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DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO E DIGNIDADE HUMANA: A SUSTENTABILIDADE COMO POSITIVADOR DESTE PRINCIPIO CONSTITUCIONAL CONSIDERAÇÕES INICIAIS O desenvolvimento tecnológico tem sido grande aliado da sociedade em geral trazendo benefícios, colocando milhares de pessoas em contato, estreitando distâncias, permitindo a diversidade cultural, troca de conhecimento, enfim, configurando um verdadeiro mundo globalizado. A transmissão e recebimento de informações tornaram-se instantâneas a todo o tempo e em todo o mundo; há uma inserção nesse meio, com bastante frequência e intensidade. Entretanto o que se constata, muitas vezes, é o desvio da finalidade dessas redes, uma vez que seus usuários passaram a postar informações que, com certa frequência, violam direitos e garantias fundamentais. Dentre as violações que podem ocorrer no meio digital destacam-se, principalmente o direito a liberdade de expressão e o direito a privacidade. Quando há violação desses direitos, é a própria sustentabilidade que é atingida tendo em vista que esta possui estreita relação com o principio da dignidade da pessoa humana. Tal principio é atingindo frequentemente pela atuação dos hackers que se aproveitam da instantaneidade da rede e do anonimato que esta oferece e a utilizam com a finalidade de descobrir informações pessoais e utiliza-las com o objetivo de obter algum proveito econômico da vitima. Em decorrência disto, faz-se necessário que sejam previstas e devidamente exercidas formas de contrabalançar a liberdade de expressão com os limites que o próprio ordenamento jurídico preceitua, tais como a proibição de censura, a obrigação de indenizar, a criminalização de determinadas condutas no Código Penal brasileiro, entre outras. Este trabalho tem como objetivo demostrar como a sustentabilidade vai além do campo ambiental. Tal princípio, dotado de caráter jurídico no ordenamento brasileiro, visa garantir o bem estar para as atuais e futuras gerações possuindo íntima relação com valores como solidariedade, justiça e equidade. Busca-se, com o desenvolvimento sustentável, que haja uma reflexão positiva na vida das pessoas, que os avanços tecnológicos e econômicos sejam determinantes apenas para uma vida mais fácil e não para a satisfação de caprichos humanos. METODOLOGIA O presente trabalho foi estruturado a partir do uso da pesquisa bibliográfica como metodologia. Esta i j i Segundo Fonseca (2002, p. 32) “A pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos, páginas de web sites” Conforme afirma Gil (2007, p. 44), os exemplos mais característicos desse tipo de pesquisa são as investigações sobre ideologias ou aquelas que se propõem à análise das diversas posições acerca de um problema. Além disso, tem como forma a se seguir o método exploratório, com o objetivo de apurar conceitos e ideias a partir de um planejamento flexível e através dos mais variados conteúdos disponíveis, com o objetivo de possibilitar a reflexão dos aspectos apresentados neste estudo e da familiaridade e aproximação com os conhecimentos almejados a partir de sua análise. A FACILIDADE E OS PERIGOS DA INTERNET A facilidade de troca de informações com a internet torna-se mais instantânea a cada dia, a rapidez com que as informações podem chegar ao outro lado do mundo chega a ser inimaginável. Segundo Gustavo Testa Corrêa: [...] A Internet é um sistema global de rede de computadores que possibilita a comunicação e a transferência de arquivos de uma máquina a qualquer outra máquina conectada na rede, possibilitando, assim, um intercâmbio de informações sem precedentes na história, de maneira rápida, eficiente e sem a limitação de fronteiras, culminando na criação de novos mecanismos de relacionamento. (2000, p. 135) A adesão ao uso das redes sociais cresce a cada dia, sem que haja uma devida fiscalização dos conteúdos que são compartilhados. Entretanto essa facilidade e velocidade aliadas ao anonimato que a internet oferece podem ser usadas não só para simples troca de informações; práticas ilegais nesse meio tem se tornado cada vez mais frequentes. O avanço da internet, que para Paesani (2014), hoje i i comunicação que interliga dezenas de milhões de computadores no mundo inteiro e permite o acesso a uma quantidade de informações praticamente inesgotáveis, anulando toda distância de lugar e tempo. Esse meio de comunicação que se tornou essencial no mundo inteiro, apesar de trazer benefícios e servir de disseminadora