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LIBRAS - Conteúdo Aula III

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Noções de Libras
APRESENTAÇÃO
Após um período em que o método oralista foi, preferencialmente, escolhido para ditar a 
educação de surdos, Willian Stokoe, nos anos de 1960, confere às Línguas de Sinais o status de 
línguas, ou seja, há um reconhecimento de suas especificidades linguísticas. Muitos países, 
posteriormente à essa data, iniciaram um movimento de oficialização das Línguas de Sinais em 
seus territórios. No Brasil, essa oficialização, aconteceu somente em 2002.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você estudará essa língua amplamente difundida no país, 
principalmente na área educacional. É de suma importância o conhecimento sobre as 
especificidades e as características da Libras, que fazem parte do cotidiano. Além disso, você 
também conhecerá aspectos sobre a recepção e a produção da Libras, bem como sobre o seu 
ensino em ambientes escolares.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Desenvolver as competências linguísticas, discursivas e sociolinguísticas da Libras.•
Praticar as habilidades de recepção e de produção da Libras.•
Explicar a importância do ensino da Libras nas escolas.•
DESAFIO
O país vive um paradigma educacional inclusivo, ou seja, a escola está apta a atender à toda 
diversidade de alunos que compõe as infâncias e juventudes. Parte integrante dessa diversidade 
são os alunos surdos que, em grande parte, chegam às escolas sem uma proficiência em Libras 
e, consequentemente, com um conhecimento precário da Língua Portuguesa. 
A Lei Brasileira de Inclusão, também conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência, 
publicada em 6 de julho de 2015, destaca no Capítulo IV, que trata sobre o Direito à Educação, 
no artigo 28 inciso IV, a "oferta de educação bilíngue, em Libras como primeira língua e na 
modalidade escrita da Língua Portuguesa como segunda língua, em escolas ou classes bilíngues 
e em escolas inclusivas" (BRASIL, 2015).
 
Considerando esse contexto, o que você faria: defenderia a continuidade das aulas de Libras ou 
não? Justifique.
INFOGRÁFICO
É muito importante que a criança surda tenha acesso à língua de sinais desde o seu nascimento, 
uma vez que essa é a língua materna desses sujeitos. Nesse sentido, é fundamental que a criança 
surda tenha acesso à língua de sinais, nos mais variados contextos em que ela circula, e 
não somente na escola.
Neste Infográfico, você conhecerá os principais contextos de aquisição da língua de sinais pela 
criança surda descritos por Quadros & Cruz (2011). 
CONTEÚDO DO LIVRO
Da mesma forma que os sujeitos ouvintes têm acesso a sua língua natural, no caso a Língua 
Portuguesa, desde o seu nascimento, os sujeitos surdos também têm esse mesmo direito, com a 
língua de sinais. No entanto, essa não é a realidade no Brasil. Muitos surdos, só têm acesso 
à Libras quando ingressam na escola. Essa situação tem gerado questionamentos em relação ao 
ensino e à aprendizagem dos surdos. Afinal: qual a melhor idade para aquisição da língua de 
sinais pela criança surda? No caso do Brasil, a Língua Brasileira de Sinais - Libras é 
considerada primeira ou segunda língua da criança surda? Surdos, filhos de pais ouvintes: quais 
as implicações? E surdos, filhos de pais surdos? Essas são algumas das reflexões/indagações que 
pretendem ser respondidas durante o estudo.
No capítulo Noções de Libras, da obra Língua Brasileira de Sinais, você vai aprender um pouco 
sobre os processos de aquisição da língua de sinais pela criança surda, bem como, seus estágios. 
Além disso, temas como recepção e produção da Libras e o papel da escola, frente ao discente 
surdo, também serão abordados. 
Boa leitura!
LÍNGUA 
BRASILEIRA DE 
SINAIS 
Gabriel Pigozzo Tanus Cherp Martins
Noções de Libras
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você será capaz de:
  Desenvolver as competências linguísticas, discursivas e sociolinguís-
ticas da Libras.
