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Maria Eduarda de Azeredo Amaral | Medicina - UniRV EPIDEMIOLOGIA ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS EPIDEMIOLOGIA É o estudo da distribuição e dos determinantes das doenças ou condições relacionadas à saúde em populações especificadas. Além de poder realizar a aplicação dos estudos para tentar controlar os problemas de saúde. Estudos são feitos por meio de: • Vigilância; • Observação; • Pesquisa analítica; • Experimento; Distribuição: Análise em determinado tempo, local, características dos indivíduos; Determinantes: Fatores físicos, biológicos, sociais, culturais e comportamentais que influenciam a saúde; Condições relacionadas à saúde: Doenças, causas de mortalidade, hábitos de vida (tabagismo, dieta, atividades físicas, provisão), uso de serviços de saúde e de medicamentos. Populações especificadas: As com características identificada (por exemplo, uma faixa etária da população); Estratégias usadas: • Estudo de caso; • Investigação laboratorial; • Pesquisa populacional; ESTUDO DE CASO Avaliação inicial de problemas não bem esclarecidos e com características ou variações não detalhadas; Observar um ou poucos indivíduos com uma mesma doença ou evento e, a partir da descrição dos respectivos casos, traçar um perfil das suas principais características. (PEREIRA et al) Benefícios: • Fácil; • Custo baixo; Limitações: • Subjetividade na apreciação: ideias preconcebidas sobre o tema; • Falta de controle: seria necessário para contornar problemas e comparar com outras variáveis; • Número pequeno de indivíduos incluídos; INVESTIGAÇÃO EXPERIMENTAL DE LABORATÓRIO • Adoção de rigorosos controles; • Teste de numerosas hipóteses; Limitações: • Extrapolação de resultados para seres humanos; • Espécies podem invalidar generalizações; PESQUISA POPULACIONAL Abordagem central da epidemiologia; TIPOS DE ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS Os estudos apresentam diferentes perspectivas para analisar as situações. Podem partir de estudos em que a unidade é o indivíduo, outros que a unidade é um grupo de indivíduos. Outros analisam o modo de exposição das pessoas, separados pelos estudos de observação e intervenção. 1. Estudos descritivos 2. Estudos analíticos •Ensaio clínico randomizado •Estudo de coorte •Estudo de caso-controle •Estudo transversal 3. Estudos ecológicos (ou estatísticos) ESTUDOS OBSERVACIONAIS DESCRITIVOS • Quando? Onde? Quem? Maria Eduarda de Azeredo Amaral | Medicina - UniRV Determinar distribuição das doenças ou condições relacionadas com a saúde → usando determinado tempo, lugar e características dos indivíduos; Termos quantitativos; População: • Só de doentes, ou só de sadios ou até mistura de ambos. Dados: Dados primários → coletados para o estudo; Dados secundários → dados pré-existentes já coletados em outros estudos; Como a incidência (novos casos) ou prevalência (casos existentes) variam entre populações com características distintas (sexo, idade, condição social e outros); As divergências de incidência e prevalências das doenças, possibilitam: Identificar grupos de risco; Formulação de hipóteses etiológicas; Exemplo: Estudo descritivo verifica que a mortalidade por doença de Chagas no Brasil está reduzindo de forma progressivamente, em quase todas as faixas etárias (exceto na de 70+ anos) e que o pico da mortalidade se situa na sexta década de vida. OUTROS EXEMPLOS: A incidência de infecção chagásica em habitantes rurais; A prevalência da hepatite B entre os voluntários à doação de sangue; As características demográficas e socioeconômicas dos pacientes que sofrem de artrite reumatoide ou das pessoas que fumam; As principais causas de óbito da população residente em um dado município; O estado imunitário de pré-escolares, de um município, frente à poliomielite; Os padrões de crescimento e desenvolvimento de crianças normais ou daquelas acometidas por uma determinada doença; A variação regional na utilização de serviços de saúde; A tendência