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Criminologia - AULA 03 (Teorias sociológicas questões)

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CRIMINOLOGIA 
AULA 03 – TEORIAS SOCIOLÓGICAS DA CRIMINALIDADE 
 
 
24 DE OUTUBRO DE 2018 
 
PROF. ALEXANDRE HERCULANO 
Criminologia 
AULA 03 – TEORIAS SOCIOLÓGICAS DA CRIMINALIDADE 
 
Página 1 de 9 
 
 
 
 
Sumário 
 
 
PREVENÇÃO DA INFRAÇÃO PENAL NO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO .................................... 2 
Introdução .......................................................................................................................................................................................... 2 
 Prevenção primária; prevenção secundária; prevenção terciária .......................................................................... 3 
QUESTÕES ................................................................................................................................................................... 7 
Gabarito ............................................................................................................................................................................................... 9 
 
Criminologia 
AULA 03 – TEORIAS SOCIOLÓGICAS DA CRIMINALIDADE 
 
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Introdução 
 
 
A prevenção criminal poderá será ser feita de várias formas a depender do caso começado de forma 
legislativa (leis), administrativa (polícias) e judicial (cumprimento das leis) desta forma o conhecimento 
da criminalidade deve ser objeto de estudo pautado na Criminologia pois deve-se buscar a fundo toda a 
essência criminal para posteriormente desenvolver técnicas de Política Criminal. 
A prevenção da infração penal poderá ser geral positiva, visando a intervenção na pessoa do delinquente 
com a sua recolocação na sociedade de forma a ressocializá-lo através da credibilidade institucional dos 
órgãos do Estado com a devida correção, este meio de prevenção visa atingir a sociedade como todo com 
o objetivo de reforçar os valores da ordem democrática do Estado. 
O método de prevenção geral negativa visa afirmar e impor o valor do Estado Democrático de Direito a 
sociedade, pois ela direcionada em específico a pessoa do criminoso, onde através da penalização o 
Estado demonstra que o crime será amplamente punido. 
Há, também, a prevenção direta que é a afirmação do próprio Direito Penal através de sua força 
repressora e punitiva e a indireta que visa apenas proporcionar a sociedade condições de vida e 
qualidade de vida através de programas de cultura, lazer e outros. 
Entre a prevenção criminal geral e a especial existe uma diferença que não pode ser esquecida, pois a 
primeira é a afirmação do poder do Estado em face da sociedade como um conglomerado de pessoas e a 
segunda voltada apenas para a pessoa do indivíduo criminoso. 
Assim, entende-se por prevenção delitiva o conjunto de ações que visam evitar a ocorrência do delito. A 
noção de prevenção delitiva não é algo novo, suportando inúmeras transformações com o passar dos 
tempos em função da influência recebida de várias correntes do pensamento jusfilosófico. 
Para que possa alcançar esse verdadeiro objetivo do Estado de Direito, que é a prevenção de atos nocivos 
e consequentemente a manutenção da paz e harmonia sociais, mostra-se irrefutável a necessidade de dois 
tipos de medidas: a primeira delas atingindo indiretamente o delito e a segunda, diretamente. Em regra, 
as medidas indiretas visam as causas do crime, sem atingi-lo de imediato. O crime só seria alcançado 
porque, cessada a causa, cessam os efeitos. 
Segundo Nestor Sampaio, trata-se de excelente ação profilática, que demanda um campo de atuação 
intenso e extenso, buscando todas as causa possíveis da criminalidade, próximas ou remotas, genéricas 
ou específicas. Tais ações indiretas devem focar 2 caminhos básicos: o indivíduo e o meio em que ele vive. 
Em relação ao indivíduo, devem as ações observar seu aspecto personalíssimo, contornando seu caráter e 
seu temperamento, com vistas a moldar e motivar sua conduta. 
O meio social deve ser analisado sob seu múltiplo estilo de ser, adquirindo tal atividade um raio de ação 
muito extenso, visando uma redução de criminalidade e prevenção; até porque seria utopia zerar a 
criminalidade. Todavia, a conjugação de medidas sociais, políticas, econômicas etc. pode proporcionar 
uma sensível melhoria de vida ao ser humano. 
A criminalidade transnacional, a importação de culturas e valores, a globalização econômica, a 
desorganização dos meios de comunicação em massa, o desequilíbrio social, a proliferação da miséria, a 
reiteração de medidas criminais pífias e outros impelem o homem ao delito. 
Porém, da mesma forma que o meio pode levar o homem à criminalidade, também pode ser um fator 
estimulante de alteração comportamental, até para aqueles indivíduos com carga genético-biológica 
favorável ao crime. Nesse aspecto, a urbanização das cidades, a desfavelização, o fomento de empregos e 
reciclagem profissional, a educação pública, gratuita e acessível a todos etc. podem claramente imbuir o 
indivíduo de boas ações e oportunidades. 
Na profilaxia indireta, assume papel relevante a medicina, por meio dos exames pré-natal, do 
planejamento familiar, da cura de certas doenças, do uso de células-tronco embrionárias para a correção 
de defeitos congênitos e a cura de doenças graves, da recuperação de alcoólatras e dependentes químicos, 
da boa alimentação, etc., o que poderia facilitar, por evidente, a obtenção de um sistema preventivo eficaz. 
Por sua vez, Nestor Sampaio, afirma que as medidas diretas de prevenção criminal direcionam-se para a 
infração penal em formação, ou seja, no chamado iter criminis. 
Criminologia 
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Prevenção 
primária; secundária; terciária 
 