  Praticar as habilidades de percepção e produção da Libras.
  Explicar a importância do ensino de Libras nas escolas.
Introdução
A aquisição da língua brasileira de sinais pelas crianças surdas é algo que 
ainda nos inquieta, nos retira da zona de conforto. É algo que mostra, 
muitas vezes, diversas lacunas nos processos de aprendizado e ensino-
-aprendizagem; mostra as fragilidades de um processo de inclusão social 
falho, despreparado para uma sociedade diversa e diferente. A escola, 
assim como as demais instituições sociais, não está preparada para atender 
às especificidades linguísticas, culturais e identitárias dessa minoria que 
ora se apresenta. 
Neste capítulo, você aprenderá sobre as questões relacionadas à 
aquisição da língua brasileira de sinais pela criança surda, bem como 
os estágios que a compõe, os processos pelos quais ela passa e sobre a 
importância da Libras no cotidiano escolar. 
Competências linguísticas, discursivas
e sociolinguísticas da Libras
Cerca de 95% das crianças surdas são fi lhas de pais ouvintes, e essa condição 
acarreta uma série de questões que podem determinar sua trajetória escolar e, 
consequentemente, sua formação (SKLIAR, 1997). Prover o acesso à língua 
desde a mais tenra idade é essencial para garantir um desenvolvimento pleno 
e integral do sujeito, além de proporcionar sua percepção e interação com o 
mundo que o cerca.
Quadros e Cruz (2011) aponta que somente 5% das crianças surdas são filhas 
de pais surdos e, por isso, possuem o input linguístico adequado no período 
de aquisição da linguagem. Neste ponto, trazemos para a reflexão o conceito 
de cultura surda, apresentado por Strobel no livro A imagem do outro sobre 
a cultura surda, publicado em 2009. A autora define cultura surda como a 
forma de “[...] o sujeito surdo entender o mundo e modificá-lo a fim de torná-lo 
acessível e habitável ajustando-o com suas percepções visuais, que contribuem 
para a definição das identidades surdas [...]” (STROBEL, 2009, p. 27).
O que tem a ver a cultura surda com o uso da língua brasileira de sinais? 
Ou melhor, qual a relação entre a cultura surda e a aquisição da língua de 
sinais? Quando pensamos que a aquisição da língua pelas crianças surdas é 
análoga à das crianças ouvintes, nos causa estranheza quando recebemos um 
discente surdo em nossa sala de aula que não domina a língua brasileira de 
sinais (Libras). Não é mesmo? As crianças ouvintes, logo ao nascerem, entram 
em contato com a língua majoritária — no nosso caso, a língua portuguesa —, 
na modalidade oral, por meio dos mais diversos canais. No entanto, a maioria 
das crianças surdas não possui esse contato linguístico desde o nascimento. 
A língua brasileira de sinais é um dos artefatos culturais apresentados por 
Strobel (2009) cuja importância é fundamental. Por isso, há a necessidade de 
uso da Libras desde o nascimento, para que essa criança cresça imersa em sua 
cultura e crie sua identidade. Infelizmente, essa é a realidade de apenas 5% das 
crianças surdas. Ao crescerem e se desenvolverem, tomando consciência de sua 
condição, alguns surdos passam a frequentar as associações e a se relacionar 
com seus pares e desenvolvem/adquirem os demais artefatos culturais, além 
da língua e da identidade.
A cultura surda é o jeito surdo de ser, de perceber, de sentir, de vivenciar, de comunicar 
e de transformar o mundo para torná-lo habitável (PERLIN, 2010).
Pensando em contextos de aquisição de língua pelas crianças surdas, 
Quadros e Cruz (2011) nos apresentam três espaços onde há possibilidade de 
acontecer esse processo, são eles: o lar, a escola e a clínica, cada um deles 
com a sua importância, dependendo da história de vida da criança surda.
