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Dos atos do juiz, da sentença e da coisa julgada - Direito Processual Penal

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Dos atos do Juiz, da sentença e da coisa julgada
Dos atos do Juiz 
O juiz realiza, ao longo do processo, atos típicos e atípicos (atos executivos e legislativos).
1. Atos de polícia: atos que exercem a manutenção da ordem, como audiências e sessões de julgamento (arts. 251, 497, I, II, III e 794, do CPP)
2. Atos de jurisdição: são os típicos e próprios do Poder Jurisdicional (despachos, decisões e sentenças)
· Despachos/despachos de mero expediente: não tem cunho decisório, apenas dão impulso ao processo (ex.: designação de audiência). 
· Decisões: cunho decisório. Não resolve o mérito da causa, apenas situações controversas. São postas diretamente no processo.
- Interlocutória simples: decide questão diretamente no processo (ex.: pedido de prisão preventiva).
- Interlocutória mista: coloca termo final a uma das etapas do processo (ex.: decisão de pronúncia, que encerra a 1ª fase do procedimento do Juri. 
- Interlocutória com força definitiva: resolve questão incidental, apartado no processo (ex.: incidente de insanidade mental do acusado).
· Sentença: juiz coloca termo final ao processo, com ou sem resolução do mérito.
Classificação da sentença
Quanto ao órgão que realiza o ato: 
· Subjetivamente simples: proferida por apenas 1 juiz (sentença monocrática).
· Subjetivamente plúrima: órgãos colegiados/tribunais (Acórdão)
· Subjetivamente complexa: proferida por órgãos colegiados complexos (ex.: tribunal de júri) 
Quanto ao objeto da decisão contido na sentença: 
· Sentença terminativa: extingue sem resolução do mérito – extinção de punibilidade (CP, art. 107 e CPP, art. 61) e quando acolhida qualquer exceção do CPP, art. 93, III, IV e V. São elas:
Litispendência: se já há uma lide pendente sobre o assunto.
Ilegitimidade da parte: falta de condições da ação.
Coisa julgada: ne bis in idem. 
· Sentença definitiva: extingue com resolução do mérito (absolutória própria ou imprópria e condenatória).
Requisitos da sentença (CPP, art. 381)
1. Intrínsecos: I a IV – modo de ser de todas as sentenças.
2. Extrínsecos: VI – momento em que foi proferida. 
Os requisitos são denominados:
Relatório: incisos I e II
· os nomes das partes: quem formulou a acusação e o acusado. Se o acusador foi o MP, não precisa indicar o membro.
· a exposição sucinta da acusação e da defesa: expor de forma resumida a acusação e a defesa. 
Obs.: no relatório também deve conter, resumidamente, os atos/incidentes/eventuais ocorrências havidas no processo.
Motivação/fundamentação: (III)
· os motivos de fato e de direito: raciocínio silogístico do juiz que envolva:
· premissa maior (ordenamento)
· premissa menor (fato e provas)
· conclusão (se esta se subsome ou não àquela)
Exige-se que o juiz justifique as suas escolhas de forma expressa, racional, clara, coerente e lógica.
Dispositivo: IV e V
· os artigos da lei aplicados: artigos utilizados.
· dispositivo: julga procedente ou improcedente.
· autenticação: data e assinatura.
Da publicação da sentença
Enquanto não é realizada, a sentença é um mero escrito (CPP, art. 389). Somente a partir deste ato é que a sentença passa a ter validade e existir no mundo jurídico.
Das intimações 
Os intimados serão:
a) MP: mediante vista.
b) Advogado: mediante publicação.
c) Acusado: se for por sentença condenatória, por Oficial de Justiça; e por sentença de absolvição, na pessoa de seu advogado.
d) Defensor Público: mediante vista.
e) Ofendido: via expedição de carta AR (CPP art. 201, §2º)
Vícios da sentença e Embargos de Declaração
CPP, art. 382.
A sentença apresenta:
a) obscuridade;
b) ambiguidade;
c) contradição; e
d) omissão.
As partes podem impugnar mediante Embargos de Declaração.
· Prazo: 02 (dois) dias
· Contagem: a contar da intimação da sentença
· Modo: em petição escrita
Sentença e emendatio libili 
O juiz altera a classificação legal do fato, e não o fato em si – art. 383, CPP
· a autoridade policial classifica provisoriamente o fato
· o MP dá uma classificação também provisória.
Na sentença, o juiz poderá alterar a classificação dando uma definitiva.
Obs.: o juiz pode ouvir as partes antes de proceder à emendatio libili.
