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RESPOSTA INFLAMATÓRIA Georgia Emerick Coelho Internato cirurgia 2022.2 CONCEITO Resposta inflamatória representa as alterações sofridas pelo nosso organismo as agressões externas ou a uma invasão de microrganismo São mecanismos protetores, a inflamação não controlada ou desregulada pode causar morbidade grave e complicações potencialmente fatais Cirurgia A resposta inflamatoria está relacionada com os processos de cicatrização e reparo em todos os apectos da operação Resposta Aguda Desencadeado rapidamente após lesão ou invasão por microrganismo estranhos Sinais clinicos da inflamação → calor, dor, rubor, edema Crônica Continua por semanas ou meses Ocorre uma resposta anormal persistente a estímulos normais Ocorre de novo ou como continuação da resposta inflamatória aguda CONCEITO Imunidade inata Objetivo: limitar o dano tecidual, combater micro-organismo e celulas tumorais e iniciar a resposta adaptativa Imunidade adaptativo COMPONENTES DO SISTEMA IMUNE IMUNIDADE INATA Sistema evolucionariamente primitivo Resposta precoce a invasores patogênicos estranhos e a lesão de tecidos Principais componentes Toll-like, NOD e HMGB1 - responsáveis pela detecção do estímulo nocivo e pela deflagração da resposta imunológica Macrófagos, neutrófilos, mastócitos e células dendríticas, células NK, sistema do complemento, citocinas, quimiocinas, prostaglandinas, bradicinina, espécies reativas de oxigênio (ROS) e oxido nítrico (ON) - agentes efetores IMUNIDADE INATA A ativação é desencadeada por um conjunto diversificado de moléculas que indicam a presença de dano ao hospedeiro -> as moléculas que sinalizam a presença de algo perigoso compartilham uma serie de características bioquímicas reconhecidas e coletivamente são referidas como padrões moleculares associados ao perigo/dano (DAMPS) DAMPs são derivados do hospedeiro, são chamadas alarminas DAMPs derivados de micro-organismos patogênicos, são chamados de padrões moleculares associados ao patógeno (PAMPs) Receptores de reconhecimento padrão (RRPs) -> reconhecimento de DAMPS e inicia a resposta inata IMUNIDADE INATA Desenvolvimento evolucionário posterior As respostas adaptativas são específicas de antígenos Responde mais lentamente Principais componentes: linfócitos T e B Resposta Imunidade humoral (anticorpos) Imunidade de mediação celular (células T citotóxicas) IMUNIDADE ADAPTATIVA Células T Podem ser classificadas em vários subtipos, desempenham papeis importantes nas respostas imunes inatas e adaptativas Células natural killer T, células T helper (Th), CD4 Th1 são responsáveis por direcionar as respostas imunológicas. Produzem as citocinas pró-inflamatórias, interferon-y e fator de necrose tumoral B Th2 implicada na patogênese de atopia e inflamação alérgica, favorecem o crescimento e de diferenciação de células B. Produzem as citocinas interleucina-4, IL-5, IL-6, IL-10 e IL-13 IMUNIDADE ADAPTATIVA IL-6, IL-1, IL-2 e TNF são pró-inflamatórios Produção de citocinas para mobilizar a resposta imune do hospedeiro a fim de combater a infecção Aumento da síntese de moléculas de adesão endotelial, aumento da migração e ativação dos neutrófilos, inflamação, febre, leucocitose, destruição tecidual/muscular provocando redução funcional IL-4, IL-10 e IL-13 são anti-inflamatórios Inibição de citocinas pró-inflamatórias, redução da atividade citotóxica do macrófago, aumento da proliferação de fibroblastos e endotélio vascular IMUNIDADE ADAPTATIVA Células B São responsáveis pela produção de anticorpos São mediadores humorais IMUNIDADE ADAPTATIVA LIPOPOLISSACARÍDEOS Lipopolissacarídeo ou endotoxina é um componente pró-inflamatório da parede celular de bactérias gram – Na sepse podem causar febre, hipotensão, leucocitose ou leucopenia, disfunção renal, disfunção pulmonar, dano hepatocelular e acidose metabólica RECEPTORES TOLL-LIKE (TLRS) São sensores localizados na membrana plasmática e