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O Alienista: Resumo Por Capítulo Paráfrase da obra “O Alienista” de Machado de Assis, por Bruno Alves Todos os direitos reservados. © 2012-2017 ResumoPorCapítulo.com.br contato@resumoporcapitulo.com.br http://resumoporcapitulo.com.br/ mailto:contato@resumoporcapitulo.com.br http://resumoporcapitulo.com.br/ ÍNDICE PARA ENTENDER A OBRA 2 1 – De como Itaguaí ganhou uma casa de orates 2 2 – Torrente de loucos 2 3 – Deus sabe o que faz! 3 4 – Uma teoria nova 3 5 – O terror 3 6 – A rebelião 4 7 – O inesperado 4 8 – As angústias do boticário 4 9 – Dois lindos casos 5 10 – A restauração 5 11 – O assombro de Itaguaí 5 12 – O final do parágrafo 4º 6 13 – Plus ultra! 6 QUESTÕES DE VESTIBULARES 8 O ALIENISTA: RESUMO POR CAPÍTULO ResumoPorCapítulo.com.br 2 PARA ENTENDER A OBRA Publicado em 1882, O Alienista é um conto coma estrutura narrativa de uma novela. Ele inaugura a fase realista de Machado de Assis, com profundas análises psicológicas das personagens e críticas sociais. O narrador onisciente consegue apresentar o ser humano que há além das aparências, expondo ironicamente a vaidade e o egoísmo do homem. Este resumo destina-se a contar o livro em uma linguagem mais acessível e concisa, sem deixar de lado os episódios que sustentam a obra como um todo e explicando alguns pontos que podem não ficar claros apenas com a leitura do texto original. Em alguns casos, para explanações mais completas sobre fatos históricos e expressões da época, há links que podem ser acessados diretamente no texto. Caso restem dúvidas quanto à obra ou ao próprio resumo, entre em contato pelo site ResumoPorCapítulo.com.br ou envie um e-mail para contato@resumoporcapitulo.com.br. Teremos prazer em ajudar! Boa leitura! 1 – De como Itaguaí ganhou uma casa de orates Dr. Simão Bacamarte era um nobre médico formado na Europa, totalmente dedicado à ciência e profundamente interessado no povoado de Itaguaí. Casou-se com D. Evarista da Costa e Mascarenhas, uma senhora muito feia – o que evitaria que ele se distraísse de seus estudos a contemplá-la. Por outro lado a mulher possuiria atributos fisiológicos perfeitos para dar-lhes filhos saudáveis, o que, no entanto, não ocorreu. O interesse maior de Simão se deu pela medicina psicológica, propondo a instalação de uma casa que reuniria todos os loucos da cidade para tratamento. Até então os doentes mentais mais graves eram enclausurados em seus quartos e os menos problemáticos viviam livres pelas ruas. Achando maluquice a ideia do doutor, Padre Lopes tentou convencer D. Evarista a levá- lo ao Rio de Janeiro, onde se distrairia com outros pensamentos, mas a mulher não teve sucesso nesta empreitada. Após conseguir apoio e verba da Câmara de Vereadores local, Dr. Simão inaugurou a Casa Verde, primeiro hospício da região, com uma festa que durou uma semana. 2 – Torrente de loucos Simão compartilhava suas expectativas com o boticário Crispim Soares: via em sua ação um toque divino de caridade que ampliava suas possibilidades de estudos científicos. Os loucos vinham de todos os cantos, com variadas manias. Em quatro meses a Casa Verde era uma “povoação”. http://resumoporcapitulo.com.br/ mailto:contato@resumoporcapitulo.com.br O ALIENISTA: RESUMO POR CAPÍTULO ResumoPorCapítulo.com.br 3 As excentricidades encontradas pelo doutor impressionavam até o Padre Lopes. Agora Simão se dedicaria a estudar a fundo cada transtorno, classificando-os e aplicando terapias. Este trabalho passou a consumir todos os seus dias. 3 – Deus sabe o que faz! D. Evarista sentiu-se abandonada pelo marido e culpava “essa meia dúzia de loucos” por sua desgraça. Por compensação