Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Professor: Icaro José Fernandes Santos Bastos Disciplina: Barragens Curso: Engenharia Civil TIPOS DE ACIDENTES BASTOS, I. J. F. S. 213/11/2020 Rupturas Hidráulicas Rupturas Estruturais Rupturas por Percolação Por que estudar Percolação ? BASTOS, I. J. F. S. 3 A Percolação é responsável por 48 a 55% dos acidentes; Percolação e Galgamento juntos são responsáveis por 70 a 80% dos acidentes. Vale notar que estes dois modos, são responsáveis por uma proporção ainda maior dos desastres; Os dados de desastres brasileiros confirmam este fato posto que seis dentre sete foram devidos a Percolação e Galgamento; 13/11/2020 Como Resultado do Esforço... BASTOS, I. J. F. S. 4 A incidência de acidentes diminuiu bastante, apesar do aumento da altura das barragens e da complexidade de sua construção; Apesar de a percolação ser, hoje em dia, o principal modo de acidente, a incidência de problemas de percolação em maciços diminuiu sensivelmente; Já a incidência de problemas de percolação na fundação praticamente não mudou. 13/11/2020 Acidentes / Desastres BASTOS, I. J. F. S. 513/11/2020 Percolação nas Barragens BASTOS, I. J. F. S. 613/11/2020 As barragens não são obras destinadas a impedir totalmente a passagem de água quer por suas fundações quer pelos aterros; A questão que se põe é estabelecer se a percolação coloca em risco a integridade da obra; O que se teme é que o fluxo de água promova "erosão interna", isto é o arraste ou CARREAMENTO de partículas sólidas ou de material em solução. E o Carreamento se dá como ? BASTOS, I. J. F. S. 713/11/2020 De um ponto para outro no interior da barragem ou das fundações causando COLMATAÇÃO ou entupimento de elementos drenantes fundamentais à estabilidade da obra; Da barragem para a fundação ou da barragem para fora ou da fundação para fora gerando o aparecimento de espaços vazios, cavernas e "tubos", para o interior dos quais componentes vitais da obra podem colapsar. Neste caso, o fenômeno é denominado ENTUBAMENTO (em inglês "piping"). Complicadores no Carreamento (Rotas de Fluxo Preferencial) BASTOS, I. J. F. S. 813/11/2020 Falhas, diaclases e outras descontinuidades no material de fundação; Cavidades no material de fundação; Fronteiras hidrogeológicas, como contatos entre formações ou estratos com permeabilidades diferentes; Veios e camadas com permeabilidade contrastante com o resto da massa, como é o caso dos veios quatzosos em rochas granito- gnáissicas de fundação; Camadas mais permeáveis em maciços de terra ou enrocamento, resultantes seja de compactação inadequada seja da utilização de material diferente do das demais camadas ou, ainda, de segregação de partículas; Percolação em Barragens BASTOS, I. J. F. S. 913/11/2020 F lu x o d e Á g u a Aterro Interfaces Fundação Qualidade da Compactação BASTOS, I. J. F. S. 1013/11/2020 Umidade Ótima Densidade Máxima Compactação Eficiente Aspectos da Qualidade dos Aterros BASTOS, I. J. F. S. 1113/11/2020 Compactação Homogeneidade Trafegabilidade Densificação do maciço através da expulsão do ar contido nos vazios do solo quando de sua redução Manutenção das características do solo constantes em todos os pontos do maciço Garantia de livre atuação dos equipamentos de transporte, espalhamento e compactação, se constituiu em forte condicionante no desenvolvimento dos equipamentos de compactação e das técnicas utilizadas na construção de aterros. Evolução sobre a compactação na atualidade BASTOS, I. J. F. S. 12 A espessura das camadas não se restringe mais a 15cm; Fica em aberto a espessura, equipamento utilizado e número de passadas; Os rolos pé-de-carneiro usados no Brasil estáticos com pesos de 15 a 18 ton vibratório com 9 a 11 ton; Rolos com pneus com 20 a 35 ton; Preservação da umidade em limites possíveis de trabalho, ou seja, em torno da ótima. 13/11/2020 Evolução sobre a compactação na atualidade BASTOS, I. J. F. S. 13 Evitar juntas alinhadas de montante para jusante rotas preferenciais; Remover camadas ressecadas ou encharcadas; Evitar segregação de grãos no transporte e espalhamento; Usar controle tecnológico com inspeção táctil e visual do material (granulometria e plasticidade); Padronização dos serviços: tipo de equipamento, número de passadas e espessura das camadas; Ensaios de campo para determinação da densidade e umidade. 