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BIOLOGIA CELULAR COMPLEXO DE GOLGI E LISOSSOMOS Essas 2 organelas participam na síntese e na degradação de macromoléculas Complexo de Golgi - Descrito em 1898 por Camilo Golgi, por isso o nome - Geralmente aparece próximo ao núcleo, ao RE e aos centríolos - Possui uma localização variada na célula dependendo do tipo celular e da função - Só pode ser visualizado no MET - Conhecido por ter uma estrutura parecida com sacos membranosos, empilhados e achatados. - Nas eucariontes possuem números variados de sáculos de 3 a 8, em algumas algas pardas 20 sáculos - Nas vegetais apresentam sáculos pequenos - A pilha de sáculos apresenta-se curva, em forma de cuia, com uma face côncava voltada para a membrana plasmática e uma face convexa voltada para o núcleo ou RE. Há duas faces que determinam a morfologia dessa organela: - Face CIS ou face proximal núcleo: está voltada para o núcleo o recebe as vesículas movimentadas do RE para o término da síntese no CG ou apenas para seu transporte. - Face TRANS ou face oposta: voltada para a membrana plasmática e responsável pela formação de vesículas que transportaram vesículas para fora da célula através da MP ou apenas para transporte de macromolécula. - Além disso, há as Cisternas que possuem o Lúmen em seu interior. Há 3 grupos de cisternas - Cisterna CIS: está mais próxima a face cis - Cisterna TRANS: está junta a rede e face trans - Cisterna MEDIAL: está entre as cisternas CIS E TRANS As vesículas sempre partem da face CIS para a face TRANS que é responsável pela destinação final das substâncias transportadas. A formação do CG se da a partir das vesículas que brotam do RE e se diferenciam em Cisternas e se maturam da face CIS para TRANS até que se formem vesículas que carregam proteínas para outros locais da célula. Composição química do CG - 40% de lipídios que são fosfolipídeos e 60% de proteínas que estão envolvidas no processo de glicosilação, sulfatação e fosforilação, que são enzimas que realizam processos envolvidos no CG e decidem o destino final das vesículas produzidas pelo CG. - É no CG que ocorre o a montagem final das esfingomielinas que fazem parte da membrana do CG e da membrana de todas as organela. Funções do CG - Exportação de proteínas (secreção celular) - Responsável pela formação da lamela média e da formação do acrossomo dos seres vivos que possuem espermatozoide - Síntese de carboidratos - Formação dos lisossomos, que envolve a síntese de proteínas que irão compor suas membranas. *Quando ocorre a ligação de vesículas na face TRANS ocorre uma ligação chamada Receptor-proteína onde as vesículas serão empacotadas por vesículas de transporte e se destinam para o lisossomo fundindo-se a ele liberando proteínas das membranas lisossômicas para o interior das organelas. Essas membranas são marcadas por sequências de aminoácidos voltadas para o lado citoplasmático. - CG possui também função sintética, que é a capacidade de alterar significativamente as macromoléculas que transitam da Face CIS para a TRANS. Essas modificações ocorrem através de uma glicosilação terminal sequencial, proteólise específica, sulfatação, fosforilação e adição de ácidos graxos. Todas essas funções de síntese são realizadas pelo CG. - Pode ser considerado como uma das estações mais importantes no tráfico intracelular de macromoléculas, pois é responsável pela síntese, processa e compartimentaliza e leva as macromoléculas para um destino final. As macromoléculas sofrem modificações adicionais - As macromoléculas são recebidas do RE para a Face CIS do CG, onde sofrem modificações e saem para o destino final. - O CG consegue diferenciar as macromoléculas para as diferentes destinações, podendo ser a MP, a Secreção celular ou a Vesícula lisossômica. O Complexo de Golgi é extremamente dinâmico, pois está frequentemente modificando. Novas cisternas CIS são sintetizadas continuamente enquanto a rede trans é eliminada na forma de vesículas para secreção ou para o sistema endossômico/lisossômico. O brotamento de vesículas é dirigido pela montagem de uma capa proteica - As vesículas são cobertas para garantir que as moléculas que estão no interior da capa sejam destinadas de forma correta e para manter sua composição química. O processo de brotamento-vesículas precisa ser perfeitamente regulado. Ou seja, a superfície citoplasmática dessas vesículas são recobertas pelas proteínas para a proteção de todo o material. Se não houvesse a capa proteica, o material de dentro das vesículas sofreria interação com outras organelas e o brotamento não estaria protegido. Por isso é necessária a presença da capa proteica. Vesículas recobertas por Clatrina - Importantes para a rota regulada, quando as vesículas brotam do citoplasma para fora da célula, quando partem da face TRANS para fora da célula e principalmente quando ocorre a via endocítica, que é quando ocorre de fora para dentro da célula. A proteína Clatrina se organiza como uma rede recobrindo toda a membrana da vesícula. Ela se associa a MP, onde as moléculas serão levadas para dentro