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A DOR PASSA. A APROVAÇÃO FICA! 1 AZUL 1º DIA CADERNO SIMULADO EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO PROVA DE LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS E REDAÇÃO PROVA DE CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS LEIA ATENTAMENTE AS INSTRUÇÕES SEGUINTES: 1. Este CADERNO DE QUESTÕES contém 90 questões numeradas de 01 a 90 e a Proposta de Redação, dispostas da seguinte maneira: a) questões de número 01 a 45, relativas à área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias; b) Proposta de Redação; c) questões de número 46 a 90, relativas à área de Ciências Humanas e suas Tecnologias. ATENÇÃO: as questões de 01 a 05 são relativas à língua estrangeira. Você deverá responder apenas às questões relativas à língua estrangeira (inglês ou espanhol) escolhida no ato de sua inscrição. 2. as instruções anteriores. Caso o caderno esteja incompleto, tenha defeito ou apresente qualquer divergência, comunique ao aplicador da sala para que ele tome as providências cabíveis. 3. Para cada uma das questões objetivas, são apresentadas 5 opções. Apenas uma responde corretamente à questão. 4. O tempo disponível para estas provas é de cinco horas e trinta minutos. 5. 6. Os rascunhos e as marcações assinaladas no CADERNO DE QUESTÕES não serão considerados na avaliação. 7. Somente serão corrigidas as redações transcritas na FOLHA DE REDAÇÃO. 8. Quando terminar as provas, acene para chamar o aplicador e entregue este CADERNO DE QUESTÕES e o CARTÃO-RESPOSTA/FOLHA DE REDAÇÃO. 9. Você poderá deixar o local de prova somente após decorridas duas horas do início da aplicação e poderá levar término das provas. 02 DE JANEIRO DE 2021 .................................................................................................................................................................................................. .................................................................................................................................................................................................. LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 01 a 45 Questões de 01 a 05 (opção inglês) ................................................................................... Questão 01 One of the things ‘that made an incredible impression on me in the film was Frida’s comfort in and celebration of her own unique beauty. She didn’t try to fit into con- ventional ideas or images about womanhood or what makes someone or something beautiful. Instead, she fully inhabited her own unique gifts, not particularly caring what other people thought. She was magnetic and beautiful in her own right. She painted for years, not to be a commercial success or to be discovered, but to express her own inner pain, joy, family, love and cul- ture. She absolutely and resolutely was who she was. The trueness of her own unique vision and her ability to stand firmly in her own truth was what made her successful in the end. HUTZLER, L. Disponível em: www.etbscreenwriting.com. Acesso em: 6 maio 2013. A autora desse comentário sobre o filme Frida mostra- se impressionada com o fato de a pintora a) ter uma aparência exótica. b) vender bem a sua imagem. c) ter grande poder de sedução. d) assumir sua beleza singular. e) recriar-se por meio da pintura. ................................................................................... Questão 02 Israel Travel Guide Israel has always been a standout destination. From the days of prophets to the modern day nomad this tiny slice of land on the eastern Mediteranean has long attracted visitors. While some arrive in the ‘Holy Land’ on a spiritual quest, many others are on cultural tours, beach holidays and eco-tourism trips. Weeding through Israel’s convoluted history is both exhilarating and exhausting. There are crumbling temples, ruined cities, abandoned forts and hundreds of places associ- ated with the Bible. And while a sense of adventure is required, most sites are safe and easily accessible. Most of all, Israel is about its incredible diverse popu- lation. Jews come from all over the world to live here, while about 20% of the population is Muslim. Politics are hard to get away from in Israel as everyone has an opinion on how to move the country forward – with a ready ear you’re sure to hear opinions from every side of the political spectrum. Disponível em: www.worldtravelguide.net. Acesso em: 15 jun. 2012. Antes de viajar, turistas geralmente buscam informa- ções sobre o local para onde pretendem ir. O trecho do guia de viagens de Israel. a) descreve a história desse local para que turistas va- lorizem seus costumes milenares. b) informa hábitos religiosos para auxiliar turistas a en- tenderem as diferenças culturais. c) divulga os principais pontos turísticos para ajudar tu- ristas a planejarem sua viagem. d) recomenda medidas de segurança para alertar turis- tas sobre possíveis riscos locais. e) apresenta aspectos gerais da cultura do país para continuar a atrair turistas estrangeiros. ................................................................................... Questão 03 Italian university switches to English By Sean Coughlan, BBC News education correspondent 16 May 2012 Last updated at 09:49 GMT Milan is crowded with Italian icons, which makes it even more of a cultural earthquake that one of Italy’s leading universities — the Politecnico di Milano — is going to switch to the English language. The university has announced that from 2014 most of its degree courses — including all its graduate courses — will be taught and assessed entirely in English rather than Ital- ian. The waters of globalisation are rising around higher ed- ucation — and the university believes that if it remains Italian-speaking it risks isolation and will be unable to compete as an international institution. “We strongly believe our classes should be international classes — and the only way to have international classes is to use the English language”, says the university’s rector, Gio- vanni Azzone. COUGHLAN, S. Disponível em: www.bbc.co.uk. Acesso em: 31 jul. 2012. .................................................................................................................................................................................................. .................................................................................................................................................................................................. As línguas têm um papel importante na comunicação entre pessoas de diferentes culturas. Diante do movi- mento de internacionalização no ensino superior, a universidade Politecnico di Milano decidiu a) elaborar exames em língua inglesa para o ingresso na universidade. b) ampliar a oferta de vagas na graduação para alunos estrangeiros. c) investir na divulgação da universidade no mercado internacional. d) substituir a língua nacional para se inserir no con- texto da globalização. e) estabelecer metas para melhorar a qualidade do en- sino de italiano. ................................................................................... Questão 04 Frankentissue: printable cell technology In November, researchers from the University of Wol- longong in Australia announced a new bio-ink that is a step toward really printing living human tissue on an inkjet printer. It is like printing tissue dot-by-dot. A drop of bio-ink contains 10,000 to 30,000 cells. The focus of much of this research is the eventual production of tailored tissues suitable for surgery, like living Band- Aids, which could be printed on the inkjet. However, it is still nearly impossible to effectively rep- licate nature’s ingenious patterns on a home office ac- cessory. Consider that the liver is a series of globules, the kidney a set of pyramids. Those kinds of structures demand 3D printers that can build themup, layer by layer. At the moment, skin and other flat tissues are most promising for the inkjet. Disponível em: http://discovermagazine.com. Acesso em: 2 dez. 2012. O texto relata perspectivas no campo da tecnologia para cirurgias em geral, e a mais promissora para este momento enfoca o(a) a) uso de um produto natural com milhares de células para reparar tecidos humanos. b) criação de uma impressora especial para traçar ma- pas cirúrgicos detalhados. c) desenvolvimento de uma tinta para produzir pele e tecidos humanos finos. d) reprodução de células em 3D para ajudar nas cirur- gias de recuperação dos rins. e) extração de glóbulos do fígado para serem reprodu- zidos em laboratório. ................................................................................... Questão 05 My brother the star, my mother the earth my father the sun, my sister the moon, to my life give beauty, to my body give strength, to my corn give goodness, to my house give peace, to my spirit give truth, to my elders give wisdom. Disponível em: www.blackhawkproductions.com. Acesso em: 8 ago. 2012. Produções artístico-culturais revelam visões de mundo próprias de um grupo social. Esse poema demonstra a estreita relação entre a tradição oral da cultura indí- gena norte-americana e a a) transmissão de hábitos alimentares entre gerações. b) dependência da sabedoria de seus ancestrais. c) representação do corpo em seus rituais. d) importância dos elementos da natureza. e) preservação da estrutura familiar. LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 01 a 45 Questões de 01 a 05 (opção espanhol) ................................................................................... Questão 01 Dicen que Tita era tan sensible que desde que estaba en el vientre de mi bisabuela lloraba y lloraba cuando