do coeficiente de mortalidade por tuberculose, de uma cidade, nos últimos anos; METODOLOGIA Observação da ocorrência dessas situações, em uma ou mais populações, e expressar as respectivas frequências de modo apropriado; Dados: Bases de dados do sistema de saúde ou coletar novos dados específicos quando não estiverem disponíveis; Uso dos resultados: Identificar grupos de risco; Sugerir explicações para as variações de frequência; ANALÍTICOS São destinados a pesquisar as relações causais entre eventos, tais como entre “exposição e doença” ou “intervenção e cura”. Examinar a existência de associação entre uma exposição e uma doença ou condição relacionada à saúde; Causa e efeito; Exposição e doença; • Possuem um grupo-controle para comparação de resultados; Os estudos podem ser feitos a partir de perspectivas distintas, a partir da exposição, da doença ou ambas. Maria Eduarda de Azeredo Amaral | Medicina - UniRV Isso modifica o tipo de estudo usado, que pode se de Coorte, estudo caso-controle ou randomizado. Podem ser: Ecológico; A exposição e ocorrência da doença são determinadas para grupos de indivíduos; Seccional/transversal; Caso-controle (caso-referência); Coorte (prospectivo); ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO Causa → efeito; Questão central: Quais os efeitos da intervenção? Análise: Incidência do efeito em expostos x não expostos; Grupos com alocação aleatória, para gerar os grupos e estudo e caso controle. Depois realiza-se a intervenção, para avaliar os resultados em apenas um dos grupos, utilizando o outro para comparação. Exemplo: Comparação de efeito de vacina e de um placebo; Resultados: Os grupos observados são relacionados pelo “risco relativo” (RR = incidência em um grupo/incidência no outro grupo). Risco Relativo = 2/10 = 0,2 Intervalo de confiança de 95% para o risco relativo: 0,12 - 0,32 Eficácia da vacina = [(10-2)/10] × 100 = 80% ESTUDO DE COORTE • Identificação da população do estudo; • Causa → efeito; • Alocação não aleatória da exposição; Grupo de pessoas com características comuns Classificação da exposição (sim/não) dos pacientes a um fator de interesse em determinado período de tempo; Avaliação da incidência entre expostos e não expostos; Tipos: Prospectivo: Início no tempo presente, concluído no tempo futuro (avaliação se inicia no ingresso do estudo); Retrospectivo: Resgate de informações passadas dos pacientes (p. ex., a partir da avaliação de prontuários), para tentar entender qual atributo em comum conduziu tal desfecho (p. ex., doença) em determinado grupo; Exemplo: Investigação sobre a associação entre exercício físico e mortalidade por Coronariopatia em adultos de meia-idade Risco Relativo = 80/40 = 2 Intervalo de confiança de 95% para o risco relativo: 1,50 - 2,53 Exposição e ocorrência para indivíduos Maria Eduarda de Azeredo Amaral | Medicina - UniRV Geram limitações próprias decorrentes de a alocação aleatória não ter sido usada para formar grupos de participantes: Outros fatores de risco podem estar contribuindo para as diferenças encontradas, entre sedentários e não- sedentários, pois estes dois grupos, provavelmente, são diferentes em termos de tipo de dieta, peso corporal, hábito de fumar e outros fatores que aumentam o risco de doença cardiovascular. Desvantagem: • Custo elevado; • Perda de participante (despesas, mudanças de endereço); CASO CONTROLE:Investigar etiologia de doenças ou condições relacionadas à saúde entre idosos, determinantes de longevidade; (investigação etiológica retrospectiva) Efeito → causa; Questão central: Quais são as causas do agravo à saúde? Análise de dados: Proporção de expostos em casos × controles Avaliações dos serviços e ações de saúde; Investigar história natural das doenças; 1. Identificar os casos (indivíduos com a doença); 2. Identificar os controles (indivíduos sem a doença); 3. Determinação da Odds (razão entre a incidência entre indivíduos expostos pela incidência entre os não-expostos); Partem do efeito (doença) para a investigação