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Universidade do Vale do Taquari-Univates COMPONENTE CURRICULAR: LUDICIDADE E INFÂNCIA HORAS-AULA: 40 SEMESTRE: 2021A PROFESSORA: Jacqueline Silva Da Silva ACADÊMICA: Luana Sucolotti Leitura e Fichamento do livro; “O brincar Corporal na Educação Infantil: Reflexões sobre o educador, sua ação e formação”, da autora Daiana Camargo. “Muitas são as inquietações ao pensarmos sobre a educação infantil e as práticas pedagógicas que a constituem. A rotina rígida, a contenção de movimento, a limitação da expressão, e a pouca atenção à voz da criança são construídas em prol de um determinado modelo de sociedade e ainda hoje são entendidas por muitos educadores como “naturais”. Diante dessas consequências disciplinadores provenientes da Modernidade, formam-se gerações e gerações de seres que ignoram as reais capacidades exploratórias, cognitivas, de sensibilidade e prazer que envolvem a prática corporal – mais especificamente a prática corporal na escola.” (CAMARGO, 2014, P 54) Falar sobre práticas corporais em âmbito escolar, num primeiro momento nos remete a aula de Educação Física como um espaço de referência. No entanto, não existe apenas os exercícios de Educação Física. As práticas corporais envolvem um grupo muito maior do que imaginamos. Somos corpo em todos os momentos, estamos sempre sendo, fazendo e pensando. O corpo é a condição de existência no homem no mundo e as práticas corporais são sua forma máxima de expressão de desejos, necessidades, emoções, conflitos etc... Quando refletimos sobre o movimento envolvendo uma criança, sabemos o quão é importante para o pleno desenvolvimento dela. Desde o nascimento, ela já passa a utilizar o próprio corpo para interagir com o ambiente, pessoas e a entender o mundo a seu redor. Com isso, passa a manusear objetos, engatinhar, caminhar, correr, saltar, brincar. Enfim, a crianças utilizam o movimento como meio de expressar suas emoções, seus pensamentos e conhecer-se a si mesma. A escola deve ser entendida como um lugar de vivência, de aprendizagem e de experiências para as crianças e para os adultos que o acompanham. A infância é um período muito intenso de atividades, as fantasias e os movimentos corporais ocupam quase todo o tempo da criança. Ela empresta seu corpo ao mundo e transforma-o em pensamento, brincando, interagindo, manipulando objetos e experimentando. Portanto, o movimento é utilizado pela criança como uma linguagem, tanto para agir com o meio físico como para se comunicar com as pessoas. Cabe ao professor e a escola compreender e conhecer o agir da criança através de seus aspectos psicológicos, psicomotores, emocionais, cognitivos e sociais, para poder criar situações favoráveis que abordem diferentes conhecimentos, através de estratégias que lhes permitam vivenciar situações de ensino-aprendizagem desafiadoras com a integração do corpo e da mente. Mas infelizmente, ainda no século XXI nos deparamos com escolas e professores que impossibilitam a criança a expor seus argumentos, emoções e descobertas. Vivenciei muitos momentos dentro de uma escola de Educação Infantil na qual docentes deixam de trabalhar temas importantes, como por exemplo, as práticas corporais e pedagógicas, para entregar a seus alunos folhas e folhas de atividades, que por muitas vezes não faz sentido. Jogam palavras na internet e escolhem atividades que favorecem ao professor e não ao aluno. Com isso o docente deixa de pensar na evolução de seus estudantes, na qualidade de ensino que os mesmos recebem, para pensar no seu conforto, nos minutos a mais de descanso. E por fim, a própria escola deixa de acompanhar, de exercer sua função, seus conceitos e objetivos para planejar feriados, festas, apresentações etc... Não mudam a forma de pensar, de agir, deixando sempre que estes mesmos docentes que falham como profissionais sempre livres para cometer esses mesmos erros. Assim como já presenciei momentos em que alunos deixam de ser ouvidos pela falta de atenção vinda de seus docentes ignorando a fala da criança, pois aquele instante era a hora do lanche, ou hora de lavar as mãos, de fazer fila, de fazer silêncio. A rotina rígida daquele dia mais uma vez impossibilitou o pequeno de expressar/falar o que estava sentindo. Por isso é importante que as escolas de educação infantil reflitam sobre o espaço dado ao movimento em todos os momentos da rotina diária, incorporando diferentes significados que lhe são atribuídos. Cabe aos educadores organizar melhor a sua prática, levando em conta as necessidades motoras de nossas crianças, entendendo que atividade lúdica é toda e qualquer animação que tem como intenção causar prazer e entretenimento, sendo assim as atividades lúdicas são indispensáveis para o desenvolvimento da percepção, da imaginação, da fantasia e dos sentimentos. Assim, partindo desses pressupostos, entendemos que o movimento é a linguagem das crianças pequenas que ainda não falam e continua sendo uma forma de se expressar daqueles que já se comunicam com palavras.