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RESUMO CAPÍTULO 15: Compartimentos Intracelulares e Transporte • Para que a célula opere de modo eficaz, os diversos processos intracelulares que ocorrem simultaneamente devem, de alguma forma, ser segregados. • Uma estratégia utilizada tanto pelas células procarióticas como pelas eucarióticas é agregar as diferentes enzimas requeridas para catalisar uma determinada sequência de reações em um grande complexo proteico. Uma segunda estratégia, a qual é muito mais desenvolvida em células eucarióticas, consiste em confinar os diferentes processos metabólicos, e as proteínas necessárias para conduzi-los, dentro de compartimentos envoltos por membranas. • Cada compartimento contém um conjunto único de proteínas as quais devem ser transferidas seletivamente a partir do citosol, onde são produzidas, para o compartimento no qual elas são utilizadas. Esse processo de transferência, chamado de distribuição proteica, depende de sinais construídos dentro da sequência de aminoácidos das proteínas. ORGANELAS ENVOLTAS POR MEMBRANAS As células eucarióticas contêm um conjunto básico de organelas envoltas por membranas • O núcleo é em geral a mais proeminente das organelas nas células eucarióticas. Ele é circundado por uma dupla membrana conhecida por envelope nuclear e se comunica com o citosol pelos poros nucleares que perfuram o envelope. A membrana nuclear externa é continua à membrana do retículo endoplasmático (RE), o qual é um sistema continuo de sacos e tubos de membrana intercalados e que frequentemente se estende pela maior parte da célula. O RE é o principal sítio de síntese de novas membranas na célula. Grandes áreas do RE possuem ribossomos ligados à superfície citosólica, sendo consequentemente chamado de retículo endoplasmático rugoso (RE rugoso). Os ribossomos estão ativamente engajados na síntese de proteínas que são liberadas no lúmen do RE ou na membrana do RE. O retículo endoplasmático liso (RE liso) não possui ribossomos. É relativamente escasso na maioria das células, porém é altamente desenvolvido em outras para realizar funções particulares: por exemplo, ele é o sítio de síntese dos hormônios esteroides em células da glândula adrenal e o sítio onde uma variedade de moléculas orgânicas, incluindo o álcool, é detoxificada em células hepáticas. • O aparelho de Golgi, situado normalmente próximo ao núcleo, recebe proteínas e lipídeos do RE, modifica-os e, então, despacha-os para outros destinos na célula. • Lisossomos degradam as organelas esgotadas, bem como macromoléculas e partículas captadas pela célula por endocitose. No seu caminho para os lisossomos, os materiais endocitados devem passar primeiro por uma série de compartimentos denominados endossomos, os quais distribuem algumas das moléculas ingeridas e as reciclam de volta para a membrana plasmática. • Peroxissomos são pequenas organelas envoltas por uma membrana simples. Eles contêm enzimas utilizadas em uma variedade de reações oxidativas que degradam lipídeos e destroem moléculas tóxicas. As mitocôndrias e os cloroplastos (nas células vegetais) são envoltos por uma dupla membrana e são os sítios de fosforilação oxidativa e fotossíntese, respectivamente; ambos contêm membranas bastante especializadas para a produção de ATP. • Muitas das organelas envoltas por membranas, incluindo o RE, o aparelho de Golgi, as mitocôndrias e os cloroplastos, são mantidas em seus locais relativos na célula por ligações ao citoesqueleto, especialmente aos microtúbulos. Os filamentos do citoesqueleto fornecem vias para o movimento das organelas e para o direcionamento do tráfego de vesículas entre elas. As organelas envoltas por membranas evoluíram de maneiras diferentes • As membranas nucleares e as membranas do RE, do aparelho de Golgi, dos endossomos e dos lisossomos devem ter-se originado de invaginações da membrana plasmática. DISTRIBUIÇÃO DE PROTEÍNAS • As proteínas produzidas no citosol são despachadas para diferentes locais na célula de acordo com marcas específicas de endereços que elas contêm nas suas sequências de aminoácidos. Uma vez no endereço correto, as proteínas entram nas organelas. As proteínas são