da célula pelas vesículas. Os receptores de carga reconhecem as moléculas que serão levadas para o meio intracelular, e a partir desse reconhecimento dos receptores, as proteínas adaptinas se associam a membrana plasmática e as moléculas adaptadoras de clatrina se reconhecem e ficam em uma forma arredondada ligando-se a superfície citosólica dos receptores. As proteínas ficam uma ao lado da outra e empacotam a vesícula, e com o auxilio dos receptores de carga, as adaptinas reconhecem e selecionam as moléculas que devem ser incorporadas para o interior das vesículas. Quando ocorre a interação das moléculas com as clatrinas e adaptinas, ocorre uma evaginação da MP no local onde houve reconhecimento das Clatrinas pelos receptores de carga. Assim é necessária a fissão da evaginação pela proteína dinamina que quebra GTP em GDP, e essa proteína se enrola na evaginação como uma hélice e a partir da hidrólise do GTP há a alteração da conformação ocasionando no estrangulamento da membrana fazendo com que a vesícula seja liberada. Dessa forma, as moléculas dentro da vesícula ficam protegidas pela capa de Clatrina. Para a remoção dessa capa, a membrana da vesícula deve reconhecer a membrana da organela de destino, a capa então é removida e a vesícula se funde com a membrana final, descarregando seu conteúdo na organela. Esse reconhecimento é realizado pelos Complexos Trans-SNARE, que são 2 proteínas que reconhecem e fundem a vesícula com membrana da organela de destino para que ocorra a remoção da capa e ocorra a fusão das 2 membranas. Síntese da glicoproteína -As glicoproteínas são transportadas pelas vesículas para o CG, a manose é removida por cisterna, logo após há a adição de n-acetilglicosamina e adição da galactose, então as vesículas são liberadas e transportam essas proteínas para a secreção. -As vesículas retornam da MP para o RER, ocorrendo a devolução de moléculas que não foram levadas corretamente para o CG. Relação do RER com outros compartimentos que compõem o Complexo de Golgi - As vesículas transportadoras cobertas por COP II, brotam do RER, se fundem e dão origem ao elemento transicional, que se funde com a rede CIS do CG. Algumas das proteínas que foram produzidas incorretamente, voltam para o RER, e as que foram corretamente se modificam e fazem o brotamento de vesículas recobertas por Clatrina que contém vesícula lisossômica OU as vesículas são recobertas com COP I após a modificação, e as vesículas que brotam da face TRANS do CG carregam proteínas que serão secretadas para fora ou compor a MP. Participação do Complexo de Golgi na produção de enzimas lisossômicas - A formação do lisossomo ocorrepor vias intracelulares de degradação que é a endocitose que se da pela via endocítica. - Há um fluxo constante de membranas entre a MP e as membranas de vesículas de fagocitose, pinocitose e de secreção. Essas diferentes interiorizações que fazem com que as substâncias percorram diferentes rotas celulares até chegarem ao compartimento para a degradação. LISOSSOMOS - Possuem características morfológicas e dimensões variáveis, pois aparecem normalmente em toda a célula e em grande número. - Presente em todas as células animais, com exceção das hemácias. Nas células vegetais, os vacúolos que realizam a função dos lisossomos - Possuem uma unidade de membrana que envolve toda sua estrutura e contém enzimas hidrolíticas com atividade máxima em pH ácido, ou seja, os lisossomos são compostos por hidrolases ácidas. -Existem proteínas estruturais que compõem a membrana do lisossomo, que são glicosiladas, pois os oligossacarídeos compõem cerca de 60% da massa dessas proteínas. - A cistinosina é uma proteína que transporta o aminoácido cistina para o interior do lisossomo. - O complexo ATPase possui cerca de 13 cadeias polipeptídicas, por isso pode funcionar como uma bomba de próton. Essas cadeias estão sempre voltadas para o citoplasma, enquanto a parte por onde os prótons se adentram ao lisossomo estão integrados a membrana do lisossomo. - A Sialina que transloca o ácido para o interior do lisossomo. - Quando ocorre uma mutação que modifica a proteína Sialina e a Cistinosina, causa uma doença lisossômica (afetam os rins). - A LAMP-1 e LAMP2 também são proteínas que compõem o lisossomo - Os lisossomos recebem substâncias extracelulares por endocitose e material do interior da célula por meio da via biossintética e autofágica. Funções: - Chave na manutenção da homeostase celular - Realiza a heterofagia, que é o processo de digestão de partículas que vem da parte externa da célula - Realiza a autofagia, que é a renovação de organelas celulares envelhecidas e de macromoléculas produzidas incorreta. Via Endocítica - Responsável pela interiorização e degradação do material vindo do meio extracelular. - Ocorre o reconhecimento na superfície celular por meio de receptores da molécula que será endocitada. A superfície da MP voltada para o citosol se liga as moléculas adaptadoras, que são as adaptinas e reconhecem a necessidade da formação de vesículas. Então ocorre o processo que ocorre pelo rompimento da evaginação