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DOENÇA DE ALZHEIMER - RESUMO COMPLETO

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1 VITÓRIA TRINDADE 
DOENÇA DE ALZHEIMER 
CONCEITO 
• A doença de Alzheimer (DA) é uma doença 
neurodegenerativa progressiva e representa a 
forma mais comum de demência em idosos. 
• Caracteriza-se por um declínio cognitivo e 
comportamental (função), com acometimento 
mais precoce e mais intenso da memória. 
 
• Acarreta prejuízo funcional e perda de 
autonomia progressiva, causando aos 
pacientes dependência e necessidade de 
cuidados. 
• Essas alterações cursam com importante 
impacto na qualidade de vida do paciente e de 
sua família, bem como comprometem seu 
funcionamento social e a realização das 
atividades da vida diária (AVD). 
 
Domínios da cognição: 
• Memória; 
• Atenção; 
• Linguagem; 
• Percepção; 
• Funções executivas. 
 
Outros tipos de demência: 
• Demência frontal-temporal; 
• Demência com corpos de Lewy; 
• Doença de Huntington; 
• Demência vascular. 
 
EPIDEMIOLOGIA 
• A Doença de Alzheimer (DA) é a causa mais 
frequente de demência; 
• 46,8 milhões de pessoas com demência no 
mundo; 
→ Sendo, 35,6 milhões de pessoas com 
DA. 
• Estima-se que a cada 3,2 segundos, um novo 
caso de demência é detectado no mundo; 
• No Brasil são 1,2 milhão de pessoas com DA; 
tendo 100 mil novos casos/ano. 
 
 
FATORES DE RISCO 
• Idade > 65 anos, dobrando as chances a cada 5 
anos; 
• Sexo feminino – (Mulher 3:2 Homem); 
• 3,5 vezes maior em indivíduos que tem ao 
menos 1 parente em primeiro grau com 
demência; 
• Ter Síndrome de Down; 
• Portar o alelo APOE4; 
• Depressão; 
• Pouca atividade intelectual; 
• Nível educacional; 
• Traumatismo crânio-encefálico. 
 
FATORES PROTETORES 
• Gênero masculino; 
• Nível educacional elevado; 
• Vida ativa com estimulação cognitiva 
constante; 
• Atividades sociais; 
 
2 VITÓRIA TRINDADE 
• Atividade física regular; 
• Dieta mediterrânea; 
• Vitaminas (E, C, B6, B12, folato); 
• Ausência de traumas cranianos; 
• Consumo moderado de álcool; 
• AINES, estatinas, anti-hipertensivos, TRH. 
 
 
 
FISIOPATOLOGIA 
 
• Atrofia cerebral – com comprometimento 
principalmente do hipocampo; 
• Aumento dos ventrículos; 
• Diminuição das células nervosas e das sinapses 
– destruíção dos dentritos; 
 
COMO OCORRE: 
1° - Perda neuronal: 
• Ocorre uma perda progressiva de neurônios 
corticais, relacionada com a deposição de 
proteínas anormais, principalmente no córtex 
entorrinal, hipocampo e córtex cingulado 
posterior (áreas envolvidas com a cognição). 
• Há acúmulo, agregação e toxicidade de 
peptídeo beta-amiloide no cérebro, produzido 
a partir da proteína precursora amiloide (PPA), 
causando um quadro de proteinopatia. 
 
Qual a função da proteína beta-amiloide? 
Quando vírus, fungos ou bactérias conseguem 
romper a barreira hematoencefálica, o sistema 
imunológico forma “armadilhas” com a beta-
amiloide. São como teias de aranha, que capturam e 
matam os micróbios. 
 
2° - Formação de placas senis: 
• As placas senis são depósitos extracelulares 
esféricos de agregados da proteína beta-
amiloide. 
 
 
3 VITÓRIA TRINDADE 
 
 
3° - Degeneração sináptica: 
• Essas proteínas (beta-amiloide) levam a uma 
inflamação com morte das células nervosas, 
redução da sinapse e liberação de radicais livre. 
 
