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Manuella Soussa Braga CBMF II - 2021/2 - 7º PERÍODO Cirurgia Pré-Protética Durante o crescimento, há um aumento do tecido ósseo. No entanto, após os 30 anos, há um declínio nessa formação, dando lugar à remodelação leve. A perda dentária leva a uma atrofia/perda da estrutura óssea que está em desuso seja por trauma, variando para cada indivíduo. A perda mandibular, após uma extração, chega a ser de 12 mm ao ano. A partir do primeiro ano, um processo crônico se instaura, levando a uma perda de 0.12 a 0.4 mm ao ano. No uso de próteses mucossuportadas, associada ao declínio fisiológico da formação óssea, essa perda pode ser ainda mais intensificada. O uso prolongado pode gerar uma prótese instável que provoca ainda mais perda da estrutura óssea. Esse desajuste também pode causar inflamação de tecidos moles associados. A sobrecarga dos maxilares e função mandibular alterada e alterações vasculares (principalmente em indivíduos idosos) também podem ser vistos. Toda vez que é provocada uma elevação muco-periosteal, tira-se um pouco da vascularização da estrutura, podendo causar um dano maior ao osso. Cirurgias pré-protéticas são realizadas quando a estrutura óssea e de tecido mole não está adequada à confecção de uma prótese e reabilitação do paciente, seja porque o tecido está inflamado ou porque tem uma condição patológica associada, seja por deficiência na quantidade, tecido mole sem aderência no rebordo, por exemplo. Características da Área Ideal de Suporte de Uma Prótese - Nenhuma evidência de condições patológicas - Relação apropriada dos maxilares - Espessura e configuração apropriada do rebordo - Ausência de protuberâncias no tec. ósseo e mole - Adequada forma de abóbada palatina - Região de tuberosidade posterior apropriada - Adequada profundidade vestibular - Mucosa ceratinizada adequada na zona de SP - Proteção do feixe vasculonervoso - Implante : apoio único e cobertura de tec. mole inserido Avaliação do Paciente - Queixa principal - Fatores psicológicos e expectativas - Adaptação de próteses antigas - Risco cirúrgico Exame Intra e Extrabucal - Quantidade e contorno do osso remanescente - Qualidade dos tecidos moles de revestimento - Profundidade vestibular - Inserções musculares, bridas e freios - Avaliação das relações esqueléticas Avaliação do Tecido Ósseo - Forma da crista alveolar (p. ex. em lâmina de faca) - Presença de irregularidades (presença de tórus; exostose) - Avaliação da região de túber - Localização do for. mentoniano e feixe vásculo-nervoso Principalmente em pacientes com perda acentuada da mandíbula, pois qualquer prótese mucossuportada causa uma pressão e incômodo na região, podendo levar a uma neuropatia mais persistente. Avaliação de Tecido Mole - Qualidade do tecido na área de suporte primário - Quantidade de tecido ceratinizado - Mucosa com hipermobilidade - Profundidade vestibular e lingual - Áreas livres de inflamação - Aspecto lingual da mandíbula A face lingual da mandíbula deve ser inspecionada para determinar o nível de inserção do músculo milo-hióideo com relação à crista do rebordo mandibular e à inserção do músculo genioglosso na região anterior da mandíbula. A profundidade do assoalho da boca deve ser avaliada com a língua em várias posições, pois a movimentação da língua, acompanhada pela elevação dos músculos, é causa frequente de movimentação e deslocamento da prótese. Cirurgia de Tecido Mole As anormalidades do tecido mole nas áreas de suporte de próteses e nas áreas adjacentes são o tecido excessivamente fibroso ou hipermóvel, as lesões inflamatórias (como a hiperplasia fibrosa inflamatória do vestíbulo e a hiperplasia papilar inflamatória do palato) e as inserções anormais de músculos e freios. Logo após a remoção dos dentes, as inserções de músculos e freios podem