Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Narrativas midiáticas Aula 3: Classi�cação dos gêneros narrativos Apresentação Em nossa segunda aula, identi�camos as características que fazem com que um texto seja considerado uma narrativa. Além disso, descrevemos os elementos que fazem parte de uma narrativa. Estabelecemos ainda relações entre narrativas literárias e midiáticas. Nesta aula, falaremos sobre cinema e sua relação com outros gêneros narrativos. Objetivos Examinar a teoria de classi�cação da narrativa proposta por Aristóteles; Averiguar a teoria de classi�cação da narrativa proposta por Bakhtin; Compor relações entre os gêneros narrativos literários e os cinematográ�cos. A teoria de Aristóteles: classi�cação dos gêneros narrativos Lembra-se de nossa aula 1, quando vimos que Aristóteles desenvolveu uma descrição das características do texto narrativo (A poética), a partir do conceito de mimesis? O trabalho desse �lósofo foi além dessa caracterização da narrativa: ele apresentou uma proposta de classi�cação de narrativas, nomeando-as por gênero, considerando três aspectos: Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online 1 Meio Diz respeito à linguagem, através do ritmo, do canto e dos versos. 2 Objeto Refere àquilo que é imitado do mundo. 3 Modo Refere-se a como o texto será apresentado. Os gêneros narrativos dramáticos Os gêneros dramáticos abrangem os textos literários destinados à representação cênica. Esses textos tiveram sua origem nas festas em homenagem ao deus Dionísio .1 A tragédia Tem origem nos contos dionisíacos e no conto do bode (sacri�cado a Dionísio). É constituída por seis elementos: a fábula, o caráter, as falas, as ideias, o espetáculo e o canto. Fascina as plateias por causa das peripécias e do reconhecimento. A duração apropriada de uma tragédia é aquela que permite. 2 Fonte: Por Sergey Tarasov / Shutterstock Vídeo O �lme Poderosa Afrodite, do diretor Woody Allen, traz uma cena em que a tragédia é representada. A cena do �lme acontece nas ruínas de um teatro, e há atores usando máscaras, formando o coro. Os atores narram uma tragédia, a história de Édipo, que mata o próprio pai e casa-se com a mãe. https://estacio.webaula.com.br/cursos/go0237/aula3.html https://estacio.webaula.com.br/cursos/go0237/aula3.html javascript:void(0); Podemos observar os elementos que constituem a tragédia: Elementos da tragédia Clique no botão acima. Fábula : corresponde à sequência de ações que levam o protagonista ao infortúnio. Na história de Édipo, temos a seguinte sequência: Édipo se propõe a descobrir quem assassinou o rei Laio; O profeta acusa Édipo de matar o rei Laio; Tirésias revela a Édipo a verdade sobre seus pais; Jocasta narra a Édipo a morte de Laio; Édipo dá-se conta que pode ser mesmo o assassino de Laio; Édipo con�rma que matara seu pai verdadeiro (Laio); Jocasta se mata; Édipo fura os olhos. Caráter (ou costumes) : são as ações que quali�cam as personagens. A personagem Édipo, por suas ações, se caracteriza como alguém bom, correto, que luta contra o destino. As falas (elocução) : consiste na escolha dos termos, os quais têm o mesmo poder de expressão, tanto em prosa como em verso: Oh! Ai de mim! Tudo está claro! Ó luz, que eu te veja pela derradeira vez! Todos sabem: tudo me era interdito: ser �lho de quem sou, casar-me com quem me caseie e eu matei aquele a quem eu não poderia matar! As ideias (pensamento) : “é tudo o que as palavras pronunciadas expõem o que quer que seja ou exprimem uma sentença.” (Aristóteles): Ai de mim! Receio que tenha proferido uma tremenda maldição contra mim mesmo, sem o saber! O espetáculo : corresponde à representação das personagens. O canto (melopeia) : é o ornamento principal: é a música, uma sucessão de sons para gerar uma sensação agradável ao ouvido. Ou seja, a força expressiva musical, desde que bem ouvida por todos. A comédia Propõe-se a imitar os homens, representando-os piores. Atém-se à imitação de maus costumes, mas não de todos os vícios. Originou-se na