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Herança Multifatorial

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Genética | Camyla Duarte 
1 
 
Herança genética onde é possível identificar não 
apenas o aspecto genético, mas também outros 
fatores que contribuem para a expressão das 
características 
Herança poligênica (soma de vários genes, cada um 
contribuindo para uma parcela do resultado final) + 
fatores ambientais 
Tem grande variabilidade fenotípica 
Multifatorial: quando fatores ambientais também 
podem causar variações nestas características 
Características quantitativas: medidas por uma escala 
numérica 
o Causadas por efeitos aditivos de vários fatores 
genéticos e ambientias -> multifatoriais 
o Ex: pressão sanguínea, altura, peso, etc. 
Peso: interação entre fatores genéticos, incluindo 
fatores ligados ao metabolismo e ambientais 
(culturais, familiares, atividade física etc) 
Pode-se ganhar peso facilmente com hábitos 
alimentares com hábitos alimentares inadequados, 
inclinação genético, vida sedentária, distúrbios 
psicológicos ou problemas familiares. 
 
Cor dos olhos - alguns autores admitem a influência 
de 4 pares de poligenes produzindo 9 fenótipos 
variando do castanho escuro ao azul claro, passando 
pelas tonalidades do verde. 
A maioria das malformações congênitas (característica 
adquirida antes do nascimento) isoladas tem etiologia 
multifatorial 
Exemplos: 
o Cardiopatia congênita 
o Fenda lábio-palatina 
o Fenda palatina 
o Estenose hipertrófica do piloro 
o Pé-torto congênito 
o Deslocamento congênito do quadril 
o Defeito do fechamento do tubo neural 
(meningomielocele, anencefalia, ...) 
Algumas doenças crônicas muito frequentes também 
tem etiologia multifatorial 
Exemplo: 
o Hipertensão arterial idiopática 
o Diabetes mellitus tipo II (e tipo I) 
o Doença arterial coronariana 
o Esquizofrenia 
o Autismo 
O conhecimento dos fatores genéticos e dos fatores 
ambientais que influenciam uma doença multifatorial 
permitem: 
o Propor um risco de recorrência para as novas 
gestações 
o Afastar os fatores ambientais que podem 
aumentar os riscos nas próximas gestações 
o Estabelecer e aprimorar os métodos de 
diagnostico pré-natal 
o Prevenir as doenças multifatoriais em termos 
populacionais 
Identificação de distúrbios multifatoriais 
Estudos familiares 
Incidência de distúrbios na família 
Proporção de parentes afetados 
Expectativa de vida/ morbidade 
Herdabilidade - Estudo com gêmeos 
Quando se dispõe de um enorme banco de dados 
sobre os gêmeos, é possível calcular um índice 
numérico chamado concordância que é uma 
porcentagem que registra a proporção de gêmeos em 
que ambos expressam igualmente a mesma 
característica. 
Genética | Camyla Duarte 
2 
 
o Condição genética: 100% de concordância em 
monozigóticos 
o Condição multifatorial: concordância maior 
em monozigóticos do que dizigoticos, porem 
menor do que 100% 
o Exclusivamente ambiental: concordância 
semelhante em mono e dizigoticos 
Gêmeos monozigóticos (MZ): derivam de uma única 
fecundação (univitelinos), gêmeos idênticos 
1- Concordância de 100% para as características 
cuja determinação dependa exclusivamente 
de seus genes. 
o Ex: 100% dos casos em que um dos gêmeos 
MZ tenha sangue tipo O, o outro também terá 
sangue tipo O. 
2- Características com influência ambiental: a 
concordância entre esses gêmeos não é de 
100% 
o Ex: a concordância para esquizofrenia entre 
gêmeos MZ é de 58% -> não é resultante 
apenas de fatores genéticos, mas também 
influencia ambiental que desencadeia seu 
desenvolvimento. 
o Concordância para distúrbio bipolar de humos 
= 86% 
Comparando essas duas condições psiquiátricas, 
pode-se deduzir que há um componente genético que 
influencia o surgimento de cada uma, porem esse 
componente genético é mais intenso no caso do 
distúrbio bipolar de humor. 
Gêmeos dizigoticos (DZ): derivam de duas 
fecundações dferentes, dois óvulos diferentes 
fecundados por dois espermatozoides diferentes. 
Gêmeos diferentes 
 
