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Direitos Humanos - Capítulos 1 ao 10

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Prévia do material em texto

DELEGADO DE 
POLÍCIA CIVIL
Direitos Humanos
Capítulos 1 ao 10
DELEGADO DE 
POLÍCIA CIVIL
Direitos Humanos
Capítulo 1
 
 
Olá, aluno! 
Bem-vindo ao estudo para os concursos de Delegado de Polícia Civil. Preparamos todo esse 
material para você não só com muito carinho, mas também com muita métrica e 
especificidade, garantindo que você terá em mãos um conteúdo direcionado e distribuído de 
forma inteligente. 
Para isso, estamos constantemente analisando o histórico de provas anteriores com fins de 
entender como cada Banca e cada Carreira costuma cobrar os assuntos do edital. Afinal, 
queremos que sua atenção esteja focada nos assuntos que lhe trarão maior aproveitamento, 
pois o tempo é escasso e o cronograma é extenso. Conte conosco para otimizar seu estudo 
sempre! 
Ademais, estamos constantemente perseguindo melhorias para trazer um conteúdo completo 
que facilite a sua vida e potencialize seu aprendizado. Com isso em mente, a estrutura do 
PDF Ad Verum foi feita em capítulos, de modo que você possa consultar especificamente os 
assuntos que estiver estudando no dia ou na semana. Ao final de cada capítulo você tem a 
oportunidade de revisar, praticar, identificar erros e aprofundar o assunto com a leitura de 
jurisprudência selecionada. 
E mesmo você gostando muito de tudo isso, acreditamos que o PDF sempre pode ser 
aperfeiçoado! Portanto pedimos gentilmente que, caso tenha quaisquer sugestões ou 
comentários, entre em contato através do e-mail pdf@cers.com.br. Sua opinião vale ouro para 
a gente! 
Racionalizara preparação dos nossos alunos é mais que um objetivo para Ad Verum, trata-se 
de uma obsessão. Sem mais delongas, partiremos agora para o estudo da disciplina. 
Faça bom uso do seu PDF Ad Verum! 
Bons estudos  
 
 
 
 2 
 
 
 
Sumário 
 
 
DIREITOS HUMANOS, Capítulo 1 ........................................................................................................ 4 
 1. Introdução e conceitos iniciais .................................................................................................... 4 
1.1 Direitos humanos, direitos do homem e direitos fundamentais ..................................................... 5 
1.2Características dos Direitos Humanos .................................................................................................... 6 
1.3As três vertentes dos Direitos Humanos ................................................................................................ 7 
1.4Dimensão objetiva e subjetiva dos direitos humanos ........................................................................ 9 
1.5Dignidade humana .................................................................................................................................... 10 
1.6A dupla função da dignidade da pessoa humana .............................................................................. 12 
QUADRO SINÓTICO ............................................................................................................................. 14 
GABARITO .............................................................................................................................................. 21 
LEGISLAÇÃO COMPILADA ................................................................................................................... 25 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................... 26 
 
 
 
Abordaremos os assuntos da disciplina de Direitos Humanosda seguinte forma: 
CAPÍTULOS 
Capítulo 1– Introdução e conceitos iniciais. 
Capítulo 2–Teoria Geral dos Direitos Humanos. 
Capítulo 3–Dimensões/gerações de Direitos Humanos. 
Capítulo 4– A formação e a incorporação dos tratados de Direitos Humanos. 
Capítulo 5– O sistema global de proteção dos Direitos Humanos. 
Capítulo 6–A Organização das Nações Unidas – ONU. 
Capítulo 7–O sistema especial de proteção dos Direitos Humanos. 
Capítulo 8– O sistema europeu de proteção dos Direitos Humanos. 
Capítulo 9– O sistema americano de proteção dos Direitos Humanos. 
Capítulo 10– O sistema brasileiro de proteção dos Direitos Humanos. 
 
 
 
 
 
 
 4 
 
DIREITOS HUMANOS 
Capítulo 1 
1. Introdução e conceitos iniciais 
Atenção!Futuro Delta, Direitos humanos está presente na maioria dos editais, 
portanto, estude com afinco suas características e sua evolução. Foque nas dimensões de 
direito e não se esqueça de estabelecer a sua distinção com os direitos fundamentais. 
Fique ligado na literalidade dos tratados, pois eles são bastante cobrados. 
 Direitos Humanos é o ramo do Direito Internacional Público que tem como 
base a dignidade da pessoa humana, ou seja, o conjunto de direitos inerentes a todo ser 
humano, que o protege de tratamentos degradantes e lhe assegura condições mínimas de 
sobrevivência, independente de raça, cor, credo, opinião política, etc. 
O princípio basilar dos Direitos Humanos é o in dubio pro homine, que se aplica quando 
há dúvida sobre qual direito prevalecerá em determinada situação. Assim, sempre que houver 
conflito entre direitos, prevalecerá o que traz maiores benefícios ao ser humano. 
 Onde não há democracia não há Direitos Humanos e, sendo alcançado algum direito, é 
vedada a sua revogação. A vedação ao retrocesso garante que um direito adquirido apenas 
será ampliado, como forma de melhorar o que está garantido. É o chamado efeito cliquet. 
Importante ressaltar, ainda, que a dignidade da pessoa humana, qualidade intrínseca a 
cada se humano independentemente de sua nacionalidade, cor, raça ou opinião política, é o 
eixo norteador de todos os demais direitos, servindo tanto como unificadora como vetor 
interpretativo da ordem positivada. 
Neste primeiro capítulo abordaremos os principais institutos e conceitos para que, 
adiante, você possa compreender a matéria como um todo, de forma leve e eficaz. 
Vamos juntos e bons estudos! 
 
 
 5 
 
1.1 Direitos humanos, direitos do homem e direitos fundamentais 
Antes de iniciarmos os estudos de forma mais aprofundada, mister se faz distinguirmos as 
três terminologias: direitos do homem, direitos humanos e direitos fundamentais. 
Os direitos do homem são, basicamente, os direitos naturais, biológicos, jusnaturais que 
possuem todos os seres humanos. Eles independem de positivação, pois são natos. Aqui 
temos valores inerentes à dignidade humana. 
A expressão “direitos humanos”, por sua vez, traz-nos a ideia de proteção. São direitos que 
foram conquistados e são universalmente aceitos na ordem internacional. 
Na doutrina, temos que a definição de Antônio Peres Luño1 se amolda perfeitamente ao 
nosso estudo. O estudioso afirma que os direitos humanos são 
Conjunto de faculdades e instituições que, em casa momento histórico, concretizam as 
exigências da dignidade, liberdade e igualdade humanas, as quais devem ser 
reconhecidas positivamente pelos ordenamentos jurídicos em nível nacional e 
internacional. 
Por fim, temos os direitos fundamentais. É importante nos atermos ao fato de que essas 
duas nomenclaturas não se confundem: enquanto “direitos humanos” é, em síntese, a 
terminologia utilizada para indicar o conjunto de direitos do homem protegidos na ordem 
internacional, “direitos fundamentais” é o conjunto de direitos do homem já reconhecidos e 
positivados na ordem interna de cada Estado. 
 
 
 
 
 
1PERES LUÑO, Antônio. Derechos humanos, Estado de Derecho y Constituición. 5 edição. Madrd: Editora Tecnos, 
1195, p. 48. 
 
 
 6 
 
 
Direitos humanos 
Direitos positivados no ordenamento jurídico 
externo 
 
Direitos Fundamentais 
Direitos positivados no ordenamento jurídico 
interno 
 
Direitos do homem 
Direitos pertencentes ao homem por sua própria 
natureza 
 
 
1.2 Características dos Direitos Humanos 
Feita uma breve análise sobre o tema, convém neste momento que analisemos as 
principais característicasdos Direitos Humanos. Sendo assim, temos que a doutrina no geral 
traz as seguintes como as mais importantes: 
 Historicidade:Indica que a concepção de Direitos Humanos decorre das 
condições da sociedade em um determinado momento histórico, de modo que 
varia de acordo com a evolução de cada povo, no tempo e no espaço; 
 Inalienabilidade:Segundo essa característica, os Direitos Humanos são 
indisponíveis, não possuindo conteúdo econômico patrimonial e, assim, não 
podem ser objeto de negociação e/ou comercialização; 
 Imprescritibilidade:De acordo com essa característica, os direitos humanos são 
sempre exigíveis, não se sujeitando à prescrição e, assim, não possuem prazo 
para o seu exercício; 
 Irrenunciabilidade:Dispõe que o indivíduo, apesar de poder não exercer os seus 
direitos caso queira, não pode renunciar a eles; 
 Proibição de retrocesso:A proibição do retrocesso indica que não é possível a 
supressão normativa dos direitos já consagrados através de medidas legislativas. 
É o chamado efeito cliquet. 
 
