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Anti inflamatórios Esse resumo será baseado nos slides ministrados em aula juntamente com o livro. Os principais fármacos usados para tratar a inflamação podem ser divididos em cinco grupos principais: ● Fármacos que inibem a enzima ciclo oxigenase (COX) - Os anti inflamatórios não esteroidais (AINES) e os coxibes (COX-2) ● Os glicocorticóides - São anti-inflamatórios esteroidais ● Fármacos anti reumáticos - São modificadores da doença (ARMDs), incluindo alguns imunossupressores ● Outros fármacos que não pertencem a esses grupos, incluindo fármacos usados para controlar a gota O p�o��s�� i�fl�m��óri� Durante o processo inflamatório, existem muitos eventos importantes, tais como: ● Vasodilatação, ocasionando o calor e o rubor local.Geralmente, é expressa por uma hiperemia quente. ● Aumento da permeabilidade vascular, podendo levar a um processo tumoral (edema). Isso ocorre pelo aumento da pressão hidrostática. ● Ação das citocinas nos nociceptores, ocasiona conexão nos receptores da dor correlato ao processo inflamatório. Com essa ação das citocinas, há reparo e cicatrização tecidual. Mesmo tendo diferença entre os AINEs, sua ação farmacológica primária está muito relacionada com a habilidade compartilhada de inibir a enzima COX de ácidos graxos, inibindo a produção de prostaglandinas e tromboxanos. Diferenças das isoformas da ciclooxigenase A COX-1 é uma enzima constitutiva expressa na maioria dos tecidos, inclusive nas plaquetas do sangue. Ela está intimamente ligada à manutenção do organismo. Sobretudo na homeostase dos tecidos. A COX-2 é induzida principalmente nas células inflamatórias, quando ativadas, como por exemplo, as citocinas inflamatórias: ● IL-1 - Interleucina ● TNF - Fator de necrose tumoral Portanto, a COX-2 está mais relacionada com a liberação de mediadores inflamatórios. Ela atua no rim, gerando prostaciclina (PGI2) que tem um grande papel na homeostase renal. No SNC, sua função não está clara. A prostaciclina é um potente vasodilatador e inibidor da agregação plaquetária. A maioria dos AINES tradicionais, ou mais conhecidos, inibem as duas vias da COX, tanto a COX-1 quanto a COX-2. Esse fator é predominante para entender os efeitos colaterais do uso dos anti- inflamatórios. Tendo em vista que os dois tipos de ciclooxigenase, o bloqueio dos dois tipos, levará ao bloqueio inflamatório e também fisiológico. Os efeitos fisiológicos percebidos são: Revestimento da mucosa gástrica, formação de plaquetas e revestimento dos brônquios, por exemplo. Ao estudar as COX-1, devemos imediatamente lembrar que ela estimula o fator fisiológico, ou seja, ela não tem relação direta com o processo inflamatório. Como já dito, as COX são responsáveis pela liberação de prostaglandinas, prostaciclinas e tromboxanos. Desse modo, sem o uso de AINES, a mucosa gástrica, por exemplo, sofre menor secreção de HCl, menor fluxo sanguíneo e maior secreção de muco. Isso ocorre de maneira fisiológica, com a atuação dos mediadores liberados pela COX-1. Co�g��ação Tromboxano - Plaquetas Indutor da coagulação, pró coagulante. Ao lembrar do tromboxano, lembrar da formação da palavra. Causa vasoconstrição, promove agregação de plaquetas. Prostaciclina - Endotélio vascular Inibidor da coagulação, anti coagulante. Causa vasodilatação e inibe a agregação de plaquetas. Anti inflamatórios não esteroidais São fármacos que apresentam propriedades: ● Analgésicas; ● Antipiréticas; ● Anti-inflamatórias São usadas no tratamento dos sintomas da inflamação. São indicados para usos em casos de: ● Alívio de febre, dor e edema em inflamações agudas, como por exemplo em traumas/ entorses. Em casos crônicos também ,como por exemplo em artropatias ● Analgesia: - Pós operatório, desordens musculoesqueléticas, distúrbios de partes moles e odontológicas. - Alívio de cefaleias e enxaquecas, além de dores menstruais. AINES - Informações gerais ● São geralmente inibidores competitivos reversíveis rápidos de COX-1. Isso ocorre para que seja potencializado o fator inflamatório. ● A inibição de COX-2 é mais dependente do tempo e costuma ser irreversível. Quando há inibição da COX-2, não há processo inflamatório, tendo em vista que os mediadores inflamatórios serão bloqueados. ● Existem fármacos que são inibidores seletivos de COX-2, para que atue apenas na inibição da inflamação. ● Outros efeitos: Removem espécies reativas de oxigênio, produzidas por macrófagos e neutrófilos. ● A COX-2 tem um canal maior e mais flexível do que a COX-1. ● A COX-2 tem um espaço maior no local onde os inibidores se fixam. Desse modo, há maior inibição da COX-2, não havendo promoção do processo inflamatório. Efeito analgésico