Noções de Libras2
No lar, primeiro local de contato com a língua, os bebês terão contatos com os 
pais, surdos ou não, mas que sinalizam. Algum outro familiar (tio, tia, avó ou 
avô, etc.) é fundamental nesse espaço. A escola pode oferecer um espaço que 
atenda às especificidades linguísticas desses indivíduos, por meio da presençade adultos surdos ou ouvintes, mas fluentes em Libras, e/ou da presença de 
outras crianças surdas para que a língua “aconteça” nas relações. Por último 
e não menos importante, a clínica é o local onde, por meio, preferencialmente, 
de uma abordagem oralista, a criança tem contato com a linguagem antes de 
ingressar à escola comum (QUADROS; CRUZ, 2011).
Outro fator, além dos apresentados anteriormente, que influencia na aqui-
sição da língua é o período em que a surdez foi detectada. Alguns diagnósticos 
costumam ser concluídos quando as crianças estão no 3º ou 4º ano de vida. Isso, 
comparado às crianças ouvintes, faz as crianças surdas apresentarem atrasos no 
desenvolvimento da linguagem, comprometendo seu desenvolvimento integral 
e suas relações, pois, segundo Quadros e Cruz (2011), essa privação de lingua-
gem nos primeiros anos de vida deixa sequelas sérias no desenvolvimento da 
linguagem. O sucesso ou fracasso desse processo depende, em grande parte, do 
acesso às informações que os pais/responsáveis têm sobre a língua de sinais e 
sobre a surdez. Essas informações despertam nos pais/responsáveis a consciência 
sobre a necessidade de a criança surda adquirir uma língua de modalidade viso-
-gestual, além de estabelecer comunicação com os filhos, viabilizando, assim, 
um ambiente linguístico adequado (QUADROS; CRUZ, 2011).
Quadros e Cruz (2011) apresentam quatro estágios de aquisição de lin-
guagem das crianças surdas, são eles: estágio pré-linguístico, estágio de um 
sinal, estágio das primeiras cominações e estágio de combinações múltiplas. 
O primeiro estágio ocorre quando as crianças surdas começam a balbuciar. 
É interessante é que o balbucio ocorre tanto com as crianças ouvintes quanto 
com as surdas. Quadros e Cruz (2011) nos relata que o balbucio apresenta: 
[...] partes do sistema fonológico das línguas de sinais. O segundo estágio 
inicia por volta dos 12 meses e se estende até os 24 meses. Nesta fase, a 
criança se refere aos objetos apontando, segurando, olhando e tocando-os. [...] 
as primeiras produções incluem formas chamadas congeladas da produção 
adulta, ou seja, a criança usa uma palavra com um significado mais amplo 
(QUADROS; CRUZ, 2011). 
Após o período de 2 anos, as crianças surdas começam a produzir as primei-
ras cominações de sinais, com o intuito de descrever ações e acontecimentos do 
seu cotidiano. Quadros e Cruz (2011) apontam que, nesse estágio, as crianças 
surdas usam, de forma inconsistente, o sistema pronominal e a ordem verbo-
3Noções de Libras
-objeto em sua sinalização. Esse estágio dura aproximadamente até o 30º mês 
de vida. O quarto estágio é o das múltiplas combinações. Nesse período, há 
uma “explosão de vocabulário”, e as crianças iniciam o processo de produção 
de frases curtas e sentenças (QUADROS; CRUZ, 2011). É importante que a 
criança surda esteja em um ambiente linguístico adequado para que possa ter 
condições naturais de aquisição de linguagem e desenvolvimento integral. 
Recepção e produção da Libras 
As práticas de produção e recepção da Libras estão relacionadas ao contato com 
seus pares linguísticos, de preferência surdos adultos e sinalizantes. As crianças 
surdas precisam desse referencial para se reconhecerem enquanto surdas e lin-
guisticamente diferentes, a fi m de interagir e modifi car o mundo que as cerca. 
Esses adultos servirão como um modelo a ser seguido linguística e culturalmente.
Tendo explicitado anteriormente que cerca de 95% das crianças surdas são 
filhas de pais ouvintes, a língua de sinais, em grande parte dos lares, não circulará 
com a devida frequência e importância, ou seja, as crianças surdas terão acesso 
tardiamente à Libras, por isso a importância da presença de um adulto surdo.