 7 
 
 
 
1.3 As três vertentes dos Direitos Humanos 
Neste momento, importante abordarmos sobre as três vertentes de proteção internacional 
da pessoa humana. 
Essas três vertentes se deram, basicamente, após as grandes Guerras Mundiais, mais 
especialmente após a Segunda, momento no qual cresceu a preocupação mundial com os 
direitos humanos. 
Durante muito tempo o conceito de Direitos Humanos foi discutido pelos juristas, sendo 
que esta discussão culminou na divisão de sua proteção em três vertentes: o Direito 
Internacional dos Direitos humanos, o Direito Humanitário e o Direito Internacional dos 
Refugiados. 
 Direito Internacional dos Direitos Humanos 
O Direito Internacional dos Direitos Humanos é o mais abrangente deles. Visa, em síntese, 
proteger e promover a dignidade da pessoa humana de forma universal e em todos os 
aspectos: civil, político, social, econômico, cultural, etc. 
 Direito Humanitário 
Historicidade
Inalienabilidade
Imprescritibilidade
Irrenunciabilidade
Proibição ao retrocesso
 
 8 
 
Por sua vez, o Direito Humanitário tem raízes principalmente no pós-Primeira Grande 
Guerra, tendo em vista as crueldades extremas que ali ocorreram. Sendo assim, em 1949 foi 
elaborada a Convenção de Genebra, na qual, de acordo com Ricardo Castilho2 
Segundo a Convenção de Genebra, há três tipos de crime passíveis de serem cometidos 
em tempo de guerra que devem ser proibidos e impedidos. A primeira categoria é a dos 
crimes de guerra, que incluem: assassinato ou maus-tratos de civis, deportação ou 
confinamento (de civis ou militares) para trabalhos forçados, assassinato ou maus-tratos 
de prisioneiros, pilhagem ou saque, destruição de cidade sem necessidade militar e 
assassinato de reféns. A segunda categoria é a dos crimes contra a paz. Os dois 
principais são planejar guerra de agressão ou em violação a tratados internacionais e 
participar de plano comum ou conspiração para promover esses atos. A terceira é a dos 
crimes contra a humanidade: extermínio, escravização e outros atos desumanos antes ou 
durante uma guerra, perseguições por motivos políticos, raciais ou religiosos. 
Podemos concluir, desta maneira, que o Direito Humanitário tem por finalidade estabelecer 
regras para o tratamento da população dos países em conflito, garantindo assim os direitos 
humanos e a dignidade da pessoa humana, limitando a atuação do Estado perante o 
indivíduo. 
 Direito dos Refugiados 
Em terceiro lugar temos o Direito dos Refugiados. Antes de adentrarmos especificamente 
no seu conteúdo, importante fazermos a distinção entre refúgio e asilo. 
Enquanto o asilo é uma medida empregada quando há perseguição política de caráter 
individual, constituindo o exercício do ato político e soberano do Estado (portanto, não sujeito 
aos regramentos internacionais), o refúgio ocorre quando há uma proteção a um grande 
número de pessoas, não revestido de caráter político.O refúgio ocorre, assim, quando a 
proteção é conferida àqueles que estão sofrendo agressões generalizadas (ou, ainda, em casos 
de ocupação ou dominação estrangeira, de fatos que alterem a ordem pública de um país ou 
em caso de violação dos direitos humanos). 
Em síntese, o Direito dos Refugiados protege o ser humano desde a saída de seu território 
até o término da concessão do refúgio. 
 
2CASTILHO, Ricardo. Direitos Humanos – 6 ed. São Paulo: Saraiva, 2018, p. 24. 
 
 9 
 
 
(2013 – CESPE – Policial Rodoviário Federal)3– A aplicação das normas de direito 
internacional humanitário e de direito internacional dos refugiados impossibilita a aplicação 
das normas básicas do direito internacional dos direitos humanos. 
( ) Certo 
( ) Errado 
(2016- FUNCAB - PC-PA - Delegado de Policia Civil - Reaplicação) – Foi considerada correta 
a assertiva – O direito internacional dos direitos humanos não está sujeito ao princípio da 
reciprocidade que domina o direito internacional público. 
 
1.4 Dimensão objetiva e subjetiva dos direitos humanos 
O último ponto que abordaremos neste capítulo inicial no que toca aos direitos humanos 
propriamente ditos é a dimensão dos direitos humanos, que pode ser subdividida em objetiva 
e subjetiva. 
A dimensão subjetiva diz respeito ao fato de os direitos humanos serem proposições 
jurídicas que visam proteger o ser humano como indivíduo, como sujeito. 
 Já a dimensão objetiva aborda a imposição de proteção dos direitos humanos voltada 
para os Estados e a sua necessidade de atuação. Aqui, não falamos da preocupação com o 
 
3GABARITO: ERRADO. 
Gabarito comentado: Consoante já estudado, as três vertentes de proteção internacional da pessoa humana 
(direito internacional dos direitos humanos, direito dos refugiados e direito humanitário) devem coexistir e ser 
interpretados de forma que um complemente o outro, sempre tendo em vista a convergência dos valores e a 
complementaridade dos sistemas, de modo que um nunca excluirá o outro. 
 
 10 
 
sujeito em si, mas da preocupação com a criação de mecanismos que promovam os direitos 
humanos na sociedade como um todo. 
 Em síntese: 
 
 
Dimensão subjetiva 
 
Na dimensão subjetiva, os direitos humanos se 
preocupam com a proteção do sujeito. 
 
Dimensão objetiva 
Na dimensão objetiva, os direitos humanos se 
preocupam com a criação de mecanismos, por 
meio do Estado, para a proteção desses direitos. 
 
 
1.5 Dignidade humana 
A dignidade da pessoa humana é a essência do conceito de Direitos Humanos. Assegurar 
essa dignidade nada mais é do que respeitar a todos de forma igualitária, independentemente 
de raça, cor, gênero ou classe social. 
Ela está prevista no artigo 1º da Constituição Federal, e é um dos cinco fundamentos da 
República Federativa do Brasil. Vejamos: 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e 
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem 
como fundamentos: 
III - a dignidade da pessoa humana; 
 
 11 
 
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o 
transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à 
infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. 
Na seara internacional, que iremos aprofundar melhor nos próximos capítulos, também 
temos diversas previsões e positivações da dignidade da pessoa humana. Vejamos o que diz o 
preâmbulo e o artigo 1o da Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948: 
Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da 
família humana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da 
justiça e da paz no mundo, 
Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos direitos humanos resultaram em 
atos bárbaros que ultrajaram a consciência da Humanidade e que o advento de um 
mundo em que os todos gozemde liberdade de palavra, de crença e da liberdade de 
viverem a salvo do temor e da necessidade foi proclamado como a mais alta aspiração 
do ser humano comum, 
Considerando ser essencial que os direitos humanos sejam protegidos pelo império da 
lei, para que o ser humano não seja compelido, como último recurso, à rebelião contra a 
tirania e a opressão, 
Considerando que os povos das Nações Unidas reafirmaram, na Carta da ONU, sua fé 
nos direitos humanos fundamentais, na dignidade e no valor do ser humano e na 
igualdade de direitos entre homens e mulheres, e que decidiram promover o progresso 
social e melhores condições de vida em uma liberdade mais ampla, 
Considerando que os Estados-Membros se comprometeram a promover, em cooperação 
com as Nações Unidas, o respeito universal aos direitos e liberdades humanas 
fundamentais e a observância desses direitos e liberdades, 
(...) 
Artigo I 
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de 
razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de 
fraternidade. 
O Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos e o Pacto Internacional sobre 
os Direitos Sociais, Econômicos e Culturais também reconhecem em seu preâmbulo, 
identicamente que: 
 PREÂMBULO 
 
 12 
 
Os Estados Partes do presente Pacto, 
Considerando que, em conformidade com os princípios proclamados na Carta das 
Nações Unidas, o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família 
humana e de seus direitos iguais e inalienáveis constitui o fundamento da liberdade, da 
justiça e da paz no mundo, 
Reconhecendo que esses direitos decorrem da dignidade inerente à pessoa humana, 
Reconhecendo que, em conformidade com a Declaração Universal dos Direitos do 
Homem, o ideal do ser humano livre, no gozo das liberdades civis e políticas e liberto 
do temor e da miséria, não pode ser realizado e menos que se criem às condições que 
permitam a cada um gozar de seus direitos civis e políticos, assim como de seus direitos 
econômicos, sociais e culturais, 
 Considerando que a Carta das Nações Unidas impõe aos Estados a obrigação de 
promover o respeito universal e efetivo dos direitos e das liberdades do homem, 
 Compreendendo que o indivíduo, por ter deveres para com seus semelhantes e para 
com a coletividade a que pertence, tem a obrigação de lutar pela promoção e 
observância dos direitos reconhecidos no presente Pacto, 
 (...) 
Dada a sua extensa previsão nos diplomas legais, internos e externos, podemos notar a 
importância da dignidade da pessoa humana, epicentro e eixo norteador de todo o nosso 
estudo. A seguir, portanto, trataremos de mais um ponto importantíssimo no que toca a esse 
tema: a sua dupla função. 
1.6 A dupla função da dignidade da pessoa humana 
Por fim, analisaremos brevemente a dupla função da dignidade da pessoa humana, que 
também pode cair na sua prova. 
As suas duas funções ou aspectos são, respectivamente, a unificadora e a hermenêutica. 
 Função unificadora 
Em síntese, a função unificadora da dignidade da pessoa humana diz respeito ao fato de 
que ela unifica toda a ordem jurídica, justamente por ser o seu eixo axiológico. 
Portanto, se é um eixo axiológico, ela é um eixo de valores que une toda a ordem jurídica, 
que nela deve se basear. 
 
 13 
 
 Função hermenêutica 
A sua segunda função, qual seja a hermenêutica, traz a ideia de que a dignidade da 
pessoa humana se traduz em um viés interpretativo para toda a compreensão e aplicação do 
direito positivado, inspirando e limitando. 
 
 14 
 
QUADRO SINÓTICO 
1. Introdução e conceitos iniciais 
Direitos Humanos 
Direitos positivados no ordenamento jurídico 
externo 
Direitos Fundamentais 
Direitos positivados no ordenamento jurídico 
interno 
Direitos do Homem 
Direitos pertencentes ao homem por sua 
própria natureza 
Características dos Direitos Humanos 
Historicidade 
Os Direitos Humanos decorrem da evolução 
do povo no tempo e no espaço 
Inalienabilidade 
Os Direitos Humanos são indisponíveis, não 
podendo ser objeto de comercialização. 
Imprescritibilidade 
Os Direitos Humanos não se sujeitam à 
prescrição. 
Irrenunciabilidade 
 
Os Direitos Humanos não podem ser 
renunciados. 
Proibição ao retrocesso 
Não é possível a supressão normativa de 
direitos já consagrados. 
 
