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Modelos Assistenciais em Saúde
Modelo Sanitarismo Campanhista - caracterizado por ações centralizadas e verticalizadas.
Modelo Médico-assistencial privatista
No Brasil, durante o Período Colonial, os problemas de saúde e de higiene ficavam sob a responsabilidade dos
moradores das localidades.
A assistência à população pobre e indigente -> Santas Casas de Misericórdia.
Resto da população (quem tinha mais dinheiro) -> médicos, cirurgiões, curandeiros, empíricos, etc.
Predominavam as doenças pestilenciais -> Varíola, febre amarela, malária e tuberculose, associadas a uma precária
organização dos serviços de saúde, juntamente com a incapacidade de lidar e controlar as altas taxas de mortalidade
e morbidades da população.
Na República Velha, a agroexportação cafeeira necessitava de trabalhadores saudáveis e com alta capacidade
produtiva, nesse contexto, a saúde ocupou um papel relevante, visto que a saúde dos trabalhadores era importante e
interferia na produtividade no trabalho. 
O país ainda não tinha um modelo assistencial que cuidasse dos problemas de saúde dos trabalhadores, então foram
criadas as CAPS (Caixas de Aposentadorias e Pensões), mas não funcionava por causa da corrupção e dos roubos.
Houve a criação dos IAPS (Institutos de Aposentadorias e Pensões).
Os trabalhadores eram divididos agora por organizações de categorias profissionais.
A assistência médica era prestada por médicos em prática privada e pelas Santas Casas de Misericórdia.
Devido à industrialização acelerada, havia o deslocamento do polo econômico para os centros urbanos (êxodo rural),
com isso, existia a necessidade de recuperar os trabalhadores e a sua saúde para manter a sua capacidade produtiva.
O governo criou o PPA (Plano de Pronta Ação), que baseava-se na contratação de hospitais privados para tratar os
trabalhadores, através do financiamento estatal, por meio da Previdência Social, na prestação de serviços pelo setor
assistencial privado nacional, principalmente por meio de serviços hospitalares, e pela indústria internacional como
grande produtora de insumos, equipamentos e medicamentos. 
Esse modelo não contempla o conjunto de necessidades sociais de saúde, pois se volta apenas para a demanda
espontânea.
Movimento da Reforma Sanitária 
Propostas de reformas na saúde que evoluiu para um projeto de sistema de saúde.
O princípio da proposta era "saúde: direito de todos e dever do Estado", envolvendo a universalização, integração,
equidade, descentralização e participação comunitária efetiva.
A reforma sanitária é um projeto social, articulado a uma estratégia global para a sociedade, tendo em vista a
ampliação dos direitos de cidadania às camadas sociais marginalizadas no processo histórico de acumulação do
capital.
 Ao longo do processo de implantação do SUS, nos anos 1990, foram sendo construídas várias propostas de modelos
consonantes com o Projeto de Reforma Sanitária Brasileira, tais como o modelo Em Defesa da Vida, a Ação
Programática ou Programação em Saúde, a versão brasileira de Sistemas Locais de Saúde (SILOS) e o modelo de
Cidades Saudáveis. 
Modelo "Em defesa da vida"
 A organização das instituições de saúde em virtude dos direitos do cidadão aos serviços e a uma melhor
qualidade de vida.
 A relação instituição/usuário deveria promover o controle social, uma gestão democrática de serviços e a
humanização das relações entre usuário e trabalhadores de saúde, além de ampliar a consciência sanitária da
população em geral.
A organização do sistema de saúde deveria dar conta das relações entre diversos tipos de prestadores de
serviços (públicos e privados) e contar com gerentes locais e regionais como base fundamental de articulação.
A humanização era vista como a garantia de acesso ao serviço e a todos os recursos tecnológicos necessários
para defesa da vida, de maneira imediata, à informação individual e coletiva e à equidade no atendimento a todos
os cidadãos. 
A proposta nasceu em Campinas, organizada por um grupo de profissionais engajados no movimento da Reforma
sanitária com atuação no Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (CEBES).
Esse grupo também vinculado com a Unicamp, criou o Laboratório de Planejamento e Administração em Saúde
(LAPA).
O modelo Em defesa da Vida fundamenta-se nos seguintes princípios: gestão democrática, saúde como direito de
cidadania e serviço público de saúde voltado para a defesa da vida individual e coletiva.
