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UNIP Universidade Paulista Curso de Ciências Contábeis CONTABILIDADE FINANCEIRA Material do Aluno Profa. Maria José Teixeira São Paulo, 2022 2 1. PERDAS ESTIMADAS, PROVISÕES E RESERVAS PERDAS ESTIMADAS São perdas apuradas em estimativas confiáveis que reduzem o valor do Ativo, de acordo com critérios adotados para cada item dos Ativos que compõem o Patrimônio da Entidade. PROVISÕES São estimativas de valores a pagar com base em estimativas confiáveis, quando há incerteza sobre os prazos e valores desembolsados. São Passivos de prazos ou valores incertos. RESERVAS É a diferença entre o total do Patrimônio Líquido e o Capital investido pelos sócios. DISTINÇÃO ENTRE PERDAS ESTIMADAS E PROVISÕES CPC 25 – PROVISÕES, PASSIVOS CONTINGENTES E ATIVOS CONTINGENTES O CPC 25 – Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes define o termo Provisões como: “Provisão é um passivo de prazo ou de valor incertos”. Define, ainda, o item 11 deste pronunciamento que “as provisões podem ser distintas de outros passivos tais como contas a pagar e passivos derivados de apropriações por competência (accruals) porque há incerteza sobre o prazo ou o valor do desembolso futuro necessário para a sua liquidação.” O termo Provisão tem sido utilizado de forma inadequada como referência a qualquer obrigação ou como conta redutora de ativos quando, de acordo com o conceito do CPC 25, deverá ser utilizado apenas para passivos com prazos ou valores incertos, ou seja, quando há incertezas sobre os prazos e valores que serão desembolsados ou exigidos para sua liquidação. Portanto, também as “Provisões” derivadas de apropriações por competência se caracterizam como obrigações já existentes, registradas no período de competência, em que não existe grau de incerteza relevante. Já representam passivos genuínos e não devem ser reconhecidos como provisões. Ex.: Férias a Pagar, 13º Salário a Pagar, Encargos Sociais a Pagar, Dividendos a Pagar. Embora algumas vezes seja necessário estimar o valor ou prazo desses passivos, a incerteza geralmente é muito menor do que nas provisões. 3 A partir do O CPC 25 – Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes, as contas redutoras de ativo passam a ter a denominação de Perdas Estimadas. Portanto, também no ativo o termo Provisão tem sido utilizado de forma inadequada. Por exemplo PECLD – Perdas Estimadas para Créditos de Liquidação Duvidosa. RESERVAS Reservas é a diferença entre o patrimônio líquido e o capital investido pelos sócios. Se do total do patrimônio líquido subtrairmos o capital social, que é o investimento feito pelos sócios, normalmente se tem o valor das Reservas. Portanto, as Reservas pertencem única e exclusivamente ao patrimônio líquido. PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital Social 100.000,00 Capital a Integralizar (20.000,00) Capital Integralizado 80.000,00 Reservas 30.000,00 Total do PL 110.000,00 As Reservas visam manter a integridade do capital social ou garantir a realização de Investimentos com recursos próprios. Foram vistas na disciplina Estrutura das Demonstrações Contábeis. 4 QUADRO RESUMO DE PERDAS ESTIMADAS, PROVISÕES E RESERVAS ATIVO PASSIVO ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE Salários a Pagar CLIENTES/ DUPLICATAS A RECEBER Férias a Pagar (-) Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa 13º Salário a Pagar Contas a Pagar ESTOQUES Impostos a Pagar (-) Perdas Estimadas para Redução ao Valor Realizável Líquido IR a Pagar Perdas Estimadas em Estoque CSL a Pagar Provisão para Contingências ATIVO NÃO CIRCULANTE PASSIVO NÃO CIRCULANTE REALIZÁVEL A LONGO PRAZO Provisão para Contingências CLIENTES/ DUPLICATAS A RECEBER PATRIMÔNIO LÍQUIDO (-) Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa RESERVAS DE CAPITAL Reserva de ágio na emissão de ações INVESTIMENTOS Reserva de alienação de partes beneficiárias (-) Perdas Estimadas por valor não recuperável em Investimentos. Reserva de alienação de bônus de subscrição RESERVAS DE LUCRO IMOBILIZADO Reserva Lega (-) Perdas Estimadas por valor não recuperável em Imobilizado Reservas Estatutárias Reservas para Contingências INTANGÍVEL Reserva de Incentivos Fiscais (-) Perdas Estimadas por valor não recuperável em Intangíveis Reserva de Retenção de Lucros (Reserva Orçamentária) Reserva de Lucros a Realizar 5 2. PERDAS ESTIMADAS PARA CRÉDITOS DE LIQUIDAÇÃO DUVIDOSA (PECLD) O termo Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa (PCLD) como é conhecida partir da publicação da Lei 6.404/76, já foi, no passado, denominada de Provisão para Devedores Duvidosos (PDD), termos até hoje, ainda utilizados nos meios profissionais. Contudo, a partir da aplicação das Normas Internacionais de Contabilidade o termo usado é Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa (PECLD). OBJETIVO O objetivo da constituição de Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa é cobrir perdas estimadas na cobrança de duplicatas a receber. Isto, porque, o recebimento dessas duplicatas nem sempre é líquido e certo, uma vez que a empresa está sujeita aos riscos de crédito e, portanto, ao grau de inadimplência provocado pelos clientes incobráveis. PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE A constituição das Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa é constituída em obediência aos princípios: da Prudência, da Oportunidade e da Competência. PRUDÊNCIA: Menor Valor para os Ativos OPORTUNIDADE: Tempestividade e Integridade: Contabilização no momento certo pelo valor certo. COMPETÊNCIA: No momento em que ocorre a despesa, independente do recebimento. CLIENTES INCOBRÁVEIS São considerados aqueles que se encontram em lugar não sabido e para o qual se tenham esgotado todos os recursos para o seu recebimento. A baixa de clientes incobráveis deve ser feita com base em laudos assinados pelo departamento jurídico ou prova documental. A base de cálculo da Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosos deve ser o saldo de duplicatas a receber, sobre o qual se aplica um percentual suficiente para cobrir eventuais dúvidas quanto ao recebimento de duplicatas. Esse percentual varia de empresa para empresa dependendo da política de crédito, segmento de mercado, etc. Uma das alternativas razoáveis para o cálculo desse percentual é a percentagem obtida nos últimos anos, entre duplicatas não liquidadas e o total de duplicatas a receber. COMPOSIÇÃO DA BASE DE CÁLCULO Não devem compor a base de cálculo e, portanto, deve ser excluídos. • Créditos com pessoas jurídicas de direito público, sociedades de economia mista ou sua subsidiária. • Vendas com reserva de domínio, alienação fiduciária, ou de operações com garantia real. 6 • Créditos com coligadas, controladas, interligadas ou associadas. • Créditos junto a instituições financeiras. • Créditos com administradores, sócios, acionistas, cônjuge ou parente de 3º grau. • Créditos adquiridos com coobrigações. • Crédito relativo ao bem arrendado em empresas de arrendamento mercantil. RESERVA DE DOMÍNIO: O vendedor permanece com o domínio (propriedade) do bem móvel e transfere para o comprador a posse direta até a quitação do débito. ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA: É uma garantia real para pagamento de uma dívida que se dá mediante um contrato. No contrato de empréstimo garantido com alienação fiduciária, a posse do bem fica com o devedor, mas a propriedade é do credor. Se houver inadimplemento, cabe ao credor requerer a busca e a apreensão do bem alienado. GARANTIA REAL: Ocorre quando a dívida é garantida por bens móveis ou imóveis,ou títulos de crédito. COOBRIGAÇÃO: é um dos tipos de retenção de risco que um cedente pode assumir, caracterizada pela responsabilidade de pagar ou de substituir o crédito cedido em caso de inadimplência do tomador ou outras situações previstas no contrato de cessão. CONTABILIZAÇÃO DAS PERDAS ESTIMADAS PARA CRÉDITO DE LIQUIDAÇÃO DUVIDOSA (PECLD) Saldo de Duplicatas a Receber em 31/12/X1 200.000,00 PECLD (10%) 20.000,00 1) Pela constituição das perdas D = Despesas com Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa (Resultado) (Despesas de Vendas) 20.000,00 C = Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa (AC) 20.000,00 2) Pela baixa das duplicatas consideradas incobráveis 2.1) Quando o saldo das perdas for suficiente para cobrir as duplicatas incobráveis = 10.000,00 D = Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa (AC) 10.000,00 C = Duplicatas a Receber 10.000,00 2.2) Quando o saldo das perdas for insuficiente para cobrir as duplicatas incobráveis = 25.000,00 D = Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa (AC) 20.000,00 D = Despesas com Duplicatas Incobráveis (Despesas de Vendas) 5.000,00 C = Duplicatas a Receber 25.000,00 7 3) Pelo ajuste das Perdas no final do exercício Ao final do exercício, e antes de se constituir a nova provisão deve-se verificar se a conta Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa (redutora do ativo) possui saldo. Caso o saldo exista, existem dois critérios para a contabilização: o critério da Reversão ou o critério da Complementação. Saldo de Duplicatas a Receber em 31/12/X12 300.000,00 PECLD (10%) 30.000,00 3.1) Utilizando-se o critério da complementação (supondo a existência de um saldo de 10.000,00) D = Despesas com Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa (Despesas de Vendas) 20.000,00 C = Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa (AC) 20.000,00 3.2) Utilizando-se o critério da reversão (supondo a existência de um saldo de 10.000,00) D = Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa (AC) 10.000,00 C = Reversão de Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa (conta redutora de Despesas de Vendas) 10.000,00 Pela Nova constituição D = Despesas com Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa (Resultado) (Despesas de Vendas) 30.000,00 C = Perdas Estimadas para Créditos de Liquidação Duvidosa (AC) 30.000,00 4) Quando ocorrer o recebimento de duplicatas já baixadas como incobráveis 4.1) Recebimento de duplicatas baixadas como incobráveis em exercícios anteriores = 5.000,00 D = Caixa 5.000,00 C = Recuperação de Créditos (Outras Receitas) 5.000,00 4.2) Recebimentos de duplicatas baixadas como incobráveis no próprio exercício = 5.000,00 D = Caixa 5.000,00 C = Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa (AC) 5.000,00 8 RAZONETES 1) Pela constituição das perdas (X1) Despesas com PECLD PECLD (Resultado) (Redutora Ativo) (1) 20.000 ARE (X1) 20.000 (1) 2) Pela baixa de duplicatas incobráveis (saldo suficiente) = (10.000) PECLD Duplicatas a (Redutora Ativo) Receber (2) 10.000 20.000 (SI) 200.000 10.000 (2) 10.000 (saldo) 2.1) Pela Baixa de duplicatas incobráveis (saldo insuficiente) = 25.000 Despesas com PECLD Dupl. Incobráveis Duplicatas a (Redutora Ativo) (Resultado) Receber 20.000 (S1) 200.000 25.000 (3) (3) 20.000 (3) 5.000 3) Pelo ajuste das perdas em final de X1 = 30.000 3.1. Complementação Despesas com PECLD PECLD (Resultado) (Redutora Ativo) (4) 20.000 10.000 (Saldo) 20.000 (4) 3.2. Reversão Reversão de Despesas com PECLD PECLD PECLD (Redutora Ativo) (Resultado) (Resultado) 10.000 (saldo) 10.000 (5) (6) 30.000 ARE (X2) (5) 10.000 30.000 (6) 9 4.1) Pelo recebimento de duplicatas baixadas como incobráveis em exercícios anteriores= 5.000 Recuperação de Créditos Caixa (Resultado) (7) 5.000 5.000 (7) 4.2) Pelo Recebimento de duplicatas baixadas como incobráveis no próprio exercício = 5.000 PECLD Caixa (Redutora Ativo) (8) 5.000 20.000 (saldo) 10.000 5.000 (8) 10 EXERCÍCIO 1 Vamos admitir que certa empresa apresente, no final de X1, saldo em Duplicatas a Receber no valor de $ 100.000,00 e que a taxa, para a constituição das perdas, foi de 10%. Durante o exercício de X2, foram consideradas incobráveis duplicatas no valor de $ 4.000,00 e que, no final de X2, a conta Duplicatas a Receber apresentava um saldo de $ 180.000,00. No exercício de X3 a empresa recebeu $ 3.000,00 referente a duplicatas baixadas como incobráveis em exercícios anteriores. Utilizar o critério da Reversão e da complementação. EM X1 1) Pela constituição das perdas D = Despesas com Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa (Despesas de Vendas 10.000,00 C = Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa (AC) 10.000,00 EM X2 2) Pela baixa das duplicatas consideradas incobráveis D = Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa (AC) 4.000,00 C = Duplicatas a Receber 4.000,00 3.1) Utilizando-se o critério da reversão D = Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa (AC) 6.000,00 C = Reversão de Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa 6.000,00 (conta redutora de Despesas de Vendas) Pela Nova constituição D = Despesas com Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa (Resultado) 18.000,00 (Despesas de Vendas) C = Perdas Estimadas Créditos de Liquidação Duvidosa (AC)18.000,00 3.2) Utilizando-se o critério da complementação D = Despesas com Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa 12.000,00 (Despesas de Vendas) C = Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa (AC) 12.000,00 EM X3 4.1) Recebimento de duplicatas baixadas como incobráveis em exercícios anteriores D = Caixa 3.000,00 C = Recuperação de Créditos (Outras Receitas) 3.000,00 11 EXERCÍCIO 2 A Comercial São Paulo Ltda. apresentava no balanço patrimonial encerrado em 31.12.X0 as seguintes contas e saldos Duplicatas a Receber 200.000,00 Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa 10.000,00 Durante o exercício de X1, ocorreram as seguintes operações: Duplicatas consideradas incobráveis 8.000,00 Recebimento de duplicatas baixadas como Incobráveis em exercícios anteriores 5.000,00 Considerando-se que o saldo final da conta Duplicatas a Receber, em 31.12.X1, era de $ 300.000,00 e que a empresa estima uma taxa de 5% para créditos incobráveis, efetuar todos os lançamentos necessários para o fechamento do balanço patrimonial em 31.12.X1. A empresa utiliza o critério da Complementação. SOLUÇÃO 12 EXERCÍCIO 3 31.12.X1 Saldo de Duplicatas a Receber 100.000 Perdas Estimadas: 3% 3.000 X2 Duplicatas consideradas Incobráveis 2.000 Recebimento de duplicatas baixadas como Incobráveis no próprio exercício 500 31.12.X2 Saldo de Duplicatas a receber 200.000 Perdas estimadas (3%) 6.000 Utilizar o critério da Reversão SOLUÇÃO 13 EXERCÍCIO 4 31.12.X1 Saldo de Duplicatas a Receber 100.000 Perdas Estimadas: 3% 3.000 X2 Duplicatas consideradas Incobráveis 5.000 31.12.X2 Saldo de Duplicatas a receber 200.000 Perdas estimadas (4%) 8.000 Utilizar o critério da Complementação SOLUÇÃO 14 3. PERDAS ESTIMADAS PARA REDUÇÃO AO VALOR REALIZÁVEL LÍQUIDO DOS ESTOQUES CPC 16 (R1) – ESTOQUES - (IAS 2) CFC – NBC TG 16 (R2) – Resolução nº 2017/NBCTG16(R2) Lei Nº 6.404/76 – Art. 183 LEI Nº 6.404/76 O art. 183 da Lei 6.404/76, inciso II, determina a avaliação dos estoques: “Art. 183 – No balanço, os elementos do ativo são avaliados segundo os seguintes critérios:” (...) “II – os direitos que tiverem por objeto mercadorias e produtos do comércio da companhia, assim como matérias-primas, produtos em fabricação e bens de almoxarifado, pelo custo de aquisição ou produção, deduzido de provisão para ajustá-lo ao valor de mercado, quando este for inferior.” § 1º Para efeitos do disposto neste artigo, considera-se valor justo: a) das matérias-primas e dos bens em almoxarifado, o preço pelo qual possam ser repostos, mediante compra no mercado. b) dos bens ou direitos destinados à venda, o preço de realização mediante venda no mercado deduzidos os impostos e demais despesas necessárias para a venda, e margem de lucro. Como menciona o respectivo artigo, os estoques são classificados em dois tipos: os destinados ao consumo e os destinados à venda e, portanto, cada qual deve ser avaliado segundo as suas características próprias. • Destinados a Consumo: Matéria-Prima, Material de Embalagem, Material de Almoxarifado, Material de escritório. Estoques • Destinados a Venda: Mercadorias, Produtos Acabados O ajuste para Perdas Estimadas para Redução ao Valor Realizável Líquido muito embora, não seja previsto como dedutível pela legislação do Imposto de Renda, sua constituição é necessária para que os ativos sejam reconhecidos no balanço de acordo com a efetiva capacidade de recuperação. CPC 16 (R1) - ESTOQUES APURAÇÃO DO VALOR REALIZÁVEL LÍQUIDO Segundo o CPC 16 (R1) – Estoques, item 9: “os estoques devem ser mensurados pelo valor de custo ou pelo valor realizável líquido, dos dois o menor.” 15 VALOR DE CUSTO: Entende-se por valor de custo todos os custos de aquisição e de transformação, bem como, outros custos incorridos para trazer os estoques à sua condição e localização atuais. VALOR REALIZÁVEL LÍQUIDO: Entende-se o preço de venda estimado no curso normal dos negócios deduzido dos custos estimados para sua conclusão e dos gastos estimados necessários para se concretizar a venda. VALOR JUSTO: É aquele pelo qual um ativo pode ser trocado ou um passivo liquidado entre partes interessadas, conhecedoras do negócio e independentes entre si, com ausência de fatores que pressionem para a liquidação da transação ou que caracterizem uma transação compulsória. ESTOQUES DESTINADOS A CONSUMO As matérias-primas, e bens em almoxarifado, devem ser avaliados pelo custo de aquisição ou valor de mercado, dos dois o menor. É evidente que ao se considerar o valor de mercado, equivale a dizer que os estoques devem ser reduzidos para o seu valor de realização. Em resumo, quando o valor do custo for maior que o valor líquido realizável, deve-se constituir um ajuste para perdas. Não podemos alterar diretamente o valor dos estoques nas suas contas originais na contabilidade, muito menos nos controles extra-contábeis, no seu valor de inventário, que devem permanecer registrados de acordo com os métodos de avaliação utilizados. A dedução deve ser feita através da constituição de uma conta redutora. EXEMPLO