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DEFINIÇÃO E EPIDEMIOLOGIA Sempre falamos para o paciente que ele tem ou ARTROSE ou ARTRITE REUMATOIDE, poise se você falar que ele tem osteoartrite (ele entende que tem artrite reumatoide) rsrs • Artrite erosiva: osso e cartilagem • Costuma ser poliartrite simétrica, deformante, de grandes e pequenas articulações • Predomínio clássico em mãos e punhos, poupando as IFD! • 0,5-1% da população • 30-50 anos: porém podemos ter a artrite reumatoide do idoso também (> 60 anos) • 3M:1H → mais mulheres • Tabaco • Infecção prévia por EBV Foto da articulação Normal: o osso subcondral é envolto por cartilagem hialina; Na osteoartrite é essa cartilagem que vai ser destruída; Na AR vai alterar a região de membrana sinovial (iremos inflamar tudo que está dentro da articulação, com erosão e inflamação do osso, sendo muito mais destrutiva que a osteoartrite) QUADRO CLÍNICO • Insidioso • Dor de caráter inflamatório: é quando o paciente tem dor no repouso e que melhora aos movimentos (a dor de caráter mecânico é aparece aos movimentos com melhora ao repouso) • Sinovite • Fase precoce: mãos, punhos, MCF, IFPs, MTFs • Simetria • RM entre 1-2 horas • Progressão: grandes articulações, ATM, esternoclavicular, cricoaritenoide, ossículos do ouvido, coluna cervical • Preservadas: toraco-lombar e IFDs • Para a prova: edema = artrite • Vida real: sinóvia pode estar cronicamente espessada, fria, fibrótica (logo podemos ter edema sem derrame articular pelo fato da sinóvia estar grossa) • Quadril e ombro: exceções na avaliação articular (não conseguimos avaliar derrames nesses locais) • Deformidades: velocidade de instalação é variável • Quanto mais rápida e instalação, pior o prognóstico • Desvio ulnar do carpo • Dedos em pecoço de cisne: hiperextensão da IFP e hiperflexão de IFD • Dedos em botoneiras: hiperflexão da IFP e hiperextensão das IFD • Corcova de camelo: edema na região de punhos, fica alargado • Desabamento do arco medial do pés • Artelhos em martelo (mau prognóstico) • Halux valgo (famosa joanete) • Subluxações Hoje, com a gama de tratamentos esperamos não encontrar mais essas alterações. A hiperextensão das interfalangianas proximais, em combinação com a flexão das interfalangianas distais, origina a deformidade tipo “PESCOÇO DE CISNE” (figura 5), enquanto a hiperflexão das interfalangianas proximais, com hiperextensão das distais, pode resultar na deformidade em “ABOTOADURA” ou “boutonnière” (figura 6). (1) hálux valgo e presença de artelhos em martelo. (2) subluxações (dedos cavalgam sob os outros) - Ocorre um desabamento do arco do pé (ficam com pé plano) As deformidades dos punhos, junto às metacarpofalangeanas, determinam um aspecto peculiar conhecido como “punhos em dorso de camelo” (figura 7). A hipertrofia sinovial pode determinar a compressão do nervo mediano contra o ligamento transverso do carpo, originando a famosa síndrome do túnel do carpo, que se caracteriza por parestesias do polegar, segundo e terceiro dedos, e da metade radial do quarto dedo (figura 8). Os sintomas da síndrome do túnel do carpo, nesses pacientes, podem ser precipitados por duas manobras semiológicas clássicas: as manobras de Tinel (figura 9) e Phalen (figura 10). Na manobra de Tinel, os punhos devem ser percutidos sobre o trajeto do nervo mediano (bem no meio do punho), enquanto na manobra de Phalen as mãos devem ser colocadas em flexão forçada por 30 a 60 segundos. A reprodução das queixas de dor e parestesia na distribuição do nervo mediano corrobora a presença da síndrome do túnel do carpo. Palpação bimanual – procurar palpar os espaços articulares – procurar consistência de plástico bolha. COMO FAÇO PARA DIFERENCIAR DA ARTROSE? ARTROSE (OSTEOARTRITE) • Na artrose tenho nódulos de Heberden e Bouchard – acometimento de IFP e IFD. • É uma dor de carater mecânico. • Pode cursar com um pequeno derrame articular. • Nódulos de Heberden = IFD → nódulos duros → na AR poupa as articulações IFD ARTRITE REUMATOIDE • A musculatura inter-óssea vai sofrendo hipertrofia. • Ocorre desvio ulnar dos dedos. • O polegar fica em “Z” (clássico). • Deformidade em pescoço de cisne (hiperflexão de IFD – não volta ao normal, fica deformado) Sempre iremos analisar regiões de partes moles (branco acinzentado) e espaços articulares em uma radiografia. Na fase precoce temos uma redução dos espaços articulares nas metacarpofalangeanas, interfalangeanas proximais, com áreas de erosão do osso (parece uma bolinha no rx). Eles começa a fazer osteopenia periarticular (fica mais cinza: significa que perdeu osso). Na fase mais avançada já conseguimos ver as deformidades: desvio ulnar dos dedos, subluxação, o punho não tem espaços (o osso virou um só = anquilose do punho, perde o movimento); áreas de osteopenias estão muito mais intensas do que na fase precoce COMPLICAÇÕES DECORRENTES DAS ARTRITES • SD DO TÚNEL DO CARPO → nervo mediano passa na região do punho, onde é o carpo, quando os pacientes fazem um edema e inflamam o punho, há uma compressão desse canal e do nervo mediano, fazendo uma sd túnel do carpo mediante a artrite reumatoide • Compartimento nervo ulnar (4 e 5º dedo): sd canal de guyon vs fossa cubital: sinovite cotovelo (medial) • SD TÚNEL DO TARSO (maléolo medial) • CISTO DE BACKER (se romper, principal diagnóstico diferencial com TVP) → paciente começa inflamar joelho, aumento liquido na sinovia, não possui mais espaço e ai forma um cisto na região posterior, podendo se romper. Quando ele se rompe fica duro, fazendo um empastamento na panturrilha • LUXAÇÃO ATLANTO-OCCIPITAL (tenossinovite do ligamento transverso de c1) → A subluxação atlantoaxial (C1 sobre C2) atualmente é encontrada em menos de 10% dos casos • ROUQUIDÃO pura por alterações da cricoaritenoide • Rouquidão/ difagia/ tetraparesia ou tetraparalisia – RED FLAG! Cisto de backer: Eventualmente, a membrana sinovial da região poplítea desenvolve uma espécie de bolsa, que pode invadir os planos musculares da panturrilha, dissecando suas fáscias. É o famoso cisto de Baker que, clinicamente, pode simular uma trombose venosa profunda, principalmente quando roto, devido à dor e edema local. Todo portador de AR que desenvolve sinais e sintomas sugestivos de TVP em membro inferior deve ser investigad para cisto de Baker, o que é feito inicialmente pela USG-Doppler do membro envolvido. Luxação atlanto-occipital: O espaço entre o processo odontoide e o arco do atlas normalmente mede 3 mm. Diz-se que há subluxação atlantoaxial quando esse valor é maior que 3 mm. Embora a rigidez cervical seja comum na AR, a maioria dos pacientes com subluxação atlantoaxial NÃO se queixa de fortes dores no pescoço... MANIFESTAÇÕES EXTRA-ARTICULARES *Quanto mais fator reumatoide ou látex positivo: cursa com manifestações extra-articulares. *Síndrome de felty: tem AR + esplenomegalia + neutropenia *Pacientes podem cursar com síndrome de Jogren (por isso os sintomas de olho seco) COMO DECORAR AS MANIFESTAÇÕES EXTRA- ARTICULARES? Pe guei no jo de vas ca í no • Pericardite • Nódulos reumatóides (geralmente em faces extensoras) • Sjogren • Derrame pleural • Vasculite • Caplan CRITÉRIOS CLASSIFICATÓRIOS • População alvo: pelo menos 1 sinovite clínica, excluídas outras causas reumatológicas • Obs. 1: critérios ACR/EULAR 2010: objetivo: diagnósticar e tratar mais precocemente. Não excluem os critérios antigos, visam aumentar a sensibilidade para AR precoce e homogenização para trabalhos científicos Relação frequente Latex Vasculit e Nódulo reumatóide Pneumo patia Nódulos reumatóides Vasculite necrosante • Obs. 2: os critérios são classificatórios!! O diagnóstico médico superaqualquer tabela de critérios Quando o FN for qualitativo (ou seja, positivo/negativo) – pontuaremos como FR de títulos baixos EXAMES COMPLEMENTARES • PCR e VHS costumam estar aumentados. • Cuidado com outras causas de aumento de VHS • Quando elevados, costumam cair com controle da doença PCR é agudo, aumenta no inicio da inflamação e tende a ir diminuindo conforme vai melhorando. o VHS é o contrario, aumenta mais tardiamente e demora mais para diminuir que o PCR (" só vão melhorar quando tratarmos o paciente”). Vamos controlar os pacientes por esses testes ➔ FATOR