É importante que os pais ouvintes aprendam a Libras para se comunicarem com 
seus filhos, minimizando, assim, as barreiras comunicativas e informacionais.
Ao atingirem a idade escolar, muitas crianças surdas chegam à escola sem uma 
língua adquirida, pronta e internalizada. O paradigma atual é o de uma escola 
inclusiva, uma escola para todos, uma escola que viva e promova a diversidade; 
uma escola onde essa diferença é valorizada, é estimulada, é trabalhada nos 
currículos e nas relações existentes nesse templo do saber. Contudo, é uma escola 
cuja língua majoritária é a língua portuguesa, uma escola cujo currículo é pensado 
por e para ouvintes, uma escola cujas práticas, métodos e avaliações também são 
pensados por e para ouvintes. E os discentes surdos, onde estariam nesse espaço 
do saber? Por meio de qual língua adquirirá os conhecimentos curriculares e 
manterá as relações estabelecidas? Como estão sendo pensadas as especificidades 
dos discentes surdos na escola para todos?
A Libras nas escolas
No ano de 1996, foi publicada a Lei nº 9.394, que estabelece as Diretrizes e 
Bases da Educação Nacional (BRASIL, 1996). No corpo dessa legislação, 
Noções de Libras4
é facultado ao discente estudar na escola mais próximo da sua residência, 
além de adaptações curriculares e atendimento educacional especializado, 
quando necessário. Uma refl exão: sabendo que a criança surda precisa 
estar em contato com seus pares linguísticos, quem garante que na “escola 
próximo da sua residência” haverá outras crianças surdas regularmente 
matriculadas?
No ano de 2002, a língua brasileira de sinais (Libras) é reconhecida como 
meio de comunicação e expressão da comunidade de surdos do Brasil por meio 
da publicação da Lei nº 10.436, também conhecida como Lei de Libras (BRA-
SIL, 2002). Na constituição dessa legislação, a Libras passa a ser disciplina 
obrigatória nos cursos de formação de professores (licenciaturas e magistério) 
e fonoaudiólogos, além de optativa nos demais cursos de graduação. É pro-
vável que a Libras ainda não seja uma disciplina obrigatória nas escolas de 
educação básica de nosso país por ser considerada um meio de comunicação 
de um determinado grupo social,
O Decreto nº 5.626, de 2005, que regulamenta a Lei de Libras, apresenta 
a possibilidade de o ensino para as crianças surdas ser ministrado em Libras 
do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental, além das formações para professores, 
intérpretes, instrutores e outros atores da educação de surdos (BRASIL, 2005). 
Chamo a atenção para o inciso I do art. 22º do referido Decreto: 
[...] escolas e classes de educação bilíngue, abertas a alunos surdos e ouvintes, 
com professores bilíngues, na educação infantil e nos anos iniciais do ensino 
fundamental”. No parágrafo, primeiro define escolas ou classes bilíngues: 
“São denominadas escolas ou classes bilíngues aquela em que a Libras e a 
modalidade escrita da Língua Portuguesa sejam línguas de instrução utili-
zadas no desenvolvimento de todo o processo educativo [...] (BRASIL, 2005, 
documento on-line).
Escola inclusiva ou bilíngue? Instrução em Libras ou em língua por-
tuguesa? Como pensar esse quebra-cabeça da educação de surdos? Uma 
escola bilíngue para surdos não seria uma escola especial? Estaríamos 
regredindo, uma vez que a escola especial data do período do paradigma 
da integração, ou seja, anteriormente à década de 1990? A escola comum 
(inclusiva), em que atualmente os discentes surdos estão matriculados, é 
uma escola cuja língua de instrução é a língua portuguesa, nesse caso, 
não estariam eles (surdos) sendo excluídos de todo o processo educativo? 
Línguas diferentes e com status diferentes se tensionando dentro do mesmo 
espaço. Reflexões.
