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2 Sumário CAPA ROSTO APRESENTAÇÃO ANO LITÚRGICO 1. O que é o Ano Litúrgico? 2. Como se divide o Ano Litúrgico? 3. Quando começa e quando termina o Ano Litúrgico? CICLO DO NATAL 4. O que é o Ciclo do Natal? ADVENTO 5. O que é o Advento? Por que não começa sempre no mesmo dia? 6. Quando se começou a celebrar o Advento? 7. Quando começamos a preparar-nos para o Natal? 8. Qual a cor litúrgica do Advento e o que significa? 9. O que é a coroa do Advento? 10. Quais são as grandes personagens do Advento? 11. Há cantos próprios para o Advento? Onde encontrá-los? 12. Quais são as festas de Nossa Senhora no Advento? 13. O que acontece se a solenidade da Imaculada cai num domingo do Advento? 14. Quais os livros da Bíblia mais lidos no Advento? 15. Existe uma espiritualidade do Advento? 16. Por que nas missas do Advento não se canta (reza) o Glória? 17. Como preparar o presépio? 18. Por que no Advento se faz a novena do Natal? 19. O que são as “Antífonas do Ó”? 20. Que importância tem Papai Noel nesse tempo? NATAL 21. O que é o Natal? 22. Jesus nasceu de fato no dia 25 de dezembro? 23. Por que celebramos o Natal nesse dia? 24. Quando se começou a celebrar o Natal nesse dia? 25. Qual a cor litúrgica do Natal e que significado tem? 26. Fazia frio quando Jesus nasceu? 27. Qual a importância da ceia de Natal? 28. Quantas missas de Natal existem? 3 kindle:embed:0002?mime=image/jpg 29. Por que se fala de “Missa do galo”? 30. Por que se come panetone no Natal? 31. O que representa a árvore de Natal? 32. Os outros símbolos de Natal têm sentido religioso? 33. A missa do Natal tem que ser à meia-noite? 34. Quais são os evangelhos que narram o nascimento de Jesus? 35. Onde nasceu Jesus? 36. Quem visitou o menino Jesus primeiro? 37. Pode-se dizer que o Natal é a festa da família? 38. O que é a oitava do Natal? 39. Em que dia cai a festa da Sagrada Família? 40. Qual é a mensagem do Natal? 41. Como surgiu a festa de 1º de janeiro? 42. Qual é a mensagem dessa festa? EPIFANIA 43. O que significa a palavra epifania? 44. Qual a cor litúrgica dessa festa e que significado tem? 45. A estrela que guiou os magos é real ou simbólica? 46. Qual é a mensagem da Epifania? 47. Por que a festa da Epifania sempre cai de domingo? 48. O que é a “Befana”? 49. Quando é que se deve desmontar o presépio? BATISMO DO SENHOR 50. Quando se celebra a festa do Batismo do Senhor? 51. Por que certos anos o Batismo do Senhor não é celebrado de domingo? 52. Jesus precisava ser batizado? 53. Qual a cor litúrgica dessa festa e que significado tem? 54. Qual é a mensagem dessa festa? COLEÇÃO CRÉDITOS 4 APRESENTAÇÃO Crer e compreender não são coisas opostas. Quando cremos, sentimos necessidade de dar razão à nossa fé, ou seja, dizer por que cremos. Quanto mais compreendermos os fundamentos de nossa fé, mais aptos estaremos para vivenciar, celebrar e testemunhar aquilo que cremos. Neste livro você encontrará as perguntas mais comuns acerca do Ciclo do Natal, que se inicia com o primeiro domingo do Advento e se encerra com a festa do Batismo do Senhor. Não sou especialista em Liturgia, mas gosto dela há muito tempo. Não escrevi esse texto com a competência de um mestre, e sim com a sensibilidade de um padre que gosta de celebrar e celebrar bem. Santo Agostinho, um dos maiores teólogos do cristianismo, sentia a necessidade de ser simples, claro e objetivo quando se tratava de explicar ao povo os rudimentos da fé. Foi com essas intenções que aceitei o convite de produzir três livrinhos sobre o Ano Litúrgico. Este é o primeiro – acerca do Ciclo do Natal. Com carinho desejo aos leitores um ótimo aprendizado. 5 ANO LITÚRGICO 1. O que é o Ano Litúrgico? O Ano Litúrgico é a celebração da vida de Jesus Cristo ao longo de um ano. A cada ano, os cristãos revivem as etapas mais importantes da vida de nosso Senhor: seu nascimento, a morte, ressurreição, ascensão e o envio do Espírito Santo... No ano civil, somos orientados pelas estações (primavera, verão...) e pelas festas cívicas (Carnaval, Tiradentes, Independência...); no Ano Litúrgico, nossa caminhada de fé é marcada pelos momentos fortes da vida do Senhor. O povo da primeira Aliança, o povo judeu, também tinha (e tem) seu Ano Litúrgico. No começo, o ritmo da vida deles era marcado pelas festas ligadas à terra (animais e lavoura): mudança de uma pastagem a outra (páscoa), primeiros frutos, colheita da cevada, ceifa do trigo etc. Com o passar do tempo, incorporaram a essas festas fatos da vida nacional, criando outras celebrações: a Páscoa se tornou comemoração da libertação do Egito; Pentecostes celebrava o dia da entrega da Lei; Tendas ainda hoje recorda o tempo de Moisés, no deserto, quando o povo viveu em cabanas etc. A expressão “Ano Litúrgico” começou a ser usada no século XIX, quando surgiu o Movimento Litúrgico. Esse Movimento para a renovação da Liturgia foi coroado no século passado, no Concílio Ecumênico Vaticano II. Seu primeiro grande fruto foi a constituição Sacrosanctum Concilium, sobre a Liturgia. Antes de se chamar “Ano Litúrgico”, recebera outros nomes, por exemplo, “Ano da Igreja” e “Ano cristão”. 6 2. Como se divide o Ano Litúrgico? Sendo a celebração da vida de nosso Senhor ao longo de um ano, o Ano Litúrgico tem etapas, e com elas nós avançamos e somos introduzidos no coração do projeto de Deus. Há dois modos de perceber a organização do Ano Litúrgico. 1. O primeiro se caracteriza por ciclos. Ciclo é um “período em que ocorrem fatos históricos importantes a partir de um acontecimento, seguindo uma determinada evolução”. O primeiro fato histórico importante da vida de nosso Salvador é seu nascimento, o Natal. Portanto, Ciclo do Natal. O fato mais importante está cercado de outros acontecimentos que o precedem e o seguem. Dessa forma, o Ciclo do Natal está composto da seguinte forma: Advento, Natal (com oitava), Sagrada Família, festa da Mãe de Deus, Epifania e Batismo do Senhor. O segundo fato histórico importante é a Páscoa. Temos, portanto, o Ciclo da Páscoa, assim formado: Quaresma, Semana Santa, Tríduo Pascal, Páscoa (com oitava), domingos da Páscoa (Ascensão), Pentecostes. Temos, ainda, o período mais longo do ano, com 34 (33) domingos, chamado de Tempo Comum. 2. Outro modo de perceber a organização do Ano Litúrgico é por tempos. Tempo do Advento (4 domingos antes do Natal), Tempo do Natal (até o Batismo do Senhor), Tempo da Quaresma (5 domingos mais Semana Santa), Tempo Pascal (da Páscoa até Pentecostes) e Tempo Comum (34 domingos, assim distribuídos: da festa do Batismo do Senhor até o início da Quaresma; de Pentecostes até o 34º Domingo Comum). 7 3. Quando começa e quando termina o Ano Litúrgico? O Ano Litúrgico não segue o calendário civil. Começa antes e, portanto, termina antes. Sendo celebração da vida de nosso Senhor ao longo de um ano, é lógico começar pela preparação ao seu nascimento. Por isso, o primeiro domingo do Advento marca o início do Ano Litúrgico. E, consequentemente, a última semana do Tempo Comum é também a última semana do Ano Litúrgico. No 34º domingo do Tempo Comum celebra-se, todos os anos, a solenidade de nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo. É a coroa do Ano Litúrgico, que parte da encarnação e termina na glorificação. 8 CICLO DO NATAL 4. O que é o Ciclo do Natal? É o período que parte do primeiro domingo do Advento e termina com a festa do Batismo do Senhor. Chama-se Ciclo do Natal porque essa solenidade é seu ponto alto. É o Natal que dá sentido ao que veio antes, como preparação (Advento) e ao que vem depois, como celebração e complemento. 9 ADVENTO 5. O que é o Advento? Por que não começa sempre no mesmo dia? A palavra Advento vem do latim (Adventus) e significa chegada, vinda. É o tempo de preparação próxima para a solenidade do nascimento do Salvador. Alguns fatores contribuem para que o Ano Litúrgico não comece sempre no mesmo dia. Em primeiro lugar, o fato de o Natal ser sempre no dia 25 de dezembro, podendo cair em qualquer dia da semana. Em segundo lugar, o Advento tem sempre 4 domingos. As trêsprimeiras semanas do Advento são cheias, mas a última é quase sempre incompleta. Por isso, a cada ano, o Advento tem dias a mais ou a menos em relação ao ano anterior. 10 6. Quando se começou a celebrar o Advento? Não é possível determinar com exatidão quando e onde teve início o costume de celebrar o Advento. Sabe-se que em várias regiões, entre os séculos IV e VII, já se celebrava o Advento como preparação ao Natal. Em certas regiões, como na Espanha e na antiga França, desde o início esse tempo era marcado pela prática do jejum e da abstinência de carne. Em Roma, pelo fim do século VII, o Advento começa a ser identificado com a preparação para a segunda vinda de Cristo. Com a reforma litúrgica do Concílio Vaticano II, o Advento passou a ser celebrado nos seus dois aspectos: a vinda definitiva do Senhor e a preparação para o Natal, mantendo a tradição das 4 semanas. 