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Odontometria: Métodos Radiográficos e Eletrônicos

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ODONTOMETRIA- METODOS RADIOGRAFICOS E ELETRÔNICOS
Prof Erick Souza
Disciplina de endodontia (aula digitada do vídeo)
Preciso metrificar o dente para estabelecer um comprimento de trabalho. Preciso estabelecer isso pois ele varia de paciente para paciente. Hoje estudaremos as técnicas para fazer isso de forma mais garantida.
Bom, vamos lembrar aqui que falamos sobre uma divisão anatômica do sistema de canais radiculares. Anatomicamente, divido o canal em canal dentinario ate o ponto ou uma região de maior constriccao que seria o ponto de encontro com a raiz cementaria desse elemento dental. Essa constriccao possui dois canais. O dentinario e o cementario.
O canal dentinario, ele ainda é considerado o campo principal do endodontista.
· Campo de acao do endodontista
Em tese o ideal é que eu chegasse ali no limite CDC. É o ponto de parada onde estabeleço meu limite de trabalho. Se conseguíssemos em todos os casos achar o limite cdc para cada caso que eu to tratando. Radiograficamente eu não consigo estabelecer meu maior ponto de constriccao. É difícil estabelecer o ponto exato.
ODONTOMETRIA:
Método para determinação precisa do limite apical de trabalho do endodontista (canal dentinario), onde são aplicadas as manobras do tratamento endodôntico.
Meu objetivo central é estabelecer o limite. Precisamos aprender as manobras nessa disciplina.
LIMITE APICAL DE PREPARO
O LIMITE DEVE SER 1 MM AQUEM DO APICE RADIOGRAFICO
Se o elemento dental, vc parte do principio de que possui uma polpa vitalizada, vc teria um limite, se a polpa fosse necrosada, teria outro limite.. tem infinidade de limites. Aqui na disiciplina vc ira estabelecer independente do diagnostico e da anatomia, o comprimento de 1 mm aquém (antes do ápice dentário). O ápice é o ponto de ref. Não importa as condições do dente. Limite de 1 mm que vou estabelecer uma estrutura básica que sera o batente apical. É uma estrutura que tenho ponto de finalização do preparo.
REQUISITOS:
· Precisao;
· Fácil execução;
· Rapidez – dentro da logística de atendimento, tenho que usar técnica que seja o mais rápido possível, a técnica que ensinamos é considerada rápida;
· Segurança nos resultados- eu não posso utilizar métodos que tentem metrificar e eu acabe ultrapassando o comprimento;
· Facilidade de confirmação;
VANTAGENS:
· Limite de trabalho correto
· Tecidos perirradiculares menos expostos as agressões químicas e mecânicas
· Melhores chances de ocorrer o processo de reparo
Preciso evitar que os instrumentos toquem e não causem uma inflamação. Devo lacerar menos o tecido apical, tenho mais controle no trabalho. A odontometria é essencial para manter dentro do elemnto dental o tempo inteiro.
TÉCNICAS:
· Sensibilidade táctil digital- método mais simples de todos. A gente não preconiza ele. Lima dentro do canal e sinto onde esse instrumento trava no canal. É met ineficaz. Mas saibam que em mts lugares, lugares pobres, o profissional acaba utilizando essa técnica.
· Método radiográfico- é o que vamos falar hoje. Existem métodos mais fáceis
· Método eletrônico- mais fáceis que o radiográfico faz leitura elétrica do tecido periodontal
SENSIBILIDADE TACTIL DIGITAL:
Ridicularizacao da endodontia!!! --> irresponsabilidade profissional!!!
DESVANTAGENS:
· Método muito subjetivo
· Alto índice de erro
· Métodos mais eficientes
METODO RADIOGRAFICO:
É rápido, super trivial, não tem dificuldades. Foi descrito pela primeira vez por INGLE (1958).
Em que se baseia esse método? A partir de uma radiografia inicial, ou radiografia de diagnostico, para diagnostico. É a primeira que você tira. Existem distorções radiográficas sempre. Se eu remover apenas 1 mm, posso errar grosseiramente. Se a radiog tiver alongada, por ex, provavelmente quando eu remover um mm desse comp eu vou ta fora do elemento dental. Levemente encurtada, se eu removo 1 mm de uma radiog que ta com 2 mm encurtada, significa que ficarei a 3 mm do ápice real da estrutura. Portanto, ficarei muito longe do limite apical recomendado.
Essa medida inicial se ve com um proposito: determinar comprimento aparente do dente- CAD.
Então, vcs fazem a inicial ou de diagnostico, medem o comp desse elemento dental desde o ápice radiog ate a borda incisal ou a cúspide mais longa (afastada do ápice). Esse comprimento se chamara comprimento aparente do dente. Por que aparente? Porque não é um comprimento real. Parece ser real, pode haver distorções radiográficas.
