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Emergencia de zoonoses transmitidas por animais silvestres

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1 
PRÓ-REITORIA DE PÓS- GRADUAÇÃO, PESQUISA E EXTENSÃO 
FONE: (55) 3321.1606 I 3321.1545 | EMAIL: pesquisa@unicruz.edu.br ; extensao@unicruz.edu.br 
Campus Universitário Dr. Ulysses Guimarães - Rodovia Municipal Jacob Della Méa, km 5.6 – 
Parada Benito. CRUZ ALTA/RS - CEP- 98005-972 I UNICRUZ.EDU.BR 
 
EMERGÊNCIA DE ZOONOSES TRANSMITIDAS 
POR ANIMAIS SILVESTRES 
 
Emergence of zoonoses transmitted by wild animals 
 
 
Alice Jaques dos Passos1, Valeska Martins2 
 
 
Resumo: Mais de 70% das doenças humanas se originam a partir de doenças animais. A 
maioria dos microrganismos patógenos aos seres humanos ocorrem naturalmente no planeta e 
vivem dentro de um ciclo natural, onde os animais silvestres são os seus hospedeiros. Quando 
ocorrem ações antrópicas, como a destruição de habitats naturais, desmatamento, mineração, 
expansão da pecuária, caça, etc., essas ações provocam o aumento do contato dos seres 
humanos com animais silvestres, quebrando o ciclo de vida dos patógenos, ocasionando o 
surgimento de novas doenças. O presente estudo buscou, através de uma revisão de literatura, 
reunir informações acerca de como as ações humanas tiveram e tem papel crucial no surgimento 
de algumas doenças zoonóticas, provenientes de animais silvestres. Constatou-se que as 
atividades humanas que geram degradação do ambiente vem contribuindo para o surgimento e 
disseminação de novas doenças de caráter zoonótico e epidêmico, além de contribuir na 
reemergência de algumas. 
 
Palavras-chave: Antropização. Epidemias. Destruição de habitats. 
 
Abstract: Over 70% of human diseases originate from animal diseases. Most microorganisms 
pathogenic to humans occur naturally on the planet and live within a natural cycle where wild 
animals are their hosts. When anthropic actions occur, such as the destruction of natural 
habitats, deforestation, mining, expansion of livestock, hunting, etc., these actions increase the 
contact of humans with wild animals, breaking the pathogen's life cycle, causing the emergence 
of new diseases. The present study sought, through a literature review, to gather information 
about how human actions had and have a crucial role in the emergence of some zoonotic 
diseases, coming from wild animals. It was found that human activities that generate 
degradation of the environment have contributed to the emergence and dissemination of new 
zoonotic and epidemic diseases, in addition to contributing to the reemergence of some. 
 
Keywords: Anthropization. Epidemics. Destruction of habitats. 
 
1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO, 
2013), mais de 70% das doenças humanas se originam em animais. Isso se deve, 
principalmente, pela expansão da população humana e da estreita dependência de animais para 
 
1 Discente do curso de Medicina Veterinária, da Universidade de Cruz Alta - UNICRUZ, Cruz Alta, Brasil. E-
mail: alicejpassos@gmail.com 
2 Pesquisadora do Grupo Integrado de Pesquisa em Saúde Animal, Docente da Universidade de Cruz Alta - 
UNICRUZ, Cruz Alta, Brasil. E-mail: valsilva@unicruz.edu.br 
 
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a alimentação, além do impacto das ações antrópicas nas áreas de vida de espécies silvestres, 
como a destruição dos habitats naturais, tráfico de animais silvestres, caça, entre outros. 
Em dezembro de 2019, foi relatado em Wuhan, na China, o surgimento de uma doença 
ocasionada por um novo coronavírus (Sars-cov-2), meses depois essa doença seria 
mundialmente conhecida como Covid-19 (HUANG et al., 2020). Especula-se que esse novo 
vírus teve sua origem no mercado de frutos do mar de Huanan (na cidade de Wuhan), lugar 
conhecido pelo comércio de carnes de diferentes espécies de animais silvestres, incluindo o 
pangolin (Manis javanica), espécie na qual foi isolado, em amostras de intestinos e pulmões de 
animais obtidos durante as operações anti-contrabando da Alfândega de Guangxi, um tipo de 
coronavírus que tem aproximadamente 85,5% a 92,4% de similaridade com Sars-cov-2 (LAM 
et al., 2020; LU et al., 2020). Esse novo coronavírus também está intimamente relacionado a 
dois coronavírus semelhantes à síndrome respiratória aguda derivada do morcego (SARS), 
coletados em 2018 em Zhoushan, leste da China (LU et al., 2020). 
Diante do surgimento dessa nova doença (Covid-19) que possivelmente teve origem da 
mutação de um vírus proveniente de animais silvestres, este trabalho objetivou reunir 
informações acerca de como as ações humanas tiveram e tem papel crucial no surgimento de 
algumas doenças zoonóticas, provenientes de animais silvestres e que afetam 
significativamente a história da humanidade. 
 
