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1 Disciplina: Coaching e planejamento de carreira Autores: M.e Monika Fritz Revisão de Conteúdos: Esp. Larissa Carla Costa Revisão Ortográfica: Ana Carolina Oliveira Freitag Ano: 2018 Copyright © - É expressamente proibida a reprodução do conteúdo deste material integral ou de suas páginas em qualquer meio de comunicação sem autorização escrita da equipe da Assessoria de Marketing da Faculdade São Braz (FSB). O não cumprimento destas solicitações poderá acarretar em cobrança de direitos autorais. 2 Monika Fritz Coaching e planejamento de carreira 1ª Edição 2018 Curitiba, PR Editora São Braz 3 FICHA CATALOGRÁFICA FRITZ, Monika. Coaching e planejamento de carreira / Monika Fritz. – Curitiba, 2018. 55 p. Revisão de Conteúdos: Larissa Carla Costa. Revisão Ortográfica: Ana Carolina Oliveira Freitag. Material didático da disciplina de Coaching e planejamento de carreira – Faculdade São Braz (FSB), 2018. ISBN: 978-85-5475-170-8 4 PALAVRA DA INSTITUIÇÃO Caro(a) aluno(a), Seja bem-vindo(a) à Faculdade São Braz! Nossa faculdade está localizada em Curitiba, na Rua Cláudio Chatagnier, nº 112, no Bairro Bacacheri, criada e credenciada pela Portaria nº 299 de 27 de dezembro 2012, oferece cursos de Graduação, Pós-Graduação e Extensão Universitária. A Faculdade assume o compromisso com seus alunos, professores e comunidade de estar sempre sintonizada no objetivo de participar do desenvolvimento do País e de formar não somente bons profissionais, mas também brasileiros conscientes de sua cidadania. Nossos cursos são desenvolvidos por uma equipe multidisciplinar comprometida com a qualidade do conteúdo oferecido, assim como com as ferramentas de aprendizagem: interatividades pedagógicas, avaliações, plantão de dúvidas via telefone, atendimento via internet, emprego de redes sociais e grupos de estudos o que proporciona excelente integração entre professores e estudantes. Bons estudos e conte sempre conosco! Faculdade São Braz 5 Apresentação da disciplina Nesta disciplina será estudada a dinâmica do gerenciamento de pessoas que está inserida com grande importância no plano de carreira e nos processos de coaching no desenvolvimento humano e também no desenvolvimento de empresas. Serão compreendidos os conceitos de carreira e coaching, a gestão do planejamento de carreira e o coaching como ferramenta de gestão. Na primeira aula será estudada a definição de carreira, como se faz sua escolha, suas fases e estruturas. Na segunda aula será estudada a gestão de carreira, planejamento, oportunidades e ameaças, passos para o planejamento profissional, autoavaliação e currículo. Na terceira aula será estudado o coaching pessoal, promovendo o desenvolvimento individual e auxiliando as pessoas na definição de objetivos e metas. Na quarta e última aula será estudada a mudança de paradigma referente a gestão de pessoas, gerenciamento do plano de desenvolvimento de competências da organização e os desafios da liderança contemporânea. 6 Aula 1 - Carreira Apresentação da aula 1 Nesta aula será estudado o Planejamento de Carreira e Coaching, refletindo sobre o fator principal: pessoas. Ao longo dos tempos a tecnologia espalhou-se por várias partes do mundo, a concorrência aumentou, houve a globalização, há cada vez mais a necessidade de se ter qualidade de produtos, serviços, excelência no atendimento, cumprimento de prazos, dentre outras mudanças, e a frente de cada um desses fatores importantes para o sucesso dos negócios estão as pessoas. O mundo dos negócios muda rapidamente, há a ruptura de vários paradigmas, gerando um ambiente volátil e incerto. Novos ambientes competitivos requerem talentos com competências e habilidades adicionais àquelas que até agora as empresas vinham buscando. Dessa forma será estudado o processo de mudança das organizações e o desenvolvimento de pessoas e empresas. 1.1 Definição de carreira Fonte:https://image.freepik.com/vetores-gratis/conceito-de-lider-de-mercado_3446- 461.jpg A necessidade de preparar-se para enfrentar o processo de mudanças nas organizações, o próprio conceito de emprego e trabalho, em que a pessoa não pode ser vista como vítima, mas como uma pessoa ativa nesse processo, são mudanças que não começaram agora e nem muito menos surgiram do nada. 7 Na verdade, tudo isso vem sendo delineado, sobretudo, nas últimas décadas do século XX. Essas renovações requerem pessoas motivadas, dispostas, comprometidas e para que o desenvolvimento de pessoas seja possível, é necessário compreender dentre vários processos no gerenciamento de recursos humanos, a importância do sistema de administração de carreira em uma organização e o quanto que o processo de coaching pode auxiliar nesse processo e no desenvolvimento de pessoas e empresas. O termo “carreira” pode ter diversas definições, como carreira de negócios quando se refere ao caminho a ser trilhado por um executivo, carreira como uma profissão, carreira militar, por exemplo. Carreira passa a ideia de um caminho estruturado e organizado no tempo e espaço que pode ser seguido por alguém, segundo Van Maanen (1979). Segundo Hall (1976), carreira é uma sequência de atitudes e comportamentos, associada com experiências e atividades relacionadas ao trabalho, durante o período de vida de uma pessoa. Carreira envolve uma série de estágios e a ocorrência de transições que refletem necessidades, motivos e aspirações individuais e expectativas, além de imposições da organização e da sociedade. Analisando sob a ótica do indivíduo, engloba o entendimento e a avaliação de sua experiência profissional, e na perspectiva organizacional engloba políticas, procedimentos e decisões ligadas a espaços ocupacionais, níveis organizacionais, e essas perspectivas são conciliadas pela carreira dentro de um contexto de constante ajuste, desenvolvimento e mudança. Para Refletir “Ter desafios é o que faz a vida interessante e superá-los é o que faz a vida ter sentido.” Joshua J. Marine. Você gosta de desafios? Como está sua trajetória profissional? 8 A concepção da administração de carreiras tem variado tanto no nível teórico-conceitual, como no nível de sua aplicação nas empresas, em função das estruturas e estratégias organizacionais predominantes. Onde se tem estruturas mais hierarquizadas e maior rigidez organizacional, a carreira é entendida como vinculada à estrutura. É a empresa que estabelece, de forma unilateral, suas necessidades de quadro e as oportunidades. Nas empresas menos organizadas, as carreiras são deixadas ao acaso e como consequência, muitos trabalhadores em posições não qualificadas ou semi-qualificadas não conseguem visualizar qualquer perspectiva de carreira, encarando suas posições como definitivas até o fim de sua vida profissional. Geralmente, são posições em que o trabalho é repetitivo, aborrecido, superestuturado, confinado e que não apresenta qualquer desafio. Já analisando o lado da empresa, mediante crescente complexidade técnica e organizacional, as estruturas e estratégias que prevalecem são as que oferecem maior flexibilidade e agilidade para adaptação aos estímulos ambientais, a visão de carreira é bem diferente. Nessas empresas, há necessidade de trabalhadores em contínuo processo de qualificação e com maior mobilidade profisisonal, desse modo, a responsabilidade pela administração de carreira é vista como sendo compatilhada entre a empresa e apessoa. Com isso observam-se mudanças de padrões de relações de trabalho, que vem sendo adotadas pelas empresas expostas a pressões concorrenciais mais acirradas. Para que elas se insiram em seus mercados com vantagens competitivas, necessitam engajar e comprometer as pessoas com os resultados de seu trabalho. O engajamento e o comprometimento não podem ser obtidos apenas pela vontade da empresa, ou seja, não pode ser decretado ou imposto ao trabalhador, trata-se de um processo intrínseco, resultado da motivação da pessoa para executar seu trabalho, de seus valores, talentos e habilidades, segundo Dutra (1998). Conforme estudos de Dutra (1996), um dos maiores especialistas do assunto no Brasil, existem dois modelos de carreira: tradicional e moderno. O modelo tradicional, que vigorou até a década de 1970, foi marcado pela estabilidade, progressão linear e vertical e o trabalhador possuía maior estabilidade no emprego. Já o modelo moderno, caracteriza-se por uma 9 progressão da carreira de forma descontínua, mais horizontal que vertical e com maior instabilidade. Um aspecto importante para a compreensão do processo de planejamento individual de carreira é a análise da influência de valores, necessidades e habilidades no estímulo ou inibição de opções por carreiras. Essas influências não agem somente na escolha de carreiras, como também afetam as decisões de movimentação entre empresas ou dentro de empresas, o peso dado aos vários aspectos da vida, a coloração que dá futuro, a construção de objetivos e projetos de vida, dentre outros. Quando se inicia a vida profissional há um período de descoberta mútua entre elas e as organizações. A partir de novos desafios, por exemplo, cada um aprende mais sobre o outro. De um lado as pessoas passam a experimentar oportunidades para conhecerem melhor a si próprias e suas preferências profissionais. De outro, a empresa procura adequar melhor as capacidades individuais a suas necessidades. Conforme uma pesquisa realizada por Edgar Schein em 1978, acompanhando a carreira de 44 alunos da MIT Sloan School of Management, observou-se que existem diferentes preferências de carreira no interior das organizações, classificando as orientações dadas pelas pessoas para suas carreiras nas categorias como: ter sucesso, sentir-se seguro, sentir-se livre, sentir-se desafiado, obter equilíbrio. 