De posse do comprimento aparente do dente, faço uma manobra de prevenção de risco de levar o instrumento além do forame apical. Eu transfiro pro meu inst endodôntico uma medida de referencia. Que medida é essa? Comprimento provisório de trabalho- CPT.
1° cad- comprimento aparente do dente
2° CPT= CAD – 3. Se meu CAD é 25. CPT sera 22. Transfiro agora esse comprimento pra uma lima.
Instalo essa lima dentro do canal ate o CPT. Nesse momento, eu tomo nova radiografia. E ai saberei exatamento qual o comp que a lima estará dentro do canal.
METODO DE INGLE (1958)
1- Medir a radiografia- CAD
2- Reduzir 3 mm- CPT
Então, você vai tomar a radiog, e marca o comprimento que vc considera como CAP ou seja, do ápice radiográfico ate a borda incisal. O ideal é estabelecer um ponto dental que não se modifique ao longo do tratamento. Então, terei o limite do ápice ate a borda que estará com o ponto de referencia. Você mede esses dois em linha reta mesmo, estabelecendo o CAD. Então, de posse do cad você consegue ter o CPT.
3- Adaptar o cursor no CPT
Então, você levara pra uma lima que terá que ficar travada no canal no CPT. Você testara algumas limas e você poderá estimar mais ou menos quantas vc poderá usar. Você transfere pra um cursor. Se o seu CPT, for menor que 21, usa lima de 21.
Você faz isso no cursor, num ponto dele. Uma vez que a lima esta marcada no cpt, mensurada nele, você insere essa lima no canal radicular ate chegar no seu ponto de ref, e a partir do momento que vc colocar a lima dentro do canal você faz nova radiografia. Ai nós vamos inserir uma lima dentro do canal radicular e essa lima deve ficar travada.
Se não estiver travada, o paciente pode andar pra tirar radiog e a lima pode cair ou se movimentar. Então, deve estar travada:
Relembrando:
1. Instalamos a lima no canal
2. Lima travada dentro do canal ate o ponto de referencia.
3. Então, você leva a lima pro canal e quando o cursor mostrar que alcançou o ponto de ref, ai significa que vc achou o cpt.
4. Nova tomada radiográfica que dará a possibilidade de fazer nova métrica que vai determinar qual o COMPRIMENTO REAL DO DENTE – CRD.
Lembrem-se: vcs colocaram as limas. Vocês sabem que desse ponto de ref ate aqui embaixo vcs tem uma medida real que você estabeleceu. Supondo: 19 mm. Ok? Então isso é real. O que me falta pra eu determinar o comprimento real do dente? A ponta do instrumento ate o ápice radiográfico.
Essa pequena medida: medida “X” ou distancia x. alguns chamam de D. distancia da ponta do instrumento ate o ápice radiográfico. A distancia é bem pequena e a distorção radiográfica não é distante do real, não é tao significante, pois é próxima do real. Então posso considerar a radiog. Quando eu medir esse X e ele determinar 2 mm por ex. então qual sera comprimento real do dente? 19 + 2= 21 mm.
Eu parti de um comp aparente, criei uma medida real (com o instrumento), coloco no canal, faço nova radiografia (radiografia de odontometria ), em cima da radiografia de odontometria, eu determino x que é a distancia da ponta do instrumento ate a ponta do ápice radiográfico, somo essa distancia com o comp do instrumento que eu pre determinei e ai eu tenho CRD, comprimento real do dente.
· DETERMINACAO DO COMPRIMENTO REAL DO DENTE- CRD
· CRD= COMPRIMENTO DO INSTRUMENTO + DISTANCIA PONTA DA LIMA/ APICE (X)
Observem aqui, essa radiog na distal, mas o cursor dele não esta tocando no dente. Então, o comprimento ele não pre estabeleceu. Você tem que levar o seu cursor ate o ponte de referencia. Tem que levar! Porque ele que determina a mm. A partir da radiog vc mede o valor de “x”.
· DETERMINACAO DO COMPRIMENTO REALDE TRABALHO- CRT
Bom, uma vez que eu tenho o comp real do dente, qual é o meu limite apical de trab? É o comp real do dente (que agr é real, não mais aparente) menos um. Comp real do dente + o x, agora eu retiro um mm, e sei o meu comp real de trabalho. CRT.
CRT- a vida do endodontista. A informação mais importante pra executar uma endodontia. Uma endodontia subpreparada, ou sobrepreparada, ela não é considerada boa. A vida de vcs vai girar em torno desse CRT. É A VIDA DE VOCES!!! Tudo que cs farão a partir de agr ta relacionado ao CRT. Qual vai ser o limite de obturação? CRT. Tem que determinar isso bem.
O cad, cpt, crd, tudo tinha objetivo de determinar o comprimento real de trabalho mais precisamente possível. O crt nada mais é que o crd menos 1 mm. Tudo culmina a esse ponto de determinação de crt.