O Estado de Direito, ao objetivar a prevenção da criminalidade em prol da paz e da harmonia social, 
utiliza-se de duas importantes medidas como combate ao delito: ações indiretas e diretas. 
Assim, meus caros, aprofundando mais um pouco, as medidas indiretas agem sobre o crime de forma 
mediata, procurando cessar as causas e os efeitos do delito. Tais medidas buscam as causas possíveis da 
criminalidade, próximas ou remotas, genéricas ou específicas. As atuações indiretas devem se concentrar 
tanto no indivíduo quanto no meio em que ele vive; algo que a Criminologia Moderna chama de 
prevenção primária e terciária. 
Quanto ao indivíduo, as ações devem observar sua característica pessoal, contornando seu caráter e seu 
temperamento, em busca do ajuste de sua conduta. Procura-se analisar o meio social sob seu múltiplo 
estilo de ser, de forma ampla, visando uma redução de criminalidade e a sua prevenção. Observa-se que a 
associação de medidas sociais, políticas e econômicas, entre outras, pode proporcionar uma sensível 
melhoria de vida ao ser humano. 
O meio no qual o indivíduo está inserido pode levá-lo à criminalidade. A importação de culturas e valores, 
a globalização econômica, a criminalidade transnacional; associadas à desorganização dos meios de 
comunicação em massa, ao desequilíbrio social e à proliferação da miséria são responsáveis por 
impulsionar o homem ao delito. Entretanto, esse mesmo meio pode estimular boas ações e 
oportunidades, seja por meio da urbanização das cidades, da desfavelização e do fomento de empregos; 
seja pela reciclagem profissional e pela educação pública, gratuita e acessível a todos. 
Já as medidas diretas de prevenção criminal possuem o foco na infração penal in itinere ou em formação 
(iter criminis). Destaca-se a importância das medidas de ordem jurídica, como as referentes à efetiva 
punição de crimes graves, incluindo os de colarinho branco; a repressão implacável às infrações penais de 
toda a natureza, substituindo o direito penal nas pequenas infrações pela adoção de medidas de cunho 
administrativo; a atuação da polícia ostensiva em seu papel de prevenção, manutenção da ordem e 
vigilância; o aparelhamento e treinamento das polícias judiciárias para a repressão delitiva em todos os 
segmentosda criminalidade; entre outras. Pelo fato de agirem eminentemente nos delitos, as ações 
diretas são denominadas pela Criminologia de prevenção secundária. 
O saber criminológico, no Estado Democrático de Direito, orienta-se pela conduta prevencionista, uma 
vez que seu objetivo máximo é evitar o delito e não a simples punição. 
A análise dos fatores inibidores e estimulantes do fenômeno criminal é crucial para a elaboração de 
programas prevencionistas. Aspectos sociais como desemprego, miséria, falta de assistência social, 
desigualdade e corrupção política favorecem a criminalidade, assim como a justiça social, a garantia de 
trabalho, a educação, entre outros, corroboram para a redução dos delitos. No trabalho de prevenção que 
cabe ao Estado no cambate à criminalidade, há três níveis de prevenção (primário, secundário e terciário) 
que veremos mais a frente. Como resposta à ocorrência de ação criminosa, surgem formas de prevenção 
aos delitos no Estado Democrático de Direito. 
 