endossomos de varias células Ex: TLR2 reconhece bactérias gram -, TLR5 reconhece o flagelo de certas bactérias, TLR9 reconhece DNA bacterianos, TLRS4 reconhece PAMPs, LPS NOD são proteínas citoplasmáticas contendo elementos de repetição, ricos em leucina que servem de armação e de detecção e respondem a micróbios estranhos NOD1 é ativado por acido diaminopimelio produzido por bactérias gram – NOD2 é ativada por dipeptideo de muramilo produzido por bactérias gram + e – HMGB1 – proteína de DNA nuclear. Contribui para o desenvolvimento de disfunção de órgãos na sepse PROTEÍNAS DE CHOQUE TÉRMICO Proteínas induzidas durante provocação térmica subletal, inflamação, estresse oxidativo e infecção Encontrada no interior da células Citocinas Pequenas proteínas ou glicoproteínas secretadas para alterar a função das células-alvo de uma maneira endócrina, parácrina ou autocrina (não são secretadas por glândulas mas produzidas por células agindo individualmente ou como componentes de um tecido) São capazes de induzir muitos efeitos biológicos diferentes, dependendo do tipo de célula-alvo Representadas pelas interleucinas, interferon Quimiocinas São pequenas proteínas Tem a capacidade de recrutar leucócitos para um foco inflamatório por quimiotaxia. Numerosos estímulos pró-inflamatórios, incluindo-se citocinas podem estimular a produção de quimiocinas CITOCINAS E QUIMIOCINAS CITOCINAS E QUIMIOCINAS Capaz de interferir em infecções virais Principal função é aumentar a atividade microbicida dos macrófagos Tipos Interferons tipo I - IFN-α e IFN-β, envolvidos na resposta inata a patógenos virais Interferon tipo II - INF-y, resposta imune a infecção viral e mediador pró-inflamatório O tratamento profilático com IFN-y recombinante tem mostrado reduzir marcadamente a frequência de infecções em pacientes com doença granulomatosa crônica CITOCINAS E QUIMIOCINAS INTERFERONS IL-1 e TNF são citocinas estruturalmente diferentes, mediadores da resposta inflamatórias Associadas a síndrome de resposta inflamatória sistêmica, com aumento da contagem de leucócitos circulantes e febre Ambas as citocinas são capazes de ativar neutrófilos e macrófagos e induzir a expressão de muitas outras citocinas e mediadores inflamatórios Importantes mediadores de um estado de hipercoagulabilidade na sepse, pela suprarregulação da expressão endotelial de pró-coagulantes CITOCINAS E QUIMIOCINAS INTERLEUCINA -1 E FATOR DE NECROSE TUMORAL CITOCINAS E QUIMIOCINAS INTERLEUCINA -1 E FATOR DE NECROSE TUMORAL CITOCINAS E QUIMIOCINAS Conhecido por causar febre, ativação de celular T e a resposta da fase aguda IL-1α e IL-1β São dois compostos quase idênticos do ponto de vista funcional IL-1RA É biologicamente inativo, funciona como inibidor competitivo que limita os efeitos mediados por IL-1 Desequilibrio entre a produção de IL-1 e IL-1RA pode promover inflamação crônica em certas condições patológicas (ex: doença de Crohn) INTERLEUCINA -1 CITOCINAS E QUIMIOCINAS Muitos dos efeitos fisiológicos induzidos por IL-1 ocorrem como resultado da biossíntese aumentada de outros mediadores inflamatórios Aumenta a expressão da enzima COX-2, levando a produção aumentada de PGE2, NOX IL-1 induz a enzima iNOS (óxido nítrico sintase) em células de musculo liso vascular e em outros tipos de células Levando vasodilatação da parede vascular, causa da hipotensão INTERLEUCINA -1 Regulador principal da produção de citocina inflamatória Causa um aumento de produção macrófagos CITOCINAS E QUIMIOCINAS FATOR DE NECROSE TUMORAL CITOCINAS E QUIMIOCINAS FATOR DE NECROSE TUMORAL Neutralizar os efeitos de TNF ou IL-1 beta secretados tem significado eficácia clinica na doença de Crohn e artrite reumatoide Infliximabe → anticorpo anti-TNF monoclonal → remissão a longo prazo em pacientes com doença de Crohn Adalimumabe → anticorpo monoclonal anti-TNF → IL-1Ra recombinante humano forma aprovados para uso de artrite reumatoide Etanercepte → proteína de fusão