importantes pelas organelas por três mecanismos • A síntese de praticamente todas as proteínas da célula se inicia nos ribossomos no citosol. • O destino de uma molécula proteica sintetizada no citosol depende de sua sequência de aminoácidos, a qual pode conter um sinal de distribuição que direciona a proteína para a organela onde é requerida. As proteínas que não possuem esses sinais permanecem residentes no citosol; aquelas que possuem um sinal de distribuição se movem do citosol para a organela apropriada. • As proteínas que se movem do citosol para o núcleo são transportadas pelos poros nucleares que transpassam as membranas nucleares externa e interna. Esses poros funcionam como portões seletivos que transportam ativamente macromoléculas específicas, mas também permitem a difusão livre de moléculas menores. • As proteínas que se movem do citosol para o RE, mitocôndrias ou cloroplastos são transportadas pelas membranas das organelas por translocadores proteicos localizados nas membranas. Diferentemente do transporte por poros nucleares, a molécula proteica transportada normalmente deve desdobrar-se de forma a serpentear pela membrana. As bactérias possuem translocadores proteicos semelhantes nas suas membranas plasmáticas, que elas utilizam para exportar proteínas a partir do seu citosol. • As proteínas que se movem do RE adiante ou de um compartimento do sistema de endomembranas para outro são transportadas por um mecanismo fundamentalmente diferente dos dois anteriores. Essas proteínas são conduzidas por vesículas de transporte, as quais se tornam cheias de uma carga de proteínas do espaço interior, ou lúmen, de um compartimento, à medida que se desprendem das suas membranas. As vesículas subsequentemente descarregam a sua carga em um segundo compartimento ao fusionar-se com a membrana deste. No processo, lipídeos de membrana e proteínas de membrana são também entregues de um primeiro compartimento para um segundo. As sequências-sinal direcionam as proteínas para os compartimentos corretos • O sinal de distribuição típico em proteínas é uma porção da sequência de aminoácidos, tipicamente com 15 a 60 aminoácidos de comprimento. Essa sequência-sinal é frequentemente (mas não sempre) removida da proteína acabada, uma vez que a decisão de distribuição tenha sido executada. As proteínas entram no núcleo pelos poros nucleares • Em todas as células eucarióticas, o envelope nuclear é perfurado por poros nucleares, os quais formam canais por onde todas as moléculas entram ou saem do núcleo. • As moléculas de RNA mensageiro processadas de forma incompleta não são exportadas do núcleo, indicando que o transporte nuclear serve como uma etapa final de controle de qualidade da síntese e do processamento de mRNA. • Um poro nuclear é uma estrutura grande e elaborada composta de cerca de 30 proteínas diferentes. Cada poro contém canais cheios de água por meio dos quais pequenas moléculas solúveis em água podem passar livres e não seletivamente entre o núcleo e o citosol. • Moléculas maiores (como RNAs e proteínas) e complexos macromoleculares devem carregar um sinal de distribuição apropriado para passar pelo poro nuclear. A sequência-sinal que direciona uma proteína do citosol para o núcleo, chamada de sinal de localização nuclear, consiste tipicamente em uma ou duas sequências curtas contendo várias lisinas ou argininas carregadas positivamente. • Uma vez que a proteína foi transportada, o receptor de transporte nuclear retorna ao citosol pelo poro nuclear para ser reutilizado. • A importação de proteínas para dentro do núcleo requer energia. Nesse caso, a energia é fornecida pela hidrólise de GTP, que direciona o transportenuclear na direção apropriada. • Os poros nucleares transportam proteínas nas suas conformações nativas, completamente enoveladas, e transferem componentes ribossomais como partículas montadas. As proteínas se desenovelam para entrar em mitocôndrias e cloroplastos • Cada proteína é desenovelada à medida que é transportada, e sua sequência-sinal é removida após a translocação ser completada. As proteínas chaperonas, dentro das organelas, ajudam a puxar as proteínas pelas duas membranas e a restituir as suas