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PLANEJAMENTO FAMILIAR

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@anabea.rs | Ana Beatriz Rodrigues
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PLANEJAMENTO FAMILIAR
Os direitos reprodutivos foram reconhecidos como Direitos Humanos na Conferência Mundial dos Direitos Humanos, em Teerã, no ano de 1968, e incluem: 
· Direito à decisão sobre sua vida reprodutiva; 
· Direito de escolha em ter ou não filhos e a quantidade destes; 
· Acesso aos métodos contraceptivos e à assistência à infertilidade; 
· Direito à orientação profissional a respeito da sexualidade, da reprodução e assistência integral.
O planejamento familiar (PF), por sua vez, é considerado direito inalienável do casal e deve ser acompanhado de atividades educativas e do fornecimento de meios necessários, para que possa determinar o número de filhos e o intervalo interpartal conscientemente.
O PF faz parte das ações de prevenção e promoção à saúde e apresenta também como objetivos reduzir a morbimortalidade materno-infantil resultante de abortamento provocado ou de gestação de alto risco. Encontra-se atrelado ainda a outros temas, como a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e AIDS, reforçando o seu caráter preventivo e promotor da saúde. 
Em 2007, através da Política Nacional de Planejamento Familiar, o governo brasileiro passou a ofertar oito métodos contraceptivos gratuitos e vender anticoncepcionais a preços reduzidos (Farmácia Popular), ampliando o acesso aos métodos contraceptivos na rede pública e nas drogarias conveniadas do programa “Aqui Tem Farmácia Popular”, reduzindo em 20% a incidência de gravidez na adolescência (de 10 a 19 anos de idade) entre os anos de 2003 e 2009.
Os adolescentes iniciam sua vida sexual cada vez mais cedo, e parcela significativa dessa população pratica atividade sexual regularmente.
O conceito de dupla proteção, porém, não pode ser esquecido, em virtude da grande incidência de DSTs e da AIDS. A adolescente deve ser orientada em relação ao fato de que o uso de um método de alta eficácia não dispensa o uso de preservativo (masculino ou feminino).
O grande desafio na prática médica para quem atende adolescentes é fazê-los adequar o método escolhido ao seu estilo de vida antes que ocorra evento adverso (p. ex., gravidez indesejada ou aborto).
EPIDEMIOLOGIA 
No Brasil, em levantamento realizado pelo Ministério da Saúde em 2006 com mulheres entre 15 e 44 anos de idade, verificou-se que 81,6% utilizavam algum método anticoncepcional, sendo 21,1%, esterilização feminina, 22,3%, anticoncepcional oral (AO), 10,6%, preservativo masculino e 5,7%, outros métodos. Comparando esses dados com informações anteriores (de 1996), houve diminuição da realização de ligadura tubária como método anticoncepcional e consequente aumento no uso de AO, porém, a esterilização cirúrgica continua sendo preferida pelas pacientes de menor renda. O uso de métodos anticoncepcionais é maior nas pacientes acima dos 30 anos de idade.
Entretanto, em pacientes mais jovens, o controle da natalidade ainda é um problema. Segundo o DATASUS, em 2014, do total de 2.979.259 nascidos vivos no Brasil, 18,88% correspondiam a mães com até 19 anos de idade, comprovando a falta de orientação e de adesão aos métodos anticoncepcionais entre adolescentes.
FALHAS E RISCOS 
Para a escolha do método contraceptivo, é preciso conhecer os diferentes métodos, comparar seus resultados, e avaliar a continuidade de uso e os principais riscos. Este último parâmetro é importante porque a contracepção é geralmente necessária durante um período prolongado, sendo a adesão condicionada, entre outros fatores, pela maior facilidade de uso. Dados de eficácia, efetividade e falha são variáveis nos diferentes estudos.
A falha existe em todos os métodos, mas é maior nos utilizados durante a relação sexual. Os métodos naturais apresentam a necessidade de abstinência sexual durante muitos dias ao longo do ciclo como causa de descontinuidade e falha. A maior variação entre a eficácia e a efetividade ocorre com o método do ritmo; e a menor, com os métodos contraceptivos reversíveis de longa duração (LARCs) e a esterilização.
Na escolha do método contraceptivo, o médico deverá considerar as necessidades e as condições dos pacientes: se a gravidez é proibitiva ou opcional para o casal, e se o relacionamento sexual é eventual ou sistemático, estável ou não, com um ou mais parceiros. Idade, condição socioeconômico-cultural, paridade e estado de saúde são fatores que interessam no aconselhamento.
	COMPARAÇÃO DOS RISCOS POTENCIAIS DE DIFERENTES MÉTODOS CONTRACEPTIVOS
	Métodos
	Riscos
	IRREVERSÍVEIS
	Esterilização (ligadura tubária e vasectomia)
	Cirúrgicos
	REVERSÍVEIS
	Anticoncepção hormonal parenteral
	Progestogênios injetáveis
	Sangramento irregular; amenorreia; edema; ganho de peso, cefaleia, depressão
	Implante subcutâneo
	Inserção profunda, sangramento irregular, amenorreia
	Anel vaginal
	Aumento do fluxo vaginal, expulsão
	Anticoncepção hormonal oral
	Estrogênios + progestogênios
	Náusea e vômito; cefaleia; enxaqueca; cloasma; amenorreia pós-pílula; aumento da PA e da coagulabilidade sanguínea; icterícia colestática; aumento de incidência de adenoma hepático
	Apenas progestogênios
	Sangramento irregular; amenorreia; redução do colesterol HDL; retardo no retorno da fecundidade (média de 5,5 meses)
	DIU
	Perfuração (rara); dismenorreia; menorragia, expulsão
	Métodos de barreira
	Preservativo masculino
	Ausentes, exceto gravidez (falha)
	Capuz cervical
	Lesão do tecido cervical
	Diafragma
	Infecção urinária
	Espermicida
	Síndrome do choque tóxico (rara); desconforto vaginal e peniano; irritação, prurido, disúria, inflamação local, ulcerações de vulva; facilitação da transmissão homem-mulher de Aids e outras DSTs
	Métodos comportamentais
	Ausentes, exceto gravidez
	Aids, síndrome da imunodeficiência adquirida (do inglês acquired immunodeficiency syndrome); DIU, dispositivo intrauterino; DSTs, doenças sexualmente transmissíveis; HDL, lipoproteína de alta densidade (do inglês high density lipoprotein); PA, pressão arterial.

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