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Como fiscalizar com eficiencia contratos publicos - Conteudo dos módulos

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Página 1 
 
Curso “Como fiscalizar com eficiência contratos públicos” 
Módulo 1: Dever de fiscalizar e busca da efetividade 
1. O poder-dever de fiscalizar os contratos 3 
2. A fiscalização e a efetividade dos contratos 4 
3. O dever de nomear o responsável pela fiscalização 4 
4. Os deveres e a responsabilização dos agentes 5 
5. Importância do plano de fiscalização 7 
6. O dever de avaliar a qualidade 8 
7. Transparência para o controle social 8 
Módulo 2 – Agentes e tarefas da fiscalização 
1. Os responsáveis pela fiscalização - agentes 67 10 
2. Aspectos e tarefas relacionadas à fiscalização 13 
2.1. Do gestor do contrato 14 
2.2. Do fiscal administrativo 15 
2.3. Do fiscal do contrato 17 
2.4. Do fiscal local 19 
2.5. Do fiscal especializado 20 
2.6. Do fiscal contratado 21 
Módulo 3 – O que impacta o planejamento 
1. Impacto do objeto e do tipo de contrato 23 
2. Outros aspectos que impactam o plano 25 
Módulo 4 – O plano de fiscalização 
1. Passo a passo para elaborar o plano de fiscalização 31 
 
Página 2 
 
Boas-vindas! 
 
Olá! Seja bem-vindo ao curso “Como fiscalizar com eficiência contratos públicos”. 
Esse curso é direcionado a agentes públicos de qualquer esfera ou Poder. Afinal, qualquer agente 
público, concursado ou não, da esfera federal, estadual ou municipal, do Poder Executivo, Judiciário 
ou Legislativo poderá assumir o papel de fiscal de contrato administrativo. Então, se você é um 
agente público, que tal se preparar desde já? 
 
Como veremos, ser fiscal de um contrato administrativo é um desafio, pois envolve uma série de 
tarefas que, muitas vezes, ainda não são conhecidas por todos nós. 
 
A CGU elaborou este curso justamente na intenção de instrumentalizar agentes públicos a fiscalizar 
com eficiência um contrato administrativo. 
A abordagem do curso segue tanto as orientações da Lei 8.666/93 quanto as constantes da Lei 14.133 
publicada em 1º de abril de 2021, que a partir de 2023, passará a ditar as regras de licitações e 
contratos. 
O curso ensina quais são os deveres do gestor público e dos fiscais de contratos, apresenta um rol de 
tarefas e aspectos relativos à fiscalização das contratações públicas e, ao final, fornece um passo a 
passo para elaborar o plano de fiscalização de um contrato. 
O curso disponibiliza diversos arquivos com modelos para planejar a fiscalização de contratos. Você 
pode baixá-los e usá-los em sua rotina de trabalho. 
Uma dica para otimizar sua aprendizagem: gerencie seu tempo de maneira a distribuir suas horas 
diárias de estudo sem se sobrecarregar e nem deixar acumular atividades. 
Desejamos que você faça um ótimo curso e que ele lhe seja útil! 
 
 
Página 3 
 
Módulo 1: Dever de fiscalizar e busca da efetividade 
 
 
 
1. O poder-dever de fiscalizar os contratos 
A Administração Pública tem o poder-dever de fiscalizar a execução de seus contratos. 
Em decorrência da supremacia do interesse público, não pode a Administração assumir posição passiva 
e aguardar que o contratado cumpra todas as suas obrigações contratuais. (FURTADO, 2015, p. 516). 
No âmbito nacional, o dever de fiscalizar os contratos administrativos é tratado pela Lei 
8.666/93, em especial pelo seu Art. 67. 
A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um representante da Administração 
especialmente designado, permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações 
pertinentes a essa atribuição. (BRASIL, Lei 8.666/1993, Art. 67) 
Essa Lei 8.666/93 será integralmente revogada pela Lei 14.133, publicada em 1º de abril de 2021. 
De acordo com o art. 191 da nova lei, durante dois anos, a administração pública poderá optar por 
adotar as regras estabelecidas na Lei 8.666/2021 ou na Lei 14.133/2021. No entanto, ao final de dois 
anos (em 2023) a adoção da nova lei será obrigatória. Daí a importância de estudarmos também os 
dispositivos dessa nova lei. 
Quanto ao dever de fiscalizar os contratos, verificamos que o artigo 117 da Lei 14.133/2021 
incorporou integralmente o disposto no Art. 67 da Lei 8.666/93. 
A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por 1 (um) ou mais fiscais do contrato, 
representantes da Administração especialmente designados conforme requisitos estabelecidos no art. 7º 
desta Lei, ou pelos respectivos substitutos, permitida a contratação de terceiros para assisti-los e subsidiá-
los com informações pertinentes a essa atribuição. (BRASIL, Lei 14.133/2021, Art. 117) 
Página 4 
 
2. A fiscalização e a efetividade dos contratos 
A fiscalização da execução do contrato tem a missão de garantir a efetividade do contrato. Isto 
significa adotar as providências necessárias para que a execução do contrato leve à eliminação do 
problema ou da necessidade que justificou a despesa. (JESUS, 2018). 
Enquanto o Pregoeiro ou a Comissão de Licitação tem o dever de selecionar a proposta mais vantajosa 
para a Administração Pública, e a isso nós chamamos de princípio da eficiência, a fiscalização do contrato 
por sua vez tem a missão de garantir que essa proposta mais vantajosa se mantenha até o fim e, sobretudo, 
que seja garantida a efetividade do contrato que traduzido em linha práticas, significa dizer que se espera 
do contrato, que uma vez ele concluído, não haverá mais o problema ou a necessidade que justificou a 
despesa[...] (JESUS, 2018). 
Assim cabe a Administração Pública exercer a fiscalização de seus contratos como controle 
fundamental que possibilita não apenas acompanhar o cumprimento das cláusulas acordadas, mas, 
sobretudo, verificar a efetividade do contrato. O termo efetividade relaciona-se aos resultados 
esperados ao longo de um tempo. 
3. O dever de nomear o responsável pela fiscalização 
A execução do contrato deverá ser fiscalizada por um representante da Administração 
especialmente designado - é o que diz o art. 67 da Lei 8.666/93. Esse “representante da administração” 
é, necessariamente, um agente com vínculo com a Administração Pública, que pode ser um servidor 
estável, comissionado ou empregadopúblico. (Gestão e Fiscalização de Contratos Administrativos – 
Enap Brasília, 2014). 
Assim, para cada contrato celebrado, o gestor deverá nomear, pelo menos, um agente público e 
seu substituto como responsáveis por acompanhar a execução do contrato. A responsabilidade do 
substituto ocorrerá na ausência do agente principal designado, condicionada a ciência do substituto e 
documentadas no processo que trata o contrato. Quando o contrato exigir, deverão ser nomeados vários 
agentes públicos, indicando, sempre, a quem recairá a coordenação dos trabalhos. 
A nomeação genérica de servidores para atuarem como fiscais, sem especificação dos nomes nem dos 
contratos a serem fiscalizados, contraria o princípio da eficiência, por inviabilizar a atribuição de 
responsabilidade específica a determinado servidor. (Acórdão TCU 3.676/2014-2ª Câmara) 
Página 5 
 
4. Os deveres e a responsabilização dos agentes 
Como vimos, a Administração Pública tem o dever de nomear pelo menos um agente responsável 
por acompanhar a execução de cada contrato. 
O administrador tem o dever de nomear e providenciar os recursos necessários à adequada 
fiscalização. O agente nomeado, por sua vez, tem o dever de fiscalizar o contrato e comunicar situações 
de impedimentos e necessidades que possam impactar negativamente seu trabalho. 
A omissão em relação aos deveres legais pode levar a responsabilização dos respectivos agentes. 
Ou seja, tanto o administrador quanto o agente nomeado, se forem omissos em seus deveres, poderão 
ser responsabilizados. Essa responsabilização está regulamentada nos estatutos funcionais dos agentes 
públicos de cada Poder e esfera pública. 
No Poder Executivo federal, os direitos e deveres dos servidores são regidos pela Lei 8.112/1990. 
Essa Lei, em seu Art. 116, determina que o servidor tem os deveres de exercer com zelo e dedicação 
suas atribuições e de observar as normas legais e regulamentares. A responsabilidade pela omissão do 
agente público está prevista nos artigos 122 e 124. 
Art. 116. São deveres do servidor: 
I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo; 
III - observar as normas legais e regulamentares; 
[…] 
IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais; 
[…] 
Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte 
em prejuízo ao erário ou a terceiros. 
[…] 
Art. 124. A responsabilidade civil-administrativa resulta de ato omissivo ou comissivo praticado no 
desempenho do cargo ou função. (Brasil, Lei 8.112/1990). 
A omissão em relação aos deveres legais pode também caracterizar ato de improbidade 
administrativa. A caracterização da improbidade diante da omissão administrativa é um dos temas mais 
relevantes relacionados à Lei de Improbidade Administrativa. No plano doutrinário, há o entendimento 
de que a omissão da autoridade, quando possui ciência do ilícito e pode agir para corrigi-lo ou evitá-
lo, constitui comportamento ímprobo, passível de ressarcimento integral do dano, porventura causado. 
(Lei 8.429/92, Arts. 5º, 10 e 11). 
Art. 5° Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de 
terceiros, dar-se-á o integral ressarcimento do dano. 
[…] 
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, 
dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos 
bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente: 
Página 6 
 