conformações, uma vez que essas estejam internalizadas. As proteínas entram no retículo endoplasmático enquanto são sintetizadas • O retículo endoplasmático (RE) é o mais extenso sistema de membranas em uma célula eucariótica. • Dois tipos de proteínas são transferidos do citosol para o RE: (1) as proteínas hidrossolúveis são completamente translocadas pela membrana do RE e liberadas no lúmen do RE; (2) as proteínas transmembrana prospectivas são apenas parcialmente translocadas pela membrana do RE e se tornam embebidas nela. As proteínas hidrossolúveis se destinam à secreção (para liberação na superfície celular) ou para o lúmen de uma organela; as proteínas transmembrana têm como destino residir na membrana do RE, na membrana de outra organela, ou na membrana plasmática. • A maior parte das proteínas que entram no RE iniciam a sua rota por meio da membrana do RE antes que a cadeia polipeptídica esteja completamente sintetizada. Isso exige que os ribossomos que estejam sintetizando as proteínas fiquem presos à membrana do RE. • Os ribossomos livres não estão presos a qualquer membrana e sintetizam todas as demais proteínas codificadas pelo DNA nuclear. • Quando ocorre de um ribossomo estar sintetizando uma proteína com um sinal para RE, a sequência-sinal direciona o ribossomo à membrana do RE. As proteínas solúveis são liberadas no lúmen do RE • A sequência-sinal, proteínas solúveis está quase sempre na região N-terminal da proteína. Sinais de início e de parada determinam o arranjo de uma proteína transmembrana na bicamada lipídica • A processo de translocação é interrompido por uma sequência adicional de aminoácidos hidrofóbicos, uma sequência de parada de transferência. O N-terminal na face luminal da bicamada lipídica e o C-terminal na face citosólica. TRANSPORTE VESICULAR • Normalmente, a entrada no RE é somente a primeira etapa de uma rota para outro destino. Tal destino, pelo menos inicialmente, é o aparelho de Golgi. O transporte do RE para o aparelho de Golgi, e a partir do aparelho de Golgi para outros compartimentos do sistema de endomembranas, é conduzido pelo contínuo brotamento e pela fusão de vesículas de transporte. As vesículas de transporte carregam proteínas solúveis e membranas entre compartimentos • Para realizar sua função corretamente, cada vesícula de transporte que brota de um compartimento deve levar consigo somente as proteínas apropriadas para o seu destino e fusionar-se com a membrana-alvo apropriada. • As moléculas de clatrina forma gaiolas em forma de cestas que ajudam a moldar membranas em vesículas. • Todos esses eventos de reconhecimento dependem de proteínas associadas às membranas das vesículas de transporte. O brotamento de vesículas é dirigido pela montagem de uma capa proteica • Em geral, as vesículas que brotam das membranas possuem uma capa proteica distinta na sua superfície citosólica e são, consequentemente, chamadas de vesículas revestidas. Depois de brotar de sua organela de origem, a vesícula perde o seu revestimento, permitindo que a membrana da vesícula interaja diretamente com a membrana na qual ela irá fusionar-se. • A capa serve pelo menos para duas funções: ela dá a forma à membrana em um brotamento e ajuda a captar moléculas para o transporte a ser realizado. • Essas vesículas revestidas de clatrina brotam do aparelho de Golgi, na via secretória (para fora), e da membrana plasmática, na via endocítica (para dentro). • Moléculas de clatrina se montam em uma rede em forma de cesta na superfície citosólica da membrana, e é esse processo de montagem que começa a dar o formato da membrana em uma vesícula. • Uma pequena proteína de ligação à GTP, denominada dinamina, associa-se como um anel ao redor do pescoço de cada fossa revestida invaginada profundamente na membrana. Juntamente com outras proteínas recrutadas ao pescoço da vesícula, a dinamina causa a constrição do anel, de forma a destacar a vesícula da membrana. • A própria clatrina não toma parte na captura de moléculas específicas para o transporte. Essa é a função de uma segunda classe de proteínas de revestimento chamadas de adaptinas, as quais seguram a capa de clatrina à membrana da vesícula e ajudam