Considere uma indústria que mantenha em seus estoques os seguintes itens de matérias- primas: Matéria- Prima Valor de Custo Valor de Mercado (Valor Líquido Realizável) Perdas Estimadas A 150,00 100,00 B 200,00 240,00 C 300,00 250,00 Total 650,00 590,00 Vale lembrar que os estoques devem ser reduzidos para o seu valor realizável líquido (de mercado) item a item. O ajuste é constituído para cada item de matéria-prima, cujo valor de mercado seja inferior ao valor de custo, portanto, o total da Perda Estimada para Redução ao Valor Realizável Líquido a ser contabilizada é de $ 100,00. CONTABILIZAÇÃO 16 ESTOQUES DESTINADOS A VENDA Como já visto, de acordo com o art. 183, inciso II § 1º, item b, no caso de estoques representados por Produtos Acabados e Mercadorias para revenda, o valor Realizável Líquido de cada item é apurado da seguinte forma: Valor da Venda (-) Impostos sobre Vendas (-) Despesas estimadas para vender e receber (-) Margem de Lucro (=) Valor Realizável Líquido Entende-se como despesas para vender e receber aquelas que estão diretamente relacionadas com a venda do produto e a cobrança de seu valor, como por exemplo: despesas de fretes, comissões, embalagens, propaganda, taxas e desconto, despesas bancárias de cobrança etc. Embora a Lei 6.404/76, determine que se deva deduzir a Margem de Lucro, sob o aspecto contábil, essa dedução deve ser vista com cuidado. Ao subtrairmos do preço de qualquer produto as despesas e a margem de lucro, chegaremos novamente ao seu custo. Quedas de preços indicam redução de margem de lucro e até mesmo margens negativas. Portanto, se o preço do produto tem quedas estabelecidas por condições desfavoráveis de mercado, não há o que se falar em incorporar a margem de lucro à perda, pois a perda deve ter como limite o valor aplicado no estoque e as despesas necessárias para vendê- lo. O CPC 16 (R1) Estoques ao definir o Valor realizável Líquido já considerou esse efeito ao eliminar, na forma do cálculo, a margem de lucro. EXEMPLO 1 (situação1) (situação2) Preço de Venda 200 150 (-) Impostos (40) (40) (-) Despesasde vendas (50) (50) Valor Realizável Líquido 110 60 Custo de aquisição 100 100 Perdas - 40 17 EXEMPLO 2 A empresa possui um estoque de mercadorias para revenda no valor de $ 1.000,00. Na época do fechamento do balanço apura que o preço de venda é de $ 1.200,00, com as seguintes despesas para a venda: ICMS 18% Despesas de Vendas (embalagens, comissões, etc.): 150,00 Margem de Lucro: 10% sobre o preço de venda Sabendo-se que a empresa avalia seus estoques de acordo com o CPC-16 (R1), calcular e contabilizar as Perdas estimadas. SOLUÇÃO REVERSÃO DAS PERDAS ESTIMADAS Quando o mercado se estabilizar e houver recuperação dos preços praticados com a respectiva extinção do risco de perda nos estoques, efetuamos a reversão do ajuste. A comprovação da recuperação poderá ser feita por vendas realizadas com preço superior ao previsto por ocasião da constituição do ajuste, ou até mesmo mediante a constatação por cotações em mercado formal que houve a recuperação dos ativos. Quando no fechamento do balanço não se verificar a necessidade de reconhecimento da perda e existir saldo de exercícios anteriores, este saldo deve ser revertido ou ajustado 18 A orientação é dada pelo item 33 do CPC 16 (R1) Estoques: 33 Em cada período subsequente deve ser feita uma nova avaliação do valor realizável líquido. Quando as circunstâncias que anteriormente provocaram a redução dos estoques abaixo do custo deixarem de existir ou quando houver uma clara evidência de um aumento no valor realizável líquido devido à alteração nas circunstâncias econômicas, a quantia da redução deve ser revertida (a reversão é limitada à quantia da redução original) de modo a que o novo montante registrado do estoque seja o menor valor entre o custo e o valor realizável líquido revisto. Isso ocorre, por exemplo, com um item de estoque registrado pelo valor realizável líquido quando o seu preço de venda tiver sido reduzido e, enquanto ainda mantido em período posterior, tiver o seu preço de venda aumentado. PERDAS ESTIMADAS EM ESTOQUE As Perdas estimadas em Estoque referem-se a perdas conhecidas em estoques e calculadas por estimativa relativas a: Estoques deteriorados Estoques obsoletos Diferenças físicas entre o saldo contábil e o inventário físico CONTABILIZAÇÃO D = Despesas com Perdas Estimadas em Estoque (Resultado – Custo) C = Perdas Estimadas em Estoque (AC) 19 EXERCÍCIO 1 Determinado item está registrado no estoque ao preço unitário de $ 100,00 por unidade e o estoque era composto por 10.000 unidades. O preço de venda possível de ser praticado no mercado para esse item é de $ 150,00 por unidade. Como o preço do mercado é superior ao custo registrado, podemos imaginar que não estamos em situação de perda, todavia, esse preço não está líquido de tribu tos e das despesas necessárias à venda do produto. Admitamos que, sobre a venda desses produtos, incidam os seguintes impostos e despesas: ICMS: 18% PIS-PASEP: 1,65% COFINS: 7,6% Comissões sobre vendas: 5% Outras despesas de vendas: 10% Calcular o ajuste de Perdas Estimadas para redução ao Valor Realizável Líquido de acordo com o CPC 16 (R1). SOLUÇÃO 20 EXERCICIO 2 Determinada empresa mantinha em seus estoques os seguintes itens de Produtos Acabados, cujos Custos de Produção eram os seguintes: A = 700,00 B = 2.000,00 C = 3.000,00 Estimam-se os seguintes preços de venda: A = 1.200,00 B = 2.500,00 C = 3.200,00 Entretanto, para a conclusão da venda é necessário a apuração dos impostos e despesas nas seguintes condições: Impostos 30%, Despesas necessárias para vender e receber: 10% Calcular as Perdas Estimadas para redução ao Valor Realizável Líquido SOLUÇÃO 21 4. PERDAS ESTIMADAS POR VALOR NÃO RECUPERÁVEL EM INVESTIMENTOS NÃO CIRCULANTES (IMPAIRMENT TEST) CPC 01 (R1) – REDUÇÃO AO VALOR RECUPERÁVEL DE ATIVOS – (IAS 36) CFC – NBC TG 01 (R4) – Resolução 2017/NBCTG01(R4) Lei Nº 6.404/76 – Art. 183 INVESTIMENTOS NÃO CIRCULANTES Os investimentos não circulantes (anteriormente chamados de permanentes) são aplicações classificadas no Ativo Não Circulante, no subgrupo Investimentos. São classificadas, como investimentos não circulantes, as aplicações na aquisição de ações e outros títulos de participação societária, quando não mantidos de forma temporária ou para fins especulativos. São mantidos com a intenção de permanência, seja para obter controle societário, seja por interesses econômicos. A intenção de permanência será manifestada no momento da aquisição da participação e presume-se que não haja o interesse de alienação até a data do balanço do período-base seguinte. Caso haja a intenção de alienação será classificada no Ativo Circulante. Tradicionalmente, classificam-se, como investimentos permanentes, as participações em outras sociedades (avaliadas pelo método de custo ou pelo método do valor justo) e as participações em sociedades coligadas e controladas e em outras sociedades que façam parte de um mesmo grupo (avaliadas pelo método da equivalência patrimonial). LEI Nº 6.404/76 O art. 183 da Lei 6.404/76, inciso III, determina a avaliação de investimentos em participações: “Art. 183 – No balanço, os elementos do ativo são avaliados segundo os seguintes critérios: (...) III – os investimentos em participações no capita social de outras sociedades, ressalvado o disposto nos arts. 248 a 250, pelo custo de aquisição, deduzidos de provisão para perdas prováveis na realização do seu valor, quando essa perda estiver comprovada como permanente, e que não será modificado em razão do recebimento, sem custo para a companhia, de ações ou quotas bonificadas; IV – os demais investimentos, pelo custo de aquisição, deduzido de provisão para atender às perdas prováveis na realização do seu valor, ou para redução do custo de aquisição ao valor de mercado, quando este for inferior.” Pelo texto do artigo da Lei, notamos que a Provisão para Perdas Prováveis na Realização de Investimentos deve ser constituída no encerramento do exercício social quando, nas empresas investidas, há perdas de difícil ou improvável recuperação, quando essa perda for comprovada como permanente. A referida lei, ao mencionar “ressalvado o disposto nos arts. 248 a 250” faz referência à avaliação do Investimento em Coligadas e Controladas. 22 “Art. 248. No balanço patrimonial da companhia, os investimentos em coligadas ou em controladas e em outras sociedades que façam parte de um mesmo grupo ou estejam sob controle comum serão avaliados pelo método da equivalência patrimonial, de acordo com as seguintes normas: (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)” CPC 01 (R1) – REDUÇÃO AO VALOR RECUPERÁVEL DE ATIVOS Muito embora a Lei 6.404/76 determine o reconhecimento da provisão para perdas prováveis na realização de investimentos, quando comprovadas como permanentes, a adequação às Normas Internacionais de Contabilidade, através do CPC 01 (R1) – Redução ao Valor Recuperável de Ativos, a expressão “comprovadas como permanentes” tende a desaparecer. De acordo com este CPC, deve-se constituir perdas sempre que o valor contábil exceder o valor de recuperação. 