2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 
 Para o presente estudo, foi conduzido uma revisão literária de artigos nacionais e 
internacionais publicados em revistas científicas eletrônicas, acessadas por meio remoto nos 
principais sites de busca eletrônica (PUBMed, Scielo, Science Direct e Google Scholar). As 
palavras-chave usadas para a busca foram: “zoonoses”, “doenças transmitidas por animais 
silvestres”, “sars”, “pandemias”, “zoonoses de aves silvestres” e todas suas traduções em inglês 
(zoonosis, wild animals, sars, pandemic, wild bird zoonoses). 
 
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES 
As doenças infecciosas emergentes e reemergentes têm recebido atenção crescente 
desde o final do século XX. Estima-se que 75% das doenças infecciosas emergentes são 
zoonóticas (TAYLOR et al., 2001 apud CHOMEL, 2007). A maioria dos microrganismos 
patógenos aos seres humanos ocorrem naturalmente no planeta e vivem dentro de um ciclo 
natural, onde os animais silvestres são os seus hospedeiros (JONES et al., 2008). A ação 
antrópica, como a destruição dos habitats naturais por atividades como a extração madeireira, 
 
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mineração, pecuária, caça, etc., provoca o aumento do contato entre animais silvestres e os seres 
humanos, fazendo com que o ciclo de vida do patógeno seja quebrado e dessa forma, 
ocasionando o surgimento de novas doenças (RABELLO; OLIVEIRA, 2020). 
A partir deste estudo, constatou-se a emergência e reemergência de algumas doenças 
zoonóticas originadas a partir de animais silvestres, com destaque para sete: vírus da 
imunodeficiência humana (HIV), vírus da raiva, febre amarela silvestre, febre maculosa 
brasileira, coronavírus, doenças ocasionadas por aves e roedores. 
Em relação ao vírus da imunodeficiência humana (HIV), estima-se que tenha surgido 
por volta dos anos 1800 vindo dos chimpanzés na África Central. A versão do vírus do 
chimpanzé (vírus da imunodeficiência símia ou SIV) foi, provavelmente, transmitida aos 
humanos quando esses chimpanzés foram caçados para obtenção de sua carne e os caçadores 
entraram em contato com sangue infectado. Ao longo de décadas, o HIV se espalhou lentamente 
pela África e mais tarde para outras partes do mundo (CDC, 2020). Em 2018, havia 37,9 
milhões de pessoas vivendo com HIV, e, no mesmo ano, cerca de 770.000 pessoas morreram 
de doenças relacionadas a ele em todo o mundo (UNAIDS BRASIL, 2020). 
A expansão do habitat humano aliado ao desmatamento e atividades de mineração têm 
sido sugeridas como fatores de risco associados ao ressurgimento da raiva em humanos, 
causada por morcegos hematófagos. Em 2004, 46 pessoas morreram de raiva transmitidapor 
morcegos hematófagos na América Latina (SCHNEIDER et al., 2005). No Brasil, entre os anos 
2000 e 2017 ocorreram 82 casos de raiva envolvendo morcegos e quatro casos envolvendo 
macacos (VARGAS, 2019). 
Os ratos são mundialmente conhecidos por serem reservatórios de importantes 
zoonoses. Ao longo da história, foram culpados por algumas pandemias, como a Praga de 
Justiniano (de 541 a 542), Peste Negra (de 1347 a 1351), Grande Peste de Londres (1665) e 
Praga Italiana (de 1629 a 1631) (LEPAN, 2020). Essas doenças chegavam nos diferentes 
lugares do mundo carreadas por ratos que eram levados nos navios. Atualmente, essas doenças 
ainda ocorrem pela presença de ratos no meio urbano (depósitos de lixo, por exemplo) e em 
meios rurais, pela proximidade com ratos silvestres. Os agentes infecciosos podem ser vírus, 
bactérias ou fungos, que são eliminados em diferentes excreções e secreções de ratos e 
camundongos, ou mesmo carreados por seus ectoparasitas (pulgas). Dentre as diversas doenças 
que são albergadas por ratos, podemos citar: peste bubônica (Yersinia pestis), hantavirose 
(Hantavirus sp.), coriomeningite linfocitária (Arenavirus), febre por mordedura de rato 
(Streptobacillus monilifomis e Spirillum minus), leptospirose (Leptospira interrogans), 
 
