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Auto da Barca do Inferno: Resumo Por Capítulo Paráfrase da obra “Auto da Barca do Inferno” de Gil Vicente, por Bruno Alves Todos os direitos reservados. © 2012-2017 ResumoPorCapítulo.com.br contato@resumoporcapitulo.com.br http://resumoporcapitulo.com.br/ mailto:contato@resumoporcapitulo.com.br http://resumoporcapitulo.com.br/ ÍNDICE PARA ENTENDER A OBRA 2 O Fidalgo 2 O Onzeneiro 2 Joane, o Parvo 3 O Sapateiro 3 O Frade 3 Brísida Vaz, a Alcoviteira 3 O Judeu 4 O Corregedor e o Procurador 4 O Enforcado 4 Os Quatro Cavaleiros 5 QUESTÕES DE VESTIBULAR 6 AUTO DA BARCA DO INFERNO: RESUMO POR CAPÍTULO ResumoPorCapítulo.com.br 2 PARA ENTENDER A OBRA Alegoria dramática de Gil Vicente, encenada pela primeira vez em 1531, Auto da Barca do Inferno é um auto de moralidade que procura conscientizar o público das consequências de seus atos, numa perspectiva cristã, na expectativa de uma vida eterna após a morte. As personagens apresentadas são uma amostra da sociedade portuguesa da época, na visão do autor, com suas incoerências éticas desnudadas pela situação pós-vida. O texto original não está estruturado em atos. Para facilitar a leitura, este resumo foi dividido em cenas, de acordo com as entradas dos personagens na história. Este resumo destina-se a contar o livro em uma linguagem mais acessível e concisa, sem deixar de lado os episódios que sustentam a obra como um todo e explicando alguns pontos que podem não ficar claros apenas com a leitura do texto original. Em alguns casos, para explanações mais completas sobre fatos históricos e expressões da época, há links que podem ser acessados diretamente no texto. Caso restem dúvidas quanto à obra ou ao próprio resumo, entre em contato pelo site ResumoPorCapítulo.com.br ou envie um e-mail para contato@resumoporcapitulo.com.br. Teremos prazer em ajudar! Boa leitura! O Fidalgo Num cais duas embarcações aguardam os passageiros. Numa delas, o Diabo e seu companheiro preparam a partida rumo ao Inferno. Um Fidalgo e seu pajem, carregando uma cadeira luxuosa, chegam ao cais e o Diabo os convida para embarcar. O Fidalgo zomba do Diabo e diz que há quem ore por ele, para salvá-lo, indagando por outro navio. Da barca do céu o Anjo proíbe a entrada do Fidalgo, alegando que ele fora um tirano para com os mais pobres. Ainda diz que somente na barca do inferno há espaço para sua cadeira, seu servo e suas roupas espalhafatosas. Fidalgo aceita embarcar com o Diabo, mas pede que espere por sua mulher, que acredita que se suicidará para reencontrá-lo. O Diabo relata que, na verdade, sua mulher estava feliz por se ver livre dele e dispensa o embarque da cadeira luxuosa. O Onzeneiro Um Onzeneiro (agiota), morto no momento em que recebia pagamentos, é reconhecido pelo Diabo como se fosse seu familiar. Ao saber do destino da barca, o passageiro se recusa a entrar. http://resumoporcapitulo.com.br/ mailto:contato@resumoporcapitulo.com.br AUTO DA BARCA DO INFERNO: RESUMO POR CAPÍTULO ResumoPorCapítulo.com.br 3 Voltando-se para a barca do céu, o Onzeneiro também recebe a negativa do Anjo, que afirma que sua barca é muito pequena para toda ambição que o homem carrega. O Onzeneiro retorna abarca do inferno e questiona se pode voltar à terra para ao menos levar consigo o dinheiro conquistado, mas o Diabo ordena que ele embarque imediatamente. Lá dentro ele se surpreende ao encontrar o Fidalgo. Joane, o Parvo Joane, um parvo (bobo, louco), apresenta-se ao Diabo de forma cômica: diz ter morrido de caganeira e, ao saber do destino da embarcação, lança um longo e engraçado xingamento ao demônio. Apresentando-se ao Anjo como um mero “alguém”, o Parvo é autorizado a embarcar por conta de sua simplicidade e da ausência de malícia em seus atos. O Anjo pede apenas que ele aguarde no porto a chegada de novos passageiros. O Sapateiro O Sapateiro, carregado com suas ferramentas de trabalho, se apresenta ao Diabo, que informa o inferno como destino, por conta dos roubos que fazia a seus clientes. O Sapateiro alega que confessou, comungou, foi às missas e possuía quem orasse por ele, portanto deveria ir ao céu. Pedindo espaço na barca do céu, o Sapateiro é repelido pelo Anjo, que informa falta de espaço para levar suas bagagens, que foram em vida os instrumentos pelos quais enganava seus clientes. Ele retorna à barca do inferno e pede ao Diabo permissão para entrar. O Frade Chega um Frade, cantando e dançando, de mãos dadas a uma moça, carregando escudo, espada e capacete. O Diabo zomba da alegria do religioso, convidando-o para se divertir com ele. Ao saber de sua condenação o Frade empunha suas armas, diz não ser justo que ele vá ao inferno com tantas habilidades ou apenas por namorar uma mulher. A caminho da barca do céu o Frade é interpelado por Joane, que comenta sua união imoral à mulher. Percebendo que até mesmo um louco é capaz de enxergar seus pecados, o Frade conclui que deve embarcar com o Diabo e retorna à sua barca. Brísida Vaz, a Alcoviteira Brísida Vaz apresenta-se ao Diabo como uma Alcoviteira, espécie de cafetina, que teria vendido a virgindade de diversas meninas por meio de feitiços. Recusa-se a embarcar ao AUTO DA BARCA DO INFERNO: RESUMO POR CAPÍTULO