Simão sugeriu que ela fosse ao Rio de Janeiro. Tal possibilidade animou a mulher que, entretanto, não sabia de onde tiraria dinheiro para a viagem. Bacamarte revelou então a fortuna que havia acumulado com a renda da Casa Verde e D. Evarista passou a agradecer “essa meia dúzia de loucos”, afirmando que “Deus sabe o que faz”. Em três meses organizou-se a jornada na qual D. Evarista era acompanhada pela mulher e por um sobrinho do boticário, além de um padre, diversos pajens e mucamas. Crispim Soares entristeceu-se como distanciamento da esposa, enquanto Dr. Simão só pensava em seus loucos. 4 – Uma teoria nova Após formular uma teoria que considera revolucionária, Dr. Simão convida Crispim Soares a conhecê-la: seus estudos com os doentes mentais o levaram a concluir que a loucura era muito mais abrangente do que parecia e que só poderiam ser considerados sãos aqueles que não têm absolutamente nenhum desvio de comportamento. O boticário achou extremista a proposta do doutor, mas não pode deixar de apoia-lo, como fazia em todas as circunstâncias, e sugeriu que sua descoberta fosse “caso de matraca”, ou seja, deveria ser divulgada publicamente – na época eram contratados homens com matracas que saíam pelas ruas chamando a atenção do povo e espalhando notícias. Dr. Simão, no entanto, achou melhor colocar a teoria logo em prática. 5 – O terror Após quatro dias a população de Itaguaí se consternou com a internação de um homem aparentemente saudável na Casa Verde. Costa fora herdeiro de uma grande fortuna e emprestou todo o seu dinheiro entre os moradores do local sem cobrar juros, e terminando na miséria por não receber qualquer pagamento. Esse descuido com seus bens, para Dr. Simão, era prova de seu desequilíbrio mental. Uma pobre senhora, prima do Costa, interpelou o médico alegando que a gastança de seu primo era causada por uma praga rogada a seu tio, de quem ele recebera a herança: o tal ricaço negou um copo de água a um pedinte e este declarou que toda sua riqueza se esvairia em sete anos. Entendendo a crença da senhora como mais uma prova de insensatez, Simão também a encerrou no hospício. O ALIENISTA: RESUMO POR CAPÍTULO ResumoPorCapítulo.com.br 4 Este caso e outros semelhantes fizeram com que os ânimos da cidade se alterassem: dizia-se que a Casa Verde era um cárcere privado, suspeitava-se que Bacamarte decidia as internações por interesses próprios, que nada teriam a ver com patologias cerebrais. Assim que D. Evarista retornou do Rio, o Padre Lopes a procurou para indagar sobre a alta lotação da clínica de seu marido, mas a mulher acreditava piamente na ciência em que ele se apoiava. 6 – A rebelião Com as recorrentes notícias de aprisionamentos arbitrários feitos por Bacamarte, o barbeiro Porfírio liderou uma revolta contra a Casa Verde: reuniu um grupo que solicitou à Câmara o fim da instituição, mas a maioria dos vereadores defendeu o médico. Somente um dos políticos, Sebastião Freitas, foi convencido pelo barbeiro quando este afirmou que o manicômio era a “Bastilha da razão humana”, e passou a fazer campanha utilizando-se dessa expressão, que considerou muito original. Atendendo ao clamor popular, Porfírio decidiu que a Casa Verde deveria ser derrubada por meios diretos e dirigiu a manifestação até o local. Lá Simão bacamarte teve a oportunidade de defender seu estabelecimento, garantindo que agia somente dentro dos parâmetros científicos, mas os revoltosos não se convenceram. Porfírio estava prestes a ordenar o ataque final à Casa Verde quando chegaram os dragões (soldados do governo) para detê-los. 7 – O inesperado Alguns dos manifestantes se intimidaram com a ação da força pública contra o