatocônios (na camada glicoproteica) e mais espessa formando a cúpula - espécie de capuz cônico que alcança a parede oposta da crista -obliterando a dilatação dos duetos semicirculares. 
Saco e ducto endolinfáticos - Paredes inicialmente revestidas por epitélio pavimentoso simples, que se transforma à medida que se aproxima do saco endolinfático em um epitélio cilíndrico alto formado por dois tipos celulares: Um apresenta microvilos na superfície e vesículas de pinocitose e vacúolos. 
Cóclea ou caracol: Estrutura é altamente especializada como órgão receptor de sons. Canal de paredes ósseas enroladas em forma de caracol. Dentro: porção membranosa (ocupando apenas parte do canal ósseo) - forma triangular quando vista em corte transversal. A cóclea enrola-se em torno do modíolo: um cone de tecido ósseo esponjoso que contém no seu interior o gânglio espiral - um gânglio nervoso.
Do modíolo parte lateralmente a lamina espiral óssea - saliência óssea em espiral (lembra a rosca de um parafuso) - apresenta uma complexa estrutura histológica -> É na lamina espiral osseia que se encontra o órgão de Corti*: Possui as células receptoras da audição. O triângulo divide o espaço ósseo da cóclea em três porções: uma superior ou escala vestibular, uma média, a escala média ou dueto coclear, e uma inferior ou escala timpânica.
Escalas vestibular e timpânica: constituem o labirinto ósseo - cheias de perilinfa - se comunicam nas extremidades por meio do helicotrema: um pequeno orifício. Na escala média - porção inicial comunica-se com o sáculo pelo ducto reuníens e termina em fundo cego. A membrana vestibular - revestida por epitélio pavimentoso simples e delgada camada de tecido conjuntivo. A estria vascular - constituída por epitélio estratificado, formado por dois tipos de células: Células ricas em mitocôndrias, com a membrana muito pregueada - características de uma célula que transporta água e íons. 
O epitélio da estria vascular: um dos poucos epitélios que contém vasos sanguíneos entre as suas células - secreção da endolinfa. 
A endolinfa e a perilinfa têm composição iônica incomum, pois são ricas em potássio e pobres em sódio, composição que é normalmente característica do meio intracelular.
Órgão de Corti: estrutura complexa sensível às vibrações induzidas pelas ondas sonoras – localizado sobre a membrana basilar (camada de material extracelular) produzida pelas 
células do órgão de Corti e pelas células mesoteliais que revestem a escala timpânica. Membrana tectória - rica em glicoproteínas - direção horizontal: contato com as células sensoriais do órgão de Corti e limitando um espaço, o túnel espiral interno com uma camada de células sensoriais internas
Função vestibular 
Órgãos sensoriais relacionados com o equilíbrio.
O aumento ou diminuição da velocidade de movimento circular (aceleração ou desaceleração angulares) -> promove - devido à inércia da endolinfa - fluxo da endolinfa dentro dos duetos semicirculares -> Fluxo produz um movimento lateral dos capuzes que recobrem as cristas ampulares: curvatura e tensão das células sensoriais das cristas -> Registro elétrico das fibras nervosas vestibulares mostra que: movimento da cúpula na direção dos cílios provoca excitação dos receptores -> Produção de PAs no nervo vestibular - movimento na direção oposta inibe a atividade nervosa. 
Quando desaparece a aceleração, a cúpula volta à posição normal e cessa a excitação ou inibição dos receptores.
Os ductos semicirculares dão informações sobre deslocamentos com aceleração circular. As máculas do sáculo e do utrículo respondem à aceleração linear - Graças à maior densidade dos otólitos - quando ocorre um aumento ou uma diminuição de velocidade linear – as partículas de otólitos são deslocadas -> provocando tensões na camada gelatinosa -> deformando células sensoriais = excitação dos receptores -> Produção de P.A transmitidos - via nervos vestibulares - ao SNC.
As máculas também são sensíveis à ação da gravidade sobre os otólitos - Seu estímulo é muito importante para a 
percepção consciente do movimento e da orientação no espaço. 