11 7. Quando começamos a preparar-nos para o Natal? Pode-se falar de preparação próxima e de preparação remota. A preparação próxima se concentra no Advento. É um tempo de fortes apelos para acolher a vida, promovê-la e defendê-la. A liturgia dos 4 domingos do Advento, os cantos próprios desse tempo, as novenas de Natal, os mutirões para um Natal sem fome... são algumas formas de preparação próxima para essa solenidade. O fato de pensarmos nos outros, de presentearmos as pessoas, de reunirmos familiares distantes e amigos, também pertence ao espírito natalino que povoa nosso imaginário nesse período. Evidentemente, quem só pensa em presentes e festas de fim de ano está muito longe da proposta que o Natal tem a oferecer. Mas pode-se falar também de uma preparação remota. De fato, ao longo do ano, a Liturgia nos educa e prepara a essa grande solenidade, seguindo os passos da mãe de Jesus. Nove meses antes do Natal – 25 de março – celebramos a solenidade da Anunciação do Senhor (Lucas 1,26-38). Nessa ocasião, o anjo Gabriel disse a Maria que Isabel estava no sexto mês de gravidez. Lucas 1,39-56 narra a visita de Maria a sua prima, e nós celebramos esse acontecimento no dia 31 de maio, festa da Visitação de Nossa Senhora. É o encontro de duas mães e o encontro do Precursor com o Salvador. No dia 24 de junho – em clima de festas juninas – celebramos a Natividade de São João Batista, e é interessante imaginar Maria ajudando Isabel no parto de João. Enfim, podemos preparar-nos com a festa do aniversário de Maria, no dia 8 de setembro (não se sabe ao certo quando ela nasceu). Sua natividade foi o ponto de partida para que o Messias chegasse até nós. 12 8. Qual a cor litúrgica do Advento e o que significa? As cores são importantes na Liturgia. Cada cor litúrgica tem seu significado. Entrando na igreja no primeiro domingo do Advento, você vai notar a presença da cor roxa. Ela estará nas vestes do presidente da celebração (estola e casula), na ornamentação da Mesa da Palavra (ambão) e da Mesa da Eucaristia (altar). Dependendo da criatividade e dos recursos da comunidade, a cor roxa se manifestará em flores, panôs etc. Ela é um convite àquilo que João Batista anunciava: “Preparem o caminho do Senhor, endireitem suas estradas. Todo vale será aterrado, toda montanha e colina serão aplainadas; as estradas curvas ficarão retas, e os caminhos esburacados serão nivelados. E todo homem verá a salvação de Deus” (Lucas 3,4b- 6). O roxo pede mudanças profundas para a vinda do Senhor. É também a cor da Quaresma. No terceiro domingo do Advento pode-se usar a cor rosa, e seu significado é alegria. A razão é esta: a antífona de entrada desse domingo é tirada de Filipenses 4,4-5, e é um convite à alegria: “Alegrai-vos sempre no Senhor. De novo eu vos digo: Alegrai-vos! O Senhor está perto!”. A alegria também faz parte da preparação ao Natal. 13 9. O que é a coroa do Advento? A coroa do Advento se tornou comum em nossa cultura e ajuda na preparação ao Natal. Ela teve origem na Alemanha, entre as famílias protestantes. Porém, a coroa não nasceu de tradições cristãs. Os protestantes a adaptaram de costumes pagãos. Lá, no Natal é inverno, as horas de sol são poucas, e as noites, longas. Sendo inverno, tem-se a impressão de que toda a natureza morre. Por isso acendiam-se velas, enfeitadas com ramos de pinho, que se mantêm verdes também no inverno. Esperava- se, à luz das velas, a chegada da primavera, quando a natureza renasce. Enfeitavam a coroa com fitas vermelhas. As velas eram roxas ou púrpuras, a cor da realeza. Os cristãos “batizaram” esse costume. Para eles, a quarta vela devia ser rosa, para expressar alegria. Na noite do Natal, uma vela branca, símbolo de Cristo, era acesa e colocada no centro. Como se vê, a coroa do Advento nasceu nas casas, em família, quando ainda não havia luz elétrica. É interessante resgatar a coroa como algo a ser cultivado em família. Nas igrejas, ela tem basicamente quatro velas enfeitadas (coloridas), uma para cada domingo. Vão sendo acesas sucessivamente ao longo do Advento. Luz das velas, ramos verdes, coroa em forma de círculo sugerem aprofundamentos. 14 10. Quais são as grandes personagens do Advento? Se levarmos em conta as leituras bíblicas do Advento, perceberemos que as personagens principais são três, nesta ordem: o profeta Isaías, João Batista e Maria. 1. O profeta Isaías. Ele aparece nos 4 domingos do Ano A (1º domingo: 2,1-5; 2º domingo: 11,1-10; 3º domingo: 35,1-6a.10; 4º domingo: 7,10-14) e nos dois primeiros domingos do Ano B (1º domingo: 63,16-17; 64,1.3-8; 2º domingo: 40,1-5.9-11). Nas leituras semanais do Advento, Isaías comparece 15 vezes. Os estudiosos costumam dividir o livro de Isaías em três, cada qual correspondendo a um período particular: 1º Isaías (1-39, anterior ao exílio na Babilônia); 2º Isaías (40-55, durante o exílio); 3º Isaías (56-66, depois do exílio). Ele é o profeta que mais fala do Messias descendente de Davi, suas qualidades, os resultados de sua chegada. O evangelista Mateus viu realizada em Jesus a profecia do Emanuel, Deus-conosco (compare Isaías 7,10-14 com Mateus 1,18-25). João Batista preparava o povo usando as palavras de Isaías (compare Isaías 40,3-5 com Lucas 3,4-6). Os textos desse profeta nos introduzem no clima de expectativa pela vinda do Messias. 2. João Batista. Considerado o último profeta do Antigo Testamento, é chamado de Precursor, isto é, aquele que vai à frente do Messias para lhe preparar o caminho. Assume como missão aquilo que havia sido anunciado pelos profetas Isaías e Malaquias (compare Isaías 40,3 e Malaquias 3,1 com Marcos 1,2-3). O povo viu em João Batista o próprio Elias, profeta que deveria vir para preparar a chegada do Messias (compare Eclesiástico 48,10 com Lucas 1,17; Mateus 11,14; 17,11-13). João Batista aparece como figura importante ou central nos evangelhos do 2º e 3º domingos dos anos A, B e C. Ano A: 2º domingo: Mateus 3,11-12; 3º domingo: Mateus 11,2-11. Ano B: 2º domingo: Marcos 1,1-8; 3º domingo: João 1,6-8.19-28. Ano C: 2º domingo: Lucas 3,1-6; 3º domingo: Lucas 3,10-18. 3. José. O Novo Testamento fala pouco de José, esposo de Maria. Falando pouco, talvez queira expressar o caráter humilde e obediente desse homem de Deus. Ele era descendente de Davi, o rei justo. Deus prometeu a Davi que sempre haveria um descendente seu para ocupar o trono desse grande rei. Adotando Jesus como filho, José abre o caminho para que Jesus seja considerado legítimo descendente da casa real, “filho de Davi” (Mateus 1,1). O trabalho cansativo de carpinteiro, o amor e o respeito profundo por sua esposa Maria, a obediência à vontade de Deus sem reclamações apesar das dúvidas e incertezas, fazem de José um homem justo (Mateus 1,19). Esta palavra diz tudo acerca de José, pois o compara aos grandes personagens do passado, considerados justos: Noé, Abraão, Moisés, Davi... Nosso calendário religioso celebra São José duas vezes. No dia 19 de março temos 15 a solenidade de São José,esposo da Bem-aventurada Virgem Maria, padroeiro da Igreja Universal. E dia 1º de maio, memória de São José operário. Como não lembrá-lo também nos dias que antecedemo Natal e depois dele, na festa da Sagrada Família, na fuga para o Egito e seu retorno...? 4. Maria. Foi a mais fiel colaboradora de Deus no seu projeto de salvação. Ela ocupa espaço central nos evangelhos do 4º domingo. Ano A: Mateus 1,18-24; Ano B: Lucas 1,26-38; Ano C: Lucas 1,39-45. A 1ª leitura desses domingos foi por muitos interpretada como anúncio da vinda do Messias, nascido de Maria. Ela é, sem dúvida, a personagem-modelo para quantos desejam preparar-se adequadamente para as festas natalinas. Não se deve esquecer que, dentro do Advento, há duas comemorações de Maria: 8 de dezembro, solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora, e 12 de dezembro, festa de Nossa Senhora de Guadalupe, Padroeira da América Latina. Isaías e João Batista preparavam o povo com palavras. Maria “preparou” o Salvador em seu seio. No Brasil, se cair de domingo, a solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora tem precedência sobre aquele domingo. 16 11. Há cantos próprios para o Advento? Onde encontrá- los? Sim, há cantos próprios para as celebrações do Advento. São cantos que expressam esperança, expectativa. Criam um clima gostoso, pois as melodias costumam mexer com a sensibilidade das pessoas. Quem deve escolher os cantos não pode improvisar. Há vários cantos inspirados nos textos bíblicos que falam da vinda do Salvador. O mesmo se pode dizer dos salmos. Quando os cantamos ou rezamos num clima de Advento, eles costumam ter um brilho especial. Há muitos livros de cantos, CD’s etc. Normalmente os cantos estão agrupados segundo os tempos litúrgicos. Os índices dos livros também costumam ser assim. