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Metabolismo EM PACIENTES CIRÚRGICOS INTERNATO CIRURGIA – HSP 2022 Aluna: Evelyn de Kenya Lins Prates Preceptor: Dr. Ricardo Campos Metabolismo O metabolismo envolve uma série diversificada de processos químicos necessários para manter a vida e possibilitar o crescimento, desenvolvimento, reprodução, homeostasia e adaptação e resposta ao ambiente. Vias Metabólicas Eficientes energia química Status Nutricional depende de uma dieta adequada, do funcionamento do trato alimentar e das condições fisiológicas. Em pacientes cirúrgicos e criticamente doentes os processos metabólicos e nutricionais podem ser comprometidos como consequência de fatores ambientais, patológicos ou traumáticos, levando a uma necessidade de suplementação nutricional para possibilitar a cura e a recuperação. Nas ultimas décadas houve um progresso no entendimento à resposta fisiológica à lesão, melhorando o foco da nutrição e o cuidado cirúrgico aos pacientes. Possibilidade de nutrição parenteral, reconheceu que pacientes cirúrgicos desnutridos com um déficit de proteína preexistente apresentavam um risco elevado de complicações Descreveu a resposta catabólica como a exaustão metabólica e o emaciamento observado nos pacientes de queimadura. 3 SNEVE 1905 COPE 1953 Correlaciona a fadiga muscular após a lesão térmica com um aumento mensurável na taxa metabólica. MOORE 1959 Propôs o uso da alimentação contínua para atenuar a proteólise e o catabolismo muscular observado após um trauma. DUDRICK 1960 Resposta metabólica A resposta metabólica à lesão tem como objetivo restaurar a homeostasia. Ela é caracterizada por alterações no fluxo dos substratos entre os órgãos, aumentando o suprimento de glicose e aminoácidos para o ferimento ou o local da lesão, a fim de facilitar o reparo e a cura. Alteração na homeostase REMIT conjunto de reações de natureza endócrina, metabólica e imunológica desenvolvidas pelo organismo para tentar manter a homeostasia após o trauma. HIPERMETABOLISMO CATABOLISMO Resposta metabólica à lesão e ao trauma REMIT: Resposta Endócrino Metabólica ao Trauma CATABOLISMO Demanda metabólica varia de acordo com a gravidade do trauma Aumento de hormônios contrarreguladores Glicocorticoide, Glucagon e Catecolaminas. Aumento do consumo de glicose Glicogenólise, Gliconeogênese, Proteólise e Lipólise. Diminuição de secreção de insulina ↑da resistência insulínica Manutenção da resposta pela ação de citocinas pró inflamatórias GLICOGENÓLISE Aporte de glicose por meio da formação de glicogênio a partir de fontes não glicídicas e ocorre sob condições normais, principalmente no fígado e no rim. Músculo > fígado GLICONEOGÊNESE Trauma – Jejum – Gliconeogênese Obtenção de glicose a partir Lipólise e Proteólise. Lipólise Glicerol e Ac. Graxos (aporte cerebral) Proteólise Glutamina e Alanina Anaeróbia Lactato Proteólise A alanina e a glutamina são os principais aminoácidos liberados na proteólise muscular. Principalmente por meio delas que o nitrogênio é transferido do tecido muscular para os órgãos viscerais. Subsequentemente, o nitrogênio assim carreado tem parte substancial eliminada na urina, em decorrência da REMIT, dando origem ao balanço nitrogenado negativo. Cetose - Lipólise Em consequência do estado de alta demanda energética do pós-trauma, o organismo recorre à lipólise como fonte adicional de calorias. Há liberação acentuada de ácidos graxos livres na circulação e, na vigência de níveis elevados de oxidação de ácidos graxos, há produção acentuada dos chamados “corpos cetônicos” pelo fígado. Uma vez formados, eles passam a circulação, com aumento de sua concentração no sangue periférico e na urina. A cetose é semelhante à que ocorre no diabetes não controlado e, quando excessiva, pode levar à depleção de reserva alcalina sanguínea e cetoacidose. Resposta Endócrino Metabólica Ocorre a modulação hormonal na regulação da resposta ao trauma. Resposta