A forma considerada para o desenvolvimento desses princípios seria:
Quanto à consciência sanitária, o profissional de saúde deve contribuir para sua “elevação” nos indivíduos e
grupos como direito e defesa da vida.
Ações programáticas em Saúde
 Atividades eventuais conforme a demanda espontânea de quem procurasse o serviço ou atividades de rotina
para demanda organizada. 
Programas definidos por ciclos de vida, por doenças especiais ou por importância sanitária.
 Definição das finalidades e objetivos gerais assentados em categorias coletivas.
Hierarquização interna de atividades.
Articulação das atividades por equipes multiprofissionais.
Padronização de fluxogramas de atividades e de condutas terapêuticas principais.
Sistema de informação que permitisse avaliação na própria unidade.
Gerência da unidade básica realizada por médicos sanitaristas.
Regionalização e hierarquização dos serviços de saúde.
Elaborada por professores do Departamento de Medicina Preventiva da USP, partindo da identificação das
necessidades de saúde da população que demanda serviços das unidades básicas de saúde, defende-se o uso da
programação (planejamento) como instrumento de organização e mudança dos processos de trabalho em saúde. 
 A organização dos processos de trabalho ocorreria por meio de:
Sistemas Locais de Saúde (SILOS)
O enfoque por problemas pressupõe a interdisciplinaridade, ou seja, a interposição de disciplinas do
conhecimento, buscando-se integração conceitual e metodológica entre elas. Procura não fragmentar o
conhecimento nas especialidades envolvidas, que pode impedir uma visão complexa dos problemas.
O planejamento local das ações baseia-se na análise da situação de saúde e na definição da situação desejada.
Modelo que mais superou o modelo assistencial médico-privatista, difundida principalmente no Ceará e na Bahia.
A proposta de SILOS caracterizou-se por formulações-chave, como território e problema.
Modelo "Cidades Saudáveis"
 A saúde como qualidade de vida: visa superar a visão polarizada da medicina sobre a saúde, contemplando as
condições de vida e as relações sociais no espaço urbano. A saúde é vista como respeito à vida e defesa do
ecossistema. 
Política pública que promova a saúde: a promoção da saúde será realizada por políticas públicas articuladas e
favoráveis à saúde, como instauração de um meio ambiente propício.
Reforço à participação da comunidade: entendida como capacidade da sociedade de organizar e influir nas
decisões das políticas públicas nos âmbitos local, regional e nacional.
Desenvolvimento da autorresponsabilidade: cada cidadão tem um papel importante na promoção da saúde, seja
individualmente, cuidando de seu bem-estar, seja coletivamente, participando das discussões políticas.
Reorientação dos serviços de saúde: são seguidas as recomendações dos SILOS.
Intersetorialidade como estratégia principal: a proposta de Cidades Saudáveis enfatiza a intersetorialidade
(articulação entre sujeitos de setores diversos, com diferentes saberes e poderes com vistas a enfrentar
problemas complexos) como principal estratégia de articulação política e operacional na promoção de saúde. 
O movimento pela “saúde das cidades” não é novo e estabelece relação com o processo conduzido por Edwin
Chadwick no século XIX na Inglaterra, quando ele produziu o primeiro relatório da Comissão da Saúde das Cidades, o
qual apontou as péssimas condições a que estava submetida a população: alta densidade demográfica, pobreza,
crime, insalubridade e alta mortalidade, apresentando medidas de melhoria.
O movimento Cidades Saudáveis tem as seguintes diretrizes:
Modelo de Vigilânciada Saúde
intervenção sobre problemas de saúde que exigem atenção e acompanhamento contínuos;
 adoção do conceito de risco;
articulação entre ações promocionais, preventivas, curativas e reabilitadoras.
O modelo da Vigilância da Saúde surge da necessidade de inversão do modelo assistencial hegemônico com ênfase
na redefinição das práticas de saúde e na busca da efetivação da diretriz da integralidade no SUS.
Trata-se de um modo tecnológico de intervenção em saúde que contempla problemas (riscos e danos),
necessidades (carências, projetos e ideais) e determinantes de saúde.
 Esse modelo tem como principais características:
atuação intersetorial;
ação sobre o território;
intervenção sob as formas de operações;
O Modelo de Vigilância da Saúde incorpora e supera os modelos vigentes, implica redefinição do objeto, dos meios
de trabalho, das atividades, das relações técnicas e sociais, bem como das organizações de saúde e da cultura
sanitária.

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