1.2 Escolha da carreira A questão escolha da carreira tem sido estudada em vários campos das ciências sociais. Foram criadas duas teorias por Hall (1976) e Van Maanem (1977) que se dividem em: Compatibilidade – afirma que determinadas pessoas escolhem determinadas ocupações com base em medidas de compatibilidade entre a pessoa e a ocupação escolhida; 10 Processo de escolha – afirma que a pessoa ao longo de sua trajetória de vida vai gradualmente chegando à escolha de sua ocupação. Na categoria compatibilidade, acredita-se que as pessoas estejam naturalmente preocupadas em escolher uma carreira que atenda a suas necessidades e interesses e que as expresse, uma vez que grande parte de suas vidas gira em torno do trabalho. Essa categoria dá maior ênfase sobre o que influencia a escolha da carreira. A categoria processo de escolha, pode ser entendida como estágios/fases, a descrição delas reflete necessidades, motivos, aspirações do profissional, como também as expectativas e imposições da sociedade. Para Refletir Diante dessas duas teorias acima, em qual das teorias você se identifica, compatibilidade ou processo de escolha? Durante o percurso em busca do sucesso, é necessário tomar algumas atitudes denominadas de 6D (desejo, decisão, dedicação, determinação, discernimento e disciplina), em que: Desejo Sem o desejo você não conseguirá alcançar seus objetivos. O desejo o levará a uma decisão. Decisão É o que leva você a agir e transformar um plano em metas definidas. É a decisão que dá ação ao sonho para transformá-lo em realidade. Dedicação É o empenho e o esforço que você emprega na busca do que deseja. Você só consegue manter a dedicação se tiver determinação. Determinação É o que motiva a superação de obstáculos, a vencer os desafios e a continuar na perseguição dos objetivos, realinhando e ajustando o plano de carreira para 11 competir pelas oportunidades e atingir as metas, alcançando os objetivos. Será necessário ter discernimento nessa jornada. Discernimento Através dele você poderá avaliar o que já foi realizado e as oportunidades que ainda virão. Disciplina É necessário para seguir rumo às metas sem se distrair ou desviar do caminho traçado. Fonte: Elaborado pela autora (2018). Fases da carreira: Conquistador Vai dos 20 aos 30 anos, quando o profissional está no início de carreira e tem o objetivo de ganhar dinheiro para pagar sua graduação, pós-graduação, cursos de idiomas e aperfeiçoamento, além de querer conquistar sua independência e ter o próprio lar, automóvel. Cheio de confiança e certeza de que vencerá, busca oportunidades desafiadoras, sendo movido pelo dinheiro e pela expectativa de promoção. Maturidade Vai dos 30 aos 45 anos, quando a tendência aos desafios diminui e o profissional preocupa-se mais com a qualidade de vida, a segurança, as necessidades familiares. Esse profissional é capaz de avaliar seus resultados diante do que foi planejado e admite possíveis falhas ao alcançar as metas estabelecidas. Pináculo Vai dos 45 a 55 anos, quando o profissional deve atingir o cume da carreira. Em razão da experiência, do conhecimento adquirido e da situação financeira, esse profissional se encontra no período mais gratificante. É preciso ter cuidado para não deixar o aprimoramento com cursos, palestras e reciclagem, mantendo, assim o nível de competência. Fruição Significa desfrute, o profissional, já deve estar com mais de 55 anos. Pode ser a melhor fase de toda a carreira, desde que a pessoa se tenha antecipado aos fatos e planejado sua vida. É aquele período em que pode-se aproveitar tudo o que conquistou na vida. 12 Importante Para Schein, (1979), a questão da carreira é um processo de desenvolvimento da pessoa como um ser integral. Para podermos refletir sobre a carreira das pessoas, é preciso entender as suas necessidades e características, as quais não estão ligadas apenas à vida no trabalho, mas são fruto, isso sim, da interação da pessoa com todos os espaços de sua vida. Nesse sentido, o autor acredita que as pessoas devem ser pensadas como inseridas em um mundo em que enfrentam múltiplas pressões e problemas. Ví deo Assista ao vídeo: Qual o meu papel e o da empresa na gestão de carreira?, que faz refletir sobre si mesmo no autoconhecimento. O vídeo tem duração de 1min e meio e é instrutivo para se saber aonde você está e aonde quer chegar. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=M9SLxxwtCDE 1.3 O que é estrutura de carreira? Fonte: https://i2.wp.com/www.sertms.com/blog/wp-content/uploads/2017/03/Estrutura- organizacional-3-png-1.png?fit=1024%2C663&ssl=1 https://www.youtube.com/watch?v=M9SLxxwtCDE 13 Segundo Dutra (1996), a estrutura de carreira é o que dá concretude ao sistema, na medida em que define a sucessão de posições, a valorização e os requisitos de acesso às mesmas. Geralmente quando se desenha uma carreira se desenha sua estrutura: em linha, estrutura de carreira em rede, paralela, paralela em Y e estrutura de carreira em W. Fonte:https://i0.wp.com/blog.engage.bz/wp-content/uploads/2017/07/ENGAGE- Infogr%C3%A1fico.png?resize=768%2C576 1.3.1 Estrutura de carreira em linha A estrutura em linha pode não oferecer alternativas, sendo que sua configuração pode permitir maior ou menor flexibilidade para quea pessoa processe as escolhas profissionais. 14 Etapa 5 Gerente de Sistemas. Etapa 4 Coordenador de grupo. Etapa 3 Analista de Sistema Sênior. Etapa 2 Analista de sistema Pleno. Etapa 1 Analista de Sistema Junior. Fonte: Dutra, 1998. A flexibilidade desse tipo de estrutura é dada pela maneira como os degraus e os critérios de acesso são definidos. Um bom exemplo de carreira em linha mais abrangente, é a que define seus degraus em função de atributos das pessoas, onde a pessoa ascende na medida em que aumenta sua qualificação profissional e pessoal, não importando o trabalho que executa. É uma estrutura mais encontrada nas empresas por ser a mais simples de se configurar e administrar. Suas limitações são: Não ter opções para outras trajetórias, devendo subordinar-se às determinações da empresa; O topo desse tipo de carreira é configurado com posições gerenciais, não oferecendo alternativas para as pessoas que preferem ficar em uma carreira mais técnica; Por estarem muito atreladas às áreas funcionais e possuírem características de pouca flexibilidade, são pouco adequadas a empresas que necessitam de maior mobilidade para recolocação de pessoas ou para reconfiguração de suas estruturas organizacionais. 15 1.3.2 Estrutura de carreira em rede Essa estrutura caracteriza-se por apresentar várias opções para cada posição da empresa, permitindo à pessoa estabelecer sua trajetória a partir de critérios de acesso previamente estabelecidos. Fonte: Dutra (1998). Essa estrutura tem sido usada predominantemente com sistemas de diferenciação centrado no trabalho e de forma atrelada à estrutura da organização. Suas limitações são: Uma aparente possibilidade de escolha, uma vez que as escolhas são restritas. Uma boa imagem é a da pessoa que entra em uma sala e encontra três portas, escolhe uma e entra em outra sala com mais três portas, escolhe outra porta e assim sucessivamente; Trajetórias profissionais limitadas, conduzindo, não importa o caminho, para posições de alta gerência; Caminho preestabelecidos pela empresa, restando à pessoa pouca ou nenhuma condição de interferência. 16 As estruturas em rede, como as em linha, tornam-se mais flexíveis quanto mais abrangentes forem as características que definem os degraus da carreira e os critérios de acesso. Por exemplo: a empresa IBM (International Business Machines - empresa dos Estados Unidos voltada para a área de informática), adota essa estrutura e consegue através de softwares específicos, disponibilizar todos os parâmetros da estrutura, permitindo às pessoas simularem suas trajetórias de carreira. Os gestores representam papel importante como conciliadores de expectativas entre as pessoas e a empresa. 1.3.3 Estrutura de carreira em paralelo Esse tipo de estrutura trata de forma mais abrangente e flexível a administração de carreira e vem ganhando grande aceitação nos países desenvolvidos por criar possibilidades de encarreiramento alternativo, aquele diretamente ligado a estrutura organizacional da empresa. Constitui-se em um instrumento de transição por ser capaz de conciliar em uma mesma estrutura de carreira: Sistemas de diferenciação centrados no trabalho e sistemas centrados em pessoas; Sequências de cargos e posições totalmente atreladas à estrutura organizacional e sequências vinculadas ao espaço ocupacional ou às pessoas totalmente desatreladas da estrutura organizacional. Fonte: Dutra (1998). 17 Segundo Dutra (1996) é entendido como estrutura totalmente paralela, aquela que separa a empresa em dois grupos distintos, cada qual com sua própria administração e recursos. Um dos grupos é encarregado da função operacional, enquanto que o outro grupo se preocupa com a função administrativa. A estrutura de carreira paralela pode ser definida como sendo uma sequência de posições que uma pessoa pode assumir no interior de uma organização, orientada em duas direções, uma de natureza profissional e outra de natureza gerencial, sendo o acesso aos maiores níveis de remuneração e de reconhecimento oferecidos pela empresa, garantindo em qualquer uma das direções escolhidas. 