movimento, mas boa parcela permaneceu disposta ao confronto. Porfírio incitou a população e os dragões fizeram uso das armas, gerando grande rebuliço. A revolta parecia encerrada quando, surpreendentemente, um terço dos soldados passou a defender os manifestantes. Em instantes os demais dragões, recusando-se a atacar seus iguais, também se uniram ao povo. Aproveitando a reviravolta o barbeiro conclamou a invasão à Câmara e tomou o poder. Amplamente apoiado, Porfírio nomeou-se “O Protetor da vilaem nome de Sua Majestade e do povo” e declarou aquela data como um novo feriado. 8 – As angústias do boticário Ao saber que o barbeiro Porfírio dirigia-se à casa de Simão, o boticário Crispim temeu pela própria segurança: ele poderia ser o próximo preso, por sua ligação amistosa com o doutor. Decidiu ir ao “Palácio do Governo” – como passou a se chamar a Câmara – para declarar seu apoio à nova administração. O ALIENISTA: RESUMO POR CAPÍTULO ResumoPorCapítulo.com.br 5 9 – Dois lindos casos Dr. Simão estava pronto para se entregar quando foi surpreendido por uma diferente postura de Porfírio: o novo governante pediu que o doutor apenas libertasse alguns dos loucos para atender ao apelo popular, pois também era necessário manter alguma ordem pública na cidade – já bastavam os onze mortos e vinte e cinco feridos durante a revolta. Analisando aquelas informações, Bacamarte encantava-se com “dois lindos casos” de insanidade: o do próprio barbeiro, que alterava suas convicções abruptamente, e o da população revoltosa, que levou à morte cidadãos inocentes. Porfírio saiu da Casa Verde garantindo ao povo que em breve tudo se resolveria, mas dentro da devida ordem. 10 – A restauração Em cinco dias a Casa Verde tinha cinquenta novos internos, todos apoiadores do novo governo. O povo já considerava Porfírio um traidor e João Pina, um barbeiro rival, foi empossado como novo governante. Sabendo do que se passava na vila, o vice-rei mandou uma força com a função de restaurar a ordem tradicional. A Câmara voltou a funcionar e Dr. Simão teve mais poderes do que nunca: internou no manicômio o barbeiro Porfírio, o vereador Sebatião Freitas e até mesmo o boticário Crispim, após descobrir sua inconstância durante a revolta. A coleta de loucos pelas ruas não parava: qualquer caso de mentira, fofoca ou vício era argumento para a internação na Casa Verde. O ápice desse momento ocorreu com a prisão da própria esposa do Doutor, que segundo ele teve sua modéstia afetada desde que retornara do Rio de Janeiro: comprara inúmeros vestidos e tecidos caros e passara a se interessar demasiadamente com a própria aparência. 11 – O assombro de Itaguaí Para o espanto geral, o alienista Dr. Simão Bacamarte redigiu um ofício à Câmara afirmando que soltaria todos os loucos do hospício. Ele alegava que sua teoria inicial, que determinava como loucura qualquer tipo de desequilíbrio mental, fez com que quatro quintos dos cidadãos fossem internados. Assim, baseado nos estudos feitos durante esse processo, o médico concluiu que a loucura real estaria naqueles que possuem uma estabilidade psicológica absoluta e que estes sim deveriam ficar na Casa Verde. A liberdade dos loucos foi comemorada intensamente por toda a cidade, que não teve tempo de atentar-se à nova definição de insanidade proposta por Simão. O ALIENISTA: RESUMO POR CAPÍTULO ResumoPorCapítulo.com.br 6 12 – O final do parágrafo 4º No parágrafo 4º do ofício de Simão estava o novo conceito de loucura que seria tratada na Casa Verde: o equilíbrio perfeito das faculdades. A Câmara decidiu legislar sobre o assunto para evitar novos extremismos, determinando o prazo de um ano para a avaliação do sistema. Os