ésta picaba cebolla; su llanto era tan fuerte que Nacha, la cocinera de la casa, que era medio sorda, lo escu- chaba sin esforzarse. Un día los sollozos fueron tan fuertes que provocaron que el parto se adelantara. Y sin que mi bisabuela pudiera decir ni pío, Tita arribó a este mundo prematuramente, sobre la mesa de la co- cina, entre los olores de una sopa de fideos que estaba cocinando, los del tomillo, el laurel, el cilantro, el de la leche hervida, el de los ajos y, por supuesto, el de la cebolla. Como se imaginarán, la consabida nalgada no .................................................................................................................................................................................................. .................................................................................................................................................................................................. fue necesaria, pues Tita nació llorando de antemano, tal vez porque ella sabía que su oráculo determinaba que en esta vida le estaba negado el matrimonio. Con- taba Nacha que Tita fue literalmente empujada a este mundo por un torrente impresionante de lágrimas que se desbordaron sobre la mesa y el piso de la cocina. ESQUIVEL, L. Como agua para chocolate. Buenos Aires: Debolsillo, 2005. No fragmento do romance mexicano, publicado em 1989, prevalece a a) narração com base em elementos fantásticos. b) descrição com base no retrato objetivo da realidade. c) injunção com base no diálogo entre os personagens. d) exposição com base na definição do papel da mulher na sociedade. e) argumentação a partir da discussão acerca de dile- mas existenciais. ................................................................................... Questão 02 Revolución en la arquitectura China Levantar rascacielos en 19 días Un rascacielos de 57 pisos no llama la atención en la China del siglo XXI. Salvo que se haya construido en 19 días, claro. Y eso es precisamente lo que ha conseguido Broad Sustainable Building (BSB), una empresa dedi- cada a la fabricación de purificadores de aire y de equi- pos de aire acondicionado para grandes infraestructu- ras que ahora se ha empeñado en liderar una revolu- ción con su propio modelo de arquitectura modular prefabricada. Como subraya su presidente, Zhang Yue, es una fórmula económica, ecológica, segura, y limpia. Ese último término, además, lo utiliza tanto para refe- rirse al polvo que se produce en la construcción como a los gruesos sobres que suelen circular por debajo de las mesas en adjudicaciones y permisos varios. “Quiero que nuestros edificios alumbren una nueva era en la arquitectura, y que se conviertan en símbolo de la lu- cha contra la contaminación y el cambio climático, que es la mayor amenaza a la que se enfrenta la humani- dad”, sentencia. “Es como montar un Lego. Apenas hay subcontrata- ción, lo cual ayuda a mantener un costo bayo y un con- trol de calidad estricto, y nos permite eliminar también la corrupción inherente al sector”, explica la vicepresi- denta de BSB y responsable del mercado Internacional, Jiang Yan. Disponível em: http://tecnologia.elpais.com. Acesso em: 23 jun. 2015 (adaptado) No texto, alguns dos benefícios de se utilizar estruturas pré-moldadas na construção de altos edifícios estão ex- pressos por meio da palavra limpia. Essa expressão in- dica que, além de produzir menos resíduos, o uso desse tipo de estrutura a) reduz o contingente de mão de obra. b) inibe a corrupção na construção civil. c) facilita o controle da qualidade da obra. d) apresenta um modelo arquitetônico conciso. e) otimiza os custos da construção de edifícios. ................................................................................... Questão 03 Mayo 15 Que mañana no sea otro nombre de hoy En el año 2011, miles de jóvenes, despojados de sus ca- sas y de sus empleos, ocuparon las plazas y las calles de varias ciudades de España. Y la indignación se difundió. La buena salud resultó más contagiosa que las pestes, y las voces de los indignados atravesaron las fronteras dibujadas en los mapas. Así resonaron en el mundo: Nos dijeron "¡a la puta calle!", y aquí estamos. Apaga la tele y enciende la calle. La Ilaman crisis, pero es estafa. No falta dinero: sobran ladrones. Los mercados gobiernan. Yo no los voté. EIlos toman decisiones por nosotros, sin nosotros. Se alquila esclavo económico. Estoy buscando mis derechos. ¿Alguien los ha visto? Si no nos dejan soñar. no los dejaremos dormir. GALEANO, E. Los hijos de los días. Buenos Aires: Siglo Veintiuno, 2012. Ao elencar algumas frases proferidas durante protes- tos na Espanha, o enunciador transcreve, de forma di- reta, as reivindicações dos manifestantes para a) provocá-los de forma velada. b) dar voz ao movimento popular. c) fomentar o engajamento do leitor. d) favorecer o diálogo entre governo e sociedade. e) instaurar dúvidas sobre a legitimidade da causa. .................................................................................................................................................................................................. .................................................................................................................................................................................................. Questão 04 El día en que lo iban a matar, Santiago Nasar se le- vantó a las 5:30 de la mañana para esperar el buque en que llegaba el obispo. Había soñado que atrave- saba un bosque de higuerones donde caía una llo- vizna tierna, y por un instante fue feliz en el sueño, pero al despertar se sintió por completo salpicado de cagada de pájaros. “Siempre soñaba con árboles", me dijo Plácida Linero, su madre, evocando 27 años después los pormenores de aquel lunes ingrato. “La semana anterior había soñado que iba solo en un avión de papel de estaño que volaba sin tropezar por entre losalmendros", me dijo. Tenía una reputación muy bien ganada de intérprete certera de los sueños ajenos, siempre que se los contaran en ayunas, pero no había advertido ningún augurio aciago en esos dos sueños de su hijo, ni en los otros sueños con ár- boles que él le había contado en las mañanas que precedieron a su muerte. MÁRQUEZ, G. G. Crónica de una muerte anunciada. Disponível em: http://biblio3.url.edu.gt. Acesso em. 2 jan. 2015. Na introdução do romance, o narrador resgata lem- branças de Plácida Linero relacionadas a seu filho San- tiago Nasar. Nessa introdução, o uso da expressão au- gurio aciago remete ao(à) a) relação mística que se estabelece entre Plácida e seu filho Santiago. b) destino trágico de Santiago, que Plácida foi incapaz de prever nos sonhos. c) descompasso entre a felicidade de Santiago nos so- nhos e seu azar na realidade. d) crença de Plácida na importância da interpretação dos sonhos para mudar o futuro. e) presença recorrente de elementos sombrios que se revelam nos sonhos de Santiago. ................................................................................... Questão 05 El virus del papiloma humano (HPV) tambiém es un problema de hombres Para algunos hombres, el virus del papiloma humano (HPV) es algo muy lejano. Se olvidan de que ellos también se infectan y de que, al contagiarmos, nos están regalando un pasaporte mágico para el cán- cer cérvico-uterino – segunda causa de muerte entre las mujeres de México –; incluso me ha tocado escu- char en boca de algunos de ellos que “sólo se trata de una infeccioncita”. Pues bien, el HPV tambén es un problema de hombres, no sólo porque propaga la in- fección entre la población femenina, sino también por- que este virus produce otros problemas de salud tanto en hombres como en mujeres, incluyendo verrugas ge- nitales y cáncer de boca y garganta que, si bien no son tan conocidos o alarmantes por su cantidad, como otros tipos de cáncer, también constituyen un riesgo. Por lo anterior, la Academia Americana de Pediatría de- cidió enfrentarse al HPV mediante vacunas que se po- nen tanto a mujeres como hombres. Los especialistas afirman que la vacuna es más efectiva si se administra antes de que el niño se vuelva sexualmente activo, y responde mejor en el organismo de varones entre 9 y 15 años. Albiter, K. Disponível em: http://vivirmexico.com. Acesso em: 10 jul 1012 (adaptado). O texto aborda a temática do HPV. Ao discorrer sobre o contágio e a prevenção do papiloma humano, a au- tora informa aos leitores que esse vírus é a) estudado pela Academia Americana de Pediatria por seus efeitos em crianças. b) responsável pelo aumento de casos de câncer na po- pulação jovem mexicana. c) ignorado pelos homens por se restringir à população feminina. d) combatido por vacinas que devem ser aplicadas tanto em mulheres quanto em homens. e) classificado como um problema superável pela faci- lidade com que se enfrenta a infecção. Questões de 06 a 45 ................................................................................... Questão 06 Um dia, meu pai tomou-me pela mão, minha mãe bei- jou-me a testa, molhando-me de lágrimas os cabelos e eu parti. Duas vezes fora visitar o Ateneu antes da minha insta- lação. Ateneu era o grande colégio da época. Afamado por um sistema de nutrido reclame, mantido por um dire- tor que de tempos a tempos reformava o estabeleci- mento, pintando-o jeitosamente de novidade, como os negociantes que liquidam para recomeçar com artigos de última remessa; o Ateneu desde muito tinha conso- lidado crédito na preferência dos pais, sem levar em conta a simpatia da meninada, a cercar de aclamações o bombo vistoso dos