eferente é composta por hormônio do crescimento, glicocorticóides, glucagon e catecolaminas, gerando portando um aumento glicêmico. Cortisol aumento do catabolismo muscular e lipídico + ação nas catecolaminas Catecolaminas taquicardia, secreção de adrenalina e noradrenalina ocorre progressivamente, vasoconstrição e atonia intestinal ( em pós op. associado a opóides endógenos). Glucagon Hiperglicemia ADH e Aldosterona Retenção de agua e Insulina, Testosterona, T3 e T4 AUMENTAM DIMINUEM Resposta Imunológica A manutenção da REMIT se dá através da ação das citocinas pró-inflamatórias (TNF, IL-1, IL-2, IL-6 e IL-8) e da ação oxidante das espécies reativas de oxigênio. IL- 4 e IL-10 anti-inflamatórias. ↑ Temperatura (paciente treme p/ gerar calor) SUPORTE NUTRICIONAL NO METABOLISMO EM PACIENTES CIRURGICOS 14 Suporte Nutricional Avaliação e Monitoramento Nutricional Peso corporal Medições antropomórficas: IMC, espessura dobra da pele Avaliar desnutrição e inanição 50% dos pacientes internados podem evoluir para desnutrição, e cerca de 30% tornam-se desnutridos durante a permanência hospitalar. Medições bioquímicas: albumina, transferrina e pré-albumina Medições do equilíbrio do nitrogênio e função imunológica Suporte Nutricional INDICAÇÕES Perda > 10% do peso em 6 meses principalmente pacientes oncológicos e imunossuprimidos, nestes a terapia de suporte nutricional deve iniciar 10 dias antecedentes a cirurgia. Perda > 5% do peso em 3 meses IMC < 18,5 Albumina < 3,0 ou Transferrina < 200 Alta Demanda grandes queimados, politraumatizados, sepse grave e pancreatite grave. Suporte Nutricional Acompanhamento deve ser realizado com a avaliação dos parâmetros de sensibilidade da dosagem de pré-albumina, albumina e transferrina. Alguns locais possuem disponibilidade de Proteínas ligadas ao retinol, mas demoram cerca de 12 horas para normalizar. Pré-albumina: 2 dias Albumina: 20 dias Transferrina: 8 dias Vias de Nutrição VIA ENTERAL A instituição precoce (24 a 48 horas) da NE após uma cirurgia minimiza o risco de má nutrição e pode diminuir a resposta hipermetabólica observada depois da cirurgia. A administração da NE pode ser realizada por várias vias, incluindo o uso de tubos nasogástricos (NG), nasoduodenais e nasojejunais, preferencialmente usados em pacientes com necessidade prevista de suporte por períodos curtos (4 semanas). Vias de Alimentação Enteral Monitoramento da NE Vias de Nutrição VIA PARENTERAL Envolve a infusão IV de nutrientes em forma elementar, ignorando os processos usuais da ingestão. Desde seu uso inicial, a NP tem beneficiado pacientes que cumprem os critérios de suporte nutricional por causa de uma limitação temporária ou permanente da função do trato GI. Para promover a integridade e a motilidade do intestino nos pacientes que usam apenas a NP, pequenos volumes de NE são incentivados, quando possível. Antes de iniciar a NP, os pacientes devem estar hemodinamicamente estáveis e capazes de tolerar o volume de fluidos e o conteúdo de nutrientes das formulações parenterais. A NP deve ser usada com cuidado nos pacientes com insuficiência cardíaca congestiva, doença pulmonar, diabetes melito e outros distúrbios metabólicos. Uso Cauteloso da Via Parenteral Indicações da Via Parenteral Contraindicações da Via Enteral Vômitos e/ou diarreia refratarias Íleo paralitico e obstrução intestinal Peritonite difusa Hemorragia Digestiva Demanda > Oferta – grandes queimados Fístula de alto débito. Complicações da NP CALCULOS DE NECESSIDADES DIARIAS PROTEÍNAS: 1,5 – 2,0 g/kg/dia 60kg 180g/kg/dia CARBOIDRATOS: 30-35 kcal/kg/dia 1800 kcal/dia LIPÍDIOS: 30% do valor energético basal Dosar Tg (<400), para Tg> 400 risco de pancreatite ÁGUA: 30 mL/Kg/dia * Balanço Hídrico Imunonutrição A supressão significativa da função imune, pode influenciar a recuperação do paciente. Foi mostrado que nutrientes específicos, incluindo a arginina,ácidos graxos poli-insaturados ômega-3, glutamina