4° - Formação de emaranhados neurofibrilares 
• A p-tau (proteína TAU) em condições 
fisiológicas estabiliza o sistema de 
microtúbulos no interior dos neurônios, a fim de 
transportar substâncias do corpo celular para a 
terminação sináptica. 
• Na doença de Alzheimer, ocorre um processo 
de fosforilação anormal da p-tau, que 
instabiliza as tubulinas e produz distrofia e 
edema dos microtúbulos, o que causa a 
formação de emaranhados neurofibrilares e 
morte neuronal. 
 
5° - Ativação da micróglia: 
• Micróglia é um tipo de célula do sistema 
nervoso central que, entre outros papeis, 
tem função similar à dos glóbulos brancos na 
corrente sanguínea. As micróglias fazem a 
vigilância ativa do tecido cerebral e da medula 
espinhal. 
• Na DA a micróglia e o astrócito liberam 
moléculas pró-inflamatórias como citocinas, 
radicais livres, neurotoxinas criando assim um 
estado inflamatório crônico, contribuindo para 
a disfunção e morte neuronal com consequente 
progressão da DA. 
 
QUADRO CLÍNICO 
• Perda da memória episódica – amnesia 
anterógrada (amnésia para os eventos após o 
evento que causou a amnésia); 
• Comprometimento da orientação temporo-
espacial (o dia, ano, hora, onde você está?) 
• Linguagem – dificuldade de se expressar e 
compreender; 
• Função executiva – dificuldade em planejar e 
executar uma função (ex. cozinhar); 
• Apraxia – dificuldade em ordenar os 
movimentos (ex. abotoar camisa); 
• Função visuoespacial prejudicada – se 
orientar na rua, encontrar os cômodos da casa. 
• Outros sintomas: 
o Depressão, apatia, irritabilidade; 
o Anosognosia - incapacidade de uma 
pessoa ter consciência de sua própria 
doença; 
o Alterações comportamentais 
(agressivo, impulsivo); 
o Agitação psicomotora – estágios 
finais da doença. 
 
 
 
4 VITÓRIA TRINDADE 
A DA também é dividido em 3 estágios segundo 
Cummings e Benson (1992): 
 
ESTÁGIO INICIAL (1 A 3 ANOS): 
• Distúrbio da memória; 
• No raciocínio; 
• Na linguagem; 
• Em executar as tarefas domésticas; 
• Em relação à sua higiene pessoal; 
• A orientação espacial fica prejudicada fora do 
seu ambiente doméstico; 
• Assim como a orientação temporal. 
 
SEGUNDO ESTÁGIO (2 A 10 ANOS): 
• Distúrbios da linguagem, o que origina um 
discurso de difícil compreensão; 
• Distúrbio motor (apraxia); 
• Dificuldade na mobilidade física; 
• Perambulação noturna e inquietação motora; 
• Agravamento do estado de confusão (com 
diminuição progressiva das relações sociais); 
• Pode ocorrer incontinência urinária e fecal. 
 
TERCEIRO ESTÁGIO (8 A 12 ANOS): 
• Agravamento dos sintomas que levam a uma 
incapacidade em reconhecer a si próprio e aos 
familiares; 
• Dificuldade para cuidar de si, afasia, 
comportamento distraído, alheado e apático; 
• Variações do humor com alternância de estados 
de ansiedade e agitação e fases de depressão; 
• Perda total de independência; 
• Imobilidade – morte. 
Avaliação Clínica da Demência - (CLINICAL 
DEMENTIA RATING – CDR) 
 
• Avalia o grau de comprometimento cognitivo 
do paciente. 
• O teste deve ser feito com informações colhidas 
com os familiares do paciente. 
• Como avaliar: 
→ DA leve: CDR 1. 
→ DA moderada: CDR 2. 
→ DA grave: CDR 3. 
 