REUMATOIDE (látex): possui anticorpo IgM, IgA, ou IgG, contra uma IgG ► Sensibilidade de 66%, especificidade 82% → pedimos para todos os pacientes que possuem clinica ► Baixos títulos: infecções, TB, hepatite, idosos (mesmo não tendo clínica, ele sai positivo), crioglobulinemias (títulos mais altos) ➔ ANTI-CCP (anticorpo anti peptídeo ciltrulina cítrico) ► sensibilidade 70% e especificidade 95% ► Melhor que fator reumatoide ► Questão de custo, é mais difícil fazer ► É modificado por pacientes que são geneticamente predispostos a doença (tabagismo) ► citrulinização: pulmão → "tabagismo ► Paciente não pode fumar! ► Formação de anticorpos contra as próprias estruturas ► Pacientes portadores do epítopo compartilhado " pode sofrer os efeitos da ar Obs.: existe sim AR latex (-) e CCP (-) = ARsoronegativa (não tem anticorpos) EXAMES COMPLEMENTARES • RX: importância diagnóstica indiscutível, porém US e RNM mais precoces para detectar erosões • RX: diagnóstico e SEGUIMENTO (progressão radiográfica → evolução subclínica • US power doppler articular → casos duvidosos *Rx vai detectar lesões mais tardias. O power doppler geralmente solicitamos quando estamos em dúvida, naquele paciente que ta com FR – ou anti-ccp – ÍNDICE DE ATIVIDADE DA DOENÇA: • Medido pelo DAS 28 ► Iremos avaliar 28 articulações ► Veremos se elas estão dolorosas e edemaciadas ► AD: articulações dolorosas ► AE: articulações edemaciadas ► PCR ► VHS ► EVA: alguns aplicativos não utilizam o EVA Esse DAS é uma regra matemática impossível de fazer sem calculadora (por isso temos aplicativos para isso) Categoria da atividade da doença DAS 28 Remissão ≤ 2,6 Baixa ≤ 3,2 Moderada ≤ 5,1 Alta > 5,1 Obs.: Cuidado com o eva (escala visual analogica – onde perguntamos para o apciente) • DAS28 – mais utilizado • Valor real: PESQUISA E PROVA!!! • Bom para o seguimento (ex: paciente com fibromialgia e AR) • HAQ: avaliamos qualidade de vida, avaliação funcional, satisfação, compreensão e sintomas → questionário já pronto, onde paciente responde FATORES DE MAU PROGNÓSTICO • Sexo feminino • Historia familiar • Epítopo compartilhado • Grande numero de articulações acometidas à apresentação da doença • Nódulos reumatoides (associação com vasculites, fator reumatoide em altos títulos, pneumopatias) • Acometimento extra-articular • Provas inflamatórias constantemente elevadas • Altos títulos de FR ou anti-CCP (muito mais erosão e anquilose) • Baixo nível socioeconômico • Baixo nível educacional • Erosões precoces • HAQ > 1 no diagnostico TRATAMENTO • AR MUITO PRECOCE: diagnostico feito em ate 1 ano do inicio da doença • AR PRECOCE: diagnostico feito em ate 3 anos do inicio da doença • JANELA DE OPORTUNIDADE: atingir controle da doença em ate 3 meses do diagnostico • IDEAL: diagnóstico muito precoce e controle atingido dentro da janela de oportunidade 2 FENÓTIPOS PARA SER TRATADOS: • AR convencional (não há acometimento extrarticular) • AR de mau prognostico e evolução rápida: esquema mais agressivo e com etapas mais rápidas • Usar corticoide e AINE o “mínimo possível" - mas é muito bom no tratamento • Imunossupressores: faço para poupar corticoide (devido aos efeitos colaterais a longo prazo) IMUNOSSUPRESSORES: • Metotrexato (imunossupressor mais utilizado na AR, sempre é a primeira escolha). • Se caso os pacientes não responderem, pode haver associação: ► Leflunomida, ► Sulfassalazina ► Hidroxclororquina A hidroxiclororquina não é um imunossupressor, entra como modulador. Serve para manejar em artrites brandas, caso contrário, o metotrexato e a leflunomida são muito melhores ! • Se em 3 meses o paciente não melhorou, começar com medicações biológicas, que possuem alvos específicos CUIDADOS ESPECIAIS: • Vacinação especial • Cuidados com fatores de risco CV • Monitorizar a saúde óssea → pode fazer osteoporose secundária a AR • Monitorizar a saúde bucal • Fazer exercícios, respeitando os limites do corpo e evitando sobrecargas • Parar de fumar • Perder peso • Manter níveis de vitamina D > 30 Artrite idiopática juvenil = artrite reumatoide da infância
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