Função coclear - Na cóclea -> estímulos mecânicos (vibrações induzidas pelas ondas sonoras) sofrem transdução em potenciais de ação (fenômenos elétricos) e são levados ao SNC via nervo coclear. O som -> transformado em vibrações pela membrana timpânica -> transmitido através da cadeia de ossículos à janela oval - o tímpano vibra com as ondas sonoras. Ossículos do ouvido: funcionam como alavancas - convertem as vibrações da membrana timpânica em deslocamentos mecânicos - exercidos pelo estribo e pela janela oval na perilinfa da escala vestibular
Quando os músculos tensores do tímpano e do estribo se contraem, há tração desses ossículos, com diminuição na transmissão do som.
Vibrações que alcançam a perilinfa da escala vestibular -> transmitem-se à escala média -> passam à escala timpânica -> dissipam-se na janela redonda. A lâmina espiral membranosa (fica abaixo do órgão de Corti) não é uma estrutura tensa - toda a cóclea membranosa vibra quando há passagem do som da escala vestibular para a escala timpânica. Vibração no órgão de Corti -> deslocamento da membrana tectória que faz pressão sobre as células sensoriais -> provocando deformação dos estereocilios gerando potenciais de ação nos nervos auditivos. 
Na cóclea - a sensibilidade aos sons varia de acordo com a região. Sons agudos são captados principalmente na base da cóclea e sons graves são captados principalmente pelo seu ápice.
SISTEMA FOTORECEPTOR Visão
GLOBO OCULAR - Os olhos são órgãos fotossensíveis complexos, possibilitam análise minuciosa quanto à forma dos objetos, sua cor e a intensidadede luz refletida. 
Olhos: câmara escura + camada de células receptoras sensoriais + sistema de lentes para focalizar a imagem + sistema de células para iniciar o processamento dos estímulos e enviá-los ao córtex cerebral 
Órbita: Caixa óssea protetora onde o olho está inserido 
Envoltórios - o olho é constituído por três túnicas dispostas concentricamente: (1) A camada externa - formada pela esclera + a córnea; (2) A camada média ou túnica vascular - constituída pelo coroide + corpo ciliar + íris; (3) A camada interna ou retina - Formada pela Retina + Nervo ótico. A retina se comunica com o cérebro pelo nervo óptico; A retina e o nervo óptico são partes do SNC - tanto por suas estruturas como por suas funções e origens embriológicas - apesar de se localizarem fora do crânio.
Além dos envoltórios o olho apresenta Cristalino: estrutura biconvexa transparente que é mantida em posição graças a zônula ciliar - um ligamento circular que se insere sobre o corpo ciliar - um espessamento da camada média. Em frente ao cristalino - expansão pigmentada e opaca da camada média - recobre em parte, a íris. O olho tem três compartimentos: 1) A câmara anterior - situada entre a íris e a córnea; 2) A câmara posterior - entre a íris e o cristalino; 3) O espaço vítreo - situado atrás do cristalino e circundado pela retina. Humor aquoso: líquido que contém proteínas - na câmara anterior e na posterior.
Corpo vítreo: Substância viscosa e gelatinosa no espaço vítreo - limitado pela retina e pelo cristalino.