de informações, traz também muitos problemas quando se trata da privacidade. Essa facilidade e velocidade aliadas ao anonimato que a internet oferece podem ser usadas não só para simples troca de informações; práticas ilegais nesse meio tem se tornado cada vez mais frequentes. A falta de normas para regulamentar o campo da internet causa grandes transtornos a quem tem sua vida privada invadida e divulgada na grande rede. Pois como afirma Paesani (2014) (...) i i i : ao mesmo tempo em que se tornou um espaço livre, sem controle, sem limites geográficos e políticos, e, portanto, insubordinado a qualquer poder, revela-se como um emaranhado perverso, no qual se torna possível o risco de ser aprisionado por uma descontrolada elaboração eletrônica. (pág.21) Proporcionalmente ao exercício da liberdade de expressão na internet vigora, também, a invasão à privacidade justamente em desfavor daqueles que pretendiam apenas exercer seu direito de liberdade de expressão. Deste modo se torna comum a ocorrência de casos onde se tem a violação de dois direitos fundamentais básicos assegurados a todos em decorrência de principio da dignidade humana: o direito de liberdade de expressão e o direito à privacidade. Tal violação ocorre frequentemente com o uso indevido das redes sociais. A facilidade da troca de informações via Internet coloca a privacidade, intimidade e a segurança das pessoas em risco. A salvaguarda de tais direitos fundamentais encontra-se prevista no artigo 5º da Constituição Federal, caput e inciso X e por vezes são violados sem a vítima perceber, por meio de programas de computador chamados phishing, que copiam dados e senha, como malwares, números de cartão de crédito, roubam fotos, documentos. (Jahnke e Gossling. 2013 p.3). A privacidade que corresponde ao direito reconhecido ao indivíduo de exercer o controle sobre o uso dos próprios dados pessoais inseridos num arquivo eletrônico tendo a liberdade de preservar ou não a própria intimidade, é exposta ao risco em cada acesso, podendo ser violada através de programas de computador sem que a vítima perceba. Como a cláusula geral da dignidade da pessoa humana acaba se concretizando por meio dos direitos fundamentais em espécie, é necessário que se busque, com fundamento direto na dignidade da pessoa humana, a sua proteção contra novas ofensas e ameaças, em princípio não alcançadas, ao menos não expressamente, pelo âmbito de proteção dos direitos fundamentais já consagrados no texto constitucional. A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA COMO DIREITO FUNDAMENTAL A expressão da dignidade humana é tida como fundamento do Estado brasileiro, pois expressa q “ xi h , g içõ i , i i , ô i j i q i q i j i ” Tal postura protecionista assumida pelo Estado que tem o papel de garantidor dos direitos criados e direcionados ao próprio homem, em termos atuais, prevê respeito à identidade cultural, respeito à história de vida de cada sujeito e de cada tradição. Segundo afirma Novelino (...) a dignidade é considerada o valor constitucional supremo e, enquantotal deve servir, não apenas como razão para a decisão de casos concretos, mas principalmente como diretriz para a elaboração, interpretação e aplicação das normas que compõem a ordem jurídica em geral, e o sistema de direitos fundamentais, em particular. (2014, pag.174) Tal premissa possui caráter normativo e é considerado como sendo a matriz axiológica do ordenamento jurídico brasileiro, em decorrência disso, a ela é conferido um duplo papel no sistema, pois além de seu enquadramento na condição de norma fundamental, como sendo um conteúdo autônomo de direitos, o princípio da dignidade da pessoa humana também funciona como fonte de direitos, garantias e deveres fundamentais (STARLET, 2010, p.70,91), capaz de nortear os sentidos desses direitos, justificar o reconhecimento de novos direitos, além de ser considerado como um verdadeiro critério de ponderação de sentido na implicação recíproca entre os diversos direitos fundamentais com ele relacionados. O fim do Estado é o homem, como fim em si mesmo que é, isto é, como sujeito de dignidade, de razão digna e supremamente posta acima de todos os bens e coisas, inclusive do próprio Estado. Para Rocha O Estado somente é democrático, em sua concepção, constitucionalização e atuação, quando respeita o princípio da dignidade da pessoa humana. Não há verbo constitucional, não há verba governamental que se façam legítimos quando não se voltam ao atendimento daquele princípio. Não há