[...] 
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração 
pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e 
lealdade às instituições. (Brasil, Lei 8.429/92 Art. 5º e 10) 
Quanto aos prejuízos causados, o Tribunal Superior do Trabalho, em sua súmula 331, aponta um 
potencial prejuízo ao erário diretamente relacionado à fiscalização de contratos cujo objeto se refere à 
contratação de mão de obra, ou seja, contratos de terceirização. Nesse caso, a Administração Pública 
assume responsabilidade subsidiária perante o inadimplemento de obrigações trabalhistas quando 
deixar de comprovar a correta fiscalização do respectivo contrato. 
Mas quem será responsabilizado: o agente nomeado para fiscalizar o contrato, ou o 
administrador? 
Vejamos algumas decisões do Tribunal de Contas da União. 
O agente nomeado para fiscalizar o contrato, se for negligente, atrairá para si a responsabilidade 
por eventuais danos que poderiam ter sido evitados, bem como as multas previstas nos arts. 57 e 58 da 
Lei 8.443/92 (Acórdão nº 859/2006 – Plenário). 
O agente nomeado para fiscalizar o contrato deixará de ser responsabilizado se comprovar que a 
inadequação da fiscalização decorreu de falta de auxílio por parte de outros profissionais e que, 
também, ele levou ao conhecimento do administrador todas as fragilidades e ocorrências constatadas 
na fiscalização. Nesse caso, a responsabilidade recairá sobre aqueles que não adotaram as medidas 
necessárias para evitar ou minimizar os prejuízos ocorridos (Acórdão TCU nº 468/2007 – Plenário). 
O agente nomeado para fiscalizar o contrato também não será responsabilizado se ficar 
comprovado que ele atuou sob condições precárias de trabalho na fiscalização. A responsabilização, 
nesse caso, recairá sobre aquele que tinha o dever de oferecer as condições necessárias para a 
fiscalização (Acórdão TCU n.º 839/2011-Plenário). 
Perceba que cabe ao agente público comprovar a regular execução de seus deveres, ou, se for o 
caso, evidenciar as situações que o impossibilitaram de cumpri-los, sob pena de ser responsabilizado 
por omissão ou atuação inadequada. 
Assim, o agente nomeado para fiscalizar o contrato deverá prestar contas de sua atuação e atentar 
para a obrigatoriedade dos registros da fiscalização. Tanto a Lei 8.666 como a nova lei de licitações, 
(Lei 14.133/2021), trazem a obrigatoriedade desses registros do fiscal: 
O representante da Administração anotará em registro próprio todas as ocorrências relacionadas com a 
execução do contrato, determinando o que for necessário à regularização das faltas ou defeitos 
observados. (Brasil, Lei 8.666/93, Art. 67, §1º) 
Página 7 
 
O fiscal do contrato anotará em registro próprio todas as ocorrências relacionadas à execução do contrato, 
determinando o que for necessário para a regularização das faltas ou dos defeitos observados. (Brasil, Lei 
14.133/2021, Art. 117, §1º) 
Ressalta-se que o dever de prestar contas imposto aos agentes públicos é estabelecido também 
no art. 70, parágrafo único, da Constituição Federal. Em função desse dever constitucional, caberá ao 
gestor público comprovar a regular execução de suas obrigações, isto é, o ônus da prova é do agente 
público (Enunciado de Decisão 176/TCU - Decisão 225/2000-2ª Câmara-TCU). 
5. Importância do plano de fiscalização 
Para que a fiscalização do contrato seja eficiente, é necessário que os agentes fiscais executem 
suas tarefas de forma racional. Sugere-se, então, a elaboração de um plano de fiscalização. 
Plano de fiscalização é o documento que descreve o objeto do contrato e a forma de acompanhar 
sua execução. O plano inclui, entre outras, as seguintes informações: obrigações contratuais, método 
de aferição dos resultados, momentos, recursos e instrumentos para fiscalização e, em especial, os 
riscos inerentes ao contrato. 
Dizer que o plano de fiscalização deve considerar os riscos de cada contrato não significa exigir 
a aplicação de metodologias de gestão de risco. A gestão de risco de forma metodológica é conquistada 
gradativamente, à medida que se constrói a cultura do pensar em torno do que se pretende alcançar. 
Dessa forma, trazer noções de gestão de riscos para a fiscalização é conectar as ações do fiscal à 
efetividade do contrato; é identificar o que pode impactar de forma positivaou negativa o resultado 
esperado e, a partir daí, definir como será a fiscalização. 
Assim, os agentes responsáveis pelo plano de fiscalização devem identificar, conhecer e analisar 
os riscos do contrato, para depois decidirem onde e como atuarão. Isso é, devem planejar a fiscalização 
com base em riscos, de forma a garantir a efetividade do contrato. 
A norma ISO 31000 estabelece que a gestão de risco eficaz é integrada, estruturada, abrangente, 
personalizada, inclusiva, dinâmica e baseia-se nas melhores informações possíveis, além de considerar 
os fatores humanos e culturais e ser melhorada continuamente. 
Portanto, adotar a gestão de riscos na fiscalização significa acompanhar cada contrato de forma 
personalizada, por meio de um plano que considere as informações, os fatores, as obrigações e os 
aspectos que podem comprometer a adequada execução do objeto. Significa, ainda, planejar como 
Página 8 
 
mitigar os riscos detectados e implementar as possíveis alterações nos procedimentos da própria 
fiscalização, de modo a garantir a efetividade do contrato. 
6. O dever de avaliar a qualidade 
A sociedade convive com constantes relatos sobre a baixa qualidade dos bens e serviços 
adquiridos pela Administração Pública, o que revela a ineficácia das contratações. 
Há casos em que o objeto contratado apresenta especificações adequadas com descrições de um 
produto de boa qualidade, mas o contratado deixa de cumprir integralmente com o que foi pactuado e 
entrega produtos de baixa qualidade. Muitas vezes, a administração não se dá conta dessa 
irregularidade, quase sempre porque os fiscais limitaram-se a verificar quantidades, descrições 
genéricas, prazos de entrega e negligenciaram a qualidade do produto. 
O dever de o fiscal do contrato avaliar a qualidade do objeto contratado encontra-se 
expressamente nas jurisprudências do Tribunal de Contas da União, a exemplo do Acórdão TCU 
265/2010-Plenário. 
O Plano de fiscalização, portanto, deve contemplar procedimentos para aferir a qualidade dos 
serviços prestados ou produtos entregues e incluir as formas dos registros de sua verificação. Essa 
avaliação qualitativa deverá considerar o padrão de qualidade previsto nos documentos relacionados 
ao contrato (licitação, termo de referência, projeto básico, contratos e anexo). Sempre que possível, os 
fiscais do contrato buscarão, também, apresentar as percepções dos usuários, dos prestadores dos 
serviços e dos gestores, relativas à qualidade do objeto executado. 
7. Transparência para o controle social 
O contrato e todos os seus anexos são informações públicas e sua divulgação no site da instituição 
pública é obrigatória, conforme dever imposto pela Lei 12.527/2011. Trata-se de um dos objetos de 
transparência ativa, ou seja, de transparência dada pelo órgão independentemente de qualquer 
solicitação. 
A transparência ativa do contrato possibilita que os agentes responsáveis pela fiscalização 
busquem o auxílio do controle social para acompanhar a execução dos contratos. Assim, espera-se que 
a Administração Pública dê a correta transparência ao contrato e fomente o controle social. Além do 
contrato e de seus anexos, a Administração pode divulgar, também, as formas de contato com os 
Página 9 
 
agentes fiscais designados para cada contrato, de forma a facilitar ainda mais o exercício do controle 
social. 
 
Para alguns contratos, a fiscalização mais eficiente é justamente aquela que conta com o apoio 
do controle social. Isto é, aquela que busca informações por meio do olhar do cidadão usuário dos 
serviços prestados ou do cidadão residente nas proximidades do local de execução do objeto. 
Imagine como se ampliaria a visão dos agentes fiscais ao interagir com os cidadãos para verificar 
a execução de um contrato de prestação de serviços de coleta e transporte de resíduos sólidos. Cidadãos 
residentes em toda a área objeto do serviço, conhecendo o contrato e a forma de comunicação com os 
fiscais do contrato, poderão indicar se a execução está adequada. 
Há, ainda, vários outros contratos em que o exercício do controle social pode subsidiar 
fortemente a atuação do fiscal, tais como contratos de serviços de transporte escolar, de concessão das 
vagas de estacionamento rotativo, de fornecimento de produtos para merenda escolar e outros. 
Concluímos que o agente público deve fomentar o controle social de modo a ampliar sua visão 
para acompanhar a execução do contrato em que atua como fiscal e melhor qualificar a sua fiscalização. 
 