anúncios. .................................................................................................................................................................................................. .................................................................................................................................................................................................. O Dr. Aristarco Argolo de Ramos, da conhecida família do Visconde de Ramos, do Norte, enchia o império com o seu renome de pedagogo. Eram boletins de propa- ganda pelas províncias, conferências em diversos pon- tos da cidade, a pedidos, à substância, atochando a im- prensa dos lugarejos, caixões, sobretudo, de livros ele- mentares, fabricados às pressas com o ofegante e esba- forido concurso de professores prudentemente anôni- mos, caixões e mais caixões de volumes cartonados em Leipzig, inundando as escolas públicas de toda a parte com a sua invasão de capas azuis, róseas, amarelas, em que o nome de Aristarco, inteiro e sonoro, oferecia-se ao pasmo venerador dos esfaimados de alfabeto dos confins da pátria. Os lugares que os não procuravam eram um belo dia surpreendidos pela enchente, gra- tuita, espontânea, irresistível! E não havia senão aceitar a farinha daquela marca para o pão do espírito. POMPEIA, R. O Ateneu. São Paulo: Scipione, 2005. Ao descrever o Ateneu e as atitudes de seu diretor, o narrador revela um olhar sobre a inserção social do co- légio demarcado pela a) ideologia mercantil da educação, repercutida nas vaidades pessoais. b) interferência afetiva das famílias, determinantes no processo educacional. c) produção pioneira de material didático, responsável pela facilitação do ensino. d) ampliação do acesso à educação, com a negociação dos custos escolares. e) cumplicidade entre educadores e famílias, unidos pelo interesse comum do avanço social. .................................................................................................................................................................................. Questão 07 A internet proporcionou o surgimento de novos paradigmas sociais e impulsionou a modificação de outros já estabeleci- dos nas esferas da comunicação e da informação. A principal consequência criticada na tirinha sobre esse processo é a a) criação de memes. b) ampliação da blogosfera. c) supremacia das ideias cibernéticas. d) comercialização de pontos de vista. e) banalização do comércio eletrônico. ................................................................................................................................................................................. Questão 08 Yeda Pessoa de Castro — Durante três séculos, a maior parte dos habitantes do Brasil falava línguas africanas, sobre- tudo línguas angolanas, e as falas dessas regiões prevaleceram sobre o português. Antes se ignorava essa participação, se dizia que o português do Brasil ficou assim falado devido ao isolamento, à predominância cultural e literária do português de Portugal sobre os falantes negros africanos analfabetos. Eles realmente não sabiam ler ou escrever por- tuguês, mas essas teoria seram baseadas em fatores extralinguísticos. Eu introduzi nessa discussão a prevalência e a participação dos falantes africanos, sobretudo das línguas níger-congo, que são cerca de 1.530 línguas. As mais faladas no Brasil foram as do Golfo do Benim e da região banto, sobretudo do Congo e de Angola. SCARRONE, M. Por que a participação da família africana (de línguas) é tão importante? Disponível em: www.revistadehistoria.com.br. Acesso em: 8 jun. 2015. .................................................................................................................................................................................................. .................................................................................................................................................................................................. A importância das pesquisas linguísticas sobre a constituição do português do Brasil fica evidenciada nesse texto, por- que registra a a)importância de aspectos extralinguísticos na formação da língua. b) proximidade entre aspectos da língua portuguesa e de línguas africanas. c) participação dos falares africanos na formação do português brasileiro. d) predominância dos falantes africanos em território brasileiro. e) supremacia do português de Portugal sobre os falares africanos. .................................................................................................................................................................................. Questão 09 Revolução digital cria era do leitor-sujeito Foi-se uma vez um leitor. Com a revolução di- gital, quem lê passa a ter voz no processo de leitura. “Até outro dia, as críticas literárias eram exclusividade de um grupo fechado, assim como em tantas outras áreas. Agora, temos grupos que conversam, trocam, se manifestam em tempo real, recomendam ou desapro- vam, trocam ideias com os autores, participam ativa- mente da construção de obras literárias coletivas. Isso é um jeito novo de pensar a escrita, de construir me- mória e o próprio conhecimento”, analisa uma profes- sora de comunicação da PUC-MG. A secretária Fabiana Araújo, 32, é uma “leitora- sujeito”, como Daniela chama esses novos atores do uni- verso da leitura. Leitora assídua desde o final da adoles- cência, quando foi seduzida pela série Harry Potter, só neste ano já leu mais de 30 títulos. Suas leituras não cos- tumam terminar quando fecha um livro. Fabiana es- creve resenhas de títulos como Estilhaça-me, romance fantástico na linha de Crepúsculo, publicadas em um blog com o qual foi convidada a colaborar. “Escrever so- bre um livro é uma forma de relê-lo. E conversar, pessoal ou virtualmente, com outros leitores também”, de- fende. FANTINI, D. Jornal Pampulha, n. 1138, maio 2012 (adaptado). As sequências textuais “Até outro dia” e “agora” auxi- liam a progressão temática do texto, pois delimitam a) o perfil social dos envolvidos na revolução digital. b) o limite etário dos promotores da revolução digital. c) os períodos pré e pós revolução digital. d) a urgência e a rapidez da revolução digital. e) o alcance territorial da leitura digital. ................................................................................... Questão 10 Qual é a segurança do sangue? Para que o sangue esteja disponível para aqueles que necessitam, os indivíduos saudáveis devem criar o hábito de doar sangue e encorajar amigos e familiares saudáveis a praticarem o mesmo ato. A prática de selecionar criteriosamente os doadores, bem como as rígidas normas aplicadas para testar, transportar, estocar e transfundir o sangue doado fize- ram dele um produto muito mais seguro do que já foi anteriormente. Apenas pessoas saudáveis e que não sejam de risco para adquirir doenças infecciosas transmissíveis pelo sangue, como hepatites B e C, HIV, sífilis e Chagas, po- dem doar sangue. Se você acha que sua saúde ou comportamento pode colocar em risco a vida de quem for receber seu san- gue, ou tem a real intenção de apenas realizar o teste para o vírus HIV, NÃO DOE SANGUE. Cumpre destacar que apesar de o sangue doado ser testado para as doenças transmissíveis conhecidas no momento, existe um período chamado de janela imu- nológica em que um doador contaminado por um de- terminado vírus pode transmitir a doença através do seu sangue. DA SUA HONESTIDADE DEPENDE A VIDA DE QUEM VAI RECEBER SEU SANGUE. Disponível em: www.prosangue.sp.gov.br. Acesso em: 24 abr. 2015 (adaptado). Nessa campanha, as informações apresentadas têm como objetivo principal a) conscientizar o doador de sua corresponsabilidade pela qualidade do sangue. b) garantir a segurança de pessoas de grupos de risco durante a doação de sangue. c) esclarecer o público sobre a segurança do processo de captação do sangue. d) alertar os doadores sobre as dificuldades enfrenta- das na coleta de sangue. e) ampliar o número de doadores para manter o banco de sangue. .................................................................................................................................................................................................. .................................................................................................................................................................................................. Questão 11 Texto I Nesta época do ano, em que comprar compulsiva- mente é a principal preocupação de boa parte da população, é imprescindível refletirmos sobre a im- portância da mídia na propagação de determinados comportamentos que induzem ao consumismo exa- cerbado. No clássico livro O capital, Karl Marx aponta que no capitalismo os bens materiais, ao se- rem fetichizados, passam a assumir qualidades que vão além da mera materialidade. As coisas são per- sonificadas e as pessoas são coisificadas. Em outros termos, um automóvel de luxo, uma mansão em um bairro nobre ou a ostentação de objetos de deter- minadas marcas famosas são alguns dos fatores que conferem maior valorização e visibilidade social a um indivíduo. LADEIRA, F. F. Reflexões sobre o consumismo. Disponível em: http://observatoriodaimprensa.com.br. Acesso em: 18 jan. 2015. Texto II Todos os dias, em algum nível, o consumo atinge nossa vida, modifica nossas relações, gera e rege sentimentos, engendra fantasias, aciona comporta- mentos, faz sofrer, faz gozar. Às vezes constran- gendo-nos em nossas ações no mundo, humilhando e aprisionando, às vezes ampliando nossa imagina- ção e nossa capacidade de desejar, consumimos e somos consumidos. Numa época toda codificada como a nossa, o código da alma (o código do ser) virou código do consumidor! Fascínio pelo con- sumo, fascínio do consumo. Felicidade, luxo, bem- estar, boa forma, lazer, elevação espiritual, saúde, turismo, sexo, família