interferir na confecção adequada da prótese quando ocorre a reabsorção óssea. Aprofundamento de vestíbulo Frenectomia Bridectomia Remoção de hiperplasia Hipermobilidade tecidual Tuberosidade maxilar Manuella Soussa Braga CBMF II - 2021/2 - 7º PERÍODO APROFUNDAMENTO DE VESTÍBULO Considerações As próteses totais necessitam de selamento periférico na região de vestíbulo. Pode haver um afrouxamento da musculatura da região e queda do tecido mucoso da região, por exemplo, que interferem no vedamento adequado da prótese. É necessário saber avaliar essa perda (observar se tem estrutura óssea pela radiografia) para indicar ou não o aprofundamento do vestíbulo. - Perda óssea mandibular ≠ maxilar - Perda óssea mandibular 4x > maxilar - Área chapeável da maxila 1.8 x > mandíbula A área óssea maxilar é superior à mandibular, por isso, a perda óssea na mandíbula é mais sentida. Fase Pré-Cirúrgica - Avaliação radiográfica - Moldagem - Delimitação da área total do rebordo - Demarcação das inserções musculares É preciso desgastar o modelo, elevando na altura do rebordo, para que seja confeccionado uma peça de acrílico que, após a cirurgia, seja posicionada na boca. Essa peça é reembasada com um condicionador de tecido ou cimento cirúrgico e serve de auxílio na manutenção da nova posição da musculatura. O paciente deve mantê-la em posição por 24 horas (sem tirar nem para higienizar). Reavalia-se o paciente 24 horas depois, fazendo todos os ajustes necessários e removendo todos os tipos de interferência. Na maxila, existem limites anatômicos, como a cavidade nasal e o processo zigomático da maxila (pilar zigomático), que te permitem ou não realizar a cirurgia de aprofundamento de vestíbulo. A pneumatização do seio alveolar para a região de rebordo não inviabiliza a colocação de uma prótese. Área de inserção muscular mais baixa > incisão linear acima da gengiva inserida (deixando mais ou menos 3 mm de mucosa livre) contornando toda a extensão da região que se deseja fazer o levantamento > descolamento do retalho de forma dividida (periósteo se mantém aderido ao tecido ósseo) > divulsão com bisturi (dissecando) > reposicionamento do tecido na altura máxima que conseguir de aprofundamento de acordo com as estruturas anatômicas > sutura com pontos isolados fixando a mucosa ao periósteo adjacente. - Aumento da área vestibular anterior - Desconforto moderado - Cicatrização em 6 a 8 semanas (segunda intenção) - Imprevisibilidade do ganho de área - Prótese definitiva colocada o mais rápido possível Aprofundamento de Vestíbulo na Mandíbula Técnica de Kazanjian - Retalho Transposicional - Aumento da área vestibular anterior - Mandíbula com pelo menos 15 mm de altura - Profundidade adequada na região lingual - Contenção por 10 dias - Prótese definitiva colocada o mais rápido possível Faz-se uma incisão na mucosa labial e disseca-se um retalho mucoso fino do tecido subjacente. Faz-se também uma dissecção supraperiosteal na face anterior da mandíbula. O retalho da mucosa labial é suturado no fundo do vestíbulo. O tecido labial exposto cicatriza-se por segunda intenção. Técnica de Kazanjian Modificada - Imprevisibilidade da recidiva - Cicatriz no fundo do vestíbulo Adaptação da técnica por incisão do periósteo na crista do rebordo alveolar e sutura da margem livre do periósteo à área desnuda damucosa labial. Em seguida, sutura-se o retalho mucoso sobre o osso exposto na junção do periósteo no fundo de vestíbulo. Nas duas técnicas, há o deslocamento da mucosa labial para reposionamento em profundidade na mandíbula. Na técnica modificada, a diferença é que para não deixar o lábio cruento, desloca-se o periósteo da mandíbula para fechar o lábio. Nesse caso, a mucosa labial fica sobre o osso sem interposição de periósteo. Manuella Soussa Braga CBMF II - 2021/2 - 7º PERÍODO Técnica de Clark Faz-se uma incisão