Página 10 
 
 
Módulo 2 – Agentes e tarefas da fiscalização 
 
 
1. Os responsáveis pela fiscalização - agentes 67 
 
A Lei 8.666/93 não menciona nomenclatura específica para o representante da administração, ou 
seja, para o agente público nomeado como responsável por fiscalizar a execução do contrato. 
Já a nova lei de licitações (Lei 14.133/2021) trouxe a expressão fiscais do contrato. No entanto, 
a nova lei usa essa expressão, de forma indistinta, para nomear todos os representantes da 
Administração, designados para fiscalizar contratos. 
Assim, quando o ente público, sem amparo em seus normativos internos, utiliza termos 
genéricos, como fiscal do contrato ou gestor do contrato ou outros, geram-se confusões e falhas no 
cumprimento das atribuições dos agentes envolvidos na fiscalização dos contratos. 
Para facilitar a forma de comunicação e fazer referência ao artigo 67 da Lei 8.666/93, o qual trata 
da nomeação dos responsáveis pela fiscalização, sugerimos utilizar o termo agentes 67 para indicar 
todos os envolvidos na fiscalização dos contratos. Ressaltamos que a mesma regra prevista no art. 67 
da Lei 8.666/93 encontra-se no Art. 117 da Lei 14.133/2021. 
Os agentes 67 poderão ser indicados pela área requisitante do objeto do contrato, ou por outros 
setores da instituição, mas a homologação das indicações é de responsabilidade do gestor da instituição 
pública que assinou o respectivo contrato. 
A escolha dos agentes 67 deverá considerar a complexidade da fiscalização de cada contrato, de 
maneira a nomear agentes com as competências (conhecimento, habilidade e atitude) compatíveis com 
as atividades a serem desempenhadas, a fim de possibilitar o adequado acompanhamento da execução 
Página 11 
 
de cada contrato. Nesse sentido, o TCU determinou que Administração observe a compatibilidade da 
formação acadêmica do fiscal com o contrato a ser fiscalizado. (Acórdão TCU 1094/2013 Plenário). 
Além de compatibilizar esses elementos, a escolha dos agentes 67 deve, ainda, respeitar a 
segregação de funções: segundo o TCU, em respeito ao princípio da segregação de funções, os 
membros da comissão de licitação relativa ao contrato não devem atuar como agente 67. (Acórdão 
TCU 1997/2006 Primeira Câmara). 
O imperativo de compatibilizar a complexidade do contrato com as competências do agente 67 
bem como o respeito ao princípio da segregação de funções foram acolhidos pela nova lei de licitações. 
De forma expressa, o Art. 7º da Lei 14.133/2021 determina que a autoridade máxima da instituição 
pública deverá promover gestão por competência e designar agentes 67 qualificados e ainda respeitar 
o princípio da segregação de funções. 
Caberá à autoridade máxima do órgão ou da entidade, ou a quem as normas de organização administrativa 
indicarem, promover gestão por competências e designar agentes públicos para o desempenho das 
funções essenciais à execução desta Lei […] 
A autoridade referida no caput deste artigo deverá observar o princípio da segregação de funções, vedada 
a designação do mesmo agente público para atuação simultânea em funções mais suscetíveis a riscos, de 
modo a reduzir a possibilidade de ocultação de erros e de ocorrência de fraudes na respectiva contratação. 
(Brasil, Lei 14.133/2021, Art. 7º cp e §1º) 
A quantidade de Agentes 67 dependerá das características de cada contrato, mas é imprescindível 
que o ente público tenha normasque definam as nomenclaturas, tarefas e responsabilidades de todos 
os envolvidos na fiscalização. 
A título de sugestão, apresentamos seis nomenclaturas para os agentes 67, que assumirão as 
tarefas envolvidas na fiscalização de um contrato juntamente com o ordenador de despesa e o preposto 
da contratada. 
Agente 67 principal e atores auxiliares: 
Página 12 
 
 
Outro ator que também realiza tarefas relacionadas à fiscalização dos contratos é o ordenador de 
despesas. Trata-se de agente público responsável por emitir o empenho e a ordem de serviço para 
iniciar a execução do contrato; a ele também cabe a tarefa de autorizar o pagamento do contrato. 
Quando o contrato for de obra ou prestação de serviço, haverá também a figura do “preposto da 
contratada”, em atendimento ao art. 68 da Lei 8.666/93. O “preposto da contratada” é um representante 
formalmente indicado pela contratada e aceito pela Administração Pública que deverá acompanhar a 
execução da obra ou da prestação do serviço. Ele deverá atuar como interlocutor principal da 
contratada junto à Administração Pública, de maneira a evitar a subordinação direta entre trabalhadores 
terceirizados e gestores do ente público contratante. 
Página 13 
 
2. Aspectos e tarefas relacionadas à fiscalização 
As atuações dos agentes 67 integram o processo de liquidação da despesa de que trata o Art. 63, 
§ 2º da Lei 4.320/64, processo esse que constitui condição para o pagamento. Dessa forma, antes de 
efetuar o pagamento às empresas contratadas, a Administração deve realizar a liquidação da despesa, 
isto é, verificar a efetiva execução do objeto contratado e o cumprimento de todas as obrigações 
pactuadas. 
Muitos processos trazem o simples atesto na nota fiscal ou fatura como se ele fosse suficiente 
para comprovar a liquidação da despesa. Entretanto, para a efetiva comprovação, o atestado precisa 
vir acompanhado da checagem feita pelo agente 67 dos seguintes aspectos: 
 conformidade dos serviços prestados ou dos materiais entregues com o previsto nas 
especificações técnicas do termo de referência; 
 cumprimento dos prazos pactuados; 
 alcance das metas pactuadas; 
 alcance dos resultados pactuados, em termos quantitativos e qualitativos - o que inclui verificar 
a satisfação dos usuários; 
 emprego de recursos humanos na quantidade e qualificação exigidas no termo de referência; 
 emprego de materiais e equipamentos em quantidade e qualidade pactuadas; 
 observância das rotinas de execução definidas nas especificações técnicas do termo de 
referência; 
 cumprimento das obrigações fiscais, trabalhistas e previdenciárias; 
 cumprimento das demais obrigações constantes do contrato. 
Diante do exposto, é possível perceber que a fiscalização de um contrato envolve realizar muitas 
tarefas, antes, durante e depois da execução do objeto pactuado. 
Vimos que essas tarefas poderão ser atribuídas a vários agentes 67. A Administração Pública 
deve indicar quais tarefas são de responsabilidade de cada um. 
A seguir, apresentamos aspectos sobre cada agente 67 (para as seis nomenclaturas sugeridas 
nesse curso) e indicamos, em tabelas, as tarefas atribuídas a cada um. 
Página 14 
 
2.1. Do gestor do contrato 
 
 O gestor do contrato acompanha os aspectos gerenciais da execução contratual. Em geral, suas 
atribuições estão alocadas em um setor específico da administração pública, que cuida da gestão de 
todos os contratos. Nesse caso, essas atribuições deverão estar expressas em normativos internos 
(manuais, regimentos, decretos, etc.) que detalham as responsabilidades relativas à gestão e à 
fiscalização dos contratos. 
Apesar de não ser comum, nada impede que se nomeie um gestor do contrato para cada 
contrato, tal como ocorre com o fiscal do contrato. 
Nos casos em que não há indicação do setor ou agente responsável pelas tarefas que seriam 
atribuídas ao gestor do contrato, essas tarefas ficarão sob a responsabilidade do fiscal de contrato. 
Tarefas do gestor do contrato 
1 
Indicar ao gestor da instituição situações de impedimentos para atuar na gestão e 
fiscalização do contrato; 
2 
Instruir o processo do contrato com toda a documentação relativa à execução e 
fiscalização do contrato; 
3 Manter os registros em sistemas e controles institucionais atualizados; 
4 
Providenciar a transparência ativa dos dados relacionados ao contrato, no site da 
instituição; 
5 
Identificar situações de impedimento ou riscos não aceitáveis relativos ao preposto 
indicado pela contratada e solicitar nova indicação, se necessária; 
6 Formalizar o aceite do preposto da contratada, após a adequada indicação; 
7 
Identificar situações de impedimento ou riscos não aceitáveis relativos aos agentes 
públicos indicados para atuar na fiscalização do contrato; 
8 Homologar a indicação dos agentes envolvidos na fiscalização do contrato; 
9 Publicar, no site da instituição, a identificação e o contato dos fiscais do contrato; 
10 
Dar ciência formal aos agentes nomeados e disponibilizar os documentos 
relacionados ao contrato, as descrições das tarefas a serem desempenhadas e demais 
orientações necessárias à fiscalização; 
11 
Aprovar, em conjunto com o chefe imediato do fiscal do contrato, o plano de 
fiscalização do contrato; 
Página 15 
 
12 
Solicitar ao Ordenador de Despesa a emissão de “Ordem de Início da Execução do 
Contrato”; 
13 
Convocar e conduzir, quando necessária, reunião com os agentes indicados para 
acompanhar a execução do contrato; 
14 
Convocar e auxiliar a condução de reunião com os agentes responsáveis pela 
fiscalização do contrato, quando solicitada pelo fiscal do contrato; 
15 
Elaborar os registros das reuniões (sugere-se gravar as reuniões e, adicionalmente, 
registrar as informações relevantes por escrito e de forma sucinta); 
16 
Acompanhar as ações dos agentes designados para fiscalizar o contrato, orientá-los 
e providenciar os recursos necessários à adequada fiscalização; 
17 
Receber documentos relativos ao contrato, respondê-los ou encaminhá-los para os 
demais agentes envolvidos no acompanhamento da execução do contrato; 
18 
Encaminhar documentos ao ordenador de despesa para emissão de ordem bancária 
de pagamento; 
19 
Gerenciar a vigência do contrato, de modo a detectar, em tempo hábil, necessidades 
de prorrogação ou nova contratação; 
20 
Encaminhar documentação para formalizar os procedimentos para prorrogação, 
alteração, reequilíbrio, pagamento, aplicação de sanções e extinção dos contratos. 
21 
Providenciar o registro dos dados relativos às sanções aplicadas no âmbito do 
contrato no Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas (CEIS) e no 
Cadastro Nacional das Empresas Punidas (CNEP), conforme determinações da Lei 
nº 12.846/2013 (Lei Anticorrupção). 
 