verdade constitucional, não há suporte institucional para políticas públicas que não sejam destinadas ao pleno cumprimento daquele valor maior transformado em princípio constitucional. (1999, p. 57.) Sem o respeito à dignidade da pessoa humana não se há de cogitar que o Poder exercido seja considerado legitimo, pois a legitimidade tem sua única expressão no homem quando este é respeitado em sua essência. Sem dignidade não há democracia e sem essa todos os fundamentos constitucionais da organização política da sociedade brasileira são postos por terra. É nesse contexto de efetivação do princípio da dignidade humana que aparece o princípio da sustentabilidade, o qual deixa de ser apenas um suporte conceitual da Ordem Constitucional Econômica e Social e passa a ser considerado como um direito fundamental, através do qual se busca uma forma que se mostra eficaz para a efetivação do direito fundamental à qualidade de vida de modo a garantir um desenvolvimento equilibrado e que satisfaça as necessidades humanas essenciais. O reconhecimento da sustentabilidade como um princípio jurídico de outros ramos do Direito, não só do Direito Ambiental revela a intenção de dotá-los de uma unidade teórico- normativa enquanto desdobramentos da unidade semântico-principiológica da Constituição Federal. Trata-se de um movimento que merece ser louvado, haja vista que seu direcionamento para um tratamento interdisciplinar dos ramos do Direito promove a compatibilização racional dos objetivos, por vezes diversos, que áreas específicas do Direito perseguem. Compatibilização levada a cabo através de uma reconstrução da principiologia desses segmentos, que, como se sabe, foram construídas sem necessariamente serem pautadas na preocupação com uma unidade de sentido constitucional – que tem como núcleo sustentador e irradiador de sentido a dignidade humana – para a qual deve agora se voltar. O DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO E A VIOLAÇÃO DA DIGNIDADE HUMANA O advento da tecnologia foi importante para a sociedade, pois trouxe consigo modificações e inovações tecnológicas o que possibilitam maior comodidade e melhores relações, sem a barreira da distância. Além de permitir troca de conteúdos via internet. Porém, vale salientar que a globalização desencadeou várias práticas ilegais e criminais. Ao mesmo tempo em que a inovação tecnológica trouxe benefícios, colocando milhares de pessoas em contato, estreitando distâncias, permitindo a diversidade cultural e a troca de conhecimento, configurando-se como um verdadeiro mundo globalizado, o aumento de práticas ilegais e criminosas, merecedoras de estudo e regramento, também aumentou sem que houvesse a devida regulamentação e punição prevista a tais condutas. A Internet foi programada para funcionar e distribuir informações de forma ilimitada. Em contrapartida, as autoridades judiciarias estão presas às normas e instituições do Estado e, portanto, a uma nação e a um território limitado. Configura-se o conflito e a dificuldade de aplicar controles judiciais na rede e surge o problema da aplicação de regras (Paesani, 2014. Pág. 21) O ser social é constituído das relações que estabelece entre si, levando em conta os valores e normas da sociedade e da cultura na qual está inserido. A sua ética é expressa no dia a dia, por meio de sua linguagem, ações e costumes. As redes sociais possuem um conjunto de informações que tem uma amplitude de assuntos, possibilitando uma ampla interação e análise sobre os mesmos. Podemos observar que a diversidade de informações apresentadas na rede nos transforma em seres sociais cada vez mais autônomos e interligados. A liberdade de expressão do pensamento é um direito inerente ao ser humano que necessita comunicar-se constantemente com o outro. O exercício desse direito pode ocorrer pelas mais variadas formas: escrita (livros, revistas, jornais, periódicos, cartas), falada (conversas, palestras, reuniões), pelo uso de imagens e de sons (rádio e televisão), internet, através das redes sociais, entre outras. Por possibilitar essa manifestação não só do pensamento, mas de opiniões, ideias e ideologias, essa liberdade é a maneira pela qual o indivíduo participa da vida em sociedade e das decisões do Estado. Assim sendo, o Estado deve assegurar ao indivíduo o direito de manifestar e de expor seu pensamento livremente, sem que este sofra qualquer tipo de restrição. Nesse particular, a CF/88 veda expressamente a censura e a licença. Entretanto, o exercício da liberdade de