Sicília. Era estruturada em quatro partes: prólogo, párodo (irrompimento festivo do coro, trajando máscaras e roupagens de vários tipos), episódios (cenas dialogadas entre dois atores, permeadas por intervenções do coro) e êxodo (desenlace). Seria oriunda dos solistas dos cantos fálicos. O objetivo era criticar a sociedade, fazendo uso do ridículo. Fonte: Por Sergey Tarasov / Shutterstock Vídeo Assista a uma adaptação do texto As Rãs, de Aristófanes: Os gêneros narrativos épicos Os gêneros épicos são textos que trazem narrações de feitos grandiosos, centrados na �gura de um herói, tendo como pano de fundo a história de povos e civilizações. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online javascript:void(0); A epopeia É um poema narrativo em terceira pessoa e dividido em cantos (ou livros). O narrador (poeta) mantém distanciamento em relação aos acontecimentos, caracterizando-se como um poeta- observador voltado para o mundo exterior, tornando a narrativa objetiva. Assim como na tragédia, seu objeto de imitação são os assuntos sérios. Não emprega um só metro simples ou forma negativa. Não é tão limitada quanto a tragédia em sua dimensão. Todos os caracteres que a epopeia apresenta encontram-se na tragédia também. Há a presença do maravilhoso: interferências dos deuses da mitologia greco-romana. Dedica-se a narrar fenômenos históricos, lendários ou míticos considerados representativos de uma cultura – o livro Os Lusíadas é um exemplo desse gênero na literatura de língua portuguesa. Fonte: Por Markgraf / Shutterstock. Vídeo Veja o clipe do livro Os Lusíadas. Os gêneros narrativos líricos São gêneros centrados no caráter emocional, na subjetividade dos sentimentos da alma. Segundo Aristóteles, forma literária destinada ao canto, acompanhada do som de uma lira. Pertencem a esses gêneros os poemas que extravasam as emoções íntimas pela expressão verbal rítmica e melodiosa. O valor de uma poesia lírica está não apenas em sua capacidade de expressar as emoções, mas também em despertá-las. A poesia lírica constitui-se dos seguintes elementos: O eu lírico, a voz que expressa suas emoções no poema, um eu poético, inventado, que não se confunde com o poeta(autor). A subjetividade, que é a marca do lirismo. É a poesia da primeira pessoa e no tempo presente. Exemplo javascript:void(0); Leia a letra da música de Esse cara, de Caetano Veloso: Ah! Que esse cara tem me consumido A mim e a tudo que eu quis Com seus olhinhos infantis Como os olhos de um bandido Ele está na minha vida porque quer Eu estou pra o que der e vier Ele chega ao anoitecer Quando vem a madrugada ele some Ele é quem quer Ele é o homem Eu sou apenas uma mulher Na canção de Caetano, o eu lírico é uma mulher (Eu sou apenas uma mulher), a voz que expressa suas emoções; o texto é produzido em primeira pessoa e revela os sentimentos desse eu lírico (Ah! Que esse cara tem me consumido/ A mim e a tudo que eu quis), no tempo presente (a narrativa se utiliza do presente do indicativo - Ele chega ao anoitecer/ Quando vem a madrugada ele some). A proposta de Bakhtin Para Mikhail Bakhtin, a comunicação deve ser de�nida a partir da ideia de interação entre sujeitos, ou seja, um agir sobre o outro (o sujeito), num processo dialógico. Sendo assim, a linguagem seria também uma ação verbal (ou não verbal) com o �m de provocar no outro uma reação. Essa perspectiva amplia a teoria da comunicação baseada no envio e recepção da mensagem, pois passa-se a considerar todo o contexto em que a comunicação acontece: quem participa do processo (os sujeitos), quando acontece a interação, onde, em que sociedade, com que objetivos. Portanto, a comunicação pode ser de�nida como a interação entre sujeitos. Esses sujeitos (agentes da comunicação) produzem enunciados (textos/ atos de fala), que passam por um processo de mediação (os sujeitos estabelecem uma relação entre os enunciados, a linguagem e a cultura),utilizando-se da linguagem (um sistema constituído de signos que provocam efeitos de sentido) para garantir