Iniciamente, tem-se a Teoria da Reação Social, que prevê a reação social estatal por meio de três 
modelos distintos, e que já estudamos. São eles: dissuasório, ressocializador e restaurador 
(integrador). 
 
 
 
Criminologia 
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I.MODELO DISSUASÓRIO 
Baseia-se na repressão por meio da punição ao agente criminoso, como forma de mostrar a todos que o 
crime não compensa e que gera sanção. Por esse modelo, aplica-se a pena somente aos imputáveis e semi- 
imputáveis, cabendo aos inimputáveis o tratamento psiquiátrico. 
Os protagonistas neste modelo são o Estado e o delinquente, restando excluídos a vítima e a sociedade. As 
sanções penais somente são aplicadas aos imputáveis e semi-imputáveis, vez que os inimputáveis são 
submetidos a tratamento psiquiátrico. Procura persuadir o delinquente a não praticar o delito por meio 
da intimidação do sistema retributivo. 
A exclusão da vítima e sociedade por este modelo lhe rende severas críticas de Antonio García-Pablos de 
Molina, devido a importância que exercem no questionamento da gênese e da etiologia do delito, além de 
potencializar os conflitos ao invés de resolvê-los devido ao retribucionismo exagerado. 
II.MODELO RESSOCIALIZADOR 
Prevê a intervenção na vida e na pessoa do infrator, não apenas com a punição, mas também com a 
possibilidade de reinserção social. 
 
A reação ao delito passa a se preocupar com a utilidade do castigo, também para o delinquente. Avalia a 
efetividade do sistema sob o ponto de vista do real impacto da punição na pessoa do condenado, sem se 
preocupar com os ideais abstratos da pena. Por conseguinte, o paradigma ressocializador faz com que o 
Estado assuma a natureza social da criminalidade, não se conformando simplesmente com a retribuição 
do mal praticado, ou caráter preventivo das penas, exigindo uma intervenção positiva na pessoa do 
condenado, ou seja, do afastamento dos efeitos nocivos da punição. A partir desta premissa de melhoras 
no regime de cumprimento das penas, busca-se preparar o condenado a participar do corpo social sem 
traumas ou condicionamentos. 
III.MODELO RESTAURADOR (INTEGRADOR) 
Também conhecido como “justiça restaurativa”, objetiva restabelecer o status quo ante, visando à 
reeducação do infrator, à assistência à vítima bem como ao controle social afetado pelo crime. 
Este modelo visa solucionar o problema criminal por meio de ação conciliadora, que procura atender aos 
interesses e exigências de todas as partes envolvidas. Ao compreender o crime como um fenômeno 
interpessoal, defende que as pessoas envolvidas devem participar da solução do conflito por meios 
alternativos, distanciados de critérios legais, e formalismo. 
 
As vantagens de uma justiça comunitária é que a pacificação social do problema minimiza os efeitos da 
persecução tradicional, afastando o caráter ameaçador das penas, humilhações, e demais consequências 
malfazejas. A solução virá de partes legítimas, e por isso as chances de pacificação revelam-se elevadas. 
Nesse patamar, existe controvérsia relativa ao alcance da justiça integradora quanto a natureza e 
gravidade dos delitos, além do perfil da vítima e delinquente. Há quem defenda a universalidade e 
generalidade da conciliação e mediação do conflito criminal sem ressalvas, e aqueles que sustentam a 
incidência da justiça comunitária para determinados delitos, e delinquentes primários, de modo a não se 
distanciar da realidade. 
Parece ser mais correta esta última vertente, sendo difícil conceber uma justiça restauradora em delitos 
de elevada gravidade, a exemplo de infrações penais como o homicídio, latrocínio, etc. Apesar disso, 
Molina afirma que os procedimentos conciliatórios recuperaram a face humana do conflito criminal, 
redefinindo o próprio ideal de justiça que refuta o caráter excludente do castigo através de uma proposta 
de soluções alternativas, cuja solidariedade e construtivismo deverão nortear as partes na celebração de 
compromissos. 
O modelo integrador redefine o próprio ideal de justiça. Concebe o crime como conflito interpessoal 
concreto, real, histórico, resgatando uma dimensão que o formalismo jurídico havia neutralizado. Orienta 
a resposta do sistema mais à reparação do dano que o infrator causou a sua vítima, às responsabilidades 
deste e às da comunidade, do que ao castigo em si. 
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Há, também, a Teoria da Pena que reconhece a pena como uma espécie de retribuição, de privação de 
bens jurídicos, imposta ao delinquente em razão do ilícito cometido. O estudo da pena constata a 
existência de três grandes correntes: teorias absolutas, relativas e mistas. 
 