TNFR2 → atrite psoriática CITOCINAS E QUIMIOCINAS É encontradaem altas concentrações após lesão tecidual (queimaduras, grandes cirurgias e sepse) Efeitos Febre, promoção da maturação e diferenciação de células B e T, promoção da diferenciação de células neurais, estimulação do eixo hipotálamo-pituitaria-adrenal (cortisol e aldosterona) e indução da sintese de proteína da fase aguda por hepatócitos INTERLEUCINA-6 Poderoso estimulador de neutrófilos CITOCINAS E QUIMIOCINAS IL-11 é expresso em uma variedade de tipos celulares, incluindo neurônios, fibroblastos e células epiteliais Efeito Aumenta produção de plaquetas, inibe proliferação de enterócitos Aumentam em pacientes com coagulação intravascular disseminada ou sepse INTERLEUCINA-11 INTERLEUCINA-8 CITOCINAS E QUIMIOCINAS É expresso por células T e células NK, promove resposta Th1 pelas células T helper Aumenta a presença de citocinas pró-inflamatória INTERLEUCINA-12 INTERLEUCINA-18 Age como coestimulante em combinação com IL-12 CITOCINAS E QUIMIOCINAS Citocinas inibitórias, anti-inflamatórias ou contrarreguladoras. Servem para modular a produção e os efeitos de citocinas pró-inflamatórias IL-4 – fator de crescimento da célula B. Ação biológicas que promovem a expressão do fenótipo Th2 e inibe a secreção de citocinas pró-inflamatória IL-10 – fator inibidor da síntese de citocinas pró-inflamatória. Em pacientes com trauma ou queimadura a produção aumentada de IL-10 tem sido associada a risco maior de infecção grave IL-13 - relacionada com IL-4 INTERLEUCINA-4, INTERLEUCINA-10 E INTERLEUCINA-13 CITOCINAS E QUIMIOCINAS A família de mediadores de TGF-β exerce várias funções na cicatrização de ferida e reparação de tecidos, inflamação e carcinogênese Níveis baixos → após grande traumatismo estão associados a insuficiência renal e hepática Níveis aumentado → risco de sepse MIF é produzido por monócitos e macrófagos e atua de forma autocrina ou parácrina para ativar vários tipos de células durante a inflamação Os níveis circulantes do MIF são elevados em paciente com sepse FATOR DE CRESCIMENTO TRANSFORMANTE-BETA FATOR INIBIDOR DA MIGRAÇÃO DE MACRÓFAGO O complemento é um sistema complexo de mais de 30 proteínas plasmáticas Funciona em conjunto com as proteínas da coagulação, fibrinólise e sistema cininas para aumentar a resposta aos estímulos patogênicos Ativada por meio de 3 vias distintas que convergem para uma via comum: Via clássica - ativada pelos complexos de antígeno anticorpo (IgG ou IgM) Defeitos genéticos resultam em uma suscetibilidade maior a infecção bacterianas causadas por Neisseria meningitidis, Haemophilus influenzae e streptococus pneumoniear Via alternativa - reconhecimento de certos marcadores de superfície celular bacterianos Via de ligação a lectina - é ativada pela detecção de açucares de superfície bacteriana, como manose CITOCINAS E QUIMIOCINAS COMPLEMENTO CITOCINAS E QUIMIOCINAS Os produtos ativos mais importantes são as anafilatoxinas C3a e C5a e o complexo de ataque a membrana C5b-C9 que lise de bactérias gram – C3a - induz a liberação de histamina do mastócitos e causa contração da célula muscular lisa C5a - liga-se nos neutrófilos e macrófagos e dispara a sinalização intracelular, quimiotaxia A excessiva ativação do complemento e a atividade desregulada são observadas doenças como esclore multipla, doença de Alzheimer, asma, DPOC, sepse COMPLEMENTO CITOCINAS E QUIMIOCINAS Composto: tromboxano, prostaglandinas e leucotrienos São mediadores lipídicos derivados do composto intermediário instável PGG2 (COX1 e COX2) COX-1 regula a perfusão renal e o controle de sal/H2O, mantém a hemostasia modulando a agregação plaquetaria, preserva a integridade da mucosa gastrointestinal COX-2 é uma enzima induzível por vários estímulos, fatores de crescimento e citocinas pró-inflamatórias. Uma vez expressa e ativada promove a formação de PGG2 e PGH2 e várias prostaglandinas e TXA2 (vasodilatação e aumento da