essa interação. Sob essa perspectiva, a situação de interação de�nirá como se dará esse processo comunicacional: determinando o que dizer e como dizer. Teríamos, então, o seguinte diagrama: Com base nessa concepção de comunicação, Bakhtin apresenta o conceito de gênero do discurso: um conjunto de enunciados, em uma dada situação de comunicação, com a função de garantir a interação e que possui características próprias constituídas historicamente, conforme as necessidades da sociedade. Gênero do discurso Clique no botão acima. De acordo com o teórico, os gêneros discursivos (ou textuais) podem ser de�nidos como tipos de enunciados, relativamente estáveis e normativos, que estão vinculados a situações típicas da comunicação social. Os gêneros se constituem historicamente a partir de novas situações de interação verbal da vida social que vão (relativamente) se estabilizando, no interior das diferentes esferas sociais... Sendo assim, os gêneros também são formas de ação: na interação, eles funcionam como índices de referência para a construção dos enunciados, pois balizam o autor no processo discursivo, e como horizonte de expectativas para o interlocutor, no processo de compreensão e interpretação do enunciado (a construção da reação-resposta ativa). (BAKHTIN, 2011) Ou seja, os gêneros são os textos propriamente ditos que produzimos a cada nova situação de comunicação. Esses textos possuem características de composição e função comunicativas que se estabelecem social e historicamente. Pense assim: antes da tecnologia da escrita, o gênero carta não existia, pois o homem só produzia textos orais. Com o advento da internet, o gênero carta passa por uma adaptação e surge o e-mail pessoal. Talvez, daqui a uma década, a carta nem exista mais, dados os avanços tecnológicos na área da comunicação e a necessidade que temos de interagir de forma rápida. Portanto, os gêneros textuais (ou discursivos) são enunciados mutáveis e plásticos, ou seja, conforme as necessidades sociais, esses textos mudam e se moldam às diversas situações de comunicação. Imagine o gênero aula: apesar de se caracterizar, de forma geral, por ter como objetivo a exposição de determinado tema acadêmico, podemos a�rmar que esse gênero se adapta às mais diversas situações de comunicação que exigem a produção dele. Ou seja, uma aula sobre língua portuguesa será diferente de uma cujo tema seja reprodução humana. Então, como apresentar uma classi�cação para os gêneros textuais? Quais critérios podemos usar para essa classi�cação? Com base na teoria de Bakhtin, podemos apresentar os seguintes aspectos para a classi�cação dos gêneros textuais: 1. Conteúdo temático - sobre o que trata o texto; 2. Plano composicional - a organização do texto, sua estrutura; 3. Estilo, a linguagem usada - os recursos linguísticos ou visuais. Portanto, são exemplos de gêneros textuais (discursivos): a notícia, o romance, a telenovela, o anúncio publicitário, a reportagem, a receita de bolo, a bula de remédio, a conversa no WhatsApp, a postagem no Facebook, o hangout no YouTube, o storie no Instagram, o cartão de aniversário etc. Fonte: Por Noamm / Shutterstock. Os gêneros do cinema Qual foi o último �lme a que você assistiu? Você classi�caria esse �lme como sendo de que gênero? Que critério(s) usou para classi�car o gênero? Guarde aí um pouco suas respostas. Daqui a pouco a gente volta a elas. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Comentário No dia 25 de abril de 2019, houve a pré-estreia do �lme Os vingadores: ultimato, dos diretores Anthony Russo e Joe Russo. Durante a exibição no cinema, o público interagiu intensamente: risos, choros; indignação; silêncios profundos; gritos de satisfação; falas de incentivo; aplausos. A plateia demonstrou envolvimento com a narrativa do início ao �m. Aliás, antes mesmo de entrar na sala de exibição, as pessoas já comentavam sobre as expectativas, sobre ter esperado durante quatro meses, desde o lançamento do trailer, em 7 de dezembro de 2018. Vídeo Lembremos