As teorias absolutas encaram a pena como um imperativo de justiça, negando fins utilitários. As teorias 
relativas ensejam um fim utilitário para a punição, sustentando que o crime não é causa da pena, mas 
ocasião para que seja aplicada. Já as teorias mistas conjugam as duas primeiras, sustentando o caráter 
retributivo da pena. 
 
A prevenção geral vislumbra a pena como intimidadora daqueles que são propensos a cometer delitos. Já 
a prevenção especial analisa o delito sob os fatores endógenos e exógenos, em busca da reeducação do 
indivíduo e de sua recuperação. 
A prevenção geral da pena instala-se sob dois ângulos: o negativo e o positivo. Pela prevenção geral 
negativa, conhecida como prevenção por intimidação, a pena serve para que todos os membros do grupo 
social observem uma dada condenação e não venham a cometer uma prática delituosa. A prevenção geral 
positiva ou integradora busca sensibilizar a consciência geral, disseminando o respeito aos valores mais 
importantes da comunidade e, por conseguinte, à ordem jurídica. 
No Estado Democrático de Direito, o poder político estatal é juridicamente limitado, isto é, apenas pode 
ser exercido inserido em determinadas restrições definidas pela ordem jurídico-política constitucional, 
marcada pelas dimensões de legalidade, separação de poderes e proteção aos direitos fundamentais. 
Tal modelo de organização política de poder pressupõe que os indivíduos têm certos direitos 
indispensáveis à própria existência e ao desenvolvimento da personalidade humana, que constituem 
verdadeiras barreiras de proteção contra a utilização arbitrária do poder do Estado. O indivíduo é 
considerado como efetivo sujeito de direito frente à comunidade e do próprio Estado, cuja atividade deve 
estar norteada pelos princípios e garantias impostas pela Constituição Federal. 
A atuação repressiva do Estado em face dos indivíduos que praticam condutas tipificadas como crimes é 
uma atividade indispensável para a manutenção da ordem jurídico-política. Porém, no Estado 
Democrático de Direito, o exercício do poder punitivo estatal é juridicamente limitado pela instituição de 
amplas garantias que devem nortear a edificação e a aplicação da política criminal, como o devido 
processo legal, o contraditório,a ampla defesa, a presunção de inocência, o juiz natural, a motivação das 
decisões, etc. 
 
Dessa forma, o processo penal constitui é o instrumento pelo qual o Estado exerce o seu poder punitivo, 
buscando a aplicação da pena ao autor da infração. 
Por outro lado, o processo também pode ser visualizado sob o aspecto da tutela dos direitos 
fundamentais, ou seja, como uma garantia do indivíduo de que não será submetido a uma pena sem a 
observância dos direitos fundamentais previstos na Constituição Federal. Com efeito, em uma ordem 
constitucional fundada na instituição de amplas garantias e direitos individuais, como é o caso do Estado 
brasileiro, o processo penal deve necessariamente se desenvolver visando à efetivação dessas premissas. 
Pessoal, o Estado possui o monopólio da aplicação da lei penal. Porém, existem regras constitucionais e 
legais que limitam e determinam como a lei penal possa ser aplicada. Para tanto, deve o Estado 
Administração, nos crimes de ação penal pública, após a produção de uma prova mínima, levar o caso ao 
Estado Juiz, para que este se manifeste sobre a aplicação ou não da sanção penal ao caso concreto. 
A atuação do Estado encontra na Constituição federal e nas leis limitações que impedem que o Estado 
produza todo tipo de prova em face dos acusados. O Estado é o primeiro a ter de respeitar, então, essas 
limitações. 
 Prevenção de crime é um conceito aberto. Para alguns é dissuadir o delinquente a não cometer o ato, 
para outros é mais, importa inclusive na modificação de espaços físicos, novos desenhos arquitetônicos, 
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aumento da iluminação pública com o intuito de dificultar a prática do crime e para um terceiro grupo é 
apenas o impedimento da reincidência. 
 