linear na mucosa da mandíbula, puxando-o e deixando o periósteo exposto, assim como no aprofundamento da maxila. Também pode ser utilizada na região lingual. Considerações Alguns estudos demonstram uma perda de altura óssea de 0.6 mm por 6 meses após o procedimento cirúrgico, correspondendo a uma perda de 1.2 mm ao ano (lembrando que a perda fisiológica é de 0.12 a 0.4 mm ao ano após 1 ano de perda dentária). É preciso ter critério na indicação da vestibuloplastia. O descolamento do nervo mentoniano leva a uma perda de estímulo funcional. A vestibuloplastia torna uma superfície chapeável uma área previamente não exposta a forças oclusais. FRENECTOMIA LABIAL A perda de altura do rebordo alveolar faz com que o freio, antes posicionado no lugar correto, torna-se mais baixo criando uma linha de tensão e uma interferência para o uso da prótese. Além de remover o tecido fibroso, a frenectomia dá ao paciente mais área de rebordo para receber a prótese mucossuportada. A excisão pode ser feita pela técnica do pinçamento único ou duplo. A sutura deve ser feita na altura máxima correspondente à espinha nasal anterior. A primeira sutura deve envolver mucosa associada ao periósteo. A sutura também ajuda na redução do hematoma. A técnica da reinserção é utilizada quando o freio é muito largo, em que não remove tecido, só insere novamente em outra posição. FRENECTOMIA LINGUAL A perda progressiva da mandíbula também faz com que as inserções limitem a adaptação da prótese. Na cirurgia, deve-se ter cuidado com a saída do ducto das glândulas. BRIDECTOMIA Indicações - Retração gengival - Dificuldade de higienização - Problemas periodontais e oclusais Técnica Cirúrgica - Reposicionamento da inserção muscular O descolamento do nervo mentoniano leva a uma perda de estímulo funcional. HIPERPLASIAS A hiperplasia fibrosa inflamatória é um aumento hiperplásico generalizado da mucosa e do tecido conjuntivo fibroso no rebordo alveolar e na região vestibular que comumente resulta de próteses mal-adaptadas. Causas - Próteses mal adaptadas - Falta de controle e troca periódica das próteses - Uso ininterrupto das próteses - Fatores associados: higiene precária infecções fúngicas processo inflamatório Técnica Cirúrgica A infiltração de anestésico local na área do excesso de tecido é suficiente para a anestesia. Apreendem-se as áreas de tecido em excesso com pinças para tecido, faz-se uma incisão cortante na base do tecido fibroso em excesso até o periósteo e remove-se o tecido hiperplásico. O tecido adjacente é delicadamente dissecado e reaproximado utilizando-se suturas contínuas ou interrompidas. Nessas cirurgias, deve-se orientar aos pacientes a não utilizar a prótese durante 15 dias (para dar uma condição do tecido se recuperar) antes da cirurgia, pois a maioria dos tecidos estão inflamados, fazendo com que o pós-operatório seja pior. Incidências - Fundo de vestíbulo - Porção lingual da mandíbula - Mucosa do palato - Crista óssea alveolar Tratamento Pré-Cirúrgico - Suspensão do uso da prótese e reavaliação 15/15 dias Manuella Soussa Braga CBMF II - 2021/2 - 7º PERÍODO - Lesões ulceradas sem regressão há 15 dias > biópsia Tem hiperplasias pediculares e aquelas mais extensas. Se for pedicular, a remoção é na base. Se for mais extensa, durante o transoperatório, terá uma área cruenta que, se tentar reposicionar esse tecido, diminuirá o fundo de vestíbulo do paciente. Por isso, segue a mesma linha de raciocínio da cirurgia de aprofundamento de vestíbulo (incluindo a utilização dos mesmos artifícios para promover uma melhora no reposicionamento desse tecido). A cicatrização é por segunda intenção. Hiperplasia Papilar Inflamatória Técnicas Cirúrgicas - Eletrocirurgia - Abrasão - Excisão Alguns pacientes podem ser tratados com o reembasamento da câmara de sucção. Precisa de tempo e de disponibilidade. Todas