da causa (exposição), o contrário dos estudos de coorte; Vantagens: • Tempo mais curto; • Custo reduzido; • Eficiência para estudo de doenças raras; • Ausência de risco para os participantes; • Investigação simultânea de diferentes hipóteses diagnósticas; Desvantagens: • Seleção: diferenciação sistemática entre casos e controles, por erro na seleção dos participantes; • Memória: casos e controles podem difereir siistematicamente na capacidade de lembrar a história da exposição; Exemplo 1: Associação entre toxoplasmose e debilidade mental. Crianças com diagnóstico de debilidade mental são testadas para Toxoplasma gondii. Risco: estimado pelo odds ratio (ou razão dos produtos cruzados): OR = (45 × 285)/(15 × 255) = 3,35 Intervalo de confiança de 95% para o odds ratio: 1,76 - 6,46 Maria Eduarda de Azeredo Amaral | Medicina - UniRV Exemplo 2: associação de quedas entre idosos e uso de medicamentos está sendo desenvolvido no Município do Rio de Janeiro; Casos: pessoas com 60+, internadas em 6 hospitais por fratura decorrente de queda; Controles: pacientes dos mesmos hospitais internados por outras causas; Risco maior de quedas e fraturas entre os que faziam uso de benzodiazepínicos; ESTUDO TRANSVERSAL/SECCIONAL Exposição e condição da saúde são determinadas de forma simultânea; • Causa + efeito simultaneamente; • A análise de dados que permite identificar os grupos expostos, os não-expostos, os doentes e os sadios; Questão central: • Quais são as frequências dos eventos? • Estão a exposição e a doença associadas? Análise de dados: • Prevalência do efeito em expostos × não-expostos • Proporção de expostos em casos × controle Comparação dos indivíduos doentes com os não doentes; Não permite identificar se exposição antecede ou é consequência da doença/condição relacionada à saúde; Exemplo: Associação entre migração e doença mental. Exames psiquiátricos mostraram que a doença mental era mais frequente em migrantes (6%) do que em não- migrantes (3%). Cálculo de risco: Razão de prevalências = 6/3 = 2 OR = (18 × 679)/(282 × 21) = 2 Intervalo de confiança de 95% para o odds ratio: 1,03 - 4,11 ESTUDO ECOLÓGICO Unidade de observação: grupo de indivíduos; Análise da ocorrência de uma doença ou condição relacionada a saúde e a exposição entre um grupo de indivíduos (país, munícipio, região, por ex); O estudo analisa a doença e exposição na coletividade, mas não possui informações sobre os efeitos em cada indivíduo; Pode resultar nas falácias ou viés ecológico, quando as afirmações resultantes do estudo são destoantes da realidade, uma vez que as causas individuais não foram consideradas; Exemplo: Proporção de óbitos por causas mal definidas entre idosos e a taxa de pobreza; Falta da assistência médica ao idoso está associada à pobreza Exemplo 2: Correlação entre o consumo de álcool e a incidência de câncer de estômago, em diversos países, que utilize informações de anuários estatísticos; QUESTIONÁRIO Livro: Maurício Gomes Pereira. Epidemiologia teoria e prática. Rio de janeiro. Editora Guanabara. QUESTÃO 01 Uma investigação realizada em banco de sangue de um hospital chegou aos seguintes resultados: entre 2 mil pessoas que receberam transfusão sanguínea, acompanhadas durante um ano, 200 contraíram hepatite. No grupo-controle, de 5 mil pessoas que não receberam transfusão, acompanhadas igualmente durante idêntico período, apenas cinco contraíram a doença. Pergunta-se: a) Trata-se de um estudo de coorte ou de caso-controle? Por quê? b) Qual o risco de uma pessoa contrair hepatite, tendo recebido transfusão de sangue? c) E o risco de ter hepatite sem ter recebido transfusão de sangue? Quantas vezes um risco é maior do que o outro? RESPOSTAS a) Estudo de coorte. Maria Eduarda de Azeredo Amaral | Medicina - UniRV b) O risco de uma pessoa contrair hepatite tendo recebido transfusão de sangue foi de 0,10 — ou seja, 200 casos de hepatite em 2 mil transfusões (10% ou 100 por mil). c) O risco de uma pessoa contrair hepatite sem ter recebido transfusão