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil publicou os Hinários próprios para os tempos litúrgicos, com partituras e cifras para violão. Um dos objetivos desses hinários é compor um todo harmônico entre cantos e leituras bíblicas numa mesma celebração. 17 12. Quais são as festas de Nossa Senhora no Advento? São duas, uma universal e outra continental. A universal celebra-se no dia 8 de dezembro. É a solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora. A continental é celebrada aos 12 de dezembro: é a festa de Nossa Senhora de Guadalupe, Padroeira da América Latina. 18 13. O que acontece se a solenidade da Imaculada cai num domingo do Advento? No dia 8 de dezembro de 1854, o Papa Pio IX proclamou o dogma da Imaculada Conceição de Nossa Senhora. É difícil encontrar apoio bíblico para esse dogma, mas para nós, católicos, isso não constitui problema, pois nossa caminhada de fé é iluminada também pelos ensinamentos da Igreja – o Magistério. É uma celebração de primeiro grau. Não é memória nem festa. É solenidade. Por isso, quando esse dia cai de domingo, a solenidade ocupa o lugar do domingo correspondente. Nessa solenidade aprendemos que é justo que a Mãe do Salvador fosse uma casa santa, um corpo puro para acolher o Senhor. O dogma da Imaculada Conceição não caiu de repente das nuvens. Pelo contrário, é a coroa de longa caminhada com Maria. Já no ano 431, no Concílio de Éfeso, ela foi proclamada Mãe de Deus (solenidade que celebramos no Ano Novo). De lá para cá, os cristãos católicos foram amadurecendo sua experiência com Maria. E chegou-se a criar uma espécie de calendário para as comemorações de momentos significativos de sua vida. Sua concepção imaculada (8 de dezembro), seu aniversário de nascimento (8 de setembro), a apresentação no Templo (21 de novembro), a anunciação (25 de março), a visita a Isabel (31 de maio), a assunção (15 de agosto ou o domingo mais próximo) e a memória de Nossa Senhora Rainha (22 de agosto). Além disso, há várias festas e memórias celebradas por todos (exemplo: Nossa Senhora das Dores – 15 de setembro) ou por alguma igreja particular (diocese). 19 14. Quais os livros da Bíblia mais lidos no Advento? Sem dúvida, o livro do Antigo Testamento mais lido no Advento (domingos + dias da semana) é Isaías. Nos domingos, Mateus (Ano A), Marcos (2 domingos do Ano B) e Lucas (4º domingo do Ano B e Ano C) vão se alternando. João aparece no 3º domingo do Ano C. Ainda nos domingos, como 1ª leitura, comparecem outros profetas: Jeremias, Miqueias, Sofonias e Baruc. Como 2ª leitura, predomina a carta aos Romanos (3 domingos do Ano A e 1 do Ano B), além de outras cartas: Filipenses (2 domingos do Ano C), Tiago, 1 Coríntios, 1 e 2 Tessalonicenses, 1 Pedro e Hebreus. Nos dias de semana, Isaías aparece 15 vezes; outros livros aparecem apenas uma vez: Gênesis, Números, Juízes, 1 e 2 Samuel, Cântico dos Cânticos, Eclesiástico, Jeremias, Sofonias, Malaquias. Os evangelhos são de Mateus (14 vezes), Lucas (10 vezes) e João (1 vez). 20 15. Existe uma espiritualidade do Advento? Sim, existe, e deve ser buscada, descoberta e vivenciada a partir das palavras e gestos das grandes personagens desse tempo: os profetas (sobretudo Isaías), João Batista e Maria. Os profetas anunciaram a vinda do Messias; João Batista o mostrou próximo, entre nós, e Maria o ofereceu ao mundo. As expressões espera vigilante, expectativa ativa e esperança operosa podem ajudar a compreender a espiritualidade do Advento. Podemos resumir tudo isso com as palavras de Isaías 63,17-19: “Javé, por que nos deixas desviar de teus caminhos? Por que fazes nosso coração endurecer e, assim, perdermos o teu temor? Volta atrás, por amor dos teus servos e das tribos que são a tua herança. Por um momento nossos inimigos se apoderaram do teu povo santo e pisaram o teu santuário. Estamos como outrora, quando ainda não nos governavas, quando sobre nós o teu nome nunca fora invocado. Quem dera rasgasses o céu para descer! Diante de ti as montanhas se derreteriam”. Esse sonho foi acalentado durante séculos, o sonho de sentir Deus tão próximo da gente, caminhando conosco, vivendo nossos problemas, festejando nossas festas, sonhando nossos sonhos. Desde o início, na criação, quando disse: “Façamos o homem à nossa imagem e semelhança” (Gênesis 1,26), ele foi preparando o momento em que ele próprio, no Filho, se faria homem à nossa imagem e semelhança. Não se trata de espiritualidade passiva ou fechada dentro da pessoa; ao contrário, ela se derrama para os outros. Maria dá o exemplo: ela se declara serva de Deus, e fica grávida de Jesus. Mas logo corre, apressada, à casa de Isabel, a fim de ajudá-la. É serva de Deus e servidora do povo necessitado. 21 16. Por que nas missas do Advento não se canta (reza) o Glória? O Glória é uma doxologia, ou seja, um hino de louvor, uma louvação a Deus, por Jesus Cristo, no Espírito Santo. Sempre que prescrito, deveria ser cantado. As palavras iniciais são tiradas do louvor cantado pelos anjos na noite de Natal. Lucas narra (2,8-14): “Naquela região havia pastores, que passavam a noite nos campos, tomando conta do rebanho. Um anjo do Senhor apareceu aos pastores; a glória do Senhor os envolveu em luz, e eles ficaram com muito medo. Mas o anjo disse aos pastores: ‘Não tenham medo! Eu anuncio para vocês a Boa Notícia, que será uma grande alegria para todo o povo: hoje, na cidade de Davi, nasceu para vocês um Salvador, que é o Messias, o Senhor. Isto lhes servirá de sinal: vocês encontrarão um recém-nascido, envolto em faixas e deitado na manjedoura.’ De repente, juntou-se ao anjo uma grande multidão de anjos. Cantavam louvores a Deus, dizendo: ‘Glória a Deus no mais alto dos céus, e paz na terra aos homens por ele amados’ ”. O clima de expectativa vigilante, de espera ativa e de esperança operosa transborda de alegria na noite de Natal, no canto do Glória, quando misturamos nossa voz à voz dos anjos e de todo o universo no mesmo canto. Muitas comunidades, durante esse hino de louvor, levam o Menino Jesus em procissão até o presépio. 22 17. Como preparar o presépio? O evangelista Lucas é o único a narrar com detalhes o nascimento de Jesus (2,1- 7): “Naqueles dias, o imperador Augusto publicou um decreto, ordenando o recenseamento em todo o império. Esse primeiro recenseamento foi feito quando Quirino era governador da Síria. Todos iam registrar-se, cada um na sua cidade natal. José era dafamília e descendência de Davi. Subiu da cidade de Nazaré, na Galileia, até à cidade de Davi, chamada Belém, na Judeia, para registrar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida. Enquanto estavam em Belém, se completaram os dias para o parto, e Maria deu à luz o seu filho primogênito. Ela o enfaixou, e o colocou na manjedoura, pois não havia lugar para eles dentro da casa”. A “casa” pertencia provavelmente aos parentes de José, nascido em Belém. Não havia lugar para eles dentro de casa, e tiveram de se abrigar no “puxadinho” do lado de fora da parede, onde recolhiam os animais à noite. Lucas fala claramente de uma manjedoura que serviu de berço para o Senhor do mundo. Essa cena noturna, de extrema pobreza, grandiosa por sua simplicidade, inspirou o bem-aventurado pobre em espírito Francisco de Assis (1181-1226). Comovido e identificado com aquela cena, criou nas cavernas de um monte de sua região aquilo que hoje chamamos de presépio. Não podemos esquecer que o sentido primeiro dessa palavra é “estábulo”, “estrebaria”, “curral”. A arte e a fantasia não têm limites, e hoje muitos têm o costume de viajar para visitar essas obras de arte que são os presépios. Contudo, a característica principal é a simplicidade com que o Salvador entrou em nossa história, pelo caminho dos pobres e sem-teto. Pobreza criativa deveria ser a regra para montar o presépio. 23 18. Por que no Advento se faz a novena do Natal? É quase uma tradição fazer a novena do Natal pelas casas, como preparação à solenidade do nascimento do Salvador. As vantagens dessa prática são muitas. Em primeiro lugar, indica que o Natal é festa religiosa, não comercial, e que para bem celebrá-la é preciso preparação. É por esse motivo que temos o Advento e a novena. Em segundo lugar, é gostoso encontrar-se pelas casas, para rezar, conversar, fazer amizades, partilhar sentimentos. Às vezes é preciso quebrar as algemas que nos prendem à TV – para ela o Natal é apenas comércio. A novena é também importante porque “massageia” o coração. Ou seja, muitos grupos de novena fazem coleta para ajudar famílias pobres, visitam doentes e idosos etc. Com isso nos tornamos mais solidários e pessoas de bom coração. Descubra você mesmo(a) outras vantagens de se fazer a novena. Não existem dias fixos para se fazer a novena. É importante que aconteça dentro do Advento. 