Mais informações: https://ceiscadastro.cgu.gov.br/index.aspx?ReturnUrl=%2f]; 
22 
Participação da elaboração e atualização dos mapas de riscos relacionados à gestão 
do contrato; 
23 
Notificar o contratado nos casos de irregularidade, falhas graves ou falhas reiteradas 
detectadas na execução do contrato; 
2.2. Do fiscal administrativo 
 
De modo similar ao gestor do contrato, em geral, as atribuições do fiscal administrativo estão 
alocadas em um setor específico da administração pública, que cuida dos aspectos burocráticos ou 
administrativos de todos os contratos. Nesse caso, essas atribuições deverão estar expressas em 
Página 16 
 
normativos internos (manuais, regimentos, decretos, etc.) que detalham as responsabilidades relativas 
aos aspectos administrativos dos contratos. 
Apesar de não ser comum, nada impede que se nomeie um fiscal administrativo para cada 
contrato, tal como ocorre com o fiscal de contrato. 
Nos casos em que não há indicação do setor ou agente responsável pelas tarefas envolvidas na 
fiscalização dos aspectos administrativos, essas tarefas ficarão sob a responsabilidade do fiscal do 
contrato. 
Tarefas do fiscal administrativo1 
Indicar ao gestor do contrato situações de impedimentos para atuar como fiscal 
administrativo do contrato; 
2 Participar de reuniões convocadas pelo gestor do contrato; 
3 Analisar os documentos e informações elaborados ou encaminhados pela contratada; 
4 Conferir o cumprimento das obrigações previdenciárias, fiscais e trabalhistas; 
5 
Conferir o cumprimento dos deveres relacionados às informações de controle e 
prestação de contas pactuadas nos instrumentos contratuais; 
6 Verificar se a contratada mantém as condições iniciais de habilitação; 
7 
Consultar, periodicamente, o Cadastro Nacional de Empresas Punidas – CNEP e o 
Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas – CEIS, de que tratam os Art. 
22 e 23 da Lei 12.846/2013, e comunicar ao gestor do contrato eventuais registros 
relativos à empresa contratada; 
8 Informar à contratada sobre falhas nos aspectos administrativos e solicitar correções; 
9 
Promover e acompanhar a correção e a readequação das falhas relacionadas aos 
aspectos administrativos; 
10 
Encaminhar, conforme cronograma de pagamento, os registros dos aspectos 
administrativos que comprovam a fiscalização, os quais devem indicar os problemas 
eventualmente encontrados, as providencias adotadas e os problemas não corrigidos; 
11 Atestar as faturas em conjunto com o fiscal do contrato; 
12 
Comunicar ao gestor do contrato e ao fiscal do contrato as falhas reiteradas ou não 
corrigidas pela contratada e sinalizar necessidade de notificação à contratada; 
13 
Comunicar, imediatamente, ao fiscal do contrato, com cópia ao gestor do contrato, 
as situações que exijam providências urgentes para corrigir problemas constatados 
durante a fiscalização do contrato; 
14 Elaborar o relatório de fiscalização administrativa; 
15 
Emitir o "Termo de Recebimento Definitivo", em conjunto com o fiscal do contrato. 
Esse termo deverá referenciar os recebimentos provisórios emitidos; 
Página 17 
 
16 
Elaborar relatório final da fiscalização do contrato em conjunto com o fiscal do 
contrato. Esse relatório consolidará os registros e relatórios parciais de todos os 
agentes envolvidos no acompanhamento da execução do contrato; 
17 
Encaminhar ao gestor do contrato o relatório final da fiscalização do contrato e o 
"Termo de Recebimento Definitivo"; 
2.3. Do fiscal do contrato 
 
O fiscal do contrato é o principal agente público responsável por acompanhar a execução do 
contrato. 
Em obediência ao artigo 67 da Lei 8.666/93, o gestor da instituição deverá nomear pelo menos 
um fiscal do contrato para cada contrato. Esse fiscal representará a Administração Pública no dever 
de acompanhar a execução contratual e comprovará sua atuação mediante seu plano de fiscalização e 
relatório final de avaliação da execução do contrato. 
Conforme vimos acima, em geral o ente público indica, por meio de normativos internos, setores 
específicos para acompanhar os aspectos administrativos e gerenciais dos contratos. Em outras 
situações, o ente público nomeia agentes 67 para acompanhar tais aspectos. Nesses casos, o fiscal do 
contrato se responsabilizará basicamente por acompanhar a execução do objeto, ou seja, a efetiva 
entrega dos bens ou serviços contratados. 
No entanto, se o ente público não possuir tais normativos e nem nomear outros agentes 67, o 
fiscal do contrato assumirá a responsabilidade não só pela execução do objeto, mas também pelos 
aspectos administrativos e gerenciais do contrato. 
Aliás, conforme veremos a seguir, todas as outras tarefas relacionadas à fiscalização do contrato 
que não forem destinadas a agentes específicos ficarão sob responsabilidade do fiscal do contrato. 
Tarefas do fiscal do contrato 
 
(em fiscalizações em que há os seis agentes 67 específicos vistos nesse curso) 
Página 18 
 
 
1 
Tomar ciência de sua indicação e, se for o caso, comprovar situações de 
impedimentos para atuar como fiscal do contrato; 
2 Participar de reuniões convocadas pelo gestor do contrato; 
3 
Elaborar o plano de fiscalização do contrato em conformidade com o mapa de riscos 
relacionado à fiscalização do contrato; 
4 
Analisar a conformidade dos serviços realizados ou dos bens entregues em relação 
aos critérios e condições estabelecidos no contrato e registrar as análises em lista de 
verificações construída a partir do plano de fiscalização do contrato; 
5 
Avaliar a qualidade dos serviços realizados ou dos bens entregues, com auxílio de 
listas de verificações e questionários de avaliações construídas a partir do plano de 
fiscalização do contrato; 
6 
Comunicar-se com o preposto da contratada, ou com a contratada, para corrigir 
eventuais falhas na execução do objeto; 
7 
Acompanhar a correção e a readequação das faltas cometidas pela Contratada quanto 
ao objeto do contrato e comunicar, ao gestor do contrato, situações que exijam 
notificação do contratado; 
8 Solicitar ao gestor do contrato reunião com os agentes 67, quando necessário; 
9 
Encaminhar os registros que comprovam a fiscalização, com destaque para eventuais 
problemas encontrados, providências adotadas e problemas não corrigidos; 
10 Atestar as faturas em conjunto com o fiscal administrativo; 
11 
Emitir o "Termo de Recebimento Provisório". Esse termo deverá consolidar os 
"Termos de Recebimentos dos fiscais locais" emitidos; 
12 
Emitir o "Termo de Recebimento Definitivo", em conjunto com o fiscal 
administrativo. Esse termo deverá referenciar os recebimentos provisórios 
emitidos; 
13 
Elaborar relatório final da fiscalização do contrato em conjunto com o fiscal 
administrativo. Esse relatório consolidará os registros e relatórios parciais de todos 
os agentes envolvidos no acompanhamento da execução do contrato. 
Página 19 
 
2.4. Do fiscal local 
 
O fiscal local atuará nos casos em que a presença do fiscal do contrato seja inviável. A 
nomeação do fiscal local é recomendada, principalmente, em duas situações: quando a execução do 
objeto ocorrer concomitantemente em mais de um local, ou quando ela ocorrer em local que exija um 
deslocamento oneroso, de modo a representar custos acima dos benefícios obtidos com a atuação direta 
do fiscal do contrato. 
Assim, deve-se nomear quantos fiscais locais forem necessários. A necessidade e o número de 
fiscais locais deverão ser definidos no plano de fiscalização do contrato, o qual incluirá também, as 
tarefas, prazos e formas de registros que ficarão sob a responsabilidade de cada fiscal local. 
Tarefas do fiscal local 
1 
Tomar ciência da indicação e, se for o caso, comprovar situações de impedimentos 
para atuar como fiscal local do contrato; 
2 Participar de reuniões convocadas pelo gestor do contrato; 
3 
Validar ou promover alterações no plano de fiscalização do contrato relativas às 
tarefas sob sua responsabilidade; 
4 
Analisar a conformidade dos serviços realizados ou dos bens entregues em relação 
aos critérios e condições estabelecidos no contrato e registrar as análises em lista de 
verificações construída a partir do plano de fiscalização do contrato; 
5 
Avaliar a qualidade dos serviços realizados ou dos bens entregues, com o auxílio de 
listas de verificações construídas a partir do plano de fiscalização do contrato; 
6 
Comunicar, imediatamente, ao fiscal do contrato, com cópia ao gestor do contrato, 
as situações que exijam providências urgentes para corrigir problemas constatados 
durante a fiscalização do contrato; 
7 
Elaborar os registros da fiscalização e encaminhá-los ao fiscal do contrato, 
conforme plano de fiscalização do contrato. 
Página 20 
 
2.5. Do fiscal especializado 
 
O fiscal especializado é nomeado para subsidiar o fiscal do contrato em função de suas 
competências técnicas relacionadas ao objeto pactuado no contrato. É indicado, principalmente, para 
os casos em que o fiscal do contrato necessite de assessoramento técnico para certificar a adequação 
dos produtos entregues ou serviços executados. 
Tarefas do fiscal especializado 
1 
Tomarciência da indicação e, se for o caso, comprovar situações de impedimentos 
para atuar como fiscal especializado do contrato; 
2 Participar de reuniões convocadas pelo gestor do contrato; 
3 
Validar ou promover alterações no plano de fiscalização do contrato relativas às 
verificações e análises técnicas necessárias para o adequado acompanhamento da 
execução do contrato; 
4 
Analisar a conformidade dos serviços realizados ou dos bens entregues de acordo 
com os critérios e condições estabelecidos no contrato e registrar as análises em lista 
de verificações construída a partir do plano de fiscalização do contrato; 
5 
Avaliar a qualidade dos serviços realizados ou dos bens entregues, com auxílio de 
listas de verificações construídas a partir do plano de fiscalização do contrato; 
6 
Comunicar, imediatamente, ao fiscal do contrato, com cópia ao gestor do contrato, 
as situações que exijam providências urgentes para corrigir problemas constatados 
durante a fiscalização do contrato; 
7 
Elaborar os registros da fiscalização e encaminhá-los ao fiscal do contrato, 
conforme plano de fiscalização do contrato. 
Página 21 
 
2.6. Do fiscal contratado 
 
Fiscal contratado é a pessoa física ou jurídica contratada para subsidiar o fiscal do contrato 
nos casos em que a Administração Pública não dispõe de recursos humanos qualificados para auxiliar 
o fiscal em certas funções específicas. A própria Lei 8.666/93 autoriza contratar terceiros para assistir 
ou subsidiar o fiscal do contrato: 
“A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um representante da Administração 
especialmente designado, permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações 
pertinentes a essa atribuição. (BRASIL, Lei 8.666/1993, Art. 67).” Grifamos. 
 
