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Modelo comunicativo APRESENTAÇÃO Não há linguagem sem comunicação, sem interação. Para Travaglia (2002), a linguagem é um lugar de interação humana, de interação comunicativa, pela produção de efeitos de sentido entre interlocutores em uma dada situação de comunicação e em um contexto sócio-histórico e ideológico. Ao estudar a Língua Espanhola, o indivíduo demarca um novo tipo de significado na construção da sua identidade, pois isso abrange não somente o ato de comunicar-se, mas, também, faz com que o estudante compreenda a pluralidade linguística e cultural que caracteriza diferentes sociedades nas quais ele pode, ou não, estar inserido. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai assimilar os conceitos de interação e interlocutor, além de compreender o significado de tematização e o seu papel linguístico-discursivo. Por fim, você vai refletir sobre a importância das questões culturais no ensino da Língua Espanhola. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Definir os conceitos de interação e interlocutor.• Discutir o conceito de tematizar a partir de informação nova e informação adquirida. • Reconhecer a importância das questões culturais na Língua Espanhola.• DESAFIO Imagine que você é professor de Lingua Espanhola do Ensino Médio e explicou as definições de tema e rema para seus alunos, salientando que cobraria esse conteúdo na prova trimestral. João, um estudante muito dedicado e fã de Eduardo Galeano, estava lendo um dos livros do autor e pediu a você que exemplificasse tema e rema baseando-se no conto Profecías 2. Preencha as lacunas organizando as sentenças em tema e rema para esclarecer a João. INFOGRÁFICO Os interlocutores são as pessoas que participam do processo de interação que se dá por meio da linguagem, ou seja, são os responsáveis pela conversação, sendo essencial visualizar o seu papel na comunicação, bem como os fatores importantes para que haja uma interlocução. Confira mais sobre o assunto no Infográfico a seguir. CONTEÚDO DO LIVRO Não existe linguagem sem interação humana, e não existe sociedade sem cultura. Aprender uma língua estrangeira representa mergulhar em um novo contexto. Quando um indivíduo aprende espanhol, ele acessa uma nova realidade sociocultural, regida por normas e convenções que podem ser muito diferentes daquelas do grupo social no qual ele está inserido. No capítulo Modelo comunicativo, do livro Oficina de texto em Espanhol, você vai assimilar os conceitos de interação e de interlocutor, além de compreender o significado de tematização, entendendo o seu papel linguístico-discursivo. Por fim, você vai refletir sobre a importância das questões culturais no ensino de Língua Espanhola. Não esqueça que o papel dos professores e estudiosos da língua não é apenas ensinar as regras gramaticais, mas, também,compreender a pluralidade cultural que o idioma carrega e transmitir esses conhecimentos ao aluno. Boa leitura. OFICINA DE TEXTO EM ESPANHOL Roberta Spessato Modelo comunicativo Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Definir os conceitos de interação e interlocutores. Discutir o conceito de tematização a partir de informações novas e adquiridas. Reconhecer a importância das questões culturais em língua espanhola. Introdução Não existe linguagem sem comunicação e sem interação. Para Travaglia (2002), a linguagem é um lugar de interação humana e interação comu- nicativa, por meio da produção de efeitos de sentido entre interlocuto- res em uma determinada situação de comunicação e em um contexto socio-histórico e ideológico. Ao estudar a língua espanhola, o indivíduo demarca um novo tipo de significado na construção da sua identidade, pois abrange não somente o ato de se comunicar, mas também o faz compreender a pluralidade linguística e cultural que caracteriza diferentes sociedades nas quais ele pode estar inserido. Neste capítulo, você conhecerá os conceitos de interação e de in- terlocutores, compreenderá o significado de tematização e o seu papel linguístico-discursivo, bem como a importância das questões culturais no ensino da língua espanhola. Linguagem e interação humana Quando estudamos a linguagem, estudamos a interação humana. Segundo Bakhtin (2008), qualquer relação humana ocorre em função da linguagem. Para o autor, “ser signifi ca se comunicar, signifi ca ser para o outro e, pelo outro, ser para si mesmo”. Portanto, não existe linguagem sem comunicação, sem interação, ainda que em muitos casos estejamos diante de estudos mais formais em relação à língua, é necessário que exista uma relação com a língua em uso, com as suas intenções e com o seu funcionamento: “[...] todos os diversos campos da atividade humana estão ligados ao uso da linguagem” (BAKHTIN, 2003, p. 261). Não existe sociedade sem linguagem, e ela é responsável por qualquer prática social. A linguagem é responsável pelas relações humanas, pois é por meio dela, segundo Shoffen (2009), que nos constituímos