a selecionar as moléculas a serem carregadas no transporte. As moléculas para transporte na célula carregam sinais de transporte específicos, que são reconhecidos por receptores de carga localizados na membrana do compartimento. As adaptinas ajudam a capturar moléculas carga específicas pelo aprisionamento dos receptores de carga que se ligam a elas. • Outra classe de vesículas revestidas, chamadas de vesículas COP-revestidas (COP – proteína de revestimento, de coat protein), está envolvida no transporte de moléculas entre o RE e o aparelho de Golgi, e de uma parte do aparelho de Golgi para outra. COP II (Exclusiva do RE). COP I (Golgi p/ Golgi ou Golgi p/ Membrana). Ancoramento de vesículas depende de aprisionamento e SNAREs • Na maioria dos casos, a vesícula é ativamente transportada por proteínas motoras que se movem ao longo das fibras do citoesqueleto. • A impressionante especificidade do transporte vesicular sugere que cada tipo de vesículas de transporte na célula exponha na sua superfície marcas moleculares que identificam a vesícula de acordo com a sua origem e conteúdo. Esses marcadores devem ser reconhecidos por receptores complementares localizados na membrana-alvo, incluindo a membrana plasmática. Esse processo de identificação depende de uma família de proteínas denominada proteínas Rab. As proteínas Rab na superfície da vesícula são reconhecidas pelas proteínas de aprisionamento na superfície citosólica da membrana-alvo. • Esse sistema codificador de Rab e proteínas de aprisionamento ajuda a assegurar que as vesículas de transporte se fusionem apenas com a membrana correta. Um reconhecimento adicional é fornecido por uma família de proteínas transmembrana relacionadas, chamadas de SNAREs. Uma vez que a proteína de aprisionamento tenha capturado a vesícula segurando firmemente sua proteína Rab, as SNAREs sobre a vesícula (chamadas de v-SNAREs) interagem com SNAREs complementares sobre a membrana-alvo (chamadas de t-SNARES), ancorando a vesícula no seu local. VIAS SECRETORAS A maior parte das proteínas é modificada covalentemente no RE • A maioria das proteínas que entram no RE é quimicamente modificada nesse compartimento. Pontes dissulfídicas são formadas pela oxidação de pares de cadeias laterais de cisteínas, uma reação catalisada por uma enzima que reside no lúmen do RE. As pontes dissulfídicas ajudam a estabilizar a estrutura daquelas proteínas que podem encontrar mudanças de pH e enzimas degradativas no exterior da célula – depois de serem secretadas ou depois de serem incorporadas à membrana plasmática. Em virtude do ambiente redutor no citosol, as pontes dissulfídicas não se formam neste. Muitas das proteínas que entram no lúmen do RE ou na membrana do RE são convertidas em glicoproteínas no RE pela ligação covalente de cadeias laterais curtas de oligossacarídeos. Esse processo de glicosilação ocorre por enzimas de glicosilaçãoencontradas no RE e ausentes no citosol. Poucas proteínas do citosol são glicosiladas, e aquelas que são possuem somente um resíduo de açúcar ligado a elas. Os oligossacarídeos nas proteínas servem para várias funções, dependendo da proteína. Eles podem proteger a proteína da degradação, retê-la no RE até que seja apropriadamente processada (enovelada) ou ajudar a dirigi-la para a organela apropriada, servindo como um sinal de transporte para o empacotamento da proteína em vesículas adequadas de transporte. • No RE, os açúcares não são individualmente adicionados, um a um, à proteína para criar a cadeia lateral oligossacarídica. Ao contrário, um oligossacarídeo ramificado pré-formado, contendo um total de 14 açúcares, é anexado em bloco a todas as proteínas que carregam um sítio apropriado de glicosilação. O oligossacarídeo é originalmente preso a um lipídeo especializado, chamado de dolicol, na membrana do RE; então é transferido para o grupo amino (NH2) de uma cadeia lateral de asparagina da proteína, imediatamente após a imersão da asparagina-alvo no lúmen do RE durante a translocação proteica. • A adição ocorre em uma única etapa enzimática catalisada por uma enzima ligada à membrana (uma oligossacarídeo-proteína-transferase) que possui o seu sítio ativo exposto na