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Pneumonia: definição, diagnóstico e tratamento

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RAFAELLA BONFIM TXXIX 
Pneumonia 
• DEFINIÇÃO CLÍNICA DE PNEUMONIA 
A pneumonia ocorre quando há uma infecção do parênquima pulmonar causando sintomas respiratórios inferiores 
associado a detecção de um infiltrado pulmonar no RX de tórax 
 Proliferação microbiana no espaço alveolar + reação inflamatória 
o Mecanismo 
Principal: aspiração de secreções orofaríngeas 
Outros: disseminação hematogênica; disseminação por contiguidade (pleura e mediastino) 
• FATORES DE RISCO 
✓ Idosos; rebaixamento de nível de consciência 
✓ Incoordenação da deglutição; lesão anatômica de vias aéreas e pulmões – dpoc, bronquiectasia 
✓ Imunodeficiência/ imunossupressão 
• DIAGNÓSTICO CLÍNICO 
Tosse e sintomas respiratórios (dispneia, dor torácica ou expectoração) 
+ 
Sintomas sistêmicos – febre, cefaleia, calafrios, mialgia 
+ 
Achados focais ao exame físico torácico – estertor fino é o principal (produzido por líquido no alvéolo) 
OBRIGATORIAMENTE DEVE TER INFILTRADO NOVO À RADIOGRAFIA DO TÓRAX 
➔ Para diferenciar se é novo ou antigo deve ser feito um Raio X, pois alterações antigas não se apresentam como 
consolidações, e sim como nódulos, atelectasias 
 Se caso houver dúvidas, é indicado solicitar uma tomografia 
o Diagnóstico diferencial 
▪ Traqueobronquite: não possui infiltrado novo pois é infecção de vias aéreas e não dos alvéolos 
 
• PNEUMONIA ADQUIRDA NA COMUNIDADE 
 É uma pneumonia adquirida fora do ambiente hospitalar ou em até 48h de internação 
 Não internado por mais de 48h nos últimos 90 dias – se for o caso, há grandes chances de ser pneumonia adquirida 
no ambiente hospitalar 
 Não é proveniente de casas de repouso, clínicas de diálise ou outros serviços de saúde 
o Etiologia da pneumonia adquirida na comunidade 
 
 
 
RAFAELLA BONFIM TXXIX 
o Achados radiográficos 
Sempre solicitar PA + perfil 
A radiografia de tórax é indicada para: 
 Diagnóstico/ diagnósticos diferenciais 
 Analisar a gravidade da pneumonia (quanto maior a consolidação, mais grave é a pneumonia) 
 Avaliar complicações: como por exemplo, derrame parapneumônico e abscesso 
Porém, não serve para definir a etiologia da pneumonia 
➢ Consolidação 
 
Consolidação 
É uma área de opacidade homogênea com a presença de broncogramas (há ocupação dos alvéolos por secreção) 
➢ Sinal da coluna 
 
Em condições normais, quanto mais para baixo, mais hipoatenuantes (escura) a coluna deve ficar, se no meio do caminho 
ela estiver ficando cada vez mais hiperatenuante (clara), é indicativo de consolidação pulmonar 
Secreção: hiperatenuante no raio x 
 
RAFAELLA BONFIM TXXIX 
o Tomografia de tórax 
A tomografia de tórax é muito mais sensível e específica para diagnóstico de pneumonias 
→ Indicações para a solicitação de TC de tórax: 
✓ Quando há dúvida diagnóstica 
✓ Suspeita de complicações, como presença de derrame pleural, que pode tirar a definição da imagem da consolidação e 
confundir a interpretação da imagem 
✓ Suspeita de neoplasias 
• DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS 
Diagnóstico é clínico, não precisa fazer raio x ou exame laboratorial, o quadro é autolimitado, uns 10 dias de sintomas. 
 Infecções de vias aéreas superiores: 
 Coriza, congestão nasal, prurido faríngeo, gotejamento pós-nasal e espirros; ausência de sintomas sistêmicos 
 Traqueobronquite: 
 Sintomas de vias aéreas superiores 
 Tosse e sibilância, poucos sintomas sistêmicos. 
 Síndrome gripal: 
 Febre de início súbito + tosse ou dor de garganta + 1 de: mialgia, cefaleia ou artralgia 
 Sem dispneia ou disfunção orgânica 
 Síndrome respiratória aguda grave: 
 Diferença da síndrome respiratória aguda grave para pneumonia: o achado radiológico (não apresenta a consolidação no raio 
X) 
 Febre de início súbito + tosse ou dor de garganta + 1 de: mialgia, cefaleia ou artralgia + dispneia/ sato2 <95%/ 
descompensação clínica 
 Crise asmática: 
 Antecedente de asma; sibilância de repetição; crises associadas a fatores desencadeantes; eczema; rinite; conjuntivite 
alérgica; melhora com beta-agonistas 
 Exacerbação DPOC: 
 Tem infecção significativa, mas com pouco/ nenhum sintomas sistêmicos e infiltrados radiológicos 
 Carga tabágica é importante; idade mais avançada; exacerbações prévias 
 Tuberculose Pulmonar: 
 Quadro clínico + arrastado (várias semanas de sintomas) 
 Síndrome consumptiva: é frequente no achado radiológico de tórax a cavidade pulmonar com acometimento de ápice 
 Pode se apresentar de forma aguda 
• EXAMES COMPLEMENTARES 
 Exames laboratoriais: desnecessários em pacientes ambulatoriais de baixo risco 
 Pacientes de risco: solicitar hemograma, PCR, glicemia, função renal, transaminases e eletrólitos 
A saturação deve ser feita em todos os pacientes, se for menor que 90%, deve-se colher a gasometria arterial 
 
 
 
RAFAELLA BONFIM TXXIX 
• DEFINIÇÃO DA GRAVIDADE 
 Escore mais simples e efetivo: CURB – 65 + COX 
o CURB – 65 
 
 
 
 
 
 
C: alteração na consciência 
U: ureia > 50 = 1 ponto 
R: FR > 30 = 1 ponto 
B: PA < 90 sistólica ou 60 diastólica = 1 ponto 
o COX 
Cox= comorbidades gravidades 
O: oxigênio < 90% 
X: infiltrado extenso/ bilateral ao rx 
✓ Indicativo de pneumonia grave: CURB 65 de 3 ou mais; sepse 
• PNEUMONIA GRAVE 
o Investigação etiológica: 
Só é feita na pneumonia grave 
→ Hemocultura: baixa sensibilidade 
→ Lavado bronquioalveolar ou cultura de secreção traqueal 
→ Antígenos urinários: S.pneumoniae e Legionella 
→ Escarro: bacterioscópico + cultura 
• TRATAMENTO 
o Precoce – menos de 4 horas 
o Empírico 
o Dirigido para os agentes mais frequentes naquela comunidade 
 Streptococcus pneumoniae 
 Atípicos 
 Haemophilus influenzae 
→ AB frequentemente utilizados: macrolidio + b lactâmico 
 
RAFAELLA BONFIM TXXIX 
• FALHAS NO TRATAMENTO 
 Causas mais comuns: 
o Condução incorreta 
 Diagnóstico incorreto: tratar TEP como pneumonia e antibioticoterapia incorreta 
 Antibioticoterapia incorreta 
o Condução correta 
 Complicações: derrame pleural, empiema, abscesso pulmonar 
 Patógeno: Pneumocystis, M.tuberculosis, fungos 
 Infecção hospitalar sobreposta: ITU, infecção de cateter, pneumonia hospitalar

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