o primeiro �lme exibido comercialmente pelos irmãos Lumiére: A chegada do trem na estação e do efeito que provocou na plateia: as pessoas correram assustadas para o fundo da sala. Claro que as pessoas não saem mais correndo, mas ainda hoje o cinema é capaz de provocar os mais diversos efeitos de sentido nos espectadores, graças à linguagem que o caracteriza: a imagem que imita a realidade de forma espelhada, mesmo que seja uma realidade inventada. javascript:void(0); Para garantir esse envolvimento do público, o cinema lança mão de adaptações de livros, histórias do cotidiano, quadrinhos, séries de TV, videogames, peças de teatro... Tudo que implique em uma narrativa que pode ser transformado em �lme. Exemplo Veja o curta Parque de Diversões, baseado em um conto da escritora Ana Miranda. Leia o conto que deu origem à película e compare com ela. Parque de Diversões é apenas um dos exemplos de adaptações de obras literárias para a linguagem do cinema, que usa a literatura como referência também para de�nir seus gêneros. Gêneros do cinema Clique no botão acima. javascript:void(0); javascript:void(0); Ação: caracteriza-se por privilegiar estrelas famosas; so�sticados efeitos especiais; cenários suntuosos, exóticos ou grandiosos (já assistiu a algum �lme da personagem 007?); cenas e sequências de intensa ação. Os heróis e os vilões são claramente caracterizados e contrapostos (Homem-Aranha x Duende Verde); simplismo e o maniqueísmo tendem a prevalecer (lembra-se do �lme Rambo – programado para matar?). Comédia: tende a fazer ressaltar as fragilidades do ser humano; são diversos os recursos de que se vale: o exagero, o equívoco, o absurdo, o insólito, o escatológico, o anacrônico, o agravamento, o recrudescimento, a descontextualização, o imprevisto – assistiu a algum dos �lmes Loucademia de polícia? Drama: o seu objeto é o ser humano comum, normal, em situações cotidianas mais ou menos complexas, mas sempre com grandes implicações afetivas ou causadoras de inescapável polêmica social; propensão ao realismo, com �m de re�exão sobre a sociedade. A caracterização das personagens adquire, no drama, contornos de especial complexidade – você assistiu ao �lme Histórias Cruzadas? Fantástico: é aquele em que a causalidade mais se afasta das premissas realistas e das leis comuns do cotidiano; a magia e a religião surgem constantemente como motivo e como contexto deste gênero. Trata-se de um gênero que nos permite viajar ao passado, atravessar épocas e continentes, descobrir lugares puramente imaginários – lembra-se do �lme História sem �m? Ficção cientí�ca: toda �cção criada neste gênero deve tomar como inalienáveis as premissas do conhecimento cientí�co vigente ou expectável acerca de um determinado fato ou fenômeno. Podemos considerar �cção cientí�ca todo relato que discorre sobre mundos e acontecimentos possíveis a partir de hipóteses logicamente verossímeis — você viu o �lme Mad Max – estrada da fúria? A narrativa centra-se muitas vezes em um questionamento das consequências dos avanços tecnológicos e cientí�cos sobre o destino da humanidade — daí o cinema pós-apocalíptico, como em The day after. Film noir: visualmente, um aspecto se torna imediatamente perceptível: a fotogra�a em preto e branco, altamente contrastada, com nítidas in�uências do expressionismo alemão. Além disso, o lado sombrio das personagens torna-se, ironicamente, através do jogo de penumbras, o seu lado mais exposto e, paradoxalmente, transparente; como responsável principal da trama, encontramos a femme fatale, sensual e impecavelmente vestida — viu o clássico A dama de Shanghai? Há uma geração nova desse gênero (neo noir), como o cinema dos irmãos Cohen (Onde os fracos não têm vez). Musical: atribui à banda sonora uma extrema importância, que em nenhum outro gênero encontraparalelo — assistiu ao �lme La La Land? A música não se sobrepõe à trama a partir do seu exterior, mas surge a partir da própria vivência das personagens e determina os seus comportamentos — lembra-se do