permeabilidade microvascular) AINES = é inibição farmacológica da atividade da ciclo-oxigenase EICOSANOIDES CITOCINAS E QUIMIOCINAS Muitas das ações em cascata das citocinas anti-inflamatórias ocorrem como resultado da expressão aumentada de duas enzimas-chave (iNOS e COX-2) iNOS é principalmente expressa somente após a estimulação de células por citocinas pró-inflamatórias ON biológica – vasodilatação, indução da hiperpermeabilidade vascular e inibição da agregação plaquetária A produção excessiva de ON como resultado da indução de iNOS em musculo liso vascular é supostamente um fator primordial contribuinte para a perda de tônus vasomotor e resposta a agentes vasopressores em pacientes com choque séptico ÓXIDO NÍTRICO CITOCINAS E QUIMIOCINAS Monóxido de carbono Nível tóxico - redução da capacidade de carregar oxigênio da Hb Níveis baixos - produto do catabolismo da heme, vasodilatação e broncodilatação, inibe a ativação e agregação de plaquetas, efeito antiproliferativo em celular tumorais Sulfeto de hidrogênio Efeito vasodilatador Espécies de oxigênio reativo Durante fases de estresse, a produção de ROS pode aumentar drasticamente e superar as defesas antioxidantes normais, levando assim ao chamado estresse oxidativo e causando lesão de células e tecidos A sepse está associada a estresse oxidativo OUTROS CONTROLE NEUROENDOCRINO O sistema neuroendócrina desempenha um papel importante na regulação das respostas imunes e inflamatórias Corticosteroides Cortex adrenal (aldosterona e cortisol) - em reposta ao estresse há um aumento da secreção de cortisol Glicocorticoides são bloqueadores de amplo espectro e não seletivos dos efeitos pró-inflamatório mediadores. Alem de aumentar a síntese e liberação IL-10 Os glicocorticoides naturais e sintéticos são agentes anti-inflamatórios potentes, modulam a secreção de citocinas e quimiocinas por linfócitos, macrófagos e outros tipos de células Estudos sugere que não há benefício o uso de corticosteroides em paciente séptico CONTROLE NEUROENDOCRINO Catecolaminas As catecolaminas, norepinefrina e epinefrina são os principais mediadores neuroendócrinos do eixo simpático-adrenal A epinefrina e norepinefrina podem ligar e ativar os receptores b2-adrenergicos em macrófagos e monócitos, secreção suprarreguladora de IL-10 e secreção infrarreguladora de TNF RESPOSTA INFLAMÁTORIA AO TRAUMA Fase aguda do trauma IL produzidas por macrofagos, linfoticos e leucocitos Monócitos e neutrófilos migram para local da lesão Monócitos => macrófagos Induzindo a reparação da lesão e proliferação celular local Agentes pró inflamatórios Maior aderência leucocitária ao endotélio vascular Ativação de macrófagos e linfócitos Aumento da capacidade do neutrófilo em gerar radicais livres Elevação dos níveis de prostaglandinas Aumento da síntese proteica, lipólise sistêmica Estimulo a proliferação de células hematopoiéticas Incremento na produção de fibroblastos e colágeno RESPOSTA INFLAMÁTORIA AO TRAUMA As células endoteliais sintetiza e libera mediadores humorais (fator de ativação plaquetária, IL-1 e prostaglandinas, oxido nítrico, tromboxane), quando ativado sintetiza colagenase permitindo um remodelamento de pequenos vasos e neovascularização Facilita o transito de imunocitose e difusão de O2 Endotelina (ET) - potente vasoconstritor produzido pelo endotélio Elevado no choque e no trauma e estimula a produção de prostaciclina e óxido nítrico (vasodilatadores) RESPOSTA INFLAMÁTORIA AO TRAUMA THANK U REFERÊNCIA Sabiston tratado de cirurgia: a base biológica da prática cirúrgica moderna. Courtney M. Townsend ... [et al.] ‑ 20. ed. ‑ Rio de Janeiro : Elsevier, 2019. Sabiston tratado de cirurgia. Courtney M. Townsend, Jr. ... [et al.] - 19. ed. - Rio de Janeiro : Elsevier, 2015. image1.png image2.svg image3.png image4.png image5.png image6.png image7.png image8.png image9.png image10.png image11.png image12.png
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