Note que a Lei não autoriza contratar terceiros para fiscalizar o contrato, mas sim para auxiliar a 
fiscalização, que continua sob a responsabilidade de um agente público. 
“O Art. 67 da Lei nº 8.666/1993 exige a designação, pela Administração, de representante para 
acompanhar e fiscalizar a execução, facultando-se a contratação de empresa supervisora para assisti-lo. 
Assim, parece-me claro que o contrato de supervisão tem natureza eminentemente assistencial ou 
subsidiária, no sentido de que a responsabilidade última pela fiscalização da execução não se altera com 
sua presença, permanecendo com a Administração Pública.” (Acórdão nº 1.930/2006 – Plenário) 
 
O instrumento jurídico celebrado quando da contratação do fiscal contratado será um contrato 
de supervisão. Esse contrato de supervisão disporá sobre as tarefas específicas, definidas de acordo 
com o objeto a ser fiscalizado e conterá cláusulas que disponha sobre os recursos, as formas de 
execução, os prazos e os produtos a serem entregues. Esses produtos serão incorporados aos trabalhos 
do fiscal do contrato e deverão estar compatíveis com o plano de fiscalização do contrato. 
Essa contratação poderá ocorrer: 
a) por provocação do fiscal do contrato, após ele comprovar que necessita de auxílio e diante 
da impossibilidade de nomear-se fiscal especializado, ou fiscal local, conforme o caso; 
b) por decisão da Administração, mediante justificativas dela e conhecimento por parte do fiscal 
do contrato, que fará constar no plano de fiscalização do contrato as informações relativas 
à contratação; 
Ressalta-se que essa nova contratação também está subordinada aos ditames da Lei 8.666/93 e, 
portanto, terá que ser fiscalizada. Em respeito ao princípio da segregação de funções, o fiscal do 
Página 22 
 
contrato a ser auxiliado não pode ser nomeado como agente 67 para fiscalizar essa nova contratação. 
Assim, o gestor deverá nomear outro agente 67 para fiscalizar o contrato de “assessoramento ao fiscal 
do contrato”. 
Além das obrigações específicas de cada objeto a ser fiscalizado, o instrumento celebrado para 
contratar o fiscal contratado estabelecerá estas tarefas: 
Tarefas do fiscal contratado 
1 Participar de reuniões convocadas pelo gestor do contrato; 
2 
Analisar a conformidade dos serviços realizados ou dos bens entregues de acordo 
com os critérios e condições estabelecidos no contrato e registrar as análises em lista 
de verificações construída a partir do plano de fiscalização do contrato; 
3 
Avaliar a qualidade dos serviços realizados ou dos bens entregues, com o auxílio de 
listas de verificações construídas a partir do plano de fiscalização do contrato; 
4 
Comunicar, imediatamente, ao fiscal do contrato, com cópia ao gestor do contrato, 
as situações que exijam providências urgentes para corrigir problemas constatados 
durante a fiscalização do contrato; 
5 
Elaborar os registros técnicos da fiscalização e encaminhá-los ao fiscal do contrato, 
conforme plano de fiscalização do contrato. 
 
Revisão do Módulo 2 
 
 
Página 23 
 
Módulo 3 – O que impacta o planejamento 
 
1. Impacto do objeto e do tipo de contrato 
 
Vimos no tópico anterior muitas tarefas que devem ser executadas pelos agentes 67. Ao 
apresentarmos essas tarefas neste curso, pretendemos auxiliar a elaboração do plano de fiscalização, 
uma vez que quase todas elas serão executadas em qualquer contrato. Mas o plano de fiscalização 
exige mais do que uma lista de tarefas a serem executadas. 
No tópico 5 do Módulo 1 explicamos que o plano de fiscalização deve considerar os riscos 
envolvidos na execução do contrato. E que isso implica planejar a fiscalização de forma personalizada, 
com atenção aos fatores, obrigações e aspectos que podem comprometer a adequada execução do 
contrato. Daí, a importância de iniciarmos o plano de fiscalização com atenção especial a dois aspectos: 
o objeto e o tipo de contrato. 
O objeto de um contrato vai desde uma caneta ou lavagem de um copo até uma aeronave ou a 
construção de uma grande obra. Não é possível definir o rol completo dos objetos passíveis de 
contratação pela gestão pública. Por isso, as normas e sistemas relacionados às contratações citam os 
possíveis objetos e, ao final, da lista incluem a expressão “outros”. Aliás, o rol de possíveis objetos a 
serem contratados amplia a cada dia, conforme surgem novos desafios para a Administração. 
Ao apresentar os objetos de contratação, a Lei 8.666/93 categoriza-os em obra, serviço ou 
compra e traz as seguintes definições: 
I - Obra - toda construção, reforma, fabricação, recuperação ou ampliação, realizada por execução direta 
ou indireta; 
II - Serviço - toda atividade destinada a obter determinada utilidade de interesse para a Administração, 
tais como: demolição, conserto, instalação, montagem, operação, conservação, reparação, adaptação, 
manutenção, transporte, locação de bens, publicidade, seguro ou trabalhos técnico-profissionais; 
III - Compra - toda aquisição remunerada de bens para fornecimento de uma só vez ou parceladamente, 
podendo ser gêneros perecíveis, alimentação preparada, móveis, equipamentos, etc. 
(Lei 8.666/93. Art. 6º) 
 
Página 24 
 
Observe que cada objeto tem aspectos peculiares de execução que exigem um acompanhamento 
diferenciado. Assim, o primeiro passo para o planejar a fiscalização será conhecer o objeto do contrato. 
Quando ao tipo de contrato, cabe ao gestor público eleger, entre os tipos definidos pela Lei, 
aquele que mais se adequa ao objeto e ao resultado que se pretende alcançar com o contrato. 
A Lei 8.666/93 define os tipos de contrato a partir do objeto. Quando o objeto for execução de 
obra ou de serviço de engenharia, a lei dispõe que o contrato poderá ser do tipo “empreitada por preço 
global”, ou “empreitada por preço unitário”, ou ainda “empreitada integral”. 
Cada um desses tipos tem características próprias que afetam a forma de fiscalizar sua execução. 
Por exemplo, a “empreitada por preço global” tem preço certo e total; a “empreitada por preço unitário” 
tem preço certo e por unidade; a “empreitada integral” tem todas as etapas das obras, serviços e 
instalaçõessob a inteira responsabilidade da contratada. 
Quando o objeto for prestação de serviços, o contrato poderá ser do tipo “contrato de serviços” 
ou “contrato de serviços continuados”. 
O “contrato de serviços” refere-se à prestação de um serviço específico prestado de forma 
pontual. Já o “contrato de serviços continuados” refere-se a serviços prestados de forma "contínua no 
tempo", como, por exemplo, os serviços de vigilância, de limpeza ou de transportes. 
Ressaltamos que os contratos de serviços continuados são, ainda, classificados em "contínuo sem 
dedicação exclusiva de mão de obra", ou "contínuo com dedicação exclusiva de mão de obra". 
O contrato sem dedicação exclusiva é utilizado para serviços de manutenção executados 
eventualmente. Já o contrato com dedicação exclusiva, também conhecido como “contrato de 
terceirização de mão de obra”, é utilizado para serviços executados diariamente, nos quais o 
trabalhador da empresa terceirizada cumpre sua jornada no local de prestação dos serviços. Esse 
contrato exige maior controle na fiscalização de sua execução, principalmente, para evitar 
responsabilizações trabalhistas contra a Administração Pública. 
Perceba que cada objeto e cada tipo de contrato implicam regras e características diferentes que 
impactam o planejamento da fiscalização de sua execução. As diferenças vão desde os documentos 
que embasam a contratação e estipulam as obrigações, até a forma de prestação de contas da execução 
do objeto. Assim, um plano de fiscalização deve ser elaborado a partir da identificação do objeto e do 
tipo de contrato a ser fiscalizado. 
Página 25 
 