13/11/2020 Drenagem Interna BASTOS, I. J. F. S. 1413/11/2020 A garantia de se ter menos problemas de carreamentos e fissuramentos; O fluxo a jusante se concentra em um ponto; A água tende a “amolecer” o material e facilitar a erosão interna Não se evita contrastes de permeabilidade fluxo não homogêneo; Mesmo os maciços terrosos bem compactados aparecimento de trincas; O material das paredes das trincas fica sem apoio e, nestas condições, mesmo um solo bem compactado e coesivo pode "amolecer" e tornar-se vulnerável ao carreamento. Elementos Drenantes BASTOS, I. J. F. S. 1513/11/2020 É uma técnica de utilização de um material muito mais permeável do que o meio no qual está inserido e que visa atrair e conduzir a água para fora do maciço; Dreno vertical inclinado Propriedades dos Elementos Drenantes BASTOS, I. J. F. S. 1613/11/2020 Condutividade Filtragem Cicatrização Condutividade BASTOS, I. J. F. S. 1713/11/2020 Facilidade para drenar; Possibilitar baixos gradientes; O gradiente é função da permeabilidade, da área e da vazão (ver a Lei de Darcy); Elemento drenante mais de 100x mais permeável; Drenos construídos de materiais granulares (areias, britas) sem finos. Permeabilidade BASTOS, I. J. F. S. 1813/11/2020 Pedregulhos e Britas (diâmetro maior do que 5mm) k maior do que 10 cm/s; Areias grossas (diâmetro entre 2 e 5mm) 1 a 10 cm/s; Areias finas e médias (diâmetros entre 0,1 a 2 mm) permeabilidade em função do D10. Filtragem BASTOS, I. J. F. S. 1913/11/2020 Impede que os grãos sejam transportados; Os grãos do maciço não devem circular nos vazios do filtro; Existem critérios de filtragem em função: Acadêmico/Laboratorial; Experiência/Empirismo; Os critérios se baseiam na granulometria dos materiais (Muitas concepções diferentes); Exemplo: Enfoque teórico o diâmetro da maior esfera que passa através do vazio formado por 3 esferas iguais em contato é 6,5 vezes menor. Filtragem BASTOS, I. J. F. S. 2013/11/2020 Entretanto, os filtros não são materiais uniformes estudo complexo leva a enfoque empírico na prática de barragens; Para filtrar areias e siltes arenosos D15 do filtro e D85 do filtrado deve ser menor do que 4 a 5 (critério de Terzaghi-Bertram); O critério acima pode levar a filtros excessivamente finos. Critérios de Filtragem BASTOS, I. J. F. S. 2113/11/2020 Cicatrização BASTOS, I. J. F. S. 2213/11/2020 Auto-filtragem o dreno deve ser filtro de si mesmo; Selagem presença abundante de água não consegue manter uma fissura aberta; Neste caso o material do filtro deve ser não-coesivo com menos de 2% de grãos passando na #200; No início do século 20 não existia sistema de drenagem interna. Fissuramento BASTOS, I. J. F. S. 2313/11/2020 Fissuras são trincas no interior do maciço de terra que podem ou não se manifestar externamente. O fissuramento ocorre mesmo nos maciços de terra bem compactados. Este fato só parece ter sido plenamente percebido no fértil período que se seguiu à Segunda Guerra e nos anos 50. Talvez o primeiro trabalho publicado levantando diretamente este aspecto tenha sido o de Casagrande (1950). O trabalho de Sherard (1973) oferece um amplo panorama sobre o assunto. Sempre se deve considerar como provável a sua presença. Principais Causas de Fissuramento BASTOS, I. J. F. S. 2413/11/2020 1) Recalques diferenciais: * Diferenças de deformabilidade do material de fundação; * Existência de variações bruscas na topografia do terrenode apoio do aterro; * Diminuição de volume da zona de montante do maciço quando do enchimento do lago (o assim chamado "colapso por submersão"). 2) Contração devido ao ressecamento; 3) Redistribuição de tensões: * Diferenças de rigidez entre os materiais que compõe um maciço zoneado; * Diferenças de rigidez entre o material do maciço e estruturas em contato com ele (galerias, muros, cortinas, etc.); * Desenvolvimento de tensões cisalhantes em interfaces aterro-muro ou aterro- ombreira. Elementos Drenantes BASTOS, I. J. F. S. 2513/11/2020 “ O controle da percolação através do aterro e da fundação é um requisito essencial do projeto de barragens. Percolação sem controle, independente da quantidade, não deve ser tolerada...” “Middlebroks” Dispositivos de Drenagem BASTOS, I. J. F. S. 2613/11/2020 Sua função é reduzir a pressão neutra na área de jusante da barragem e portanto aumentar a estabilidade de jusante contra o deslizamento e controlar a percolação da água na face de jusante da barragem de tal modo que a água não carregue qualquer partícula do maciço, isto é, que não se desenvolva o fenômeno do "piping“. A eficiência do