8. O ativo está desvalorizado quando seu valor contábil excede seu valor recuperável... 9. A entidade deve avaliar ao fim de cada período de reporte, se há alguma indicação de que um ativo possa ter sofrido desvalorização. Se houver alguma indicação, a entidade deve estimar o valor recuperável do ativo. Para se determinarse a empresa investidora tem perdas com seus investimentos em outras sociedades, é necessário acompanhar a situação dessas outras sociedades. Para tanto, deve-se obter as demonstrações contábeis dessas empresas e apurar o valor patrimonial das ações. Se a empresa investida estiver operando com prejuízo, provocará uma diminuição no patrimônio líquido e, consequentemente, o valor patrimonial das ações sofrerá redução. Se não houver perspectivas de recuperação desses prejuízos pelo menos no próximo exercício, a comparação com o valor registrado nos investimentos da investidora, indicará a necessidade de se estimar a perda. OUTROS EXEMPLOS QUE JUSTIFICAM A CONTABILIZAÇÃO DE PERDAS 1. Prejuízos apurados nas investidas sem perspectivas de recuperação pelo menos no próximo exercício. 2. Investidas que tenham sua falência decretada. 3. Investidas que possua projetos inviáveis e sejam abandonados. Nestes casos é improvável a recuperação do investimento feito e portando deve-se contabilizar a perda. PERDAS POR REDUÇÃO AO VALOR RECUPERÁVEL EM SOCIEDADES COLIGADAS E EM EMPREENDIMENTOS CONTROLADOS EM CONJUNTO A constituição de perdas prováveis por valor não recuperável também é aplicável às participações permanentes avaliadas pelo método da equivalência patrimonial , segundo determinações do CPC 18 (R2) – Investimento em Coligada, em Controlada e em Empreendimento Controlado em Conjunto. 40. Após a aplicação do método da equivalência patrimonial, incluindo o reconhecimento dos prejuízos da coligada ou do empreendimento controlado em conjunto em conformidade com o disposto no item 38, a entidade deve aplicar os itens 41A a 41C para determinar se há qualquer evidência objetiva de que seu investimento líquido em coligada, em controlada http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37 23 ou em empreendimento controlado em conjunto não tem recuperação. (Alterado pela Revisão CPC 12) 41.A. O investimento líquido em coligada, em controlada ou em empreendimento controlado em conjunto apresenta problemas de recuperação e as perdas por redução ao valor recuperável são incorridas se, e apenas se, houver evidência objetiva da redução ao seu valor recuperável como resultado de um ou mais eventos que tenham ocorrido após o reconhecimento inicial do investimento líquido (evento de perda), e esse evento (ou eventos) de perda tiver impacto sobre os fluxos de caixa futuros estimados do investimento líquido, que possa ser estimado de forma confiável. Pode não ser possível identificar um evento único e distinto que tenha causado a redução ao valor recuperável. Em vez disso, o efeito combinado de diversos eventos pode ter causado a redução ao valor recuperável. As perdas esperadas como resultado de eventos futuros, independentemente de sua probabilidade, não devem ser reconhecidas. A evidência objetiva de que o investimento líquido apresenta problemas de recuperação inclui dados observáveis, que são levados à atenção da entidade sobre os seguintes eventos de perda: (a) dificuldade financeira significativa da coligada, da controlada ou do empreendimento controlado em conjunto; (b) quebra de contrato, como, por exemplo, inadimplência ou atraso nos pagamentos pela coligada, pela controlada ou pelo empreendimento controlado em conjunto; (c) a entidade, por motivos econômicos ou legais, relacionados à dificuldade financeira de sua coligada ou empreendimento controlado em conjunto, dá à coligada, à controlada ou ao empreendimento controlado em conjunto uma concessão que a entidade, de outro modo, não consideraria; (d) tornar-se provável que a coligada, a controlada ou o empreendimento controlado em conjunto entrará em falência ou passará por outra reorganização financeira; ou (e) desaparecimento de mercado ativo para o investimento líquido, por causa de dificuldades financeiras da coligada, da controlada ou do empreendimento controlado em conjunto. (Incluído pela Revisão CPC 12) ÁGIO POR RENTABILIDADE FUTURA (GOODWILL) Outro fator que deve ser observado quanto ao reconhecimento de perdas em Investimentos em Coligadas e Controladas é com relação ao Ágio por rentabilidade Futura (Goodwill). 80. Para o propósito do teste de redução ao valor recuperável, o ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) adquirido em combinação de negócios deve, a partir da data da operação, ser alocado a cada uma das unidades geradoras de caixa do adquirente, ou a grupos de unidades geradoras de caixa, que devem se beneficiar das sinergias da operação, independentemente de os outros ativos ou passivos da entidade adquirida serem, ou não, atribuídos a essas unidades ou grupos de unidades. Cada unidade ou grupo de unidades ao qual o ágio (goodwill) é alocado dessa forma deve: (a) representar o menor nível dentro da entidade no qual o ágio (goodwill) é monitorado para fins gerenciais internos; e (b) não ser maior do que um segmento operacional, conforme definido pelo item 5 do Pronunciamento Técnico CPC 22 – Informações por Segmento, antes da agregação. 81. O ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) reconhecido em uma combinação de negócios é um ativo que representa benefícios econômicos futuros 24 advindos de outros ativos adquiridos na combinação de negócios que não são identificados individualmente e não são reconhecidos separadamente. O ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) não gera fluxos de caixa independentemente de outros ativos ou grupos de ativos, e frequentemente contribui para os fluxos de caixa de múltiplas unidades geradoras de caixa. Às vezes, o ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) não pode ser alocado em base não arbitrária a unidades geradoras de caixa individuais, mas apenas a grupos de unidades geradoras de caixa. Assim, o menor nível dentro da entidade, no qual o ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) é monitorado para fins gerenciais internos, às vezes, inclui algumas unidades geradoras de caixa às quais o ágio se relaciona, mas às quais não pode ser alocado. As referências nos itens 83 a 99 a uma unidade geradora de caixa à qual o ágio deve ser alocado devem ser lidas também como referências a um grupo de unidades geradoras de caixa às quais o ágio deve ser alocado. O Goodwill não é reconhecido em separado, ele integra o saldo do investimento e, portanto, também não é testado separadamente. Assim, enquanto houver saldo remanescente de goodwill, todo o saldo contábil do investimento deverá ser testado pelo menos uma vez por ano em relação ao seu valor recuperável, de acordo com as exigências do CPC 01 (R1) – Redução ao Valor recuperável de Ativos. 82. A aplicação das exigências do item 80 faz com que o ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) seja testado para redução ao valor recuperável em nível que reflita a forma pela qual a entidade gerencia suas operações e com a qual o ágio estaria naturalmente associado. Portanto, o desenvolvimento de sistemas de reporte adicionais não é por via de consequência necessário. Cabe ressaltar que as perdas estimadas por valor não recuperável em investimentos, são indedutíveis para fins do Imposto de Renda por força do disposto no Decreto nº 9.580/2018 (RIR/2018), art. 339, e para fins da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido por força do disposto na Instrução Normativa IN 1.700/2017, art. 70. EXEMPLO A Cia. Aberta adquiriu 15% das ações da Cia. Fechada pelo valor patrimonial. As informações apuradas, na Cia. Fechada, eram as seguintes: Na data da Aquisição Patrimônio Líquido = R$ 100.000,00 Quantidade de Ações = 20.000 Na data do fechamento do balanço Patrimônio Líquido = R$ 80.000,00 Quantidade de ações = 20.000 SOLUÇÃO Valor patrimonial das ações na data da aquisição: 100.000,00 ÷ 20.000 = 5,00 Valor patrimonial das ações no fechamento do balanço:80.000,00 ÷ 20.000 = 4,00 Ações adquiridas: 20.000 x 15% = 3.000 ações Na data da aquisição: 3.000 x 5,00 = 15.000,00 Na data do fechamento do balanço: 3.000 x 4 = 12.000,00 Perda 3.000,00 25 CONTABILIZAÇÃO D = Perdas Estimadas por Valor Não recuperável (Outras Despesas) 3.000,00 C = Perdas Estimadas por Valor Não Recuperável em Investimentos (Conta redutora de Investimentos) 3.000,00 EXERCÍCIO 1 A Cia. Amoreira adquiriu, em maio de X1, por $ 70.000,00, ações da Cia. Amora, sem a intenção de venda. As ações adquiridas correspondem a 7% das ações emitidas pela Cia. Amora. Em 31.12.X1, o valor de mercado das ações caiu para $ 50.000,00, pois em outubro de X1, houve um incêndio na Cia. Amora, destruindo uma