 
Direito Internacional dos Direitos Humanos 
Direito Humanitário 
Finalidade: estabelecer regras para o 
tratamento da população dos países em 
conflito 
Direito dos Refugiados 
Finalidade: proteger o ser humano desde a 
saída de seu território até o término da 
concessão do refúgio 
Direito Internacional dos Direitos 
Humanos 
Finalidade: promover a dignidade da pessoa 
humana de forma universal 
 
 15 
 
Dimensões dos Direitos Humanos 
Objetiva 
É a imposição de proteção dos Direitos 
Humanos aos Estados, que devem atuar. 
Subjetiva 
Diz respeito ao fato de os direitos humanos 
serem proposições jurídicas que visam 
proteger o sujeito. 
 
 
 
 16 
 
 
QUESTÕES COMENTADAS 
Questão 1 
(VUNESP - 2018 - PC-SP - Delegado de Polícia):Assinale a alternativa correta a respeito das 
características dos direitos humanos. 
A) O Princípio da ilimitabilidade garante que o Estado e a sociedade não podem limitar a 
fruição dos direitos humanos já conquistados, com o objetivo de disciplinar situações 
excepcionais que venham a reduzir o alcance desses direitos. 
B) O Princípio da divisibilidade propõe que os direitos humanos devem obedecer a uma 
classificação retórica, que divide e categoriza os vários grupos de direitos inerentes ao 
homem e à sociedade, para que sejam melhor usufruídos pelos seus destinatários. 
C) O Princípio da essencialidade reza que os direitos humanos devem ser vistos como 
aquela categoria de direitos inerentes à sociedade em determinada época histórica, 
podendo ser divididos em essenciais, que devem gozar de livre fruição, e os não 
essenciais, que ainda demandam reivindicações a serem conquistadas ao longo do 
tempo. 
D) O Princípio da inalterabilidade estabelece que os direitos humanos não sofrem 
alterações com o decurso do tempo, pois têm caráter eterno, não se ganham nem se 
perdem com o tempo, são anteriores, concomitantes e posteriores aos indivíduos. 
E) O Princípio da interrelacionariedade dispõe que os direitos humanos e os sistemas de 
proteção se inter-relacionam, permitindo às pessoas escolher entre os mecanismos de 
proteção global ou regional, pois não há hierarquia entre eles. 
 
Comentário: 
a) Uma das características dos direitos humanos é a RELATIVIDADE OU LIMITABILIDADE, ou 
seja, os direitos humanos não são absolutos e ilimitáveis - TODOS são RELATIVOS, isso porque 
na análise do caso concreto haverá um sopesamento, sendo que um direito prevalecerá ao 
outro - Errada 
b) Os Direitos Humanos são INDIVISÍVEIS- Errada 
 
 17 
 
C) O princípio da essencialidade dispõe que os direitos humanos são fundamentais a vida em 
sociedade, não existe direitos humanos não essenciais, a característica da essencialidade 
pertence a todos os direitos humanos - Errada 
d) Os direitos humanos não podem retroceder, mas isso não significa que não podem ser 
modificados, podem ser ampliados, sempre é possível o reconhecimento de novos direitos 
humanos- Errada 
e) Correta - Em caso de conflito entre os sistemas será decidido pelo que for mais benéfico a 
pessoa. 
 
Questão 2 
 
(VUNESP - 2018 - PC-SP - Delegado de Polícia):Esse documento histórico de remota 
conquista dos direitos humanos foi editado com o escopo de assegurar a Supremacia do 
Parlamento sobre a vontade do Rei, controlando e reduzindo os abusos cometidos pela 
nobreza em relação aos seus súditos, em especial declarando, dentre outras conquistas, o 
direito de petição, eleições livres e a proibição de fianças exorbitantes e de penas severas: 
A) Petition of Rights, de 1628. 
B) Habeas Corpus Act,de 1679. 
C) The Bill of Rights, de 1689. 
D) Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789. 
E) Magna Carta, de 1215. 
 
 
Comentário: 
Correta – C - O Bill of Rights (Lista de Direitos) foi uma carta de direitos, criada e aprovada 
pelo Parlamento da Inglaterra em 1689. Ele foi um importante avanço democrático na 
Inglaterra, em pleno século XVII, como também na questão dos direitos individuais. 
 
 
 
 18 
 
Questão 3 
(VUNESP - 2018 - PC-SP - Delegado de Polícia):No tocante à temática dos direitos humanos, 
considerando seu surgimento e sua evolução histórica, assinale a alternativa que contempla 
correta e cronologicamente seus marcos históricos fundamentais. 
 
A) O iluminismo, o constitucionalismo e o socialismo. 
B) O cristianismo, o socialismo e o constitucionalismo. 
C) A Magna Carta, a Constituição Alemã de Weimar e a Declaração de Independência dos 
Estados Unidos da América. 
D) A Magna Carta, a queda da Bastilha na França e a criação da Organização das Nações 
Unidas. 
E) O iluminismo, a Revolução Francesa e o fim da Segunda Guerra Mundial. 
 
 
Comentário: 
Correta – E - Os Três marcos históricos Para os direitos Humanos: 
1) ILUMINISMO, Os defensores desse movimento acreditavam que pensamento racional 
deveria sobrepor as crenças religiosas e misticismos. principais filósofos: Rousseau, 
Montesquieu e Immanuel Kant; 
2) Revolução Francesa, reação a monarquia absolutista, um dos movimentos mais importantes 
da história, onde surgiu a DECLARAÇÃO DE DIREITOS DO HOMEM e do CIDADÃO; 
3) PÓS SEGUNDA GUERRA, que foi criada pela ONU, em busca de promover a paz entre as 
ações e evitar as guerras. A ONU proclamou em 1948 a Declaração universal dos Direitos 
Humanos. 
 
 
 
 19 
 
 
Questão 4 
(FUMARC - 2018 - PC-MG - Delegado de Polícia Substituto):A Constituição da República de 
1988 cuidou expressamente dos direitos humanos, enumerando-os no Título que trata dos 
direitos e garantias fundamentais. Existem, entretanto, outros direitos humanos não 
enumerados no texto, mas cuja proteção a própria Constituição assegura, PORQUE: 
A) Decorrem do regime e dos princípios adotados pela própria Constituição. 
B) O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional. 
C) São criados pelo Poder Judiciário, após o trânsito em julgado das decisões. 
D) Surgem de necessidades que não foram previstas pelo legislador constituinte. 
 
Comentário: 
Correta – A – Conforme o art 5º: § 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não 
excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados 
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. 
 
Questão 5 
(FUMARC - 2018 - PC-MG - Delegado de Polícia Substituto):A formação do Estado 
Moderno está intimamente relacionada à intolerância religiosa, cultural, à negação da 
diversidade fora de determinados padrões e de determinados limites. Como a proteção dos 
direitos humanos está diretamente relacionada à atuação do poder dos Estados na ordem 
interna ou internacional, podemos concluir que: 
I. Ao lado do ideário iluminista da formação política do Estado, o discurso judaico-cristão criou 
o pano de fundo para controlar as esferas da vida das pessoas no campo jurídico. II. A 
uniformização de valores, normalmente estandardizados, como a democracia representativa, a 
ética e a moral, irá refletir nos fundamentos do direito moderno. III. O sistema jurídico e 
político europeu é o modelo civilizatório ideal e universal, visto ter surgido da falência do 
sistema feudal, que era descentralizado, multiético e multilinguístico. IV. O mundo uniforme e 
global de hoje insere-se no contexto de afirmação do Estado nacional que está condicionado, 
 
 20 
 
em sua existência, à intolerância com o diferente. 
Estão CORRETAS apenas as assertivas: 
A) I, II e III. 
B) I, II e IV. 
C) I, III e IV. 
D) II, III e IV. 
 
Comentário: 
Correta –B : 
A assertiva I está correta. Ao lado do ideário iluminista, racional, científico, a formação política 
do Estado, quer dizer, da formação do Estado com base no poder, o discurso judaico-cristão 
criou o pano de fundo para controlar as esferas da vida das pessoas no campo jurídico. Como 
sabemos, os três pilares da sociedade ocidental são o Direito Romano, a filosofia grega e a 
religião judaico-cristã. 
 A assertiva II também está correta. Com a formação do Estado Moderno e a disseminação 
desse modelo, houve uma padronização de determinados conceitos como o de democracia 
representativa, o de ética e o de moral. A uniformização de valores, portanto, é uma realidade, 
e ela se reflete no direito moderno. 
A assertiva III, por outro lado, está incorreta. A assertiva começa mal, afirmando que o 
“modelo civilizatório europeu” é ideal e universal. Isso não é politicamente correto de se 
afirmar e, portanto, para fins de concurso, está incorreto. 
 A assertiva IV, por fim, está correta. Essa é uma alternativa difícil de marcar, porque parece 
errada, contudo, ela envolve a ideia de relativismo e universalismo cultural. O trecho “O 
mundo uniforme e global de hoje insere-se no contexto de afirmação do Estado nacional” se 
refere à expansão desse modelo de Estado criado na Europa e à soberania. De fato, o modelo 
de Estado se expandiu por todo o mundo e o que temos hoje é a consolidação desse modelo 
como o dominante. E a segunda parte da assertiva fala que ele está “condicionado, em sua 
existência, à intolerância com o indiferente”, o que também pode ser defendido com base na 
ideia de “nacional”. Como sabemos, mais do que povo, mais do que população, nação traz 
uma ideia de identidade histórica e de sentimento de grupo, vemos isso no relativismo 
cultural. 
 
 21 
 
 
GABARITO 
 
Questão 1 - E 
Questão 2 -C 
Questão 3 -E 
Questão 4 -A 
Questão 5 -B 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 22 
 
QUESTÃO DESAFIO 
O direito à Democracia se enquadra em que geração de direitos 
humanos? 
Máximo de 5 linhas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 23 
 
GABARITO DA QUESTÃO DESAFIO 
De acordo com Paulo Bonavides o direito à democracia pertence à quarta geração de 
Direitos Humanos, visto que a democracia deixou de ser um mero regime político para se 
afirmar como um verdadeiro direito humano. 
 