dreno ou filtro na redução das pressões neutras depende em princípio da sua localização e extensão. Por outro lado, o "piping" ou entubamento é controlado construindo-se os drenos com um material de granulometria adequada a funcionar como filtro do solo constituinte do maciço. Dispositivos de Drenagem BASTOS, I. J. F. S. 2713/11/2020 Existem numerosos tipos de sistemas de drenagem interna em barragens de terra, sendo que o tipo a ser adotado para uma obra determinada dependerá de diversos fatores relativos ás permeabilidades do maciço e da fundação bem como das características dos materiais drenantes disponíveis. Drenos de pé BASTOS, I. J. F. S. 2813/11/2020 As barragens homogêneas mais antigas apresentam esse tipo de drenagem para evitar a diminuição de resistência do material no pé do talude. Empregam-se apenas em barragens de pequena altura, constituídas de solos homogêneos de baixa permeabilidade. Recomenda-se que o dreno de pé penetre um pouco no terreno de fundação porque o contato da barragem com a fundação é um caminho preferencial. Drenos de pé BASTOS, I. J. F. S. 2913/11/2020 O dreno de pé também pode ser utilizado associado no trecho final de um tapete drenante. Drenos Longitudinais e Tapetes Drenantes BASTOS, I. J. F. S. 3013/11/2020 O mais econômico tipo de dreno para uma barragem é o constituído por um conduto perfurado envolvido por filtros de transição, posicionado longitudinalmente com relação ao eixo da barragem, a meia distancia entre o eixo e o pé de jusante. Esse sistema só deve ser adotado no caso da barragem ser apoiada sobre uma fundação relativamente uniforme e do maciço compactado ser constituído por solos de mesmas permeabilidade vertical e horizontal. Drenos Longitudinais e Tapetes Drenantes BASTOS, I. J. F. S. 3113/11/2020 Quanto mais elevado o grau de estratificação do maciço, representado pela relação entre a permeabilidade horizontal k, e a permeabilidade vertical k,, mais extenso deve ser o dreno, chegando-se no limite do tapete drenante que se estende até ao pé do talude de jusante da barragem. O comprimento do tapete filtrante basear-se-á na posição que se pretende para a linha freática, no interior do maciço, devendo-se notar que a descarga percolada aumenta com o comprimento do tapete. Esse aumento, entretanto, é recompensado pela melhoria na estabilidade, pois mantem-se seco grande parte do paramento de jusante da barragem. A tentativa inicial na escolha da posição do tapete drenante poderá ser a recomendada por Creager, adotando um comprimento de 0,3 a 0,5 L, sendo L a distância do eixo da barragem ao pé do talude de jusante. Drenos Longitudinais e Tapetes Drenantes BASTOS, I. J. F. S. 3213/11/2020 Uma das principais desvantagens do tapete drenante horizontal resulta do fato de que o maciço de uma barragem de terra tende a ser estratificada (k,, > k,) como já mencionado. Pode ainda, ocasionalmente, acontecer que camadas horizontais muito mais permeáveis do que a média do material empregado sejam colocadas no maciço, de modo que, a despeito do dreno horizontal, a água percola horizontalmente na superiície de uma camada relativamente impermeável e surge no talude do jusante. Cortinas Drenantes BASTOS, I. J. F. S. 3313/11/2020 Este tipo de drenagem é constituído por um dreno vertical posicionado ligeiramente a jusante do eixo da barragem e prolongado para jusante por um tapete drenante horizontal. Foi adotado pela primeira vez por K. Terzaghi para a barragem de Vigário no Brasil (atualmente denominada Barragem Terzaghi, em homenagem ao projetista). O dreno verical tem a grande vantagem de interceptar qualquer fissuração do maciço e de coletar os fluxos que poderiam percolar através de tais fissuras. São geralmente projetados com uma espessura variando de 1,0 a 2,0 m, sendo que, na maioria dos casos, essas espessuras são fixadas por motivos de ordem construtiva. Cortinas Drenantes BASTOS, I. J. F. S. 3413/11/2020 Em várias barragens mais recentes de maiores alturas, a cortina drenante tem forte inclinação para montante ou para jusante. Com a inclinação para montante, tem-se a vantagem de eliminar riscos de trincas longitudinais na crista no caso da barragem ser apoiada sobre uma fundação rígida. Por outro lado um dreno inclinado para jusante apresenta a vantagem de melhorar as condições de estabilidade do talude de jusante durante a operação do reservatório. Até próxima aula... BASTOS, I. J. F. S. 3513/11/2020
Compartilhar