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Semiologia da criança e do adolescente


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1 Louyse Jeronimo de Morais 
Referência: aula da prof. Joacilda 
Anamnese direcionada 
• Identificação: não abreviar o nome. 
• Informante: nem sempre é a mãe. Pode ser, por 
exemplo, um membro do Conselho Tutelar, o que 
pode dificultar a anamnese [recordatório]. Vai 
haver o viés da informação. Lembrar sempre de 
identificar o informante [ex.: mãe, vizinha, pai, 
madrasta etc.]. 
• Queixa principal 
• História da doença atual 
• História pregressa ou pessoal: gestação, 
condições de nascimento, período neonatal [até 
28 dias após o nascimento; o sistema imunológico 
ainda não está maturado, o seu pico maior ocorre 
apenas aos 3 meses de vida; além disso, tem a 
pele, que é uma porta aberta, bem como o coto 
umbilical, que é uma porta de entrada para 
bactérias, então há um risco maior de sepse e 
morte infantil], resultado do teste do pezinho, 
doenças anteriores, desenvolvimento 
neuropsicomotor, alimentação pregressa [uma 
colher de sopa cheia = 15 g.; se a mulher usa 200 
ml de água, precisa de 30g de leite, porque a 
reconstituição do leite deve ser de 15%; muitas 
vezes a mãe coloca menos, para poder render 
mais, o que pode causar déficits nutricionais na 
criança], vacinação, alergias, uso de 
medicamentos [lembrar de fitoterápicos e chás], 
dados epidemiológicos, segurança no domicílio e 
na escola. 
Obs.: a doença mais prevalente na infância é a 
anemia ferropriva, por isso é tão importante perguntar 
sobre alimentação. 
 
• História familiar: pai e mãe [saúde, idade, 
escolaridade, consanguinidade]; irmãos [idade, 
sexo, saúde]. 
• História social: profissão, religião e escolaridade 
dos pais; renda familiar mensal, renda per capta, 
composição familiar, habitação, saneamento, 
inclusão em programas sociais. 
Exame físico 
1. Ectoscopia 
• Visão do conjunto: impressão geral da criança 
• Estado de consciência/grau de atividade 
• Aparência saudável ou enfermo 
• Estado de hidratação/nutrição 
• Pele: coloração, temperatura [SEMPRE aferir 
temperatura] e consistência [turgor]. 
• Sinais de perigo: convulsão nas últimas 72 horas 
[pode ser meningite, EII, sepse, encefalite etc.], 
vomita tudo o que ingere [água, soro, leite 
materno etc.], não consegue comer ou mamar no 
peito e letargia ou inconsciência. Nesses casos, 
não pode mandar embora sem investigar. 
 
Acima, criança obesa e com marasmo, 
respectivamente. 
• Fácies: fronte olímpica é normal na etnia 
negroide, porém é sindrômica em caucasianos. 
Observar a face e a relação que ela estabelece 
com o crânio. Passa linha na altura da 
sobrancelha, e observa proporção do crânio com 
a face. Depois, passa outra linha na pálpebra e 
compara com a orelha, à procura de implantação 
baixa da orelha. O osso nasal pode estar ausente, 
aparentando distância maior entre os epicantos. 
 
Critérios de triagem: doença prevalente, 
conhecimento da história natural da doença para fazer 
intervenção, a triagem tem que caber no teste do 
pezinho [por exemplo, não é viável fazer cariótipo pelo 
teste do pezinho, no intuito de identificar 
cromossomopatias]. 
 
2 Louyse Jeronimo de Morais 
Síndrome de Down: ausência de osso nasal, 
deixando a distância maior entre os epicantos 
[hipertelorismo ocular, parece sela de cavalo]. Além disso, 
apresenta fenda palpebral oblíqua, comum nos asiáticos 
[principalmente da região da Mongólia]. 
Qual é o conceito de síndrome? Conjunto de sinais 
e sintomas em comum. Portanto, se uma pessoa tiver 
APENAS uma fenda palpebral, por exemplo, não devemos 
rotular como síndrome de Down, porque a síndrome 
envolve todo um conjunto de características. 
Abaixo, do lado esquerdo, dismorfismo crânio-
facial, que não afeta a inteligência, apenas o 
desenvolvimento do crânio. Se muito evidente, passa a 
sofrer bullying e discriminação, o que pode enviesar o 
desenvolvimento da criança. Observe também a fenda 
palpebral rotiacionada para fora. 
 
Acima, do lado direito, a criança apresenta uma 
fronte menos olímpica e cabelo branco, com implantação 
um pouco mais posterior. Além disso, a sobrancelha é bem 
escasa e a distância entre um epicanto e outro é bem 
grande, apesar da presença do osso nasal – 
hipertelorismo. A face é bem triangular e o queixo é 
pequeno e retraído – microretrognatia. O lábio inferior é 
espessado e proeminente. 
Abaixo, crianças com mucopolissacaridose, em 
que um erro em uma enzima vai resultar no acúmulo de 
mucopolissacarídeos em vários órgãos. Nasce normal, mas 
adquire facies grosseira e baixa estatura. É uma doença de 
depósito. A mão fica em garra, porque não consegue abrir, 
pela impregnação. 
 