e corpo são hoje reféns da en- grenagem do consumo. BARCELLOS, G. A alma do consumo. Disponível em: www.diplomatique.org.br. Acesso em: 18 jan. 2015. Esses textos propõem uma reflexão crítica sobre o con- sumismo. Ambos partem do ponto de vista de que esse hábito a) desperta o desejo de ascensão social. b) provoca mudanças nos valores sociais. c) advém de necessidades suscitadas pela publicidade. d) deriva da inerente busca por felicidade pelo ser hu- mano. e) resulta de um apelo do mercado em determinadas datas. Questão 12 Dronalismo: notas sobre o uso de drones na produção de conteúdo jornalístico A utilização das aeronaves remotamente pilotadas em coberturas jornalísticas tem sido discutida tanto do ponto de vista dos veículos de comunicação quanto do jornalismo cidadão, uma vez que o público encontra-se em uma posição de produção de conteúdos, podendo muitas vezes contestar o discurso da mídia tradicional. Uma questão que consideramos central no jornalismo drone é: quando utilizar esse recurso? O baixo custo da operação e a possibilidade de se obterem informações de diferentes ângulos é um grande atrativo, ainda mais em uma época em que diversos veículos encontram di- ficuldades em engajar uma audiência dispersa e relu- tante a pagar pelo conteúdo disponível na web. É im- portante ter-se em mente que, apesar das característi- cas extremamente favoráveis ao uso de drones no jor- nalismo, existe uma preocupação bastante séria com a privacidade das pessoas, e a possibilidade de se con- fundir reportagem com invasão e coberturas informa- tivas com vigilância, inquietações reveladas com o sur- gimento das primeiras reportagens que utilizaram o re- curso das aeronaves não tripuladas. PASE, A. F.; GOSS, B. M. Disponível em: www.revistageminis.ufs- car.br. Acesso em: 30 out. 2015 (adaptado). Ao abordar os impactos do uso de drones sobre a pro- dução de informações, o texto destaca o(a) a) impasse ético de sua utilização no jornalismo. b) descentralização da elaboração de conteúdo geradapor eles. c) receio em relação ao seu uso em matérias sensacio- nalistas. d) sua importância para a redução de custos de empre- sas de mídia. e) sua praticidade para a obtenção de imagens em lu- gares de difícil acesso. ................................................................................... TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Como percepção da sociedade moderna, não há nada que se compare a ‘O Capital’, ao ‘Manifesto Comunista’ e aos escritos sobre a luta de classes na França. A po- tência da formulação e da análise até hoje deixa boqui- aberto. Dito isso, os prognósticos de Marx sobre a re- volução operária não se realizaram, o que obriga a uma leitura distanciada. Outros aspectos da teoria, entre- tanto, ficaram de pé, mais atuais do que nunca, tais .................................................................................................................................................................................................. .................................................................................................................................................................................................. como a mercantilização da existência, a crise geral sempre pendente e a exploração do trabalho. Nossa vida intelectual seria bem mais relevante se não fechássemos os olhos para esse lado das coisas. (Roberto Schwarz, “Por que ler Marx”, Folha de S.Paulo, 22.02.2013) ................................................................................... Questão 13 No trecho: “... o que obriga a uma leitura distanciada.”, a expressão em destaque tem o valor semântico de: a) leitura nas entrelinhas, ou seja, do que está suben- tendido. b) leitura que leva em conta o contexto temporal. c) leitura fantasiosa, imaginativa. d) leitura crítica, sem envolvimento emocional. e) leitura interpretativa com uma óptica moderna. ................................................................................... Questão 14 Entrevista com Terezinha Guilhermina Terezinha Guilhermina é uma das atletas mais premia- das da história paraolímpica do Brasil e um dos princi- pais nomes do atletismo mundial. Está no Guinness Book de 2013/2014 como a “cega” mais rápida do mundo. Observatório: Quais os desafios você teve que superar para se consagrar como atleta profissional? Terezinha Guilhermina: Considero a ausência de recur- sos financeiros, nos três primeiros anos da minha car- reira, como meu principal desafio. A falta de um atleta- guia, para me auxiliar nos treinamentos, me obrigava a treinar sozinha e, por não enxergar bem, acabava so- frendo alguns acidentes como trombadas e quedas. Observatório: Como está a preparação para os Jogos Paraolímpicos de 2016? Terezinha Guilhermina: Estou trabalhando intensa- mente, com vistas a chegar lá bem melhor do que es- tive em Londres. E, por isso, posso me dedicar a treinos diários, trabalhos preventivos de lesões e acompanha- mento psicológico e nutricional da melhor qualidade. Revista do Observatório Brasil de igualdade de Gênero, n. 6, dez. 2014 (adaptado). O texto permite relacionar uma prática corporal com uma visão ampliada de saúde. O fator que possibilita identificar essa perspectiva é o(a) a) aspecto nutricional. b) condição financeira. c) prevenção de lesões. d) treinamento esportivo. e) acompanhamento psicológico. ................................................................................... Questão 15 Essa história em quadrinhos aborda a padronização da imagem corporal na contemporaneidade. O fator que pode ser identificado como influenciador do compor- tamento obsessivo retratado nos quadrinhos é o a) entendimento da aparência corporal relacionada à saúde. b) controle feminino sobre o ideal social de estética corporal. c) desejo pelo modelo de corpo ideal construído social- mente. d) questionamento crítico dos valores ligados ao su- cesso social. e) posicionamento reflexivo da mulher frente às impo- sições estéticas. .................................................................................................................................................................................................. .................................................................................................................................................................................................. Questão 16 Na sociologia e na literatura, o brasileiro foi por vezes tratado como cordial e hospitaleiro, mas não é isso o que acontece nas redes sociais: a democracia racial apregoada por Gilberto Freyre passa ao largo do que acontece diariamente nas comunidades virtuais do país. Levantamento inédito realizado pelo projeto Co- munica que Muda [...] mostra em números a intolerân- cia do internauta tupiniquim. Entre abril e junho, um algoritmo vasculhou plataformas [...] atrás de mensa- gens e textos sobre temas sensíveis, como racismo, po- sicionamento político e homofobia. Foram identifica- das 393.284 menções, sendo 84% delas com aborda- gem negativa, de exposição do preconceito e da discri- minação. Disponível em: https://oglobo.globo.com. Acesso em: 6 dez. 2017 (adaptado). Ao abordar a postura do internauta brasileiro mapeada por meio de uma pesquisa em plataformas virtuais, o texto a) minimiza o alcance da comunicação digital. b) refuta ideias preconcebidas sobre o brasileiro. c) relativiza responsabilidades sobre a no חדo de res- peito. d) exemplifica conceitos contidos na literatura e na so- ciologia. e) expõe a ineficácia dos estudos para alterar tal com- portamento. ................................................................................... Questão 17 As cores Maria Alice abandonou o livro onde seus dedos longos liam uma história de amor. Em seu pequeno mundo de volumes, de cheiros, de sons, todas aquelas palavras eram a perpétua renovação dos mistérios em cujo seio sua imaginação se perdia. [...] Como seria cor e o que seria? [...]. Era, com certeza, a nota marcante de todas as coisas para aqueles cujos olhos viam, aque- les olhos que tantas vezes palpara com inveja calada e que se fechavam, quando os tocava, sensíveis como pássaros assustados, palpitantes de vida, sob seus de- dos trêmulos, que diziam ser claros. Que seria o claro, afinal? Algo que aprendera, de há muito, ser igual ao branco. [...] E agora Maria Alice voltava outra vez ao Insti- tuto. E ao grande amigo que lá conhecera. [...]