de sangue foi de 0,001 — ou seja, cinco casos de hepatite em 5 mil pessoas do grupo controle (0,1% ou 1 por mil). d) Risco 100 vezes maior. QUESTÃO 02 Em um hospital universitário foi feito um estudo para verificar a associação entre consumo de álcool e câncer de estômago. Foram incluídos, na investigação, 300 pacientes do sexo masculino com diagnóstico comprovado de câncer de estômago; desses, 30 eram casos de alcoolismo crônico. Entre 500 controles (por definição, pessoas em que o diagnóstico de câncer gástrico foi excluído), 50 foram considerados alcoólatras, pelos mesmos critérios diagnósticos usados no grupo de casos. Pergunta-se: Este é um estudo do tipo coorte ou de caso-controle? Por quê? RESPOSTAS Estudo de caso-controle. QUESTÃO 03 Em uma visita de uma equipe de profissionais de saúde, com a duração de uma semana, a um município do estado de Tocantins, todos os adultos de um pequeno povoado e de fazendas vizinhas foram examinados. Entre os resultados obtidos estão os seguintes: de 40 pessoas com sorologia positiva para Tripanosoma cruzi, quatro eram desnutridas, enquanto em 100 outros indivíduos, com sorologia negativa para Tripanossoma cruzi 10 foram rotulados como desnutridos. Pergunta-se: Qual o tipo de estudo? Por quê? RESPOSTA Estudo transversal. QUESTÃO 04 Uma investigação foi realizada para verificar a eficácia de uma nova vacina contra a hepatite B. Foram selecionados 2 mil adultos, em alto risco de contrair a doença, que concordaram em participar na pesquisa. Eles foram aleatorizados para constituir o grupo experimental e o controle, cada um com mil indivíduos. Ao final da investigação foram confirmados 10 casos de hepatite B no grupo experimental e 50 no de controle. Pergunta-se: a) Qual o tipo de estudo e por quê? b) Qual o risco de uma pessoa contrair hepatite, se vacinada? c) E o risco de contrair hepatite, se não-vacinada? RESPOSTA a) Estudo de intervenção (ou experimental) aleatorizada (preventiva). b) Risco de hepatite em vacinados: 10/1000 = 0,01 = 1%. c) Risco de hepatite em não-vacinados: 50/1000 = 0,05 = 5%. QUESTÃO 05 Um total de 30 crianças recém-nascidas, portadoras de anomalias congênitas do coração, foram examinadas e suas mães interrogadas com respeito a exposições potencialmente teratogênicas: 10 relataram que tinham tido rubéola no primeiro trimestre de gestação em questão. Entre as crianças sadias, nascidas sem evidências de malformação congênita, foram selecionadas 300 para o grupo-controle; 20 mães afirmaram que tinham tido rubéola no primeiro trimestre da gravidez. Pergunta-se: Qual o tipo de estudo? RESPOSTA Estudo de caso-controle. QUESTÃO 06 Maria Eduarda de Azeredo Amaral | Medicina - UniRV Uma investigaçãofoi realizada pela comparação de estatísticas de diversos países, sendo encontrada correlação positiva, estatisticamente significativa, entre o montante de cigarros, per capita, vendido à população e o coeficiente de mortalidade por doenças cardiovasculares. Pergunta-se: qual o tipo de estudo? RESPOSTA Estudo ecológico. QUESTÃO 07 Classifique a seguinte investigação, realizada no Rio Grande do Sul, e assinale aspectos positivos e dificuldades encontrados pelos seus realizadores. As crianças nascidas no ano de 1982, nos hospitais de Pelotas, cidade à época com 250 mil habitantes e onde praticamente todos os partos são hospitalares (99%), foram identificadas e examinadas periodicamente — desde o nascimento e depois por visitas domiciliares, em datas próximas aos seus aniversários.31-32 Cerca de 6 mil crianças foram acompanhadas, com o objetivo de relacionar aspectos sociais, perinatais, demográficos, ambientais, alimentares e assistenciais, à saúde das crianças. O estudo mostrou, segundo os seus autores, que é possível acompanhar, com uma perda relativamente pequena, um grupo de crianças, selecionado em base populacional, em uma cidade brasileira de tamanho médio. Os dados assim obtidos permitiram formar subgrupos de crianças — de diferentes níveis socioeconômicos, peso ao nascer etc. — , em