e nucleotídeos, modulam a resposta com o potencial de melhorias na função imune. Alguns estudos clínicos avaliaram a eficácia de fórmulas enterais com aprimoramento imune e mostraram resultados superiores em comparação com as formulações-padrão em certas populações de pacientes. Imunonutrição Seu uso foi recomendado desde sete dias antes até sete dias depois da cirurgia nas seguintes circunstâncias: Cirurgia de porte no pescoço para o câncer (p. ex., laringectomia, faringectomia) Pacientes gravemente desnutridos (nível de albumina sérica < 2,8) ou pacientes que passam por uma cirurgia GI oncológica significativa (p. ex., esôfago, estômago, pâncreas, duodeno, árvore hepatobiliar) Pacientes com trauma grave em dois ou mais sistemas corporais Pacientes com sepse branda (pontuação APACHE II ) e não recomendado para sepse grave. Pacientes com Síndrome da Angústia Respiratória (SARA). Obesidade O paciente obeso e em sobrepeso precisa de uma atenção especial durante toda sua hospitalização. A obesidade é descrita pela síndrome metabólica. Ela é uma combinação de fatores de risco simultâneos associados à obesidade central, que levam a um risco amplamente elevado de doença da artéria coronária, AVC e diabetes do tipo 2. A redução de 10% do peso corporal total deve ser considerada antes das internações eletivas planejadas, pode resultar em melhorias nos parâmetros de função pulmonar e em uma vasta normalização do metabolismo reduz o índice de complicações. Desnutrição MARASMO KWASHIOKOR Deficiência de calorias Em pacientes cirúrgicos é associado a distúrbios do TGI e infecções. Risco aumentado de desenvolver Síndrome de Realimentação e morte potencial com perda de peso > 10%. Controle ocorre com suporte nutricional cuidadoso e correção de distúrbios eletrolíticos. Deficiência de proteínas. Clínica: edema palpebral, hepatomegalia, atrofia e despigmentação da pele e redução de massa muscular significativa. Associados à cirurgia gástrica, anorexia nervosa e doenças que envolvem perda significativa de nutrientes (IRA, Doença Celíaca, Colite ulcerativa, Insuficiência Pancreática). OMS: Reabilitação em 3 fases: 1- Ressuscitação e Estabilização 2- Reabilitação Nutricional 3- Acompanhamento e prevenção de recorrência. Conclusão O suporte nutricional é um componente-chave do atendimento cirúrgico moderno e a colaboração com especialistas em nutrição ajuda a fornecer suporte adequado, evitando complicações. Quando o suporte nutricional é necessário e nenhuma contraindicação está presente, a NE é a primeira escolha para a maioria dos pacientes, com cálculos fundamentados nos requisitos individuais. Vários métodos estão disponíveis para a aplicação do suporte nutricional; a NP deve ser usada, quando necessário, nos pacientes nos quais a NE é contraindicada. Além das intervenções operatórias para cuidar da patologia subjacente, o catabolismo e o hipermetabolismo podem ser controlados pelo tratamento imediato da infecção e pelas estratégias ambientais e farmacológicas para diminuir esses fatores, e pelo suporte nutricional iniciado o mais precocemente possível para cumprir as demandas elevadas. Bibliografias SABISTON. Tratado de cirurgia: A base biológica da prática cirúrgica moderna. 19.ed. Saunders. Elsevier. Rio de Janeiro. Medeiros. Resposta metabólica ao trauma. Journal of Surgical and Clinical Research, v. 8, n. 1, p. 56-76, 2017. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/jscr/article/view/13036/8923. Acesso em 31 de Janeiro de 2022. https://cbcsp.org.br/wp-content/uploads/2016/aulas/resposta_metabolica_trauma.pdf APOSTILA CIRURGIA – VOLUME 3 (MEDCURSO 2022) OBRIGADA ! image2.jpg image3.jpeg image4.png image5.jpg image6.png image7.png image8.png image9.png image10.jpg image11.png image12.png image13.png image14.jpg image15.png image16.png image17.png image18.png image19.png image20.jpg image21.jpg image22.jpg image23.jpg
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