da MP realizado pela Dinamina e se forma as vesículas endocíticas. As vesículas endocíticas mergulham no citoplasma e se fundem para formam um compartimento endossômico, originando o endossomo precoce que é formado por componente mais ácido que o citoplasma......... resultando na separação dos receptores e das memb endocitadas. Ou seja, a capa de clatrina é removida e os receptores de membrana sofrem a reciclagem por meio do endossomo e voltam para a MP. ..........na sequência, esse endossomo precoce formam vesículas endossômicas carreadoras que contém moléculas endocitadas são transportadas através dos microtúbulos para chegar ao endossomo tardio se fundindo a ele. O interior desse endossomo tardio é mais ácido que o endossomo precoce e contém vesículas intraluminais. Normalmente as vesículas que se fusionaram no endossomo tardio contém um lipídeo em grande qtde chamado de ácido liso bis-fosfatídico. Quando há a maturação do endossomo então ocorre a formação do lisossomo a partir da rede TRANS do CG. Então restarão aas enzimas hidrolíticas e o material endocitado que vão compor o lisossomo. *No lisossomo não há a presença da manose-6-fosfato, já no endossomo tardio há a presença dessa manose que se liga as enzimas lisossômicas para formar o lisossomo. ..... Caso as vesículas possuem algum problema na composição elas voltam para a rede TRANS do CG Via fagocítica e autofágica - Fagocítica: Quando as projeções da MP envolvem um organismo invasor, vias de sinalização são ativadas, organizam o citoesqueleto e formam o vacúolo chamado de fagossomo que mergulha o invasor no citoplasma da célula. Os fagossomos se fundem com o lisossomo formando o fagolisossomo, e as bombas de prótons da memb do lisossomos quebram o ATP e liberam próton para luz do fagolisossomo que se torna mais ácido, ideal para a digestão celular, atividade das fibrolases ácidas que compõem os lisossomos. O material a ser digerido se mistura com as enzimas hidrolíticas que se encontram no lisossomo. - Autofágica: O componente que está imerso no citoplasma é envolto por uma membrana dupla que forma uma vesícula, chamado de Autofagossomo. Esses se fundem na membrana do lisossomo para formar organelas chamadas autolisossomos, que é a junção do autofagossomo com o lisossomo. Durante a fusão, a membrana externa do autofagossomo se funde com a membrana do lisossomo formando o autolisossomo. A vesícula interna que forma o autofagossomo é liberada para o interior da organela, onde será degradada pelas enzimas hidrolíticas. Esse processo faz com que o material de dentro da célula seja degradado dentro do lisossomo. Via ubiquitina-proteossomos Quando os níveis de proteínas estão elevados na célula e os lisossomos não conseguem destingir e degradar as moléculas das mesmas, essa função ocorre por essa via. Essa via é a responsável pela degradação seletiva de proteínas da célula. A degradação é realizada por complexos multienzimáticos chamados de proteossomos, que são encontrados no citoplasma ou no núcleo das células eucariontes. Existem 2 tipos de proteossomos, que é o proteossomo 20S e o 26S. O 20S tem a função de degradar proteínas não ubiquitinadas dobradas ou que foram reunidas de forma incorreta. Os 26S degradam proteínas poliubiquitinadas, como as reguladoras da expressão gênica e do ciclo celular, regulando as enzimas intracelulares. - O 20S não depende de ATP para ser realizado, ao contrário do 26S que necessita de ATP. - 20S É resistente ao estresse oxidativo. O 26S fica inativo durante o estresse oxidativo. Degradação das proteínas pelo proteossomo Os proteossomos são constituídos por 4 anéis sobrepostos, sendo 2 deles alfa externos que envolvem 2 betas internos. Cada um dos anéis possuem 7 enzimas. Os 2 anéis betas internos são compostos por enzimas proteolíticas que degradam as proteínas. Há também a estrutura 19S em forma de tampa, que surge no proteossomo 26S. O protossomo 26S possui atividade mais complexa do que o 20S O complexo 19S é responsável por reconhecer as proteínas que serão degradadas no proteossomo. - Na via ubiquitina ocorre a liberação de ATP, e essa é utilizada pela enzima E1 que se funde a ubiquitina. Logo após, a enzima se transfere para E2 e depois E3. Em E3, há a ligação da ubiquitina com a proteína que será degradada. Então ocorre a ligação covalente entre a ubiquitina e a proteína. Isso ocorrerá muitas vezes e as proteínas degradadas pelo proteossomo serão marcadas por moléculas de ubiquitina, formando uma cadeia e entram no proteossomo. No interior do proteossomo, as moléculas de ubiquitinas são desligadas das proteínas que serão quebradas na forma polipeptídeos, e as ubiquitinas e os polipeptídeos serão liberados no citoplasma da célula para outras funções. Integração das vias endocítica e biossintética As proteínas que partem do RER para o CG que podem ter 3 destinações diferentes, sendo uma delas se exteriorizar, ser transportada para a composição da membrana plasmática e a cobertura das vesículas por Clatrina originando os endossomos e os lisossomos.
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