. Lem- brava-se da ternura daquela voz, da beleza daquela voz. De como se adivinhavam entre dezenas de outros e suas mãos se encontravam. De como as palavras de amor tinham irrompido e suas bocas se encontrado... De como um dia seus pais haviam surgido inesperada- mente no Instituto e a haviam levado à sala do diretor e se haviam queixado da falta de vigilância e morali- dade no estabelecimento. E de como, no momento em que a retiravam e quando ela disse que pretendia se despedir de um amigo pelo qual tinha grande afeição e com quem se queria casar, o pai exclamara, horrori- zado: – Você não tem juízo, criatura? Casar-se com um mulato? Nunca! Mulato era cor. Estava longe aquele dia. Estava longe o Instituto, ao qual não saberia voltar, do qual nunca mais tivera notícia, e do qual somente restara o privilégio de caminhar sozinha pelo reino dos livros, tão parecido com a vida dos outros, tão cheio de cores.. . LESSA, O. Seleta de Orígenes Lessa. Rio de Janeiro: José Olympio, 1973. No texto, a condição da personagem e os desdobra- mentos da narrativa conduzem o leitor a compreender o(a) a) percepção das cores como metáfora da discrimina- ção racial. b) privação da visão como elemento definidor das rela- ções humanas. c) contraste entre as representações do amor de dife- rentes gerações. d) prevalência das diferenças sociais sobre a liberdadedas relações afetivas. e) embate entre a ingenuidade juvenil e a manutenção de tradições familiares. ................................................................................... Questão 18 Filha do compositor Paulo Leminski lança disco com suas canções “Leminskanções” dá novos arranjos a 24 composições do poeta Frequentemente, a cantora e compositora Estrela Ruiz é questionada sobre a influência da poesia de seu pai, Paulo Leminski, na música que ela produz. “A minha in- fância foi música, música, música”, responde veemen- temente, lembrando que, antes de poeta, Leminski era compositor. Estrela frisa a faceta musical do pai em Leminskanções. Duplo, o álbum soma Essa noite vai ter sol, com 13 .................................................................................................................................................................................................. .................................................................................................................................................................................................. composições assinadas apenas por Leminski, e Se nem for terra, se transformar, que tem 11 parcerias com no- mes como sua mulher, Alice Ruiz, com quem compôs uma única faixa, Itamar Assumpção e Moraes Moreira. BOMFIM, M. Disponível em: http://cultura.estadao.com.br. Acesso em: 22 ago. 2014 (adaptado). Os gêneros textuais são caracterizados por meio de seus recursos expressivos e suas intenções comunicati- vas. Esse texto enquadra-se no gênero a) biografia, por fazer referência à vida da artista. b) relato, por trazer o depoimento da filha do artista. c) notícia, por informar ao leitor sobre o lançamento do disco. d) resenha, por apresentar as características do disco. e) reportagem, por abordar peculiaridades sobre a vida da artista. ................................................................................... Questão 19 Leia o trecho: A figura de Vitorino era toda de indignação, de um desespero terrível. - Cambada de cachorros. Eu sou Vitorino Car- neiro da Cunha, homem branco, de respeito. Falava só, gesticulava como se mantivesse um diálogo com um inimigo. Sacudia a tabica com uma fú- ria de louco. - E o diabo desta besta que não anda! E castigava a égua com impiedade. Pela estrada silenciosa o pisar mole da montaria espantava as lagar- tixas. O capitão Vitorino Carneiro da Cunha atravessava as terras do coronel Lula de Holanda, do Santa Fé. Ali era a grande aroeira que dava mal-assombrado. Ele não acreditava. Ele não tinha medo de coisa viva, de coisa morta. ("Fogo Morto", José Lins do Rego) tabica: chibata feita com haste de mesmo nome. aroeira: tipo de árvore Em "Fogo Morto", destaca-se a figura do Capitão Vito- rino, tido pela crítica literária como uma personagem quixotesca, já que, à semelhança de D. Quixote, de Cer- vantes, é uma figura que possui um idealismo solitário convertido em ações intempestivas que beiram a lou- cura. Guardadas as devidas diferenças, pode-se estabelecer um paralelo entre Capitão Vitorino e uma outra personagem considerada "herói quixotesco", que é: a) Leonardinho, por encarnar um amoralismo relacio- nado com a necessidade de sobrevivência, fome e toda sorte de sujeições que oprimem as camadas populares; b) Jeca Tatu, por ser a imagem do caipira, apático e pre- guiçoso, que passa a vida vegetando segundo a lei do menor esforço; c) Macunaíma, o herói sem nenhum caráter, por repre- sentar o inconsciente coletivo brasileiro; d) Policarpo Quaresma, por simbolizar o ridículo e o pa- tético de um nacionalismo fanatizante e anacrônico, desejando dentre outras o tupi como língua oficial no Brasil; e) Fabiano, por ser um vaqueiro bruto e ignorante, que se expressava através de onomatopeias. ................................................................................... Questão 20 Colcha de retalhos representa a essência do mural e convida o público a a) apreciar a estética do cotidiano. b) interagir com os elementos da composição. c) refletir sobre elementos do inconsciente do artista. d) reconhecer a estética clássica das formas. e) contemplar a obra por meio da movimentação física. ................................................................................... .................................................................................................................................................................................................. .................................................................................................................................................................................................. Questão 21 Assinale a correta. De acordo com a charge: a) a primeira fala faz referências à restituição do Im- posto de Renda, restituição essa frequentemente distorcida e sempre aquém do esperado pelo contri- buinte. b) a graça recai sobre a discrepância entre os altos im- postos auferidos pelo governo e os poucos ou defi- cientes serviços prestados por este à população. c) a resposta do interlocutor é irônica, pois supõe um governo capitalista a se apropriar, por meio de im- postos, do fruto do trabalho da população. d) a pergunta da locutora é retórica, pois passou a ser lugar comum criticar as enormes arrecadações, via impostos, e os sempre insuficientes benefícios soci- ais para a população. e) a graça se concentra numa inusitada interpretação político-ideológica da incompetência administrativa do governo quanto ao uso do dinheiro público. ................................................................................... TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: “O homem não pode abster-se da filosofia”, diz Jaspers com razão. “Ela está presente em todo lugar e sempre. A única questão que se apresenta é saber se ela é cons- ciente ou não, boa ou má, confusa ou clara”. Na ver- dade, a pesquisa da verdade científica, que só interessa aliás a uma minoria, não exaure¹ em nada a natureza do homem, mesmo nessa minoria. Resta que o homem vive, toma partido, crê em multiplicidade de valores, hierarquiza-os e dá assim um sentido à sua existência por opções que ultrapassam sem cessar as fronteiras do seu conhecimento efetivo. No homem que pensa, essa coordenação pode ser raciocinada, no sentido de que, para fazer a síntese entre aquilo em que acredita e que sabe, só pode utilizar uma reflexão, seja prolon- gando seu saber ou opondo-se a ele em um esforço crí- tico para determinar suas fronteiras atuais e legitimar a colocação dos valores que o ultrapassam. Essa síntese raciocinada entre as crenças, quaisquer que sejam, e as condições do saber, é o que nós chamamos de uma “sa- bedoria” e tal nos parece o objeto da filosofia. (Piaget, Jean. Sabedoria e Ilusões da Filosofia. Tradução de Zilda Abujamra Daeir. S.Paulo. Difusão Europeia do Livro) ¹exaurir = esgotar ................................................................................... Questão 22 De acordo com o texto: a) A minoria que está interessada na verdade científica não se ocupa com o sentido da vida. b) A busca da verdade filosófica esgota a natureza de uma minoria da humanidade. c) O homem que vive, que toma partido, que crê em multiplicidade de valores, não dispõe de tempo para a filosofia. d) A reflexão amplia o saber, questiona o próprio saber e justifica o que está fora do alcance do saber. e) A crença nos valores e sua organização fazem parte da natureza humana para alcançar a verdade cientí- fica. ................................................................................... Questão 23 Receita Tome-se um poeta não cansado, Uma nuvem de sonho e uma flor, Três gotas de tristeza, um tom dourado, Uma veia sangrando de pavor. Quando a massa já ferve e se retorceDeita-se a luz dum corpo de mulher, Duma pitada de morte se reforce, Que um amor de poeta assim requer. SARAMAGO, J. Os poemas possíveis. Alfragide: Caminho, 1997. .................................................................................................................................................................................................. .................................................................................................................................................................................................. Os gêneros textuais caracterizam-se por serem relati- vamente estáveis e podem reconfigurar-se em função do propósito comunicativo. Esse texto constitui uma mescla de gêneros, pois a) introduz procedimentos prescritivos na composição do poema. b) explicita as etapas essenciais à preparação de uma receita. c) explora elementos temáticos presentes em uma re- ceita. d) apresenta organização estrutural típica de um po- ema. e) utiliza linguagem figurada na construção do poema. ................................................................................... TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Utilize o texto abaixo para responder à questão. Governados pelo medo A sensação de insegurança rege mercados e relações sociais. E ninguém parece ter controle sobre os perigos invisíveis que nos ameaçam por FLAVIA TAVARES “Que computador foi danificado pelo sinistro ‘bug do milênio’? Quantas pessoas você conhece que foram vítimas dos ácaros de tapete? Quantos amigos seus morreram da doença da vaca louca? Quantos co- nhecidos ficaram doentes ou inválidos por causa de ali- mentos geneticamente modificados?” Esta sequência de perguntas está no (...) livro do sociólogo polonês Zygmunt Bauman, Medo Líquido (…). A elas, ele não dá uma resposta, cumprindo apenas seu papel de provo- cador. Mas nem precisaria. Esse questionamento faz parte do que ele chama de “a era dos