Há três tipos de prevenção, todas distintas entre si, seja quanto e maior ou menor relevância 
etiológica dos programas, seja quanto aos destinatários aos quais se dirigem nos instrumentos e 
os mecanismos que utilizam. 
 PREVENÇÃO PRIMÁRIA 
Procura agir a raiz do conflito criminal, para neutralizá-lo antes que o problema se manifeste. (através de 
uma socialização proveitosa de acordo com os objetivos sociais). 
Para que haja prevenção primária, são necessárias estratégias de política cultural, econômica e social, que 
capacitem os cidadãos de condições sociais que os ajudem a superar de forma produtiva eventuais 
conflitos. Se, principalmente os governantes dedicassem atenção, respeito e seriedade ao assunto, poderia 
também ser cobrado da sociedade a sua efetiva parcela de contribuição. 
O importante é que está escrito, é Lei, todos conhecem, o triste é que não há cumprimento a risca daquilo 
que poderia ser o fechamento dessa cicatriz que de uma forma ou de outra causa enormes prejuízos ao 
País. 
 PREVENÇÃO SECUNDÁRIA 
Opera onde e quando o conflito acontece, nem antes nem depois. E se caracteriza pelas ações policiais, 
pelo controle dos meios de comunicação, da implantação da ordem social e se destina a atuar sobre os 
grupos e subgrupos que apresentam maior risco de protagonizarem algum problema criminal. 
 PREVENÇÃO TERCIÁRIA 
Se destina única e exclusivamente ao recluso, (população), o condenado. A terciária é a aplicação de 
reclusão sobre o individuo criminoso. Nesse caso a “ressocialização” é voltada apenas para o infrator, no 
ambiente prisional. Das três modalidades de prevenção a terciária é a que possui o mais acentuado 
caráter punitivo. Como a prevenção terciária só se dá depois do cometimento do crime, agindo só na 
condenação, ela é insuficiente e parcial, pois não neutraliza as causas do problema criminal, além do que a 
plena determinação da população carcerária, assim como os altos índices de reincidência não compensam 
o déficit da prevenção terciária e suas carências. 
Deve ficar claro que os três modelos se complementam e são compatíveis entre si. De qualquer 
modo os três programas estão ligados entre si e se fazem necessários, tanto a curto quanto a 
médio e longo prazo. Pois tem um objetivo em comum: evitar a reincidência. 
 
Prevenção primária: 
✓Voltada para as origens do delito, visando neutralizá-lo antes que ocorra; 
✓Opera a longo e médio prazo e se dirige a todos os cidadãos; 
✓Reclama prestações sociais e intervenção comunitária; 
✓Limitações práticas: falta de vontade política e de conscientização da sociedade. 
 
Prevenção secundária: 
✓Política legislativa penal, ação policial, políticas de segurança pública; 
✓Atua na exteriorização do conflito; 
✓Opera a curto e médio prazo; 
✓Dirige-se a setores específicos da sociedade. 
 
Prevenção terciária: 
✓Destinatário: população carcerária; 
✓Caráter punitivo; 
✓Objetivo: evitar a reincidência; 
✓Intervenção tardia, parcial e insuficiente. 
 
Criminologia 
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Questões 
1) (VUNESP - 2013 - PC-SP - Papiloscopista Policial) A prevenção criminal secundária é aquela que 
atua: 
A) na recuperação do recluso, visando a sua socialização por meio do trabalho e estudo, evitando sua 
reincidência. 
B) em setores específicos ou de maior vulnerabilidade da sociedade, por meio de ação policial, programas 
de apoio e controle das comunicações. 
C) na qualidade de vida de um povo, na proteção aos bens patrimoniais e nos direitos individuais e 
sociais. 
D) nos direitos sociais universalmente conhecidos, como educação, moradia e segurança. 
E) na reparação do dano causado em razão da delinquência, assistindo o recluso com programas 
psicológicos e de assistência social. 
 