musical Mama Mia? Os momentos, os números ou as sequências cantadas e dançadas pelos protagonistas são, portanto, o elemento formal distintivo do musical — viu Chicago? Os valores de produção usualmente se tornam mais manifestos, com coreogra�as de grande so�sticação e dimensão, cenários luxuriantes e grandiosos e uma paleta cromática de grande espetacularidade — assista ao �lme Moulin rouge e observe essas características. Terror: o seu apelo e o seu fascínio para o espectador provêm, ironicamente, da incomodidade e do desconforto que provoca neste. Em termos iconográ�cos, este é, seguramente, um dos gêneros mais inventivos, ainda que um conjunto de clichês tenda a se estabelecer e permanecer ao longo de um ciclo de �lmes determinado — como, por exemplo, o nevoeiro ou as lâminas — lembra-se de O Iluminado? Caracteriza-se pela centralidade narrativa e dramática da vítima, com a qual o espectador é convidado a identi�car-se, muitas vezes através da assunção do seu ponto de vista; a tendência de muitos �lmes para a apresentação explícita e muitas vezes exagerada dos efeitos físicos e psíquicos da violência sobre as vítimas – assistiu ao �lme O Exorcista? E ao Bebê de Rosemary? Thriller (suspense): cria-se no espectador uma intensa excitação e nervosismo; há uma instauração e perpetuação constante da dúvida sobre o desfecho dos acontecimentos e sobre o destino das personagens. Apresenta-se uma sugestão verossímil, mas enganosa, de expectativas; as personagens atravessam a história numa situação de risco quase fatal e de perigo iminente. A corrida contra o tempo e a deriva labiríntica desenham um gênero de jogo mental que é proposto ao protagonista — claro que temos que mencionar o nome Alfred Hitchcock, pai deste gênero, e, atualmente, Jordan Peele. Western: é um retrato do oeste americano, da expansão da fronteira da civilização, da instauração da lei e da ordem, muitas vezes à custa das populações indígenas, tantas vezes deturpadamente retratadas. Basta assistir ao �lme A Conquista do Oeste. O herói (o caubói) impoluto, indomável e implacável conheceu no western a sua mais feliz encarnação nos tempos modernos. Temos o cavaleiro solitário rumo ao pôr do sol, as roupas de vaqueiro ou a farda do exército, as botas pontiagudas e o lenço no pescoço, o chapéu branco ou preto, símbolos do bem e do mal, as pistolas e os cantis, a indumentária e maquiagem características das tribos indígenas, dos seus gritos de guerra e das suas armas, o arco e a �echa. Estes são alguns dos gêneros que o cinema criou ao longo de sua história, considerando os seguintes critérios para classi�cá-los: • Narrativa: tramas, premissas e estruturas parecidas; situações, obstáculos, con�itos e resoluções previsíveis; • Caracterização das personagens: tipos semelhantes de personagens (próximos ao estereótipo), com qualidades, motivação, objetivos e aparência similares; • Temas básicos: os �lmes são sobre temas semelhantes, frequentemente em contextos históricos, culturais e sociais semelhantes; • Ambiente: o lugar geográ�co ou histórico onde a trama se passa é o mesmo; • Iconogra�a: uso de ícones semelhantes — objetos, atores, atrizes, cenários; uso de certos tipos de linguagem e terminologia; • Técnicas e estilo: iluminação, paleta de cores, movimentação de câmera e enquadramentos semelhantes. Agora, reveja as suas respostas às questões que lhe propomos quando iniciamos nossa conversa sobre gêneros do cinema. Percebeu que os critérios apontados por você coincidem com os critérios aqui apresentados? 