de suas fábricas, sendo tal perda considerada não recuperável no próximo exercício. Calcular a Perda por desvalorização. SOLUÇÃO 26 EXERCÍCIO 2 A Cia. Porto tem participação de 10% na Cia. Rio e constatou que a investida abandonou o desenvolvimento de um projeto em Tecnologia Industrial, para o qual já havia desembolsado $ 500.000,00. Atendendo à legislação, a Cia. Rio baixou o valor dos Gastos com Desenvolvimento do Projeto, contabilizado no Ativo Intangível, transferindo-o para despesas, o que provocou grande prejuízo nesse exercício. Com base nessas informações, qual o impacto que essa operação provocou nos investimentos da Cia. Porto? SOLUÇÃO 27 EXERCÍCIO 3 A Cia. Cantareira adquiriu, em 01.05.X1, sem a intenção de venda, 70% das ações da Cia. Morro Alto, por $ 60.000,00. Em 31.12.X1, data do fechamento do balanço, o valor de mercado das ações caiu para $ 45.000,00, pois em agosto de X1, houve um incêndio na Cia. Morro Alto, destruindo uma de suas fábricas, sendo tal perda considerada de difícil recuperação. Em 31.12.X1, a Cia. Cantareira deve estimar perdas para esse investimento? SOLUÇÃO 28 EXERCÍCIO 4 - Contabilidade Geral 3D – Pág.867 A Cia. Joinville adquiriu 60% das ações ordinárias da Cia. Floripa. O ágio por expectativa de rentabilidade futura resultante da aquisição foi de R$ 24.000,00 e o valor contábil dos ativos líquidos da Cia. Floripa, em suas demonstrações contábeis, é de R$ 60.000,00, em 31/10/X0. O valor recuperável da unidade geradora de caixa da Cia. Floripa é de R$ 80.000,00 em 31/12/X0. Conforme a NBC TG 01 (R2) – Redução ao valor Recuperável de Ativos, qual é o valor da perda por impairment em 31/12/X0 a ser reduzido do ágio por rentabilidade futura registrado na Cia. Joinville? SOLUÇÃO 29 5. PERDAS ESTIMADAS POR VALOR NÃO RECUPERÁVEL EM IMOBILIZADO E INTANGÍVEL (IMPAIRMENT TEST) CPC 01 (R1) – REDUÇÃO AO VALOR RECUPERÁVEL DE ATIVOS – (IAS 36) CFC – NBC TG 01 (R4) – Resolução 2017/NBCTG01(R4) Lei Nº 6.404/76 – Art. 183 LEI Nº 6.404/76 O art. 183, § 3º da lei nº 11.941/09 determina que os ativos devam ser avaliados ao valor recuperável. “Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes critérios: (...) V – os direitos classificados no imobilizado, pelo custo de aquisição, deduzido do saldo das respectivas contas de depreciação, amortização ou exaustão. VII – os direitos classificados no Intangível pelo custo incorrido na aquisição deduzido do saldo da respectiva conta de amortização. § 3º A companhia deverá efetuar, periodicamente, análise sobre a recuperação dos valores registrados no imobilizado, no intangível, a fim de que sejam: I – registradas as perdas de valor do capital aplicado quando houver decisão de interromper os empreendimentos ou atividades a que se destinavam ou quando comprovado que não poderão produzir resultados suficientes para recuperação desse valor; ou II – revisados e ajustados os critérios utilizados para determinação da vida útil econômica estimada e para cálculo da depreciação, exaustão e amortização.” CPC 01 (R1) – REDUÇÃO AO VALOR RECUPERÁVEL DE ATIVOS O Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) que tem por objetivo o estudo, o preparo e a emissão de Pronunciamentos Técnicos sobre procedimentos de Contabilidade e a divulgação de informações dessa natureza, também emitiu um pronunciamento sobre o assunto, o CPC 01 (R1) – Redução ao valor recuperável de ativos Este CPC identifica quando um Ativo pode estar desvalorizado: 8. Um ativo está desvalorizado quando o seu valor contábil excede seu valor recuperável. Os itens 12 a 14 descrevem algumas indicações de que essa perda possa ter ocorrido. Exceto conforme descrito no item 10, este Pronunciamento Técnico não requer que a entidade faça uma estimativa formal do valor recuperável se não houver indicação de possível desvalorização. 9. A entidade deve avaliar ao fim de cada período de reporte, se há alguma indicação de que um ativo possa ter sofrido desvalorização. Se houver alguma indicação, a entidade deve estimar o valor recuperável do ativo. 30 Os itens abaixo descrevem algumas indicações de que um ativo possa estar desvalorizado. 12. Ao avaliar se há alguma indicação de que um ativo possa ter sofrido desvalorização, a entidade deve considerar, no mínimo, as seguintes indicações: Fontes externas de informação (a) há indicações observáveis de que o valor do ativo diminuiu significativamente durante o período, mais do que seria de se esperar como resultado da passagem do tempo ou do uso normal; (Alterada pela Revisão CPC 03) (b) mudanças significativas com efeito adverso sobre a entidade ocorreram durante o período, ou ocorrerão em futuro próximo, no ambiente tecnológico, de mercado, econômico ou legal, no qual a entidade opera ou no mercado para o qual o ativo é utilizado; (c) as taxas de juros de mercado ou outras taxas de mercado de retorno sobre investimentos aumentaram durante o período, e esses aumentos provavelmente afetarão a taxa de desconto utilizada no cálculo do valor em uso de um ativo e diminuirão materialmente o valor recuperável do ativo; (d) o valor contábil do patrimônio líquido da entidade é maior do que o valor de suas ações no mercado; Fontes internas de informação (e) evidência disponível de obsolescência ou de dano físico de um ativo; (f) mudanças significativas, com efeito adverso sobre a entidade, ocorreram durante o período, ou devem ocorrer em futuro próximo, na extensão pela qual, ou na maneira na qual, um ativo é ou será utilizado. Essas mudanças incluem o ativo que se torna inativo ou ocioso, planos para descontinuidade ou reestruturação da operação à qual um ativo pertence, planos para baixa de ativo antes da data anteriormente esperada e reavaliação da vida útil de ativo como finita ao invés de indefinida; (g) evidência disponível, proveniente de relatório interno, que indique que o desempenho econômico de um ativo é ou será pior que o esperado; Dividendo de controlada, empreendimento controlado em conjunto ou coligada. (h) para um investimento em controlada, empreendimento controlado em conjunto ou coligada, a investidora reconhece dividendo advindo desse investimento e existe evidência disponível de que: (i) o valor contábil do investimento nas demonstrações contábeis separadas excede os valores contábeis dos ativos líquidos da investida reconhecidos nas demonstrações consolidadas, incluindo eventual ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill); ou (ii) o dividendo excede o total de lucro abrangente da controlada, empreendimento controlado em conjunto ou coligada noperíodo em que o dividendo é declarado. Portanto, sempre que o valor contábil dos ativos for maior que o valor recuperável a empresa deverá reconhecer perdas para desvalorização reconhecendo, essa perda, diretamente no resultado do exercício ou como redução da reserva de reavaliação, quando aplicável. Essa perda pode ser revertida se e quando desaparecem as razões que levaram à sua constituição, com exceção da perda na recuperabilidade (impairment) do ágio pago por expectativa de rentabilidade futura (goodwill), que não poderá ser revertida. 31 RESUMINDO, DEVE-SE RECONHECER UMA PERDA POR DESVALORIZAÇÃO QUANDO O VALOR CONTÁBIL FOR MAIOR QUE O VALOR RECUPERÁVEL VALOR RECUPERÁVEL = VALOR JUSTO LÍQUIDO DE DESPESA DE VENDA OU VALOR DE USO DOS DOIS O MAIOR O CPC 01 (R1) – Redução ao Valor Recuperável de Ativo define, ainda: “VALOR CONTÁBIL: é o montante pelo qual o ativo está reconhecido no balanço depois da dedução de toda respectiva depreciação, amortização ou exaustão acumulada e ajuste para perdas.” “VALOR RECUPERÁVEL de um ativo ou de uma unidade geradora de caixa é o maior montante entre o seu valor justo líquido de despesas de venda e o seu valor em uso.” “VALOR JUSTO LÍQUIDO DE DESPESA DE VENDA: é o montante a ser obtido pela venda de um ativo ou de uma unidade geradora de caixa em transações em bases cumulativas, entre partes conhecedoras e interessadas, menos as despesas estimadas de venda.” (VALOR LÍQUIDO DE VENDA) “VALOR EM USO: é o valor presente de fluxos de caixa futuros estimados, que devem advir de um ativo ou de unidade geradora de caixa.” “UNIDADE GERADORA DE CAIXA: é o menor grupo identificável de ativos que gera entradas de caixa, entradas essas que são em grande parte independentes das entradas de caixa de outros ativos ou outros grupos de ativos.” Nem sempre é tarefa fácil calcular os fluxos de caixa futuros e principalmente a taxa de desconto. Para calcular o valor em uso, o CPC – 01 recomenda o seguinte: 30. Os seguintes elementos devem ser refletidos no cálculo do valor em uso do ativo: a. Estimativa dos fluxos de caixa futuros que a entidade espera obter com esse ativo; b. Expectativas sobre possíveis variações no montante ou período desses fluxos de caixa futuros; c. O valor do dinheiro no tempo, representado pela atual taxa de juros livre de risco; d. O preço pela assunção da incerteza inerente ao ativo (prêmio); e e. Outros fatores, tais como falta de liquidez, que participantes do mercado iriam considerar ao precificar os fluxos de caixas futuros esperados da entidade, advindo do ativo. 