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1ºAula Introdução ao banco de dados Objetivos de aprendizagem Ao término desta aula, vocês serão capazes de: • Conceituar o que é dado e informação; • Entender o conceito de banco de dados. Olá, Bem-vindos(as) à matéria Banco de Dados I. Para iniciar os nossos estudos, vamos mostrar alguns conceitos introdutórios para que vocês se situem em nossos estudos. Primeiramente, vamos estudar o que são dados e informações e depois veremos o que é Banco de Dados e para que ele serve. Leiam atentamente esta aula e, se tiverem alguma dúvida, usem os recursos que estão na sua área do aluno. Bons estudos! Banco de Dados I 6 1 - Dado vs. Informação 2 - Definição de Banco de Dados 1 - Dado vs. Informação O Dicionário Michaelis define dado como “Elemento, princípio ou quantidade conhecida que serve de base para a solução de um problema.” (DADO, 2016). Adicionalmente, o mesmo dicionário define dado como “Representação de fatos, conceitos e instruções, por meio de sinais, de maneira formalizada, possível de ser transmitida ou processada pelo homem ou por máquinas” (DADO, 2016). Sob a visão da informática, temos a visão oferecida por Turba, McLEan e Wetherbe (2004) que afirmam que um dado pode ser entendido como um item ou um acontecimento que diz respeito a uma descrição primária de objetos, eventos, atividades e transações que são gravados, classificados e armazenados, porém não são organizados de alguma forma que transmita um significado. Em teoria, qualquer coisa pode ser um dado: um número, uma palavra, um texto, uma nota musical, uma música completa etc. Através desses dados, podemos chegar à informação. O mesmo dicionário Michaelis descreve informação como: Seções de estudo in•for•ma•ção sf 1 Ato ou efeito de informar(-se). 2 Conjunto de conhecimentos acumulados sobre certo tema por meio de pesquisa ou instrução. 3 Explicação ou esclarecimento de um conhecimento, produto ou juízo; comunicação. 4 Notícia trazida ao conhecimento do público pelos meios de comunicação. 5 Explicação sobre um processo dado por funcionário de repartição após este ser despachado ou solucionado por autoridade competente; comunicação. 6 Relatório escrito; informe. 7 Mil Conjunto de relatórios que, após analisados, possibilita a um comandante a tomada de decisões. 8 Miner Presença de minerais que denunciam existência de diamantes em determinada região. (INFORMAÇÃO, 2016) Do ponto de vista da Informática, podemos entender a Informação como todo conjunto de dados organizados de maneira a ter sentido e valor para o seu destinatário, sendo inserida em um contexto, fazendo que o usuário interprete o conhecimento informado nessas informações, extraindo seus significados. Assim está na mente de alguém, representando algo significativo para alguém. Para entendermos melhor a diferenciação entre dados e informações vamos observar a seguinte frase: “Paris é uma cidade fascinante”. Essa frase que é um dado. Pode caracterizar uma informação, desde que a pessoa entenda que Paris é a capital da França e que a palavra “Fascinante” indique uma qualidade usual e intuitiva associada a essa palavra. A tabela abaixo mostra algumas observações entre dado e informação, trazidas por Davenport: Tabela 1 - Interação entre dados e informação Dados Informação Simples observações do estado de mundo Dados dotados de relevância e propósito. • Facilmente estruturado; • Facilmente obtido por máquinas; • Frequentemente quantificado; • Facilmente transferível. • Requer unidade de análise; • Exige consenso em relação ao significado; • Exige necessariamente a mediação humana. Fonte: DAVENPORT, 2001. Adaptado Nessa outra tabela, vemos vários dados, que são na verdade, o nome, endereço e telefone de indivíduos. Eles poderiam ser agrupados em uma lista telefônica, virando uma informação. Tabela 2 - Apresentação de dados/informações Nome Endereço Telefone João da Silva Rua Floral, 30 3572-4545 Pedro da Silva Rua Hortência, 40 3572-5757 Tiago da Silva Rua Camélia, 1550 3572-5349 Fonte: DAVENPORT, 2001. Adaptado Agora que você sabe o que é dado e informação, vamos ver o que é banco de dados. 