Você deve ter abordado necessariamente os seguintes itens em sua resposta: 
 
 Quarta Geração 
De acordo com RAMOS (Curso de Direitos Humanos. – 7. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 
2020, n.p.): 
“ Posteriormente, no final do século XX, há aqueles, como Paulo Bonavides, que defendem o 
nascimento da quarta geração de direitos humanos, resultante da globalização dos direitos 
humanos, correspondendo aos direitos de participação democrática (democracia direta), 
direito ao pluralismo, bioética e limites à manipulação genética, fundados na defesa da 
dignidade da pessoa humana contra intervenções abusivas de particulares ou do Estado.” 
No mesmo sentido, MAZZUOLI (Curso de direitos humanos. – 6. ed. – Rio de Janeiro: Forense; 
São Paulo: MÉTODO, 2019, n.p.): 
“Por sua vez, a quarta geração de direitos humanos resulta da globalização dos direitos 
fundamentais, de sua expansão e de sua abertura além-fronteiras. Segundo Bonavides, seriam 
exemplos dos direitos de quarta geração o direito à democracia (no caso, a democracia 
direta), o direito à informação e o direito do pluralismo, deles dependendo a concretização da 
sociedade aberta do futuro, em sua dimensão de máxima universalidade, para a qual parece o 
mundo inclinar-se no plano de todas as relações de convivência.” 
Em que pese haver divergência no ordenamento jurídico, os direitos humanos de quarta 
geração se mostram extremamente importantes para a sociedade moderna, vez que são 
englobados o direito à Democracia, o direito a informação e ao plurarismo. 
 Democracia como direito humano 
De acordo com BARRETO (Coleção Sinopses paraconcursos, nº 39. Direitos Humanos. 9. ed. 
rev., atual, e ampl. - Salvador: Ed. JusPodivm, 2019 p. 50): 
 
 24 
 
“Paulo Bonavides também afirma a existência de novas gerações, falando de uma quarta 
geração, compreendida pelo direito à democracia, e de uma quinta geração, que compreende 
o direito à paz. Ele afirma que em tempos atuais a democracia deixou de ser um mero regime 
político para se afirmar como um verdadeiro direito humano o que também ocorre em relação 
à paz, que deixa de ser um mero propósito para ser elevada à categoria de direito das 
pessoas.” 
É importante trazer também, o que explicita FERNANDES (Curso de Direito Constitucional. 12. 
ed. rev., atual, e ampl. - Salvador: Ed. JusPodivm, 2020 N.P.): 
“Com o avanço da Globalização, Bonavides antecipa uma exigência normativa de 
universalização dos direitos fundamentais para além do campo estatal, conectando-os a 
elementos essenciais para a formação de uma sociedade aberta do futuro. Por isso mesmo, 
enuncia como direitos de quarta geração (dimensão), o direito à democracia, o direito à 
informação e o direito ao pluralismo. Em síntese, diz-se que tais direitos alicerçam o futuro da 
cidadania e da liberdade de todos os povos em uma era de globalização político-econômica. É 
bom que se diga que, alguns autores, reconhecem na quarta geração (dimensão) os chamados 
novos direitos frente as novas tecnologias. Nesses termos, teríamos, o direito contra 
manipulações genéticas, o direito ao patrimônio e respeito à identidade genéticas, a proteção 
contra as técnicas de clonagem, o direito à mudança de sexo. Aqui a ênfase seria nos direitos 
relacionados à biotecnologia e ao biodireito. Além desses, teríamos também os direitos da 
informática e do ciberdireito.” 
Atualmente, é inconsistente analisar a democracia como mero regime político, mas devemos 
considerá-la como um verdadeiro direito humano, inerente à toda a população. A participação 
direta e fiscalizatória caracteriza o direito político que é garantido constitucionalmente, de 
modo que haja uma melhora significativa na tutela do Estado, simultaneamente em termos de 
eticidade e eficiência. 
 
 
 
 
 
 
 
 25 
 
 
 
LEGISLAÇÃO COMPILADA 
 
Nesta matéria, faz-se de extrema importância a leitura de: 
 
Dignidade humana 
 Constituição Federal do Brasil: Artigo 1º; 
 Declaração Universal dos Direitos Humanos: preâmbulo e artigo 1º; 
 Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos: preâmbulo; 
 Pacto Internacional de Direitos Sociais, Econômicos e Culturais: preâmbulo. 
 
 
 26 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
CASTILHO, Ricardo. Direitos Humanos – 6 ed. São Paulo: Saraiva, 2018. 
DUARTE, Hugo Garcez; VIANA, Malba Zarrôco Vilaça. A dignidade da pessoa humana 
enquanto valor supremo da ordem jurídica. Disponível em 
<https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-constitucional/a-dignidade-da-pessoa-
humana-enquanto-valor-supremo-da-ordem-juridica/>, acesso em 27.03.2020. 
FERNANDES, Bernardo Gonçalves. Curso de Direito Constitucional. 11 ed. São Paulo: 
JusPodivm, 2019. 
LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 21 ed. São Paulo: Saraiva, 2017. 
PERES LUÑO, Antônio. Derechos humanos, Estado de Derecho y Constituición. 5 edição. 
Madrd: Editora Tecnos, 1195. 
 
 
 
 ` 
DELEGADO DE 
POLÍCIA CIVIL
Direitos Humanos
Capítulo 2
 
 26 
 
SUMÁRIO 
 
DIREITOS HUMANOS, Capítulo 2 ...................................................................................................... 27 
2.Teoria Geral dos Direitos Humanos ................................................................................................. 27 
2.1O Código de Hamurabi .................................................................................................................................... 27 
2.2Magna Carta ..................................................................................................................................... ....................27 
2.3Petition of Right .................................................................................................................................................. 28 
2.4Habeas Corpus Act ............................................................................................................................................. 29 
2.5Bill of Rights Inglesa .......................................................................................................................................... 29 
2.6A Declaração de Direitos da Virgínia ........................................................................................................... 29 
2.7A Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão ............................................................................. 29 
2.8As Convenções de Genebra ............................................................................................................................ 31 
2.9A eficácia dos Direitos Humanos .................................................................................................................. 33 
QUADRO SINÓTICO ............................................................................................................................. 35 
QUESTÕES COMENTADAS .................................................................................................................. 37 
GABARITO .............................................................................................................................................. 41 
LEGISLAÇÃO COMPILADA ................................................................................................................... 45 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................... 46 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 27 
 
 
DIREITOS HUMANOS 
Capítulo 2 
2. Teoria Geral dos Direitos Humanos 
 
 Neste segundo capítulo abordaremos algumas considerações sobre a afirmação 
histórica dos direitos humanos, desde a antiguidade até os dias atuais. 
 Isso significa que analisaremos os principais fatos históricos que culminaram no 
surgimento das mais variadas formas de proteção da dignidade da pessoa humana, bem 
como dos Direitos Humanos propriamente ditos. 
 Além disso, trataremos da eficácia dos Direitos Humanos em suas quatro vertentes 
objetivas: horizontal, vertical, vertical com repercussão lateral e diagonal. Vamos lá? 
2.1 O Código de Hamurabi 
O Código de Hamurabi data de 1694a.C. É um monumento de estrutura geológica, onde 
há vinte e uma colunas de escrita cuneiforme, sendo um dos primeiros exemplos de lei escrita 
que se tem notícia. 
Apesar de prever a aplicação de penas de morte, mutilações corporais e outras pelas 
infamantes, o Código de Hamurabi é um grande avanço pois representa o fim das penas 
arbitrárias, além de prever o direito a uma espécie de salário mínimo por dia trabalhado, o 
direito da mãe e dos filhos de receberem alimentos quando abandonados pelo genitor, etc. 
2.2 Magna Carta 
A Magna Carta, de 1215, foi um instrumento cujo o Rei João da Inglaterra foi obrigado a 
assinar. Em síntese, este documento restringia o poder do rei e de seus sucessores, impedindo 
o exercício de qualquer poder pleno. Pela primeira vez foram previstos direitos dos súditos. 
 
 28 
 
Em latim, Magna Carta Libertatum significa “Grande Carta das Liberdades”. 
 O artigo mais conhecido da Magna Carta é o 39: em síntese, ele determina que seja 
seguido o devido processo legal quando houver prisão ou privação de propriedade, de modo 
que sejam evitadas possíveis arbitrariedades. Vejamos. 
 
Nenhum homem livre será preso, encarcerado ou privado de seus direitos ou 
propriedades, ou tornado fora da lei, ou exilado, ou de maneira alguma destruído, nem 
agiremos contra ele ou mandaremos alguém contra ele, a não ser por julgamento legal 
dos seus pares,ou pela lei da terra. 
2.3 Petition of Right 
Ricardo Castilho1 ao tratar sobre o tema aduz que 
A transformação da Inglaterra de monarquia absolutista em monarquia constitucionalista 
representou um avanço no sentido de reconhecimento dos direitos humanos e se deveu 
à chamada Petição de Direitos (Petition of Rights), que constituiu a semente da chamada 
Revolução Francesa. 
A Petition of Rights é o documento que marcou o início do constitucionalismo moderno. 
Esse constitucionalismo moderno, em linhas gerais, é um movimento que questionou 
profundamente os dogmas políticos, jurídico e filosóficos tradicionais, almejando um novo 
modo de poder político. 
Esta Petição foi apresentada pelo rei pelos membros do parlamento inglês (liderados por Sir 
Edward Coke), sendo que o primeiro foi obrigado a assiná-la e a cumpri-la. 
Dentre as exigências contidas no bojo do documento, estava o fato de que o rei deixasse 
para o parlamento o controle da política financeira e o controle do exército, além de ter 
oficializado os direitos fundamentais do homem. 
 
1CASTILHO, Ricardo. Direitos Humanos – 6 ed. São Paulo: Saraiva, 2018, p. 74. 
 