31. A estimativa do valor em uso de um ativo envolve os seguintes passos: a. estimar futuras entradas e saídas de caixa decorrentes de uso contínuo do ativo e de sua baixa final; e b. aplicar taxa de desconto apropriada a esses fluxos de caixa futuros. A Taxa de desconto também pode ser identificada pelos seguintes termos. CUSTO DE CAPITAL É a rentabilidade mínima requerida pela empresa 32 CUSTO DE OPORTUNIDADE É a rentabilidade conseguida em outras alternativas de investimento fora da empresa. TAXA DE ATRATIVIDADE É a taxa que supera o custo de capital EXERCÍCIO 1 A Cia. Lua Nova, em obediência ao CPC 01 (R1) realizou, em 31.12.X1, o teste de recuperabilidade (impairment test) de um determinado ativo do Imobilizado e identifica as seguintes características: Valor Justo Líquido de Despesas de Venda 8.100,00 Valor em Uso 8.000,00 Valor Contábil Bruto 14.000,00 Depreciações Acumuladas 3.500,00 Perdas por Desvalorização registradas 500,00 SOLUÇÃO 1) Valor Contábil do Bem Valor Contábil Bruto 14.000,00 (-) Depreciações Acumuladas (3.500,00) (-) Perdas por Desvalorização ( 500,00) Valor Contábil 10.000,00 2) Valor Justo Líquido de Despesas de Venda (Valor Líquido de Venda) 8.100,00 3) Valor em Uso 8.000,00 4) Valor Recuperável Valor Líquido de Vendas ou Valor de Uso dos dois o maior Portanto, 8.100,00 5) Perdas por Desvalorização Valor Contábil 10.000,00 Valor Recuperável (8.100,00) Perdas por Desvalorização 1.900,00 CONTABILIZAÇÃO D = Perdas por Desvalorização 1.900,00 (Outras Despesas Operacionais) C = Perdas Estimadas por Valor Não Recuperável em Imobilizado (Conta redutora de Imobilizado) 1.900,00 33 APRESENTAÇÃO NO BALANÇO PATRIMONIAL IMOBILIZADO Equipamentos 14.000 Depreciação Acumulada 3.500) Perdas Estimadas (2.400) 8.100 EXERCÍCIO 2 A Cia. Calipso possui um equipamento adquirido por $ 100.000,00. A depreciação acumulada, até a data do fechamento do balanço, em 31.12.X1, é de $ 40.000,00. Nesta data, a empresa poderá vender esse equipamento por $ 62.000,00, incorrendo em despesas de vendas de $ 13.000,00. Sabe-se, entretanto, que se a empresa não vender esse equipamento, continuará a usá-lo no processo produtivo, seria capaz de produzir 10.000 unidades por ano durante os próximos 3 anos. O preço de venda do produto é de $ 10,00 por unidade e os gastos médios incorridos na produção e venda é de $ 8,00 por unidade. O custo de capital da empresa Calipso é de 10%. Calcular as Perdas por Desvalorização. SOLUÇÃO 1) Calcular o valor contábil do equipamento Custo de Aquisição 100.000,00 Depreciação Acumulada (40.000,00) Valor Contábil 60.000,00 2) Calcular o Valor Líquido de Venda do equipamento Valor de mercado 62.000,00 Gastos incorridos na venda (13.000,00) Valor Líquido de Venda 49.000,00 3) Calcular o Valor de Uso do equipamento VP = 20.000 + 20.000 + (1+i)n (1 + i)n (1+0,10)1 + (1 + 0,10)2 Vendas Brutas Gastos Incorridos Vendas Líquidas Valor Presente Ano 1 100.000,00 80.000,00 20.000,00 18.181,82 (1) Ano2 100.000,00 80.000,00 20.000,00 16.528,93 (2) Ano 3 100.000,00 80.000,00 20.000,00 15.026,30 (3) Total 300.000,00 240.000,00 60.000,00 49.737,05 (1) 20.000 ÷ 1,10 (2) 20.000 ÷ 1,10² 34 (3) 20.000 ÷ 1,10³ OU 20.000 g CFj 3 g Nj 10 i f NPV 4) Calcular o Valor Recuperável Valor em Uso 49.737,05 Como o Valor em Uso é maior que o Valor Líquido de Vendas, o valor recuperável será dos dois o maior, portanto o valor em uso. 5) Calcular as Perdas por Desvalorização: Valor Contábil 60.000,00 Valor em Uso 49.737,05 Perdas por Desvalorização 10.262,95 CONTABILIZAÇÃO D = Perdas por Desvalorização (Outras Despesas Operacionais) 10.262,95 C = Perdas Estimadas por Valor Não Recuperável em Imobilizado (Conta redutora de Imobilizado) 10.262,95 APRESENTAÇÃO NO BALANÇO PATRIMONIAL IMOBILIZADO Equipamentos 100.000,00 Depreciação Acumulada (40.000,00) Perdas Estimadas (10.262,95) 49.737,05 EXERCÍCIO 3 Em obediência à Resolução CFC 1.292/2010 que aprova a NBC TG 01, que tem por base o CPC 01 (R1) Redução ao Valor recuperável de Ativos, determine o valor do Ativo Imobilizado da Cia. Churrasqueira a ser apurado logo após o reconhecimento contábil do teste de recuperabilidade do seu valor contábil. Sabe-se que: 1) O valor de mercado desse Imobilizado, na data do teste, é $ 23.000,00. Caso a Cia. Churrasqueira vendesse o equipamento, na data do teste, incorreria em gastos associados a tal transação no montante de $ 5.000,00. 35 2) Caso a Cia. Churrasqueira não vendesse o imobilizado e continuasse utilizando-o no processo produtivo, seria capaz de produzir mais 10.500 unidades do produto espeto, da seguinte forma: 1º ano = 4.000 unidades 2º ano = 3.000 unidades 3º ano = 2.000 unidades 4º ano = 1.000 unidades 5º ano =500 unidades Assuma que a produção anual ocorra no final de cada ano. 3) Ao final do 5º ano o imobilizado poderia ser comercializado por $ 2.000,00 e incorreria em gastos associados a tal transação de $ 400,00. 4) O preço de venda do produto Espeto é de $ 12,00 por unidade. Os gastos médios incorrido os na produção e venda de uma unidade de produto espeto é $ 9,50. 5) O Custo de capital da Cia. Churrasqueira é 20% ao ano. 6) O Balanço Patrimonial da Cia. Churrasqueira apurado em 31/12/X8 imediatamente antes do Teste de recuperabilidade ser reconhecido é o seguinte: Ativo Circulante 20.000,00 Passivo Circulante 25.000,00 Ativo Não Circulante 80.000,00 Passivo Não Circulante 35.000,00 Imobilizado (Custo de aquisição) 75.000,00 Patrimônio Líquido 40.000,00 Depreciação Acumulada (55.000,00) SOLUÇÃO 36 37 EXERCÍCIO 4 O contador de uma empresa de frota de táxi deve verificar a necessidade ou não do reconhecimento de perdas por desvalorização para um de seus veículos. As informações obtidas foram as seguintes: O táxi foi adquirido há um ano, com vida útil estimada em 5 anos. O custo de aquisição do táxi é de $ 100.000,00. Esse veículo gera uma receita anual líquida de combustível de $ 43.200,00 os impostos sobre os serviços são de 10% e todos os outros custos e despesas, inclusive com a manutenção do veículo, somam $ 2.880,00 ao ano. A taxa de desconto apropriada aos fluxos de caixa futuros da empresa é de 25% ao ano. O contador deve contabilizar as perdas estimadas por valor não recuperável do veículo? SOLUÇÃO 38 39 6. PROVISÕES COMO EXIGIBILIDADES (PASSIVOS) CPC 25 – PROVISÕES, PASSIVOS CONTINGENTES E ATIVOS CONTINGENTES – (IAS 37) CFC – NBC TG 25 (R2) – Resolução 2017/NBCTG25(R2) O CPC 25, limitou a utilização indiscriminada das provisões, alterando o conceito apenas para passivos de prazos ou de valores incertos, e podem, portanto, serem diferenciadas de outros passivos quando há incerteza sobre os prazos e valores que serão desembolsados ou exigidos para sua liquidação. CPC 25 – PROVISÕES, PASSIVOS CONTINGENTES E ATIVOS CONTINGENTES O referido CPC define, ainda, os seguintes termos: PROVISÃO é um passivo de prazo ou de valor incertos. PASSIVO é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos já ocorridos, cuja liquidação se espera que resulte em saída de recursos da entidade capazes de gerar benefícios econômicos. OBRIGAÇÃO LEGAL é uma obrigação que deriva de: a) contrato (por meio de termos explícitos e implícitos) b) legislação; ou c) outra ação da lei OBRIGAÇÃO NÃO FORMALIZADA é uma obrigação que decorre das ações da entidade em que: a) por via de padrão estabelecido de práticas passadas, de políticas publicadas ou de declaração atual suficientemente específica, a entidade tenha indicado a outras partes que aceitará certas responsabilidades; e b) em consequência, a entidade cria uma expectativa válida nessas outras partes de que cumprirá com essas responsabilidades. De acordo com este pronunciamento, item 14, uma provisão somente deverá ser reconhecida quando atender, cumulativamente, às seguintes condições: a) A entidade tem uma obrigação presente (legal ou não formalizada) como resultado de um evento passado; b) Seja provável que será necessária uma saída de recursos que incorporam benefícios econômicos para liquidar a obrigação; e c) Possa ser feita uma estimativa confiável do valor da obrigação. Deve, entretanto, ser divulgada como passivo contingente em notas explicativas (item 86). Portanto, alguns passivos não devem ser contabilizados como provisões e sim como passivos: • Férias a Pagar • 13º Salário a Pagar • FGTS a Pagar • IR a Pagar 40 • CSL a Pagar • Benefícios a Empregados a Pagar • Contas a Pagar (energia elétrica, água, telefone) Basicamente as provisões ficaram restritas às contingências. São exemplos de Provisão para Contingências: Contingências Fiscais, Contingências Trabalhistas, Provisão para Garantias, Provisão para Reestruturação. O Apêndice A. ao CPC 25 apresenta uma tabela comparativa entre Provisão e Passivo Contingente: PROVISÃO PASSIVO CONTINGENTE NÃO É PROVISÃO NEM PASSIVO CONTINGENTE Há obrigação presente que provavelmente requer uma saída de recursos Há obrigação