2 - Definição de Banco de Dados Antes de apresentarmos a definição de Banco de Dados, mostraremos os motivos que levaram à necessidade do desenvolvimento de banco de dados. Antigamente, nos primeiros sistemas computacionais, o armazenamento dos dados era feita em arquivos comuns, sem nenhuma preocupação com possíveis problemas no sistema. Para analisarmos isso, vamos analisar um caso de uso trazido por Heuser (2009), que traz a situação de uma indústria hipotética, com três setores: • vendas, que concentra as atividades de vendas aos clientes dessa indústria (cotação de preços, disponibilidade de produtos etc.); • produção, que abriga as atividades relativas a produção dessa indústria (planejamento e controle da produção) e; • compras, que abriga as atividades relativas a compra de insumos, para servir de matéria-prima para a produção da empresa (cotações de preços, por exemplo). Alguns dados da empresa, como por exemplo, o produto, podem ser usados simultaneamente nos três setores. Por exemplo, os dados de um Produto podem ser usados no setor de Compras para indicar quais insumos são necessários, 7 usados no setor de Produção para o planejamento da produção e podem ser usados no setor de Vendas, para ter uma noção do preço e do seu estoque. Mas, nesse cenário hipotético, os dados de cada setor são colocados em arquivos separados, como indica a figura abaixo: Figura 1 – Sistemas isolados. Fonte: HEUSER, 2009. Esse cenário é perigoso, pois permite uma redundância de dados, que é definida quando “uma determinada informação está representada em um sistema de computador várias vezes” (HEUSER; 2009; p. 20). Nesse cenário, os dados dos produtos estão redundantes nos três sistemas, simultaneamente. Heuser (2009) afirma que há dois tipos de redundância existentes. A redundância controlada acontece quando o software tem conhecimento da múltipla representação da informação e garante a sincronia entre as diversas representações. O usuário só vê apenas uma única representação. Isso é usado para melhorar o desempenho global do sistema. Os sistemas distribuídos e os arranjos de disco (RAID) são grandes exemplos. Por sua vez, há a redundância não controlada dos dados, onde a responsabilidade de manter a sincronia dos dados é do usuário. Esse é o cenário do nosso caso de uso. Essa redundância pode causar os seguintes problemas: • entrada repetida da mesma informação, causando um trabalho desnecessário (ex: cadastrar o mesmo produto nos três sistemas); • inconsistências de dados, que ocorre quando um dado é atualizado em um sistema, mas não é atualizado nos demais (ex: um Produto pode ser atualizado no sistema de Produção, mas não atualizado nos demais sistemas). Para evitarmos esses problemas, podemos adotar o compartilhamento de dados, onde cada informação é armazenada uma única vez, sendo acessados para os demais sistemas. Esse conjunto de arquivos integrados que atendem a um conjunto de sistemas é dado o nome de Banco de Dados (BD), assim, Heuser (2009; p. 22) define banco de dados como “conjunto de dados integrados que tem por objetivo atender a uma comunidade de usuários”. Outra definição que podemos adotar éde Banco de Dados como um conjunto de dados armazenados, organizados de forma que permite uma posterior recuperação. Podemos também defini-lo como um grupo de dados relacionados entre si e armazenados de acordo com uma determinada lógica, de forma que possa ser recuperado quando necessário (ELMASRI; NAVATHE, 2005; MACHADO; ABREU, 2012). O Banco de Dados (também chamado pela sua sigla BD)deve ser projetado e construído com dados para um propósito específico. Além disso, um Banco de Dados precisa possuir algumas aplicações preconcebidas e um grupo de usuários, aos quais sejam permitidas a execução de algumas atividades, tais como: inclusão, exclusão e alteração de dados. Figura 2 – Sistemas integrados, com uma mesma base de dados. Fonte: HEUSER, 2009. Porém, o compartilhamento de dados tem reflexos na estrutura do software. A estrutura interna dos arquivos passa a ser mais complexa, pois estes devem ser construídos de forma a atender às necessidades dos diferentes sistemas. Para abstraímos esse problema, usamos um Sistema de Gerência de Banco de Dados (SGBD), cuja definição veremos a seguir. 