Abaixo, boca aberta e dentes separados – fácies 
adenoidiana [nariz arrebitado, lábio superior repuxado 
para cima, dentes afastados e boca aberta]. Esses meninos 
deformaram a face de tanto respirar pela boca, o que é 
bem característico de hipertrofia das adenoides. 
 
2. Cabeça 
• Forma: passa uma linha imaginária para ver a 
proporção. 
• Perímetro cefálico 
 
 
• Fontanelas: abaulamento, depressão, 
alargamento, fechamento precoce, tensão. A 
fontanela posterior fecha por volta do 3º ao 4º 
mês. Já a fontanela anterior começa a fechar dos 
12 até os 18 meses, em média. Ela tem que estar 
pérvia no primeiro ano de vida, para permitir o 
crescimento do cérebro. Fontanela muito tensa 
pode estar relacionada com sangramentos e 
aumento da pressão intracraniana. Faz inspeção, 
 
3 Louyse Jeronimo de Morais 
à procura de depressão [em regra geral, ela é 
deprimida, por conta da ausência de estrutura 
óssea]. Depois faz palpação com o polegar, para 
ver se é uma fontanela ampla e se tem grau de 
tensão. 
• Cabelos: observar cor, implantação e coloração 
[cabelo branco isoladamente não é normal]. 
• Orelhas: má formação, microtia [orelha pequena], 
apêndice auricular [pode não ser nada, mas pode 
estar associado com alguma síndrome]. Passa 
linha imaginária na pálpebra, buscando identificar 
implantação baixa da orelha [associada a várias 
cromossomopatias]. Além disso, observar se o 
conduto está presente. 
 
 
Orelha de abano: como a microtia, pode fazer 
parte de uma característica familiar. Pode estar associada 
com algumas síndromes – síndrome do X frágil. Como os 
homens são hemizigóticos, manifesta-se mais neles. Nessa 
síndrome, existe uma área no cromossomo X que é mais 
frágil, porque há uma região com expansão de 
nucleotídeos. Existem vários códons repetidos por um 
erro, sem codificar nada. Essa área vai fazer falta, por 
conta da ausência de genes importantes. O menino vai ter 
retardo mental, face alongada e comportamento 
agressivo, o que pode confundir com autismo. 
 
• Erupção dentária temporária - sequência 
 
Inicia por volta dos seis meses, mas pode 
acontecer antes. Avaliar se os dentes têm coloração 
normal [icterícia neonatal pode levar a uma erupção de 
dentes verdes, por conta da impregnação da bilirrubina]. 
Ao final do segundo ano, a criança já tem a dentição 
completa, com os segundos molares. 
• Língua: língua bífida, macroglossia [adquirida por 
falta de vitamina B12, característica familiar ou 
dentro do contexto de uma síndrome], freio 
lingual curto [não gera problema de 
amamentação e ganho de peso, mas causa muito 
temor e ansiedade, por isso, não faz o teste da 
linguinha de rotina], língua geográfica 
[característica genética, por uma malformação na 
distribuição das papilas; não tem significado 
clínico maior]. 
 
 
4 Louyse Jeronimo de Morais 
 
• Orofaringe: deixa para olhar por último; faz com 
abaixador de língua; observa amígdalas – se estão 
hipertrofiadas ou com infecção de via aérea. É 
uma das principais queixas da pediatria. 
 
• Palato: observar se tem fenda e se tem aspecto de 
ogiva [é aprofundado quando a criança respira 
pela boca ou em um contexto de síndrome]. 
 
3. Aspecto da pele 
• Coloração: palidez, icterícia, cianose. O que dá a 
coloraçãoda pele são três variáveis – melanina, 
hemoglobina e pigmentos [principalmente 
carotenóides, provenientes da dieta]. 
Quando há dúvida se há palidez ou não, observa-
se as mucosas e a palma da mão [tem menos pigmento de 
melanina, então consegue ver melhor a hemoglobina 
sobre a perfusão]. A seguir, criança com cianose, o que 
significa que quem contribui para a coloração é a 
hemoglobina, deixando uma coloração arroxeada. 
 
Cianose é mistura de sangue arterial com venoso. 
Nesse caso, ou a criança tem cardiopatia ou ela não 
consegue oxigenar bem para fazer uma boa troca gasosa. 
Essa alteração muda a coloração das mucosas, 
principalmente. 
• Icterícia: observar se há associação com anemia. 
Se ausente, a icterícia não veio de hemólise, mas 
sim de problema hepático. Se o aumento da 
bilirrubina for predominantemente da BB indireta 
e a criança tiver anemia, justifica-se por anemias 
hemolíticas. Se não tiver anemia, é um defeito de 
conjugação [captação, sistema YZ, glicuronil-
transferase]. A icterícia é visível quando a 
bilirrubina total é acima de 6 mg. 
 