24 19. O que são as “Antífonas do Ó”? São as antífonas da mais tradicional (e antiga) “novena do Natal”, cantada no passado em latim. Na verdade, são 7. Surgiram no século VII ou VIII. São chamadas do Ó porque começam desse jeito. E a cada dia, Jesus é invocado com um título bíblico importante. Primeiro dia: Ó Sabedoria, que saístes da boca do Altíssimo, e atingis os confins de todo o universo e com força e suavidade governais o mundo inteiro! Oh! Vinde ensinar-nos o caminho da prudência! Segundo dia: Ó Adonai, guia da casa de Israel, que aparecestes a Moisés na sarça ardente e lhe destes a vossa lei sobre o Sinai: Vinde salvar-nos com o braço poderoso! Terceiro dia: Ó Raiz de Jessé, ó estandarte, levantado em sinal para as nações! Ante vós se calarão os reis da terra, e as nações implorarão misericórdia. Quarto dia: Ó Chave de Davi, cetro da casa de Israel, que abris e ninguém fecha, que fechais e ninguém abre: Vinde logo e libertai o homem prisioneiro, que nas trevas e na sombra da morte está sentado. Quinto dia: Ó Sol nascente, justiceiro, resplendor da luz eterna: Oh! Vinde e iluminai os que jazem entre as trevas e na sombra do pecado e da morte estão sentados! Sexto dia: Ó Rei das nações, desejado dos povos. Ó Pedra angular, que os opostos unis: Oh! Vinde e salvai este homem tão frágil, que um dia criastes do barro da terra. Sétimo dia: Ó Emanuel: Deus-conosco, nosso Rei Legislador, Esperança das nações e dos povos Salvador: Vinde enfim para salvar-nos, ó Senhor e nosso Deus! As antífonas do Ó estão relacionadas com a festa de Nossa Senhora da Expectação, ou seja, às vésperas do parto. O Ofício Divino das Comunidades resgatou essas antífonas numa novena do Natal, acrescentando mais duas: Ó Mistério (1º dia) e Ó Libertação (2º dia). 25 20. Que importância tem Papai Noel nesse tempo? Papai Noel é o melhor garoto-propaganda do comércio. Infelizmente ele chega a ocupar o lugar do aniversariante, o Menino Jesus. Produz a ideia de que Natal é sinônimo de muita comida e presentes. Talvez por isso haja pessoas que detestam o Natal. Papai Noel – ou Santa Klaus para muitos – é São Nicolau desfigurado. Esse santo viveu no século IV e foi bispo de Mira. Hoje esse lugar se chama Dembre marítima, no sul da Turquia. A devoção a esse santo tornou-se forte no Oriente e na Rússia. A partir do século XI, começou a ser venerado também no Ocidente (Itália). A tradição o apresenta como homem bom, incapaz de ficar indiferente diante do sofrimento dos pobres, famintos e castigados pelo frio. Sua memória é celebrada no dia 6 de dezembro, data em que foi sepultado. Nessa época, no hemisfério Norte faz muito frio. Daí o costume de associar Papai Noel e neve. Se cada cristão fosse de fato como São Nicolau, certamente não haveria crianças abandonadas nem Natal com fome. 26 NATAL 21. O que é o Natal? Natal é a comemoração do nascimento de Jesus. É a festa do seu aniversário. O profeta Isaías expressava o desejo de que Deus rasgasse o céu para descer. O evangelho de João afirma que “a Palavra se fez homem e habitou entre nós” (1,14). É o dia em que recebemos o maior presente, Deus dando-se a si próprio. É o dia em que Deus – que nos criou à sua imagem e semelhança – quis fazer-se como nós na pessoa do Filho. O Deus invisível tornou-se visível num corpo humano, num bebê frágil como qualquer ser humano. 27 22. Jesus nasceu de fato no dia 25 de dezembro? Não. Não se sabe o dia em que Jesus nasceu. O evangelho de Lucas afirma que João Batista começou a preparar o povo no deserto no 15º ano do reinado do imperador Tibério (Lucas 3,1). Essa data corresponde ao ano 28 ou 29 da nossa era. Lucas diz também que Jesus, ao iniciar sua atividade libertadora, devia ter aproximadamente 30 anos (3,23), mas trata-se de idade simbólica, talvez porque era preciso ter 30 anos para ser considerado rabi (mestre). Na verdade, Jesus nasceu uns cinco ou seis anos antes do ano 1. Até o século 6º contavam-se os anos a partir da fundação de Roma. Um monge chamado Dionísio atendeu o pedido do Papa, e refez as datas passadas, criando um novo calendário, tomando como base para a era cristã o nascimento de Jesus – ano 1. Mas enganou-se nos cálculos. Hoje sabe-se que Herodes – o matador das crianças de Belém – morreu no ano 4 antes da era cristã. E ele havia mandado matar os meninos de 2 anos para baixo (Mateus 2,16). Jesus deve ter nascido uns 6 anos antes da nossa era. E ao morrer (provavelmente no ano 30) devia ter cerca de 36 anos. Não se sabe, portanto, a data de nascimento de Jesus. A única certeza é que não era inverno. Em nosso calendário, estabeleceu-se o dia 25 de dezembro e, a partir dessa data, surgiram outras festas: nove meses antes, a Anunciação (25 de março), e três meses após a Anunciação, o nascimento de João Batista (24 de junho). 28 23. Por que celebramos o Natal nesse dia? A festa do Natal nasceu a partir de uma festa pagã, na Roma antiga. No hemisfério Norte, o inverno coincide com o nosso verão (dezembro a março). Aqui, no começo do verão (dezembro), temos os dias com mais horas de sol. Amanhece cedo e anoitece tarde. No hemisfério Norte é o contrário: amanhece tarde e escurece cedo. Eles têm, portanto, poucas horas de sol. Mas, justamente nos primeiros dias de inverno, o sol vai ganhando preciosos minutos da escuridão. É como se o sol chegasse à fraqueza extrema e começasse a recuperar o terreno perdido, conquistando mais tempo de luz a cada dia. Na Roma antiga celebrava-se essa “recuperação” do sol que vai vencendo aos poucos as trevas. Era a festa do Sol Invencível. Os cristãos “batizaram” essa festa, pois para eles o Sol que vence as trevas é o Senhor Jesus, que fez brilhar sua luz nanoite escura, conforme relata Lucas 2,8-9: “Naquela região havia pastores, que passavam a noite nos campos, tomando conta do rebanho. Um anjo do Senhor apareceu aos pastores; a glória do Senhor os envolveu em luz, e eles ficaram com muito medo.” Eles se lembravam também que os profetas haviam anunciado o surgimento desse Sol. Por exemplo, Malaquias 3,20a: “... para vocês que temem a Javé brilhará o sol da justiça, que cura com seus raios”. O próprio evangelho de Lucas proclama Jesus como luz: “Luz para iluminar as nações e glória do teu povo, Israel” (2,32). Nessa data (25 de dezembro) celebrava-se também a festa de uma divindade pagã, o deus Mitra. Era uma divindade dos persas, protetora dos soldados, introduzida posteriormente em Roma, antes do nascimento de Jesus. O culto ao deus Mitra tinha semelhanças com a religião cristã, por exemplo, o batismo. Outros sacramentos cristãos tinham aspectos semelhantes nos rituais de Mitra. 29 24. Quando se começou a celebrar o Natal nesse dia? Não há uma data exata. Costuma-se afirmar que o Papa Silvestre I (314-337) foi o primeiro a incentivar a celebração do Natal. Há textos que falam de comemoração do Natal no fim do pontificado desse Papa, em 336. Parece ter sido o Papa Júlio I (341- 352) quem tornou oficial essa festa. Como se pode perceber, tudo leva a crer que a celebração do Natal, surgida em Roma, logo se espalhou pelo mundo. Em Constantinopla, é celebrado pela primeira vez no ano 379; em Antioquia, em 388. 30 25. Qual a cor litúrgica do Natal e que significado tem? A cor do Natal, como outras festas do Senhor (Apresentação, Páscoa, Corpus Christi, Transfiguração, Cristo Rei), é o branco, símbolo da paz e da vitória. De fato, o canto dos anjos quando Jesus nasceu inclui o tema da paz (Lucas 2,14): “Glória a Deus no mais alto dos céus, e paz na terra aos homens por ele amados”. Na primeira aparição após a ressurreição, Jesus deseja a paz aos discípulos: “A paz esteja com vocês” (João 20,19.21). 31 26. Fazia frio quando Jesus nasceu? Não. E isso é como um balde de água gelada para os que não imaginam o Natal sem neve, real ou artificial. Somente Lucas pode nos fornecer uma pista segura. Na noite em que Jesus nasceu acontecia o seguinte: “Naquela região havia pastores, que passavam a noite nos campos, tomando conta do rebanho. Um anjo do Senhor apareceu aos pastores; a glória do Senhor os envolveu em luz, e eles ficaram com muito medo. Mas o anjo disse aos pastores: ‘Não tenham medo! Eu anuncio para vocês a Boa Notícia, que será uma grande alegria para todo o povo: hoje, na cidade de Davi, nasceu para vocês um Salvador, que é o Messias, o Senhor. Isto lhes servirá de sinal: vocês encontrarão um recém-nascido, envolto em faixas e deitado na manjedoura’. De repente, juntou-se ao anjo uma grande multidão de anjos. Cantavam louvores a Deus, dizendo: ‘Glória a Deus no mais alto dos céus, e paz na terra aos homens por ele amados’ ” (2,8-14). Duas coisas são bem claras: o episódio aconteceu de noite, e os pastores ficavam vigiando as ovelhas nos campos, a céu aberto. Ora, era praticamente impossível que isso acontecesse no tempo do frio e das chuvas – que vão basicamente de outubro (primeiras chuvas) a abril (últimas chuvas). O frio na Palestina costuma ser forte. Com frio e chuva, nem pastores nem ovelhas passavam a noite ao relento. Isso, contudo, era possível no período de estiagem e de calor – que basicamente vai de maio a setembro. Se a informação de Lucas está correta, tudo indica que Jesus tenha nascido nesse período. 