cada um dos quais foi determinada a incidência de agravos à saúde. RESPOSTA Estudo de coorte. QUESTÃO 08 Uma pesquisa domiciliar foi realizada no intuito de se obter um diagnóstico das condições de saúde e nutrição prevalentes em meados da década de 1980 entre as crianças residentes no município de São Paulo. Foi estudada uma amostra probabilística, composta de 1.016 crianças, entre 0 e 59 meses de idade. Os dados de identificação e de anamnese foram recolhidos junto aos familiares, enquanto as crianças foram examinadas, detidamente, para a obtenção de dados que refletissem o estado de saúde e nutrição naquele momento. Foi também coletada uma amostra de sangue para verificação da presença de anemia. Embora não houvesse seguimento das crianças, a coleta de dados levou cerca de um ano, em 1984-1985, para ser completada, devido à enorme quantidade de informações a ser recolhida de cada criança. Entre os resultados encontrados, constatou-se que 14,7% das crianças estavam anêmicas. Pergunta-se: como você classificaria esta pesquisa: experimental, de coorte, de caso-controle ou transversal? Quais as características principais deste tipo de investigação? Quais as suas vantagens e limitações? RESPOSTA Estudo transversal. QUESTÃO 09 Leia a pesquisa descrita abaixo e responda: qual o método utilizado? Quais as vantagens e desvantagens da metodologia empregada comparada a outros tipos de pesquisa que poderiam ser utilizados para estudar o mesmo tema? Uma investigação, de longa duração, foi realizada para avaliar os efeitos tardios das bombas atômicas lançadas sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, em agosto de 1945. As pessoas residentes, nestas cidades e nas vizinhanças, expuseram-se diferentemente à radiação, em função da distância em que se encontravam do epicentro da explosão. A partir de então, uma vigilância médica foi estabelecida para avaliar a saúde dos sobreviventes, no intuito de detectar os efeitos tardios da radiação. A comparação de um grupo de pessoas expostas, com as não-expostas a este risco, permitiu detectar frequências de determinadas condições, nitidamente em excesso às encontradas nos controles: certos tipos de câncer estão nesta categoria, particularmente leucemia e os localizados no pulmão, mama e tireoide. Outras condições de incidência maior nos expostos foram: a opacidade lenticular, as aberrações cromossômicas, a microcefalia e o retardo mental, estas últimas quando a radiação incidiu sobre o feto em útero, no início da gravidez. As curvas de sobrevivência das crianças intensamente expostas ficaram abaixo das de seus controles. Os efeitos foram sendo observados e anotados pelos investigadores à medida que eram diagnosticados. O acompanhamento ainda continua, passadas várias décadas da data de exposição, procurando- se melhor caracterizar os riscos de radiações sobre o organismo humano. RESPOSTA Estudo de coorte. QUESTÃO 10 Como pode ser classificada a pesquisa descrita abaixo? Quais as vantagens e desvantagens do método escolhido? Quanto tempo durou, na realidade, todo o episódio? E a investigação propriamente dita, desde o seu início até a data da primeira publicação? Em 1967, um grupo de investigadores decidiu estudar os efeitos tardios da desnutrição aguda, através de análise de acontecimentos que tiveram início na Holanda, 23 anos antes.38-39 Durante a Segunda Guerra Mundial, uma parte da população passou privações, não igualadas nas demais regiões do país. Tal episódio pode ser delimitado no tempo, final de 1944 e início de 1945, e no espaço, pois ficou restrito à cidade de Roterdam e vizinhança. Os pesquisadores verificaram que era possível colher dados sobre este Maria Eduarda de Azeredo Amaral | Medicina - UniRV episódio, referentes a consumo alimentar, estatísticas vitais e serviços de saúde, especialmente de maternidades. O mesmo procedimento foi possível para épocas imediatamente anterior e posterior ao episódio. Puderam assim compor grupos de pessoas geradas antes, durante e após o