 29 
 
2.4 Habeas Corpus Act 
Outro documento de enorme importância para a evolução dos Direitos Humanos ao longo 
do tempo foi o chamado Habeas Corpus Act, de 1679. 
O Habeas Corpus Act foi uma lei elaborada pelo Parlamento da Inglaterra no ano de 1679, 
durante o império do rei Carlos II. 
Esta lei resgatava uma importante garantia: a de que toda pessoa detida fosse levada a 
um tribunal, onde seria analisada a legalidade de sua prisão. É, em verdade, uma tutela da 
liberdade individual contra a prisão abusiva, arbitrária ou ilegal. 
Esta lei é considerada, até os dias atuais, como um dos documentos mais importantes da 
história da Inglaterra. 
2.5 Bill of Rights Inglesa 
A Bill of Rights inglesa foi criada no ano de 1689, quando Maria Stuart e o marido 
Guilherme de Orange assumiram o trono sob controle do Parlamento inglês e tiveram que 
aceitar e promulgar este documento. 
A Declaração dos Direitos inglesa proibiu a aplicação de penas cruéis e consagrou o direito 
de petição. Para além disso, foi a gênese do princípio da separação dos poderes, uma vez que 
previu a independência do Parlamento. 
2.6 A Declaração de Direitos da Virgínia 
Elaborada em Williamsburg no ano de 1776, a Declaração de Direitos da Virgínia que teve 
ideais iluministas prevê, dentre outros, que todo poder emana do povo e que o ser humano é 
titular de direitos fundamentais como o direito à vida, à liberdade e à busca da felicidade. 
 
2.7 A Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão 
 
 
 30 
 
A Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão, elaborada em 1789, consolidou os 
princípios da Revolução Francesa, inspirada nos ideais iluministas. Ela estabeleceu reformas 
políticas que concediam ao cidadão o direito à liberdade, pregando um Estado laico, o direito 
de associação política, o estado de inocência, a livre manifestação do pensamento, o princípio 
da reserva legal e o princípio da anterioridade. Todos esses direitos seriam alcançados pela 
tripartição dos poderes, independentes entre si. Confira abaixo algumas de suas disposições: 
Art.1º. Os homens nascem e são livres e iguais em direitos. As distinções sociais só 
podem fundamentar-se na utilidade comum. 
Art. 2º. A finalidade de toda associação política é a conservação dos direitos naturais e 
imprescritíveis do homem. Esses direitos são a liberdade, a propriedade a segurança e a 
resistência à opressão. 
Art. 3º. O princípio de toda a soberania reside, essencialmente, na nação. Nenhuma 
operação, nenhum indivíduo pode exercer autoridade que dela não emane 
expressamente. 
Art. 4º. A liberdade consiste em poder fazer tudo que não prejudique o próximo. Assim, 
o exercício dos direitos naturais de cada homem não tem por limites senão aqueles que 
asseguram aos outros membros da sociedade o gozo dos mesmos direitos. Estes limites 
apenas podem ser determinados pela lei. 
Art. 5º. A lei não proíbe senão as ações nocivas à sociedade. Tudo que não é vedado 
pela lei não pode ser obstado e ninguém pode ser constrangido a fazer o que ela não 
ordene. 
Art. 6º. A lei é a expressão da vontade geral. Todos os cidadãos têm o direito de 
concorrer, pessoalmente ou através de mandatários, para a sua formação. Ela deve ser a 
mesma para todos, seja para proteger, seja para punir. Todos os cidadãos são iguais a 
seus olhos e igualmente admissíveis a todas as dignidades, lugares e empregos públicos, 
segundo a sua capacidade e sem outra distinção que não seja a das suas virtudes e dos 
seus talentos. 
Art. 7º. Ninguém pode ser acusado, preso ou detido senão nos casos determinados pela 
lei e de acordo com as formas por esta prescritas. Os que solicitam, expedem, executam 
ou mandam executar ordens arbitrárias devem ser punidos; mas qualquer cidadão 
convocado ou detido em virtude da lei deve obedecer imediatamente, caso contrário 
torna-se culpado de resistência. 
Art. 8º. A lei apenas deve estabelecer penas estrita e evidentemente necessárias e 
ninguém pode ser punido senão por força de uma lei estabelecida e promulgada antes 
do delito e legalmente aplicada. 
Art. 9º. Todo acusado é considerado inocente até ser declarado culpado e, se julgar 
indispensável prendê-lo, todo o rigor desnecessário à guarda da sua pessoa deverá ser 
severamente reprimido pela lei. 
 
 31 
 
2.8 As Convenções de Genebra 
Por fim, temos as Convenções de Genebra. O primeiro tratado internacional que recebeu o 
nome de Convenção de Genebra foi assinado em 1864, em Genebra, na Suíça. Essa 
Convenção, totalmente voltada para o desenvolvimento do direito humanitário internacional, 
teve como objetivo amenizar os efeitos das sucessivas guerras entre as nações que ocorreram 
até então, principalmente no que tange à população civil. 
Em 1907 na Holanda ocorreu a II Convenção de Genebra, onde foram estendidos todos os 
princípios da primeira Convenção para os conflitos marítimos, que não haviam sido previstos, 
protegendo-se os náufragos, doentes e feridos. 
Em 1925 ocorreu a III Convenção de Genebra, onde se determinou que fosse dado 
tratamento humanitário a todos os prisioneiros de guerra. 
Por fim, em 1949 ocorreu a IV Convenção de Genebra, que levou em consideração as 
experiências da II Guerra Mundial. Seu objetivo era tratar também dos civis, não tratados nas 
convenções adotadas antes de 1949. 
Foi quando se deu origem ao Direito Internacional dos Direitos Humanos e ao Direito 
Internacional Humanitário. 
A IV Convenção de Genebra possui 159 artigos e continua em vigor, sendo aplicada 
mesmo quando não há uma declaração de guerra. 
Em 1977 foram aprovados dois Protocolos Adicionais à Convenção de Genebra, sendo que 
o Primeiro ampliou a definição de vítimas de conflitos armados internacionais e o Segundo 
reforçou a proteção das pessoas afetadas por conflitos armados no âmbito interno. 
 
 32 
 
1.694 a.C
• Código de Hamurabi
1.1215
• Magna Carta
1.628
• Petition of Right
1.679
• Habeas Corpus act
1.689
• Bill of rights inglesa
1.776
• Declaração de Direitos da Virgínia
1.789 • Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão
1.864-1949
• Convenções de Genebra 
 
 
 33 
 
2.9 A eficácia dos Direitos Humanos 
As normas que definem os direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata, 
consoante a literalidade do parágrafo 1odo artigo 5oda Constituição Federal: “As normas 
definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata”. 
Isso indica, por si só, a força normativa privilegiada que possuem os direitos fundamentais. 
Sendo assim, dada a sua importância e a sua grande incidência nos concursos públicos, 
neste momento iniciaremos os nossos estudos no que tange à eficácia dos direitos humanos/ 
direitos fundamentais no que toca ao seu aspecto objetivo. Ela se divide em eficácia vertical, 
eficáciahorizontal, eficácia diagonal e eficácia vertical com repercussão lateral. 
 Eficácia vertical 
A eficácia vertical dos direitos humanos diz respeito aos órgãos estatais. Isso quer dizer 
que, apesar de a Constituição Federal não ser expressa ao dizer quem são os seus 
destinatários, temos que ela se volta principalmente para o Estado, limitando a sua atuação 
das relações perante os indivíduos. Para se lembrar que a eficácia vertical diz respeito ao 
Estado, lembre-se que ela faz alusão à posição de verticalidade ocupada pelo Estado frente ao 
indivíduo. 
 Eficácia horizontal 
De seu turno, a eficácia horizontal indica a oponibilidade dos direitos aos particulares no 
bojo de suas relações privadas. De acordo com Rogério Saraiva Xerez2 
 
Assim o conceito de eficácia privada ou horizontal baseia-se na ideia de oponibilidade 
dos direitos fundamentais nas relações privadas, ou seja, não somente nas relações 
Estado-Cidadão, mas também entre os particulares. Significa, portanto, aplicação direta e 
imediata dos direitos fundamentais nas relações privadas como direito subjetivo, com 
fundamento na Constituição. 
 
2 XEREZ, Rogério Saraiva. Direitos fundamentais: eficácia na esfera das relações privadas. Revista Eletrônica 
Direito e Política, Itajaí, 2014. 
 
 34 
 
A eficácia horizontal, que consiste na aplicação dos Direitos Humanos entre os 
particulares, também é conhecida com Drittwirkung, em alemão. 
 Eficácia diagonal 
Já a eficácia diagonal dos Direitos Humanos consiste na aplicação destes direitos nas 
relações de trabalho, entre empregado e empregador. E qual o motivo dessa nomenclatura? É 
simples: a posição do empregador em relação ao empregado não é exatamente horizontal, 
mas sim um pouco acima – diagonal. 
 Eficácia vertical com repercussão lateral 
Por fim temos a eficácia vertical com repercussão lateral. Esse conceito foi desenvolvido 
por Luiz Guilherme Marinoni e pode cair na sua prova. 
Segundo o citado doutrinador, a eficácia horizontal dos direitos fundamentais deve ser 
mediada pela lei e, quando o legislador se omitir, devemos recorrer à jurisdição. Caso o juiz 
conclua que o legislador negou proteção ao direito fundamental, deve este determinar uma 
medida que efetive a tutela do referido direito. Em síntese, temos que o direito fundamental 
será efetivado e resguardado por uma atuação judicial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 35 
 
 
 
QUADRO SINÓTICO 
2 Afirmação histórica dos Direitos Humanos 
Código de Hamurabi 
1.694 a.C Instituiu o fim das penas 
arbitrárias 
Magna Carta 
1.215 Previsão do devido processo 
legal 
Petition of right 
1.628 Oficializou os direitos 
fundamentais do homem 
Habeas Corpus Act 
 
1.679 
Tutelou a liberdade individual 
contra a prisão abusiva, 
arbitrária ou ilegal 
Bill of Rights inglesa 
1.689 Consagrou o direito de petição 
e a separação dos poderes 
Declaração de 
Direitos da Virgínia 
 