H2 : herdabilidade 
Estudo de adoção 
Incidência do distúrbio em crianças que foram 
adotadas, separadas dos pais biológicos 
Incidência do distúrbio em crianças adotadas com 
genitores biológicos afetados e pais adotivos normais 
comparadas com crianças adotadas com genitores 
normais e pais adotivos afetados. 
Variação continua (prova) 
Variações ocorridas em algumas características que 
fogem da média observada, mas que são variações 
consideradas normais 
Características: cor da pele, altura, cor do cabelo, peso 
-> inúmeras graduações intermediarias (fenótipos 
normais) 
Tendem a seguir uma curva de distribuição normal 
(Gauss) 
 
Ex: estatura humana – poucos indivíduos apresentam 
os extremos de estatura (muito baixa ou muito alta) e 
o restante da população observada apresenta valores 
intermediários contínuos entre esses extremos (ao 
redor da media). 
OBS: Nas patologias a variação é descontinua 
Riscos empíricos 
Dificuldade de avaliação 
o Número desconhecido de genes que 
contribuem para a doença 
o Constituição alélica precisa dos pais 
desconhecida 
o Extensão dos efeitos ambientais variável 
Limiar: somatória de fatores genéticos e ambientais 
que fazem para aquela pessoas naquele ambiente 
haja um limite de resistência que foi ultrapassado 
fazendo com que a pessoa manifeste uma patologia 
Risco de recorrência: risco de ocorrer novamente na 
família. É maior se mais de um membro da família é 
afetado. O risco de recorrência é maior se o probando 
for do sexo mais comumente afetado ( ex estenose 
pilórica). 
Se a expressão da doença no probando for mais 
severa, o risco de recorrência é maior 
O risco de recorrência para a doença geralmente 
diminui rapidamente em parentes mais remotos. 
Genética | Camyla Duarte 
3 
 
Probando: é o primeiro indivíduo na família que 
apresenta uma característica diferente, levando ao 
estudo do caso. 
Causas ambientais de defeitos congênitos 
Substancias químicas 
Androgênicos: graus variados de masculinizaçao de 
fetos femininos 
Álcool: síndrome alcoólica fetal – retardamento do 
crescimento intrauterino (RCIU), retardamento 
mental, microcefalia, anomalias oculares 
Tetraciclina: dentes manchados e anomalias do 
esmalte 
Talidomida: deformidades nos membros, 
malformação do ouvido externo, cardíacas e 
gastrointestinais devido ao uso de sedativo e anti-
inflamatório, que agem nos 50 primeiros dias de 
gestação 
Agentes infecciosos 
Citomegalovírus: microcefalia, hidrocefalia, 
microftalmia, retarmento mental, calcificações 
cerebrais 
Vírus do herpes simplex: microcefalia, microftalmia, 
displasia da retina 
Vírus da rubéola: catarata, glaucoma, surdez, 
microftalmia, defeitos cardíacos congenitos 
Toxoplasma godii (toxoplasmose): microcefalia, 
microftalmia, hidrocefalia, calcificações cerebrais 
Treponema pallidum (sífilis): hidrocefalia, surdez, 
retardamento mental 
Altos níveis de radiação ionizante: 
microcefalia, retardamento mental, malformações 
esqueléticas 
Malformações congênitas multifatoriais 
Ocorrem como defeitos isolados e não como parte de 
uma síndrome (conjunto de sinas e sintomas que 
caracterizam uma patologia) 
Defeito morfológico de uma região do corpo 
resultante de um desenvolvimento anormal 
Agregação familiar e aumento na recorrência em 
parentes de um indivíduo afetado -> herança 
complexa 
Exemplos: defeitos do tubo neural, fenda labial com 
ou sem fenda palatina e malformações cardíacas 
congênitas 
Luxação congênita do quadril 
1/1.500 nascidos e 6 vezes maior no sexo feminino 
com recorrência de 5% /. 
É produzida pelo deslocamento prolongado da cabeça 
femoral em relação ao acetábulo 
Uma outra definição é que a luxação congênita 
Lábio leporino acompanhado ou não de 
palato fendido 
Ocorrência 1/1.1000 
Maior ocorrência nos japoneses e menor em negros, 
proporção sexual de 2 do sexo masculino para 1 do 
feminino 
Maior incidência entre os familiares de afetadosConcordância 40% em MZ e 5% em DZ – herdabilidade 
40% 
Chance de pais normais terem 1 filho afetado é de 
0,1% sendo o primeiro afetado a chance do segundo 
se também é de 4% 
A chance de um pai afetado ter o primeiro filho 
afetado e de 4% e pode chegar a 15% se tiver um filho 
afetado. 
Pé torto congênito (PTC) 
Ocorrência de 1 a 3/1.000 e é 2 vezes maior no sexo 
masculino 
10% dos casos de PTC acompanham-se de outras 
malformações 
Risco de recorrência (irmão) de 5-8% e quando um pai 
e um filho são afetados a chance de nova ocorrência é 
de 18% a 37% 
Hipótese de existir um alelo autossômico recessivo, 
cuja penetrancia (ter o gene, mas não 
necessariamente expressa-lo) e expressividade (grau 
em que a característica se expressa fenotipicamente) 
sejam moduladas por sistema poligênico 
Defeito do fechamento do tubo neural 
Incidência varia de acordo com a população 
o Irlanda: 6 em cada 1000 nascidos vivos 
o EUA: 1-2 em cada 1000 nascidos vivos 
Genética | Camyla Duarte 
4 
 