O efeito analgésico acontece por haver menor sensibilização dos nociceptores aos mediadores inflamatórios. Com a vasoconstrição, ou diminuição da vasodilatação, há menos mediadores químicos e reduz a cefaléia, por exemplo. Com o uso de AINES, há uma redução de prostaglandinas que sensibilizam os nociceptores para mediadores da inflamação como a bradicinina, por isso, são eficazes no processo de analgesia. Este fato ocorre pelo aumento da síntese local de prostaglandinas locais, induzidas pelas COX-2. O uso dos AINES podem ser isolados ou combinados com opióides. Efeito antipirético No hipotálamo, há a regulação da temperatura. Dessa maneira, com o bloqueio das COX, há também, diminuição da liberação de prostaglandinas, com isso, há diminuição da febre, com a diminuição da liberação das prostaglandinas. Vale entender que as PGE2 elevam os pontos de ajustes da febre no hipotálamo. Diante de um processo inflamatório, as bactérias podem liberar citocinas pró inflamatórias, tal como a interleucina 1, como consequência, há uma grande produção de PGE2 que elevam o ponto de ajuste da temperatura, deixando-a mais elevada.Os antipiréticos, serve, justamente para diminuir esse ponto de ajuste. Efeito anti inflamatório O principal fator anti inflamatório é a diminuição da vasodilatação e por consequência, diminuição das prostaglandinas. Com a vasoconstrição, há também, redução da síntese de prostaglandinas vasodilatadoras. Além de diminuir a vasodilatação, há também diminuição do edema da inflamação, pois há diminuição dos mediadores inflamatórios. classificação Os fármacos são classificados como típicos e atípicos Atípicos ● AAS ● Paracetamol ● Dipirona Típicos ● Seletivos COX-2 ● Não seletivos Efeitos adversos Os efeitos adversos podem ser diversos. Os idosos são bastante atingidos pelo fato de tomarem por um longo tempo, ocasionando bloqueio das COX 1 e 2, indo além do bloqueio inflamatório. Os efeitos maiores ocorrem mais no trato gastrointestinal,rins, fígado, coração, baço e sangue. Como as prostaglandinas estão envolvidas no processo de citoproteção gástrica, agregação plaquetária, autorregulação vascular renal e indução do trabalho de parto, todos os AINEs compartilham um perfil semelhante de efeitos colaterais indesejados nesse processo, dependentes do seu mecanismo de ação. Efeitos no tgi ● Desconforto gástrico “dispepsia”, constipação, náuseas e vômitos e, em alguns casos, hemorragia e ulcerações gástricas. ● Risco maior nos infectados por H.pylori, consumo excessivo de álcool ou presença de outros fatores de risco para a lesão da mucosa gástrica ● Menor probabilidade de causar danos mas tem os inibidores seletivos da COX-2 Efeitos renais O risco de insuficiência renal aguda é maior em recém nascidos e idosos, assim como em pacientes com doenças cardíacas, hepáticas ou renais ou com redução do volume de sangue circulante. Há também aumento da retenção de sódio e água, aumentando o efeito hipertensivo sobre esses pacientes. Interação entre anti-hipertensivo e diuréticos Diante de alguma doença renal, há redução do fluxo sanguíneo, levando a ter também, redução do fluxo sanguíneo renal. Dessa maneira, há aumento dos vasoconstritores e ação do SRAA, para não haver choque e aumentar a pressão arterial e fluxo sanguíneo no volume do vaso. Diante do exposto, podemos ter dois desfechos:● SEM tratamento Síntese de prostaglandinas normalmente antagoniza os efeitos intrarrenais dos vasoconstritores. Ou seja, os efeitos de constrição são revertidos. ● COM tratamento Os AINES inibem a síntese de prostaglandinas, deixando sem oposição a ação dos vasoconstritores, Não há competição, só há vasoconstrição. efeitos cardiovasculares Com exceção da aspirina em baixa dose, os efeitos cardiovasculares são comuns a todos os AINEs, especialmente no segmento de uso prolongado ( meses- anos), ou em pacientes com risco cardiovascular pré existente.Naproxeno parece promover cardioproteção em alguns indivíduos. Os inibidores seletivos da COX-2 aumentam o risco de trombose, AVC e infarto do miocárdio: Inibem prostaciclina, mas não inibem tromboxano. Desse modo, há grande potencial de trombo e vários desfechos patológicos. Para resumir… Ao ser seletiva ao COX-2, há inibição dos mediadores inflamatórios e das prostaciclinas. O tromboxano é do COX-1, dessa maneira, não há fatores anticoagulantes, como a prostaciclina(vasodilatadora), por exemplo. Nesse sentido, pode haver maior agregação plaquetária e aumento dos fatores de coagulação. Outros efeitos ● Distúrbios hepáticos, depressão da medula óssea ● Broncoespasmo (constrição). Observado em asmáticos “sensíveis à aspirina ● Hipersensibilidade: asma, urticária, angioedema ● Superdosagem