as hiperplasias vão para o anatomopatológico. HIPERMOBILIDADE TECIDUAL Antes da excisão desse tecido, deve-se determinar se é necessário aumentar o osso subjacente com enxerto. Se uma deficiência óssea for a causa principal do excesso de tecido mole, então o aumento do osso subjacente mostra-se o tratamento de escolha. Se a altura do rebordo alveolar permanecer adequada após a remoção do tecido com hipermobilidade, pode-se indicar a excisão. Causas - Reabsorção óssea subjacente - Próteses mal adaptadas - Ambos Tratamento - Enxerto ósseo - Excisão do tecido O objetivo é remover todo excesso de tecido que esteja frouxo. Dependendo da amplitude desse tecido, faz com duas incisões tirando a parte central e depois a sutura. Técnica Cirúrgica Injeta-se anestésico local adjacente à área que requeira a excisão de tecido. Faz-se duas incisões paralelas de espessura total nas faces vestibular e lingual do tecido a ser excisado. Usa-se um elevador de periósteo para remover o excesso de tecido mole do osso subjacente. Pode ser necessária uma excisão tangencial de pequenas quantidades de tecido nas áreas adjacentes para a adaptação adequada do tecido mole durante a sutura. Devem-se limitar essas excisões adicionais ao mínimo, sempre que possível, para evitar remover tecido mole em excesso e descolar o periósteo do osso subjacente. Usam-se suturas contínuas ou interrompidas para aproximar o tecido remanescente. As moldagens para a confecção da dentadura geralmente podem ser feitas de 3 a 4 semanas após a cirurgia. Uma possível complicação desse tipo de procedimento é a obliteração do vestíbulo como resultado da dissecção do tecido necessária para o fechamento. TUBEROSIDADE MAXILAR O principal objetivo da redução de tecido mole da tuberosidade maxilar é proporcionar o espaço interarcos adequado para a confecção de uma prótese apropriada na região posterior e uma base firme de mucosa de espessura consistente sobre o rebordo alveolar, que será a área de suporte da prótese. Considerações - Obtenção de espaço para a prótese - Plastia da mucosa - Moldagem após 4 semanas É preciso avaliar primeiro se o excesso do túber é por conta do tecido mole ou ósseo. Se for de tecido mole, avalia a quantidade de osso antes de indicar a plastia da mucosa. Técnica Cirúrgica Uma infiltração anestésica local na região posterior da maxila é suficiente para reduzir a tuberosidade. Faz-se uma incisão elíptica inicial sobre a área da tuberosidade que necessita de redução e remove-se essa porção do tecido. Não é possível aproximar os bordos, pois a gengiva da região é muitoespessa. Por isso, as margens medial e lateral da excisão devem ser afinadas para remover o excesso de tecido mole, o que promove o fechamento do tecido livre de tensões. Isso pode ser realizado por meio de pressão digital sobre a superfície da mucosa do tecido adjacente enquanto se excisa o tecido tangencialmente à superfície da mucosa (avalia-se a redução vertical realizada). Se a redução do tecido foi adequada, sutura-se a área com técnicas de sutura contínua ou interrompida. Manuella Soussa Braga CBMF II - 2021/2 - 7º PERÍODO Cirurgia de Tecido Ósseo - Alveoloplastia - Redução de tórus exostose crista milo-hióidea tubérculo geniano tuberosidade maxilar - Enxertos ósseos São cirurgias para regularização óssea e remoção daquilo que está em excesso. Todas as cirurgias utilizam instrumentos rotatórios para que a plastia seja realizada. Cinzéis e martelos utilizados de forma aleatória podem causar fratura de mandíbula e perfuração na maxila, por exemplo. ALVEOLOPLASTIA Hoje, a alveoloplastia se restringe à remoção das espículas ósseas e áreas de interferência. Pode ser feito com pinça goiva, broca para osso em uma peça de mão ou lima para osso. REMOÇÃO DE TUBEROSIDADE MAXILAR O excesso horizontal ou vertical da área de tuberosidade