Mais frequente no sexo feminino 
Mais frequente após casos mais graves 
Variabilidade fenotípica: anencefalia, encefalocele, 
meningomielocele, ... 
Influencia ambiental (aumenta o risco): 
o Hipertermia gestacional 
o Uso de drogas na gestação 
o Deficiência de ácido fólico 
Meningomielocele (espinha bífida) 
Tubo neural: fechamento na 4ª semana de gestação 
Defeito no fechamento ou reabertura subsequente de 
uma falha na fusão dos arcos das vertebras na região 
lombrar. -> projeção do tecido espinal (meninges, 
coluna espinhal e raízes de nervos) através da coluna 
vertebral 
Gravidade variável 
Menos grave: uma ou mais vertebras não se 
formam/camadas de tecidos não emergem -> pelos, 
cavidade, área pigmentada 
Meningocele (grave): meninges emergem através das 
vertebras mal formadas -> protuberância cheia de 
liquido por baixo da pele 
Mielocele (mais grave): a medula espinhal emerge, 
área com aspecto de carne viva -> incapacidade do 
bebe 
Os sintomas variam segundo a gravidade 
Ausência de sintomas ou mínimos 
Fraqueza ou paralisia em todas as áreas que esetao 
debaixo do nível dos nervos afetados 
Espinha bífida grave necessita de um tratamento 
prolongado e intensivo para evitar deterioração da 
função renal e da capacidade física 
Cirurgia para fechar a abertura e para tratar a 
hidrocefalia associada, as anomalias na bexiga e nos 
rins e as deformações físicas 
A reabilitação mantem a mobilidade dos membros e 
fortalece os músculos que funcionam 
Anencefalia: ausência parcial ou completa da 
abobada craniana e dos hemisférios cerebrais 
Ausência de parte anterior do cérebro, meninges, 
calota craniana e pele 
Bebes natimortos ou com poucas horas de vida 
Encefalocele: projeção do cérebro em um saco 
fechado 
Aconselhamento genético 
Deve levar em conta 
o Características étnicas da população 
o Fatores ambientais envolvidos na gestação 
o Presença de outras crianças/ adultos afetados 
na família 
o Sexo da criança afetada 
o Severidade da doença 
O cálculo do risco é empírico: baseado em dados 
populacionais 
Conclusão 
Todo genoma é sensível as variações ambientais e 
inúmeros estudos buscam compreender de que 
maneira esses fatores, mais precisamente hábitos de 
vida, interferem no genótipo, modificando a atividade 
genica e ocasionando determinados fenótipos 
Os vários genes envolvidos na herança multifatorial 
podem ser poligenes com efeitos aditivos: vários 
genes, um deles com um efeito principal ou maior, 
poligenes com efeito maior de dois ou mais genes. 
A herança multifatorial é um tipo de herança no qual 
estão envolvidos vários genes e diversos fatores 
ambientais. É também designada de herança 
complexa, devido as complexas interações entre 
diversos fatores genéticos e ambientais.

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