1.3.4 Estrutura de carreira em Y Esse tipo de estrutura é uma maneira adequada de se conciliar os interesses pessoais e organizacionais. As carreiras aqui paralelas – notadamente a carreira em forma de Y, oferecem trajetórias de diferentes naturezas, como técnica e gerencial. Ou seja, o funcionário encontra uma bifurcação: ele precisa escolher entre seguir carreira de especialista ou de gestor. Fonte: Dutra (1998). 18 De acordo com Dutra (1998), as carreiras mais encontradas nos EUA e no Brasil são de carreira paralela em forma de Y, pois: Possibilita mais flexibilidade do que uma carreira com trajetória única; Oferece opções para o desenvolvimento e a satisfação das pessoas; Abre oportunidades para que a empresa retenha seus especialistas e consequentemente, o conhecimento acumulado; Permite remunerar os especialistas da mesma forma que os ocupantes do quadro gerencial. Ví deo Assista à reportagem Carreira em no modelo Y, do Programa Conta Corrente do Jornal Globo News, que mostra exemplos de não assumir cargos de liderança no plano de carreira. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Yt1XE9QRz_s 1.3.5 Estrutura de carreira em W Esse tipo de estrutura chamado estrutura de carreira em formato W, já havia surgido na década de 1980 tendo sido adotado em parte por empresas de tecnologia, mas que ficou sem aplicação por algum tempo, por sua dificuldade de implementação, pois nem sempre era possível garantir que as três pernas do W tivessem cargos com o mesmo nível de equivalência. Para sua implementação são necessárias habilidades como: liderança, coaching, tomada de decisão e relacionamentos, preparando profissionais para assumir a posição de liderança. Essa estrutura de carreira foi abordada por Dutra (1998), sendo que Roberto Pierre Rigaud, retoma esse modelo enfatizando novas alternativas para a trilha de carreira, que permite seguir uma trilha especialista ou generalista, ou https://www.youtube.com/watch?v=Yt1XE9QRz_s 19 optar por um caminho intermediário, onde o profissional possa exercer a liderança, porém mantendo atribuições de especialista, É possível com a Carreira em W maior flexibilidade na trilha de carreira, trazendo novas oportunidades para os profissionais, permitindo que se tornem auto gerenciáveis e desenvolvam suas habilidades de forma mais ampla. O colaborador passa a ter novas perspectivas de carreira e a liberdade de escolher um caminho mais aderente às suas expectativas pessoais e profissionais. Ví deo Uma das novas alternativas em desenvolvimento profissional e de carreira é a carreira em W. Assista ao vídeo Carreira em W e Desenvolvimento para ampliar seus conhecimentos. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=K9orI1vmnw4 Resumo da aula 1 Nesta aula estudou-se a definição de carreira, quais elementos estão envolvidos na elaboração do plano de carreira, suas fases e estruturas e a importância do plano de carreira em uma organização. Atividade de Aprendizagem Conforme estudado na aula, discorra sobre o conceito de carreira e quais suas estruturas. 20 Aula 2 – Gestão de carreira Apresentação da aula 2 Nesta aula será estudado o planejamento de carreira, as oportunidades e ameaças dentro de uma instituição, os passos para o planejamento da carreira profissional, assim como também será estudada a autoavaliação relevando o que se deve considerarna avaliação do próprio potencial. 2.1 Introdução à gestão de carreira Fonte:https://br.freepik.com/vetores-gratis/empresarios-sendo- observado_1076104.htm#term=gest%C3%A3o%20carreira&page=1&position=5 Quando se pensa em gestão de carreira pensa-se em algo ligado ao propósito da própria carreira. Segundo Nóbrega (2004), a grande invenção do século foi exatamente o fato de termos passado a perceber que tudo o que implica a busca por resultados mediante organização de ações precisa de gestão e não de esforço. Dessa forma, o propósito maior de uma carreira profissional é exatamente dar ao colaborador direções e decisões que sejam tomadas em função das diferentes circunstâncias pelas quais ele passa, por outro lado o repertório de habilidades e o talento de cada profissional precisam ser transformados em resultados, sejam esses de quaisquer naturezas. Sendo assim, tanto planejamento quanto gestão de carreira profissional precisam desempenhar, ao mesmo tempo, os papéis de proteção contra o fracasso, posicionamento estratégico, recuperação imediata de sobressaltos, e 21 atingimento de resultados, tomando sempre como premissa a busca da excelência profissional. Uma gestão de carreiras é sempre concebida para atender necessidades percebidas pela empresa e pelas pessoas que nela trabalham. Em um artigo desenvolvido pela Equipe de Pesquisa da Catho online, considera-se Gestão de Carreiras como a gestão de planos e expectativas individuais frente aos planos e demandas organizacionais. Dentro de uma empresa, pessoas possuem competências, habilidades, expectativas e interesses de desenvolvimento profissional e pessoal, enquanto a empresa, tendo em vista o alcance de seus objetivos e metas, demanda pessoas com perfil, conhecimentos, competências e habilidades específicas que permitam a viabilização de seus planos. Considera-se assim o aproveitamento e conciliação desses aspectos individuais e empresariais um importante aliado para a gestão de ambiente favorável à motivação e ao desenvolvimento, baseado nos interesses comuns. Um ponto importante nesse processo que além dos interesses e expectativas de ambas as partes, são as responsabilidades dos dois lados. Os profissionais devem planejar seu desenvolvimento profissional, definindo metas e objetivos de carreira e buscar o preparo necessário para o alcance dessas metas estabelecidas, enquanto a empresa, pelo seu lado, procurará: identificar as características de profissionais necessários para alcance dos resultados previstos, considerando aspectos de perfil psicológico, competências e demais pré-requisitos; avaliar dentro de seus quadros de pessoal, aqueles que atendam de forma adequada a esses perfis traçados; acompanhar e avaliar os resultados alcançados por seus profissionais, dando feedback e, dentro de seus interesses, favorecendo o desenvolvimento e capacitação profissional; priorizar recrutamento interno e implementar ações de planejamento e direcionamento do potencial de seu quadro de pessoal, tendo em vista os planos empresariais de médio e longo prazo. A Gestão de Carreiras pode se tornar um instrumento estratégico, possibilitando à empresa obter o nível de contribuição esperado de seus colaboradores, ao mesmo tempo que oferece espaços e contrapartidas frente ao crescimento e amadurecimento profissional, preservando o seu domínio tecnológico, preparando os sucessores, principalmente, para as posições 22 estratégicas e otimizando a sua competitividade e capacidade de atuação em um mercado, em que a capacidade de antever ou ao menos reagir com prontidão, é de suma importância. Vocabula rio Empregabilidade: significa ter que conhecer as ferramentas que o mercado exige, quanto mais habilidades se aproximarem do perfil profissional exigido pelos novos tempos, maiores serão as chances no mercado de trabalho, e dessa forma, maior será sua empregabilidade. 2.2 Planejamento de Carreira: oportunidade e ameaças Empresas preocupadas com a qualidade dos seus produtos e serviços perceberam que potencializando e investindo no talento de seus colaboradores, obtinham vantagens competitivas. Investimentos em treinamentos passam a ser vistos não como custo e sim investimento, com isso as empresas passam a se preocupar com o planejamento de carreiras de seus profissionais e seu gerenciamento. Segundo Chiavenato (2002) há algumas ações ou capacidades essenciais à manutenção da empregabilidade, que está diretamente ligada à manutenção de uma carreira produtiva ao seu sujeito. São elas: Aprender a aprender; Desenvolver habilidades e competências múltiplas; Agregar valor aos negócios dos quais participa; Ser responsável; Ser leal; Ter iniciativa pessoal e senso de empreendedorismo. Observa-se assim, que são ações que dizem respeito ao “dono” da carreira e não mais ao “usuário” dela. Com essa mudança de paradigma, do controle corporativo para o individual das carreiras profissionais, é fundamental que primeiramente fique 23 evidente uma mudança da definição adotada do termo carreira, que passou a não ser mais propriedade estrutural das empresas para se tornar em um fenômeno individual. A antiga previsibilidade que as relações empregatícias mais estáveis proporcionavam é hoje substituída por uma crescente mobilidade profissional, tanto entre diferentes empregos, quanto entre ocupações de natureza diversa. O que anteriormente poderia ser interpretado como indecisão profissional (as mudanças de carreira), hoje começa a ser percebido como flexibilidade e determinação profissional. Gerenciar a carreira, nessa abordagem centrada no indivíduo, apresenta um desafio fundamental: a responsabilidade individual pelas escolhas, muitas vezes radicais e envolvendo riscos econômicos e psicológicos (FARIAS, 2005). Em uma publicação de Peter Drucker, o profissional contemporâneo se vê diante da necessidade de se autoadministrar, sem estar, em sua maioria, preparado para isso. Uma das habilidades é o autoconhecimento. O profissional passa a administrar sua carreira em um ambiente profissional considerado imprevisível, competitivo e que demanda uma parcela considerável de tempo, tendo