temores”. Foi esse temor, inclusive, o motor do abalo que atingiu as bolsas de valores do mundo inteiro esta se- mana. O medo de uma crise econômica se transformou na crise em si. E, enquanto o governo dos Estados Uni- dos não deu sinais de que tinha condições de amenizar o estrago, baixando os juros e lançando pacotes, o pâ- nico se manteve. Para Bauman, este é um dos sinais de que estamos subjugados pelo medo: todas as situações que nos ameaçam parecem orientadas por poderes que nos fogem ao controle. (…) Grande amarrador de ideias que vagam no ar, ele desenvolveu o conceito de uma sociedade “lí- quida”, partindo do princípio de que as certezas e a previsibilidade do futuro estão diluídas e, porque polí- ticos e empresas tendem a lucrar com isso, não há perspectiva de que esse clima de insegurança seja sanado. “Pelo contrário, os governos e os mercados têm interesse em manter esses medos intactos e, se possível, aumentá-los.” (…) (O Estado de S. Paulo, 27/01/2008) ................................................................................... Questão 24 As perguntas iniciais do fragmento são um recurso ar- gumentativo para mostrar que a) a sociedade moderna está conseguindo aumentar a sensação de segurança da população. b) os meios de comunicação fizeram com que a popu- lação percebesse como o mundo atual é perigoso. c) existe um clima de insegurança cada vez mais gene- ralizado, embora muitos temores sejam infundados. d) os mercados financeiros lucram com esses temores, enquanto governos perdem dinheiro com isso. e) não existem respostas prontas para esses questiona- mentos, que tendem a acabar no mundo contempo- râneo. ................................................................................... Questão 25 Soneto VII Onde estou? Este sítio desconheço: Quem fez tão diferente aquele prado? Tudo outra natureza tem tomado; E em contemplá-lo tímido esmoreço. Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço De estar a ela um dia reclinado: Ali em vale um monte está mudado: Quanto pode dos anos o progresso! Árvores aqui vi tão florescentes, Que faziam perpétua a primavera: Nem troncos vejo agora decadentes. Eu me engano: a região esta não era; Mas que venho a estranhar, se estão presentes Meus males, com que tudo degenera! COSTA, C. M. Poemas. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 7 jul. 2012. .................................................................................................................................................................................................. .................................................................................................................................................................................................. No soneto de Cláudio Manuel da Costa, a contempla- ção da paisagem permite ao eu lírico uma reflexão em que transparece uma a) angústia provocada pela sensação de solidão. b) resignação diante das mudanças do meio ambiente. c) dúvida existencial em face do espaço desconhecido. d) intenção de recriar o passado por meio da paisagem. e) empatia entre os sofrimentos do eu e a agonia da terra. ................................................................................... Questão 26 A utilização de determinadas variedades linguísticas em campanhas educativas tem a função de atingir o público-alvo de forma mais direta e eficaz. No caso desse texto, identifica-se essa estratégia pelo(a) a) discurso formal da língua portuguesa. b) registro padrão próprio da língua escrita. c) seleção lexical restrita à esfera da medicina. d) fidelidade ao jargão da linguagem publicitária. e) uso de marcas linguísticas típicas da oralidade. ................................................................................... Questão 27 As montanhas correm agora, lá fora, umas atrás das outras, hostis e espectrais, desertas de vontades novas que as humanizem, esquecidas já dos antigos homens lendários que as povoaram e dominaram. Carregam nos seus dorsos poderosos as pequenas ci- dades decadentes, como uma doença aviltante e tenaz, que se aninhou para sempre em suas dobras. Não po- dendo matá-las de todo ou arrancá-las de si e vencer, elas resignam-se e as ocultam com sua vegetação es- cura e densa, que lhes serve de coberta, e resguardam o seu sonho imperial de ferro e ouro. PENNA, C. Fronteira. Rio de Janeiro: Artium, 2001. As soluções de linguagem encontradas pelo narrador projetam uma perspectiva lírica da paisagem contem- plada. Essa projeção alinha-se ao poético na medida em que a) explora a identidade entre o homem e a natureza. b) reveste o inanimado de vitalidade e ressentimento. c) congela no tempo a prosperidade de antigas cidades. d) destaca a estética das formas e das cores da paisa- gem. e) captura o sentido da ruína causada pela extração mi- neral. ................................................................................... Questão 28 Síntese entre erudito e popular Na região mineira, a separação entre cultura popular (as artes mecânicas) e erudita (as artes liberais) é mar- cada pela elite colonial, que tem como exemplo os va- lores europeus, e o grupo popular, formado pela fusão de várias culturas: portugueses aventureiros ou degre- dados, negros e índios. Aleijadinho, unindo as sofistica- ções da arte erudita ao entendimento do artífice popu- lar, consegue fazer essa síntese característica deste momento único na história da arte brasileira: o barroco colonial. MAJORA, C. BrHistória, n. 3, mar. 2007 (adaptado). No século XVII, a arte brasileira, mais especificamente a de Minas Gerais, apresentava a valorização da técnica e um estilo próprio, incluindo a escolha dos materiais. Artistas como Aleijadinho e Mestre Ataíde têm suas obras caracterizadas por pecularidades que são identi- ficadas por meio a) do emprego de materiaisoriundos da Europa e da interpretação realista dos objetos representados. b) do uso de recursos materiais disponíveis no local e da interpretação formal com características pró- prias. c) da utilização de recursos materiais vindos da Europa e da homogeneização e linearidade representacional. .................................................................................................................................................................................................. .................................................................................................................................................................................................. d) da observação e da cópia detalhada do objeto repre- sentado e do emprego de materiais disponíveis na região. e) da utilização de materiais disponíveis no Brasil e da interpretação idealizada e linear dos objetos repre- sentados. ................................................................................... Questão 29 Romanos usavam redes sociais há dois mil anos, diz livro Ao tuitar ou comentar em baixo do post de um de seus vários amigos no Facebook, você provavelmente se sente privilegiado por viver em um tempo na história em que é possível alcançar de forma imediata uma vasta rede de contatos por meio de um simples clique no bo- tão “enviar”. Você talvez também reflita sobre como as gerações passadas puderam viver sem mídias sociais, desprovidas da capacidade de verem e serem vistas, de receber, gerar e interagir com uma imensa carga de in- formações. Mas o que você talvez não saiba é que os se- res humanos usam ferramentas de interação social há mais de dois mil anos. É o que afirma Tom Standage, au- tor do livro Writing on the Wall – Social Media, The first 2.000 Years (Escrevendo no mural – mídias sociais, os primeiros 2 mil anos, em tradução livre). Segundo Standage, Marco Túlio Cícero, filósofo e polí- tico romano, teria sido, junto com outros membros da elite romana, precursor do uso de redes sociais. O au- tor relata como Cícero usava um escravo, que posteri- ormente tornou-se seu escriba, para redigir mensagens em rolos de papiro que eram enviados a uma espécie de rede de contatos. Estas pessoas, por sua vez, copia- vam seu texto, acrescentavam seus próprios comentá- rios e repassavam adiante. “Hoje temos computadores e banda larga, mas os romanos tinham escravos e es- cribas que transmitiam suas mensagens”, disse Stand age à BBC Brasil. “Membros da elite romana escreviam entre si constantemente, comentando sobre as últimas movimentações políticas e expressando opiniões”. Além do papiro, outra plataforma comumente utilizada pelos romanos era uma tábua de cera do tamanho e da forma de um tablet moderno, em que escreviam reca- dos, perguntas ou transmitiam os principais pontos da acta diurna, um “jornal” exposto diariamente no Fó- rum de Roma. Essa tábua, o “iPad da Roma Antiga”, era levada por um mensageiro até o destinatário, que res- pondia embaixo da mensagem. NIDECKER, F. Disponível em: www.bbc.co.uk. Acesso em: 7 nov. 2013 (adaptado}. Na reportagem, há uma comparação entre tecnologias de comunicação antigas e atuais. Quanto ao gênero mensagem, identifica-se como característica que per- dura ao longo dos tempos o(a) a) imediatismo das respostas. b) compartilhamento de informações. c) interferência direta de outros no texto original. d) recorrência de seu uso entre membros da elite. e) perfil social dos envolvidos na troca comunicativa. ................................................................................... Questão 30 Paralimpíadas é a mãe Certamente eu descobriria no Google, mas me deu preguiça de pesquisar e, além disso, não tem impor- tância saber quem inventou essa palavra grotesca, que agora a gente ouve nos noticiários de televisão e lê nos jornais. O surpreendente não é a invenção, pois sempre houve besteiras desse tipo, bastando lembrar os que se