2. Outros aspectos que impactam o plano 
No tópico anterior vimos o quanto o objeto e o tipo de contrato impactam o plano de fiscalização. 
Falaremos, agora, sobre sete aspectos que, também, devem ser considerados na fiscalização de 
um contrato. Dois aspectos estão relacionados à empresa executora do objeto (histórico da empresa e 
possibilidade de subcontratação); dois relacionam-se ao objeto pactuado (histórico de problemas 
relacionados ao objeto, formas e locais de execução); um aspecto trata de condições específicas que 
elegeram o vencedor da licitação; outro relaciona-se com os beneficiários do contrato e, por último, 
abordaremos os riscos de prejuízos alheios ao contrato. Vejamos a seguir cada um desses sete aspectos. 
Primeiro aspecto: histórico da empresa contratada 
Ao planejar uma fiscalização, devemos levantar informações sobre o histórico da empresa 
contratada. Sugerimos verificar o desempenho da empresa em outros contratos públicos a partir da 
análise de documentos dela e de outros órgãos contratantes a ela relacionados. Sugerimos também 
consultar sites como o “Reclame Aqui” [lincar www.reclameaqui.com.br] e o consumidor.gov.br 
[lincar www.consumidor.gov.br]. 
As informações sobre o histórico da empresa poderão sinalizar riscos para a efetividade do 
contrato cuja fiscalização está sendo planejada. Com base nesses sinais, o fiscal incluirá no plano de 
fiscalização tarefas específicas para mitigar ou minimizar os riscos identificados. 
Exemplos: 
O agente 67 consultou o histórico de contratações de uma certa empresa junto à Prefeitura da 
cidade vizinha e detectou que a contratada descumpriu diversos prazos contratuais. Com base 
nessa informação, o agente 67 incluiu no plano de fiscalização uma checagem detalhada das 
datas previstas de entrega, a fim minimizar riscos de possíveis atrasos. 
O agente 67 consultou o site “Reclame Aqui” e detectou várias reclamações sobre a baixa 
qualidade de vários produtos entregues pela empresa contratada. Com base nessa informação, 
o agente 67 incluiu no plano de fiscalização checagem detalhada relativa à qualidade dos 
produtos e adotou o procedimento de recebimento provisório. 
Segundo aspecto: possibilidade de subcontratação 
A subcontratação ocorre quando o contratado transfere a execução do objeto para um terceiro 
estranho ao contrato. Esse terceiro executará em nome do contratado, o qual, entretanto, continua 
responsável por todas as obrigações contratuais e legais. Não há relação entre a contratante 
(administração pública) e a subcontratada. 
Página 26 
 
Na administração pública, a subcontratação somente é permitida se tiver sido expressamente 
autorizada no contrato. Além disso, ela deve ser parcial, pois é vedada a subcontratação total, sob pena 
de descaracterizar a própria licitação e o caráter personalíssimo dos contratos públicos. (BRASIL, Lei 
8.666/1993, Art. 78). 
Observe que a decisão de autorizar ou não a subcontratação e suas condições interferem no 
resultado das licitações. Várias empresas não participam de determinado certame licitatório por não 
poderem subcontratar itens que não conseguem executar diretamente. Em outros casos, o preço da 
contratação altera em função da possibilidade de subcontratação. 
Dessa forma, é muito importante que o contrato respeite as cláusulas relativas à subcontratação. 
Assim, o plano de fiscalização deverá incluir verificações quanto a quem está executando cada item 
do objeto e comparar o resultado verificado com as condições de subcontratação autorizadas no 
contrato. 
Terceiro aspecto: histórico de problemas relacionados ao objeto 
O agente 67 deve, também, conhecer os problemas recorrentes relacionados ao objeto 
contratado, os quais indicam riscos à adequada execução do contrato. 
Muitos objetos e serviços contratados pela Administração Pública são também utilizados por nós 
na vida privada e, por isso, conseguimos identificar os problemas comuns a eles. Se compramos um 
derivado de leite, por exemplo, sabemos que seu prazo de validade é curto e que o produto se estraga 
com o calor. Então, damos atenção especial à data de validade desse produto e às condições de 
armazenamento e transporte. Se compramos uma caneta, sabemos que o ideal é testá-la antes de pagá-
la. Se contratamos um serviço de transporte escolar para nossos filhos, sabemos que devemos zelar 
pela pontualidade e segurança. Enfim, é fácil perceber que, conforme o produto ou o serviço contrato, 
devemos focar nossa atenção para verificar defeitos específicos. 
O agente 67 deve usar esse conhecimento oriundo da vida pessoal acerca das especificidades 
dos produtos e dos serviços para planejar a fiscalização dos contratos públicos. Ou seja, ele deve 
planejar ações específicas para fiscalizar os possíveis pontos frágeis de cada objeto, de acordo com sua 
especificidade. 
Mas, diferente de nossas compras pessoais, os contratos da Administração envolvem recursos 
públicos e, portanto, exigem um cuidado ainda maior. Por isso, além de se valer dos conhecimentos 
pessoais acerca das possíveis fragilidades inerentes ao objeto, o agente 67 deve, ainda, aprofundar sua 
pesquisa sobre o produto ou serviço contrato. 
Página 27 
 
Para isso, o agente 67 deverá levantar informações sobre eventuais problemas apresentados por 
objetos similares ao que irá fiscalizar, independentemente da empresa contratada. Essas informações 
indicarão os riscos inerentes ao objeto contratado. O plano de fiscalização contemplará essas 
informações sobre o objeto e os riscos detectados. 
Há inúmeras fontes de pesquisa sobre as fragilidades inerentes aos objetos a serem contratados. 
Os relatórios de auditorias realizadas por órgãos de controle, por exemplo, podem revelar diferentes 
irregularidades relacionadas a produtos e serviços adquiridos pela Administração. A depender do 
contrato, pode-se, também, pesquisar possíveis reclamações e denúncias registradas nas ouvidorias 
públicas relacionadas às especificidades dos objetos contratados. Outra fonte de pesquisa são os 
materiais institucionais de acesso público que mostram problemas comuns em relação a determinados 
objetos. Para consultar todas essas publicações, em geral, basta pesquisar na internet por expressões 
relacionadas ao objeto ou aos órgãos de controle. 
A abrangência da pesquisasobre as possíveis fragilidades do produto ou serviço a ser contratado 
será definida com base na relação custo-benefício. Assim, quanto maior o valor do contrato e mais 
complexo o objeto, mais aprofundada será a pesquisa. 
Exemplos: 
Um agente 67, para planejar a fiscalização de um contrato de aquisição e entrega de merenda 
escolar, consultou relatórios de auditorias da CGU no site https://auditoria.cgu.gov.br/, por meio 
da palavra-chave “merenda escolar”. Ao analisar as irregularidades, identificou que, em 
contratos com esse tipo de objeto, era recorrente a entrega de produtos diferentes dos 
contratados e, ainda, em quantidade inferior. Por isso, o agente 67 incluiu no plano de 
fiscalização controles para conferir se os produtos entregues correspondem aos contratos, tanto 
em tipo quanto em quantidade. Além disso, o agente 67 também optou por conferir todos os 
itens entregues, ao invés de realizar um controle amostral. 
Um agente 67, para planejar a fiscalização de um contrato de serviço de limpeza, consultou 
relatórios de auditorias da CGU no site https://auditoria.cgu.gov.br/, por meio da palavra-chave 
“serviço de limpeza”. Ao analisar as irregularidades, identificou que, em contratos com esse 
tipo de objeto, era recorrente a contratada deixar de fornecer itens da composição do preço, tais 
como equipamentos, uniformes e treinamentos aos empregados que executarão os serviços. Por 
isso, o agente 67 incluiu no plano de fiscalização controles para conferir justamente esses itens. 
Quarto aspecto: formas e locais de execução 
O contrato deverá trazer claramente definidos a forma e o local de entrega do objeto de acordo 
com as necessidades da Administração Pública. 
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A forma e o local de entrega do objeto podem demandar ações específicas no momento da 
fiscalização. É o caso de entregas feitas em locais diversos ou de forma parcelada, que vão exigir 
estratégias de fiscalização específicas. 
Por exemplo, um contrato de aquisição de medicamentos poderá prever que a entrega dos 
produtos seja parcelada e feita em diversos locais, ou parcelada e realizada em um único lugar, ou 
ainda, realizada de uma só vez e em um só local ou em diversos locais. Note que essas diferentes 
possibilidades deverão ser consideradas no planejamento da fiscalização desse contrato. Ou seja, o 
plano de fiscalização será elaborado de acordo com as formas e os locais de execução do objeto. 
Quinto aspecto: condições específicas que elegeram o vencedor da licitação 
Outro aspecto que deve ser considerado ao se planejar a fiscalização de um contrato diz respeito 
a condições específicas que permitiram a vitória do licitante no processo de licitação. Pode ocorrer de 
o vencedor da licitação ter alcançado a vitória em função de condições específicas previstas em lei que 
o beneficiaram. Assim, ao executar o contrato é essencial que a empresa cumpra com as condições que 
a elegeram vencedora da licitação. Vale lembrar que as informações relativas às condições específicas 
do vencedor encontram-se, principalmente, na ata final da licitação. 
Vejamos um caso hipotético: suponhamos que um licitante tenha sido eliminado em função de 
propor um produto de qualidade superior à definida no edital. Essa ocorrência é comum na área de 
tecnologia da informação. O licitante recorreu, sob o argumento de que seu produto atendia de forma 
mais qualificada a descrição do objeto da licitação. O licitante, entretanto, foi eliminado do certame. 
Diante disso, a fiscalização deverá dar especial atenção às características do objeto contratado e não 
poderá aceitar um produto diferente, ainda que em condições superiores ao contratado. Note que, em 
outras condições, em que não tenha ocorrido tal eliminação, a Administração poderia aceitar um 
produto de melhor qualidade desde que respeitasse o interesse público. 
Outro exemplo é o caso de uma licitação em que um licitante tenha ganhado o processo apesar 
de ter apresentado o segundo menor preço. O planejamento da fiscalização deverá incluir 
procedimentos específicos para identificar porque o licitante vencedor não foi aquele que apresentou 
o menor preço, isso é, identificar quais critérios foram utilizados para definir o vencedor. Além disso, 
a fiscalização deverá checar se a empresa ganhadora cumprirá, na execução do contrato, os critérios 
que a levaram a vencer o certame. Suponhamos que nesse caso o critério que levou à vitória tenha sido 
o fato de a empresa fornecer produtos manufaturados. De fato a Lei 8.666/93 possibilita estabelecer 
margem de preferência para compras de produtos manufaturados. Nesse caso, o plano de fiscalização 
incluiria verificar se os produtos entregues são manufaturados. 
Página 29 
 