2. Relacione a coluna 1 com a coluna 2, conforme as características de cada gênero narrativo descrito por Aristóteles: Atenção Talvez você tenha usado outro nome para classi�car o gênero, pois o cinema criou subgêneros: épico, road movie (Apocalypse now), guerra, catástrofe, capa e espada (Os três mosqueteiros), artes marciais (O tigre e o dragão), gangster �lm, teen movies (As vantagens de ser invisível), blockbuster (Planeta dos Macacos), remake (Psycho), pastiche (cinema de Brian de Palma, cuja in�uência é o mestre Hitchcock), �lme coletivo (o cinema dos Irmãos Cohen), entre outros tantos. Atividade 1. Complete as lacunas, utilizando as palavras adequadas retiradas do quadro abaixo: Aristóteles aponta três aspectos que devem ser considerados para a classi�cação dos gêneros narrativos: ____________________, que corresponde à linguagem; o aspecto _____________ que se refere àquilo que é imitado do mundo; e o aspecto_______________, que equivale a como o texto será apresentado. Qual das sequências de palavras a seguir preenche adequadamente as lacunas? a) meio - fábula - objeto b) objeto - fala - drama c) modo - meio - fábula d) meio - objeto - modo e) fábula - drama - modo Tragédia 1 Comédia 2 Epopeia 3 Poesia lírica 4 Drama 5 a) Propõe-se a imitar os homens, representando-os piores. b) Poema narrativo em terceira pessoa e dividido em Cantos. c) Gêneros centrados na subjetividade dos sentimentos da alma. d) Fascina as plateias por causa das peripécias e do reconhecimento. e) Dedica-se a narrar fenômenos históricos. 3. Sobre a teoria desenvolvida por Bakhtin a respeito dos gêneros, avalie as seguintes proposições: Os gêneros discursivos (ou textuais) podem ser de�nidos como tipos de enunciados, relativamente estáveis e normativos. Os gêneros são os textos propriamente ditos que produzimos a cada nova situação de comunicação. Três aspectos podem ser considerados para classi�cação dos gêneros textuais: conteúdo temático, plano composicional e estilo. Os gêneros se constituem historicamente a partir de novas situações de interação verbal da vida social. É correto apenas o que se a�rma em: a) I b) II, III c) I, II e IV d) III e IV e) I, II, III e IV 4. Leia o texto abaixo: Vende-se um apartamento na Avenida Boa Viagem, em Recife, no 8º andar com vista para o mar. 3 quartos, 1 suíte, 100m², 2 vagas para estacionamento. Interessados ligar para o número ******* e falar com Reginaldo. De acordo com o conteúdo temático, o plano composicional e o estilo, o texto que você leu pode ser classi�cado como sendo do gênero: a) Nota de jornal b) Notícia c) Classificado de jornal d) Aviso e) Bilhete 5. Considerando os gêneros cinematográ�cos e os critérios de classi�cação destes, avalie as seguintes asserções e a relação proposta entre elas: I. O �lme Rambo – programado para matar pode ser classi�cado como sendo do gênero ação. PORQUE II. Caracteriza-se por privilegiar sequências de intensa ação, simplismo e maniqueísmo. A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. a) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da I. b) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da I. c) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. d) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. e) As asserções I e II são proposições falsas. Notas Dionísio 1 Deus do vinho e da alegria. O teatro grego tem origem nas festas dionisíacas, quando eram encenadas tragédias e sátiras. Durante as encenações, usavam-se máscaras para representar os personagens. Peripécias 1 Ações inesperadas, repentinas. Referências ARISTÓTELES. A poética. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1999. BAHIANA, Ana Maria. Como ver um �lme. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2012. BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. Trad.: Paulo Bezerra. São Paulo: Martins Fontes, 2011. Próxima aula O texto jornalístico e a representação da realidade; O texto dissertativo: opinião x informação; O gênero jornalístico narrativo: a notícia. Explore mais Leia os textos: Leia a história de Édipo; Os lusíadas. Efeitos de sentido. Hibridismos e ressigni�cações nos gêneroscinematográ�cos. O cinema policial no Brasil: entre o entretenimento e a crítica social. As problemáticas de uma abordagem híbrida: o fantástico enquanto gênero literário e cinematográ�co. Epopeia. Assista ao clipe de divulgação de uma montagem da peça Édipo Rei. javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); p g ç g p ç p javascript:void(0);
Compartilhar