expressão do pensamento não é absoluto, no próprio texto constitucional estão expressas as restrições ao seu exercício, em dispositivos que estabelecem a vedação ao anonimato, à proibição de violação da honra, da imagem, da vida privada e da intimidade do indivíduo. Está expressa também a obrigação de indenização por danos materiais ou morais no caso do exercício da liberdade de expressão de forma abusiva As discussões sociais vêm frequentemente analisando as devidas práticas ilegais que vem a ferir os direitos fundamentais realizadas por hackers com objetivos maliciosos de invadir, modificar, inserir e divulgar pertences privativos de outrem sem o seu consentimento. Consistindo-se na falta de normas efetivas e regulamentadoras de tais práticas. Na visão de Jahnke e Gossling: (...) a discussão consiste nessa tipologia de práticas ilegais que se encontram em uma crescente tanto pelo retorno rápido, mas também pela falta de normas efetivas e regulamentadoras de tais práticas, bem como um olhar acerca dos direitos fundamentais que são feridos por essas práticas. (2013, p.2) Verifica-se que há um imensurável risco nas trocas de dados informáticos via internet colocando-se assim a privacidade, intimidade e a segurança das pessoas em constante perigo. Por um lado, tendo tais direitos fundamentais proteção prevista na Constituição Federal, estes são muitas vezes violados sem que a vítima perceba que está sendo alvo de um crime por meio de programas de computador, os quais permitem que sejam transferidos documentos pessoais ilegalmente. Desta forma podemos perceber a importância das redes sociais e a forma como a ela está intrínseca na sociedade atual. Todavia somos levados a refletir até onde o indivíduo deve interagir sem infringir a privacidade e confidencialidade do outro, e quais os riscos que a exposição de informações, pois mesmo com todos os avanços nas áreasde segurança hoje disponíveis, a internet ainda se tem prestado a permitir que algumas pessoas abusem de todo o seu potencial para comunicação e interação. SUSTENTABILIDADE NA PROTEÇÃO A DIGNIDADE HUMANA A sustentabilidade é um dos assuntos mais comentados na atualidade, sendo frequentemente relacionada às questões ambientais, sobretudo no que diz respeito á preservação dos recursos naturais. Entretanto seu conceito não representa uma construção unidimensional ligada apenas à proteção ao meio ambiente, ela possui vinculação com valores e princípios éticos, relacionados com justiça, e determina não ser aceitável viver à custa das gerações futuras. 987, i ç i j conscientização do que se entendia por Desenvolvimento Sustentável. O i : “ i necessidades do presente sem comprometer as possibilidades das gerações i i ” (Pereira; Oliveira; Melo, 2014.) Tendo seu nascedouro em discussões onde se digladiavam ambientalistas e desenvolvimentistas, a noção de sustentabilidade promoveu a superação da ideia da economia como um fim em si mesmo, substituindo-a pelo reconhecimento de ser o ser humano um fim em si mesmo; e, portanto, ser por ele e para ele que existe o desenvolvimento. De tal ligação, se propõe que seja a sustentabilidade um princípio jurídico revelador de um direito fundamental. O reconhecimento da sustentabilidade como um direito tem o condão de promover a superação da sua utilização como uma mera prática discursiva, já que se estará num campo em que ser sustentável não será mais uma prática facultativa, mas obrigatória, e cujo conteúdo não mais será dado por um determinado ator social que esteja na defesa de seus interesses pessoais, mas pelo Estado, através de sua Lei Fundamental, com vistas à realização de seu valor maior: a dignidade da pessoa humana. O Relatório Brundtland i 987 i q “ j iça distributiva global entre ricos e pobres, natureza das pessoas que vivem hoje e no futuro e h ”. Isto é, direciona seu foco exclusivamente em evoluir de maneira sustentável, o que, frise-se, representou uma inovação, e define o desenvolvimento sustentável como q “q i z i i g çõ futuras satisfazerem suas próprias necessidades” (NOSSO FUTURO COMUM, 1991, p. 46.) A sustentabilidade vem com a proposta de promover uma melhor garantia do bem estar social com o meio ambiente do qual dependemos diretamente, referindo-se, de forma imprescindível, à sobrevivência, atendendo a humanidade e se preocupando com as futuras gerações. No meio ambiente, tutelado como garantia constitucional, pretende-se a consolidação da qualidade de vida, contemplando todos os valores e princípios da Constituição. Assim