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● Preparação: - Fase pré-hospitalar: → Informar o hospital que irá receber a vítima do trauma, para que possa se mobilizar e preparar para a chegada do paciente. → Durante essa fase, deve enfatizar a manutenção das vias aéreas, o controle do sangramento externo, o choque, imobilizações e o transporte mais fácil e perto para um hospital. → Deve ser o mais rápido possível. → Deve colher informações necessárias para o hospital como, tempo de lesão, eventos relacionados e a história. - Fase Hospitalar: → Ter um planejamento avançado para a chegada do paciente traumatizado → A chegada do paciente deve ser um processo fluido, direcionado pelo lider da equipe e constar que todas informações estão asseguradas. → Aspectos críticos que a preparação no hospital devem incluir: - Área de ressuscitação acessível - Equipamentos de vias aéreas funcionando apropriadamente (laringoscópios e tubos endotraqueais), Organizados, testados colocados estrategicamente com um fácil acesso - Soluções intravenosas aquecidas imediatamente disponíveis, assim como dispositivos de monitoramentos - Médicos preparados para serem acionados - Acordos com centros especializados em trauma para transferência → Devido a preocupações com doenças transmissíveis (hepatites e aids), deve-se usar equipamentos de segurança como, óculos, máscara de proteção, luvas… ● Triagem: - A triagem envolve a ordenação dos recursos requeridos para o tratamento e os recursos disponíveis. - É baseada nas prioridades pelo ABC: Vias aéreas com proteção cervical; Respiração; Circulação sanguínea com controle de hemorragia. - Outros fatores podem afetar a triagem e a prioridade como, gravidade do traumatizado, capacidade de sobreviver e recursos disponíveis. - A equipe de trauma do hospital pode ser solicitada em casos graves. - A equipe pré-hospitalar é responsável por encaminhar o paciente de acordo com a necessidade dele para o hospital que atenda as necessidades dele. → Múltiplas vítimas: - É o incidente que o número de pacientes graves não excede a capacidade máxima que altera a qualidade dos cuidados prestados. - Nesses casos, os pacientes com risco de vida e mais graves são atendidos primeiro. → Vítimas em massa: - O número de patients e a gravidade das lesões excedem as capacidades dos atendentes e do hospital. - Nesses casos, pacientes com maior chance de sobrevivência e que exigem menos tempo, suprimentos e equipamentos são tratados primeiro. ● Avaliação primária: - Os pacientes são avaliados e seu tratamento prioritário é a estabelecidos baseados nas suas lesões, sinais vitais e no mecanismo de lesão. - A prioridade do tratamento lógica e sequencial é estabelecida baseado na avaliação geral do paciente, que deve ser feita de maneira rápida. - Avaliação primária engloba os ABCDEs de atendimento ao trauma e identifica os riscos de vida na sequência → Aiway: Manutenção das via aéreas com restrição da mobilidade cervical → Breathing: Respiração e ventilação → Circulation: Circulação sanguínea com controle de hemorragias → Disability: Incapacidade, avaliação neurológica → Exposure: Exposição e controle do ambiente - Deve-se avaliar rapidamente o A, B ,C e D no paciente traumatizado (10 segundos), para o paciente se identificar, deve perguntar o nome e o que aconteceu. Uma resposta apropriada sugere que não existe comprometimento maior das vias aéreas (capacidade de falar claramente), a respiração não está gravemente comprometida (capacidade de gerar movimento respiratório que permite falar) e o nivel de consciência não está decaído (capacidade de explicar o que aconteceu). Uma falha nessas respostas sugere anormalidades no A, B, C ou D, necessitando de uma avaliação urgente - Manuntenção das vias aéreas com restrição da mobilidade cervical: → Verificar a permeabilidade das vias aéreas. Avaliação rápida por sinais de obstrução das vias aéreas como, corpos estranhos, fraturas faciais ou traqueais e outras lesões que poderiam causar obstrução, além