Enfim, é necessário que o plano de fiscalização contenha ações específicas para verificar se a 
empresa cumpre as condições que a elegeram vencedora da licitação. 
Sexto aspecto: beneficiário do contrato 
Conforme abordamos no tópico 7 desse curso, a melhor forma de fiscalizarmos certos contratos 
é nos orientarmos pela perspectiva do beneficiário. Dessa forma, o plano de fiscalização deve 
considerar a possibilidade de incluir ações com intuito de colher as percepções dos beneficiários acerca 
dos objetos e serviços contratados e, dessa forma, fomentar o controle social sobre os contratos 
públicos. 
Sétimo aspecto: aspectos em torno da execução do objeto 
Durante a execução de certos contratos, podem ocorrer danos a bens particulares ou públicos 
próximos ao local de execução da obra. Por isso, acompanhar a execução do objeto demandará 
cuidados especiais para proteger outros recursos que poderão ser afetados com a execução do contrato. 
É o que acontece, em geral, com os contratos de obras de saneamento básico. Durante a execução 
desses contratos, podem ocorrer danos a calçamentos particulares ou a outros bens localizados no local 
de execução da obra. 
O ideal é que os documentos de contratação prevejam esses aspectos em torno da execução do 
objeto e tragam as medidas preventivas e corretivas a serem adotadas. Quando essas medidas estão no 
contrato, bastará o agente 67 acompanhar o cumprimento delas. No entanto, muitos contratos não 
abordam essas medidas. Daí a importância de o agente 67 analisar os aspectos em torno da execução 
do objeto, identificar possíveis prejuízos e incluir em seu plano de fiscalização ações para evitá-los. 
Assim, o plano de fiscalização se torna a ferramenta mais importante para prevenirmos os eventuais 
prejuízos causados com a execução do contrato. 
Vejamos um caso real em que a correta fiscalização do contrato evitaria os prejuízos causados. 
Marceneiro de fundação apaga pinturas pré-históricas em GO 
 
KAMILA FERNANDES 
da Agência Folha 
 
Um dos mais importantes sítios arqueológicos brasileiros teve parte de seus desenhos rupestres, 
feitos há cerca de 11 mil anos, danificados. 
Um marceneiro reforçou algumas pinturas e criou outras dentro de uma das 40 grutas do Sítio 
das Araras, na cidade de Serranópolis (cerca de 400 km a sudoeste de Goiânia). 
Foram feitas pelo menos 20 interferências, no início do mês de julho, em um dos painéis com 
desenhos rupestres do sítio, que possui cerca de 300 pinturas. 
Página 30 
 
O marceneiro (...) havia sido contratado (...) para construir uma passarela de madeira de 200 
metros de extensão em uma das grutas, para a passagem de visitantes. 
Durante o trabalho, ele decidiu limpar uma pichação, feita há 10 anos com carvão, sobre parte 
dos desenhos rupestres. O marceneiro fez a limpeza com água e sabão e não só apagou as 
pichações, como também parte das pinturas. 
https://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe07089901.htm 
 
No caso citado, o acompanhamento da execução do contrato deveria ter considerado os cuidados 
necessários para a segurança do sítio arqueológico de valor inestimável. 
Acabamos de ver sete aspectos que podem influenciar o planejamento da fiscalização de 
contratos públicos. Alémdeles, entretanto, muitos outros aspectos podem influenciar a elaboração do 
plano de fiscalização. Essa complexidade de aspectos inviabiliza elaborar orientações que exaurem os 
aspectos passíveis de estarem relacionados aos contratos administrativos. Conclui-se então, que o 
plano de fiscalização deve ser elaborado de acordo com as especificidades de cada contrato e deve 
contemplar tudo o que for possível conhecer sobre a execução do objeto a ser fiscalizado. 
 
Revisão do Módulo 3: 
 
 
Módulo 4 – O plano de fiscalização 
Página 31 
 
 
1. Passo a passo para elaborar o plano de fiscalização 
Sugerimos cinco passos para elaborar o plano de fiscalização de um contrato: 
 
Itens e Subitens dos Passos: 
1º Passo: conhecer o contrato e as necessidades a serem atendidas 
Neste passo, você irá identificar: 
1.1. o objeto e o tipo do contrato; 
1.2. a necessidade do objeto contratado; 
1.3. os produtos a serem entregues; 
1.4. os locais, os prazos e a forma de execução; 
1.5. eventual possibilidade de subcontratação; 
1.6. outras obrigações estipuladas pelo contrato; 
1.7. os beneficiários do contrato; 
1.8. condições específicas que elegeram a empresa vencedor da licitação; 
Página 32 
 
1.9. tarefas do agente 67 previstas nos instrumentos contratuais. 
2º Passo: conhecer o histórico de problemas 
Neste passo, você irá identificar o histórico de problemas relacionados: 
 2.1. à empresa contratada; 
 2.2. ao objeto do contrato. 
3º Passo: analisar riscos, causas ou dúvidas e indicar tratamento 
Neste passo, você irá analisar: 
3.1. riscos, suas causas ou consequências, ou apontar dúvidas relativas à execução do contrato 
mediante análise que compare objeto, atendimento à necessidade, informações identificadas e 
formas de verificar a execução; 
3.2. possibilidades de tratamento para minimizar ou eliminar os riscos ou dúvidas. 
4º Passo - Validar entendimento relativo aos riscos e às dúvidas 
Neste passo, você irá validar, junto aos responsáveis pela gestão e pela execução do contrato: 
4.1. decisões e entendimentos; 
4.2. ações para fiscalização. 
5º Passo – Definir a fiscalização 
5.1. Relacionar os pontos e tarefas que merecem atenção para a fiscalização (considerar riscos 
identificados, tratamentos sugeridos e dispositivos legais aplicáveis); 
5.2. Detalhar as tarefas e os controles de fiscalização; 
5.3. Identificar recursos financeiros e físicos necessários a fiscalização do contrato; 
5.4. Indicar integrantes da equipe de agentes 67 e as respectivas tarefas; 
5.5. Indicar como ocorrerá a divulgação das informações e dos contatos dos agentes 67 para 
fins de controle social e interação com beneficiários; 
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5.6. Elaborar cronograma de execução das ações de fiscalização. 
O Modelo do Plano de Fiscalização 
Apresentaremos a seguir um modelo de plano de fiscalização em formato de planilha que possibilita 
executar os cinco passos propostos. 
1º Passo - Conhecer o contrato e as necessidades a serem atendidas 
 
No 1º passo, o agente 67 buscará conhecer o contrato em questão e as necessidades da Administração 
a serem atendidas por ele. Para isso deverá levantar informações constantes dos documentos 
relacionados à contratação. Destacamos os seguintes documentos: Formalização da Demanda 
(documento em que um setor administrativo formaliza o pedido e a necessidade do produto a ser 
contratado); Ata Final da Licitação; Termo do Contrato; Proposta Vencedora; Projeto Básico e seus 
anexos. 
As informações levantadas neste 1º passo serão registradas em três colunas: a primeira relaciona os 
itens de informações a serem levantadas; a segunda traz dados dos documentos analisados que 
respondem a cada item; e a terceira expressa os entendimentos do Agente 67 sobre cada item. 
Página 34 
 
 
Ressaltamos que a 1ª coluna (Itens de Informações) deve apresentar todos aspectos e informações 
relativos ao contrato que podem impactar a fiscalização, conforme abordamos neste curso. Assim, no 
modelo proposto encontraremos os seguintes itens: 
1.1. Identificar o objeto e o tipo do contrato: 
• Número do processo 
• Número do contrato 
• Objeto do contrato 
• Tipo de Contrato 
• Empresa (Nome Fantasia) 
• Empresa (Razão Social) 
• Responsável 
• Contato: (telefone e e-mail) 
• Valor global do contrato 
• Valor mensal/parcela do contrato 
• Prazo para pagamento à contratada 
• Data da assinatura do contrato 
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• Data de vencimento do contrato 
• Quantidade de Termos aditivos 
1.2. Identificar a necessidade do objeto contratado; 
1.3. Identificar os produtos a serem entregues; 
1.4. Identificar os locais, os prazos e a forma de execução; 
1.5. Identificar possibilidade de subcontratação; 
1.6. Identificar outras obrigações estipuladas pelo contrato; 
1.7. Identificar os beneficiários do contrato (público interno ou público externo) 
1.8. Identificar condições específicas que elegeram a empresa vencedor da licitação; 
1.9. Identificar tarefas do agente 67 previstas nos instrumentos contratuais: 
2º Passo - Conhecer o histórico de problemas 
 
No 2º passo para elaborar o plano de fiscalização, o agente 67 buscará informações históricas sobre 
eventuais problemas relacionados à empresa ou ao objeto contratado. Se desejar, reveja no módulo 
anterior as sugestões de sites e outras fontes de pesquisa que você pode usar. 
As informações levantadas neste 2º passo serão registradas nas mesmas três colunas da planilha, logo 
em seguida aos dados relativos ao 1º passo. No 2º passo, a primeira coluna indica os itens a pesquisar; 
a segunda registra a fonte de consulta; e a terceira expressa as informações encontradas. 
Veja como ficará a planilha com o 1º e o 2º passos: 
Página 36 
 