e constituímos o outro como sujeito; ou seja, é por meio da linguagem e do enunciado que os sujeitos se constituem. Quando estudamos a língua espanhola, por exemplo, precisamos compre- ender o seu funcionamento interno e externo. O conhecimento linguístico e o extralinguístico estão interligados, sendo de extrema importância para que se atinja a proficiência. Nesse sentido, Shoffen (2009) defende que estudar e avaliar a proficiência em determinada língua pressupõe compreender os interlocutores envolvidos, o contexto em que a interação ocorre e os propósitos que guiam o seu uso. Sabe-se que o sujeito e a linguagem são produtos da história, da cultura e das relações sociais. Rego (1995), baseado em Vygotsky, compreende que o indivíduo não é resultado de um determinismo cultural, ou seja, não é um ser passivo que só reage frente às pressões do meio. O indivíduo é um sujeito que realiza uma atividade organizada na sua interação com o mundo, capaz, inclusive, de renovar a própria cultura, pois é na sua interação com o mundo que o indivíduo se constitui como sujeito. Para Bakhtin (2003), a visão de mundo, o ponto de vista e a opinião são os constituintes do discurso; já o enunciado é um elo na cadeia da comunicação verbal e não pode ser separado dos elos anteriores que o determinam. Função dos interlocutores e da interação linguística Os interlocutores são os participantes do processo de interação que ocorre por meio da linguagem, são os responsáveis pela conversação. Segundo Bakhtin (2003), a visão de mundo, a tendência, o ponto de vista e a opinião são o que constitui o discurso, mas a forma de repercutir o enunciado é o que torna o interlocutor sujeito. Cabe ressaltar que o emissor e o receptor também são conhecidos como locutores, pois são responsáveis pelo processo de comunicação. Em geral, o emissor pergunta e o receptor responde. De acordo com Shoffen (2009), baseado em Bakhtin (2003), uma das características do enunciado é Modelo comunicativo2 o seu delineamento com o enunciador. A forma como o falante percebe os seus destinatários está diretamente relacionada ao estilo e à composição do enunciado. Cabe destacar que o discurso não precisa ser necessariamente falado. Ao enfatizarmos a existência de um emissor e de um receptor, estamos nos referindo a qualquer tipo de discurso, seja ele verbal ou não verbal, falado ou escrito. O sentido de um texto, independentemente da situação comunicativa, não depende apenas da estrutura textual em si. O que pode influenciar muito a construção do sentido de um texto são os próprios participantes de determinada situação comunicativa. Veja alguns exemplos a seguir. Quando falamos de um texto, o escritor, por exemplo, é o emissor. Dessa forma, ele deve considerar quem é seu interlocutor e o que é necessário para que haja o processo de comunicação. Quando nos referimosa uma sala de aula, no momento em que o pro- fessor tem o domínio da palavra, ele é o emissor e os seus alunos são os receptores. Considere que um dos alunos pergunte algo ao professor; nesse momento, os papéis de invertem e o professor assume o papel de receptor e o aluno o de emissor. Ao assistirmos uma palestra, somos os receptores e o palestrante o emissor. Agora, por exemplo, em que você está lendo este capítulo, eu, professora, sou a emissora e você, aluno(a), é o(a) receptor(a). De acordo com Koch (2011), o emissor/produtor deve ter noção do que dizer, do quanto dizer e de como dizer; já o leitor/ouvinte deve, por sua vez, tendo em vista as informações contextualmente oferecidas, construir representações coerentes a partir de seu conhecimento de mundo. Portanto, a autora afirma que o tratamento da linguagem — tanto na produção como na recepção — se baseia na interação de emissor/produtor e ouvinte/leitor, que se manifesta pela antecipação e coordenação recíprocas, em dado contexto de conhecimentos e estratégias cognitivas (KOCH, 2011). Dessa forma, você pode compreender que, na interação, cabe ao interlocu- tor escolher o contexto adequado à construção de sentidos, isto é, o emissor é o responsável pelo conteúdo necessário para que o interlocutor consiga compreender as suas intenções, fazendo, assim, o processo de comunicação ser estabelecido. De acordo com Koch (2011), o falante/escritor deve agir de 3Modelo comunicativo modo a utilizar as representações necessárias e relevantes para que o inter- locutor consiga compreender suas intenções sem grande esforço, com base nas informações contextuais e/ou conceituais fornecidas, como um grande trabalho estratégico e cooperativo. O discurso oral não é neutro ou ingênuo, pois carrega muito mais infor- mação do que apenas os enunciados mencionados. O tom de voz e os olhares utilizados constituem a intenção daquilo que é dito. Segundo Pinto (2011), olhares, sorrisos, gestos e até a distância entre os participantes e as posturas mantidas por eles integram nosso conhecimento sociolinguístico. Tudo que acompanha a fala é constitutivo de nossas práticas