empenharam em não jogarmos fu- tebol, mas ludopédio ou podobálio. O impressionante é a quase universalidade da adoção dessa palavra (ainda não vi se ela colou em Portugal, mas tenho dúvidas; os portugueses são bem mais ciosos de nossa língua do que nós), cujo uso parece ter sido ob- jeto de um decreto imperial e faz pensar em por que não classificamos isso imediatamente como uma aberração deseducadora, desnecessária e inaceitá- vel, além de subserviente a ditames saídos não se sabe de que cabeça desmiolada ou que interesse obs- curo. Imagino que temos autonomia para isso e, se não temos, deveríamos ter, pois jornal, telejornal e radiojornal implicam deveres sérios em relação à lín- gua. Sua escrita e sua fala são imitadas e tidas como padrão e essa responsabilidade não pode ser enca- rada de forma leviana. Que cretinice é essa? Que quer dizer essa palavra, cuja formação não tem nada a ver com nossa língua? Faz muitos e muitos anos, o então ministro do Traba- lho, Antônio Magri, usou a palavra "imexível" e foi gozado a torto e a direito, até porque ele não era bem um intelectual e era visto como um alvo fácil. Mas, no neologismo que talvez tenha criado, aplicou perfeitamente as regras de derivação da língua e o vocábulo resultante não está nada "errado", tanto assim que hoje é encontrado em dicionários e tem uso corrente. Já o vi empregado muitas vezes, sem alusão ao ex-ministro. Infutucável, inesculhambável e impaquerável, por exemplo, são palavras que não .................................................................................................................................................................................................. .................................................................................................................................................................................................. se acham no dicionário, mas qualquer falante da lín- gua as entende, pois estão dentro do espírito da lín- gua, exprimem bem o que se pretende com seu uso e constituem derivações perfeitamente legítimas. Por que será que aceitamos sem discutir uma excres- cência como "paralimpíada"? (João Ubaldo Ribeiro, O Estado de S. Paulo, 23/09/2012) O que motivou a indignação do autor com a palavra “paralimpíadas” foi o(a): a) imposição da palavra, formada por um mecanismo que dispensa elementos conhecidos da língua. b) aceitação irrestrita do termo por parte da mídia, es- pecialmente pela televisão. c) fato de que, ao contrário do neologismo “imexível”, a palavra não foi incorporada aos dicionários. d) tentativa de resgatar palavras arcaicas tal como se fossem decretos imperiais. e) recusa à adoção do neologismo pelos portugueses, cuja atitude revela-se conservadora. ................................................................................... Questão 31 Feminismo pra quê? Mas será que você sabe o que é feminismo? É assustadora a quantidade de gente que não sabe o que é feminismo. Ninguém tem a obrigação de saber, é claro, mas a partir do momento em que você decide opinar sobre um assunto, é de bom tom saber do que se trata. As pessoas são “contra” o feminismo sem se- quer saber o que significa. Feminismo não prega ódio, feminismo não prega a dominação das mulheres so- bre os homens. Feminismo clama por igualdade, pelo fim da dominação de um gênero sobre outro. Femi- nismo não é o contrário de machismo. Machismo é um sistema de dominação. Feminismo é uma luta por direitos iguais. Feminismo não tem nada a ver com deixar de usar batom, salto ou cercear sua liberdade sexual. Ninguém vai confiscar sua carteirinha de femi- nista se você usar rímel. Mas te abre para a possibili- dade de só usar maquiagem quando quiser, não por- que tem que obrigatoriamente estar impecável e linda todos os dias a enfeitar o mundo. Feminismo não tem nada a ver com não ter filhos, e sim com a escolha de como e quando esses filhos virão,e se vi- rão. Feminismo não tem nada a ver com não ser femi- nina. E nem com ser. Feminismo tem a ver com liber- dade, com eu, você, elas e eles podermos todos viver e ser, sem ninguém dando pitaco em como devemos nos portar, como devemos nos vestir, o que devemos dizer, o que devemos fazer com nossos corpos. Outra coisa importante: nem todas as feministas estão de acordo a respeito de todos os tópicos. Cada um cons- trói seu feminismo. O feminismo não é um livro de re- gras, mas uma discussão, uma conversa, um processo. Chega de reproduzir conceitos sem sequer parar para pensar neles. AVERBUCK, C. Carta Capital, 28 set. 2015 (adaptado). No texto, entre as estratégias argumentativas empre- gadas para a defesa de um ponto de vista, a autora re- corre à a) definição de feminismo pelo que ele não é para con- frontar discursos antifeministas. b) contradição na caracterização do feminismo para contemplar visões antagônicas. c) menção a situações cotidianas das mulheres para re- presentar o universo feminino. d) formulação de perguntas para as quais o leitor terá de encontrar respostas no texto. e) explicitação de diferentes opiniões para chegar a um consenso sobre o feminismo. ................................................................................... Questão 32 TEXTO I TEXTO II Speto Paulo César Silva, mais conhecido como Speto, é um grafiteiro paulista envolvido com o skate e a música. O fortalecimento de sua arte ocorreu, em 1999, pela oportunidade de ver de perto as referências que trazia há tempos, ao passar por diversas cidades do Norte do Brasil em uma turnê com a banda O Rappa. Revista Zupi, n. 19, 2010. .................................................................................................................................................................................................. .................................................................................................................................................................................................. O grafite do artista paulista Speto, exposto no Museu Afro Brasil, revela elementos da cultura brasileira reco- nhecidos a) na influência da expressão abstrata. b) na representação de lendas nacionais. c) na inspiração das composições musicais. d) nos traços marcados pela xilogravura nordestina. e) nos usos característicos de grafismos dos skates. ................................................................................... Questão 33 Fraudador é preso por emitir atestados com erro de português Mais um erro de português leva um criminoso às mãos da polícia. Desde 2003, M.O.P., de 37 anos, ad- ministrava a empresa MM, que falsificava boletins de ocorrência, carteiras profissionais e atestados de óbito, tudo para anular multas de trânsito. Amparado pela documentação fajuta de M.O.P., um motorista poderia alegar às Juntas Administrativas de Recursos de Infra- ções que ultrapassou o limite de velocidade para levar uma parente que passou mal e morreu a caminho do hospital. O esquema funcionou até setembro, quando M.O.P. foi indiciado. Atropelara a gramática. Havia emitido, por exemplo, um atestado de abril do ano pas- sado em que estava escrito aneurisma “celebral” (com l no lugar de r) e “insulficiência” múltipla de órgãos (com um l desnecessário em “insuficiência” – além do fato de a expressão médica adequada ser “falência múltipla de órgãos”). M.O.P. foi indiciado pela 2ª Delegacia de Divi- são de Crimes de Trânsito. Na casa do acusado, em São Miguel Paulista, zona leste de São Paulo, a polícia en- controu um computador com modelos de documentos. Língua Portuguesa, n. 12, set. 2006 (adaptado). O texto apresentado trata da prisão de um fraudador que emitia documentos com erros de escrita. Tendo em vista o assunto, a organização, bem como os recur- sos linguísticos, depreende-se que esse texto é um(a) a) conto, porque discute problemas existenciais e soci- ais de um fraudador. b) notícia, porque relata fatos que resultaram no indi- ciamento de um fraudador. c) crônica, porque narra o imprevisto que levou a polí- cia a prender um fraudador. d) editorial, porque opina sobre aspectos linguísticos dos documentos redigidos por um fraudador. e) piada, porque narra o fato engraçado de um frauda- dor descoberto pela polícia por causa de erros de grafia. ................................................................................... Questão 34 – Não digo que seja uma mulher perdida, mas recebeu uma educação muito livre, saracoteia sozinha por toda a cidade e não tem podido, por conseguinte, escapar à implacável maledicência dos fluminenses. Demais, está habituada ao luxo, ao luxo da rua, que é o mais caro; em casa arranjam-se ela e a tia sabe Deus como. Não é mulher com quem a gente se case. Depois, lembra-te que apenas começas e não tens ainda onde cair morto. Enfim, és um homem: faze o que bem te parecer. Essas palavras, proferidas com uma franqueza por tan- tos motivos autorizada, calaram no ânimo do bacharel. Intimamente ele estimava que o velho amigo de seu pai o dissuadisse de requestar a moça, não pelas conse- quências morais do casamento, mas pela obrigação, que este lhe impunha, de satisfazer uma dívida de vinte contos de réis, quando, apesar de todos os seus esfor- ços, não conseguira até então pôr de parte nem o terço daquela quantia. AZEVEDO, A. A dívida. Disponível em: www.dominiopu- blico.gov.br. Acesso em: 20 ago. 2017. O texto, publicado no fim do século XIX, traz à tona re- presentações sociais da sociedade brasileira da época. Em consonância com a estética realista, traços da visão crítica do narrador manifestam-se na a) caracterização pejorativa do comportamento da mu- lher solteira. b) concepção irônica acerca dos valores morais ineren- tes à vida conjugal. c) contraposição entre a idealização do amor e as im- posições do