de aspirar caso haja sangue ou secreções acumuladas que podem estar causando obstrução. → Se o paciente está conseguindo se comunicar verbalmente, as vias aéreas não correm perigo imediato. Entretanto, faz-se a necessidade de repetir a avaliação das vias aéreas.Pacientes com Glasgow < 8, necessitando de colocação de via aérea definitiva (intubação traqueal). → Inicialmente, o jaw-thrust ou chin-lift são suficientes numa intervenção inicial. Se o paciente estiver inconsciente e não tiver um reflexo de vômito, a colocação de tubo orofaríngeo será útil temporariamente. → Deve-se estabelecer uma via aérea definitiva se tiver alguma dúvida da capacidade da manutenção da integridade desta. → Enquanto estiver avaliando e manejando a via aerea, deve-se tomar cuidado para prevenir movimentos excessivos da cervical, assim, a depender do mecanismo do trauma, deve-se assumir que existe uma lesão cervical. → Quando a gestão da via aérea é necessária, deve-se restringir os movimentos da cervical e usar o colar cervical. → Reavaliação frequente da permeabilidade das vias áreas é essencial para identificar e tratar pacientes que estão perdendo a capacidade de uma via aerea adequada. - Respiração e ventilação → Permeabilidade das vias aéreas não garante uma adequada ventilação. Uma boa ventilação requer uma funcionalidade dos pulmões, da parede torácica e do diafragma. → para adequada avaliação, deve-se expor o pescoço e tórax do paciente. → Realizar ausculta do tórax, inspeção e palpação podem detectar lesões na parede torácica que podem comprometer a ventilação. Percussão do tórax pode identificar anormalidades, mas nem sempre é possível. → Lesões que podem prejudicar significativamente a ventilação no curto prazo incluem pneumotórax hipertensivo, hemotórax, pneumotórax aberto, fratura de costela e traqueal ou brônquica. → Todo paciente traumatizado deve receber oxigênio suplementar. Se o paciente não está intubado, o oxigênio deve ser ofertado por um ambu para obter uma boa oxigenação. → Um pneumotórax simples pode se transformar em um penumotórax hipertensivo quando o paciente esta intubado e a ventilação com pressão positiva é fornecido antes da descompressão do pneumotórax com um dreno torácico. - Circulação e controle de hemorragia → Comprometimentos circulatórios em pacientes traumatizados pode ser resultado de variadas lesões. Volume sanguíneo, débito cardíaco e hemorragias são os maiores problemas circulatórios a considerar. - Volume sanguíneo e Débito cardíaco: → Hemorragia é o principal fator para se evitar a morte depois de uma lesão. → Identificar, controlar rapidamente e iniciar ressuscitação são passos importantes na avaliação e manejo dos pacientes. → Quando excluído a causa de um choque por pneumotórax hipertensivo, considerar que seja por perda de sangue até que se prove o contrário. → Uma avaliação rápida e exata do status hemodinâmico do paciente traumatizado é essencial. → Os elementos de observação clínica que fornece informações rápida são: nível de consciência, perfusão sanguínea e pulso. # Nível de consciência: Quando o volume de sangue na circulação está reduzido, a perfusão cerebral pode estar prejudicada, resultando num alterado nivel de consciencia # Perfusão sanguínea: - Este sinal pode ser útil na avaliação de pacientes hipovolêmicos. - Paciente com pele rosada na face e extremidade, raramente tem hipovolemia depois de uma lesão. Em contrapartida, pacientes com hipovolemia podem ter uma face acinzentada e extremidades pálidas. #Pulso - Um pulso rápido e fino é um sinal típico de hipovolemia. - Avaliação de pulso centrais (carótida ou femoral) bilateralmente observando a qualidade, a taxa e regularidade - Caso tenha ausência de pulsos centrais que não podem ser atribuídos a fatores locais, significa necessidade de ressuscitação - Hemorragias → Identificar a origem da hemorragia, assim como se é externa ou interna → Hemorragia externa é identificada e controlada durante a avaliação primária. De maneira rápida, a perda de sangue