2.1 - Sistema de Gerenciamento de Banco de Dados (SGBD) e Sistemas de Banco de Dados (SBD) Elmasri e Navathe (2005) definem um Sistema de Gerenciamento de Banco de Dados como um grupo de programas que permitem aos usuários criar e manter um banco de dados. Heuser (2009), por sua vez, define como software que incorpora as funções de definição (ou criação), recuperação e alteração dos dados em um banco de dados. Para criarmos um banco de dados, é preciso especificar os tipos de dados, as estruturas e as restrições dos dados a serem armazenados. O conjunto de banco de dados com o SGBD constitui o Sistema de Banco de Dados (SBD). Uma configuração de um SGBD simplificado se encontra na próxima figura: Figura 3 – Configuração de um SBD simplificado Fonte: ELMASRI; NAVATHE, 2005. Vale lembrar que existem vários tipos de SGBD, sendo Banco de Dados I 8 os mais populares atualmente o SGBD relacional e o SGBD não relacional. Veremos neste curso exclusivamente o SGBD relacional. A seguir, vamos ver as características do emprego de um banco de dados. 2.2 - Características do emprego de BD Como você viu em nosso cenário de estudo na seção 1.1, em um processamento habitual de arquivos, cada usuário pode definir seu arquivo de acordo com as suas necessidades. Por exemplo, o setor de vendas só manteria o preço, a descrição e o estoque do produto. Por sua vez, o setor de compras, manteria uma lista de insumos que são necessários para a produção do produto. Assim, cada tipo de usuário tem necessidades distintas sobre os dados, programando arquivos diferentes. Para manter os arquivos consistentes é necessário um trabalho extra, atualizando em todos os arquivos existentes. Como vimos, se usarmos um banco de dados (e projetarmos - ou seja, criarmos - esse banco da forma correta, abrigando todas as necessidades), o repositório de dados é definido uma única vez, que é mantido e pode ser acessado por diferentes usuários. Elmasri e Navathe (2005) elencam as principais características da abordagem de banco de dados em relação ao sistema de arquivos tradicional. São eles: • natureza autodescritiva; • separação entre programas e dados; • abstração de dados; • múltiplas visões de dados; • compartilhamento de dados. A seguir, vamos destrinchar cada um desses conceitos. Natureza Autodescritiva O banco de dados não armazena apenas os dados em si. Para que possa gerenciar os dados de maneira correta, ele armazena a forma de armazenamento dos dados (estrutura e formato de armazenamento), o tipo que caracteriza o dado em si (se é um texto, um número inteiro, um número decimal etc.) e as restrições (contendo as situações que o dado não pode ser). Assim, os dados são armazenados junto com dados que descrevem seu uso, denominados de metadados. Esses metadados autodescrevem em si o dado, por isso, temos o conceito de natureza autodescritiva. Separação entre Programas e Dados No processamento de arquivos, a estrutura dos dados é tradicionalmente inserida no programa de acesso. Desse modo, qualquer alteração na estrutura de arquivos resulta em uma alteração no código fonte de todos os programas. No entanto, na abordagem de banco de dados, a estrutura é modificada somente no catálogo, sem alterar os programas (ELMASRI; NAVATHE, 2005). Abstração de dados De forma geral, reconhecemos que o conceito de abstração está ligado à característica de se observar apenas os aspectos de interesse, sem se alterar em maiores detalhes envolvidos. Segundo Elmasri e Navathe (2005), no SGBD, é preciso apresentar ao usuário uma representação conceitual dos dados, não fornecendo muitos detalhes de como as informações são armazenadas. Assim, um modelo de dados é uma abstração de dados que são usados para apresentação