discursivas e, portanto, contribui para produzir efeitos comunicativos. Segundo Travaglia (2007, p. 27), a comunicação eficiente entre os seres humanos é fundamental para o entendimento entre os homens, e esse enten- dimento é necessário e crucial para que os homens vivam e convivam bem. Podemos dizer que a boa comunicação garante não só a qualidade de vida em uma sociedade, mas a própria vida e existência da humanidade. Resumidamente, o enunciado não é um conceito meramente formal, pois demanda uma situação, interlocutores identificados, compartilhamento cultural e o estabelecimento de um diálogo, ou seja, falar em enunciado representa falar de acontecimentos. Portanto, de acordo com Bakhtin (1981), a verdadeira substância da língua não é constituída por um sistema abstrato de formas linguísticas, nem pela enunciação monológica isolada, nem pelo ato psicofisiológico de sua produção, mas sim pelo fenômeno social da interação verbal. Tematização — informação compartilhada pelo emissor e pelo receptor Assim como o entendimento sobre linguagem e sujeito nos permite compre- endamos o discurso como algo vivo, mutável e não ingênuo, é importante que entendamos o papel de tematização dentro do discurso. Para Caamaño Tomás (2011), a tematização está diretamente ligada à linguística do texto, conhecida também como linguística textual e linguística do discurso. Para esse autor, a tematização é o conjunto de estratégias empregadas para a organização dos elementos e sua relação semântica dentro do discurso, de maneira que seja possível inferir o tema desse discurso. Modelo comunicativo4 Segundo Sánchez e López (1997), falar de tematização representa com- preender que há uma informação compartilhada pelo emissor e pelo receptor, ou seja, trata-se de um enfoque comunicativo-semântico de uma unidade lin- guística a partir de certa estruturação dentro da sentença. Segundo os autores, na semântica discursiva, o tema pode ser definido como a disseminação de caminhos narrativos, valores que já foram compreendidos semanticamente pelos sujeitos envolvidos no discurso. Já para Ventura e Lima-Lopes (2002), a estrutura temática, ou tematização, é aquela que atribui à oração o seu caráter de mensagem, organizando o tema e o rema (conceitos abordados a seguir). Cabe ressaltar que, de acordo com os autores, a tematização é um fator extremamente importante para o desenvolvimento de um texto, pois auxilia diretamente a coesão. Com ela, é possível compreender como o escritor organizou a sua mensagem para o receptor. Segundo Barbosa (2005), a organização do enunciado constitui a estru- tura informacional da frase. Essa estrutura integra tanto a distribuição das unidades de informação (a estrutura temática) como a organização interna de cada unidade informacional. A estrutura temática ou tematização é responsável pela ordem linear das unidades de informação. Em geral, o tema ocorre no início da frase, precedendo aquilo que sobre ele se diz, denominado rema. De acordo com a Universidade Católica do Chile (PONTIFICIA..., 2005), tematização inclui os conceitos de tema e de rema. O tema é aquele sobre o qual algo é dito e já é conhecido; já o rema é a nova informação. O tema — a primeira parte da frase antes do verbo principal — apresenta o conteúdo para o leitor. As novas informações envolvem a introdução de expressões indefini- das, que, quando mencionadas, tornam-se expressões definidas. As unidades lexicais mencionadas pela segunda vez referem-se ao mesmo campo semântico que a unidade lexical mencionada anteriormente, o novo (ou rema) é o que o falante decide apresentar como dentro de um paradigma de possibilidades léxico-gramaticais. Compreender a relação existente entre o tema e o rema é fundamental para a tematização. De acordo com Sánchez e López (1997), baseados em Harald Weinrich (1981), o tema representa a informação recebida e já compreendida; contudo, toda informação nova que venha a partir do tema chama-se rema. O tema é dado em cada caso e o rema é o que surge como informação nova. Já para Ventura e Lima-Lopes (2002), tema é aquilo que é conhecido, uma determinada situação a partir da qual o falante prossegue. 5Modelo comunicativo É importante destacar que o tema se localiza normalmente na posição inicial da oração, ou seja, é nele que se inicia uma mensagem. Enquanto o tema assume o papel de alavanca da mensagem, o rema representa o resto da mensagem, portanto, o rema é o tema que se desenvolveu. Segundo Ventura e Lima-Lopes (2002), a principal função do tema é fornecer o pano de fundo para a interpretação do rema. Para os autores, definir tema é funcional: o tema é um elemento dentro de uma determinada configuração estrutural que organiza a oração da seguinte forma: tema + rema. Veja o exemplo do Quadro 1 para compreender os conceitos de tema e rema. Fonte: Barbosa (2005). Tema Rema Música Hermano, hoy estoy en el apoyo de la casa a Mi Hermano Miguel (Mercedes Sosa) Estoy aquí queriéndote Estoy aquí (Shakira) Quadro 