5Noções de Libras
No site da Editora Arara Azul, disponível no link a seguir, há uma série de materiais 
disponíveis que auxiliam na aquisição de língua e que podem ser utilizados para o 
ensino da Libras em escolas comuns inclusivas.
https://qrgo.page.link/PQuu2
Ora esse sujeito tem o direito de estudar próximo à sua residência, ora 
de estar junto a seus pares, ora ter sua instrução em Libras, ora...., ora..., 
ora.... As legislações vigentes não dialogam entre si e fazem a educação 
desses indivíduos ser um complexo labirinto a ser vencido.A comunidade 
surda (i.e., alunos surdos, professores surdos, professores ouvintes bilíngues 
e intérpretes) defendem um modelo de educação bilíngue tendo a Libras 
como língua de instrução e a língua portuguesa na sua modalidade escrita 
como segunda língua, mas vale ressaltar que esse modelo é adotado em 
escolas de/para surdos e, no Brasil, nem todas as cidades do país possuem 
escolas que trabalham nessa perspectiva.
No processo inclusivo, o ensino da Libras é importantíssimo, uma vez 
que, em grande parte das escolas comuns, o discente surdo é o único falante 
da língua de sinais, não havendo nenhum par linguístico. Esse ensino parte 
do pressuposto de que é por meio da comunicação e da interação com o 
outro que acontece o desenvolvimento intelectual, cognitivo e linguístico, 
além do aprendizado com qualidade. É necessário também que a escola 
incentive e pratique a pedagogia da diferença, de modo que comunidade 
reconheça a diferença linguística e cultural de seus alunos.
Para que os indivíduos surdos alcancem níveis satisfatórios de apren-
dizado, relacionamento e desenvolvimento integral, a escola precisa criar 
estratégias adequadas para o processo de ensino-aprendizagem, buscando 
metodologias e práticas que potencializem o uso de recursos visuais, além 
de avaliações condizentes com as especificidades linguísticas e a criação 
de políticas que valorizem seus artefatos culturais, essenciais para seu 
crescimento.
Noções de Libras6
(In)conclusões
Pensar as questões referentes à surdez e ao ensino da Libras são desafi adoras. 
Procuramos, no decorrer deste capítulo texto, apresentar alguns elementos 
que compõem essa complexidade. Desde os lares até as escolas, há uma série 
de entraves que tencionam as relações entre surdos e ouvintes, por exemplo: 
língua, cultura, identidade(s), entre outros.
As crianças surdas, desde o nascimento até o ingresso nas escolas comuns, 
percorrem caminhos de aquisição de linguagem completamente diferentes, 
levando-se em consideração os ambientes em que cresceram e se desenvol-
veram. Enquanto uma criança surda filha de pais surdos adquire linguagem 
dentro do tempo esperado (concluindo todos os estágios de aquisição no período 
estabelecido), as crianças surdas filhas de pais ouvintes, em sua maioria, têm 
essa aquisição tardia, uma vez que os pais podem não ter contato com a Libras, 
comprometendo etapas de seu desenvolvimento.
Acesse, por meio do link a seguir, a biblioteca do curso de Letras Libras da Universidade 
Federal de Santa Catarina (UFSC), e, na unidade Libras VI, você encontrará um bom 
texto sobre “Aquisição de Linguagem por crianças surdas”.
https://qrgo.page.link/XdMjj
Na área educacional, percebe-se que, atualmente, os surdos encontram-se 
em conflito com a política de inclusão, uma vez que não são atendidos pela 
pedagogia da diferença e não têm suas questões linguísticas e culturais aten-
didas nos espaços do saber. A inclusão ainda não os percebe como sujeitos que 
demandam práticas escolares diferenciadas, e muito menos os enxerga como 
indivíduos cultural e linguisticamente diferentes. Há uma violência simbólica 
no processo educacional quando, por exemplo, há a imposição de uma língua 
(língua portuguesa) sobre outra (língua brasileira de sinais).