Os termos interno e externo, com referência ao globo ocular, referem-se à anatomia macroscópica do próprio globo ocular. Interna: estrutura que esteja mais próxima do centro do globo. Externa: estrutura localizada nas proximidades da periferia do globo ocular. O aparelho lacrimal e as pálpebras - embora localizados fora do globo ocular - fazem parte do aparelho ocular
1) Camada externa ou túnica fibrosa 
ESCLERA: Opaca e esbranquiçada - tecido conjuntivo rico em fibras colágenas que se entrecruzam. A superfície externa da esclera apresenta a cápsula de Tenon -camada de tecido conjuntivo denso - se prende por um sistema frouxo de finas fibras colágenas que correm dentro do espaço de Tenon -> Permite movimentação e rotação do globo ocular. Lâmina supracoróidea - Entre a esclera e a coroide -camada de tecido conjuntivo frouxo - rica em células que contêm melanina, fibroblastos e fibras elásticas. Córnea: Túnica fibrosa e transparente. Cinco regiões: 1) Epitélio corneano anterior - estratificado pavimentoso não queratinizado, constituído por cinco a seis camadas celulares - numerosas terminações nervosas livres - mitoses na camada basal do epitélio - elevada capacidade de regeneração (em 7 dias todas as células são renovadas) - células mais superficiais apresentam microvilos mergulhados em um fluido protetor (lipídios + glicoproteínas). 2) Membrana de Bowman – abaixo do epitélio e membrana basal - camada homogênea e relativamente espessa delgadas fibras colágenas cruzadas em todas as direções, a membrana de Bowman 3) Estroma – Avascular - múltiplas camadas de fibras colágenas orientadas paralelamente + fibroblastos imersos em substância fundamental gelatinosa (complexo metacromático que contém glicoproteínas e sulfato de condroitina). Canal de Schlemm: canal de contorno irregular - revestido por endotélio – Drenagem do humor aquoso (produzido nos processos ciliares) para o sistema venoso - possível graças aos Espaços de Fontana - um sistema de espaços em labirinto. 4) Membrana de Descemet - estrutura constituída de fibrilas colágenas em rede tridimensional 5) Epitélio coneano posterior ou endotélio - pavimentoso simples. 
Limbo: zona de transição da córnea (transparente) para a esclera -> colágeno transforma-se em fibroso e opaco. Zona altamente vascularizada - papel nos processos inflamatórios da córnea. 
2) Camada média ou túnica vascular Três regiões: 1) a coroide - rica em vasos sanguíneos (túnica vascular) -> nutrição da retina - tecido conjuntivo frouxo rico em células (contendo melanina + fibras colágenas e elásticas. Membrana de Bruch - fina membrana de aspecto hialino 2) O corpo ciliar - Dilatação da coroide na altura do cristalino com aspecto de um anel espesso – Composto por tecido conjuntivo (rico em fibras elásticas, células pigmentares e capilares fenestrados) no interior do qual se encontra o músculo ciliar: constituído por três feixes de fibras musculares lisas que se inserem na esclera e em diferentes regiões do corpo ciliar - Um desses feixes tem a função de distender a coroide - o outro quando contraído relaxa a tensão do cristalino -> Essas contrações musculares são importantes no mecanismo de acomodação visual para focalizar objetos situados em diferentes distâncias. As duas faces do corpo ciliar são revestidas por um prolongamento da retina constituído por duas camadas celulares - A camada ligada ao corpo ciliar é formada por células colunares ricas em melanina. - projeção anterior da camada pigmentar da retina. A segunda camada recobre a primeira - é derivada da camada sensorial da retina e formada por epitélio simples colunar. Processos ciliares: extensões de uma das faces do corpo ciliar. Formados por um eixo conjuntivo recoberto por camada dupla de células epiteliais - O humor aquoso é produzido nos processos ciliares - participação do epitélio ciliar. 3) a íris - Prolongamento da coroide que cobre parte do cristalino e tem um orifício circular central: A pupila. Os melanócitos da íris influenciam a cor da íris: poucas células pigmentares na íris = luz refletida aparece como azul (devido à absorção do seu componente vermelho durante o trajeto iridiano). Maiores quantidades de melanina no trajeto = cor da íris vai passando a cinza, a verde e a castanho. Albinos = não há melanina e a cor rósea é devida à reflexão da luz pelos vasos sanguíneos da íris.
A abundância de células com melanina em várias porções do olho tem como função principal impedir a entrada de raios luminosos, exceto os que vão formar a imagem na retina.
CRISTALINO: Forma de uma lente biconvexa - apresenta grande elasticidade (diminui progressivamente com a idade - cristalino menos flexível = menos capaz de aumentar a sua espessura = menos apto a focalizar objetos próximos = presbiopia. O cristalino é constituído por três partes: 1) Fibras do cristalino: forma de elementos prismáticos finos e longos - células altamente diferenciadas (derivadas das células embrionárias) - perdem seus núcleos e alongam-se. Citoplasma: poucas organelas e cora-se levemente. As fibras do cristalino sãounidas por desmossomos e geralmente se orientam em direção paralela à superfície do cristalino 2) Cápsula do cristalino: revestimento acelular homogêneo, hialino e mais espesso na face anterior do cristalino. Formação muito elástica constituída por colágeno tipo IV e glicoproteínas 3) Epitélio subcapsular: formado porcamada única de células epiteliais cuboides. É a partir desse epitélio que se originam as fibras responsáveis pelo aumento do cristalino durante o processo de crescimento do globo ocular.