possível ou obrigação presente que pode requerer, mas provavelmente não irá requerer, uma saída de recursos Há obrigação possível ou obrigação presente cuja probabilidade de uma saída de recursos é remota A provisão é reconhecida (item 14) Nenhuma provisão é requerida (item 27) Nenhuma provisão é requerida (item 27) Divulgação é exigida para a provisão (itens 84 e 85) Divulgação é exigida para o passivo contingente (item 86) Nenhuma divulgação é exigida (item 86) Assim podemos resumir: Quando existir uma Saída de Recursos: • PROVÁVEL: Reconhece e divulga. • POSSÍVEL: Não Contabiliza, mas divulga. • REMOTA: Não contabiliza e nem divulga Resumindo, uma provisão deve ser reconhecida quando: • Obrigação presente como resultado de evento passado. • Saída de Caixa: Provável • Estimativa Confiável. Sobre o reconhecimento de uma provisão o CPC 25 define, ainda: “23. Para que um passivo se qualif ique para reconhecimento, é necessário haver não somente uma obrigação presente, mas também a probabilidade de saída de recursos que incorporam benefícios econômicos para liquidar essa obrigação. Para a finalidade deste Pronunciamento Técnico, uma saída de recursos ou outro evento é considerado como provável se o evento for mais provável que sim do que não de ocorrer, isto é, se a probabilidade de que o evento ocorrerá for maior do que a probabilidade de isso não acontecer. Quando não for provável que exista uma obrigação presente, a entidade divulga um passivo contingente, a menos que a possibilidade de saída de recursos que incorporam benefícios econômicos seja remota (ver item 86).” 41 PROVISÕES PARA CONTINGÊNCIAS Contingência é uma situação de risco existente, cujo resultado final, favorável ou desfavorável, depende de eventos futuros e incertos. È constituída para prevenir contra um prejuízo futuro provável de acontecer em razão de fatos gerados já ocorridos. DIFERENÇA ENTRE PROVISÃO PARA CONTINGÊNCIAS E RESERVAS PARA CONTINGÊNCIA Há, no entanto, situações em que o aplicável é uma Reserva para Contingência e não a Provisão para Contingências. O que diferencia uma da outra é o fato gerador. Se o fato gerador já ocorreu, têm-se a figura da Provisão, caso ainda não tenha ocorrido, têm-se a Reserva. Com o intuito de dissipar eventuais dúvidas quanto à constituição de uma Reserva ou de uma provisão para contingências, a CVM por meio de nota explicativa à instrução nº 59, estabeleceu as seguintes características para a aplicabilidade da provisão para contingências: a) Tem por finalidade dar cobertura a perdas ou despesas, cujo fato gerador já ocorreu, mas não tendo havido, ainda, o correspondente desembolso ou perda. Em atenção ao princípio da competência, entretanto, há necessidade de se efetuar o registro contábil. b) Representa uma apropriação ao resultado do exercício, contrapartida de perdas extraordinárias, despesas e custos, e sua constituição normalmente influencia o resultado do exercício ou os custos de produção. c) Deve ser constituída independentemente de a companhia apresentar, afinal, lucro ou prejuízono exercício. d) Visto que o evento que serviu de base à sua constituição já ocorreu, não há, em princípio, reversão dos valores registrados nessa provisão. A pequena sobre ou insuficiência é decorrente do cálculo estimativo feito à época da constituição. e) Finalmente, se a probabilidade for difícil de calcular ou se o valor não for mensurável, há necessidade de uma nota explicativa esclarecendo o fato e mencionando tais impossibilidades. EXEMPLOS DE PROVISÃO PARA CONTINGÊNCIAS • Multas previsíveis por quebra de contratos • Autuações fiscais que possam resultar em obrigações para a empresa. • Valores recebidos que deverão ser reclamados, podendo tornar-se exigível. • Garantias concedidas para cobertura de compromissos de terceiros e que provavelmente se tornarão obrigação da empresa. • Ações judiciais em andamento contra a companhia. • Reclamações trabalhistas Obs.: Esta provisão é indedutível para efeitos fiscais. Todavia, no exercício social (período fiscal) em que a perda se efetivar, a parcela da provisão utilizada para sua absorção poderá ser excluída do lucro real. (art. 258 § 2º do RIR 2018). 42 EXERCÍCIO 1 Uma ação judicial contra a empresa em razão de uma reclamação trabalhista. O fato gerador já ocorreu, pois, para entrar com a ação o trabalhador já deve ter trabalhado na empresa. A empresa deve constituir uma provisão para, em caso de perda na justiça, compensar os prejuízos. SOLUÇÃO: Obrigação Presente: Reclamação trabalhista Evento Passado: o funcionário já trabalhou na empresa Exige saída de recursos: Provável Estimativa Confiável: Cálculos trabalhistas. CONTABILIZAÇÃO: D = Provisão para Contingências (Resultado) C = Provisão para Perdas (PC ou PNC) EXERCÍCIO 2 Em novembro de X1, a direção apresentou um plano formal e detalhado para encerrar as atividades de uma divisão. Em reunião, o conselho da entidade decidiu encerrar as atividades dessa divisão, logo no exercício seguinte, e estima-se um custo de $ 200.000,00. SOLUÇÃO 43 EXERCÍCIO 3 Uma entidade do setor de petróleo causa contaminação, mas efetua a limpeza apenas quando é requerida a fazê-la nos termos da legislação de um país em particular no qual ela opera. O país no qual ela opera não possui legislação requerendo a limpeza, e a entidade vem contaminando o terreno nesse país há diversos anos. Em 31 de dezembro de 20x0 é praticamente certo que um projeto de lei requerendo a limpeza do terreno já contaminado será aprovado rapidamente após o final do ano. Comente o procedimento contábil que a empresa deverá tomar. SOLUÇÃO 44 EXERCÍCIO 4 A fim de proceder à correta elaboração de relatórios financeiros, o gestor de uma entidade pública solicitou ao departamento jurídico informações sobre a existência de eventos resultantes de obrigações presentes decorrentes de eventos passados em que as probabilidades de saída de recurso tivessem sido classificadas como prováveis e remotas. Em resposta, o gestor recebeu a seguin te tabela. Considerando essas informações, qual o valor que o gestor deverá reconhecer e evidenciar na conta de provisões? SOLUÇÃO 45 EXERCÍCIO 5 A Cia. Produtos Naturais apresentou no Balanço Patrimonial publicado em 31/12/2016 o saldo total de R$ 470.000,00 na conta de Provisões, cuja composição era a seguinte: No final de 2017, a empresa reavaliou a situação dos processos a que estava respondendo em 2016 e identificou quatro novos processos judiciais su rgidos em 2017. As informações sobre os diversos processos, em 31/12/2017, são apresentadas na tabela a seguir: Com base nas informações fornecidas, qual o saldo apresentado como Provisões, no Balanço Patrimonial da Cia. Produtos Naturais de 31/12/2017. SOLUÇÃO 46 EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES EXERCÍCIO 1 Os seguintes saldos em Duplicatas a Receber e Perdas Estimadas com Créditos de Liquidação Duvidosa (PECLD) constavam no Ativo Circulante do Balanço Patrimonial de uma Sociedade Anônima. Duplicatas a Receber R$ PECLD R$ Cliente A 10.000,00 (200,00) Cliente B 30.000,00 (1.500,00) Sabe-se que, após esgotadas diversas tentativas de cobrança sem sucesso, inclusive utilizando-se de meios judiciais, o departamento jurídico informou ao departamento contábil que havia evidências significativas e objetivas de que o Cliente B não pagaria a dívida de R$30.000,00. Considerando-se somente as informações apresentadas, e que os relatórios contábil-financeiros devem representar fidedignamente a realidade econômica da entidade, assinale o valor da perda incorrida com o Cliente B que a Sociedade Anônima deveria reconhecer no resultado do exercício. (CFC Bacharel em Ciências Contábei s-1º exame 2018) A. 1.500,00 B. 1.700,00 C. 28.500,00 D. 30.000,00 EXERCÍCIO 2 A Empresa Comercial “O Império dos Botões”, adquiriu a prazo, em 31/12/X1, botões para revender no valor de R$200.000,00. Em 28/02/X1, estudos realizados demonstram que o valor realizável líquido dessas mercadorias é R$180.000,00. Entretanto, em 31/03/X1, verificou-se um aumento no valor de mercado elevando o valor dessas mercadorias, que permaneciam em estoque, para R$190.000,00. Efetuar os registros contábeis no período. EXERCÍCIO 3 Uma CIA Apresentou em seu Balanço Patrimonial de 31/12/2012 um imobilizado registrado pelo valor original de R$250.000,00 e Depreciação Acumulada de R$75.000,00. Em 2013, foram verificados que o valor de mercado e o desempenho desse bem reduziram mais que o esperado. Diante dos fatos, constatou-se que: • A vida útil futura estimada para o bem é de três ano; • O valor líquido de venda do bem é de R$120.000,00; • Os fluxos de caixa futuros estimados a uma taxa de 15% a.a. totalizaram R$142.000,00. A partir dessas informações, a Cia. Concluiu que o valor recuperável desse bem (valor de uso) é maior que o seu valor líquido de venda. Assim sendo, atendendo ao que determina a NBC TG 01 (R4) – Redução ao Valor Recuperável de Ativos, a CIA deverá reconhecer em seus resultados uma perda por desvalorização