face luminal da membrana do RE, o que explica por que as proteínas citosólicas não são glicosiladas dessa maneira. • As cadeias laterais oligossacarídicas ligadas ao grupo NH2 da asparagina em uma proteína são ditas N-ligadas e são a forma mais comum de ligação encontrada em glicoproteínas. • Esse processamento oligossacarídico inicia no RE e continua no aparelho de Golgi. A saída do RE é controlada para garantir a qualidade proteica • A maioria das proteínas que entra no RE, entretanto, é destinada a outros locais; elas são empacotadas em vesículas de transporte que brotam do RE e se fusionam com o aparelho de Golgi. A saída do RE é bastante seletiva. As proteínas processadas incorretamente e proteínas diméricas ou multiméricas que tenham falhas de montagem são retidas ativamente no RE pela ligação a proteínas chaperonas que lá residem. A interação com as chaperonas retém as proteínas no RE até que ocorra o processamento apropriado; caso contrário, as proteínas são degradadas em última instância. • O RE controla a qualidade das proteínas que exporta para o aparelho de Golgi. O tamanho do RE é controlado pela quantidade de proteína que flui por ele • Quando a produção proteica da célula excede a capacidade de transporte e enovelamento do seu RE, as proteínas malenoveladas começam a acumular-se. Essas proteínas aberrantes na verdade servem como um sinal para orientar a célula a produzir mais RE. Isso ocorre pela ativação de um grupo especial de receptores que residem na membrana do RE, que, por sua vez, ativam um vasto programa de transcrição chamado de resposta de proteína desenovelada (UPR, de unfolded protein response). O programa UPR estimula a célula a produzir mais RE, incluindo toda a maquinaria molecular necessária para reabilitar o enovelamento e o processamento apropriados da proteína. • As chaperonas previnem que proteínas malformadas ou parcialmente montadas deixem o RE. • O programa UPR pode direcionar a célula a se autodestruir por apoptose. Tal situação pode surgir em diabete iniciado em adultos, onde os tecidos do corpo gradualmente se tornam resistentes aos efeitos da insulina. À medida que as células secretoras de insulina no pâncreas são convocadas a produzir mais e mais insulina, seu RE poderá alcançar a capacidade máxima, ponto no qual a expansão adicional se torna fisiologicamente impossível. As proteínas são posteriormente modificadas e distribuídas no aparelho de Golgi • O aparelho de Golgi está, em geral, localizado próximo ao núcleo celular e, em células animais, está frequentemente próximo ao centrossomo – uma pequena estrutura próxima ao centro celular. O aparelho de Golgi consiste em uma coleção de sacos achatados, sacos definidos por membranas (cisternas), que estão empilhados como pratos. Cada pilha contém de 3-20 cisternas. • Cada pilha de Golgi possui duas faces distintas: uma face de entrada, ou cis, e uma face de saída, ou trans. A face cis é adjacente ao RE, e a face trans aponta em direção à membrana plasmática. A cisterna mais externa de cada face está conectada a uma rede de vesículas e tubos membranosos interconectados. • As proteínas solúveis e membrana entram na rede cis de Golgi pelas vesículas de transporte derivadas do RE. As proteínas viajam pelas cisternas em sequência por meio de vesículas de transporte que brotam de uma cisterna e se fusionam com a próxima. As proteínas secretórias são liberadas da célula por exocitose • As proteínas destinadas às vesículas secretórias são distribuídas e empacotadas na rede trans de Golgi. Proteínas que se movimentam por essa via têm propriedades de superfície especiais que as conduzem a agregar-se umas com as outras sob as condições iônicas (pH ácido e alta concentração de Ca2+), prevalecendo na rede trans de Golgi. As proteínas agregadas são empacotadas em vesículas secretórias, as quais se destacam da rede e aguardam por um sinal para se fusionarem com a membrana plasmática. • Quando uma vesícula secretória ou vesícula de transporte se fusiona com a membrana plasmática e descarrega seu conteúdo por exocitose, sua membrana se torna parte da membrana plasmática. • Componentes de membrana são removidos de outras regiões da superfície