ResumoPorCapítulo.com.br 4 inferno, alegando que fora muito torturada durante a vida e por acreditar que todos possuem pecados como os seus. Procurando o Anjo e tentando seduzi-lo, Brísida alega sua pobreza e sua vida de “duros trabalhos” a seu favor. Diz ter sido responsável pelo “encaminhamento” de diversas jovens, inclusive a pedido de padres. O Anjo pede que a mulher pare de importuná-lo e volte à barca que lhe é destinada. O Judeu Um Judeu, carregando um bode, se apresenta ao Diabo, que se recusa a levá-lo acompanhado do animal, uma vez que sua embarcação está cheia. O Judeu tenta subornar o demônio e pede a intercessão do Fidalgo, tal como fazia em vida, quando possuía influência na sociedade, mas de nada lhe adianta. Após xingar o Diabo, o Judeu procura pela outra barca, mas é impedido por Joane, que o acusa de mijar na Igreja e comer carne na Sexta-feira Santa, além de ser responsável pelo sacrifício de Jesus. Enfim o Diabo aceita carregar o Judeu e seu bode, mas numa embarcação à parte, a reboque, por considerá-lo muito má pessoa. O Corregedor e o Procurador Um Corregedor (juiz) carregado de processos apresenta-se ao Diabo e argumenta que durante a vida só praticou justiças. O demônio alega que ele recebia propinas de Judeus e por isso mereceria castigo. O diálogo ocorre com diversas expressões em latim macarrônico, ironizando a linguagem jurídica. Surge um Procurador (advogado do Estado) que também é convidado a embarcar para o inferno, mas invoca a misericórdia divina a favor de si e de seu companheiro, com quem troca confidências de seus pecados. O Anjo repele os burocratas, com o apoio de Joane, que relembra seus atos de corrupção e, ironicamente, imita o uso de termos em latim. Aceitando embarcar com o Diabo, o Corregedor reconhece Brísida, a quem perseguia durante a vida. O Enforcado Surge o Enforcado, que acredita no que lhe falaram antes da execução: que aquela seria uma maneira santa de se morrer. O Diabo contesta sua santidade, revelando que ele não havia participado de missas conforme alegava e, portanto, iria ao inferno. AUTO DA BARCA DO INFERNO: RESUMO POR CAPÍTULO ResumoPorCapítulo.com.br 5 Os Quatro Cavaleiros Quatro cavaleiros, mortos em guerra contra os mouros, carregam uma cruz e entoam cânticos em exaltação à barca da vida. O Diabo os convida à sua embarcação, mas é ignorado pelos cavaleiros, que se orgulham da honra de terem morrido em nome de Cristo. O Anjo os recebe em sua barca, enaltecendo a guerra santa em que lutaram. FIM AUTO DA BARCA DO INFERNO: RESUMO POR CAPÍTULO ResumoPorCapítulo.com.br 6 QUESTÕESDE VESTIBULAR 1. (PUC) Considerando a peça Auto da Barca do Inferno como um todo, indique a alternativa que melhor se adapta à proposta do teatro vicentino. A) Preso aos valores cristãos, Gil Vicente tem como objetivo alcançar a consciência do homem, lembrando-lhe que tem uma alma para salvar. B) As figuras do Anjo e do Diabo, apesar de alegóricas, não estabelecem a divisão maniqueísta do mundo entre o Bem e o Mal. C) As personagens comparecem nesta peça de Gil Vicente com o perfil que apresentavam na terra, porém apenas o Onzeneiro e o Parvo portam os instrumentos de sua culpa. D) Gil Vicente traça um quadro crítico da sociedade portuguesa da época, porém poupa, por questões ideológicas e políticas, a Igreja e a Nobreza. E) Entre as características próprias da dramaturgia de Gil Vicente, destaca-se o fato de ele seguir rigorosamente as normas do teatro clássico. 2. (FUVEST) Indique a afirmação correta sobre o Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente: (A) É intricada a estruturação de suas cenas, que surpreendem o público com a inesperado de cada situação. (B) O moralismo vicentino localiza os vícios, não nas instituições, mas nos indivíduos que as fazem viciosas. (C) É complexa a critica aos costumes da época, já que o autor primeiro a relativizar a distinção entre Bem e o Mal. (D) A ênfase desta sátira recai sobre as personagens populares mais ridicularizadas e as mais severamente punidas. (E) A sátira é aqui demolidora e indiscriminada, não fazendo referência a qualquer exemplo de valor positivo. 3. (FUVEST) Diabo, Companheiro do Diabo, Anjo, Fidalgo, Onzeneiro, Parvo, Sapateiro, Frade, Florença, Brígida Vaz, Judeu, Corregedor, Procurador, Enforcado e Quatro Cavaleiros são personagens do Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente. AUTO DA BARCA DO INFERNO: RESUMO POR CAPÍTULO ResumoPorCapítulo.com.br 7 Analise as informações abaixo e selecione a alternativa incorreta cujas características não descrevam adequadamente a personagem. (A) O Onzeneiro idolatra o dinheiro, é agiota e usurário; de tudo que juntara, nada leva para a morte, ou melhor, leva a bolsa vazia. (B) O Frade representa o clero decadente e é subjugado por suas fraquezas: mulher e esporte; leva a amante e as armas de esgrima. (C) O Diabo, capitão da barca do inferno, é quem apressa o embarque dos condenados; é dissimulado e irônico. (D) O Anjo, capitão da barca do céu, é quem elogia a morte pela fé; é austero e inflexível. (E) O Corregedor representa a justiça e luta pela aplicação integra e exata das leis; leva papéis e processos.
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