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Obstrução de Vias Aéreas por Corpo Estranho

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Obstrução de Vias Aéreas por Corpo Estranho 
Definição 
Entende-se como obstrução de via aérea por corpo estranho (OVACE) toda 
situação grave, súbita e potencialmente fatal que impeça, parcial ou 
totalmente, o trânsito de oxigênio ambiente até os alvéolos. 
Ocorre quando corpos estranhos (CE) são engolidos e ao invés de irem pelo 
trajeto comum que é o esôfago, ficam presos antes dele ou vão em direção 
ao trajeto da traqueia. Em ambos os casos, o ar é impedido de passar, 
causando posterior asfixia/sufocamento. Os corpos estranhos (CE) são 
pequenas partículas oriundas principalmente de alimentos e objetos. 
A manutenção da permeabilidade das vias aéreas nos pacientes com OVACE 
deve ser feita de maneira rápida e urgente, tendo em vista o padrão grave e 
letal de uma OVACE não manejada adequadamente. 
A gravidade tem relação direta com o grau de obstrução que o objeto 
causou. 
Epidemiologia 
É mais comum em crianças do que em adultos, ocorrendo principalmente 
em bebês e crianças pequenas (84% em menores de 5 anos), pois nessa faixa 
etária constantemente levam objetos à boca. Cerca de 20% dos casos 
acontecem em maiores de 15 anos de idade, segundo dados do Conselho 
Nacional de Segurança Nacional. A incidência não tem preferência por 
gênero. 
Etiologia 
Na faixa etária pediátrica a incidência com CE oriundos de alimentos é 
maior. Nos adultos, entretanto, a natureza dos CE é bem variável, podendo 
ser tanto originados de material orgânico (alimentos) ou inorgânico 
(objetos). 
Os alimentos mais comumente aspirados são: 
• Pipoca, nozes, amendoim, milho, feijão, salsichas e ossos/fragmentos de 
ossos. 
Os objetos mais comumente aspirados são: 
• peças de brinquedos, moedas, parafusos, baterias/ pilhas. 
Epidemiologia 
É mais comum em crianças do que em adultos, ocorrendo principalmente 
em bebês e crianças pequenas (84% em menores de 5 anos), pois nessa faixa 
etária constantemente levam objetos à boca. Cerca de 20% dos casos 
acontecem em maiores de 15 anos de idade, segundo dados do Conselho 
Nacional de Segurança Nacional. A incidência não tem preferência por 
gênero. 
 
Identificação e quadro clínico 
As vítimas com suspeita de obstrução de via aérea apresentam geralmente 
um quadro agudo com sintomas variados de acordo com: 
• O grau de obstrução; 
• Localização do CE; 
• Tempo em que o CE está nas Vias Aéreas. 
Durante o episódio de OVACE o paciente pode encontrar-se desesperado 
(agitado), com as mãos no pescoço, tossindo, presença de sinais de esforço 
respiratório e pode apresentar também cianose. A depender da gravidade, o 
paciente pode emitir sons respiratórios agudos como sibilo ou estridor ou 
até mesmo em episódios mais graves ter ausência de sons. 
Sinal Universal da Asfixia 
Fonte: https://medlineplus.gov/ency/presentations/100222_1.htm 
Classificação 
Diante de um paciente com suspeita de OVACE, deve-se estabelecer 
sempre o grau de obstrução do paciente a partir da avaliação clínica. Dessa 
forma, é possível estabelecer a conduta adequada a cada caso que venha a 
ocorrer. 
Diante de uma obstrução LEVE, a vítima tem obstrução PARCIAL e 
consegue, mesmo assim, manter a respiração preservada. Consegue 
também tossir. Além disso, em casos onde o prestador dos primeiros 
socorros orienta a vítima a realizar alguma ação, ela consegue responder 
aos comandos, logo a vítima se encontra consciente. 
Diante de uma obstrução GRAVE, a vítima tem obstrução TOTAL da via 
aérea, não conseguindo se comunicar, tossir, pode apresentar cianose de 
lábios e extremidades e colocar suas mãos em volta do pescoço (sinal 
universal da asfixia). Além disso, apresenta ruídos respiratórios agudos 
durante a inspiração ou ausência de ruídos. Dentro do quadro grave, os 
pacientes podem se apresentar responsivos ou não responsivos. 
Conduta 
Diante do quadro de OVACE e a depender de sua gravidade, o prestador dos 
primeiros socorros deve agir de forma rápida e concisa a fim de garantir o 
bom prognóstico do paciente vítima de obstrução de via aérea, tendo em 
vista que diante de um quadro como este, se as funções respiratórias não 
forem restabelecidas dentro de um curto intervalo de tempo, as atividades 
cerebrais podem cessar, ocasionando lesão cerebral irreversível e morte 
decorrente da escassez de oxigênio. 
Em casos de Obstrução Parcial: 
1. Acalme a vítima e faça estimulação da tosse e respiração espontânea; 
2. Permaneça ao lado da vítima monitorando sempre sua condição, sem interferir 
na tentativa de expelir o corpo estranho; 
3. Se a obstrução parcial persistir, solicite a alguém ou acione você mesmo o 
serviço de emergência (SAMU 192), continuando o monitoramento da vítima de 
forma cautelosa a fim de perceber uma futura evolução da obstrução parcial 
para total. 
Em casos de Obstrução Total: 
Em vítimas conscientes: 
a. Na suspeita de ser vítima de OVACE, pergunte diretamente a ela: “Está com 
dificuldade para respirar?” Se o paciente responder que sim, acalme-o e diga 
que vai ajudá-lo; 
b. Iniciar manobra de Heimlich – Fique atrás da vítima em pé (com a perna que 
não seja a de apoio entre a perna da vítima) e envolva seus braços ao redor da 
cintura da vítima. Coloque o polegar de uma das mãos na linha média do 
abdome, logo acima da cicatriz umbilical e forme um punho. Coloque a outra 
mão por cima da outra e faça compressões rápidas em movimento similar ao 
formato de um “J” no abdome da vítima; 
c. Faça as compressões até que o objeto seja expulso ou até a vítima perder a 
consciência. 
Manobra de Heimlich 
Fonte: Diretriz de Ressuscitação Cardiopulmonar – 2019 
Em vítimas inconscientes: 
a. Posicione o paciente cuidadosamente em decúbito dorsal em superfície rígida; 
b. Solicitar ajuda especializada ao serviço de emergência local e solicitar um 
DEA; 
c. Iniciar manobras de RCP; 
d. Checar via aérea e realizar inspeção a cada ciclo da RCP. Se possível, 
remover corpo estranho (nunca realizar varredura às cegas); 
e. Continuar manobras de RCP até a expulsão do CE e retorno da respiração 
espontânea ou chegada do suporte avançado de vida. 
 