2) (VUNESP - 2013 - PC-SP - Agente de Polícia) Entende(m)-se por prevenção primária: 
A) as ações policiais dirigidas aos indivíduos vulneráveis. 
B) as políticas públicas dirigidas aos grupos de risco. 
C) aquela dirigida exclusivamente ao preso, em busca de sua reinserção familiar e/ou social. 
D) o trabalho de conscientização social, o qual atua no fenômeno criminal, em sua etiologia. 
E) aquela que age em momento posterior ao crime ou na iminência de seu acontecimento. 
 
03) (2013 - CESPE - Polícia Federal - Delegado de Polícia) Julgue os itens. 
Na terminologia criminológica, criminalização primária equivale à chamada prevenção primária. 
 
04) (MPE-SC - 2012 - MPE-SC - Promotor de Justiça) Julgue os itens, com base na Criminologia. 
São princípios informadores do direito penal mínimo: insignificância, intervenção mínima, 
proporcionalidade, individualização da pena e humanidade. 
 
05) (2018 – PCSP - Inédita) Julgue os itens com base na Criminologia. 
O modelo ressocializador baseia-se na repressão por meio da punição ao agente criminoso, como forma 
de mostrar a todos que o crime não compensa e que gera sanção. 
 
06) (VUNESP - 2014 - PCSP) Em um estado democrático de direito, o castigo do infrator não esgota 
as expectativas que o fato delitivo desencadeia; dessa forma, podem-se apontar, como os objetivos 
científicos mais satisfatórios e adequados na criminologia moderna, a ressocialização do 
delinquente, a (o) e a prevenção do crime. 
Assinale a alternativa que preenche corretamente a lacuna. 
A) reparação dos danos à vítima 
B) informação ao cidadão 
C) ressarcimento ao Estado 
D) especialização profissional do delinquente 
E) formação espiritual e religiosa do delinquente 
 
07) (VUNESP - 2014 - PCSP) O conceito de prevenção delitiva, no Estado Democrático de Direito, e 
as medidas adotadas para alcançá-la são: 
A) o conjunto de ações que visam evitar a ocorrência do delito, atingindo direta e indiretamente o delito 
B) o conjunto de ações que visam estudar o delito, atingindo direta e indiretamente o criminoso 
C) o conjunto de ações adotadas pela vítima que visam evitar o delito, atingindo o delinquente direta e 
indiretamente 
D) o conjunto de ações que visam estudar o criminoso, atingindo o ato delitivo direta e indiretamente 
E) o conjunto de ações que visam estudar o crime, atingindo o criminoso direta e indiretamente 
 
 
Criminologia 
AULA03 – TEORIAS SOCIOLÓGICAS DA CRIMINALIDADE 
 
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08) (VUNESP - 2014 - PCSP) Entende(m)-se por prevenção primária: 
A) as ações policiais dirigidas aos indivíduos vulneráveis. 
B) as políticas públicas dirigidas aos grupos de risco. 
C) aquela dirigida exclusivamente ao preso, em busca de sua reinserção familiar e/ou social. 
D) o trabalho de conscientização social, o qual atua no fenômeno criminal, em sua etiologia. 
E) aquela que age em momento posterior ao crime ou na iminência de seu acontecimento. 
 
09) (VUNESP - 2014 - PCSP) A atuação das polícias, do Ministério Público e da justiça criminal, 
quando focada em determinados grupos ou setores da sociedade, por possuírem maior risco de 
praticar o crime ou de ser vitimados por este, constitui programa de prevenção: 
A) secundária. 
B) quaternária. 
C) primária. 
D) quinária. 
E) terciária. 
 
10) (VUNESP - 2014 - PCSP) As melhoras da educação, do processo de socialização, da habitação, 
do trabalho, do bem-estar social e da qualidade de vida das pessoas de uma determinada 
comunidade são os elementos essenciais de um programa de prevenção: 
A) terciária. 
B) quinária. 
C) secundária. 
D) primária. 
E) quaternária. 
 
11) (VUNESP - 2014 - PCSP) A prevenção criminal, que consiste na conscientização social, 
atingindo o problema criminal em sua etiologia, sendo operacionalizada a longo prazo, 
manifestando-se por meio de estratégias políticas, culturais e sociais, proporcionando qualidade 
de vida ao indivíduo, é chamada de prevenção: 
A) primária. 
B) quaternária. 
C) secundária. 
D) quintenária. 
E) terciária. 
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Gabarito 
 
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B D E E E A A D 
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A D A

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