DIAGNÓSTICO 
• Não existe ainda um exame específico para 
detectar a doença de Alzheimer, portanto o 
diagnóstico é baseado na história clínica 
obtida do paciente e de sua família. 
• Na prática clínica, para o diagnóstico de 
demência, é necessário que haja sintomas 
cognitivos ou comportamentais que 
comprometam a funcionalidade do paciente em 
comparação com a sua condição prévia. 
→ O exame neurológico não evidencia 
alterações significativas para o 
diagnóstico nas fases iniciais. 
→ São utilizados exames de neuroimagem 
para investigar causas secundárias de 
demência. 
 
 
 
 
5 VITÓRIA TRINDADE 
Diagnóstico essencialmente clínico: 
• Alterações cognitivas e/ou comportamentais 
(considerar critérios clínicos e testes de 
avaliação da cognição); 
→ Comprometimento da memória + 01 
domínio da cognição; 
→ + Perda da capacidade de realizar 
atividades previamente aprendidas. 
• Exames de imagem para exclusão de outras 
causas. 
 
Diagnóstico definitivo: 
• Diagnóstico definitivo é confirmado pós-morte 
com presença de alterações neuropatológicas 
específicas: 
→ Acúmulo de placas neuríticas e 
emaranhados neurofibrilares contendo 
proteínas tau. 
 
CRITÉRIOS CLÍNICOS 
Doença de Alzheimer provável: 
• Início insidioso; 
• História clara ou observação de piora cognitiva; 
• Déficits cognitivos iniciais e mais proeminentes 
em apresentação amnéstica; 
• TC ou RNM encéfalodeve ser realizada. 
 
Doença de Alzheimer possível: 
Preenche critérios para a síndrome demencial e tem 
as seguintes características: 
• Curso atípico; 
• Apresentação mista: tem evidência de outras 
etiologias; 
• Detalhes de história insuficientes sobre 
instalação e evolução da doença. 
 
Doença de Alzheimer definida: 
• Preenche critérios para DA e exame 
neuropatológico (pós-morte) demonstra a 
presença de patologia da DA. 
 
 
AVALIAÇÃO DO ESTADO MENTAL 
TESTES COGNITIVOS: 
1) MEEM (mini exame do estado mental): 
• 82% de especificidade e 83% de 
sensibilidade; 
• Pontuação máxima: 30 pontos. Como 
avaliar: 
→ DA leve: MEEM 19 a 26; 
→ DA moderada: MEEM 10 a 18; 
→ DA grave: MEEM < 10. 
 
2) Teste de fluência verbal semântica; 
3) Teste do relógio: 
• 78% de sensibilidade e 96% de 
especificidade; 
 
4) Teste de memória de figuras; 
 
6 VITÓRIA TRINDADE 
CAPACIDADE FUNCIONAL: 
1) Atividades da Vida Diária (AVD); 
2) Atividades Instrumentais da Vida Diária 
(AIVD). 
 
EXAMES COMPLEMENTARES 
• TC de crânio: Melhor custo-benefício para 
afastar causas reversíveis de declínio cognitivo, 
como hematomas, hidrocefalia e neoplasias; 
• RNM de encéfalo: Revela lesões vasculares 
não demonstradas na tomografia; 
• EEG (eletroencefalograma): Não é 
recomendado na avaliação de rotina; 
• Punção liquórica: indicada na presença de 
câncer metastático, suspeita de infecção no 
SNC, sorologia sérica reativa para sífilis, 
hidrocefalia, idade menor de 65 anos com 
demência rapidamente progressiva, 
imunossupressão ou suspeita de vasculite do 
SNC. 
• PET-SCAN (tomografia por emissão de 
pósitrons com a aplicação de FDG (2-fluoro- 2-
desoxi-D-glicose): impacto clínico muito 
restrito, com contribuição secundária. 
OUTROS EXAMES SOLICITADOS PARA 
DESCARTAR DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS: 
• Hemograma completo; 
• Função renal: creatinina e ureia; 
• TSH; 
• Albumina; 
• Enzimas hepáticas; 
• Vitamina B12, ácido fólico; 
• Reações sorológicas para sífilis; 
• Sorologia para HIV; 
• Eletrólitos: Na, K, Ca. 
 