 
Página 37 
 
 
3º Passo - Identificar riscos, causas ou dúvidas e indicar tratamento 
 
No 3º passo o agente 67 analisa as informações registradas nos passos anteriores. Com base nessa 
análise, o agente 67 identifica riscos, possíveis causas ou dúvidas em relação a cada item de 
informação. Além disso, o agente 67 registra sugestões de tratamento aos riscos ou às dúvidas 
apontados. 
As informações no 3º passo serão registradas em duas colunas: a primeira indica os riscos, causas ou 
dúvidas que podem impactar a execução do contrato ou da sua fiscalização; a segunda registra as 
sugestões de tratamento, isto é, o que poderá ser realizado para minimizar ou eliminar os riscos, as 
causas e as dúvidas apontados. 
Perceba que, no 3º passo, cada linha da coluna "Riscos, Causas, Dúvidas" só será preenchida se forem 
identificados riscos, causas ou dúvidas para cada item. Entretanto, uma vez encontrado qualquer risco, 
causa ou dúvida, deve-se indicar o devido tratamento, na coluna "Tratamento". 
Veja como ficará a planilha com o 1º, 2º e 3º passos: 
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4º Passo - Validar entendimento relativo aos riscos e às dúvidas 
 
No 4º passo para elaborar o plano, o agente 67 validará entendimento com responsáveis pela 
celebração ou execução do contrato. Para isso o agente 67 conversará com os gestores, com o 
solicitante do objeto e com a empresa sobre as sugestões de tratamento dos riscos, das causas e das 
dúvidas constantes na coluna “Tratamento”, preenchida no 3º passo. 
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Os resultados dessas conversas serão registrados de forma detalhada em atas de reunião e outros 
relatórios. A planilha do plano de fiscalização trará os resumos desses entendimentos em uma nova 
coluna intitulada “Decisões e Entendimentos”. Haverá ainda a coluna “Ações para Fiscalização” para 
registrar ações a serem realizadas durante a fiscalização do contrato em função das análises e decisões 
registradas até o momento. 
Veja como ficará a planilha com o 1º, 2º, 3º e 4º passos: 
 
5º Passo: definir a fiscalização 
 
O 5º passo já será seu plano de fiscalização. Por isso, se preferir, você pode confeccioná-lo em outros 
formatos de documentos, como arquivos de texto, ao invés deusar planilhas. 
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Nesse 5º e último passo, o agente 67 definirá as tarefas, os prazos, as formas e os instrumentos da 
fiscalização, além de indicar a equipe de agentes 67, conforme os seguintes itens: 
5.1. relacionar os pontos e tarefas que merecem atenção para a fiscalização (considerar riscos 
identificados, tratamentos sugeridos e dispositivos legais aplicáveis) 
Neste item o agente 67 irá relacionar e ordenar todos os pontos identificados nos passos anteriores que 
indiquem tarefas a serem executadas durante a fiscalização. Caso não seja possível incluir no plano de 
fiscalização todos os pontos identificados, o agente 67 priorizará os itens relacionados a riscos, a 
tratamentos e a obrigações legais aplicáveis ao caso. 
Além disso, o agente 67 deverá incluir nessa relação as tarefas de cada agente 67 em relação ao 
contrato. Lembramos que essa relação de tarefas por tipo de agente 67 consta no tópico 2 do módulo 
2 desse curso, mas você pode consultá-la novamente clicando aqui (inserir link para o arquivo Tarefas 
dos agentes 67.xlsx) 
5.2. detalhar as tarefas e os controles de fiscalização 
Depois de identificar quais tarefas dos agentes 67 se aplicam ao contrato em questão, você irá detalhá-
las e indicar os controles que serão utilizados na fiscalização de cada tarefa. 
Por exemplo, num contrato de dedetização, identificou-se que o agente 67 teria a tarefa de verificar se 
o produto contratado foi aplicado adequadamente em cada momento de execução do contrato. No 
plano de fiscalização, indicou-se que o melhor controle para essa tarefa seria que a ordem de serviço 
fosse individualizada por aplicação e possuísse campos em branco que seriam posteriormente 
preenchidos pela empresa com dados detalhados do serviço a ser executado. Assim, antes de executar 
o serviço, a Empresa registraria as quantidades e as características dos produtos a serem aplicados e 
entregaria esse mesmo documento “Ordem de Serviço” ao agente 67. Com base nas informações 
registradas pela Empresa, o agente 67 acompanharia a execução dos serviços. 
Outro exemplo de controle para as tarefas são os questionários a serem aplicados aos executores dos 
serviços ou aos beneficiários do contrato. 
Mas o exemplo mais comum de controle de tarefas são os checklists que registrarão as verificações 
dos pontos indicados para fiscalização. 
5.3. identificar recursos financeiros e físicos necessários a fiscalização do contrato 
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Neste item o agente 67 registrará os recursos financeiros e físicos necessários para cumprir com seu 
plano de fiscalização. Poderá contemplar possíveis despesas para visitas dos agentes 67 aos locais de 
execução do contrato. Deverá relacionar também, os equipamentos, os sistemas, e os materiais que 
serão utilizados na fiscalização. 
5.4. indicar integrantes da equipe de agentes 67 e as respectivas tarefas 
Neste item o agente 67 indicará, conforme nomenclaturas apresentadas no tópico 1 do módulo 2, quais 
e quantos agentes deverão atuar na fiscalização. Sugerimos utilizar a planilha “Tarefas dos agentes 
67.xlsx” (lincar com o arquivo "Tarefas dos agentes 67) para verificar quais as tarefas são normalmente 
designadas para cada tipo de agente 67. 
5.5. Indicar como ocorrerá a divulgação das informações e dos contatos dos agentes 67 para fins 
de controle social e interação com beneficiários 
Neste item o agente 67 apresentará sugestões para divulgar dados do contrato e contatos dos agentes 
67 que interagirão com os beneficiários e a sociedade, no âmbito do controle social. 
Indicará quais dados serão divulgados bem como a forma em que se dará a divulgação, tendo em vista 
a natureza do contrato e de seu objeto. Ou seja, os dados e a forma de divulgação devem permitir o 
efetivo controle social e, portanto, as informações precisam ser relevantes e chegarem até as pessoas 
interessadas. 
Por exemplo, para um contrato de fornecimento de merenda escolar, os dados divulgados devem dizer 
respeito às características dos alimentos (quantidade, qualidade, etc.) e a divulgação deve ser feita em 
espaço acessível à comunidade escolar. 
Além dos dados relativos ao objeto contratado, é também necessário divulgar os dados dos agentes 67, 
pois são eles os responsáveis por acompanhar a execução do contrato e, portanto, é com eles que os 
beneficiários deverão tratar sobre questões relativas ao contrato. 
A forma de divulgação dos contatos dos agentes 67 também deve ter coerência com os beneficiários 
do contrato e com os cidadãos que se disponibilizam a atuar no controle social em cada contexto. 
No exemplo relatado (contrato de fornecimento de merenda escolar), a comunicação entre a 
comunidade escolar e os agentes 67 poderia ocorrer via whatsApp com número exposto no mural 
escolar ou no site da escola. Já num contrato de fornecimento de cesta básica para aldeia indígena, a 
comunicação talvez necessitasse de caixas de coleta de sugestões ou reclamações que seriam instaladas 
em locais previamente definidos e periodicamente verificadas pelos agentes 67. 
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5.6. Elaborar cronograma de execução das ações de fiscalização 
Por fim, neste item o agente 67 apresentará um cronograma de execução da fiscalização para detalhar 
os prazos estabelecidos nos documentos contratuais e os responsáveis para cada tarefa. 
Um exemplo de plano de fiscalização 
A título de exemplo, disponibilizaremos arquivo em que aplicamos os quatro primeiros passos de um 
plano de fiscalização, conforme vimos acima. 
O plano de fiscalização que estamos disponibilizando refere-se a um contrato de serviços de 
dedetização, desinsetização e desratização que foi, de fato, realizado pela Administração Pública (os 
dados relativos aos partícipes foram alterados). 
Para elaborar esse plano de fiscalização, foram analisados os seguintes documentos: formalização da 
demanda; termo do contrato; proposta vencedora; projeto básico e seus anexos. 
A seguir, você encontra links para o plano de fiscalização e para os documentos analisados para sua 
elaboração: 
Link de acesso à planilha do Plano de fiscalização do Contrato de serviços de dedetização, 
desinsetização e desratização – 1º 2º 3º e 4º passos (Plano de Fiscalização Contrato de Dedetização 
1º 2º 3º e 4º passos.xlsx) 
Link 1_Formalização da demanda.docx 
Link 2_Contrato Dedetizacao.docx 
Link 3_Proposta Vencedora.docx 
Link 4_Projeto basico e anexos.docx 
 
 
 
 
 
 
 
Página 43 
 
Revisão do Módulo 4: 
 
 
Conclusão: 
Chegamos ao final do curso! 
Esperamos que as informações trabalhadas neste curso motivem e auxiliem você a acompanhar a 
execução dos contratos administrativos de forma planejada, com foco no atendimento da necessidade 
que justificou a celebração de cada contrato. 
Você acha que mais algum conteúdo poderia ser útil para o desempenho das funções dos agentes 67? 
Na “Avaliação de Reação” deste curso, você poderá sugerir novos tópicos relacionados à fiscalização 
dos contratos administrativos ou outras melhorias que considerar pertinentes. 
 
Agradecemos sua participação.

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