Sentença e mutatio libili 
Possibilita o aditamento da denúncia e a inclusão de fatos novos – CPP, art. 384
Incluem-se elementos ou circunstâncias da infração. É assegurado o exercício do contraditório e ampla defesa. 
da sentença de absolvição – CPP, art. 386
A absolvição do acusado resulta do convencimento do juiz sobre a ocorrência de uma das hipóteses previstas no dispositivo.
O juiz absolverá o réu:
a) referente ao fato, existência e materialidade:
· Inciso I: estar provada a inexistência do fato (prova)
· Inciso II: não haver prova de existência do fato (dúvida)
· Inciso III: não constituir o fato infração penal (existiu e foi provado)
b) referente à autoria: 
· Inciso IV: estar provado que o réu não concorreu para a infração penal (prova)
· Inciso V: dúvida sobre a participação do réu na infração (não produzida prova)
c) referente às excludentes de ilicitude e culpabilidade: 
· Inciso VI, 1ª parte: existem circunstâncias que excluem o crime ou isentem o réu da pena (CP art. 20, 21, 22, 23, 26 e § 1º do 28) *
· Inciso VI, 2ª parte: tem-se uma dúvida razoável sobre a ocorrência de qualquer uma delas. 
· Inciso VII: prevê uma cláusula genérica sobre a insuficiência do conjunto de provas (quanto ao fato ou quanto a autoria, ou mesmo, quanto a ambos) 
O convencimento do juiz pela absolvição do acusado pode resultar de:
· juízo de certeza: incisos I, III, IV e VI, primeira parte)
· juízo de dúvida: incisos II, V, VI, segunda parte, e VII)
Dos efeitos da sentença de absolvição – art. 386, § único, CPP
Na sentença absolutória, o juiz:
I- mandará, se for o caso, pôr o réu em liberdade;
II- ordenará a cessação das medidas cautelares e provisoriamente aplicadas;
III- aplicará medida de segurança, se cabível (absolvição imprópria)
Se o acusado estiver preso, deve ser posto em liberdade e devem cessar eventuais medidas cautelares.
Quando fundamentada nos incisos I, IV e VI, primeira parte (excludente de ilicitude), a absolvição do acusado, por via reflexa, também o exonera de responsabilidade civil.
Da sentença de absolvição imprópria – art. 386, § único, inciso III, CPP
Mesmo comprovadas a materialidade do fato e a autoria, o acusado deve ser absolvido com fundamento na excludente de culpabilidade do art. 26, CP, isento de pena, mas submetido à medida de segurança.
da sentença condenatória – art. 387, cpp
O juiz deve, em síntese:
(i) aplicar e ficar as penas cabíveis – método trifásico do art. 68, CP (pena base + atenuantes e agravantes + causas de diminuição e de aumento) e dos arts. 49 e 60, se houver de aplicar pena de multa) 
(ii) estabelecer o regime prisional para o início do cumprimento da pena privativa de liberdade - § 2º - o tempo de prisão provisória, de prisão administrativa ou de internação, no Brasil ou no estrangeiro, será computado para fins de determinação do regime inicial da pena privativa de liberdade. 
(iii) substituir a pena privativa de direitos, se cabível a substituição – CP, art. 44
(iv) fixar o valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido, se houver elementos nos autos que permitam fazê-lo (CPP, art. 387, IV)
(v) decidir sobre o status libetatis do acusado condenado (CPP, art. 387, § 1º - o juiz decidirá, fundamentadamente, sobre a manutenção ou, se for o caso, a imposição de prisão preventiva ou de outra medida cautelar, sem prejuízo do conhecimento de apelação que vier a ser interposta.
Dos efeitos da sentença condenatória (CP, art. 91 e 92)
· status condenatório (reincidência)
· relacionados no art. 91 e 92, CP
Da coisa julgada
Torna a sentença imutável quando há seu trânsito.
· preclusão temporal: não interposição de recurso cabível
· preclusão consumativa: recursos esgotados
Classificação:
· Coisa julgada formal: torna a sentença imutável e indiscutível, no mesmo processo.
· Coisa julgada material: torna a sentença e a matéria nela decidida imutáveis e indiscutíveis, no processoou em qualquer outra ação judicial.
Instrumentos:
· habeas corpus
· revisão criminal – ação autônoma de impugnação da sentença penal condenatória transitada em julgado 
Somente a sentença absolutória produz coisa julgada formal e material. 
A sentença penal condenatória com trânsito em julgado somente formal.

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