que simultaneamente, dar conta dos seus demais papéis. Com níveis de expectativas também elevados esse é um desafio considerável que o mundo do trabalho impõe cada vez mais. 2.3 Passos para o planejamento da carreira profissional Segundo Farias (2005), as ações que serão descritas abaixo, por ele sugeridas para o planejamento da carreira profissional, podem contribuir na formulação de um planejamento de carreira profissional ao mesmo tempo que favorecem e facilitam a sua gestão, na medida em que estabelecem indicadores de desempenho, ações concretas, diretrizes para essas ações e sobretudo, prazos para verificação de resultados. A formulação e execução são elaborados pelo próprio dono da carreira, fazendo com que assuma o compromisso consigo mesmo e com seu futuro profissional. São os seguintes passos sugeridos no desenvolvimento do Plano de Desenvolvimento Individual – PDI: 24 a) Autoavaliação 360 graus: pessoas diferentes têm e estabelecem para si desafios, objetivos e metas igualmente diferentes. Entende-se e parte-se da premissa de que essa busca, segundo seus referenciais, deve atingir sempre seu potencial máximo. Muitas vezes fatores intrínsecos também exercem tal influência, obrigando a pessoa a fazer o possível e não o melhor. Tais fatos não transformam o profissional em alguém menos qualificado, mas sim, suas ações. Nesse momento é importante a autoavaliação da carreira como estratégia de coleta de dados, tanto sobre as capacidades quanto sobre os pontos passíveis de melhoria. Sendo assim, é importante a elaboração de um Plano de Desenvolvimento Individual,que parte do estado atual para um estado ideal. Segue o passo a passo sugerido por Farias (2005): 1. Identificar pontos de excelência da carreira; 2. Identificar pontos passíveis de melhoria na carreira; 3. Definir ações de qualificação da carreira (curto, médio, e longo prazo) 4. Estabelecer prioridades de ação; 5. Identificar fatores interferentes no processo de melhoria; 6. Estabelecer prazos para obtenção de resultados; 7. Definir indicadores de melhoria e suas métricas; 8. Definir sistemática de reavaliação de todo o processo. Além disso, outros pontos importantes que devem ser identificados, segundo Chiavenato (2002), na identificação das forças e fragilidades na carreira profissional: Forças Fragilidades Quais são minhas principais características positivas como pessoa e como profissional? Quais as principais fragilidades que devo corrigir ou devo neutralizar? Quais são os traços mais marcantes de minha personalidade? Quais minhas principais características negativas como pessoa? 25 Quais são minhas principais habilidades profissionais? Quais as minhas principais carências como profissional? Quais os pontos fortes a serem explorados? O que não sei fazer e como posso superar essa(s) deficiência(s)? O que sei fazer bem e posso melhorar? Em que situação e condições tenho desempenho pior? Em que situações e condições eu trabalho melhor? Quais são os aspectos desfavoráveis que mais despertam atenção sobre minha pessoa? Que aspectos chamam mais atenção sobre minha pessoa? Quais os aspectos frágeis de minha formação profissional? Quais os aspectos mais relevantes de minha formação profissional? Quais os aspectos frágeis de minha experiência profissional? Quais os aspectos mais relevantes de minha experiência profissional: Fonte: Elaborado pela autora (2018). b) Análise do cenário profissional: pouco adiantará conhecer os potenciais pessoais e profissionais se não for capaz de conhecer em qual contexto mercadológico se está inserido ou pretende se inserir. Importante assim é saber o que é capaz, onde estão os pontos de excelência e fragilidades, pois isso tudo somente tem sentido sob o ponto de vista de planejar a carreira profissional, se entre as ofertas de oportunidade e demandas de trabalho com os quais a profissão tem relação. Importante é se fazer a seguinte pergunta: O que sei fazer e gosto de fazer tem espaço nesse mercado? Há alguém querendo comprar os serviços que tenho para vender? Tenho espaço para atuar ou estou fora de contexto? O que se deseja mostrar é que não basta apenas conhecer a si mesmo, como também conhecer o mercado, o contexto, o cenário no qual se está vivendo e ainda aquela para o qual se está preparando. 26 c) Montagem do currículo profissional: quando se quer vender produtos ou serviços a clientes, empresas, independente do segmento de negócio, lança-se mão de estratégias variadas, embora com um único objetivo: convencê-los de que são a melhor, mais adequados, e sobretudo, a opção de compra que mais agrega valor à vida desses clientes. Para que possam ser bem percebidos, elaboram-se catálogos, portfólios, folders e outras formas de apresentá-los dando uma impressão positiva e instigadora de compra. “Mas o que isso tem a ver com curriculum?” Da mesma forma que na venda de bens ou serviços, a montagem de um currículo precisa ser vista em uma perspectiva de prestação de informações relevantes sobre o interessado na vaga. Deve ser um elemento capaz de suscitar interesse por conhecer com mais detalhes esse potencial que se apresenta sob a forma de texto em papel, naquele que busca talentos adequados às suas necessidades. Quando se aborda o currículo profissional, é importante analisar o que vem a ser o propósito maior da montagem desse. Fonte:https://br.freepik.com/vetores-gratis/papeis-cv-na- mesa_1063669.htm#term=gest%C3%A3o%20carreira&page=1&position=7 Segundo Chiavenato (2002), o currículo representa o relatório geral a respeito de qualificações, experiências, conhecimentos e habilidades oferecidos por um candidato a um emprego ou oportunidade de trabalho, correspondendo 27 assim, a um portfólio de qualidades e competências da pessoa. Deve compreender basicamente as seguintes informações: Dados pessoais; Os objetivos da apresentação; A formação acadêmica; Relatos sobre a experiência profissional; Descrição das habilidades e qualificações de modo a apresentar um perfil profissional capaz de descrever as potencialidades e realizações. Importante Aparecer, ganhar visibilidade, é necessário, mas não suficiente. A visibilidade simplesmente permite que os agentes de mercado percebam a existência das pessoas, mas juntamente com essa percepção vem um julgamento. Se a pessoa aparecer de modo inadequado, essa visibilidade vai naturalmente se jogar contra ela. É necessário aparecer de modo certo, transmitindo uma imagem de credibilidade, popularidade, atratividade. Credibilidade é a qualidade da pessoa em quem se pode confiar, acreditar. A popularidade se refere a pessoa que está na empresa, no mercado, deve aparecer o suficiente para pares e superiores hierárquicos. Atratividade acontece onde há pessoas que são confiáveis, mas não elegíveis. A elegibilidade pode surgir da simpatia e do interesse. Ví deo Assista a reportagem Gestora de RH dá dicas de como fazer um bom currículo, que aborda a elaboração de um bom currículo e o quanto são importantes suas informações. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Y7m4h5JQ5Tg https://www.youtube.com/watch?v=Y7m4h5JQ5Tg 28 2.4 O que considerar na avaliação do próprio potencial Antes de se formular qualquer decisão relevante de carreira é fundamental fazer uma avaliação adequada de seu próprio potencial e segundo Rosa (2013), existem alguns aspectos a serem considerados: valores, vontades, características intelectuais, qualificação emocional e social, comportamentos e credenciais. 2.4.1 Valores Valores são algo em que se acredita, aquilo que se preza. Podem indicar aprovação ou rejeição, por exemplo: os valores religiosos, os políticos, etc. São forrados ainda na infância, nos contatos com os pais e desenvolvem-se no processo de socialização. Muita gente toma decisões de carreira, como escolha da profissão, da empresa, das rotas de desenvolvimento, sem refletir genuinamente sobre isso. Para fazer escolhas condizentes com seus melhores interesses, a pessoa tem de refletir sobre o que realmente faz sentido para ela, em que acredita e como gostaria de viver. Identificados os seus reais valores, tem de adquirir a coragem de assumí-los. 2.4.2 Vontades “De que você gosta?” “Em que circunstâncias (lugares, pessoas e situações) sente-se mais feliz?” Muitas vezes em decorrência da acomodação ao meio, a pessoa vai deixando suas verdadeiras vontades de lado, e mais cedo ou mais tarde poderá pagar caro por isso. É fundamental manter-se em permanente processo de autoanálise, para identificar as reais vontades e interesses. Sendo assim, antes de formular decisões relevantes na estratégia de carreira, é bom estar consciente sobre elas. 29 2.4.3 Características intelectuais É importante conhecer as competências, pois as pessoas são diferentes quanto às qualificações intelectuais, e isso torna algumas melhores que outras para certas tarefas. 2.4.4 Qualificação emocional e social Refere-se à habilidade de lidar com pessoas, de persuadir, de conquistar simpatia, de entender as emoções dos outros. Sintonizar-se com eles pode ser relevante em muitas atividades. Pessoas qualificadas nessa área têm uma força, enquanto os menos habilitados têm uma fraqueza. 2.4.5 Comportamentos Referem-se ahábitos, padrões de reação, gostos e preferências. As formas de agir de uma pessoa podem ser mais ou menos adequadas a uma profissão ou cargo. Por exemplo: uma pessoa que tem um comportamento elegante e educado tem maior empregabilidade para determinados cargos. Segundo Rosa (2013), o autoconhecimento é a palavra chave de uma vida realizada. Se a pessoa se conhece, ela pode governar-se melhor e dirigir- se também mais eficientemente para suas metas. Conhecer-se é um desafio, e para isso temos uma ferramenta importante nesse processo, sendo muito utilizados pelas empresas: os processos de coaching. 