 
 
 
Epidemiologia 
É mais comum em crianças do que em adultos, ocorrendo principalmente 
em bebês e crianças pequenas (84% em menores de 5 anos), pois nessa faixa 
etária constantemente levam objetos à boca. Cerca de 20% dos casos 
acontecem em maiores de 15 anos de idade, segundo dados do Conselho 
Nacional de Segurança Nacional. A incidência não tem preferência por 
gênero. 
Etiologia 
Na faixa etária pediátrica a incidência com CE oriundos de alimentos é 
maior. Nos adultos, entretanto, a natureza dos CE é bem variável, podendo 
ser tanto originados de material orgânico (alimentos) ou inorgânico 
(objetos). 
Os alimentos mais comumente aspirados são: 
• Pipoca, nozes, amendoim, milho, feijão, salsichas e ossos/fragmentos de 
ossos. 
Os objetos mais comumente aspirados são: 
• peças de brinquedos, moedas, parafusos, baterias/ pilhas. 
Epidemiologia 
É mais comum em crianças do que em adultos, ocorrendo principalmente 
em bebês e crianças pequenas (84% em menores de 5 anos), pois nessa faixa 
etária constantemente levam objetos à boca. Cerca de 20% dos casos 
acontecem em maiores de 15 anos de idade, segundo dados do Conselho 
Nacional de Segurança Nacional. A incidência não tem preferência por 
gênero. 
 