dessa representação conceitual, usando conceitos lógicos como objetos, suas propriedades e seus relacionamentos. A estrutura detalhada e a organização de cada arquivo são descritas no catálogo. Assim, um SBD precisa proporcionar uma visão totalmente abstrata do BD, ocultando aos usuários detalhes técnicos de implementação e armazenamento. Ou seja, um banco de dados deve omitir isso, fazendo o usuário se preocupar apenas em quais dados serão armazenados, e não como serão armazenados. Figura 4 – Abstração de dados Fonte: ELMASRI; NAVATHE, 2005. Múltiplas visões de dados Como o banco de dados pode ser usado por vários usuários, e cada usuário pode ter necessidades diferentes, os usuários podem ter visões diferentes da base de dados. Nesse caso, uma visão é definida como um subconjunto de uma base de dados, resultante dos arquivos do BD, porém, estes não estão armazenados, formando um conjunto virtual de informações. Em banco de dados mais modernos, uma visão pode também ser entendida como consultas especializadas de parte dos dados de um BD. Compartilhamento de dados No modo de acesso multiusuário, o SGBD precisa possibilitar que vários usuários acessem o banco de dados ao mesmo tempo. Assim, é essencial que os dados sejam integrados e mantidos em um único banco, como pregado por Elmasri e Navathe (2005). Por exemplo, um hipotético banco de dados de um hotel deve lidar com múltiplas transações ao mesmo tempo, mantendo a consistência do sistema. E, com isso, finalizamos a nossa primeira aula. Na próxima aula, vamos abordar mais alguns tópicos relacionados a Banco de Dados. Retomando a aula Chegamos ao final da primeira aula. Vamos recordar? 1 – Dado vs. Informação Podemos entender dado como um item ou um Representação em computadores modelo Mundo Real 9 acontecimento que diz respeito a uma descrição primária de objetos, eventos, atividades e transações que são gravados, classificados e armazenados, porém não são organizados de alguma forma que transmita um significado. Já informação pode ser entendida como todo conjunto de dados organizados de maneira a ter sentido e valor para o seu destinatário, sendo inserida em um contexto. 2 - Definição de Banco de Dados Um banco de dados é um conjunto de dados armazenados, organizados de forma que permite uma posterior recuperação. Para as suas operações, ele precisa de um programa para a sua manipulação, chamado de Sistema Gerenciador de Banco de Dados – SGBD. O conjunto de banco de dados com o SGBD constitui o Sistema de Banco de Dados (SBD). CARVALHO, I. C. L.; KANISKI, A. L. A sociedade do conhecimento e o acesso à informação: para que e para quem? Revista Ciência da Informação, Brasília, v. 29, n. 3, p. 33-39, set./dez. 2000. CASTELLS, M. A sociedade em rede: a era informação − economia, sociedade e cultura. São Paulo: Paz e Terra, 2007. DAVENPORT, T. H. Ecologia da informação. São Paulo: Futura, 2001. ELMASRI, R.; NAVATHE, S. B. Sistema de Banco de Dados. Tradução de Marília Guimarães Pinheiro et al. São Paulo: Pearson Education, 2005. HEUSER, Carlos Alberto. Projeto de Banco de dados. Porto Alegre: Bookman, 2009. NAVATHE, S. B. Sistema de Banco de Dados. Tradução de Marília Guimarães Pinheiro et al. São Paulo:Pearson Education, 2005. O’BRIEN, J. A. Sistemas de informação e as decisões gerenciais na era da Internet. São Paulo: Saraiva, 2004. TURBAN, E.; WETHERBE, J. C. MCLEAN, E. Tecnologia da informação para gestão: transformando os negócios na economia digital. 3. ed. São Paulo: Bookman, 2004. Vale a pena ler DADO. In: DICIONÁRIO Michaelis On-Line. S.l.: Melhoramentos, 2016. Disponível em: <http://michaelis. uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues- brasileiro/dado/>. Acesso em: 15 mar. 2018. INFORMAÇÃO. In: DICIONÁRIO Michaelis On- Line. S.l.: Melhoramentos, 2016. Disponível em: <http:// Vale a pena acessar Vale a pena michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/ portugues-brasileiro/informacao/>. Acesso em: 15 mar. 2018. Minhas anotações
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