por endocitose quase de forma tão rápida quanto elas são adicionadas por exocitose. Essa remoção retorna tanto lipídeos como proteínas da membrana das vesículas à rede de Golgi, onde elas podem ser utilizadas novamente. VIAS ENDOCÍTICAS • O material a ser ingerido é progressivamente encerrado por uma pequena porção da membrana plasmática, que primeiro brota para dentro e então se destaca para formar uma vesícula endocítica intracelular. O material ingerido é, enfim, entregue aos lisossomos, onde é digerido. Os metabólitos gerados pela digestão são transferidos diretamente para fora do lisossomo no citosol, onde eles podem ser usados pela célula. • A pinocitose (“o beber da célula”) envolve a ingestão de líquido e de moléculas por pequenas vesículas (< 150 nm de diâmetro). A fagocitose (“o comer da célula”) envolve a ingestão de partículas grandes, tais como microrganismos e fragmentos celulares, por meio de grandes vesículas chamadas de fagossomos (geralmente > 250 nm de diâmetro). As células fagocitárias especializadas ingerem grandes partículas • Os fagossomos então se fusionam com lisossomos, onde as partículas nutrientes são digeridas. • A ligação de uma bactéria coberta por anticorpos a esses receptores induz a célula fagocitária a estender projeções da membrana plasmática, chamadas de pseudópodes, que engolfam a bactéria e se fusionam nas pontas para formar um fagossomo. O fagossomo então se fusiona com um lisossomo e o microrganismo é digerido. • Macrófagos, por exemplo, ingerem mais de 1011 de nossas células vermelhas do sangue esgotadas todos os dias. Os líquidos e as macromoléculas são captados por pinocitose • Uma vez que a área de superfície total e o volume de uma célula permanecem inalterados durante esse processo, a mesma quantidade de membrana é adicionada à superfície celular por fusão de vesículas (exocitose) e removida por endocitose. A endocitose mediada por receptores fornece uma rota específica dentro de células animais • Endocitose mediada por receptor, fornece um mecanismo de concentração seletiva que aumenta a eficiência de internalização de determinadas macromoléculas mais de 1.000 vezes comparado com o processo comum de pinocitose, de forma que até mesmo componentes menos abundantes do líquido extracelular podem ser absorvidos em quantidadessem arrebatar um grande volume correspondente de líquido extracelular. • O colesterol é extremamente insolúvel e é transportado na corrente sanguínea ligado à proteína na forma de partículas chamadas de lipoproteínas de baixa densidade (low-densitiy lipoproteins, LDL). O LDL se liga a receptores localizados na superfície celular, e os complexos de receptor-LDL são ingeridos por endocitose mediada por receptor e entregue a endossomos. O interior dos endossomos é mais ácido do que o citosol circundante ou o líquido extracelular; e nesse ambiente ácido, o LDL se dissocia do seu receptor: os receptores são devolvidos em vesículas de transporte à membrana plasmática para serem reutilizados, e o LDL é entregue aos lisossomos. Nos lisossomos, o LDL é quebrado por enzimas hidrolíticas. O colesterol é liberado e escapa para dentro do citosol, onde está disponível para nova síntese de membranas. Os receptores de LDL na superfície celular são continuamente internalizados e reciclados, quer eles sejam ocupados por LDL ou não. • Essa via para captura de colesterol é rompida em indivíduos que herdaram um gene codificante da proteína receptora de colesterol defeituoso. Em alguns casos, os receptores não estão presentes; em outros, eles estão, mas não são funcionais. Em ambos os casos, como as células são deficientes em captar LDL, o colesterol se acumula no sangue e predispõe os indivíduos a desenvolverem aterosclerose. A não ser que tomem fármacos (estatinas) para reduzir o colesterol do sangue, provavelmente morrerão jovens de ataque cardíaco resultante de entupimento, por colesterol, das artérias que abastecem o coração. As macromoléculas endocitadas são distribuídas em endossomos • O compartimento endossômico se revela um complexo conjunto de tubos de membrana e de grandes vesículas conectados. • Os endossomos iniciais, pouco abaixo da membrana plasmática; 5-15 