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salmonelose (Salmonella enterica) e as dermatomicoses (Microsporum e Trichophyton) 
(ANDRADE et al., 2002). 
A primeira epidemia de febre amarela no Brasil ocorreu no Recife, em 1685, 
provavelmente vinda do continente africano pelo intenso tráfego de pessoas durante o período 
colonial (FRANCO, 1969). A febre amarela é uma doença infecciosa, endêmica nas florestas 
tropicais da América Latina e da África. Essa doença é causada por vírus da família 
Flaviviridae, gênero Flavivirus, transmitida pela picada de insetos hematófagos da família 
Culicidae (MASCHERETTI et al., 2013). No ciclo silvestre, é uma zoonose que ocorre em 
áreas de mata, envolvendo mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes e marsupiais e 
primatas não humanos, especialmente dos gêneros Alouatta, Callithrix, Ateles e Cebus 
(TAUIL, 2010). O homem é infectado acidentalmente quando entra na floresta. 
Camara (2017) cita que a transmissão da febre amarela silvestre está associada ao rápido 
crescimento populacional, à urbanização, à globalização dos meios de transporte (deslocamento 
de pessoas susceptíveis para áreas endêmicas de febre amarela silvestre), ao desmatamento, 
práticas de mineração e agricultura. A rápida urbanização e o crescimento desordenado das 
cidades com saneamento básico precário nesses locais, podem servir como criadouros para os 
vetores da febre amarela. Camara (2017) ainda cita que mudanças climáticas podem afetar a 
dinâmica de doenças transmitidas por vetores por meio da alteração do ciclo de vida 
(temperaturas mais elevadas reduzem o tempo de desenvolvimento de mosquitos) e da 
distribuição global do vetor, bem como do desenvolvimento do vírus dentro do mosquito. 
A manifestação de surtos de febre amarela silvestre se repete em ciclos com intervalos 
de cinco a sete anos e depende também da renovação de populações de primatas não humanos, 
que diminuem após os períodos de maior circulação viral (CARMO, 2017). De 2008 a 2009, O 
estado do Rio Grande do Sul passou por um surto de febre amarela silvestre com mais de dois 
mil bugios encontrados mortos. Análises laboratoriais em 300 macacos indicam que pelo menos 
25% dos animais não foram mortos pela febre amarela e sim pela desinformação da população. 
Inúmeros relatos e denúncias indicam que os moradores da zona rural por desconhecimento do 
ciclo da doença acabaram matando os primatas (especialmente os bugios) que encontravam 
próximos às suas propriedades. Bugios são considerados sentinelas dessa doença, pois são 
essenciais para alertar a população sobre a circulação do vírus (SANTOS; SILVEIRA; BICCA-
MARQUES, 2009). Dessa forma, observa-se que a ação antrópica afeta, não só no 
ressurgimento da febre amarela silvestre, mas também contribui para a colocação das espécies 
de primatas na lista de animais ameaçados à extinção (ICMBIO, 2018). 
 