1. Tema e rema Em relação ao tema e ao rema, é possível considerar dois conceitos que se inter-relacionam ao tipo de informação da mensagem. Segundo Barbosa (2005), sob a perspectiva contextual, em geral, a primeira parte, tema, contém elementos dados, conhecidos, que funcionam como “ponto de partida” do enunciado, ao passo que a outra parte, o rema, contém elementos novos que constituem o “cerne” do enunciado. Língua e cultura — duas abordagens indissociáveis Ao estudar uma língua estrangeira, o indivíduo demarca um novo tipo de signifi cado na construção da sua identidade, pois abrange não somente o ato de se comunicar, mas também o permite compreender a pluralidade linguís- tica e cultural que caracteriza diferentes sociedades nas quais ele pode estar Modelo comunicativo6inserido. Aprender uma língua estrangeira representa mergulhar em uma nova cultura, e isso inclui a aquisição de um conjunto de habilidades linguísticas dentro de uma norma padrão. Um breve histórico sobre o ensino de língua espanhola no Brasil O estudo da língua espanhola nos últimos anos reflete sua alta demanda. Esse cresci- mento é devido às relações econômicas do Brasil com os países de língua espanhola da América Latina, pois, dentro do Mercado Comum do Sul (MERCOSUL), o Brasil é o único falante de português. Esse crescimento resultou na necessidade de linguagem na educação brasileira, pois aprender ajuda a estreitar o relacionamento do Brasil com os países vizinhos. Segundo Souza e Oliveira (2010), a língua espanhola é considerada uma necessidade dentro do contexto educacional brasileiro atual. A importância da aprendizagem do idioma espanhol em nosso país, pode ser verificada, também, pelo fato de o Brasil estar estreitando seus laços com países hispano-americanos, não somente por questões comerciais, o ponto de partida para o fortalecimento da língua, mas por questões sociais e políticas. Fonte: Nascimento (1999, p. 05). O fato é que quando o estudante aprende a língua espanhola, por exem- plo, ele tem acesso a uma nova realidade sociocultural, regida por normas e convenções que podem ser muito diferentes das que existem no grupo social no qual ele está inserido. Compreender o mecanismo de ensino do espanhol como segunda língua requer que sua inserção na escola não seja limitada e descontextualizada. É necessário que os aspectos culturais estejam presentes e que não se ensine o espanhol como uma língua homogênea. Deve-se mostrar a pluralidade cultural em relação à identidade linguística em cada variante. De acordo com Goettenauer (2005 apud SEDYCIAS, 2005), ensinar a língua espanhola representa não apenas ensinar os mecanismos formais, mas também os seus aspectos culturais. Há muitos fatores vinculados ao ensino/aprendizagem de espanhol, não só aqueles que dizem respeito à própria prática educacional – objetivos, conteúdo, metodologia, material didático, recursos etc. —, mas também os que estão relacionados a considerações de outra ordem: os idiomas estão determinados pelos povos que os falam e pelas condições políticas, culturais 7Modelo comunicativo e sociais em que esses povos vivem. Esta afirmação é ainda mais contun- dente quando se trata de uma língua falada em duas dezenas de países. É necessário levar em conta, além dos diversos espaços geográficos que influem nos modos e costumes de cada comunidade, as culturas, os siste- mas político-econômicos, as organizações sociais, as histórias, o passado e o presente das várias nações, dos inúmeros povos e, ainda, os conflitos resultantes do contato do espanhol com outras línguas (GOETTENAUER apud SEDYCIAS, 2005, p. 62). Fernández (2005) também considera que a cultura da língua espanhola contribui para o conhecimento linguístico do indivíduo, inclusive, afirmando que o espanhol deve significar para o estudante uma ampliação de seu mundo, uma forma de conhecer o outro e, consequentemente, exercer a tolerância diante das diferenças. No fim do século XV, o idioma espanhol expandiu-se pela américa e, hoje, além da Espanha, a língua é falada oficialmente em outros 20 países. A língua espanhola se originou na região de Castela, na Espanha, por isso é também conhecida como castelhano. Atualmente, o México é o país que concentra a maior comunidade de falantes do idioma, com 122 milhões de pessoas, a Colômbia ocupa o segundo lugar e a Espanha, o terceiro. Cabe esclarecer que o berço da língua espanhola compartilha o status de idioma oficial com três outras línguas regionais: catalão, basco e galego. Além dos países oficialmente hispano falantes, é língua materna de 13% da população dos Estados Unidos, o que corresponde a um total de 39 milhões de pessoas. A seguir, apresentamos uma lista dos países onde a língua espanhola é falada como idioma oficial, em ordem decrescente do número de falantes nativos (valores aproximados). A Figura 1 apresenta um mapa indicando a localização desses países. México (122 milhões); Espanha (47 milhões); Colômbia (48 milhões); Argentina (43 