7Noções de Libras
A escola precisa repensar suas práticas, métodos, currículos e avaliações 
para que contemplem as especificidades dos discentes surdos, além de incen-
tivar o uso da Libras em seus espaços e entre seus atores. Assim, um espaço 
que oferece possibilidades linguísticas para os surdos pode proporcionar um 
melhor aprendizado e gerar um sentimento de pertencimento. 
Leia o artigo “As políticas educacionais e a educação de surdos”, que aponta questões 
sobre as políticas nacionais vigentes e a educação de surdos inclusiva, disponível no 
link a seguir:
https://qrgo.page.link/ytVpU
BRASIL. Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005. Regulamenta a Lei 10.436, de 24 
de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras, e o art. 18 da 
Lei nº 10.098 de 19 de dezembro de 2000. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_ato2004-2006/2005/decreto/d5626.htm. Acesso em: 13 jul. 2019.
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da edu-
cação nacional. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. 
Acesso em: 13 jul. 2019.
BRASIL. Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – 
Libras e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
leis/2002/l10436.htm. Acesso em: 13 jul. 2019.
QUADROS, R. M.; CRUZ, C. R. Língua de sinais: instrumentos de avaliação. Porto Alegre: 
Artmed, 2011.
STROBEL, K. As imagens do outro sobre a cultura surda. 2. ed. Florianópolis: UFSC, 2009.
SKLIAR, C. Abordagens socioantropológicas em educação especial. In: SKLIAR, C. (org.). 
Educação e exclusão. Porto Alegre: Mediação, 1997.
Noções de Libras8
Leituras recomendadas
ALBRES, N. A. Surdos e inclusão educacional. Petrópolis: Arara Azul, 2010.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm. Acesso em: 13 jul. 2019;
BRASIL. Lei nº 13.146 de 06 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa 
com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Disponível em: http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm. Acesso em: 13 jul. 2019.
BRASIL. Ministério da Saúde. Política nacional de educação especial na perspectiva da 
educação inclusiva. Brasília: MEC, 2008. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/in-
dex.php?option=com_docman&view=download&alias=16690-politica-nacional-de-
-educacao-especial-na-perspectiva-da-educacao-inclusiva-05122014&Itemid=30192. 
Acesso em: 13 jul. 2019.
PERLIN, G. Identidades surdas. In: SKLIAR, C. (org.). A surdez: um olhar sobre as diferenças. 
Porto Alegre: Mediação, 2010.
ZILOTTO, G. S.; GISI, M. L. As políticas educacionais e a educação de surdos. In: CON-
GRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, 13., 2017, Curitiba. Anais [...]. Curitiba: FIOCRUZ, 
2017. Disponível em: https://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2017/23461_11761.pdf. 
Acesso em: 13 jul. 2019.
9Noções de Libras
DICA DO PROFESSOR
Assim como qualquer criança ouvinte, a criança com surdez passará pelas fases de aquisição da 
linguagem: pré-linguístico, estágio de uma palavra, estágio das primeiras combinações e estágio 
das múltiplas combinações. Cabe ao adulto reconhecer o momento em que a criança está e assim 
buscar recursos e ferramentas que possam contribuir nesse processo.
O professor precisa conhecer propostas e metodologias para estimular seu aluno nos diferentes 
estágios de desenvolvimento da linguagem, mas para isso é necessário conhecê-las. 
Assista ao vídeo da Dica do Professor e você poderá se informar sobre cada um desses estágios. 
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
EXERCÍCIOS
1) No prefácio do livro Língua de Sinais: instrumentos de avaliação (QUADROS & 
CRUZ, 2011), Maria Cristina Pereira aponta que “estudos sobre crianças surdas 
filhas de surdos demonstravam que elas apresentavam desenvolvimento linguístico, 
cognitivo e acadêmico comparável ao de crianças ouvintes, o que evidenciou a 
importância de os surdos serem expostos à língua de sinais o mais cedo possível”.
Baseado nisso, qual afirmativa está correta?
A) Pesquisas como essa e as reivindicações dos movimentos surdos por direito de usarem a 
língua oral, majoritária em seu país, foram importantes no processo de aquisição de língua 
pelas crianças surdas.