externamente é manejadapor pressão manual sobre a ferida → Apenas usar torniquete quando a pressão manual não for efetiva → as principais areas de hemorragia interna são o peito, abdomen, retroperitônio, pelve e ossos longos. A fonte da hemorragia é normalmente identificada por exame físico e de imagem. → tratamento imediato pode incluir descompressão torácica e aplicação de estabilizador pélvico ou talas de extremidade → Controle definitivo da hemorragia é essencial, junto com reposição volêmica adequada. → Acesso venoso precisa ser estabelecido; Dois cateteres venosos periférico são colocados para administrar sangue e fluidos → A reposição volêmica agressiva e contínua não substitui o controle definitivo da hemorragia. → O choque associado com a lesão é mais frequente com origens em hipovolemias. Nesse caso, iniciar terapia intravenosa com cristaloides numa temperatura entre 37 e 40 graus. → Em caso do paciente não responder com terapia inicial com cristaloides, deverá receber uma transfusão sanguínea → Pacientes oriundos de traumas severos tem risco de coagulopatia, que podem ser alimentadas por medidas de ressuscitação. Esta condição estabelece um potencial ciclo de sangramento continuo e mais a ressucitação, que pode ser diminuída pelo uso de protocolos de transfusão com hemocomponentes em proporções definidas. - Avaliação neurológica (disability) - Uma avaliação neurológica rápida a fim de estabelecer o nível de consciência do paciente, a reação pupilar e reação corporal; Identificar sinais de lateralização e o nível da lesão medular, caso exista. - A escala de glasgow é um método simples rápido e objetivo para determinar o nível de consciência. Uma diminuição do nível de consciência em um paciente pode indicar uma diminuição da perfusão, oxigenação cerebral ou por uma lesão cerebral. - Existem drogas que alteram o nível de consciência, mas té que se prove que o paciente usou-as, deve-se levar em conta que alteração no nível de consciência é resultado de uma lesão no sistema nervoso. - Lesões primárias no cérebro são de origem estrutural. Enquanto lesões secundárias podem ser prevenidas, mantendo oxigenação e perfusão adequada. - Pacientes com evidência de lesão cerebral devem ser tratados em um local que tenha pessoas e recursos adequados para antecipar e gerenciar as necessidades. Quando não estiverem disponíveis no momento do atendimento, deve ter assim que a condição for reconhecida. - Exposição e controle do ambiente - Durante avaliação primária, despir o paciente, geralmente cortando as roupa para facilitar um exame e avaliação bem feito. Após avaliação, cobrir o paciente com manta térmica, prevenindo o desenvolvimento de hipotermia. - A hipotermia pode estar presente quando o paciente chega no PS ou se estiver descoberto e sofre uma rápida administração IV de líquidos em temperatura ambiente ou refrigerado. A hipotermia é uma potencial complicação letal em pacientes traumatizados, tomar medidas agressivas para evitar a perda de calor e restaurar uma temperatura adequada do corpo. - A temperatura corporal do traumatizado é uma prioridade frente ao conforto dos profissionais de saúde. Complementos da avaliação primária - Complementos da avaliação primária incluem eletrocardiograma, oximetria de pulso, monitoramento de CO2, taxa de ventilação e gasometria arterial. Além disso, cateteres urinários podem ser usados para monitorar o débito de urina e avaliação de hematúria, cateteres gástrico para avaliação da descompressão abdomnial e evidencias de sangue. Outros testes podem ser úteis como, lactato sanguíneo, raio x, USG fast. # Monitoramento eletrocardiográfico - Taquicardias, fibrilação atrial, contrações prematuras ventriculares e mudanças no ST podem indicar alteração cardíaca. - Atividade elétrica sem pulso podem indicar tamponamento cardíaco, pneumotórax hipertensivo ou hipovolemia profunda. - Quando estão presentes bradicardia, conduções estranhas e batimentos prematuros, deve suspeitar de hipoxia e hipoperfusão