32 27. Qual a importância da ceia de Natal? Há Natal feliz sem ceia e há Natal infeliz com ceia. Há Natal infeliz sem ceia e Natal feliz com ceia. Essa festa costuma ser a boa ocasião para reunir a família e viver juntos o espírito natalino, que é paz, harmonia e fraternidade. Se existem esses ingredientes, até um pedaço de pão seco se torna um banquete. É o Natal feliz sem ceia. Se faltam, é possível que uma abundante ceia não faça felizes as pessoas. Se as pessoas queridas estão longe, dificilmente uma ceia preenche o vazio. E o que dizer de quem não tem o que comer ou dar para as crianças? É o Natal infeliz sem ceia. Se todos tivessem o suficiente para viver, se os poderosos repartissem mais, todos teriam uma ceia de Natal, e haveria felicidade. A ceia, porém, não é tudo, pois o festejado é Jesus. Ele não exige banquetes. Ele quer um lar. Se quisermos que o festejado celebre conosco, partilhemos algo com quem tem menos. Foi o que Jesus disse: “Todas as vezes que fizeram isso a um desses meus irmãos pequeninos, foi a mim que o fizeram. Toda vez que não o fizeram... foi a mim que o deixaram de fazer” (cf. Mateus 25,31ss). Jesus se contenta com o gesto. 33 28. Quantas missas de Natal existem? Há três missas de Natal. A primeira é a “missa da noite”, a segunda se chama “missa da aurora”, e a terceira é a “missa do dia”. Cada uma tem leituras próprias. Primeira: Isaías 9,1-6; Salmo 95 (96); Tito 2,11-14; Lucas 2,1-14. Segunda: Isaías 62,11-12; Salmo 96 (97); Tito 3,4-7; Lucas 2,15-20. Terceira: Isaías 52,7-10; Salmo 97 (98); Hebreus 1,1-6; João 1,1-18. Na tarde do dia 24 pode haver a “missa vespertina”: Isaías 62,1-5; Salmo 88 (89); Atos 13,16-17.22-25; Mateus 1,1-25. 34 29. Por que se fala de “Missa do galo”? Diz uma antiga lenda que o galo foi o primeiro a presenciar e a anunciar, com seu canto rasgando a noite, o nascimento de Jesus. Lucas afirma que o portador da boa notícia foi um anjo, e as primeiras testemunhas a espalhar a grande novidade foram os pastores (Lucas 2,8-20). A lenda antiga surgiu no século 5º, em Roma, e a partir disso, a missa da noite de Natal – em alguns lugares ainda celebrada à meia-noite – passou a chamar-se Missa do galo. Até o começo do século 20 era costume que a meia-noite fosse anunciada dentro da igreja por um canto de galo, real ou simulado. O galo, evidentemente, não passou a fazer parte do presépio. Mas não seria mal se participasse, como o boi e o jumento. De fato, Jesus nasceu num ambiente que comportaria um lugar para o galo. 35 30. Por que se come panetone no Natal? O comércio às vezes nos faz crer que o supérfluo é essencial, de modo que para muitos “Natal sem panetone não é Natal”. Que bom se o panetone consegue levar para dentro de um lar a alegria, a fraternidade e a reconciliação. Panetone significa “pão grande”, e está associado ao modo como se celebrava o Natal na região de Milão (Itália). Outros países têm outros doces tradicionais. O panetone é um pão doce. Os ingredientes básicos são farinha, açúcar, ovos, uvas passas, leite e frutas cristalizadas. Há três tentativas de explicar o nome e a origem desse doce. 1. Havia em Milão um tal de Ughetto, apaixonado por Adalgisa, filha de um padeiro. Para ficar perto dela, pediu emprego na padaria do pai dela. E, visto que o amor faz milagres, Ughetto criou a receita do panetone, dando muito lucro ao patrão e ganhando como esposa a amada Adalgisa, entre 1300 e 1400. 2. Um padeiro chamado Tone, por volta do ano 900, o teria inventado por ocasião do Natal. Panetone significaria “pão do Tone”. 3. Outra tradição refere-se ao mestre-cuca Gian Galeazzo Visconti, primeiro duque de Milão. Ele o teria inventado para uma festa em 1395. 36 31. O que representa a árvore de Natal? Diz uma lenda que, quando Jesus nasceu, as árvores se reuniram para ver quem iria enfeitar o presépio. Cada uma exibia suas qualidades, sombra, folhas perfumadas, frutos saborosos... e desprezavam o pinheirinho, dizendo-lhe que com essas agulhas perigosas certamente iria espetar e ferir o Menino. O pinheirinho, então, começou a chorar. Os anjos que haviam cantado “Glória a Deus no mais alto dos céus, e paz na terra aos homens por ele amados”, vendo o sofrimento do pinheirinho, se encheram do espírito natalino, a compaixão. E transformaram cada lágrima dele numa bola colorida. A estrela dos reis magos desceu e foi pousar no ramo mais alto do pinheirinho, que se encheu de luz. O Menino Jesus olhou para o pinheirinho enfeitado e cheio de luzes,e sorriu para ele. As outras árvores entenderam que ele havia sido o escolhido. A tradição do pinheirinho (Tannenbaum) ou árvore do Natal é de origem alemã. Sabe-se, pela história, como os germânicos cultuavam as florestas e o valor que sempre deram às plantas. O mais antigo texto a falar do pinheirinho do Natal é do século 16 – época do descobrimento do Brasil – quando as famílias alemãs enfeitavam pinheirinhos de Natal com flores de papel (as flores vermelhas representavam o conhecimento e as brancas representavam a inocência), frutas (maçãs) e doces. Com o passar do tempo, as maçãs foram substituídas pelas bolas. Na Europa, Natal e inverno andam juntos, e comer maçãs no inverno era algo especial. O pinheirinho lembra várias coisas. 1. No rigor do inverno europeu, ele não perde as folhas, não perde a vitalidade e exuberância. É símbolo da vida que não sofre derrotas, como Jesus. 2. No paraíso terrestre havia a árvore da vida. No presépio há uma árvore que representa a vida, e há o próprio autor da vida, Jesus. 3. O pinheirinho está carregado de bolas, que antigamente eram maçãs, os frutos. Jesus disse que se alguém permanece nele, produz muitos frutos. Além disso, os sacramentos da vida cristã são os “frutos” de Jesus para nós. 4. No alto do pinheirinho costuma-se pôr uma estrela, aquela que guiou os magos a Belém. Além disso, Jesus declarou ser a luz do mundo. Garantiu que quem o segue não anda nas trevas, mas terá a luz da vida. 5. A árvore de Natal faz pensar na árvore da cruz etc. Descubra você mesmo(a) outros significados da árvore do Natal. A criatividade deveria nos livrar de duas coisas: usar uma árvore artificial e evitar depredação da natureza. 37 32. Os outros símbolos de Natal têm sentido religioso? Há grande variedade de símbolos natalinos, segundo as culturas de cada lugar: sinos de Belém, luminosos, guirlandas, arranjos de mesa... Nem sempre têm sentido religioso, como o Papai Noel e suas renas. Com certa sensibilidade de nossa parte, podemos descobrir neles sinais que nos levem ao festejado, o Salvador. 38 33. A missa do Natal tem que ser à meia-noite? Não. É até aconselhável que não seja, para facilitar as pessoas, sobretudo os idosos e crianças. Não se sabe exatamente a hora do nascimento do Senhor. Portanto, deve- se agir com praticidade e bom senso. 39 34. Quais são os evangelhos que narram o nascimento de Jesus? Mateus e Lucas. Lucas (1-2) é mais rico em detalhes acerca do nascimento. Mateus (1-2) tem textos próprios, que narram acontecimentos posteriores ao nascimento, como a visita dos magos, a fuga para o Egito e o retorno da Sagrada Família, estabelecendo-se em Nazaré. 40 35. Onde nasceu Jesus? É basicamente a mesma pergunta que os magos fizeram ao rei Herodes em Jerusalém (Mateus 2,2a). Consultando os profetas, os assessores do rei encontraram um texto do profeta Miqueias 5,1-3, que apontava Belém como lugar do nascimento do Messias. Mateus e Lucas são os evangelistas que falam de Belém como terra natal de Jesus. Belém fica na Judeia – Nazaré fica na Galileia. Pode-se afirmar que Belém é uma espécie de periferia de Jerusalém. As comunidades ligadas ao evangelista Mateus eram de origem judaica. Para elas, o nascimento do Messias em Belém era de grande importância, pois era a cidade do rei Davi. Deus havia prometido a esse rei o seguinte: o trono de Judá seria sempre ocupado por um descendente de Davi. É por isso que Mateus começa seu evangelho dizendo que Jesus é “filho de Davi” (1,1). Era mais uma prova de que Jesus – morto e ressuscitado – é de fato o Messias prometido, o rei. Marcos não se importa com o nascimento de Jesus em Belém. Prefere mostrá-lo em Nazaré, na Galileia. Mateus e Lucas nesse sentido são mais completos, pois mostram Jesus nascido em Belém, mas crescido em Nazaré. O evangelho de João tem outra perspectiva. Para ele, nem Belém nem Nazaré são importantes, porque, para as comunidades joaninas, Jesus vem de Deus e volta para Deus. Quando o povo diz saber de onde Jesus é, é exatamente o momento em que confessa sua ignorância, pois desconhece que ele vem do Pai (veja, por exemplo, 7,25-29; 13,1 etc.). 