minutos mais tarde eles aparecem em endossomos tardios, perto do núcleo. • Endossomas iniciais amadurecem gradualmente em endossomos tardios à medida que se fusionam uns com os outros ou com endossomos tardios preexistentes. • O interior do compartimento endossômico é mantido ácido (pH 5-6) por uma bomba de H+ (prótons) dirigida por ATP na membrana endossômica que bombeia H+ do citosol para dentro do lúmen endossômico. • O compartimento endossômico age como a principal estação de distribuição na via endocítica de entrada, da mesma forma que a rede trans de Golgi serve essa função na via secretória de saída. O ambiente ácido do endossomo desempenha uma parte crucial no processo de distribuição, levando muitos receptores a liberar sua carga ligada. Os rumos tomados pelos receptores, uma vez que tenham entrado em um endossomo, diferem de acordo com o tipo de receptor: (1) a maioria é devolvida ao mesmo domínio da membrana plasmática de onde vieram, como é o caso do receptor do LDL discutido anteriormente; (2) alguns se movem ao lisossomo, onde são degradados, e (3) alguns prosseguem para um domínio diferente da membrana plasmática, transferindo suas moléculas carga ligadas de um espaço extracelular para outro, um processo chamado de transcitose. • Um lisossomo contém enzimas hidrolíticas e uma bomba de H+. As hidrolases ácidas são enzimas hidrolíticas que são ativas sob condições ácidas. O lúmen do lisossomo é mantido a um pH ácido por uma H+ ATPase da membrana que bombeia H+ para o lúmen. • Endossomos tardios contêm algumas enzimas lisossomais; assim, a digestão de proteínas carga e outras macromoléculas inicia no endossomo e continua à medida que o endossomo gradualmente sofre maturação em lisossomo. Os lisossomos são os principais sítios de digestão intracelular • Muitas partículas extracelulares e moléculas ingeridas pelas células acabam em lisossomos, os quais são sacos membranosos de enzimas hidrolíticas que conduzem a digestão intracelular controlada de materiais extracelulares e organelas esgotadas. Eles contêm cerca de 40 tipos de enzimas hidrolíticas, incluindo aquelas que degradam proteínas, ácidos nucleicos, oligossacarídeos e fosfolipídeos. Todas essas enzimas são otimamente ativas nas condições ácidas (pH ~5) mantidas dentro dos lisossomos. A membrana do lisossomo normalmente mantém essas enzimas destrutivas fora do citosol (cujo pH é em torno de 7,2), mas a dependência de um pH ácido dessas enzimas protege o conteúdo do citosol contra danos, ainda que algum vazamento ocorra. • A membrana lisossômica contém transportadores que permitem que os produtos finais da digestão de macromoléculas, como aminoácidos, açúcares e nucleotídeos, sejam transportados ao citosol; de onde eles podem ser excretados ou utilizados pela célula. A membrana também contém uma bomba de H+ dirigida por ATP, a qual, como na membrana endossômica, bombeia H+ para dentro dos lisossomos, mantendo, dessa forma, seu conteúdo em um pH ácido. A maioria das proteínas da membrana lisossômica é bastante glicosilada de forma singular; os açúcares, que cobrem muito da superfície das proteínas revestindo o lúmen, protegem as proteínas da digestão pelas proteases lisossômicas. • Enzimas digestórias especializadas e proteínas de membrana do lisossomo são sintetizadas no RE e transportadas pelo aparelho de Golgi para a rede trans de Golgi. Enquanto no RE e na rede cis de Golgi, as enzimas são etiquetadas com um grupo de açúcares fosforilado específico (manose 6-fosfato), de forma que, quando elas chegam na rede trans de Golgi, são reconhecidas por um receptor apropriado –, o receptor da manose 6-fosfato. Essa etiquetagem permite que as enzimas sejam distribuídas e empacotadas em vesículas de transporte, as quais se destacam e entregam seu conteúdo aos lisossomos por endossomos tardios. • Contudo, as células possuem uma via adicional para suprir materiais ao lisossomo; essa via, chamada de autofagia, é usada para a degradação de partes obsoletas da própria célula. O processo inicia com o cerco da organela por uma membrana dupla, criando um autofagossomo, o qual então, se fusiona com lisossomos.
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