milhões); Venezuela (33 milhões); Peru (30 milhões); Chile (17 milhões); Guatemala (15 milhões); Equador (14 milhões); Cuba (11 milhões); Bolívia (10 milhões); República Dominicana (10 milhões); Honduras (8 milhões); El Salvador (7 milhões); Paraguai (6 milhões); Nicarágua (6 milhões); Costa Rica (5 milhões); Porto Rico (4 milhões); Panamá (3 milhões); Uruguai (3 milhões). Fonte: Lingoda (2018). Modelo comunicativo8 No momento em que o estudante se sente sujeito de um novo idioma, capaz de se inserir nele linguística e culturalmente, podemos falar de aprendizagem desse novo universo linguístico. Contudo, para que isso ocorra, em sala de aula principalmente, é importante que o universo da língua espanhola não se resuma apenas a regras gramaticais. De acordo com Serrani (2005, p.15), “[...] enquanto o componente sociocultural é sempre posto em relevo na teoria, não é raro que tenha um papel secundário em práticas de ensino de línguas”, pois se sabe como comum é associar uma aula de língua estrangeira a uma aula de gramática com- pletamente desvinculada de qualquer contexto significativo cultural que faça real diferença na vida dos alunos. A autora define como interculturalista o docente que contempla o ensino da língua estrangeira com mediações socioculturais e sociolinguísticas; entretanto, afirma que “[...] se requer uma capacitação adequada para que o professor não conceba seu objeto de ensino — a língua — como um mero instrumento a ser dominado pelo aluno” Serrani (2005, p. 17-18). O professor interculturalista deve ser sensível à língua e ao seu processo discursivo, o qual carrega história, cultura e identidade. Segundo Serrani (2005, p. 17-18), “O perfil do interculturalista requer que o profissional considere especialmente, em sua prática, os processos de produção/compreensão do Figura 1. Países falantes de espanhol. Fonte: Adaptadas de Pinterest (2018, documento on-line). 9Modelo comunicativo discurso, relacionados diretamente à identidade sociocultural”. Em relação ao mesmo ponto de vista, Marcuschi (2008) afirma que a língua é um fenômeno cultural, histórico, social e cognitivo que varia ao longo do tempo e, de acordo com os falantes, ela se manifesta no seu funcionamento e é sensível ao contexto, ou seja, é um sistema simbólico que pode significar muitas coisas, mas que não tem uma semântica indissociável pronta e nem completamente ilimitada de autonomia significativa. Determinar que o ensino da língua espanhola se restringe apenas à gra- mática e ao seu ensino normativo corresponde à limitação do conhecimento muito mais amplo que perpassa as páginas de um livro cheio de regras e de normas. É completamente possível carregar para a sala de aula um novo universo histórico-cultural, capaz de transformar não só o conhecimento linguístico dos indivíduos em questão, mas também auxiliar na sua formação identitária como sujeitos. Entretanto, vale ressaltar que o ensino plural do espanhol não descarta o en- sino normativo da língua; pelo contrário, deve utilizá-lo como ferramenta para que se alcance o objetivo pretendido. Uma abordagem não exclui a outra, elas se complementam, pois nenhuma é plena sozinha. Nas diretrizes curriculares da educação básica de língua estrangeira moderna do Paraná (2008), baseada em Vygotsky (2008, p. 65), está explícito que “[...] o conhecimento linguístico, ainda que condição necessária, não é suficiente para chegar à compreensão, considerando que o leitor precisa executar um processo ativo de construção de sentidos e também relacionar a informação nova aos saberes já adquiridos”, pois “a análise linguística, portanto, deve estar subordinada ao conhecimento discursivo, ou seja,devem ser decorrentes das necessidades específicas dos alunos, a fim de que se expressem ou construam sentidos aos textos”. Por mais que as palavras possuam significado, nenhum falante é um di- cionário humano. Ensinar vocabulário, seja em espanhol, francês, italiano ou inglês, é desenvolver um novo idioma e representa compreender um novo cenário linguístico e sociocultural. De acordo com Ferrarezi Junior (2008, p. 27), “[...] uma palavra só vai ter um sentido definido depois que for inserida em um contexto devidamente inserido em um ambiente de produção identificado pelos seus interlocutores, o cenário”. É responsabilidade do professor apresentar a universalidade da língua espanhola e acabar com o preconceito linguístico existente nas variantes que não são a da Espanha, pois o aluno deve entender que a identidade linguística de cada comunidade é uma forma de representação social e, no momento em que se trata uma variante com desdém, demonstra-se preconceito, não apenas com um sotaque, mas com uma comunidade linguística. Em relação a esse Modelo comunicativo10 aspecto, Coan e Ponte (2013, p. 185), baseados em Richards (1990), afirmam que, nos livros didáticos de língua espanhola, a variedade peninsular ainda prevalece sobre as demais variedades americanas e, além do predomínio da variedade