 
1.776 
Reconheceu que todo poder 
emana do povo, que o ser 
humano é titular do direito à 
vida, à liberdade, à busca da 
felicidade, etc. 
Declaração de 
Direitos do Homem 
e do Cidadão 
 
1.789 
Instituiu o Estado Laico, o 
princípio da reserva legal, o 
estado de inocência e o direito 
à liberdade. 
Convenções de 
Genebra 
 
1.864-1949 
 Direito Internacional 
Humanitário e Direito 
Internacional dos Direitos 
Humanos. 
2 Eficácia dos Direitos Humanos 
Eficácia vertical 
 Oponibilidade dos direitos 
humanos ao Estado 
Eficácia horizontal 
 Oponibilidade dos direitos 
humanos aos particulares 
 
 36 
 
nas relações privadas 
Eficácia diagonal 
 Oponibilidade dos direitos 
humanos nas relações entre 
empregado e empregador 
Eficácia vertical com 
repercussão lateral 
 
 
Eficácia dos direitos humanos 
decorrente da tutela 
jurisdicional 
 
 
 
 37 
 
 
 
QUESTÕES COMENTADAS 
Questão 1 
(VUNESP – 2018 –PC/SP–Delegado de Polícia)Esse documento histórico de remota conquista 
dos direitos humanos foi editado com o escopo de assegurar a Supremacia do Parlamento 
sobre a vontade do Rei, controlando e reduzindo os abusos cometidos pela nobreza em 
relação aos seus súditos, em especial declarando, dentre outras conquistas, o direito de 
petição, eleições livres e a proibição de fianças exorbitantes e de penas severas: 
a) Petition of Rights, de 1628; 
b) Habeas Corpus Act, de 1679; 
c) The Bill of Rights, de 1689; 
d) Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789; 
e) Magna Carta, de 1215. 
 
Comentário: 
A assertiva correta é a letra “C”. Com efeito, a Petition of Rights, impunha ao rei o 
reconhecimento de direitos e liberdades civis, o Habeas Corpus Act regulamentou a questão 
das prisões ilegais ou abusivas, a Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão visou 
declarar direitos inerentes aos homens e a Magna Carta estabeleceu algumas garantias e 
imunidades aos nobres. A Bill of Rights, por sua vez, criou o direito de petição, as imunidades 
parlamentares, a vedação às penas cruéis, etc. 
 
 
Questão 2 
 
 38 
 
(FUNCAB - 2016 - PC-PA - Delegado de Policia Civil - Reaplicação) Sobre o aspecto 
internacional dos direitos humanos e seus tratados, está correto afirmar que: 
A) As sanções aplicadas pela Organização das Nações Unidas podem violar os direitos 
humanos em caso de rompimento da paz. 
B) É um direito de proteção que visa proteger os estados. 
C) Não contém aspecto ideológico e político acentuado. 
D) Os direitos humanos pertencem a jurisdição doméstica e ao domínio reservado dos 
estados. 
E) O direito internacional dos direitos humanos não está sujeito ao princípio da 
reciprocidade que domina o direito internacional público. 
 
 
Comentário 
A assertiva correta é a letra “E” - "O DIDH não está sujeito ao princípio da reciprocidade que 
domina o DIP. A reciprocidade que é extremamente comum no DIP principalmente nos 
aspectos políticos e econômicos não pode servir para o desrespeito ou mesmo um ameaça do 
não cumprimento dos direitos humanos. O artigo da convenção de Viena sobre tratados 
concluídos entre estados (Viena – 1969) afasta a reciprocidade nos tratados de direitos 
humanos" (Celso D. de Albuquerque Mello, Curso de Direito Internacional Público, v. 1, 15ª 
ed., Rio de Janeiro, Renovar, 2004, p. 817). 
 
Questão 3 
(VUNESP - 2014 - PC-SP - Delegado de Polícia)Considerando a sua evolução histórica, bem 
como o sistema internacional de proteção dos direitos humanos, assinale a alternativa correta. 
A) No sistema processual de proteção dos direitos humanos, as pessoas físicas são 
titulares de direitos perante os órgãos de supervisão internacional, mas carecem de 
capacidade processual nesse sistema. 
B) No campo dos direitos humanos, desde a Declaração Universal de 1948, verifica-se a 
coexistência de diversos instrumentos de proteção estabelecendo regras de efeitos e 
conteúdo essencialmente formais. 
 
 39 
 
C) A resolução de conflitos nos casos concretos de violações de direitos humanos é tema 
de interesse exclusivamente nacional dos Estados. 
D) Os tratados podem agir como normas de direito interno, desde que ratificados e 
incorporados, podendo influenciar a alteração, ou criação, de regulamentação nacional 
específica. 
E) A partir de 1950, depois de estabelecida uma unidade conceitual dos direitos humanos, 
sua proteção internacional viu-se em acentuado declínio. 
 
Comentário: 
A assertiva correta é a letra “D” - Os tratados podem agir como normas de direito interno, 
desde que ratificados e incorporados, podendo influenciar a alteração, ou criação, de 
regulamentação nacional específica. 
 
Questão 4 
(FUMARC - 2011 - PC-MG - Delegado de Polícia) A verdadeira consolidação do Direito 
Internacional dos Direitos Humanos surge em meados do século XX, em decorrência da 
Segunda Guerra Mundial, por isso o moderno Direito Internacional dos Direitos Humanos é 
um fenômeno do pós-guerra. Dentre as proposições abaixo, assinalea que NÃO corrobora 
com o enunciado acima: 
 
A) O desenvolvimento do Direito Internacional dos Direitos Humanos pode ser atribuído às 
monstruosas violações de direitos humanos da era Hitler e, após, à crença de que 
somente uma guerra poderia por fim a essas violações no âmbito internacional para 
garantir internamente em cada Estado nacional a dignidade da pessoa humana. 
B) A internacionalização dos direitos humanos constitui um movimento extremamente 
recente da história, surgido a partir do pós-guerra, como proposta às atrocidades e aos 
horrores cometidos durante o nazismo. Se a Segunda Guerra signifcou a ruptura com 
os direitos humanos, o pós-guerra deveria signifcar sua reconstrução. 
C) No momento em que os seres humanos se tornam supérfuos e descartáveis, no 
momento em que vigea lógica de destruição, em que cruelmente se abole o valor da 
 
 40 
 
pessoa humana, torna-se necessária a reconstrução dos direitos humanos como 
paradigma ético capaz de restaurar a lógica do razoável. 
D) A barbárie do totalitarismo signifcou a ruptura do paradigma dos direitos humanos, por 
meio da negação do valor da pessoa humana, como valor fonte do direito. Essa ruptura 
fez emergir a necessidade da reconstrução dos direitos humanos como referencial e 
paradigma ético que aproxime o direito da moral. 
 
Comentário: 
A assertiva correta é a letra “A” -A questão faz referência ao processo de internacionalização 
dos direitos humanos, cujos marcos são a criação da Organização Internacional do Trabalho, 
da Liga das Nações e a criação da própria Organização das Nações Unidas, após a Segunda 
Guerra Mundial. Em linhas gerais, as afirmativas B, C e D trazem pontos corretos deste 
processo de internacionalização, pois, com o passar do tempo, a proteção dada ao indivíduo 
deixa de ser um assunto exclusivamente nacional e passa a se tornar um tópico relevante da 
agenda internacional (a ponto de ser expressamente mencionado na Carta da ONU, que fala 
do dever de proteção dos "direitos humanos e liberdades fundamentais para todos"). A 
afirmativa A está errada porque, ainda que se possa considerar que os horrores do nazismo 
impulsionaram a proteção internacional dos direitos humanos e o reconhecimento do valor da 
dignidade humana a todos os seres humanos, a segunda parte da afirmativa está errada, pois 
o contexto da guerra e pós-guerra levou à conclusão de que não se poderia confiar apenas ao 
Estado a proteção da dignidade humana e que este tema deveria ser alçado a um dos 
objetivos da futura Organização das Nações Unidas - cujo tratado constitutivo começa a ser 
elaborado em 1942 e que entra, de fato, em funcionamento, em 1945. 
 
 
 
 
 
 
 41 
 
 
GABARITO 
 
Questão 1 - C 
Questão 2 –E 
Questão 3 -D 
Questão 4 -A 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 42 
 
QUESTÃO DESAFIO 
Qual é a natureza jurídica da Comissão Interamericana de Direitos 
Humanos? Como é a sua composição? 
 
Máximo de 5 linhas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 43 
 
GABARITO DA QUESTÃO DESAFIO 
Natureza jurídica ambivalente, vez que é órgão da OEA e também do Pacto de San José 
da Costa Rica, possuindo caráter dúplice. Compor-se-á de 7 membros, que deverão ser 
pessoas de alta autoridade moral e reconhecido saber sobre Direitos Humanos. 
 