O cristalino é mantido em posição pela zônula ciliar - sistema de fibras orientadas radialmente - As fibras da zônula se inserem de um lado na cápsula do cristalino e do outro no corpo ciliar. Importante no processo de acomodação: que possibilita focalizar objetos próximos e distantes por mudança na curvatura do cristalino - graças à ação dos músculos ciliares transmitida pela zônula ciliar ao cristalino. Olho em repouso ou focalizando objetos distantes = o cristalino é mantido tracionado pela zônula ciliar. Olho focalizando objeto próximo = músculo ciliar se contrai, promovendo deslocamento da coroide e do corpo ciliar na direção da região anterior do olho - A tensão exercida pela zônula é relaxada, e o cristalino toma-se mais espesso, colocando o objeto em foco.
Corpo vítreo: Ocupa a cavidade do olho que se situa atrás do cristalino. Aspecto de gel claro, transparente, com raras fibrilas de colágeno. Componente principal: Agua (cerca de 99%) + glicosaminoglicanos altamente hidrófilos - em especial o ácido hialurônico. Contém poucas células (participam da síntese do material extracelular).
3) Camada interna a) Retina - origina-se de uma evaginação do diencéfalo que aprofunda-se no centro, formando uma estrutura de paredes duplas: o cálice óptico. A parede mais externa dá origem a uma delgada camada constituída por epitélio cúbico simples, com células carregadas de pigmento, o epitélio pigmentar da retina. Os fotorreceptores e todo o restante da retina têm origem na parede interna do cálice óptico. A camada pigmentar da retina adere fortemente à coroide, mas prende-se fracamente à camada fotossensível. O epitélio pigmentar é constituído por células cúbicas com núcleo em posição basal. A região basal dessas células se prende fortemente à membrana de Bruch e apresenta invaginações da membrana plasmática e muitas mitocôndrias, o que sugere forte atividade de transporte iônico. O ápice celular apresenta dois tipos de prolongamentos: microvilos delgados e abundantes e bainhas cilíndricas que envolvem a extremidade dos fotorreceptores. O citoplasma das células pigmentares contém abundante retículo endoplasmático liso, o que tem sido relacionado com os processos de transporte e esterificação da vitamina A usada pelos fotorreceptores. As células pigmentares sintetizam melaruna, que se acumula sob a forma de grânulos, principalmente nas extensões citoplasmáticas, com a função de absorver a luz que estimulou os fotorreceptores Além das três funções, a célula pigmentar apresenta no seu ápice lisossomos secundários resultantes do processo de fagocitose e digestão dos fragmentos das extremidades dos bastonetes. A estrutura dos bastonetes e o processo de desprendimento de fragmentos de seus ápices serão estudados logo adiante. 
A parte da retina situada na região posterior do globo ocular apresenta, de fora para dentro, as seguintes camadas: • Camada das células fotos sensitivas - os cones e os bastonetes • Camada dos neurônios bipolares - unem funcionalmente as células dos cones e dos bastonetes às células ganglionares • Camada das células ganglionares - estabelece contato (na extremidade externa) com os neurônios bipolares e na porção interna com as fibras nervosas que convergem, formando o nervo óptico 
Camada sináptica externa ou plexiforme externa Região em que que ocorrem as sinapses entre a camada das células dos cones e bastonetes e a dos neurônios bipolares. 
A camada sináptica interna ou plexiforme interna deriva dos contatos entre as células bipolares e ganglionares - os raios luminosos atravessam as células ganglionares e as bipolares para alcançar os elementos fotossensíveis. 
Prolongamentos fotossensíveis = assumem a forma de cone ou de bastonete (nomes dados a essas células). Os cones e bastonetes são células com dois polos, cujo único dendrito é fotossensível, enquanto o outro polo forma sinapse com outras células bipolares. 