maxilar pode ser resultado de excesso de osso, de aumento de espessura do tecido mole que recobre o osso ou de ambos. Esse recontorno pode ser necessário para criar um espaço interarcos adequado que possibilite a confecção de uma prótese nas áreas posteriores. Considerações Deve-se avaliar o excesso de tecido ósseo, observando se é vertical ou horizontal. Nesse procedimento, é possível realizar o recontorno da área, obtendo mais espaço. As moldagens iniciais para confecção da prótese podem ser feitas 4 semanas após a cirurgia. Técnica Cirúrgica A cirurgia pode ser realizada sob anestesia local infiltrativa ou por bloqueio dos nervos alveolar superior posterior e palatino maior. Faz-se uma incisão linear sobre o rebordo que se estende até a região posterior da tuberosidade. Em seguida, faz o deslocamento do retalho mucoperiosteal de espessura total nas direções vestibular e palatina. Remove-se osso com instrumentos rotatórios, com cuidado para evitar a perfuração do assoalho do seio maxilar (avaliar a pneumatização do seio). Depois que a quantidade necessária de osso é removida, a área deve ser regularizada com uma lima para osso e abundantemente irrigada com soro fisiológico. Readapta o retalho e sutura. Pode ficar um excesso de tecido mole por conta da remoção de osso que deve ser removido com uma incisão em forma elíptica para evitar sobreposição de tecido. REMOÇÃO DE EXOSTOSES Considerações - Remoção cirúrgica de protuberâncias e irregularidades - Plastia do tecido ósseo - Moldagem após 4 semanas Técnica Cirúrgica Deve-se infiltrar anestésico local ao redor da área que requer redução óssea. Para as exostoses vestibulares mandibulares, pode ser necessário o bloqueio do nervo alveolar inferior para anestesiar algumas áreas ósseas. Faz-se uma incisão linear sobre o rebordo, estendendo-se 1 a 1.5 cm além das margens da área que necessita de osteoplastia e um retalho mucoperiosteal de espessura total deve ser deslocado para expor as áreas de exostose óssea. Incisões relaxantes podem ser feitas para auxiliar na exposição adequada. Osteoplastia com instrumento rotatório. Deve-se readaptar o tecido mole e assegurar-se, por meio da inspeção visual e palpação, da ausência de irregularidades ósseas. Podem ser feitas suturas contínuas ou interrompidas. Exostose Palatina Lateral São necessárias anestesia local na área do forame palatino maior e infiltração na área da incisão. Faz-se uma incisão linear sobre o rebordo da região posterior da tuberosidade até ligeiramente além da área anterior da exostose que requer osteoplastia. Descolamento mucoperiosteal. Osteoplastia com instrumentos rotatórios. Irrigação da área com soro fisiológico. Suturas contínuas ou interrompidas. REMOÇÃO DE TÓRUS Considerações - Remoção interferência na fala (ocasionalmente) trauma frequente (ocasionalmente) confecção de prótese - Plastia do tecido ósseo Manuella Soussa Braga CBMF II - 2021/2 - 7º PERÍODO - Cuidados na prevenção de hematomas Técnica Cirúrgica na Maxila O bloqueio dos nervos palatino maiores e incisivo (nasopalatina) e a infiltração local promovem a anestesia necessária para a remoção do tórus. Faz-se necessário o retalho em Y ou duplo Y (incisão linear na linha média com incisões relaxantes oblíquas em uma ou nas duas extremidades). Rebatimento do retalho e osteoplastia com instrumentos rotatórios. Não é preciso remover a projeção óssea inteira, mas convém criar uma área lisa e regular. Deve-se readaptar o tecido com pressão digital e inspecioná-lo para determinar a quantidade de mucosa em excesso que deve ser removida. É importante ter tecido suficiente para tornar possível uma sutura livre de tensões. Em geral, é necessário usar sutura interrompida, pois a mucosa fina pode não reter bem a sutura. É preciso utilizar ou a própria prótese do paciente ou confeccionar uma goteira cirúrgica, pois