Identificação e quadro clínico 
As vítimas com suspeita de obstrução de via aérea apresentam geralmente 
um quadro agudo com sintomas variados de acordo com: 
• O grau de obstrução; 
• Localização do CE; 
• Tempo em que o CE está nas Vias Aéreas. 
Durante o episódio de OVACE o paciente pode encontrar-se desesperado 
(agitado), com as mãos no pescoço, tossindo, presença de sinais de esforço 
respiratório e pode apresentar também cianose. A depender da gravidade, o 
paciente pode emitir sons respiratórios agudos como sibilo ou estridor ou 
até mesmo em episódios mais graves ter ausência de sons. 
Sinal Universal da AsfixiaFonte: https://medlineplus.gov/ency/presentations/100222_1.htm 
Classificação 
Diante de um paciente com suspeita de OVACE, deve-se estabelecer 
sempre o grau de obstrução do paciente a partir da avaliação clínica. Dessa 
forma, é possível estabelecer a conduta adequada a cada caso que venha a 
ocorrer. 
Diante de uma obstrução LEVE, a vítima tem obstrução PARCIAL e 
consegue, mesmo assim, manter a respiração preservada. Consegue 
também tossir. Além disso, em casos onde o prestador dos primeiros 
socorros orienta a vítima a realizar alguma ação, ela consegue responder 
aos comandos, logo a vítima se encontra consciente. 
Diante de uma obstrução GRAVE, a vítima tem obstrução TOTAL da via 
aérea, não conseguindo se comunicar, tossir, pode apresentar cianose de 
lábios e extremidades e colocar suas mãos em volta do pescoço (sinal 
universal da asfixia). Além disso, apresenta ruídos respiratórios agudos 
durante a inspiração ou ausência de ruídos. Dentro do quadro grave, os 
pacientes podem se apresentar responsivos ou não responsivos. 
Conduta 
Diante do quadro de OVACE e a depender de sua gravidade, o prestador dos 
primeiros socorros deve agir de forma rápida e concisa a fim de garantir o 
bom prognóstico do paciente vítima de obstrução de via aérea, tendo em 
vista que diante de um quadro como este, se as funções respiratórias não 
forem restabelecidas dentro de um curto intervalo de tempo, as atividades 
cerebrais podem cessar, ocasionando lesão cerebral irreversível e morte 
decorrente da escassez de oxigênio. 
Em casos de Obstrução Parcial: 
1. Acalme a vítima e faça estimulação da tosse e respiração espontânea; 
2. Permaneça ao lado da vítima monitorando sempre sua condição, sem interferir 
na tentativa de expelir o corpo estranho; 
3. Se a obstrução parcial persistir, solicite a alguém ou acione você mesmo o 
serviço de emergência (SAMU 192), continuando o monitoramento da vítima de 
forma cautelosa a fim de perceber uma futura evolução da obstrução parcial 
para total. 
Em casos de Obstrução Total: 
Em vítimas conscientes: 
a. Na suspeita de ser vítima de OVACE, pergunte diretamente a ela: “Está com 
dificuldade para respirar?” Se o paciente responder que sim, acalme-o e diga 
que vai ajudá-lo; 
b. Iniciar manobra de Heimlich – Fique atrás da vítima em pé (com a perna que 
não seja a de apoio entre a perna da vítima) e envolva seus braços ao redor da 
cintura da vítima. Coloque o polegar de uma das mãos na linha média do 
abdome, logo acima da cicatriz umbilical e forme um punho. Coloque a outra 
mão por cima da outra e faça compressões rápidas em movimento similar ao 
formato de um “J” no abdome da vítima; 
c. Faça as compressões até que o objeto seja expulso ou até a vítima perder a 
consciência. 
Manobra de Heimlich 
Fonte: Diretriz de Ressuscitação Cardiopulmonar – 2019 
Em vítimas inconscientes: 
a. Posicione o paciente cuidadosamente em decúbito dorsal em superfície rígida; 
b. Solicitar ajuda especializada ao serviço de emergência local e solicitar um 
DEA; 
c. Iniciar manobras de RCP; 
d. Checar via aérea e realizar inspeção a cada ciclo da RCP. Se possível, 
remover corpo estranho (nunca realizar varredura às cegas); 
e. Continuar manobras de RCP até a expulsão do CE e retorno da respiração 
espontânea ou chegada do suporte avançado de vida. 
Situações especiais 
Abordagem do paciente obeso ou grávidas: 
• A abordagem diante destes pacientes é a mesma, porém, a manobra de 
Heimlich é adaptada onde as compressões devem ser feitas na região torácica 
na tentativa de expelir o corpo estranho. 
Compressões torácicas em vítimas de OVACE grávidas ou obesos 
Fonte: Diretriz de Ressuscitação Cardiopulmonar – 2019 
Lactentes menores de um ano: 
• A abordagem diante desses pacientes deve ser feita de forma diferente. 
Coloque o lactente apoiado em seu braço com as pernas abertas e face para 
baixo. Apoie o seu antebraço em uma de suas coxas para garantir 
estabilidade; 
• Utilizando a palma da outra mão dê cinco golpes rápidos e fortes entre as 
escápulas da vítima; 
• Apoiando a cabeça do bebê, faça a rotação de forma que sua face fique 
direcionada para cima e apoie-o sob a coxa novamente; 
• Posicione seus dedos anelar e médio da mão contrária em ⅓ inferior do 
esterno e realize cinco compressões com os dois dedos no local; 
• Repita o ciclo de golpes nas costas e compressões torácicas até que o objeto 
seja expelido ou até que o bebê perca a consciência; 
• Se o lactente ficar inconsciente, inicie a RCP de acordo com a faixa etária da 
vítima e solicite ajuda do serviço de emergência. 
 
Manobras em lactente < 1 ano de idade responsivo e com obstrução grave. 
Fonte: Manual de Prevenção de Acidente e Primeiros Socorros nas Escolas, 2010. 
OBS: 
• Não usar manobra de heimlich em lactentes < 1 anos de idade pois há risco 
significativo de lesão em órgãos na localização das compressões; 
• Nunca faça a procura do CE às cegas, somente retire o CE se for possível sua 
visualização de forma adequada; 
• Em lactentes maiores de um ano, o protocolo de suporte à vítima é similar ao 
do adulto, podendo realizar a manobra de Heimlich de forma adaptada ao 
tamanho da vítima. 
 
	Definição
	Epidemiologia
	Etiologia
	Epidemiologia
	Identificação e quadro clínico
	Classificação
	Conduta
	Epidemiologia
	Etiologia
	Epidemiologia
	Classificação
	Conduta

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