2.4.6 Credenciais Refere-se a certificações, diploma de graduação, certificado de MBA (Master in Business Administration) e a qualificação educacional ou a experiência. 30 Saiba Mais MBA é uma sigla inglesa para Master in Business Administration que em português significa Mestre em Administração de Negócios. MBA é um curso de formação de executivos na área de administração, estudando matérias de finanças, contabilidade, recursos humanos, marketing, entre outras. O MBA tem um grau de mestrado, mas no Brasil não é reconhecido dessa forma. Aqui ele é enquadrado como uma especialização. O título de Mestre reconhecido no Brasil tem de ser feito em escolas renomadas do exterior, onde ainda faz mais diferença, além do estudante ganhar maior experiência participando de outras culturas. Para fazer um MBA é necessário que o candidato seja um profissional que já tenha uma certa experiência de mercado, há pelo menos três anos, ter fluência em inglês, principalmente se vai cursar fora do Brasil. Além disso, também deve apresentar o seu currículo acadêmico e profissional e fazer uma entrevista com o grupo selecionador. Nesse curso o profissional vai aprender como administrar uma empresa, que poderá ser seu negócio próprio ou trabalhar em um grande grupo. O MBA é um curso oneroso, e varia de acordo com a matéria escolhida, a escola, a duração e a qualidade do mesmo. Existe um ranking anual onde são apresentadas as melhores escolas e universidade de MBA no mundo, intitulado "Global MBA Ranking". Fonte: https://www.significados.com.br/mba/ 31 Amplie Seus Estudos SUGESTÃO DE LEITURA Para aprofundar o tema, recomenda-se a leitura do livro Gestão de Carreiras - a pessoa, a organização e as oportunidades - 2ª Ed. 2017, de Joel Souza Dutra. Nessa obra o autor tem o objetivo de estruturar a discussão sobre carreiras em nossa realidade e cultura e verifica-se que, para compreender a realidade das organizações e das pessoas, precisa-se rever muitas posições. Resumo da aula 2 Nesta aula foi estudada a importância do gerenciamento de carreira nas empresas e também o gerenciamento que o profissional deve fazer de si mesmo, havendo assim, uma conciliação dos aspectos individuais com os empresariais, avaliando as responsabilidades de ambos os lados. Abordou-se também nessa aula, que existem passos para o planejamento de carreira profissional, e quando esses são bem elaborados existe maior chance de se manter no mercado, feliz e motivado. Atividade de Aprendizagem Conforme estudado na aula, indique duas forças e duas fragilidades da carreira profissional e discorra sobre elas. 32 Aula 3 - Coaching como ferramenta de gestão de carreira Apresentação da aula 3 Nesta aula será estudada a origem do coaching, seu formato inicial e atual e a identificação de valores essenciais, desenvolvendo uma postura de integridade pessoal. Serão estudados também os tipos de coaching: o pessoal, o executivo, de performance, de liderança, de carreira e o educacional. 3.1 Origem do termo Coaching A origem do coaching data entre os séculos XV e XVI, na cidade húngara de Kocs. Naquela época, havia uma carruagem que dispunha de um sistema de suspensão, que chamava a atenção pela comodidade e conforto em relação às carruagens tradicionais. Ela era chamada por kocsi szekér: carruagem de Kocs. Assim, o termo kocsi - pronunciado cochi - passou para o alemão como kutsche, para o italiano como cocchio e para o espanhol como coche. O Coaching foi citado pela primeira vez em 1974 através do livro “The Inner Game of Tennis” de Timothy Gallwey, renomado professor da Universidade de Harvard. A partir de 2007 o Coaching surgiu no Brasil e no início era muito voltado para empresas que queriam aumentar os seus resultados e de seus colaboradores. No entanto, atualmente o Coaching é bastante procurado também por pessoas que visam melhorias nos relacionamentos, carreiras e qualidade de vida e pode ser entendido com um possibilitador de “transporte” das pessoas de um ponto a (situação atual) para um ponto b (situação desejada); cujo o papel é o de facilitar o alcance daquilo que se deseja, não tomando para si a responsabilidade das decisões escolhidas. O Coaching recebeu o atual formato durante os anos 90 nos EUA, inicialmente no campo desportivo e logo após no mundo corporativo. Ele despertou interesse das profissões que admitem o desenvolvimento pessoal e de todos aqueles que querem atingir objetivos. Nele há os papéis: Coach e Coachee. O primeiro acompanha e faz as perguntas e intervenções e o segundo http://www.rhsuper.com.br/ 33 encontra as melhores respostas direcionadas aos objetivos que se pretende conquistar. Ví deo Assista aos vídeos sobre coaching, em que no primeiro, Carlos Hoyos explica a origem da palavra coach, e no segundo é explicado o que é o coaching, em uma reportagem de TV. Acesso nos links: https://www.youtube.com/watch?v=hhJY2MUdDaA https://www.youtube.com/watch?v=krn1N077iak 3.2 Conceitos de coaching Em outra definição, coaching é um processo que utiliza técnicas, ferramentas e recursos de diversas ciências. Algumas pessoas dizem que é ciência, mas na realidade é um mix de recursos e técnicas que funcionam em ciências do comportamento (psicologia, sociologia, neurociência etc.) e de ferramentas da administração de empresas, esportes, gestão de recursos humanos, planejamento estratégico e outros. É um processo que produz mudanças positivas e duradouras. Conduzido de maneira confidencial, individual ou em grupo, o coaching é uma oportunidade de visualização clara dos pontos individuais, de aumento de autoconfiança, de quebra de barreiras de limitação, para que as pessoas possam conhecer e atingir seu potencial máximo e alcançar suas metas. É uma metodologia que busca atender as seguintes necessidades: Atingir metas; Solucionar problemas; Desenvolver novas habilidades. É um processo de aprendizagem e desenvolvimento de competências comportamentais, psicológicas e emocionais, direcionado à conquista de objetivos e obtenção de resultados planejados que, para serem compreendidos, https://www.youtube.com/watch?v=hhJY2MUdDaA https://www.youtube.com/watch?v=krn1N077iak 34 podem ser comparados à aliança de sucesso entre um técnico desportivo (coach) e seu atletas (coaches). O técnico não atua no jogo diretamente, mas oferece, como um padrinho, sua experiência que concorre para o desenvolvimento e desempenho do atleta. Da mesma forma, o coach contribui para o aprendizado e amadurecimento emocional, tomada de decisão, planejamento de ação, definição de tarefas e de estratégias de remoção de obstáculos. Fonte: http://neoleader.com.br/wp-content/uploads/2015/06/coaching_450.png Coaching é um processo cuja essência é a arte de fazer boas perguntas para gerar no coachee um estado de reflexão e permissão para aumentar sua visão perceptiva sobre o mundo. Coach e gestão, onde o coaching pode ser uma técnica para se utilizar como ferramenta no alcance de novos níveis de performance, como no desenvolvimento dos colaboradores. A liderança, é vista comoum papel, uma função organizacional, exige muito mais do que a técnica de coaching, exige a visão de onde se deve chegar, o planejamento e a negociação de metas e o interesse no controle dos resultados. O coach profissional precisa ter um conhecimento prático muito mais da técnica, mas não requer visão de onde se quer chegar pois o sonho não é do coach, não necessariamente precisa da mesma capacidade de planejamento e negociação que um líder precisa. http://neoleader.com.br/wp-content/uploads/2015/06/coaching_450.png 35 O processo de coaching segundo o IBC (Instituto Brasileiro de Coaching) é caracterizado por encontros semanais, quinzenais ou mensais entre o coach (profissional) e o coachee (cliente) tendo a duração variável em média de 1 hora até 2 horas. Na relação com o cliente, o coach estimula a identificação de valores essenciais e a expressá-los, desenvolvendo uma postura de integridade pessoal, desafiá-lo a sonhar acordado, a criar para si mesmo uma visão de futuro que o entusiasme e que utilize ao máximo a sua energia criadora, estabelecendo metas a serem cumpridas. O processo de coaching é uma metodologia facilitadora e estimuladora do autoconhecimento e autodesenvolvimento pessoal. É uma oportunidade para que a pessoa possa refletir sobre sua maneira de perceber a si mesmo, a outras pessoas, a situações de vida e do trabalho, ou seja, as suas relações no mundo, despertando o participante para um processo de mudança de dentro para fora. Tudo acontece através de escuta ativa, diálogos, reflexões e conversas edificantes. De forma livre e espontânea, tal processo cria um ambiente facilitador, para que as situações comecem a ser elaboradas pela pessoa e possa fazer outro sentido em sua vida pessoal, profissional, de carreira, dentre outros. À medida que a pessoa passa a perceber as coisas em outra perspectiva (mais refletida e elaborada internamente), surge a possibilidade de rever e mudar a trajetória de vida, a maneira de decidir, agir e conviver no mundo. Inicia-se uma oportunidade de abertura para se conseguir perceber outro, sentindo as coisas e os fenômenos, desapegando-se de bloqueios, rótulos, paradigmas e verdades que se criam e se alimentam diante das experiências da vida. É um processo propiciador de novos aprendizados. É importante salientar que no coaching a pessoa que procura o trabalho e se submete à metodologia, denominada coachee, é a protagonista do processo e gestora do seu autodesenvolvimento. É ela quem decide efetivamente o que quer mudar e o quanto está disposta a mudar, porém, para tanto, deve estar comprometida com o processo e os seus resultados, bem como deve refletir sobre suas respostas, frente às perguntas do coach. Algo fundamental e que deve ficar bem claro é que não há como realizar o processo de coaching se não existe algo para se desenvolver - um desejo ou meta a ser alcançada, por parte da pessoa interessada. 