B) Pesquisas como essa e as reivindicações dos movimentos surdos por direito de usarem a 
língua de sinais, foram importantes para a aprovação das leis n.o 10.098/2000 e 
10.436/2002, bem como do Decreto n.o 5.626/2005.
C) Pesquisas como essa e as reivindicações dos movimentos surdos por direito de usarem a 
língua de sinais, não tiveramimpacto na aprovação das leis n.o 10.098/2000 e 10.436/2002 
e do Decreto n.o 5.626/2005.
D) Pesquisas como essa são suficientes para a aprovação da Lei n.o 10.436/2002 e do Decreto 
n.o 5.626/2005, uma vez que política e movimentos sociais são questões distintas.
E) Pesquisas como essa e as reivindicações dos movimentos surdos foram feitas para garantir 
o direito de usarem a língua portuguesa como língua de instrução em seu processo de 
aprendizagem.
2) Atualmente, a escola vivencia o paradigma da inclusão, ou seja, da igualdade de 
acesso e de permanência de todos os alunos regularmente matriculados. Sendo um 
espaço que acolhe a todos, como ela pode se preparar para receber um aluno surdo?
A) São necessárias adaptações do currículo, dos espaços físicos e dos materiais, além das 
mudanças de estratégias, práticas e metodologias, com intuito de tornar a participação dos 
discentes surdos possível.
B) Não se faz necessário adaptar currículos e nem o espaço físico, mas sim, os materiais. É 
importante repensar estratégias e práticas de ensino, bem como metodologias que busquem 
a visualidade e oralidade.
C) O ingresso dos discentes surdos exige da escola uma mudança de perspectiva, ou seja, 
deve contratar um intérprete de Libras, que se torne professor desse aluno. Não é 
necessário realizar nenhuma adaptação na estrutura escolar.
D) O tradutor intérprete de Libras é o responsável pelo processo de ensino do aluno surdo e é 
o profissional que realiza as mudanças na escola.
A escola será adaptada, a fim de receber esse aluno surdo. Essas adaptações serão 
realizadas nos seguintes quesitos: obras estruturais, horário de funcionamento e 
E) 
atendimento especializado.
3) “Todos os estudos mencionados sobre a aquisição da língua de sinais por crianças 
surdas concluíram que esse processo ocorre em período análogo à aquisição de 
crianças ouvintes” (QUADROS, 2008).
Na aquisição de linguagem em crianças surdas, destacam-se quatro períodos 
(estágios). Quais são eles?
A) Período pós-linguístico; estágio de um sinal; estágio das primeiras combinações e estágio 
das múltiplas combinações.
B) Período pré-linguístico; estágio de dois sinais; estágio das primeiras combinações e estágio 
das múltiplas combinações frasais.
C) Período pré-linguístico; estágio de um sinal; estágio das primeiras combinações e estágio 
das múltiplas combinações.
D) Período de um sinal; estágio de dois sinais; estágio pós-linguístico e estágio das múltiplas 
combinações.
E) Período pré e pós-linguístico; estágio de um sinal; estágio das primeiras frases e estágio 
das múltiplas combinações sinalizadas.
4) A educação inclusiva é uma realidade nacional e os discentes surdos fazem parte 
disso. Trata-se de línguas diferentes dentro do mesmo espaço pedagógico, cuja 
importância é determinada pela quantidade de falantes/usuários. É sabido que, para 
a inclusão dos surdos, é necessária uma série de adaptações e mudanças de atitude 
por parte da comunidade escolar.
Em relação ao ensino da Libras nesse espaço, marque a alternativa correta.
A) A Libras é o meio de comunicação e expressão da comunidade surda brasileira.
B) A Libras é o meio de comunicação e expressão da comunidade surda internacional.
C) O aprendizado da Libras é obrigatório nos cursos de bacharelado.
D) Não há necessidade da disciplina de Libras nos cursos de licenciatura e fonoaudiologia.
E) A Libras é a língua de instrução nas escolas comuns inclusivas.