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A febre maculosa brasileira, é uma zoonose, quase sempre fatal, transmitida por 
carrapatos, e tem a bactéria Rickettsia rickettsii como principal agente etiológico. O homem é 
infectado a partir da picada do carrapato contaminado. Os casos são relatados no Brasil desde 
1929, porém reemergiu no início do século XXI na região sudeste, associada ao aumento 
significativo da população de capivaras (Hydrochoerus hydrochaeris) e seus carrapatos (gênero 
Amblyomma), (KMETIUK, 2019). As capivaras são responsáveis pela manutenção e transporte 
de grande número de carrapatos, também podem atuar como hospedeiros amplificadores de R. 
rickettsii entre as populações de A. sculptum (DIAS et al., 2020). 
A antropização afeta a área de vida das capivaras, aumentando os conflitos com 
humanos. Dentre os conflitos em áreas de convívio, podem ser citados os danos a colheitas, 
atropelamentos, presença desses animais em parques urbanos, jardins e condomínios 
residenciais (DIAS et al., 2020). Segundo Luz et al. (2020), as áreas modificadas pelo homem 
são as mais selecionadas por capivaras para manterem seus grupos devido ao fato de que nessas 
áreas há grande abundância de recursos alimentares de alta qualidade (lavouras) e presença 
reduzida de grandes predadores (DIAS et al., 2020). No mesmo sentido, existe maior 
prevalência e abundância de carrapatos (e todos seus estágios de vida – larvas, ninfas e adultos) 
da espécie A. sculptum, transmissores da febre maculosa brasileira. 
Aves silvestres também servem de reservatório para importantes doenças de caráter 
zoonótico como a Febre ocidental do Nilo, Psitacose, Influenza Aviária, Doença de New Castle, 
Criptococcose, Histoplasmose, Toxoplasmose, Salmonelose, Tuberculose Aviária, entre outras 
(TORRES et al., 2015; TORRES et al., 2016). A transmissão e disseminação dessas doenças 
se deve a proximidade entre humanos e as aves, principalmente quando provenientes do tráfico 
devido ao menor controle sanitário que existe no comercio ilegal de animais silvestres. 
Em relação aos vírus denominados Coronavírus, Yang et al. (2020), demonstraram que 
desde meados da década de 1960, sete coronavírus humanos foram identificados, dentre eles, 
três cepas causam importantes doenças em humanos: a síndrome respiratória aguda grave 
(SARS-CoV), a síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS-CoV) e a síndrome 
respiratória aguda grave 2 (SARS-CoV-2). A MERS-CoV foi isolada pela primeira vez em 
humanos na Arábia Saudita em 2012 e foi subsequentemente responsável por 2.494 casos e 858 
mortes em 27 países diferentes. Tanto a SARS-CoV quanto a SARS-CoV-2 foram reconhecidos 
pela primeira vez na China. A SARS-CoV causou um total de 8.422 casos prováveis de SARS 
e 919 mortes relacionadas, se espalhando para 32 países entre novembro de 2002 e agosto de 
2003. Os prováveis hospedeiros dessas cepas de coronavírus são morcegos, civetas, pangolins 
e outros animais silvetres. 
 
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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A partir dessa breve revisão de literatura, foi possível perceber que por anos as 
atividades humanas que geram expansão da ocupação do território e degradação do ambiente 
vem contribuindo para o surgimento e disseminação de novas doenças de caráter zoonótico e 
epidêmico de importância mundial. Essas doenças passaram dos animais para os humanos 
quando o ciclo natural desses vírus foi quebrado. Esse trabalho contribui para embasar a 
reflexão sobre o tamanho do impacto negativo que os humanos tem sob a natureza de um modo 
geral e o quanto as escolhas que fazemos como sociedade afetam no (re)surgimento dessas 
doenças. 
 
REFERÊNCIAS 
 
ANDRADE, A., et al. Animais de Laboratório: criação e experimentação. Rio de Janeiro: 
Editora FIOCRUZ, p. 201 – 209, 2002. 
 
CAMARA, T. N. L. Mudanças climáticas e arboviroses. Dossiê 189. Com Ciência Revista 
Eletrônica de Jornalismo. Junho, 2017. Disponível em: < http://www.comciencia.br/febre-
amarela-e-mudancas-climaticas/ >. Acesso em: 19 set. 2020. 
 
CARMO, E. H. Os ciclos de disseminação da febre amarela e a produção de epidemias no 
brasil. Dossiê 189. Com Ciência Revista Eletrônica de Jornalismo. Junho, 2017. 
Disponível em: < http://www.comciencia.br/os-ciclos-de-disseminacao-da-febre-amarela-e-a-
producao-de-epidemias-no-brasil/>. Acesso em: 19 set. 2020. 
 
CDC. Centers for Disease Control and Prevention. Disponível em: < 
https://www.cdc.gov/hiv/basics/whatishiv.html>. Acesso em: 19 set. 2020. 
 
CHOMEL, B. B.; BELOTTO, A.; MESLIN, F.X. Wildlife, exotic pets, and emerging 
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DIAS, T. C., et al. Habitat selection in natural and human-modified landscapes by capybaras 
(Hydrochoerus hydrochaeris), an important host for Amblyomma sculptum ticks. PLoS ONE 
v. 15, p. 8, 2020. 
 
FAO. World Livestock 2013 – Changing disease landscapes. Rome: FAO, 2013. 
 
FRANCO, O. História da Febre Amarela no Brasil. Rio de Janeiro: Ministério da Saúde, 
Departamento Nacional de Endemias Rurais, 1969. 
 
HUANG, C. et al. Clinical features of patients infected with 2019 novel coronavirus in 
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Brasília, DF: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade/Ministério do Meio 
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KMETIUK, L. B. et al. Capivaras, carrapato-estrela e a febre maculosa brasileira. O elo entre 
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Serviços da Saúde, v. 28, n. 2, p. 1-9, 2019.

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