36 O coach é quem "cuida" do processo, que previamente deve ser acordado entre as partes e pautado pela clareza de papéis, objetivos e transparência de propósitos. Ele faz perguntas para que o coachee chegue às suas próprias respostas e conclusões. Deve trabalhar o que foi contratado no início, com metodologia e sensibilidade, comprometendo-se com os resultados do processo, mas não pode suprir a iniciativa, o entusiasmo e a dedicação do próprio coachee. Alguns objetivos do processo de Coaching: Ampliação do autoconhecimento, base para ativação das forças potenciais e superação dos "gaps" (conhecimentos, habilidades e atitudes), em direção aos resultados desejados; Fortalecimento da autoestima; Desenvolvimento da inteligência emocional; Melhoria dos níveis de relacionamento com todas as interfaces; Aprimoramento do estilo de liderança; Fixação de objetivos pessoais e profissionais; Ajuda ao profissional para maximizar seus talentos e neutralizar aspectos limitantes do sucesso profissional; Apoio aos profissionais em processos de reposicionamento na empresa ou redirecionamento de carreira; Estímulo na formulação de estratégias para superação das carências e na implementação de ações de melhoria de performance. 37 Ví deo Assista ao vídeo Por que Coaching? de Jaqueline Weigel, sobre a importância do coaching no desenvolvimento dos profissionais em uma empresa. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=jrxzFZwbuLY 3.3 Tipos de coaching O Coaching é uma metodologia de desenvolvimento altamente eficiente, que pode ser aplicada em qualquer contexto da vida pessoal e/ou profissional. Esse apoio é fundamental para quem busca mudanças e evolução. Ele é divido em dois nichos principais: Life Coaching – Coaching voltado para a vida e necessidades pessoais (relacionamentos, família, espiritualidade, equilíbrio emocional, autoconhecimento etc.); Executive and Busines Coaching – Coaching voltado para as necessidades profissionais (carreira, liderança, gestão de pessoas, dentre outras). Dentro de cada uma dessas duas divisões, ele ainda pode ser ramificado em diversos nichos, como: Coaching Pessoal, Coaching de Carreiras, Coaching de Emagrecimento, Coaching Esportivo, Coaching Financeiro, Coaching de Relacionamentos, Coaching de Família, Coaching de Equipes, Coaching de Liderança, Coaching de Performance, Coaching de Empreendedorismo e muitos outros. O coaching Pessoal ou coaching de Vida, é um processo orientado para identificação de metas pessoais e melhoria na qualidade de vida do coachee, que estarão relacionadas ao ambiente profissional, carreira ou necessidades muito particulares de cada indivíduo. Dentro desse grupo a meta do Coachee pode estar relacionada a temas, tais como: relacionamento (familiar, casal, educacional, profissional), 38 adolescentes, planejamento financeiro, comunicação interpessoal, marketing pessoal, casamento (noivas e noivos), pré e pós aposentadoria, controle emocional, planejamento pessoal estratégico, empreendedorismo, orientação profissional, carreira, emagrecimento, primeiro emprego; mudança de carreira; recolocação profissional, concurso público. O coaching pessoal promove o desenvolvimento individual, auxiliando as pessoas a definirem melhor seus próprios objetivos e a traçar metas eficientes para atingi-los. Essa vertente do coaching trabalha campos como relacionamento intrapessoal, saúde, espiritualidade e família. O objetivo é instigar o coachee a conhecer mais a si mesmo, para que possa identificar suas habilidades e potencializá-las, usando-as em seu favor. O Executive/Business Coaching (Coaching Executivo/Negócios), está relacionado ao mundo corporativo, desenvolvimento de empresas, organizações e pessoas em cargos de liderança. Nesse grupo a meta a ser trabalhada no processo está relacionada aos resultados que uma organização pretende alcançar alinhada ao desenvolvimento de um ou mais colaboradores. Dentro do processo de Executive/Business Coaching encontra-se: Desenvolvimento de Lideranças; Relacionamento; Mudanças ou adaptações; Percepção Geral da Função; Planejamento; Orientação para resultados; Administração do Tempo; Vendas; Desempenho e Performance; Gestão de Crises; Transições (change management – gestão de mudanças); Executivos ou Lideranças recém-contratados; Carreira; Promoções; Planejamento Sucessório. 39 O Coaching Executivo: auxilia os executivos a estabelecerem as melhores metas e propósitos para a empresa diante de um mercado competitivo e que passa por mudanças constantes. Além do desenvolvimento profissional, o Coaching Executivo também contribui para o aperfeiçoamento da performance pessoal, buscando sempre um equilíbrio entre as necessidades humanas e empresariais. O Coachingde Performance: também conhecido como Coaching de Desempenho, tem como principal objetivo a descoberta dos bloqueios internos da pessoa e ajudá-la a superá-los. A característica principal do Coaching de Performance é o autoconhecimento e o desenvolvimento das habilidades pessoais e profissionais, para eliminar empecilhos identificados pelo próprio coachee. O Coaching de Liderança: tem o intuito de desenvolver a capacidade de liderar e de dividir responsabilidades com toda a equipe, tornando-a mais comprometida motivada e eficiente. O principal objetivo é criar uma equipe que realmente trabalhe unida, com a capacidade de dar andamento em projetos, focando na solução e em obter resultados. O Coaching de Carreira: pode ser contratado por empresa ou por pessoa física. Quando a contratação é iniciativa da empresa, são geralmente casos de aposentadoria ou outplacement (recolocação no mercado de trabalho). Algumas empresas são especializadas nesse tipo de coaching. Essa especialização é necessária, pois requer uma estrutura que possa mapear oportunidades de carreira no mercado. Quando a contratação é feita por pessoa física, são casos de pessoas que estão querendo se adaptar a aposentadoria, ao mesmo tempo, sem parar de trabalhar, são executivos ou profissionais liberais que querem desenvolver uma segunda carreira ou negócio, de modo a manter uma atividade profissional e ganho financeiro, pessoas que querem mudança de carreira com menos estresse. O coach de carreira pode auxiliar no primeiro emprego, auxiliando a gerar comprometimento para decidir sobre uma futura vocação que permita um equilíbrio na vida, onde o indivíduo possa expressar as vontades e necessidades pessoais, identificar os traços e temperamento de personalidade e encontrar uma carreira interessante, preparação para currículos, desenvolvimento de 40 habilidades para se sair bem em uma entrevista. Auxilia também na colocação após perda de emprego, ajudando o indivíduo a administrar e solucionar os sentimentos de perda, raiva, vergonha. O coach discute as expectativas, aspirações e os relacionamentos que impactam na situação presente no indivíduo, na condução de avaliação de habilidades e uma revisão do histórico de carreira, enfatizando os sucessos e aptidões, estabelecendo metas e um plano de ação, oferecendo um feedback e apoio durante o processo de procura de emprego. Coaching Educacional: esse nicho trabalha com docentes, discentes, pais, gestores educacionais, em que o objetivo geral é elevar a consciência, melhorar a autoconfiança, desenvolver a responsabilidade de qualquer pessoa. A realização do objetivo e uma atitude mental positiva com um estado de espirito adequado, é sem dúvida a chave para o desempenho de qualquer atividade. Uma das tarefas dos professores nas aulas é desenvolver essas capacidades nos seus alunos para conseguir melhorar o desempenho dos mesmos, não somente educativo, mas também em qualquer outro âmbito. O coaching discente auxilia o aluno durante o período de educação formal, auxilia o docente a estar habilitado com conhecimentos que possam ser utilizados no seu próprio desenvolvimento de habilidades pessoais e profissionais, permite ao docente conduzir uma sessão de coaching com outra pessoa no ambiente acadêmico (seja outro professor, alunos ou demais colaboradores de organização educacional), utiliza as habilidade e ferramentas do coaching para aprofundar uma melhoria direta nas atividades relacionadas ao ensino, a pesquisa e a extensão. O coaching também pode auxiliar os pais na educação de seus filhos. A utilização do coaching educacional é uma técnica que pode agregar melhoria no trabalho de todas as partes envolvidas nessa área, promovendo assim, resultados diferenciados à melhoria do desempenho de alunos e de professores em atividades cotidianas que envolvam esse contexto. O coaching educacional auxilia o aluno a aprender a organizar e conquistar suas metas, fortalecido por suas crenças e valores de forma natural, respeitando a individualidade e a peculiaridade de cada um, ajudando-o assim, a criar seus próprios métodos e a respeitar seu próprio ritmo. 