peninsular, quando há exploração das variedades americanas, é feita de forma superficial, em sua maioria em pequenos textos, figuras, notas de rodapé ou, ainda, em algum tópico de curiosidade. Além disso, para Ferrarezi Junior (2008), o aluno deve entender que, ao utilizar a língua, encontrará di- ferentes construções linguísticas e, entre elas, uma variante de mais prestígio, que poderá ser aprendida e dominada para fins específicos. É importante que você perceba que a atividade de ensinar ou estudar uma língua estrangeira não deve se deter apenas a decorar regras normativas de uma gramática tradicional; aprender uma língua estrangeira representa mergulhar em um novo mundo e se reconstituir, rematerializar e ressignificar como indivíduo. Métodos de ensino O aprendizado de uma nova língua contempla não apenas aspectos linguísticos formais, mas também históricos e socioculturais. Estudos sobre o ensino de uma segunda ou terceira língua começaram no século XVI. No entanto, com o surgimento da linguística no século XIX e o avanço da psicologia, novas pesquisas sobre as formas e os métodos que poderiam ser usados para garantir o sucesso no aprendizado de uma nova língua apareceram. Gramática e método de tradução Este método foi o mais utilizado em todos os momentos e o que durou mais tempo no ensino de língua estrangeira. Seu principal objetivo é que o aluno adquira conhe- cimentos lexicais e aprenda regras gramaticais da língua-alvo, para que entenda as frases e consiga construí-las. Segundo Mato (2011), esse método consiste no ensino de uma segunda língua por meio da primeira, já que toda a explicação da segunda é baseada na linguagem do aluno. Para esse método, a linguagem é um conjunto de regras que devem ser observadas, estudadas e analisadas, diz Sánchez (2009). O objetivo linguístico é treinar os alunos para leitura e análise textual. Método estruturalista Em 1916, surgiu uma corrente teórica baseada no Curso de Linguística Geral de Ferdi- nand Saussure. No entanto, apenas na década de 1930, com a teoria da linguagem de descrição, o termo estruturalismo passou a ser usado na linguística. Como ele estava em ascensão, tudo que se relacionava à aprendizagem de uma segunda língua ficou a cargo da abordagem linguística. A base do estruturalismo é a análise da linguagem falada, e o procedimento é descritivo e indutivo. 11Modelo comunicativo Em meados do século XX, segundo Sanchez (2009), surgiram os métodos audio- linguais e estruturais, os quais consideravam que o estudo da língua-alvo culminava na repetição fonética e fixação de estruturas gramaticais. A corrente estruturalista permaneceu por cerca de trinta anos. Na década de 1960, começaram as primeiras críticas ao estruturalismo, já que o método não colocava o aluno no contexto comu- nicativo adequado, isto é, os diálogos eram repetitivos e irreais. Nos anos de 1980, um novo método passou a ser valorizado: a abordagem comunicativa. Abordagem comunicativa De acordo com Sanchéz (2009), a abordagem comunicativa surgiu para abolir os métodos estruturais anteriores. Essa abordagem tem a sua origem nos primeiros anos da década de 1970 na Europa, como uma reação aos métodos estruturais anteriores: o audiolingual dos Estados Unidos e o situacional da Europa. Para abordagens comu- nicativas, o objetivo da linguagem é a comunicação, e o ensino da língua estrangeira deveria ser baseado em noções e funções reais (SANCHÉZ, 2009, p.67). Como já vimos, a linguagem é um instrumento de comunicação e seu uso requer conhecimento sociocultural, discursivo e estratégico. Além disso, seus ensinamentos, segundo Richards e Rodgers (2010), devem considerar as quatro habilidades: fala, escrita, escuta e leitura. De acordo com a abordagem comunicativa, o aprendizado de uma língua é bem-sucedido quando os alunos enfrentam situações da vida que precisam de comunicação, ou seja, as aulas são desenvolvidas com bases em contextos de linguagem. O ensino de uma língua estrangeira deve promover a comunicação real, em situações reais e, na abordagem comunicativa, estabelece-se a partir de tarefas. Segundo Sanchéz (2009), a apresentação de um conteúdo gramatical está sujeita à funcionalidade e à relevância que esse conteúdo possui para a comunicação do aluno não nativo. As atividades em sala maximizam oportunidades para que os alunos usem a língua- -alvo de maneira comunicativa em atividades que realmente tenham significado para eles. De acordo com Silva (2001), o princípio da abordagem comunicativa é estabelecer a comunicação e, somente depois disso, aprimorar a correção da língua em termos gramaticais. Para a autora (SILVA, 2001, p.63), a abordagem comunicativa tem como princípios enfatizar: os padrões ativos de aprendizagem, incluindo trabalhos em duplas e em grupos (o que normalmente não é explorado adequadamente pelos professores que temem uma aula barulhenta); o trabalho oral, revelando as habilidades de fala e de escuta na sala de aula, propor- ciona o contato constante com a língua