com paracetamol: Pode causar insuficiência hepática ● Prolongamento do sangramento: AAS é o mais problemático ● Nefropatia associado a analgésicos A�N�� A�ÍPI��� aas - ácido acetil salicílico (ASPIRINA) É um dos mais consumidos em todo o mundo; Ele inibe COX-1 plaquetária de modo irreversível = efeito mais duradouro. Como ele inibe COX-1, há bloqueio do tromboxano e há destaque das prostaciclinas, que são do COX-2. Desse modo, não há agregação plaquetária, por isso, popularmente, esse fármaco é conhecido por “afinar” o sangue. AAS age nas lipoxinas - Menor processo inflamatório. Os usos clínicos: - Cefaleia; - Antipiréticos de efeito rápido; - Lombalgia; - Dor artrítica de pequena intensidade; - Dismenorreia; - Antiagregante plaquetário Pessoas que sofreram eventos trombóticos: - IAM - AVC - TEP Pacientes que vão passar por alguma cirurgia, ou procedimento devem suspender o AAS, isso ocorre para que não haja impedimento no processo de cicatrização, tendo em vista que é necessário a agregação plaquetária na cicatrização ( Lembrar que os pacientes do AME, não faziam os procedimentos sem suspensão do AAS, até mesmo endoscopia) PARACETAMOL Não compartilha os efeitos gástricos ou plaquetários dos outros AINEs. O uso de doses além das esperadas, ou denominadas tóxicas, podem causar lesão hepática potencialmente fatal, por saturação das enzimas de conjugação. N-acetil-p-benzoquinona amina A administração precoce de agentes que aumentam a glutationa podem impedir a lesão hepática - Glutationa está relacionada a não oxidação e manutenção celular. A�N�� �ÍPI��� Não seletivos ● Diclofenaco ● Nimesulida ● Ibuprofeno - Mais seguro para crianças ● Cetoprofeno ● Naproxeno ● Piroxicam ● Meloxicam ● Indometacina ● Ácido mefenâmico ● Etodolaco Seletivos Existe uma classe de inibidores seletivos da COX-2, eles são denominados COXIBES São indicados para o uso em pacientes com osteoartrite, artrite reumatóide, lombalgia, dor pós operatória e dismenorréia. É importante lembrar que não se pode usar esse fármaco em pacientes com insuficiência cardíaca grave, cardiopatias isquêmicas e propensão à trombose. Isso acontece porque, como ele inibe apenas a COX-2, os componentes da COX-1 continuam operantes, tal como o tromboxano que é um pró agregante plaquetário. A��S Glicocorticóides, corticóides ou corticosteróides. Os glicocorticóides são armazenados na suprarrenal mas são sintetizados sob ação do ACTH circulante secretado na adeno hipófise e liberados de forma pulsátil para a corrente sanguínea.Em indivíduos sadios, a secreção é maior pela manhã e vai diminuindo ao longo do dia, tendo uma queda ao anoitecer. O precursor dos glicocorticóides é o colesterol. Hipotálamo - Hipófise - Adrenal Nesse processo de regulação, há uma retroalimentação negativa. O objetivo é sempre estimular mais CRH - ACTH - CORTISOL, para que não falte esse hormônio em momentos necessários. - Fatores psicológicos, calor ou frio excessivos, lesões e infecções também podem afetar a liberação de CRH. Quanto menos cortisol, maior o estímulo em CRH cortisol É um hormônio esteróide que tem origem na glândula suprarrenal. Tem como via de controle: CRH (Hipotálamo) - ACTH ( adenohipófisis) - Cortisol ( Córtex da suprarrenal) O cortisol tem como ação: ● Aumento da gliconeogênese ● Aumento da glicogenólise ● Aumento do catabolismo proteico ● Bloqueio da produção de citocinas pelas células imunes Mecanismo de ação - Glicocorticóides Os fármacos sintéticos mimetizam o cortisol endógeno. Desse modo, temos como exemplos dos medicamentos: ● Hidrocortisona ● Prednisolona ● Prednisona ● Dexametasona ● Beclometasona O mecanismo de ação ocorre da seguinte maneira: Como ação anti inflamatória, há um aumento da lipocortina, que por sua vez, inibe a fosfolipase A2 (presente na membrana plasmática). Com essa inibição todo o metabolismo usando o ácido araquidônico como substrato não ocorre. Como eles são capazes de modular processos inflamatórios e imunológicos, várias doenças podem ser tratadas com a utilização de glicocorticóides: alérgicas, inflamatórias e auto-imunes. Efeitos colaterais ● Síndrome de Cushing ● Osteoporose ● Catarata ● Trombose ● Úlceras ● Hipertensão arterial ● Hiperglicemia ● Psicopatias Diferença entre Prednisona e a Prednisolona Prednisona - É um pró fármaco, sendo assim, precisa passar pelo processo de biotransformação ou metabolização hepática para ser um fármaco ativo. Prednisolona - É o fármaco ativo. Pacientes com alguma insuficiência hepática, não poderia ser tratado com prednisona, tendo em vista que não conseguiria fazer a metabolização. Resultando assim, em inatividade da função do fármaco.
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