41 Coaching para empreendedores: para ser empreendedor é preciso ter muitas qualidades, uma delas é a tolerância ao risco. Existem formas de reduzir o risco e a chave para isso é fazer avaliações periódicas e de maneira apropriada. O primeiro passo é enxergar a ideia de forma fria e firme, analisando que tipo de negócio você quer iniciar e responder as seguintes perguntas: “Como você está satisfazendo a necessidade do mercado, iniciando esse negócio?” “Quem comprará seus produtos ou serviços?” “Eles podem e querem pagar?” “Onde eles adquirem isso atualmente?” “Por que eles migrarão para você?” “O que pode dar errado e se der errado, qual será o seu custo?” Essa são algumas perguntas essenciais que auxiliarão o coaching nesse processo. Para Refletir “Para ter sucesso no mundo que avança, precisaremos de um novo conjunto de modelos mentais. Teremos de deslocar nosso pensamento do comandar e controlar para o coordenar e cultivar. Thomas W. Malone, 2004. Você caro aluno (a), o que poderá fazer daqui em diante para coordenar e cultivar a sua vida? Vocabula rio Modelo mental: de acordo com Daniel Goleman, autor do best seller Inteligência Emocional, as fontes dos modelos mentais são a maneira pela qual os seres humanos organizam e dão sentido às suas experiências. 3.4 Diferenças do coaching com outras modalidades Segundo Krausy (2007), embora o coaching esteja em expansão, como atestam dezenas de livros e artigos publicados sobre o tema, nos Estados Unidos, Inglaterra, Canadá e Austrália, nem sempre esse é claramente 42 diferenciado de outras modalidades de intervenção disponíveis, como é o caso do aconselhamento, do mentoring, da consultoria, do treinamento e até mesmo da terapia. Vocabula rio Mentoring: é um termo inglês, normalmente traduzido como "tutoria", "mentoria", "mentorado" ou "apadrinhamento". O mentoring é uma ferramenta de desenvolvimento profissional e consiste em uma pessoa experiente ajudar outra menos experiente. Fonte: https://www.significados.com.br/mentoring/ Seguem abaixo as diferenças: Aconselhamento versus coaching O consultor traz soluções e linhas de ação a serem implantadas. É contratado para solucionar problemas e fornecer informações específicas sobre uma determinada questão. O coach colabora com o cliente na busca de soluções. Busca com o cliente/coachee, opções para lidar com as dificuldades desse, disponibilizando apoio quando necessário. Terapia versus coaching O coach do terapeuta, está mais focado no futuro do que no passado, na ação do que na introspecção, como as coisas podem acontecer em vez do por que aconteceram. Terapia trata predominantemente do passado das pessoas e dos eventos dolorosos que as levaram ao tratamento. Coaching lida com o presente das pessoas e auxilia no direcionamento para o seu futuro. Treinamento versus coaching Treinamento é um processo de aprendizagem focado no fazer/executar algo específico no trabalho. Coaching é um processo focado no desenvolvimento do potencial das pessoas e na sua aplicação para a obtenção de resultados. 43 Mentoring versus coaching Mentoring é conhecido como transferência de sabedoria. É o processo pelo qual um indivíduo aprende com alguém com mais experiência em um determinado campo, metaforicamente mais velho, e mais sábio. O mentor é alguém que trabalha na organização e assumiu o papel oficial ou voluntário de orientador de uma pessoa mais jovem e em início de carreira. Focaliza a carreira, representa e transmite valores, visão e padrões da empresa, trata-se de uma função e não de uma atividade profissional. Coaching facilitaa aprendizagem, empenham-se em ampliar o conhecimento, a visão e os processos de pensamento de outros. Criam à sua volta um ambiente de apoio e suporte ao desenvolvimento crítico, de novas ideias, perspectivas e opções de comportamento e ação. Focaliza questões profissionais, alinha valores pessoais e organizacionais, é uma atividade profissional específica com programas de formação e supervisão. Ví deo Assista ao vídeo da Globo News - Coaching Acelera Resultado Profissional, que esclarece várias questões sobre o processo de coaching nas empresas. Disponível no link: https://www.youtube.com/watch?v=O2kWwGL_rpI Amplie Seus Estudos SUGESTÃO DE LEITURA Para aprofundar o tema é recomendada a leitura do livro Coaching & Mentoring: construção de talentos, de Idalberto Chiavenato. Nessa obra o autor ilustra que atualmente as organizações estão requerendo que as pessoas produzam cada vez mais e melhor. É necessário trabalhar em conjunto, aumentar os relacionamentos sociais, intercambiar ideias e conhecimentos, agregar valor, participar de decisões e alcançar consenso. Para isso é necessário ter líderes em um contexto de liderança. 44 Resumo da aula 3 O módulo três apresenta o processo de coaching, como uma ferramenta de gestão de carreira. Neste módulo apresentou-se a origem, os conceitos, tipos de coaching e as áreas em que ele pode ser aplicado. Estudou-se também as diferenças do coaching com outras modalidades, em que muitas vezes são confundidas na sua aplicação. Atividade de Aprendizagem De acordo com o estudado na aula, discorra sobre o coaching educacional, com quem esse nicho trabalha e qual seu objetivo. Aula 4 - Cultura do coaching Apresentação da aula 4 Nesta aula será estudada a mudança de paradigma na gestão de pessoas, ambiente organizacional nas empresas que têm coaching, a administração de carreira, como gerenciar um plano de desenvolvimento, além de projetos e desafios para com os colaboradores de empresas. 4.1 Construindo carreiras nas organizações que tem a cultura do coaching A expressão “cultura do coaching” é relativamente recente na literatura especializada e é derivada do conceito de cultura organizacional, apresentado pela primeira vez por Pettigrew (1979) e desenvolvido a partir dos anos 1980 por estudiosos dos fenômenos socioculturais das organizações produtoras de bens e serviços. 45 Uma cultura de coaching é um ambiente organizacional no qual não apenas ocorre o coaching formal, mas também a maioria das pessoas da organização pratica comportamentos de coaching, como uma forma de relacionar-se, apoiar e influenciar uns aos outros. Fonte: https://br.freepik.com/fotos-gratis/estudantes-criativos-que-colaboram-com- laptop_1267957.htm#term=colaboracao&page=6&position=4 Segundo Krausy (2007), cultura do coaching é um tipo de cultura organizacional na qual predominam relacionamentos cooperativos, troca constante de conhecimentos, experiências, informações, feedbacks relevantes para a aprendizagem e o desenvolvimento pessoal e profissional dos membros da organização. Esses são constantemente encorajados a refletir sobre o sentido do trabalho, compartilhar ideias e opiniões, analisá-las, compará-las e assumir a responsabilidade por suas decisões, tendo em vista objetivos/necessidades da organização, dos que nela trabalham e da sociedade na qual está inserida. As organizações que investem na construção e manutenção de uma cultura de coaching, terão condições de equacionar com mais facilidade os problemas relacionados com retenção de talentos, criatividade, resolução de problemas, multiculturalidade e diversidade. Além disso, criará um ambiente que favorece o desenvolvimento de competências renováveis e aperfeiçoamento de competências permanentes, de relacionamento interpessoal, intergrupal construtivos, facilitando os intercâmbios entre os níveis hierárquicos e entre https://br.freepik.com/fotos-gratis/estudantes-criativos-que-colaboram-com-laptop_1267957.htm#term=colaboracao&page=6&position=4 https://br.freepik.com/fotos-gratis/estudantes-criativos-que-colaboram-com-laptop_1267957.htm#term=colaboracao&page=6&position=4 46 diferentes áreas e unidades, muitas das quais poderão estar espalhadas pelos quatro cantos do mundo globalizado. Cada profissional é responsável pelo planejamento e o gerenciamento de sua carreira. As atitudes e os comportamentos anteriores e futuros influenciarão na carreira de forma positiva ou negativa. Por isso é importante definir, planejar, executar e rever periodicamente as atitudes e os comportamentos que se tomará na vida profissional. Dessa forma se estará garantindo o sucesso. A carreira é um patrimônio pessoal a ser administrando com competência e cuidado. Alguns pontos importantes para essa administração: Conhecer a si mesmo e identificar suas aptidões, interesses e características de personalidade, pois são dados importantes para o desempenho da profissão de forma competente e produtiva; Estar atento às novas tendências, pois podem ser grandes oportunidades de carreira. Com o desenvolvimento tecnológico e da ciência surgem novas profissões, enquanto outras podem desaparecer; Definir objetivos, ou seja, saber exatamente aonde quer chegar, estabelecer metas de curto, médio, longo prazo e determinar prazo para as metas, pois quanto mais claro for o objetivo, mais chances se terá de concretizá-lo; Organizar as finanças pessoais com base nas metas, definindo os recursos com o que dispõe. Deve-se verificar a possibilidade de economizar e procurar se programar para eventualidades, mantendo uma reserva financeira; Gerenciar o tempo e priorizar os assuntos mais importantes. Delegar aqueles que alguém pode fazer por você; Cuidar da imagem. Fazer e manter bons contatos com pessoas que podem ajudar a atingir seus objetivos; 47 Rever metas estabelecidas periodicamente para realizar os ajustes quando necessário. Lembrar sempre que um plano nunca é definitivo. Ao gerenciar a