para um comando mais eficaz e palpável; a importância do desenvolvimento das habilidades de leitura e de escrita para promover a confiança dos alunos nas outras duas habilidades; o ensino menos sistemático da gramática, por se reconhecer que a comunicação depende dela para que não haja prejuízos no processo comunicacional. Segundo Robert Galisson, a abordagem comunicativa exige que o aluno tenha a habilidade de dominar várias competências, como a gramatical, que se relaciona com o domínio das estruturas gramaticais; a discursiva, que trata de aspetos sobre a coerência de tipos distintos de textos; a estratégica, na qual as estratégias linguísticas podem favorecer a comunicação; e a sociolinguística ou sociocultural (SOARES, 2012). Modelo comunicativo12 1. Sobre o papel dos interlocutores na interação linguística, sabe-se que a visão de mundo é umas das características que constituem o discurso, e sua forma de repercutir no enunciado é o que torna o interlocutor sujeito. Portanto, é possível afirmar que os interlocutores: a) não são responsáveis pela conversação. b) se constituem como sujeitos a partir da linguagem. c) compõem apenas o discurso falado. d) podem ser tanto emissores como receptores. e) são responsáveis pelo delineamento discursivo. 2. Sobre os métodos de ensino, é correto afirmar que: a) no método estruturalista, a linguagem é um conjunto de regras que devem ser observadas, estudadas e analisadas. b) na abordagem comunicativa, as repetições são fundamentais para a memorização. c) o método audiolingual dos Estados Unidos e o situacional da Europa compõem aabordagem comunicativa. d) o método gramática e tradução foi o que perdurou por mais tempo no ensino de línguas estrangeiras. e) a abordagem comunicativa tem como objetivo a comunicação e a repetição. 3. Estudar uma língua estrangeira faz o indivíduo demarcar um novo tipo de significado na construção da sua identidade. Em relação a esse aspecto e ao universo que surge com uma nova língua, é incorreto afirmar que: a) estudar uma segunda língua abrange não somente o ato de se comunicar, mas também permite a compreensão da pluralidade linguística e cultural que caracteriza diferentes sociedades. b) aprender uma língua estrangeira representa mergulhar em uma nova cultura, incluindo a aquisição de um conjunto de habilidades linguísticas dentro de uma norma padrão. c) assimilar uma nova língua reflete em conceber uma nova realidade sociocultural, regida por normas e convenções que podem ser muito diferentes das existentes no grupo social anteriormente conhecido. d) adquirir uma língua estrangeira requer aprender, primeiramente, a sua gramática normativa, pois ela é a base para a comunicação e, somente assim, é possível mergulhar em uma nova cultura. e) a aprendizagem de uma segunda língua contribui para o conhecimento do sistema linguístico formal, que deve significar para o estudante uma ampliação de seu mundo, bem como uma forma de conhecer o outro e, 13Modelo comunicativo consequentemente, exercer a tolerância diante das diferenças. 4. Qual é o papel do professor interculturalista? a) Difundir indiferença às manifestações culturais do processo discursivo. b) Apresentar a língua estrangeira de forma neutra, para que o estudante decida qual significado dar a esse ensino. c) Auxiliar o aluno a considerar em sua prática os processos de memorização como base para o discurso. d) Salientar que o ensino de línguas é homogêneo e que o sistema linguístico formal é a base para qualquer comunicação. e) Abordar que a língua é um fenômeno cultural, histórico, social e que o seu funcionamento é sensível ao contexto. 5. Tematização é um termo linguístico discursivo que: a) trata do enfoque comunicativo- -semântico de uma unidade linguística a partir de uma certa estruturação dentro da sentença. b) está baseado nas questões de linguística formal, abordando conceitos de signo linguístico. c) oferece à oração o seu caráter de mensagem, os conceitos de tema e de rema. O tema é a nova informação e o rema é algo já conhecido. d) é pouco importante para o desenvolvimento de um texto, pois não auxilia a coesão, somente a semântica discursiva. e) não auxilia a compreensão de como o produtor organizou a sua mensagem para o receptor. BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2003. BAKHTIN, M. Problemas da poética de Dostoiévski. Rio de Janeiro, Forense Universitária, 2008. BAKHTIN, M. Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec, 1981. BARBOSA, J. Foco e Tópico: algumas questões terminológicas. In: RIO-TORTO, G.; FIGUEIREDO, O. M.; SILVA, F. (Ed.). Estudos em homenagem de Mário Vilela. Porto: Fa- culdade de Letras/Universidade do Porto, 2005. p. 339-351. Disponível em: <http:// ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/4571.pdf>. Acesso em: 17 jul. 2018. CAAMAÑO TOMÁS, A. La nueva tematización en el desarrollo textual en las investiga- ciones de Teun A. Van Dijk, János Petöfi y M. A. K. Halliday. 2011. 