41 36. Quem visitou o menino Jesus primeiro? Mateus dá a entender que foram os magos (2,1-12), mas Lucas fala de uma visita imediata dos pastores (2,8-20). Quem tem razão? É preciso respeitar o jeito que cada evangelista “montou” sua narrativa. Todavia, é mais provável que tenham sido os pastores, que estavam aí perto, de plantão no cuidado das ovelhas. A favor disso está também o fato de os magos terem visto a estrela no Oriente e terem partido rumo à Judeia. Outro fato é este: enganado pelos magos, Herodes mandou matar os meninos com menos de 2 anos (Mateus 2,16). Mais um detalhe: quando os magos chegam a Belém, entram “na casa” (Mateus 2,11), ao passo que os pastores ainda encontram o bebê deitado na manjedoura (Lucas 2,16), e Maria e José por perto. Quando os magos entram na casa, Mateus ignora a presença de José (Mateus 2,11). Se levássemos a sério as indicações de Mateus, a solenidade da Epifania deveria ter outro arranjo: dentro de casa, ausência de pastores, animais, José... 42 37. Pode-se dizer que o Natal é a festa da família? Sim, por vários motivos. Eis os principais: 1. O Filho de Deus escolheu uma família para nascer e crescer. A Encarnação e a Redenção não acontecem fora de uma família. 2. Não só o Natal é festa da família. Dentro da oitava do Natal celebra-se a festa da Sagrada Família, Jesus, Maria e José. 3. O Natal é ocasião para reunir as famílias. Os meios de transporte coletivo ficam abarrotados de gente que vai e que vem para passar o Natal em família. E a festa fica gostosa se não falta ninguém. É o momento da saudade também. Saudade de quem partiu. Há famílias que deixam uma cadeira ou prato vazios, para lembrar a presença de quem partiu, mas ficou na saudade... Descubra você mesmo(a) outros motivos que fazem do Natal a festa da família. 43 38. O que é a oitava do Natal? Há no Ano Litúrgico duas oitavas, do Natal e da Páscoa. São 8 dias formando um todo, um só dia. A oitava do Natal recorda que, até o oitavo dia, é Natal. A oitava da Páscoa diz a mesma coisa: até o oitavo dia, é dia de Páscoa. Isso ressalta a importância dessas duas festas. As principais festas judaicas (Páscoa, Pentecostes, Tendas) duravam 8 dias. A oitava se caracteriza pela presença da missa do Glória e do prefácio do Natal. A oitava do Natal tem as seguintes comemorações. Dia 26: festa de Santo Estêvão, primeiro mártir. Dia 27: São João, apóstolo e evangelista. Dia 28: festa dos Santos Inocentes, mártires. Dia 29: 5º dia da oitava. Dia 30: 6º dia da oitava. Dia 31: 7º dia da oitava. Dia 1º de janeiro: 8º dia da oitava: Solenidade da Santa Mãe de Deus, Maria. 44 39. Em que dia cai a festa da Sagrada Família? No domingo dentro da oitava do Natal, celebra-se a festa da Sagrada Família. Se não houver domingo dentro da oitava, a festa da Sagrada Família passa ao dia 30. A festa tem 1ª leitura, Salmo responsorial e 2ª leitura iguais para os três anos: 1ª leitura: Eclesiástico 3,3-7.14-17a; Salmo 127 (128); Colossenses 3,12-21. O evangelho muda a cada ano. Ano A: Mateus 2,13-15.19-23; Ano B: Lucas 2,22-40; Ano C: Lucas 2,41-52. Há leituras opcionais. 45 40. Qual é a mensagem do Natal? O clima de festa, as músicas que encantam, os enfeites, as pessoas que se encontram, as luzes... tudo ajuda a dizer o que é o Natal. Mas quem dá o verdadeiro sentido dessa solenidade é a Palavra de Deus: “A Palavra se fez homem e habitou entre nós. E nós contemplamos a sua glória: glória do Filho único do Pai, cheio de amor e fidelidade” (João 1,14). E também: “Eu anuncio para vocês a Boa Notícia, que será uma grande alegria para todo o povo: hoje, na cidade de Davi, nasceu para vocês um Salvador, que é o Messias, o Senhor... Glória a Deus no mais alto dos céus, e paz na terra aos homens por ele amados” (Lucas 2,10-11.14). 46 41. Como surgiu a festa de 1º de janeiro? No primeiro dia do ano – dia mundial da paz – terminamos a oitavado Natal e celebramos a solenidade da Santa Mãe de Deus, Maria. O título “Mãe de Deus” recorda um dogma mariano, e é muito antigo, do Concílio de Éfeso (431). As igrejas do Oriente foram as primeiras a celebrar esse acontecimento. Naqueles lugares, havia o costume de homenagear toda mãe que desse à luz, numa data próxima. Foi assim que herdamos, por exemplo, a festa dos pais de Maria – São Joaquim e Sant’Ana –, celebrados no dia 26 de julho, antes da comemoração do nascimento de Maria (8 de setembro). A solenidade tem sempre as mesmas leituras: Números 6,22-27; Salmo 66 (67); Gálatas 4,4-7 e Lucas 2,16-21. O evangelho de Lucas, todavia, põe ênfase no nome do Menino. Jesus = Deus salva. 47 42. Qual é a mensagem dessa festa? É Ano Novo, as esperanças se renovam, as pessoas se cumprimentam e festejam, se desejam a paz para todo o ano. É justo homenagear aquela por meio de quem o Filho de Deus entrou em nossa história para uma missão já estampada em seu nome. Jesus = Deus salva. A cor branca dessa solenidade aponta para um mundo sem conflitos. 48 EPIFANIA 43. O que significa a palavra epifania? A palavra vem do grego (epifáneia) e significa “manifestação”. É a solenidade da “manifestação do Senhor”, o dia em que o Senhor Jesus se deu a conhecer e foi reconhecido pelos pagãos. Popularmente ela recebe outros nomes: Dia de Reis etc. As igrejas do Oriente celebravam essa solenidade como sendo o dia de Natal. Mais tarde, por influência das igrejas da Europa, começaram a festejar também o Natal. Mas a Epifania continua sendo importante solenidade no Ciclo do Natal. 49 44. Qual a cor litúrgica dessa festa e que significado tem? A cor é a mesma do Natal – o branco –, e tem o sentido das solenidades anteriores. Por ser a comemoração do encontro do Salvador com os não-judeus, o tema da paz se alastra até os confins do mundo. Mais tarde, a carta aos Efésios dirá que Jesus derrubou o muro que separava judeus de pagãos, tornando-os um só povo (Efésios 2,15-16). As leituras dessa solenidade são sempre as mesmas: Isaías 60,1-6; Salmo 71 (72); Efésios 3,2-3a.5-6; Mateus 2,1-12. 50 45. A estrela que guiou os magos é real ou simbólica? O episódio dos Magos só se encontra no evangelho de Mateus (2,1-12). A tradição popular os classifica como reis, diz que são três, lhes dá nomes (Baltazar, Melquior e Gaspar) e até diz onde estariam sepultados (em Colônia, na Alemanha). Na verdade, se existiram não eram magos, mas astrólogos, não eram reis nem três, e não se sabe onde foram enterrados. O número 3 foi deduzido dos presentes dados ao Menino: ouro, incenso e mirra. Alguns especulam acerca da estrela, como se seu aparecimento fosse fato real. E chegam à conclusão de que a estrela pudesse ter sido a conjunção de Júpiter e Saturno (7 a.C.), ou de Júpiter e Vênus (6 a.C.). Real ou simbólica? Eis a questão. Pode ter havido um fato histórico constatável, mas quando o episódio foi registrado por escrito, mais de 80 anos depois, já não é simples fato bruto. A história dos “magos” e sua estrela vem carregada de fé e de simbolismos das comunidades ligadas a Mateus. De fato, podemos descobrir nessa história uma porção de citações do Antigo Testamento, que fazem do relato uma colcha de retalhos ou, como quer alguém, um álbum de fotos antigas. Em primeiro lugar, deve-se ter presente que naquelas regiões, a descoberta ou surgimento de uma nova estrela significava o nascimento de um rei. Isso coincide com Números 24,17: “Eu o vejo, mas não é agora; eu o contemplo, mas não de perto: uma estrela avança de Jacó, um cetro se levanta de Israel...”. O tema do cetro – bastão de comando do rei – traz a recordação de Gênesis 49,10: “O cetro não se afastará de Judá, nem o bastão de comando do meio de seus pés, até que o tributo lhe seja trazido e os povos lhe obedeçam” (compare com 2 Samuel 7,14). É preciso recordar que Jesus nasceu em Belém de Judá. A expressão “até que o tributo lhe seja trazido” lembra os presentes trazidos ao rei dos judeus, em sintonia com o Salmo 72,10-11.15: “Que os reis de Társis e das ilhas lhe paguem tributos. Que os reis de Sabá e Seba lhe ofereçam seus dons. Que todos os reis se prostrem diante dele, e as nações todas o sirvam! ... Que ele viva, e lhe tragam o ouro de Sabá! Que por ele orem continuamente, e o bendigam o dia todo!”