Você deve ter abordado necessariamente os seguintes itens em sua resposta: 
 
 Natureza jurídica ambivalente 
SILVA (Direito Constitucional – Direitos Humanos - 3. a edição revista e atualizada – Editora: 
Revista dos Tribunais Ltda. 2012, p. 106) foi brilhante ao explanar que a Comissão 
Interamericana de Direitos Humanos: 
“Tem natureza jurídica ambivalente, uma vez que é órgão da Organização dos Estados 
Americanos (Carta da OEA, art. 53, e, e Capítulo XV, art. 106) e também do Pacto de San José 
da Costa Rica (Capítulo VII, arts. 34 a 51, e Capítulo IX, arts. 70 a 73). Por esse motivo, afirma-
se que tem caráter dúplice ou desdobramento funcional. Tem sede em Washington, nos 
Estados Unidos da América.” 
Assim, por fazer parte desses dois institutos, é considerado que a CIDH tem natureza jurídica 
ambivalente. 
 Composição da CIDH 
RAMOS (Curso de Direitos Humanos. – 7. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2020, n.p.) 
explicita que: 
“A Comissão Interamericana de Direitos Humanos é órgão principal da Organização dos 
Estados Americanos (OEA), sendo composta por sete membros (denominados Comissários ou, 
mais usualmente como decorrência de termo em espanhol, “Comissionados”), que deverão ser 
pessoas de alta autoridade moral e de reconhecido saber em matéria de direitos humanos. Os 
membros da Comissão serão eleitos por quatro anos e só poderão ser reeleitos uma vez, 
sendo que o mandato é incompatível com o exercício de atividades que possam afetar sua 
independência e sua imparcialidade, ou a dignidade ou o prestígio do seu cargo na Comissão. 
O conhecimento jurídico não é tido como indispensável para o cargo. Os membros da 
Comissão serão eleitos a título pessoal, pela Assembleia Geral da OEA, de uma lista de 
candidatos propostos pelos Governos dos Estados-membros. Cada Governo pode propor até 
 
 44 
 
três candidatos (ou seja, também pode propor apenas um nome), nacionais do Estado que os 
proponha ou de qualquer outro Estado-membro. Quando for proposta uma lista tríplice de 
candidatos, pelo menos um deles deverá ser nacional de Estado diferente do proponente. Em 
resumo, a Comissão é um órgão principal da OEA, porém autônomo, pois seus membros 
atuam com independência e imparcialidade, não representando o Estado de origem.” 
A comissão é composta por 7 membros, que devem ser pessoas que possuem alta autoridade 
moral e que possuam reconhecimento notório em matéria de Direitos Humanos. É válido 
ressaltar que os membros da CIDH possuirão mandato de 4 anos, sendo permitida uma 
reeleição, podendo ter nacionalidade de qualquer um dos Estados que fazem parte da OEA, 
no entanto, não será admitido 2 membros da mesma nacionalidade (BARRETO, Coleção 
Sinopses para Concursos. Direitos Humanos– Vol. 39 Editora: Jus PODIVM. 2019). 
 
Assim sendo, a CIDH é um dos órgãos por onde a OEA atinge os seus objetivos, tendo como 
principal função a observação da defesa dos Direitos Humanos, além de desepenhar papel de 
órgão de consulta da OEA. A CIDH será composta por 7 membros, que devem ser pessoas 
que possuem alta autoridade moral e que possuam reconhecimento notório em matéria de 
Direitos Humanos, que serão eleitos a partir de listas de candidatos propostos pelos governos 
dos Estados-membros. O mandato dos membros pertencentes da CIDH será de 4 anos sendo 
permitida apenas uma reeileção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 45 
 
 
LEGISLAÇÃO COMPILADA 
Nesta matéria, faz-se de extrema importância a leitura de: 
 
Afirmação histórica dos Direitos Humanos 
 Magna Carta (1.215); 
 Petition of Right (1.628); 
 Habeas Corpus Act (1.679); 
 Bill of Rights inglesa (1.689); 
 Declaração de Direitos da Virginia (1.776); 
 Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão (1.789); 
 Convenções de Genebra (1.864-1949). 
 
 
 46 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
BARRETO, Rafael. Direitos Humanos – 8. Ed, revista, ampliada e atualizada. 
Salvador:Juspodivm, 2018. 
CASTILHO, Ricardo. Direitos Humanos – 6 ed. São Paulo: Saraiva, 2018. 
MALHEIRO, Emerson. Curso de Direitos Humanos – 3. Ed. Revista, atualizada e ampliada. São 
Paulo: Atlas, 2016. 
XEREZ, Rogério Saraiva. Direitos fundamentais: eficácia na esfera das relações privadas. Revista 
Eletrônica Direito e Política, Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciência Jurídica da 
UNIVALI, Itajaí, v.9, n.2, 2º quadrimestre de 2014. Disponível em: 
<https://siaiap32.univali.br/seer/index.php/rdp/article/view/6043/3317>. Acesso em 01.04.2020. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DELEGADO DE 
POLÍCIA CIVIL
Direitos Humanos
Capítulo 3
 
 
Sumário 
 
3. Dimensões/geraçõesde Direitos Humanos ............................................. 52 
3.1Primeira Dimensão ........................................................................................................... 53 
3.2 Segunda Dimensão ...................................................................................................... 54 
3.3 Terceira Dimensão ........................................................................................................ 56 
3.4 Quarta Dimensão .......................................................................................................... 57 
3.5 Quinta dimensão ........................................................................................................... 57 
QUADRO SINÓTICO .............................................................................................. 58 
GABARITO ............................................................................................................... 65 
LEGISLAÇÃO COMPILADA ................................................................................... 71 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 72 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
52 
 
 
DIREITOS HUMANOS 
Capítulo 3 
3. Dimensões/gerações de Direitos Humanos 
 
 Continuando nossos estudos acerca da análise evolutiva dos Direitos 
Humanos, temos as chamadas dimensões (ou gerações) dos Direitos 
Humanos. 
 Primeiramente cumpre ressaltar que a expressão “dimensões” é mais 
precisa do que “gerações”. Isso porque essa pressupõe que a geração 
subsequente seja superada, eliminada, o que não é verdade. 
 Como já estudado, os Direitos Humanos são dotados de historicidade, 
o que nos faz concluir que eles se aperfeiçoam com o passar do tempo, de 
modo que uma dimensão se relaciona intrinsecamente com a outra para 
garantir a sua efetividade. 
 Por isso iremos dar preferência à expressão “dimensões”. 
 Essa sistematização foi proposta por Karel Vsak, um jurista tcheco, 
com base nos princípios da Revolução Francesa (liberdade, igualdade e 
fraternidade), buscando demonstrar a evolução histórica dos Direitos 
Humanos. 
 Norberto Bobbio, neste sentido, sistematizou as referidas dimensão da 
seguinte maneira: 
1. Primeira:Liberdade, alcançando os direitoscivis e políticos; 
 
 
53 
 
 
2. Segunda:Igualdade, alcançando os direitos sociais, econômicose 
culturais; 
3. Terceira:Fraternidade, também conhecida como princípio da 
solidariedade, alcançando direitos difusos com destaque ao meio 
ambiente e a paz. 
 
Bobbio também visualizou uma quarta dimensão, ainda em evolução, 
alcançando a globalização dos Direitos Humanos. Com o passar do tempo a 
doutrina apontou a existência de outras dimensões cujo destaque é a 
quinta, com o direito à paz. 
 
 
3.1Primeira Dimensão 
Aqui temos os direitos de liberdade. 
Ela compreende os direitos civis e políticos, tendo ocorrido na passagem 
do Estado Absolutista (onde o rei concentrava a figura do Estado) para o 
Estado Liberal de Direito. 
Essa dimensão teve como referenciais jurídico-positivo a Constituição 
Americana de 1787 e a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão da 
França, de 1789. 
Os principais referenciais teóricos dessa geração são John Locke, com a 
obra intitulada “Segundo Tratado sobre o Governo” e Jean JacquesRousseau, 
 
 
54 
 
 
com a obra “O Contrato Social”. Em síntese, ambos afirmavam a existência 
de direitos naturais dos indivíduos que não estavam sendo respeitados pela 
existência de governos arbitrários. 
Aqui temos direitos de aplicabilidade imediata que atribuem ao Estado 
uma obrigação de não fazer, uma liberdade negativa do Estado, que não 
poderia intervir na esfera de liberdade das pessoas. 
 
 
Em provas objetivas, a afirmação de que os direitos de primeira 
dimensão são direitos negativos tem sido reputada como correta. Entretanto, 
na verdade, nem todos o são: em provas discursivas e orais, é interessante 
que se aborde o fato de que os direitos políticos necessitam da participação 
das pessoas na vida política estatal. É o que chamamos de plano de 
participação. 
 
 
3.2 Segunda Dimensão 
Aqui temos os direitos de igualdade. 
A segunda dimensão, por sua vez, compreende os direitos sociais, 
econômicos e culturais. 
 
 
55 
 
 
Essa dimensão se situa, historicamente, após a Revolução Industrial e 
após a transição do Estado Liberal para o Estado Social. Nesse sentido, 
Malheiro aduz que1 
No entanto, a orientação mais correta se encontra no sentido de 
que a sua gênese se concebeu na Revolução Industrial, no século 
XIX, em face das lamentáveis condições laborais que ali se 
apresentavam e os movimentos sociais em defesa dos 
trabalhadores, bem como o apoio ao desenvolvimento e 
harmonização de legislação trabalhista para a melhoria nas relações 
de trabalho. 
Apesar disso, é incontestável que o fim da cruenta Primeira Guerra 
Mundial (28 de julho de 1914 a 11 de novembro de 1918), que 
ceifou milhares de vidas em razão de preitesias desmesuradas, e a 
elaboração do Tratado de Versalhes (1919) em muito contribuíram 
para estabelecer melhorias nas condições sociais dos trabalhadores. 
O Tratado de Versalhes, além de fazer curvar a Alemanha, levá-la 
praticamente à bancarrota e ser o embrião da Segunda Guerra 
Mundial (1 de setembro de 1939 a 2 de setembro de 1945), criou a 
Liga das Nações, que originou a atual Organização das Nações 
Unidas (ONU) e também a Organização Internacional do Trabalho 
(OIT). 
A concepção de uma legislação trabalhista nas relações exteriores 
originou-se como consequência de especulações éticas e 
econômicas sobre o custo humano da Revolução Industrial. 
A Constituição mexicana (1917) foi historicamente bastante 
importante por conter em seu bojo direitos de segunda dimensão. 
Portanto, aqui temos que esses direitos demonstram um momento 
histórico onde havia a necessidade de o Estado intervir na seara econômica 
 
1MALHEIRO, Emerson. Curso de Direitos Humanos – 3. Ed, p. 40. 
 