imediatamente. Hipotermia pode causar arritmia. # Oximetria de Pulso - A saturação do pulso deve ser comparada com o valor obtido da gasometria arterial, caso haja inconsistência em dos dois indica algum erro determinante. # Ritmo de ventilação, capnografia e gasometria arterial - Usados para monitorar a respiração do paciente - A ventilação pode ser monitorada usando a pressão parcial de CO2, que pode detectada através da calorimetria, capnometria ou capnografia (técnica não invasiva que fornece informações sobre a ventilação, circulação e metabolismo. - Pressão parcial de CO2 permite desviar de hipoventilação ou hiperventilação, o que reflete no débito cardíaco e usado para prever o retorno da circulação espontânea durante a RCP. - Gasometria arterial promove informações do ph sanguíneo que, no contexto de trauma, se estiver muito ácido ou muito básico, pode indicar choque. # Cateter urinário - Débito urinário é um indicador sensível do volume de urina e reflete perfusão renal. - Uma amostra da urina deve ser enviada para um laboratório de rotina. - Suspeita de lesão uretral tem presença de sangue no meato uretral. Assim, nessa suspeita não deve ser usado um cateter transuretral. - Não se deve inserir o cateter antes de examinar o períneo e a genitália # Cateter gástrico: - É indicado para descompressão da distensão do estômago, diminuir o risco de aspiração e verificar hemorragia nesse local. - Sangue no aspirado gástrico pode indicar sangue engolido, inserção traumática ou lesão no trato digestivo superior. - Em caso de suspeita de lesão na placa cribiforme, deve-se optar por um cateter oral e não nasal. # Exames de raio-x e diagnósticos - Usar os exames de imagem criteriosamente e não para retardar o atendimento. - Radiografias de AP do tórax e AP pélvica podem fornecer informações que orientarão o tratamento de um paciente com trauma “escondido” - USG fast é útil para detectar rapidamente sangue intra abdominal, pneumotórax ou hemotórax. - Presença de sangue intra abdominal em pacientes hemodinamicamente instáveis indica necessidade de intervenção cirúrgica, enquanto a presença em hemodinamicamente estáveis requer o envolvimento de um cirurgião para avaliar e indicar a necessidade de intervenção. Necessidade de transferência do paciente - Durante a avaliação primária, o avaliador obtém frequentemente informações suficientes para determinar a necessidade de transferencia para uma outra unidade. - Este processo pode ser inciado imediatamente administrativamente, enquanto está sendo realizada avaliação e medidas de ressuscitação. - É importante não atrasar uma transferência para realizar uma avaliação diagnóstica. Só é permitido realizar testes que aumentem a capacidade de sobrevivência ou que estabilizem o paciente para uma transferência segura. Populações especiais - Populações que merecem considerações especiais durante avaliação primária ão: grávidas, idosos, obesos e atletas - As prioridades para o atendimento desses pacientes são as mesmas que para qualquer outro individuo traumatizado, mas esses tem respostas fisiológicas que nao seguem o esperado e possuem diferenças anatomicas que requerem equipamentos adequados. AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA - Inicia-se após a conclusão do ABCDE - Em caso de existir mais de um socorrista, pode fazer em simultâneo com a primaria - É um exame completo cranio caudal, com a história do pct e exame físico ● História: → Inclui a história do mecanismo do trauma e o SAMPLE SAMPLE - S: Sinais e Sintomas A: Alergias M: Medicações de uso contínuo P: Passado médico L: Líquidos e alimentos ingeridos E: Eventos do trauma TRAUMAS: → Trauma por impacto: - Resultados de colisões automobilísticas, quedas ou outros acidentes que envolva transporte, recreação e profissão - Informações importantes em caso de colisões automobilísticas: uso de cinto de segurança, deformação do volante, acionamento de air-bags, direção do impacto, deformação do veículo e a posição em que o paciente foi encontrado. →Trauma