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EXERCÍCIOS 1) Sabe-se que a visão de mundo é umas das características que constitui o discurso, e a sua forma de repercutir no enunciado é o que torna o interlocutor um sujeito. Na interação linguística, é possível afirmar que os interlocutores: A) não são os responsáveis pela conversação. B) constituem-se como sujeitos a partir da gramática. C) compõem apenas o discurso falado. D) podem ser somente emissores, nunca receptores. E) são responsáveis pelo delineamento discursivo. 2) Sobre os métodos de ensino de uma segunda língua, é correto afirmar que: A) no método estruturalista, a linguagem é um conjunto de regras que devem ser observadas, estudadas e analisadas. B) na abordagem comunicativa, as repetições são fundamentais para a memorização. C) o método audiolingual dos Estados Unidos e o situacional da Europa compõem a abordagem comunicativa. D) o da método gramática e tradução foi o que perdurou por mais tempo no ensino de línguas estrangeiras. E) a abordagem comunicativa tem como objetivo a comunicação e a repetição. 3) Estudar uma língua estrangeira faz com que o indivíduo demarque um novo tipo de significado na construção da sua identidade. Em relação a esse aspecto e ao novo universo que surge com um nova língua, é correto afirmar que: A) estudar uma segunda língua abrange não somente o ato de comunicar-se, mas, também, de compreender a pluralidade linguística e cultural que caracteriza as diferentes sociedades. B) aprender uma língua estrangeira é desprezar uma nova cultura, e isso inclui a aquisição de um conjunto de habilidades linguísticas dentro de uma norma padrão. C) assimilar uma nova língua subestima o fato de conceber outra realidade sociocultural, regida por normas e convenções que podem ser diferentes daquelas existentes no grupo social anteriormente conhecido. D) adquirir uma língua estrangeira requer aprender, primeiramente, a gramática normativa, pois esta é a base da comunicação e somente assim é possível mergulhar em uma nova cultura. a aprendizagem de um segundo idioma contribui para o conhecimento do sistema linguístico formal da língua materna e deve significar, para o estudante, a ampliação de seu mundo, bem como uma forma de conhecer o outro e, consequentemente, de exercer a E) tolerância diante das diferenças. 4) Qual é o papel do professor interculturalista? A) Difundir a indiferença às manifestações culturais do processo discursivo. B) Apresentar a língua estrangeira de forma neutra, para que o estudante decida qual significado dar a esse ensino. C) Fazer com que o aluno considere, especialmente, os processos de memorização como base para o discurso. D) Salientar que o ensino de línguas é homogêneo e que o sistema linguístico formal é a base para qualquer tipo de comunicação. E) Salientar que a língua é um fenômeno cultural, histórico, social e que o seu funcionamento é sensível ao contexto ao qual ela está incluída. 5) Tematização é um termo linguístico discursivo que: A) Trata-se de um enfoque comunicativo-semântico de uma unidade linguística a partir de uma certa estruturação dentro da sentença. B) Baseia-se nas questões de linguística formal abordando conceitos de signo linguístico. C) Dá à oração o seu caráter de mensagem, os conceitos de tema e de rema. O tema é a nova informação; enquanto o rema é algo já conhecido. D) É pouco importante para o desenvolvimento de um texto, pois não auxilia a coesão, somente a semântica discursiva. E) Não auxilia a compreensão de como o produtor organizou a sua mensagem para o receptor. NA PRÁTICA Por mais que as palavras tenham significado, nenhum falante é um dicionário humano. Ensinar vocabulário e desenvolver uma segunda língua representa compreender um novo cenário linguístico e sociocultural. É responsabilidade do professor apresentar a universalidade do espanhol e desfazer o preconceito linguístico existente para com as variantes que não são da Espanha. É imprescindível que o aluno entenda que a identidade linguística de cada comunidade é uma forma de representação social, não existindo, dessa forma, comunidade linguística superior. Cabe ao professor apresentar o universo cultural que o idioma carrega. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Abordagem da cultura no ensino do Espanhol dentro e fora da sala de aula Este artigo pode servir de inspiração ao professor na hora de preparar suas aulas. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Identificar tema e ideia principal É essencial identificar o tema e sua ideia principal de uma interação. Veja este vídeo para agregar mais conhecimento sobre o assunto. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Enfoque comunicativo A abordagem comunicativa é essencial para o ensino não somente de Espanhol, mas de qualquer segundo idioma. Assista a este vídeo para esclarecer essa abordagem tão nova, importante e eficiente. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
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