o tecido que recobre o tórus é fino, então é necessário receber algo que o sustente. Como não tem osso embaixo, quando o paciente levanta, o tecido tende a cair e a acumular sangue, criando um hematoma e, consequentemente, a possibilidade de uma infecção secundária. O próprio peso do sangue pode levar à deiscência da sutura e o tecido não tem uma boa recuperação. O grande cuidado que se deve ter nessas cirurgias é a possibilidade de comunicação com a cavidade nasal . Técnica Cirúrgica na Mandíbula Anestesia pterigomandibular bilateralmente. Incisão linear sobre o rebordo, estendendo-se 1 a 1.5 cm além de cada margem do tórus a ser removido. A mucosa é fina e deve ser deslocada com cuidado para expor completamente a área de osso a ser recontornada. Incisão intrasulcular e sobre o rebordo. Faz então a plastia do tecido ósseo com instrumentos rotatórios. Caso seja feito com um martelo e cinzel, é importante criar uma canaleta paralela à face medial da mandíbula com broca para direcionar a força e evitar fratura desfavorável da cortical. Reposicionar o tecido e apalpá-lo para avaliar o contorno e a eliminação de irregularidades. Usa-se uma técnica de sutura contínua ou interrompida para fechar as incisões. É desejável utilizar compressas de gaze no assoalho para reduzir o edema e o hematoma. REMOÇÃO DE CRISTA MILO-HIÓIDEA Considerações - Redução cirúrgica da crista - Plastia do tecido ósseo na face lingual da mandíbula - Instalação imediata da prótese Em ossos com bastante reabsorção, essa região da crista fica proeminente, dificultando a adaptação da prótese. A área fica bastante sensível. Nesse caso, desloca também o músculo milo-hióideo. Técnica Cirúrgica São necessários os bloqueios dos nervos alveolar inferior, bucal e lingual. Desloca-se o retalho mucoperiosteal de espessura total, que expõe a área da crista milo-hióidea e asinserções do músculo milo-hióideo. Removem-se as fibras do músculo milo-hióideo da crista por meio de uma incisão cortante da inserção muscular em sua origem óssea. Quando se desloca o músculo, o tecido adiposo subjacente torna-se visível no campo cirúrgico. Após o deslocamento do músculo, pode-se usar um instrumental rotatório (com proteção cuidadosa do tecido mole) para remover a proeminência pontiaguda da crista milo-hióidea. Deve-se recolocar imediatamente a prótese, pois isso pode facilitar o reposicionamento mais inferior da musculatura. REMOÇÃO DO TUBÉRCULO GENIANO Considerações - Redução cirúrgica do tubérculo - Instalação imediata da prótese > genioglosso Técnica Cirúrgica A infiltração anestésica local e o bloqueio bilateral do nervo lingual promovem anestesia adequada. Faz-se uma incisão linear sobre o rebordo da área de pré-molar de um lado até o outro. Desloca-se o retalho mucoperiosteal de espessura total lingualmente para expor o tubérculo geniano. A inserção do músculo genioglosso pode ser removida com uma dissecção cortante. Faz-se a redução cirúrgica do tubérculo com instrumentos rotatórios. O ideal é posicionar o músculo o mais baixo que conseguir. PRÓTESE IMEDIATA Considerações - Vantagens psicológicas e estéticas Manuella Soussa Braga CBMF II - 2021/2 - 7º PERÍODO - Alterações durante o processo de cicatrização - Extrações > instalação imediata da prótese A prótese imediata auxilia no processo de cicatrização, estabiliza os tecidos e ajuda a diminuir o edema. O planejamento inicia-se com a moldagem do paciente, com o modelo em mãos, desgasta-se todos os dentes e vai confeccionar uma prótese total imediata para esse paciente. O ideal é que elas sejam confeccionadas com resina acrílica transparente, para ver se tem alguma área sendo comprimida (pela possibilidade de isquemia). Com a prótese, adequa-se vendo quais são as áreas de interferências e só mexe nessas áreas.
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