contribui Canotilho e Moreira (1993, p.143): [...] uma consequência derivada de múltiplos fatores no mecanismo e funcionamento das sociedades humanas e que se traduz primordialmente numa situação de bem-estar físico, mental, social e cultural no plano individual, e em relação de solidariedade e fraternidade no plano coletivo. Nossa Constituição Federal de 1988 tem como fundamento a garantia do direito à vida, no qual se funda o princípio da qualidade de vida sadia. A interpretação contemporânea desta norma constitucional vem no sentido de que não basta conservar a vida e viver bem, é preciso mais, a busca da concretização da qualidade de vida. C i V ig , i i i i i “( ) i dificuldade de preservar e expandir as liberdades substantivas de que as pessoas hoje desfrutam sem comprometer a capacidade das futuras gerações de desfrutarem de liberdade h i ” (2005, 46) A qualidade de vida que se busca obter com a efetivação da sustentabilidade está intrinsecamente interligada com o existir com dignidade, pois ao se elevar a qualidade de vida como um direito de todos garante-se a possibilidade de exigência de que o Poder Público forneça as condições mínimas para que tal direito seja concretizado. Tal desenvolvimento que se busca promover com a real efetivação da sustentabilidade vai além do campo ambiental e tem de ser entendido não apenas como uma meta a ser alcançada e sim como um processo que deve ser obtido e mantido em virtude de sua importância, pois como afirma Dias, este desenvolvimento. Exerce consequentemente, grande influencia sobre todos os setores do desenvolvimento social, entre os quais: a educação, a saúde, a moradia, a convivência urbana, o bem-estar, a dinâmica demográfica, a integridade familiar e a prática da democracia, com a plena participação popular. (, 2015, pág. 21) Compreender a sustentabilidade como um princípio constitucional, que vai além da proteção ao meio ambiente, como sendo este um princípio interdisciplinar, constitui importante tarefa dogmática em busca da efetividade de ideias que gravitam no entorno da solidariedade e da dignidade como balizas do Estado Democrático de Direito. CONSIDERAÇÕES FINAIS Por todos esses aspectos que foram dispostos, fica plenamente evidenciado, que em decorrência dos meios de informações e interações digitais que, apesar de terem reduzido consideravelmente as distâncias abissais existentes entre os povos do mundo, interligando quase todas as nações, dentro de um sistema complexo e mais globalizado, as falhas que estão contidas dentro dos meios informáticos e tecnológicos, são por diversas vezes, utilizadas por pessoas que buscam cometer crimes aproveitando-se do anonimato que lhes é propiciado. Quando se efetivam essas práticas ilícitas, tem-se afetado diretamente o direito a dignidade da pessoa humana, inerente a todos. Nesse tocante, uma das grandes dificuldades que se busca dentro da nossa Carta Magna diz respeito à sustentabilidade, tendo em vista que os seres humanos constituem o centro e a razão de ser deste processo faz-se necessário pleitear um novo estilo de desenvolvimento que seja ambientalmente sustentável, mas não apenas no acesso e no uso dos recursos naturais e na preservação da biodiversidade; que seja socialmente sustentável reduzindo a pobreza e as desigualdades sociais e que busque promover a justiça e a equidade; que seja culturalmente sustentável na conservação do sistema de valores, práticas e símbolos de identidade; e que seja politicamente sustentável ao aprofundar a democracia e garantir o acesso e a participação de todos na tomada de decisões públicas. Esse novo estilo de desenvolvimento tem como norte uma nova ética de desenvolvimento, na qual os objetivos econômicos de progresso estejam subordinados às leis de funcionamento dos sistemas naturais e aos critérios de respeito à dignidade humana e melhoria da qualidade de vida das pessoas. Maria Gabriela Inácio Leite – Discente Do Curso De Direito Do Centro Universitário Leão Sampaio. E-mail: gabyinacio_leite@hotmail.com Jorge Batista da Silva - Discente Do Curso De Direito Do Centro Universitário Leão Sampaio. E-mail: jorge.b.s@outlook.com Flora Tavares Gonçalves - Discente Do Curso De Direito Do Centro Universitário Leão Sampaio. E-mail: florras@outlook.com mailto:gabyinacio_leite@hotmail.com mailto:jorge.b.s@outlook.com mailto:florras@outlook.com REFERÊNCIAS CORRÊA, Gustavo Testa. Aspectos jurídicos da internet. 1º ed. São Paulo: Saraiva, 2000, 145 p. 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