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS 
• Outras condições do sistema nervoso central 
que causam déficits progressivos na memória e 
cognição: 
→ Doença cerebrovascular; 
→ Doença de parkinson; 
→ Doença de huntington; 
→ Hematoma subdural; 
→ Hidrocefalia de pressão normal; 
→ Tumor cerebral. 
 
• Condições sistêmicas que comprovadamente 
causam demência: 
→ Hipotiroidismo; 
→ Deficiência de vitamina B12 ou ácido 
fólico; 
→ Deficiência de niacina; 
→ Hipercalcemia; 
→ Neurossífilis; 
→ Infecção com HIV. 
 
• Condições induzidas por substâncias; 
• Transtornos psiquiátricos: 
→ Depressão; 
→ Esquizofrenia. 
 
• Delirium. 
 
TRATAMENTO 
• INCURÁVEL, porém tratável; 
• Tratamento farmacológico restringe-se para 
medicamentos sintomáticos; 
 
TRATAMENTO MEDICAMENTOSO 
• Na DA, acredita-se que parte dos sintomas 
decorra das alterações na acetilcolina, esta se 
encontra reduzida nesses pacientes. 
 
7 VITÓRIA TRINDADE 
• Um modo possível de tratar a doença é utilizar 
medicações que inibam a degradação de 
acetilcolina. 
Acetilcolina 
A acetilcolina consiste numa substância química 
que atua como neurotransmissor, transmitindo os 
impulsos nervosos entre as células do sistema 
nervoso. 
 
INIBIDORES DA ACETILCOLINESTERASE 
(ICHE); 
1) DONEPEZILA: 
• Inibidor reversível da AChE; 
• Meia-vida de 70 horas; 
• Metabolização hepática; / Excreção urinária; 
• Efeitos colaterais: gastrointestinais, 
bradicardia; 
• Evidência em na DA e na Doença de Parkinson; 
• Dose de 5mg com reajuste de 10mg após 4 
semanas. 
 
2) RIVASTIGMINA: 
• Inibidor da AChE e da butirilcolinesterase; 
• Meia-vida plasmática de cerca de 1h, mas com 
inibição de 10 a 12h; 
• Metabolizada por hidrólise – baixo potencial de 
interações medicamentosas; 
• Eliminação renal; 
• Administração com alimentos atrasa a absorção 
em 90 minutos; 
• Dose de 1,5mg duas vezes ao dia com aumento 
progressivo a cada 2 semanas conforme 
tolerância do paciente até 6mg, 2 vezes ao dia; 
• Transdérmica: 5cm2, 10cm2, 15cm2 com 
aumento gradual a cada 4 semanas. 
 
3) GALANTAMINA: 
• Inibidor da AChE e atividade moduladora sobre 
receptores nicotínicos; 
• Metabolização hepática e excreção renal; 
• Meia vida de aproximadamente 7 horas; 
• Dose inicial de 8mg/dia com aumento gradual 
para 16mg e 24mg/dia a cada 4 semanas; 
• Evidência em DA e Demência Vascular; 
• Evitar em pacientes com IR. 
 
4) MEMANTINA: 
• Antagonista não competitivo de afinidade 
moderada do NMDA; 
• Meia vida de eliminação de 60 a 100 horas; 
• Não interfere na CYP450; 
• Eliminação renal; 
• Dose inicial de 5mg/dia, com aumento gradual 
de 5mg semanal até dose máxima de 20mg dia; 
• Em pacientes com clearance <50 recomenda-se 
dose máxima de 10mg dia. 
 
5) ADUCANUMAB: 
• Fármaco aprovado pela FDA, EUA. Ainda em 
fase de teste. 
• Fase de comprometimento cognitivo leve e 
demência leve; 
• Anticorpo monoclonal humano direcionado à 
proteína beta amiloide.

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