penetrante: - Fatores determinantes:tipo e extensão da lesão, região do corpo lesionada, e órgãos atingidos. →Lesões térmicas: - Queimadura são traumas significantes que podem ocorrer sozinhos ou em conjunto com outro tipo de trauma - Lesões inalatórias e intoxicação por monóxido de carbono geralmente complicam lesões térmicas. - Hipotermia aguda ou crônica sem proteção adequada contra a perda de calor produzem lesões localizadas ou generalizadas por conta do frio. Roupas molhadas, pouca atividade e vasodilatação causada por álcool ou drogas comprometem a habilidade do paciente de conservar o calor. Essas informações podem ser obtidas pelas pessoas que presenciarem a cena. ● Exame Físico: - Deve incluir na sequência: cabeça, estruturas maxilofaciais, coluna cervical e pescoço, peito, abdômen e pelve, perineo/reto/vagina, sistema músculo esquelético e sistema neurológico. Cabeça: - Identificar lesões neurológicas, lacerações, contusões e evidências de fratura - Nos olhos devem ser avaliados: >Atividade visual >Tamanho da pupila >Hemorragia da conjuntiva e/ou fundo de olho >Lesão penetrante >Lentes de contato (remover antes do edema) >Deslocamento da lente >Compressão ocular > Mobilidade ocular Estruturas maxilofaciais: - O exame da face deve incluir a palpação de todas as estruturas ósseas, avaliação da oclusão, exame intraoral e avaliação de tecidos moles - Traumas maxilofaciais que não estão relacionados com obstrução de vias aéreas ou sangramento importante devem ser tratados só depois que o paciente estiver estabilizado. - Pacientes com o trauma no meio da face provavelmente possuem fratura do osso cribriforme. Para esses pacientes, intubação gástrica deve ser realizada por rota oral. Coluna Cervical e Pescoço: - Pacientes que tiveram lesão maxilofacial ou trauma cranioencefálico devem ser considerados com lesão da coluna cervical, e por isso ela deve ter seu movimento restrito. A falta de lesões neurológicas não exclui lesão da coluna cervical e tal dano deve ser presumido até que a avaliação da coluna cervical seja feita. A avaliação pode incluir raio-x, TC… - A avaliação do pescoço inclui: inspeção, palpação e ausculta. A artéria carótida deve ser palpada e auscultada. Um sinal de potencial lesão é a marca do cinto de segurança. A proteção de uma coluna cervical potencialmente instável é imperativa em pacientes que utilizam qualquer tipo de capacete e deve-se ter extremo cuidado para removê-lo. - Sangramento arterial, hematomas em expansão, sopro arterial ou comprometimento das vias aéreas geralmente exigem avaliação cirúrgica. Paralisias sem explicação ou isoladas em extremidades superiores devem levantar suspeita de lesão na raiz do nervo cervical, e isso deve ser documentado. Peito: - A inspeção da parte anterior e posterior do tórax pode identificar algumas condições como pneumotórax aberto e segmentos instáveis. Uma avaliação completa inclui palpação de toda a caixa torácica, incluindo clavícula, costelas e esterno. - Contusões e hematomas na parede torácica são indicativos de lesão oculta. Lesões significantes no tórax cursam com dor, dispneia e hipóxia. A avaliação inclui inspeção, palpação, ausculta e percussão do peito, e raio-x. A ausculta é conduzida no alto na face anterior do tórax para buscar pneumotórax e na face posterior, nas bases, para hemotórax. Apesar dos achados auscultatórios serem difíceis de avaliar em um ambiente barulhento, eles podem ser muito úteis. - Sons cardíacos distantes e diminuição da pressão de pulso podem indicar tamponamento cardíaco. Além disso, tamponamento cardíaco e pneumotórax hipertensivo são sugeridos pela presença de veias distendidas no pescoço, embora a hipovolemia associada possa minimizar ou eliminar esse achado. Abdome e Pelve: - Lesões abdominais devem ser identificadas e tratadas rapidamente. Determinar se há necessidade de intervenção cirúrgica é mais importante do que identificar a lesão específica. Um exame do abdome não exclui trauma intra-abdominal. Uma observação de