. A expressão “povos lhe obedeçam” faz pensar nos “magos” que se prostram diante do Menino Rei, e recorda Isaías 49,23: “Os reis serão para você tutores e as princesas serão amas-de-leite. Com o rosto por terra, prestarão homenagem a você, lamberão a poeira de seus pés, e você ficará sabendo que eu sou Javé, aquele que nunca decepciona quem nele confia”. Compare essa citação com a do Salmo 72,11. Agora compare tudo isso com este texto que Isaías (60,1-6) dirigiu à cidade de 51 Jerusalém: “Levante-se, Jerusalém! Brilhe, pois chegou a sua luz, a glória de Javé brilha sobre você. Sim, a treva cobre a terra, névoas espessas envolvem os povos, mas sobre você brilha Javé, e sua glória a ilumina. Sob a luz de você caminharão os povos, e os reis andarão ao brilho do seu esplendor. Lance um olhar em volta e observe: todos esses que aí se reúnem vieram procurá-la. Seus filhos vêm de longe, suas filhas vêm carregadas no colo. Então, bastará ver, e seu rosto se iluminará, seu coração parecerá explodir de emoção, porque estarão trazendo para você os tesouros de além-mar, estarão chegando a você as riquezas das nações. Uma grande multidão de camelos a invade, camelos de Madiã e Efa; de Sabá vem todo mundo, ouro e incenso é o que eles trazem, e vêm anunciando os louvores de Javé”. Além disso, não podemos esquecer o texto de Miqueias 5,1-4a, acerca do lugar em que nasceria o Rei descendente de Davi: “Mas você, Belém de Éfrata, tão pequena entre as principais cidades de Judá! É de você que sairá para mim aquele que há de ser o chefe de Israel! A origem dele é antiga, desde tempos remotos. Pois Deus os entrega só até que a mãe dê à luz, e o resto dos irmãos volte aos israelitas. De pé, ele governará com a própria força de Javé, com a majestade do nome de Javé, seu Deus. E habitarão tranquilos, pois ele estenderá o seu poder até as extremidades da terra. Ele próprio será a paz”. Sem a pretensão de esgotar o assunto, notemos o seguinte: quando os “magos” entram na casa, veem primeiro o Menino, e depois a mãe. Não se fala de José. O segundo livro dos Reis, ao apresentar os reis de Judá – antepassados de Jesus conforme a genealogia de Mateus – os cita e apresenta sempre junto com a mãe. Isso não nos sugere algo? Finalmente, é interessante comparar o comportamento dos “magos” – que não se deixam enganar ou cooptar por Herodes – com o comportamento do profeta do Sul diante do rei do Norte, Jeroboão, em 1 Reis 13,1-10. E então, não é melhor entender simbolicamente o episódio? 52 46. Qual é a mensagem da Epifania? É ainda Ciclo do Natal, e tudo o que se refere a ele pode servir de mensagem. Mas a Epifania tem conteúdo próprio, e muito de sua mensagem está nas leituras bíblicas dessa solenidade. Os “magos” representam todos os que não são judeus. Acolhendo- os e manifestando-se a eles, Jesus mostra que veio para todos, sem exclusões. Porém, nem todos estão com ele, como o rei Herodes, agarrado ao poder. Para se manter no poder, mata. Mas os poderosos não compram a vida. Herodes durou muito pouco após ter mandado matar os bebês de Belém. 53 47. Por que a festa da Epifania sempre cai de domingo? A solenidade da Epifania tem data fixa, 6 de janeiro, e até algumas décadas atrás, era celebrada nesse dia. Contudo, visto que havia muitas festas religiosas e feriados civis, várias delas foram transferidas para o domingo mais próximo. Assim, a Epifania passou a cair sempre no domingo entre 2 e 8 de janeiro. 54 48. O que é a “Befana”? É uma tradição italiana transportada para o Brasil. Befana (o nome vem de “epifania”) é uma bruxa, ligada a esse evento. Por isso se fala da festa da Befana. Na vigília da Epifania, as crianças penduram seus meiões de inverno junto à lareira. E paraa Befana, uma laranja num prato, com um copo de vinho. A bruxa vem voando sobre os telhados e entra pelas chaminés das lareiras. Se as crianças se comportaram bem, os meiões se encherão de doces; se não, carvões e cinzas. A bruxa come e bebe, põe cinzas no prato, deixando impressa nelas a palma de sua mão. 55 49. Quando é que se deve desmontar o presépio? O Ciclo do Natal termina com a festa do Batismo do Senhor. O desmonte do presépio coincide com o fim desse ciclo. 56 BATISMO DO SENHOR 50. Quando se celebra a festa do Batismo do Senhor? A festa do Batismo do Senhor celebra-se no domingo após a Epifania, como encerramento do Ciclo do Natal. O dia seguinte, segunda-feira, já é a 1ª semana do Tempo Comum. 57 51. Por que certos anos o Batismo do Senhor não é celebrado de domingo? A festa do Batismo do Senhor é celebrada no domingo entre 9 e 13 de janeiro. Se não há domingo nesses dias, celebra-se a festa na segunda-feira depois da Epifania. Exemplo tradicional: Dia 1º de janeiro – sábado: Solenidade da Santa Mãe de Deus, Maria. Dia 2 de janeiro – domingo: Solenidade da Epifania do Senhor. Dia 9 de janeiro – domingo: festa do Batismo do Senhor. Veja, porém, o que acontece quando não há domingo entre 9 e 13 de janeiro. Exemplo: Dia 1º – segunda-feira: Solenidade da Santa Mãe de Deus, Maria. Dia 7 de janeiro – domingo: Solenidade da Epifania do Senhor. Dia 8 de janeiro – segunda- feira: Festa do Batismo do Senhor. 58 52. Jesus precisava ser batizado? Três evangelhos narram o Batismo de Jesus, com detalhes próprios de cada evangelista: Mateus 3,13-17; Marcos 1,9-11 e Lucas 3,21-22. É o batismo de João Batista, um batismo de arrependimento para o perdão dos pecados (Lucas 3,3; Marcos 1,4-5; Mateus 3,6; Atos 19,4). Evidentemente Jesus não precisava desse batismo. Lucas, portanto, mostra Jesus sendo batizado junto com o povo, solidário com ele (Lucas 3,21). Mas há um detalhe – nos três evangelhos – que faz a diferença. Depois que Jesus saiu da água, o céu se abre, o Espírito desce sobre ele em forma corpórea, como pomba, e a voz do Pai o proclama Filho amado, do agrado de Deus. Esse depois é extremamente importante, salientando que o Batismo de Jesus acontece quando o Espírito desce sobre ele, sendo proclamado Rei (Salmo 2,7) e Servo querido (Isaías 42,1) pelo Pai. O batismo de João foi para Jesus a “desculpa” para algo maior, o Batismo no Espírito Santo. É como se você recebesse um precioso presente numa embalagem caprichada: a embalagem só serve para conter o presente. O evangelho de João entendeu isso muito bem, e não mostra Jesus sendo batizado pelo Batista, pois o verdadeiro Batismo do Senhor é quando o Espírito desce sobre ele: «E João testemunhou: “Eu vi o Espírito descer do céu, como uma pomba, e pousar sobre ele. Eu também não o conhecia. Aquele que me enviou para batizar com água, foi ele quem me disse: ‘Aquele sobre quem você vir o Espírito descer e pousar, esse é quem batiza com o Espírito Santo’. E eu vi, e dou testemunho de que este é o Filho de Deus” (João 1,32-34). Desse Batismo, sim, Jesus precisava ser batizado. 59 53. Qual a cor litúrgica dessa festa e que significado tem? A cor litúrgica é o branco, cor do Natal e das festas do Senhor. E o significado é o mesmo dessas festas. 60 54. Qual é a mensagem dessa festa? A mensagem brota sobretudo das leituras bíblicas dessa festa. Somente o evangelho muda. 1ª leitura: Isaías 42,1-4.6-7; Salmo 28 (29); Atos 10,34-38; Mateus 3,13-17 (Ano A); Marcos 1,7-11 (Ano B); Lucas 3,15-16.21-22 (Ano C). Há leituras alternativas, mas não o texto de João 1,32-34. O Batismo de Jesus aponta para a sua missão, ungido pelo Espírito (Lucas 4,18ss; os sete sinais do evangelho de João). A voz vinda do céu – é a voz do Pai – mostra em que consistirá a missão: ser Rei e Servo, o rei-servidor. A expressão “este é o meu Filho” nasce do Salmo 2,7, o salmo de um rei adotado por Deus como filho. A outra expressão (“em ti encontro o meu agrado”) é tirada do poema do servidor (1ª leitura da festa – Isaías 42,1). A festa do Batismo do Senhor é também o momento de recordar nosso Batismo, pois nele fomos adotados como filhos de Deus e recebemos o Espírito para realizar nossa missão. 