METODO RADIOGRAFICO
· Radiografia de boa qualidade
· Ponto de referencia
· Visível
· Menor número possível de radiografias
Não errar a posição do filme, não deixar o filme inclinado. Você não pode nem alongar e nem inclinar o dente. Tem que obedecer a inclinação do dente na boca. Vocês precisam treinar radiografia bem. ACERTAR a radiografia. Deve adaptar o cone de acordo com a posição do filme, acertar o picote do filme. O picote na porcao incisal/oclusal. Vocês não podem ter corte apical. TODO ELEMENTO DENTAL tem que estar no filme. Inclusive o ápice. Radiografias cortadas na porcao apical, NEM mostrem pros profs. Serio. Kakkaka
É importantíssimo estabelecer um ponto de referencia, se é a cúspide mesiovest de um molar inf, vai ser ela desde o momento da medida do cad, deve se manter ate a hr da obturação. Se manter desde o princípio até a obturação. Se vc perder o ponto de referencia, obvio que vc perdera tudo.
Tem que estar visível, claro
	
	Superior
	Inferior
	INCISIVO CENTRAL
	21,8 mm
	20,8mm
	INCISIVO LATERAL
	23,1 mm
	22,6
	CANINO
	26,4
	25,0
	1 PRE
	21,4
	21,9
	2 PRE
	21,6
	22,3
	1 MOLAR
	21,3
	21,9
	2 MOLAR
	21,7
	22,4
Acertar logo de primeira. Vamos radiografar certo, posicionem corretamente na boca. Posicionem o filme corretamente na boca e o cone pra radiografar deve seguir a inclinação do filme.
É interessante fixar esses valores. São valores que a literatura coloca como valores médios pros elementos dentais da boca. Não significa que seus dentes tenham que ter esse tipo de medida. Isso é uma media. Você pode ter fora da media. Mas precisa ter uma media porque te ajuda na hora do CAD. Se você faz uma radiografia de um incisivo central superior, suponhamos que vc vai e faz a tua medida inicial do cad e o incisivo central aparece com 27 mm, é bastante distoante da media. Ou vc alongou, ou é um dente que foge demais da media. É bom saber a media porque você acaba sabendo da sua radiografia, se ela ta com muita distorção. Se realmente vale a pena. Se vai precisar repetir a radiog. Imagina que o dente de fato tem 22 mm, e vc faz uma radiog inicial que tem 27. Quando vc tira 3 mm, vc fica com cpt de 24. Vc já ultrapassa o forame apical.
LIMITAÇÕES DOS RX
· Curvatura da porcao apical voltada, em alguns casos, para a região V ou lingual
· Falta de coincidência do forame apical com o ápice radicular, na maioria dos dentes
FORAME APICAL
Olhem essa imagem aqui. O forame esta completamente longe do ápice radiog. O forame aqui ta lateral ao ápice. Lembrem-se que na odontometria radiográfica a nossa referencia é o ápice. Então, aqui por ex, suponhamos que tenho 2 mm de distancia do forame. Então, quando eu retiro 1 mm desse ápice, eu na vdd já to no forame. Então, isso é algo que a gente não tem como resolver do ponto de vista radiográfico. A não ser quando esse forame sai pra M ou pra D, de modo que eu consiga ver a saída do canal radicular na radiog. Ai eu posso fazer um calculo baseado naquela saída para M ou D. mas se a saída for pra V ou L vc não tem como ver no exame radiográfico, porque há uma sobreposição. Infelizmente não temos como ver isso. O melhor método pra determinar o forame apical é o met eletrônico.
· Sobreposição de estruturas anatômicas, principalmente em molares superiores, devido a presença do osso zigomático
· Necessidade de angulação próximo-radial para revelar canais sobrepostos- técnica de clark
A interferência do processo zigomático nos ápices dos 1° (14%) e 2° (30%) molares superiores é mais frequente na raiz palatina.
Outras situações são essas aqui, angulação muito forte que o grampo do isolamento ta atrapalhando. Outra situ: grande distorção, tao grande que não consigo ver o ápice dental, se vc ficou com duvida, repete a radiografia. Outra situ: radiografia toda riscada. Então, de onde ate onde eu vou medir o meu “x”?
METODO ELETRONICO
Iremos apresentar pra vocês na clínica.
Resumo:
Conceito de ingle. Odontometria dos dentes abertos. Método radiogde ingle, determinação do cad no exame radiog inicial feito, det do cpt, que seria o cad menos 3, transfere o valor pra lima, marcamos o comp da lima no cursor, levamos a lima pro canal radicular, ou outros canais se for dente com mais canais, faremos tudo ao mesmo tempo, a lima deve ficar travada dentro do canal com o cursor na referencia, fazemos uma radiog que chamamos de odontometria nessa radiog nos medimos a distancia da ponta do inst ate o ápice radiog, esse valor é o x, a gente soma ao comp do instrumento, determina o comp real do dente, e a partir disso, nós retiramos 1 mm pra ter a vida do endodontista: CRT.

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