Membrana limitante externa - formada por uma série de complexos juncionais entre as células fotorreceptoras e as células de Müller - Tanto os cones como os bastonetes a atravessam - Os núcleos das células dos cones se dispõem perto da membrana. As porções receptoras dos cones e dos bastonetes, apresentam uma estrutura complexa. 
BASTONETES: são células finas, alongadas e formadas por duas porções distintas - O segmento externo é constituído por microvesículas achatadas, que formam discos e é separada do restante da célula por uma constrição. Abaixo dela há um corpúsculo basal de onde se origina um cílio (no segmento externo). 
Existem aproximadamente 6 milhões de cones em uma retina humana. São elementos de percepção da luz em intensidade normal e possibilitam grande acuidade visual. Os bastonetes são mais sensíveis à luz, porém só possibilitam uma visão menos precisa. 
A camada dos neurônios bipolares é constituída por diferentes células que dividem-se em dois grupos: • Células bipolares difusas = estabelecem sinapse com dois ou mais fotorreceptores • Células bipolares monossinápticas = estabelecem contato apenas com o axônio de uma célula cone - estabelece contato, pela sua outra extremidade, apenas com uma célula ganglionar -> Alguns cones enviam seus impulsos por um trajeto simplificado. A camada das células ganglionares (além de estabelecer contato com as células bipolares) envia seus axônios, que não se ramificam, com direção a uma região na retina, onde se agrupam e formam o nervo óptico - Nessa região não existem receptores - daí o seu nome de ponto cego da retina ou papila do nervo óptico. As células ganglionares são típicas células nervosas, com núcleo grande e claro e citoplasma rico em RNA. Células ganglionares do tipo difuso = estabelece contato com várias células bipolares. Células ganglionares do tipo monossináptico. Além desses, nas camadas da retina encontram-se outros tipos de células. Os principais são: • Células horizontais - prolongamentos (colocados horizontalmente) estabelecem contato entre vários fotorreceptores • Células amácrinas - estabelecem contato com as ganglionares • Células de sustentação – astrócitos + micróglia + célula de Müller: tipo celular muito ramificado e grande - têm funções equivalentes às da neuroglia - sustentar, nutrir e isolar os neurônios da retina. A camada mais interna da retina e que a separa do corpo vítreo é a membrana limitante interna. Constituídaprincipalmente por expansões das células de Müller.
Estruturas acessórias do olho 
Conjuntiva - membrana mucosa que reveste a parte anterior da esclerótica e a superfície interna das pálpebras - epitélio estratificado prismático e lâmina própria de tecido conjuntivo frouxo.
Pálpebras - dobras flexíveis de tecidos, que protegem o globo ocular - são constituídas de pele, com epitélio estratificado pavimentoso queratinizado e derme de conjuntivo frouxo, feixes de músculos estriados que formam o músculo orbicular do olho, uma camada de tecido conjuntivo que apresenta um espessamento de tecido conjuntivo denso na extremidade das pálpebras, além da a placa palpebral ou tarso. Em cujo interior se encontram glândulas sebáceas alongadas e dispostas verticalmente, as chamadas glândulas de Meibomius ou tarsais. E por fim, da camada mucosa, constituída pela conjuntiva.
Glândulas lacrimais - Localizadas na borda superior externa da órbita - são glândulas serosas do tipo tubuloalveolar. Desembocam por meio de 8 a 10 canais no fundo de saco superior, formado pela confluência da conjuntiva que reveste o olho com a que cobre posteriormente a pálpebra - são constituídas por células serosas que contêm no seu ápice grânulos de secreção que se coram fracamente. A sua porção secretora é envolvida por células mioepiteliais. 
As glândulas lacrimais produzem uma secreção salina, com a mesma concentração de cloreto de sódio que a do sangue. É um fluido pobre em proteínas e contém uma única enzima, a lisozima, que digere a cápsula de certas bactérias. A secreção lacrimal, continuamente produzida por essas glândulas, dirige-se para as carúnculas lacrimais (elevações situadas no canto interno dos olhos) - Nessa região, penetra em um sistema de duetos lacrimais, revestidos por epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado, que desembocam no meato nasal inferior.

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