61 Coleção Por que creio • A missa explicada parte por parte, Pe. José Bortolini • Advento e Natal, Pe. José Bortolini • Tempo Comum, Pe. José Bortolini • Quaresma, Páscoa e Pentecostes, Pe. José Bortolini • Creio em Deus Pai, J. B. Libanio • Creio em Jesus Cristo, J. B. Libanio • Creio no Espírito Santo, J. B. Libanio • Creio na ressurreição dos mortos, Renold Blank • Creio na vida eterna, Renold Blank • Creio na Igreja Católica, Cleto Caliman 62 As citações bíblicas foram tiradas da Bíblia Sagrada – Edição Pastoral, Paulus, 2012. Direção editorial: Zolferino Tonon Coordenação de desenvolvimento digital: Erivaldo Dantas © PAULUS – 2013 Rua Francisco Cruz, 229 04117-091 – São Paulo (Brasil) Tel.: (11) 5087-3700 Fax: (11) 5579-3627 www.paulus.com.br editorial@paulus.com.br ISBN 978-85-349-3434-3 63 64 Scivias de Bingen, Hildegarda 9788534946025 776 páginas Compre agora e leia Scivias, a obra religiosa mais importante da santa e doutora da Igreja Hildegarda de Bingen, compõe-se de vinte e seis visões, que são primeiramente escritas de maneira literal, tal como ela as teve, sendo, a seguir, explicadas exegeticamente. Alguns dos tópicos presentes nas visões são a caridade de Cristo, a natureza do universo, o reino de Deus, a queda do ser humano, a santifi cação e o fi m do mundo. Ênfase especial é dada aos sacramentos do matrimônio e da eucaristia, em resposta à heresia cátara. Como grupo, as visões formam uma summa teológica da doutrina cristã. No fi nal de Scivias, encontram-se hinos de louvor e uma peça curta, provavelmente um rascunho primitivo de Ordo virtutum, a primeira obra de moral conhecida. Hildegarda é notável por ser capaz de unir "visão com doutrina, religião com ciência, júbilo carismático com indignação profética, e anseio por ordem social com a busca por justiça social". Este livro é especialmente significativo para historiadores e teólogas feministas. Elucida a vida das mulheres medievais, e é um exemplo impressionante de certa forma especial de espiritualidade cristã. Compre agora e leia 65 http://www.amazon.com.br/s/?search-alias=digital-text&field-keywords=9788534946025 http://www.amazon.com.br/s/?search-alias=digital-text&field-keywords=9788534946025 66 Santa Gemma Galgani - Diário Galgani, Gemma 9788534945714 248 páginas Compre agora e leia Primeiro, ao vê-la, causou-me um pouco de medo; fiz de tudo para me assegurar de que era verdadeiramente a Mãe de Jesus: deu-me sinal para me orientar. Depois de um momento, fiquei toda contente; mas foi tamanha a comoção que me senti muito pequena diante dela, e tamanho o contentamento que não pude pronunciar palavra, senão dizer, repetidamente, o nome de 'Mãe'. [...] Enquanto juntas conversávamos, e me tinha sempre pela mão, deixou-me; eu não queria que fosse, estava quase chorando, e então me disse: 'Minha filha, agora basta; Jesus pede-lhe este sacrifício, por ora convém que a deixe'. A sua palavra deixou-me em paz; repousei tranquilamente: 'Pois bem, o sacrifício foi feito'. Deixou-me. Quem poderia descrever em detalhes quão bela, quão querida é a Mãe celeste? Não, certamente não existe comparação. Quando terei a felicidade de vê-la novamente? Compre agora e leia 67 http://www.amazon.com.br/s/?search-alias=digital-text&field-keywords=9788534945714 http://www.amazon.com.br/s/?search-alias=digital-text&field-keywords=9788534945714 68 DOCAT Vv.Aa. 9788534945059 320 páginas Compre agora e leia Dando continuidade ao projeto do YOUCAT, o presente livro apresenta a Doutrina Social da Igreja numa linguagem jovem. Esta obra conta ainda com prefácio do Papa Francisco, que manifesta o sonho de ter um milhão de jovens leitores da Doutrina Social da Igreja, convidando-os a ser Doutrina Social em movimento. 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Em estilo acessível, o autor descreve como a Bíblia cristã teve seu início, desenvolveu-se e por fim, se fixou. Lee Martin McDonald analisa textos desde a Bíblia hebraica até a literatura patrística. Compre agora e leia 73 http://www.amazon.com.br/s/?search-alias=digital-text&field-keywords=9788534936583 http://www.amazon.com.br/s/?search-alias=digital-text&field-keywords=9788534936583 Índice ROSTO 2 APRESENTAÇÃO 5 ANO LITÚRGICO 6 1. O que é o Ano Litúrgico? 6 2. Como se divide o Ano Litúrgico? 7 3. Quando começa e quando termina o Ano Litúrgico? 8 CICLO DO NATAL 9 4. O que é o Ciclo do Natal? 9 ADVENTO 10 5. O que é o Advento? Por que não começa sempre no mesmo dia? 10 6. Quando se começou a celebrar o Advento? 11 7. Quando começamos a preparar-nos para o Natal? 12 8. Qual a cor litúrgica do Advento e o que significa? 13 9. O que é a coroa do Advento? 14 10. Quais são as grandes personagens do Advento? 15 11. Há cantos próprios para o Advento? Onde encontrá-los? 17 12. Quais são as festas de Nossa Senhora no Advento? 18 13. O que acontece se a solenidade da Imaculada cai num domingo do Advento? 19 14. Quais os livros da Bíblia mais lidos no Advento? 20 15. Existe uma espiritualidade do Advento? 21 16. Por que nas missas do Advento não se canta (reza) o Glória? 22 17. Como preparar o presépio? 23 18. Por que no Advento se faz a novena do Natal? 24 19. O que são as “Antífonas do Ó”? 25 20. Que importância tem Papai Noel nesse tempo? 26 NATAL 27 21. O que é o Natal? 27 22. Jesus nasceu de fato no dia 25 de dezembro? 28 23. Por que celebramos o Natal nesse dia? 29 24. Quando se começou a celebrar o Natal nesse dia? 30 25. Qual a cor litúrgica do Natal e que significado tem? 31 26. Fazia frio quando Jesus nasceu? 32 27. Qual a importância da ceia de Natal? 33 28. Quantas missas de Natal existem? 34 74 29. Por que se fala de “Missa do galo”? 35 30. Por que se come panetone no Natal? 36 31. O que representa a árvore de Natal? 37 32. Os outros símbolos de Natal têm sentido religioso? 38 33. A missa do Natal tem que ser à meia-noite? 39 34. Quais são os evangelhos que narram o nascimento de Jesus? 40 35. Onde nasceu Jesus? 41 36. Quem visitou o menino Jesus primeiro? 42 37. Pode-se dizer que o Natal é a festa da família? 43 38. O que é a oitava do Natal? 44 39. Em que dia cai a festa da Sagrada Família? 45 40. Qual é a mensagem do Natal? 46 41. Como surgiu a festa de 1º de janeiro? 47 42. Qual é a mensagem dessa festa? 48 EPIFANIA 49 43. O que significa a palavra epifania? 49 44. Qual a cor litúrgica dessa festa e que significado tem? 50 45. A estrela que guiou os magos é real ou simbólica? 51 46. Qual é a mensagem da Epifania? 53 47. Por que a festa da Epifania sempre cai de domingo? 54 48. O que é a “Befana”? 55 49. Quando é que se deve desmontar o presépio? 56 BATISMO DO SENHOR 57 50. Quando se celebra a festa do Batismo do Senhor? 57 51. Por que certos anos o Batismo do Senhor não é celebrado de domingo? 58 52. Jesus precisava ser batizado? 59 53. Qual a cor litúrgica dessa festa e que significado tem? 60 54. Qual é a mensagem dessa festa? 61 COLEÇÃO 62 CRÉDITOS 63 75 ROSTO APRESENTAÇÃO ANO LITÚRGICO 1. O que é o Ano Litúrgico? 2. Como se divide o Ano Litúrgico? 3. Quando começa e quando termina o Ano Litúrgico? CICLO DO NATAL 4. O que é o Ciclo do Natal? ADVENTO 5. O que é o Advento? Por que não começa sempre no mesmo dia? 6. Quando se começou a celebrar o Advento? 7. Quando começamos a preparar-nos para o Natal? 8. Qual a cor litúrgica do Advento e o que significa? 9. O que é a coroa do Advento? 10. Quais são as grandes personagens do Advento? 11. Há cantos próprios para o Advento? Onde encontrá-los? 12. Quais são as festas de Nossa Senhora no Advento? 13. O que acontece se a solenidade da Imaculada cai num domingo do Advento? 14. Quais os livros da Bíblia mais lidos no Advento? 15. Existe uma espiritualidade do Advento? 16. Por que nas missas do Advento não se canta (reza) o Glória? 17. Como preparar o presépio? 18. Por que no Advento se faz a novena do Natal? 19. O que são as “Antífonas do Ó”? 20. Que importância tem Papai Noel nesse tempo? NATAL 21. O que é o Natal? 22. Jesus nasceu de fato no dia 25 de dezembro? 23. Por que celebramos o Natal nesse dia? 24. Quando se começou a celebrar o Natal nesse dia? 25. Qual a cor litúrgica do Natal e que significado tem? 26. Fazia frio quando Jesus nasceu? 27. Qual a importância da ceia de Natal? 28. Quantas missas de Natal existem? 29. Por que se fala de “Missa do galo”? 30. Por que se come panetone no Natal? 31. O que representa a árvore de Natal? 32. Os outros símbolos de Natal têm sentido religioso? 33. A missa do Natal tem que ser à meia-noite? 34. Quais são os evangelhos que narram o nascimento de Jesus? 35. Onde nasceu Jesus? 36. Quem visitou o menino Jesus primeiro? 37. Pode-se dizer que o Natal é a festa da família? 38. O que é a oitava do Natal? 39. Em que dia cai a festa da Sagrada Família? 40. Qual é a mensagem do Natal? 41. Como surgiu a festa de 1º de janeiro? 42. Qual é a mensagem dessa festa? EPIFANIA 43. O que significa a palavra epifania? 44. Qual a cor litúrgica dessa festa e que significado tem? 45. A estrela que guiou os magos é real ou simbólica? 46. Qual é a mensagem da Epifania? 47. Por que a festa da Epifania sempre cai de domingo? 48. O que é a “Befana”? 49. Quando é que se deve desmontar o presépio? BATISMO DO SENHOR 50. Quando se celebra a festa do Batismo do Senhor? 51. Por que certos anos o Batismo do Senhor não é celebrado de domingo? 52. Jesus precisava ser batizado? 53. Qual a cor litúrgica dessa festa e que significado tem? 54. Qual é a mensagem dessa festa? COLEÇÃO CRÉDITOS
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