de forma a refletir o Valor Recuperável desse Imobilizado de: A. R$ 22.000,00 B. R$ 55.000,00 C. R$ 175.000,00 D. R$ 33.000,00 47 EXERCÍCIO 4 Durante um trabalho de auditoria foram detectadas as seguintes informações sobre a concessão de uma linha de ônibus: • Valor de custo de $ 70.000,00 em 31.12.2010. • Amortização acumulada de $ 10.500,00 em 31.12.2010. • Aplicação da NBC TG 01 (R4) acusou um valor recuperável de $ 52.500,00, com base no fluxo de caixa descontado (valor de uso) desse direito. A posição do auditor independente em relação a esse ativo intangível é de: (Exame de Suficiência, Bacharel em Ciências Contábeis – 1ª. edição 2012) A. Recomendar que a empresa reconheça uma perda de $ 10.500,00 para redução ao valor recuperável do ativo. B. Recomendar que a empresa reconheça uma perda de $ 17.500,00 para redução ao valor recuperável do ativo. C. Recomendar que a empresa reconheça uma perda de $ 3.500,00 para redução ao valor recuperável do ativo. D. Recomendar que a empresa reconheça uma perda de $ 7.000,00 para redução ao valor recuperável do ativo. EXERCÍCIO 5 Redução ao Valor Recuperável de Ativos se aplica a todos os ativos a seguir, EXCETO a: (Exame de Suficiência, Bacharel em Ciências Contábeis – 2ª. edição 2011) A. Ativo Intangível B. Estoque C. Imobilizado D. Investimento em Controladas EXERCÍCIO 6 A empresa “Tudo junto e misturado” apresenta as seguintes informações no seu Balanço Patrimonial em 31/12/X1: Processo Valor Estimado Probabilidade de Perda doProcesso Ações Trabalhistas R$ 3.450.000,00 Provável Ação Fiscal – ICMS R$ 1.900.000,00 Possível Processo Ambiental R$ 2.420.000,00 Possível Ação Fiscal – IPTU R$ 938.000,00 Provável Sabe-se que esses valores foram passados pelo departamento jurídico da empresa “Tudo junto e misturado”, relativo a todos os processos movidos contra a empresa. Com base nas informações apresentadas e na Norma Brasileira Técnica Geral NBC TG 25 (R2), assinale a alternativa que apresenta o valor a ser evidenciado como provisão no passivo no Balanço Patrimonial da empresa “Tudo junto e misturado” em 31/12/X1. (IBFC/2020 – Analista Administrativo de Contabilidade) A. R$ 4.320.000,00 B. R$ 4.388.000,00 C. R$ 8.708.000,00 D. R$ 3.450.000,00 E. R$2.420.000,00 48 Exercício Nº 1 – Perdas Estimadas e Provisões – Cia. Sabiá Exercício Nº 2 – Perdas Estimadas e Provisões – Cia. Beija Flor 49 6. ARRENDAMENTOS CPC 06 (R2) – ARRENDAMENTOS – (IFRS 16) CFC – NBC TG 06 (R3) – Resolução 2017/NBCTG06(R3) As Operações com Arrendamentos são tratadas no CPC 06 (R2), com Correlação às Normas Internacionais de Contabilidade IFRS 16. O termo “Arrendamentos” corresponde à tradução de “leases” e pode abranger contratos de arrendamento, aluguel, direitos de franquia e outros contratos que conferem à entidade o direito de uso de um ativo em troca de uma contraprestação. Ocorrem situações em que o arrendatário não possui condições financeiras, ou mesmo interesse em adquirir formalmente o ativo e procura o arrendador (detentor jurídico do ativo) para que possa, mediante um contrato de contraprestação, utilizar o bem sem necessariamente o adquirir. A contabilização dos Arrendamentos em convergência com as Normas Internacionais de Contabilidade teve início em 2008, por meio do CPC 06 (R1) – Operações de Arrendamento Mercantil, baseado na IAS 17 do IASB e amparada pelo artigo 179 da Lei nº 6.404/76 alterado pela Lei nº 11.638/2007. IV – no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens; (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) Tal alteração fez com que a informação contábil ficasse mais completa, pois no procedimento anterior, como por exemplo no arrendamento de uma máquina, a empresa contabilizava os pagamentos do leasing financeiro como despesa, mas com a mudança, o ativo passou a ser registrado no imobilizado e sofrer depreciação, tornando a informação contábil mais completa, uma vez que a situação econômica ficou evidenciada de forma mais adequada. E mais, o passivo também passou a ser reconhecido. Essa mudança, na prática contábil evidencia o cumprimento das características da essência sobre a forma, pois mesmo que o contrato do arrendamento não transfira a propriedade do bem, a empresa passou a registrá-lo como se tivesse sido transferido. Até 31/12/2018 estava em vigor o CPC 06 (R1) com correlação à IAS 17 o que já trouxe grande avanço à forma de contabilização e, consequentemente, à transparência das Demonstrações Contábeis. Esse pronunciamento ficou em vigor até 31/12/2018, quando foi revogado, e substituído pelo CPC 06 (R2). O CPC 06 (R2), elaborado a partir do IFRS 16, entrou em vigor a partir de 01/01/2019. Inicialmente foi denominado de “Operações de Arrendamento Mercantil”, mas, por meio da Revisão de Pronunciamentos Técnicos Nº 14 de 10/12/2019, a denominação foi alterada para “ARRENDAMENTOS”. Uma das principais alterações foi quanto à classificação dos arrendamentos. O nova pronunciamento eliminou a classificação entre Arrendamento Financeiro e Arrendamen to Operacional para o arrendatário. Alterou a forma de contabilização para os arrendatários, mas preservou a forma de contabilização para os arrendadores. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11638.htm#art1 50 Objetivo O item 1 do CPC 06 (R2) estabelece o objetivo do arrendamento: Este pronunciamento estabelece os princípios para o reconhecimento, mensuração, apresentação e divulgação de arrendamentos. O objetivo é garantir que arrendatários e arrendadores forneçam informações relevantes, de modo que representem fielmente essas transações. Essas informações fornecem a base para que usuários de demonstrações contábeis avaliem o efeito que os arrendamentos têm sobre a posição financeira, o desempenho financeiro e os fluxos de caixa da entidade Alcance O CPC 06 (R2), determina no item 3, que a Entidade deve aplicar este pronunciamento a todos os arrendamentos, incluindo arrendamentos de ativos de direito de uso em subarrendamentos, exceto para; (a) arrendamentos para explorar ou usar minerais, petróleo, gás natural e recursos não renováveis similares; (b) arrendamentos de ativos biológicos dentro do alcance do CPC 29 – Ativo Biológico e Produto Agrícola mantidos por arrendatário; (c) acordos de concessão de serviço dentro do alcance da ICPC 01 – Contratos de Concessão; (d) licenças de propriedade intelectual concedidas por arrendador dentro do alcance do CPC 47 – Receita de Contrato com Cliente; e (e) direitos detidos por arrendatário previstos em contratos de licenciamento dentro do alcance do CPC 04 – Ativo Intangível para itens como: filmes, gravações de vídeo, reproduções, manuscritos, patentes e direitos autorais. O item 4 determina, ainda, que o arrendatário pode, mas não é obrigado a aplicar este pronunciamento a arrendamentos de ativos intangíveis que não sejam aqueles descritos no item 3(e). Isenção de reconhecimento no arrendatário Embora o pronunciamento estabeleça que todos os contratos que contém arrendamento devem ser registrados, no ativo como direito de uso e no passivo como contratos de arrendamento pagar, o arrendatário pode decidir em não o aplicar em duas situações: a) Arrendamentos de curto prazo b) Arrendamentos para os quais o ativo subjacente é de baixo valor. Arrendamentos de curto prazo: são arrendamentos que possuem o prazo de 12 meses ou menos. O arrendamento que contém opção de compra não é arrendamento de curto prazo. Ativo subjacente de baixo valor|: consiste em avaliar o ativo subjacente com base no ativo quando este é novo, independentemente da idade do ativo que está sendo arrendado. Exemplo: tabletes, telefones, computadores pessoais, pequenos itens de imobilizado como mesas e cadeiras. Inicialmente falava-se em US$5,000.00. 51 Classificação como arrendamento financeiro e arrendamento operacional O arrendamento é classificado como arrendamento financeiro se transferir substancialmente todos os riscos e benefícios inerentes à propriedade do ativo subjacente. O arrendamento é classificado como arrendamento operacional se não transferir substancialmente todos os riscos e benefícios inerentes à propriedade do ativo subjacente. O fato de o arrendamento ser arrendamento financeiro ou arrendamento operacional depende da essência da transação, em vez da forma do contrato. Definições de termos O Apêndice A do CPC 06 (R2) traz a definição de termos. Este apêndice é parte integrante do pronunciamento. Arrendamento é o contrato, ou parte do contrato, que transfere o direito de usar um ativo (ativo subjacente) por um período de tempo em troca de contraprestação. Arrendador é a entidade que fornece o direito de usar o ativo subjacente por um período de tempo em troca de contraprestação. Arrendatário é a entidade que obtém o direito de usar o ativo subjacente por um período de tempo em troca de contraprestação. Ativo de direito de uso é o ativo que representa o direito do arrendatário de usar o ativo subjacente durante
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