episódio de fome. A circunstância de que, aos 18 anos, na época de alistamento militar, o holandês é submetido a exame médico padronizado fez com que fosse possível também obter os resultados destes exames, referentes aos anos de 1962 e 1963, de cerca de 120 mil jovens do sexo masculino, dos quais cerca de um terço tinha sido exposto à desnutrição durante a fase intra-uterina. Desta maneira, os pesquisadores conseguiram obter, vasculhando arquivos, informações sobre a exposição ao fator de risco, a fome, e sobre diversos efeitos objetos de exames clínico e laboratorial de rotina. A análise dos dados, comparando-se expostos e não-expostos à fome, mostrou que não havia diferença de agravos à saúde. Em outras palavras, não foi possível detectar relação entre desnutrição aguda intra-uterina e os indicadores de saúde física e mental pesquisados entre os sobreviventes ao episódio. RESPOSTA Estudo de coorte retrospectiva. QUESTÃO 11 Uma investigação foi realizada para verificar a associação entre diarreia e desidratação. Crianças atendidas com diarreia, em um hospital, foram colocadas em categorias, em função da presença, no início do episódio, de determinados sinais e sintomas. A subsequente vigilância dos prontuários dos pacientes, complementada com visitas domiciliares, permitiu determinar a incidência de desidratação nas diversas categorias. Entre os achados, detectou-se que o grupo de crianças com vômitos estava mais a risco de desidratação do que aquele em que os pacientes apresentavam sangue nas fezes. Como poderia ser classificada esta pesquisa? O que constitui exposição na presente investigação? Qual é o efeito? RESPOSTA Estudo de coorte na vigência da fase clínica de um dano à saúde. A exposição é constituída pelos fatores de prognóstico para a desidratação: vômitos e sangue nas fezes, por exemplo. QUESTÃO 12 Em um inquérito realizado em 1978, no Rio Grande do Sul, em amostra aleatória, 4.565 adultos residentes no estado, de ambos os sexos, foram entrevistados e examinados no intuito de investigar as relações entre cloreto de sódio e pressão arterial.40 Cada membro incluído, na amostra, foi contactado apenas o suficiente para que se obtivessem as informações pertinentes. A conclusão geral, da investigação, foi de que a restrição de sal na dieta está associada a efeitos benéficos sobre os níveis de pressão arterial da população. Como poderia ser classificada estapesquisa? RESPOSTA Estudo transversal. QUESTÃO 13 Todos os alunos, de sete a 14 anos de idade, matriculados em duas escolas localizadas em plena Região Amazônica, na ilha de Sirituba, no Estado do Pará, foram examinados por odontólogo. Foi encontrado um CPOD médio (número de dentes cariados, perdidos ou obturados) de 6,5, o que é considerado alto pelos especialistas. Como poderia ser classificada esta pesquisa? RESPOSTA Estudo transversal. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: Maurício Gomes Pereira. Epidemiologia teoria e prática. Rio de janeiro. Editora Guanabara. http://scielo.iec.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679- 49742003000400003#:~:text=A%20epidemiologia%20descritiva% 20examina%20como,escolaridade%20e%20renda%2C%20entre%2 0outras. http://scielo.iec.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-49742003000400003#:~:text=A%20epidemiologia%20descritiva%20examina%20como,escolaridade%20e%20renda%2C%20entre%20outras http://scielo.iec.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-49742003000400003#:~:text=A%20epidemiologia%20descritiva%20examina%20como,escolaridade%20e%20renda%2C%20entre%20outras http://scielo.iec.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-49742003000400003#:~:text=A%20epidemiologia%20descritiva%20examina%20como,escolaridade%20e%20renda%2C%20entre%20outras http://scielo.iec.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-49742003000400003#:~:text=A%20epidemiologia%20descritiva%20examina%20como,escolaridade%20e%20renda%2C%20entre%20outras
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