No período neonatal, a barreira hematoencefálica 
ainda não está fechada, então ela tem uma 
permeabilidade à passagem da bilirrubina indireta, que 
consegue atravessar, fazendo impregnação irreversível 
nos núcleos da base. Daí a importância de identificar 
icterícia na criança recém-nascida, correlacionando com 
os valores de bilirrubina. 
• Palidez palmar: comparar pele com palma; 
importante comparar com familiar, por conta da 
questão étnica. Classifica-se em leve ou grave. 
Geralmente, os níveis de hemoglobina estão 
abaixo de 6 na palidez palmar grave. 
• Lesões elementares: é comum as mães usarem 
algum produto antes mesmo de ir ao médico. 
Dessa forma, muitas vezes não se consegue 
identificar a lesão primária. 
 
5 Louyse Jeronimo de Morais 
A regra número 1 é: ao não saber o que é, definir 
a lesão primária [eczema, exantema, mácula, pápula etc.]. 
Ex.: polimorfismo de lesões está associado com varicela. 
• Mancha mongólica: pode ser arroxeada ou cinza; 
em geral, é normal. 
 
• Mancha rosada: se tiver relevo, é hemangioma, 
então tem que remover cirurgicamente, apesar 
de poder regredir cirurgicamente. 
 
• Miliária rubra: brotoeja. É uma obstrução de 
glândulas sudoríparas, geralmente em climas 
quentes, quando agasalha muito a criança. 
 
• Millium facial: lesões congênitas que regridem 
espontaneamente. 
 
Se a lesão primária for uma pústula, pensa em 
etiologia bacteriana. É mais preocupante na criança 
menor, pelo risco de sepse. Abaixo, pústula que rompe e 
parece queimadura de cigarro – impetigo. 
 
• Lesões hemorrágicas: importância para 
diagnóstico clínico e medicina legal [abuso?]. 
o Petéquias 
o Púrpura 
o Equimose: difere do hematoma, o qual é 
mais profundo, necessitando da ativação 
da cascata da coagulação, com depósito 
de fibrina. 
o Víbice: lesão alinhada, que entrega o 
objeto utilizado para provocar o 
ferimento. 
 
 
• Estado de hidratação: na desidratação grave, o 
turgor da pele fica diminuído [a pele volta ao 
estado inicial demorando mais de 2 segundos]. 
Isso leva à necessidade de instituir o plano C de 
hidratação venosa. 
 
A seguir, olhos encovados, que também indicam 
desidratação. 
 
6 Louyse Jeronimo de Morais 
 
Para identificar estado de hidratação em casos 
mais leves, pode-se oferecer líquidos para a criança. Se ela 
beber avidamente com sede, indica desidratação. 
• Pescoço: adenomegalias, torcicolo congênito, 
assimetrias, cisto tireoglosso. 
 
O cisto tireoglosso fica na topografia da tireoide e 
pode crescer e comprimir a traqueia, então tem que 
remover. 
Cadeias ganglionares superficiais: são as que 
conseguimos palpar. Pescoço, inguinal e axilar são 
topografias habituais em que os gânglios são palpáveis. 
Deve-se investigar se > 2 cm. Se estiver em topografia não 
habitual [região do colar – fúrcula esternal e fossas 
supra/infra claviculares direita e esquerda, bem como 
região posterior da área cervical – e do brinco – pré-
auricular], precisa investigar, independentemente do 
tamanho. A região epitroclear e poplítea também não é 
habitual. Assim, na vigência de um gânglio palpável, sem 
evidência clara de causa, deve-se investigar. 
 
 
4. Frequência respiratória [irpm] 
 
Deve-se contar durante um minuto. A criança não 
pode estar mamando no peito ou chorado recentemente, 
por conta do esforço respiratório. O padrão respiratório 
das crianças é predominantemente abdominal. 
A respiração rápida pode indicar pneumonia, crise 
de asma, erro inato do metabolismo, sepse, cetoacidose, 
aspiração de corpo estranho, IRA, IC aguda etc. De uma 
maneira geral, no primeiro trimestre de vida, a respiração 
rápida é o que mais contribui para a mortalidade. 
5. Frequência cardíaca [bpm]: sopro sistólico pode ser 
normal em crianças. 
 
6. Temperatura [°C] 
 
Mesmo sem febre, tem que aferir temperatura, 
porque a criança pode fazer hipotermia. A temperatura 
retal é mais sensível, porque não sofre influência externa.
 
Verifique em todas as crianças doentes de 2 
meses a < 5 anos, se existem sinais de perigo: não 
consegue beber ou mamar no peito, vomita tudo o que 
ingere, apresenta convulsões, está letárgica ou 
inconsciente.