trabalho. d) expressão caricatural do casamento pelo viés do sentimentalismo burguês. e) sobreposição da preocupação financeira em relação ao sentimento amoroso. ................................................................................... .................................................................................................................................................................................................. .................................................................................................................................................................................................. Questão 35 A ironia da charge acima reside, sobretudo, no fato de: a) não haver uma eficiente comunicação e/ ou diálogo entre governantes e população quando se trata de uma crise política. b) haver um discurso ideológico distorcido por parte do governo ao tratar de um problema social. c) os problemas da sociedade serem resolvidos apenas no plano linguístico, evidenciando o caráter falaci- oso do discurso. d) os governantes invariavelmente atacarem de modo equivocado e com medidas ineficazes os problemas da população. e) os administradores governamentais se mostrarem completamente incompetentes ante um problema político. ................................................................................... Questão 36 A exploração dos contrastes entre o claro e o escuro é própria da arte barroca, como é o caso da obra Judite e Holoferne. O tratamento de luminosidade empregado por Caravaggio nessa obra a) cria uma atmosfera de sonho e imaginação, por dei- xar algumas regiões do quadro na obscuridade. b) oculta os corpos na penumbra, eliminando do qua- dro qualquer traço de sensualidade. c) produz um envolvimento místico e distanciado da experiência cotidiana. d) enfatiza o drama e o conflito, conjugando realismo e artificialidade. e) recortaas figuras contra o fundo escuro, negando a profundidade. ................................................................................... Questão 37 Texto I Texto II Tenho um rosto lacerado por rugas secas e profundas, sulcos na pele. Não é um rosto desfeito, como acontece com pessoas de traços delicados, o contorno é o mesmo mas a matéria foi destruída. Tenho um rosto destruído. DURAS, M. O amante. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1985. Na imagem e no texto do romance de Marguerite Du- ras, os dois autorretratos apontam para o modo de re- presentação da subjetividade moderna. Na pintura e na literatura modernas, o rosto humano deforma-se, destrói-se ou fragmenta-se em razão a) da adesão à estética do grotesco, herdada do roman- tismo europeu, que trouxe novas possibilidades de representação. b) das catástrofes que assolaram o século XX e da des- coberta de uma realidade psíquica pela psicanálise. .................................................................................................................................................................................................. .................................................................................................................................................................................................. c) da opção em demonstrarem oposição aos limites es- téticos da revolução permanente trazida pela arte moderna. d) do posicionamento do artista do século XX contra a negação do passado, que se torna prática dominante na sociedade burguesa. e) da intenção de garantir uma forma de criar obras de arte independentes da matéria presente em sua his- tória pessoal. ................................................................................... Questão 38 10 anos de “hashtag”: a ferramenta que mobiliza a internet A “hashtag”, ícone das redes sociais, celebrou em 2017 seus primeiros 10 anos de uso no acompanha- mento dos grandes eventos mundiais com um efeito de mobilização e expressão de emoção e humor. A palavra-chave precedida pelo símbolo do jogo da velha foi popularizada pelo Twitter antes de ser in- corporada por outras redes sociais. A invenção foi de Chris Messina, designer americano especialista em re- des sociais. Em 23 de agosto de 2007, o usuário intensivo do Twitter propôs em um tuíte usar o jogo da velha para reagrupar mensagens sobre um mesmo assunto. Ele lan- çou, então, a primeira “hashtag” #barcamp sobre ofici- nas participativas dedicadas à inovação na web. O compartilhamento das palavras-chaves – que já são citadas 125 milhões de vezes por dia no mundo – já serviu de trampolim para mobilizações em massa. Alguns slogans que tiveram grande efeito mobili- zador foram o #BlackLivesMatter (Vidas negras impor- tam), após a morte de vários cidadãos americanos negros pela polícia, e #OccupyWallStreet (Ocupem Wall Street), referente ao movimento que acampou no coração de Manhattan para denunciar os abusos do capitalismo. AFP. Disponível em: http://exame.abril.com.br. Acesso em: 24 ago. 2017 (adaptado). Ao descrever a história e os exemplos de utilização da hashtag, o texto evidencia que a) a incorporação desse recurso expressivo pela socie- dade impossibilita a manutenção de seu uso original. b) a incorporação desse recurso expressivo pela socie- dade o flexibilizou e o potencializou. c) a incorporação pela sociedade caracterizou esse re- curso expressivo de forma definitiva. d) esse recurso expressivo se tornou o principal meio de mobilização social pela internet. e) esse recurso expressivo precisou de uma década para ganhar notabilidade social. Questão 39 Naquela manhã de céu limpo e ar leve, devido à chuva torrencial da noite anterior, sai a caminhar com o sol ainda escondido para tomar tenência dos primeiros movimentos da vida na roça. Num demorou nem um tiquinho e o cheiro intenso do café passado por Dona Linda me invadiu as narinas e fez a fome se acordar da- quela rema letárgica derivada da longa noite de sono. Levei as mãos até a água que corria pela bica feita de bambu e o contato gelado foi de arrepiar. Mas fui em frente e levei as mãos em concha até o rosto. Com o impacto, recuei e me faltou o fôlego por alguns instan- tes, mas o despertar foi imediato. Já aceso, entrei na cozinha na buscação de derrubar a fome e me acercar do aconchego do calor do fogão à lenha. Foi quando dei reparo da figura esguia e discreta de uma senhora acompanhada de um garoto aparentando uns cinco anos de idade já aboletada na ponta da mesa em pro- seio íntimo com a dona da casa. Depois de um vigoroso “Bom dia!”, de um vaporoso aperto de mãos nas apre- sentações de praxe, fiquei sabendo que Dona Flor de Maio levava o filho Adão para tratamento das feridas que pipocavam por seu corpo, provocando pequenas pústulas de bordas avermelhadas. GUIÃO, M. Disponível em: www.revistaecologico.com.br. Acesso em: 10 mar. 2014 (adaptado). A variedade linguística da narrativa é adequada à des- crição dos fatos. Por isso, a escolha de determinadas palavras e expressões usadas no texto está a serviço da a) localização dos eventos de fala no tempo ficcional. b) composição da verossimilhança do ambiente retra- tado. c) restrição do papel do narrador à observação das ce- nas relatadas. d) construção mística das personagens femininas pelo autor do texto. e) caracterização das preferências linguísticas da per- sonagem masculina. ................................................................................... Questão 40 Somente uns tufos secos de capim empedrados cres- cem na silenciosa baixada que se perde de vista. So- mente uma árvore, grande e esgalhada mas com pou- quíssimas folhas, abre-se em farrapos de sombra. Único ser nas cercanias, a mulher é magra, ossuda, seu rosto está lanhado de vento. Não se vê o cabelo, co- berto por um pano desidratado. Mas seus olhos, a boca, a pele – tudo é de uma aridez sufocante. Ela está de pé. A seu lado está uma pedra. O sol explode. .................................................................................................................................................................................................. .................................................................................................................................................................................................. Ela estava de pé no fim do mundo. Como se andasse para aquela baixada largando para trás suas noções de si mesma. Não tem retratos na memória. Desapossada e despojada, não se abate em autoacusações e remor- sos. Vive. Sua sombra somente é que lhe faz companhia. Sua som- bra, que se derrama em traços grossos na areia, é que adoça como um gesto a claridade esquelética. A mulher esvaziada emudece, se dessangra, se cristaliza, se mine- raliza. Já é quase de pedra como a pedra a seu lado. Mas os traços de sua sombra caminham e, tornando-se mais longos e finos, esticam-se para os farrapos de sombra da ossatura da árvore, com os quais se enlaçam. FRÓES, L. Vertigens: obra reunida. Rio de Janeiro: Rocco. 1998. Na apresentação da paisagem e da personagem, o nar- rador estabelece uma correlação de sentidos em que esses elementos se entrelaçam. Nesse processo, a con- dição humana configura-se a) amalgamada pelo processo comum de desertifica- ção e de solidão. b) fortalecida pela adversidade extensiva à terra e aos seres vivos. c) redimensionada pela intensidade da luz e da exube- rância local. d) imersa num drama existencial de identidade e de origem. e) imobilizada pela escassez e pela opressão do ambi- ente. ................................................................................... Questão 41 O humor e a língua Há algum tempo, venho estudando as piadas, com ên- fase em sua constituição linguística. Por isso, embora a afirmação a seguir possa
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