perto e reavaliação frequente do abdome, preferencialmente pela mesma pessoa, é importante para o manejo de traumas abdominais, porque com o passador do tempo os achados abdominais podem mudar. O envolvimento de um cirurgião, o quanto antes, é essencial. - Fraturas pélvicas podem ser suspeitadas pela verificação de equimose sobre as cristas ilíacas, púbis, grandes lábios ou escroto. Dor à palpação na crista ilíaca é um importante achado em pacientes alertas. Além disso, a avaliação de pulsos periféricos pode identificar lesões vasculares. - Pacientes com um histórico inexplicável de hipotensão, lesão neurológica, ou achados abdominais equivocados devem ser candidatos ao DPL, ultrassonografia abdominal, ou se os achados hemodinâmicos forem normais, TC do abdome. Fraturas na pelve ou costelas baixas podem impedir um exame preciso do abdome, pois a palpação será muito dolorosa. Períneo, reto e vagina: - Deve-se buscar por contusões, hematomas, lacerações e sangramento uretral no períneo. Um exame retal pode ser realizado para avaliar a presença de sangue dentro do lúmen intestinal, integridade da parede retal, e o tônus esfincteriano. - O exame vaginal deve ser realizado em pacientes que estão com risco de lesão. O médico deve avaliar a presença de sangue na região e buscar por laceração vaginal. Além disso, um teste de gravidez deve ser realizado em todas as mulheres em idade reprodutiva. Sistema Musculoesquelético: - As extremidades devem ser inspecionadas em busca de contusão e deformidades. A palpação dos ossos, exame para verificar a sensibilidade e movimentos anormais auxiliam na identificação de fraturas ocultas. - Fraturas significativas de extremidades podem existir sem serem evidentes no raio-x. Rupturas do ligamento produzem instabilidade articular. Sensação prejudicada e/ou perda da força de contração muscular voluntária pode ser causada por lesão nervosa ou isquemia, incluindo aquela devido à síndrome compartimental. - O exame musculoesquelético só é dito “completo” quando for realizado também na parte posterior do paciente. Sistema neurológico: - Inclui uma avaliação motora e sensitiva de extremidades, assim como a reavaliação do nível de consciência do paciente, tamanho pupilar e resposta. A GCS facilita a detecção de mudanças rápidas e a tendência do status neurológico do paciente. - Uma consulta rápida com neurocirurgião é necessária para pacientes com lesões cranioencefálicas. Monitore frequentemente a diminuição do nível de consciência e mudanças no exame neurológico, pois esses achados podem refletir piora em lesão intracraniana. - Se um paciente com lesão cranioencefálica piorar “neurologicamente”, reavaliar oxigenação, a adequação de ventilação e perfusão cerebral. Intervenção cirúrgica ou medidas para reduzir a pressão intracraniana podem ser necessárias. - Qualquer evidência de perda de sensação, paralisia ou fraqueza sugerem lesão importante na medula espinhal ou sistema nervoso periférico. Déficits neurológicos devem ser documentados quando identificados. A proteção da medula espinhal é necessária até que a lesão seja descartada. ● Complementos da Av. Secundária: - Exames que podem ser realizados na avaliação secundaria para identificar lesões específicas: →Raio-x →TC da cabeça, peito, abdome e coluna →Urografia com contraste e angiografia →Ultrassom transfaríngeo e etc. Durante a pesquisa secundária, se a saúde do paciente não for comprometida, deve-se fazer o exame de imagem completo da cervical e coluna toracolombar (se o mecanismo da lesão sugerir trauma nessa região). A restrição do movimento da coluna deve ser mantido até que a lesão seja excluída. Esses exames específicos não devem ser realizados até que o paciente seja cuidadosamente examinado e sua hemodinâmica esteja boa. “Lesões perdidas” podem ser minimizadas se o índice de suspeita de lesão for mantido e fornecermos monitoramento continuo do status do paciente durante a realização do exame adicional.
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