 
 
56 
 
 
e prestar serviços essenciais como educação e saúde. Assim, temos que eles 
são direitos positivos, de natureza prestacional. 
Os seus referenciais teóricos são a “Encíclica RerumNovarumsobre a 
condição dos operários”, da Igreja Católica, de 1891, e o “Manifesto do 
Partido Comunista” de Karl Marx e Friedrich Engels, de 1848. 
No Brasil, a Constituição de 1934 traz os direitos de segunda dimensão. 
3.3 Terceira Dimensão 
São os direitos de fraternidade. 
O final da Segunda Guerra Mundial e a Declaração Universal dos Direitos 
Humanos, em 1948, simbolizaram o marco para uma grande nova ordem 
mundial, da qual decorreram os direitos de terceira dimensão. Eles são os 
direitos difusos, dos povos, da humanidade, da solidariedade, decorrentes 
principalmente de um sentimento gerado frente aos abusos cometidos 
durante a segunda grande guerra. 
A sua principal característica está relacionada com o fato de serem esses 
direitos reconhecidos pela simples condição humana de todos os indivíduos. 
 São exemplos o direito ao desenvolvimento, ao meio ambiente, à 
autodeterminação dos povos, à comunicação, dentre outros. 
 Aqui não temos um referencial teórico específico. 
 Por retirar do indivíduo o seu foco, partindo para a coletividade, 
temos que a titularidade dos direitos de terceira dimensão é indeterminada. 
 
 
57 
 
 
3.4 Quarta Dimensão 
Sobre a quarta dimensão, temos que essa já foi afirmada por Norberto 
Bobbio em 1990 na obra intitulada “A Era dos Direitos”, referente aos efeitos 
da pesquisa biológica e da manipulação do patrimônio genético humano. 
Além dos direitos relativos à área genética, a quarta dimensão engloba 
também os direitos relacionados à área da cibernética. 
3.5 Quinta dimensão 
Por fim, ante os graves acontecimentos do século XXI, temos que autores 
como Paulo Bonavides sustentama existência de uma quinta dimensão de 
Direitos Humanos. 
É o direito à paz. 
 
 
 
 
 
1. Dimensão: 
Direitos civis e 
políticos
2. Dimensão: 
Direitos sociais, 
econômicos e 
culturais
3. Dimensão: 
Direitos de 
fraternidade
4. Dimensão: 
Direitos dos 
povos
5. Dimensão: 
Direito à paz
 
 
58 
 
 
 
 
 
59 
 
 
QUADRO SINÓTICO 
3. Direitos 
Humanos 
1aGeração 2aGeração 3aGeração 
Valor Liberdade Igualdade Fraternidade 
Direitos Civis e políticos Econômicos, 
sociais e 
culturais 
Difusos/de 
solidariedade 
Características Direitos 
negativos 
Direitos 
positivos 
Direitos de todos 
Marco jurídico Constituição 
Americana de 
1787 e 
Declaração 
Francesa dos 
Direitos do 
Homem e do 
Cidadão de 
1789 
Constituição de 
Weimar e 
Constituição 
Mexicana de 
1917 
Declaração Universal 
dos Direitos Humanos, 
de 1948 
Marco teórico “O Contrato 
Social”, de Jean 
Jacques 
Rousseau e 
“Segundo 
Tratado sobre 
o Governo”, de 
John Locke 
“Encíclica 
Rerum 
Novarum sobre 
a Condição dos 
Operários”, de 
1891, e o 
“Manifesto do 
Partido 
Comunista”, de 
Karl Marx e 
Engels 
- 
 
 
 
 
60 
 
 
3. Direitos Humanos 4aGeração 5aGeração 
Direitos Dos povos À paz 
Características Preservação do ser 
humano 
Preservação da 
segurança e paz 
mundial 
Referencial teórico Norberto Bobbio Paulo Bonavides 
 
 
 
 
61 
 
 
QUESTÕES COMENTADAS 
Questão 1 
(CEFET-BA - 2008 - PC-BA - Delegado de Polícia)“Cidadania, portanto, 
engloba mais que direitos humanos, porque, além de incluir os direitos que 
a todos são atribuídos (em virtude da sua condição humana), abrange, 
ainda, os direitos políticos. Correto, por seguinte, falar-se numa dimensão 
política, numa dimensão civil e numa dimensão social da cidadania”. (Prof. J. 
J. Calmon de Passos) 
 
Ao alargar a compreensão da cidadania para as três dimensões supra-
referidas, o prof. Calmon de Passos 
A) Inova, ao focar somente o caráter educacional da cidadania plena na 
Grécia. 
B) Contribui, doutrinariamente, para que a noção da cidadania ultrapasse 
a clássica concepção que a restringia tão-somente ao exercício dos 
direitos políticos. 
C) Restringe o entendimento da cidadania ao exercício dos direitos de 
primeira geração – especialmente quanto à igualdade. 
D) Promove reflexão crítica em torno dos interditos proibitivos à 
construção de uma sociedade respeitosa para com as nuanças de 
sexo, gênero, raça e idade. 
E) Contradiz a noção fundamental de extensão da cidadania a todos sem 
distinção – mulheres especialmente. 
 
Comentário: 
Correta a alternativa "B" - Pela concepção clássica Cidadania é a condição da 
pessoa natural que, como membro de um Estado, se acha no gozo dos 
 
 
62 
 
 
direitos que lhe permitem participar da vida política. A cidadania é, segundo 
essa noção, portanto, o conjunto dos direitos políticos de que goza um 
indivíduo e que lhe permitem intervir na direção dos negócios públicos do 
Estado, participando de modo direto ou indireto na formação do governo e 
na sua administração, seja ao votar (direto), seja ao concorrer a cargo 
público (indireto). 
 
Questão 2 
(PC-MG - 2008 - PC-MG - Delegado de Polícia)Encontramos na doutrina 
dos Direitos Humanos a afirmação de que, para compreender a evolução 
dos direitos individuais no contexto da evolução constitucional, é preciso 
retomar alguns aspectos da evolução dos tipos de Estado. 
 
Analise as seguintes afirmativas e assinale a que NÃO corrobora o 
enunciado acima. 
A) A primeira fase do Estado Liberal caracteriza-se pela vitória da 
proposta econômica liberal, aparecendo teoricamente os direitos 
individuais como grupo de direitos que se fundamentam na 
propriedade privada, principalmente na propriedade privada dos 
meios de produção. 
B) As mudanças sociais ocorridas no início do século XX visavam armar 
os indivíduos de meios de resistência contra o Estado. Desse modo, a 
proteção dos direitos e liberdades fundamentais torna-se o núcleo 
essencial do sistema político da democracia constitucional. 
C) As constituições socialistas consagraram uma economia socialista, 
garantindo a propriedade coletiva e estatal e abolindo a propriedade 
privada dos meios de produção, dando uma clara ênfase aos direitos 
econômicos e sociais e uma proposital limitação aos direitos 
individuais. 
 
 
63 
 
 
D) A implementação efetiva dos direitos sociais e econômicos em boa 
parte da Europa Ocidental no pós-guerra, como saúde e educação 
públicas, trouxe consigo o germe da nova fase democrática do Estado 
Social e da superação da visão liberal dos grupos de direitos 
fundamentais. 
 
Comentário: 
Correta a alternativa "B": 
A (Correta): Interessante sobre tais direitos é a verificação de que a sua 
defesa foi feita, sobretudo pelos EUA. Estes defendiam a perspectiva liberal 
dos direitos humanos, os quais foram consagrados no Pacto Internacional de 
Direitos Civis e Políticos; 
B (Incorreta): As mudanças sociais, ocorridas no início do século XX, não 
tinham como principal finalidade dotas os indivíduos de meios de resistência 
contra o Estado. Ademais, as democracias constitucionais tornaram-se 
realidade como forma de governo somente no pós-guerra; 
C (Correta): O socialismo refere-se à teoria de organização econômica que 
advoga a propriedade pública ou coletiva, a administração pública dos 
meios de produção e distribuição de bens para construir uma sociedade 
caracterizada pela igualdade de oportunidades para todos os indivíduos. O 
socialismo moderno surgiu no final do século XVIII tendo origem na classe 
intelectual e nos movimentos políticos da classe trabalhadora que criticavam 
os efeitos da industrialização e da sociedade calcada na propriedade privada. 
Importante apontar o papel da URSS, pois esta defendia a perspectiva social 
dos direitos humanos, os quais foram consagrados no Pacto Internacional de 
Direitos Econômicos, Sociais e Culturais; 
D (correta): A formatação de estados sociais (welfare state) na Europa 
ocidental do pós-guerra tem como grande finalidade a implementação dos 
 
 
64 
 
 
direitos econômicos, sociais e culturais de sua populações que muito 
sofreram como os conflitos mundiais e tinham pouca esperança para o 
futuro. 
 
Questão 3 
 (PC-MG - 2008 - PC-MG - Delegado de Polícia)O Direito Internacional dos 
Direitos Humanos resultou de um processo histórico de gradual formação, 
consolidação, expansão e aperfeiçoamento da proteção internacional dos 
direitos humanos. É um direito de proteção dotado de especificidade 
própria. 
 
Com relação a esse processo histórico, assinale a afirmativa INCORRETA. 
A) A aceitação universal da tese da indivisibilidade dos direitos humanos 
eliminou a disparidade entre os métodos de implementação 
internacional dos direitos civis e políticos e dos direitos econômicos, 
sociais e culturais, deixando de ser negligenciados estes últimos. 
B) A gradual passagem da fase legislativa de elaboração dos primeiros 
instrumentos internacionais de direitos humanos, à fase de 
implementação de tais instrumentos, pode ser considerada como 
resultado da primeira Conferência Mundial de Direitos Humanos, 
ocorrida em Teerã no ano de 1968. 
C) Uma das grandes conquistas da proteção internacional dos direitos 
humanos é, sem dúvida, o acesso dos indivíduos às instâncias 
internacionais de proteção e o reconhecimento de sua capacidade 
processual internacional em casos de violações dos direitos humanos. 
D) Graças aos esforços dos órgãos internacionais de supervisão nos 
planos global e regional, logrou-se salvar muitas vidas, reparar muitos 
danos denunciados e comprovados, bem como adotar programas 
educativos e outras medidas positivas por parte dos governos. 
 
 
65 
 
 
 
Comentário: 
Correta a alternativa "A": estava incorreta pela crise existente entre o 
universalismo cultural e o relativismo, motivo pelo

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