5) Carlos Skliar (2010) aponta que a “falta de compreensão e de produção dos 
significados da língua oral, o analfabetismo massivo, a mínima proporção de surdos 
que têm acesso ao ensino superior, a falta de qualificação profissional para o 
trabalho, etc.” são motivos para justificar o fracasso escolar dos surdos.
Dentre as alternativas abaixo, aponte aquela que corrobora com essa reflexão.
A) A escola inclusiva está preparada para atender às demandas educacionais e de formação do 
sujeito surdo.
B) A escola inclusiva trabalha numa perspectiva visual, a fim de aproveitar toda a visualidade 
do sujeito surdo.
C) A escola inclusiva trabalha com métodos, estratégias, práticas e avaliações pensadas por e 
para ouvintes.
D) A escola inclusiva trabalha com estratégias, métodos, avaliações e práticas pensadas para a 
diversidade existente entre surdos e ouvintes.
E) A escola inclusiva trabalha numa perspectiva bilíngue de educação, tendo a Libras como 
primeira língua e o Português, na modalidade escrita, como segunda língua.
NA PRÁTICA
O uso e difusão da língua de sinais não precisa ser apenas uma prática de salas de aula ou 
escolas que tenham alunos com surdez, todo e qualquer aluno deveria ser colocado em contato 
com a língua para que se algum momento precisasse já a conhecesse. Ter apenas um ou dois 
professores que saibam e usem a libras limita a circulação e aprendizagem do sujeito com 
surdez.
No vídeo do Na Prática é apresentada uma sugestão de trabalho a ser realizada na e com a escola 
que tenha alunos com surdez, como organizar e proporcionar momentos de aprendizagens a 
todos que estejam envolvidos nesse processo.
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SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Língua de Sinais: instrumento de avaliação
O livro trata da apresentação de um instrumento de avaliação de linguagem para surdos, com 
intuito de suprir uma demanda existente na área. Este material pode ser utilizado por 
profissionais que se ocupam de estudar as questões referentes à compreensão e expressão da 
linguagem, além de fonoaudiólogos. O instrumento de avaliação é um importante recurso para 
acompanhar a aquisição da linguagem, na língua de sinais, em diversos contextos.
A importância do ensino da Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS
O processo de aquisição da linguagem, por crianças surdas, é análogo ao das crianças 
ouvintes; porém, na maioria dos lares, a criança surda não tem contato, desde o nascimento, com 
a língua de sinais. Existe uma quantidade significativa de crianças surdas com atraso na 
aquisição e desenvolvimento da língua. Isso desencadeia uma série de fatores que prejudicam 
seu desenvolvimento linguístico, cultural, social e cognitivo. Nesta Dica do Professor, você terá 
a oportunidade de refletir sobre a importância do acesso da criança surda, desde o nascimento, à 
sua língua materna e o quanto a escola tem um papel fundamental na aquisição da Libras.
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Seu nome é Jonas
O filme retrata a história de um menino surdo internado com diagnóstico de deficiência mental 
por erro médico. Jonas foi retirado do hospital quando tinha, aproximadamente, três anos de 
idade e, a partir de então, a mãe do menino peregrina por diversas instituições e experimenta 
uma série de técnicas para reparar o déficit auditivo do filho. Durante a trama, diversos desafios 
familiares são apresentados, além da luta da mãe em buscar a melhor filosofia para educar seu 
filho. A história tem uma reviravolta quando as personagens principais conhecem a Língua de 
Sinais Americana (ASL). Apesar de ser da década de 1970, o filme pode ser considerado bem 
atual.
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Centro de Educação para Surdos Rio Branco
O Centro de Educação para Surdos (CES) Rio Branco é localizado em São Paulo (SP) e atende 
crianças e jovens surdos. Com uma proposta de educação bilíngue e bicultural, o CES consegue 
potencializar as especificidades dos educandos surdos, conta com uma equipe com profissionais 
bilíngues e biculturais, além de promover a língua, a cultura e a identidade surda.
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