carreira, deve-se buscar o equilíbrio entre vida pessoal e vida profissional. Sendo assim, tanto a empresa quanto o profissional devem mudar: a empresa deve mudar sua visão e cabe ao profissional analisar o ambiente da empresa, compará-lo com outras organizações e dialogar com seus supervisores para promoverem mudanças, apontando melhorias de atitudes e procedimentos. Quanto aos benefícios, é possível destacar que para uma organização com o trabalho do coaching, evidencia-se para os colaboradores o compromisso da empresa em desenvolver seu pessoal. Isso melhora substancialmente o trabalho em equipe, pois o reconhecimento positivo e o feedback aumentam a confiança e a iniciativa dos colaboradores. Ainda quanto aos benefícios, é importante propiciar um investimento de longo prazo em alto desempenho e auxiliar na descoberta e no desenvolvimento dos talentos da organização, pois aumenta há um aumento de produtividade quando as pessoas sabem quais são suas metas e como alcançá-las. Essa é a maneira mais eficaz de desenvolver competências para obter um melhor desempenho dos profissionais e das equipes. Para o empreendedor, os benefícios são: alinhamento dos valores da empresa com seus valores, princípios e crenças pessoais, atingir resultados superlativos nos negócios, poder contar com um parceiro, altamente capacitado, para dividir as dúvidas e incertezas a respeito dos negócios, modificar e/ou ampliar posturas, ampliar horizontes e desenvolver ideias. Para a pessoa, o coaching proporciona maior controle sobre a sua vida, os objetivos de vida ficam mais claros e, uma vez eliminados os obstáculos, terá mais energia para alcançá-los, a pessoa passa a viver em harmonia com seus valores, sua vida setornará mais feliz e satisfatória, profissionalmente será mais eficaz, capacitado e obterá melhores resultados e tomará posse de todos os recursos dos quais já dispõe para atingir suas metas. 48 Saiba Mais Para ampliar seus conhecimentos leia o artigo de Emerson Ciociorowski: Coach diz como elaborar um plano de carreira eficiente, sem deixar de sonhar. Nesse artigo o autor explana sobre planos de carreira, sobre como iniciar a execução de um planeamento e sobre conquistas. Disponível no link: http://www.administradores.com.br/noticias/negocios/coach- diz-como-elaborar-um-plano-de-carreira-eficiente-sem- deixar-de-sonhar/15778/ 4.2 Mudança de paradigma na gestão de pessoas Em decorrência de uma série de mudanças experimentadas ao longo das últimas décadas, as organizações não podem mais continuar a empregar pessoas simplesmente porque são leais. Precisam de pessoas cujo perfil se encaixe em suas necessidades estratégicas, que estão em constante mutação. Atualmente busca-se um ambiente de trabalho desafiador, que possibilite oportunidades de aprendizagem, respeito profissional, recompensas substanciais. Segundo Mussak (2010), qualquer ativo organizacional, inclusive pessoas, somente poderá ser considerado estratégico quando cria vantagem competitiva, com isso, o talento, o comprometimento e a flexibilidade são características desejáveis, mas não suficientes para transformar as pessoas em ativos estratégicos. A gestão de pessoas concentrou-se no modelo explícito de resultado e oportunidade, em que o resultado alcançado pelas pessoas em prol da empresa traduz-se na oportunidade que a empresa oferece. Diante dessa complexidade, a gestão de pessoas assume importante papel de mediador, pois se coloca entre a organização e os funcionários, e deve procurar atender às demandas empresariais e às aspirações humanas sem ser tendencioso ou parcial. A empresa passa a ter três expectativas: o resultado, o valor agregado, o comprometimento, onde a gestão de pessoas deve fazer sua parte. Já os colaboradores também têm três expectativas com relação à empresa: o 49 reconhecimento, a oportunidade de desenvolvimento e o orgulho de pertencer a ela. Entender isso e buscar a conciliação entre essas expectativas que são, felizmente, compatíveis, é função inicial da gestão de pessoas. Caberá aos profissionais vivenciarem seu potencial humano, adquirindo autoconhecimento, autoconsciência, liderando e administrando suas emoções. Uma questão importante quando se fala em líderes, uma vez que são responsáveis por conduzir equipes e seu equilíbrio e saúde emocional, estabelecem o ponto- chave para que percebam o conteúdo emocional de sua equipe e consigam construir e chegar aos resultados esperados em conjunto, com um time motivado, integrado e produtivo. 4.3 Gerenciando o desempenho e elaborando o plano de desenvolvimento Inicialmente para se construir um sistema e trabalho de alto desempenho é necessário elaborar o mapa de competências da organização. Esse mapa terá como estrutura básica a visão, missão e os fatores críticos de sucesso da empresa. “Quais são as competências que todos os funcionários devem adquirir para atender a tais fatores críticos de sucesso, que por excelência definem a capacidade da empresa manter-se competitiva no mercado?” São os três primeiros passos: 1. Definir as competências para que todos os funcionários entendam seus significados. 2. Formar grupos de trabalho (ou comitês) baseados em agrupamento de cargos, para descobrir validar e atribuir pesos para essas competências 3. Desenhar o mapa das competências estratégicas dos funcionários. Com essa tarefa obtêm-se o alinhamento das competências ao negócio central da empresa. Uma vez construído o mapa de competências, precisamos elaborar um sistema para gerenciar o desempenho das pessoas na empresa. Para identificar os gaps existentes entre o desempenho ideal e o real, necessitamos de uma 50 ferramenta que possibilite avaliar a performance dos funcionários frente aos objetivos do negócio. Nesse caso, a avaliação de 360 graus é a ferramenta mais adequada, pois fornece uma fotografia real do desempenho das pessoas avaliadas. A partir da análise desses inventários é elaborado um relatório final com um plano de desenvolvimento individual do avaliado. Os inventários são construídos com base no mapa de competências e são exclusivos da empresa, pois não se deve esquecer que se trabalha não somente com as competências básicas que todos os funcionários devem possuir, mas também com aquelas competências que são diferenciadoras e por isso, difíceis de serem copiadas pela concorrência. Com a elaboração dos inventários, a empresa desenvolve um software para gerenciar o sistema de desempenho, vinculando-o às metas que são negociadas com cada um dos funcionários. Se terá, portanto, um processo que vincula a estratégia da empresa (traduzida em objetivos, metas a serem atingidas) às competências identificadas no mapa de competência. O mapa de competências e o sistema de gerenciamento do desempenho abrem possibilidades para a construção de um processo de identificação e formação de um banco de talentos. Esse banco é uma necessidade imperiosa das empresas na formação de um backup de pessoal altamente qualificado, visando a sucessão de líderes e a reposição por conta da rotatividade de pessoal. Sendo assim, uma arquitetura de gestão de pessoas, baseada em competências vinculada a um sistema de gerenciamento do desempenho e a um banco de talentos, formará a base para a construção de um sistema de trabalho de alto desempenho. 4.3.1 O projeto de sucessão Dentro do plano de gestão de carreiras, também deve estar inserido o projeto de sucessão, que visa renovar as lideranças da empresa, buscando a evolução da estrutura organizacional, a partir do contexto de mudanças externas e internas. Os objetivos do projeto de sucessão incluem a identificação de cargos-chave, mapeando necessidades de recursos para essas posições, 51 identificação de backup para os cargos chave, identificação de situações para as quais será necessário desenvolver recursos ou buscá-los no mercado e definição de estratégias para o desenvolvimento de backups. 4.3.2 Desafios da liderança contemporânea Cada vez mais os líderes das organizações são pressionados a oferecer respostas apropriadas a rápidas mudanças ambientais externas e internas da empresa. No atual ambiente das empresas, a realidade é oposta: as mudanças são cada vez mais rápidas e a capacidade de antever o futuro é bastante limitada. Como resultado, não há mais tempo para esperar decisões e diretrizes de supervisores, e consequentemente, existe uma necessidade crescente de propiciar ferramentas para que os próprios subordinados participem mais ativamente do processo decisório. Uma das tarefas essenciais e imutáveis dos líderes é motivar e orientar o desempenho. O trabalho de liderança na nova organização será organizar projetos sequenciais e simultâneos com diversas durações e níveis de profundidade, através dos quais várias combinações de pessoas agirão, dependendo dos desafios, tarefas, e oportunidades enfrentadas pelas áreas e seus parceiros em dado momento. Os líderes precisam elaborar projetos, metas, marcos e prazos concretos e delegar a responsabilidade por esses projetos aqueles que os tornam realizada. Surge assim um novo estilo de liderança, o Líder Coach, que deve observar frequentemente o comportamento pessoal e profissional de seus colaboradores, buscando identificar as forças e fraquezas de cada indivíduo, direcionando para a busca de melhorias contínuas, tanto no aspecto técnico quanto no comportamental. É preciso ajudar as pessoas a encararem a realidade e mobilizá-las para que façam mudanças, superando hoje o que fizeram
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