vereadores aprovaram uma regra que impedia que eles próprios fossem internados, sendo Galvão o único legislador contrário a esta medida. Por considerar os argumentos deste vereador muito equilibrados, ele foi o primeiro a ser internado. Padre Lopes e a esposa do boticário também se enquadraram no novo perfil de loucura, sendo levados à Casa Verde. Ao saber do confinamento da mulher, Crispim declarou que agiria com violência contra o antigo amigo. Um senhor procurou Dr. Simão para avisar-lhe do perigo que corria e o médico, avaliando a extrema sensatez deste senhor, também o internou. Em cinco meses havia dezoito pessoas alojadas na Casa Verde, o que confirmava a validade da nova teoria de Bacamarte. As internações só eram efetuadas após um detalhado estudo dos comportamentos suspeitos: na dúvida, o doutor elaborava testes em que as pessoas eram incentivadas a agir de maneira pouco razoável, para se livrarem da internação. Os novos loucos eram classificados entre modestos, tolerantes, verídicos, símplices, leais, sagazes, sinceros... Os familiares destes se rebelaram contra o novo sistema: pediram mudanças à Câmara e buscaram a liderança de Porfírio. O barbeiro, entretanto, recusou envolver-se em novos conflitos. Esta atitude equilibrada lhe rendeu mais uma internação no hospício. 13 – Plus ultra! Com o apoio da Câmara para continuar os tratamentos por mais seis meses, Simão Bacamarte empenhou-se em terapias que levassem seus internados a desequilíbrios psíquicos: aos modestos ele dava motivos de orgulho próprio, aos moderados ele propiciava situações em que se consternassem, e assim por diante... A Casa Verde já estava vazia novamente quando Dr. Simão sentia aproximar-se da maior verdade, do “Plus ultra!” em relação à loucura: fechou-se em seu escritório e deu vazão a seus pensamentos mais profundos. O estudioso concluiu que a cura propiciada por seus tratamentos apenas despertou um desequilíbrio latente, que já existia na mente de seus pacientes: portanto não havia nenhum louco em Itaguaí. No entanto essa afirmação absoluta pareceu-lhe um engano: deveria existir algum cérebro completamente consertado naquela cidade e só poderia ser... o dele mesmo! O ALIENISTA: RESUMO POR CAPÍTULO ResumoPorCapítulo.com.br 7 Convicto de seu grande achado científico, o alienista declarou-se alienado e internou-se solitário na Casa Verde. Após dezessete meses morreu aquele que fora intitulado o único louco de Itaguaí. FIM O ALIENISTA: RESUMO POR CAPÍTULO ResumoPorCapítulo.com.br 8 QUESTÕES DE VESTIBULARES 1. UFPI2002 - Numere os parênteses de 1 a 5, sequenciando cronologicamente as ações do conto. ( ) Inquietação popular e revolta dos canjicas. ( ) Casamento com Evarista e desejo de filhos. ( ) Retorno ao Brasil e decisão pela psiquiatria. ( ) Consulta a amigos e decisão de autoconfinamento. ( ) Inauguração da Casa Verde e primeiros confinamentos. A sequência correta é: (A) 4, 2, 1, 5, 3. (B) 4, 5, 3, 1, 2 (C) 4, 5, 2, 1, 3. (D) 5, 2, 1, 3, 4. (E) 5, 4, 1, 2, 3. 2. UFPI2002 - No conto O Alienista, o narrador: (A) recria um episódio histórico de Itaguaí com base em relatos. (B) faz crer que a ética profissional impede a prática de fraudes. (C) supõe que as teorias estejam de acordo com os fatos reais. (D) defende as construções retóricas e a eloquência em voga. (E) sustenta a opinião de que a ciência é eterna e estática. 3. UFPI2002 - Simão Bacamarte classifica de forma radical os pacientes segundo as categorias: (A) alegria / tristeza (B) prazer / sofrimento O ALIENISTA: RESUMO POR CAPÍTULO ResumoPorCapítulo.com.br 9 (C) verdade / mentira (D) bondade / maldade (E) sanidade / loucura 4. UFPI2002 - Leia o texto abaixo. A notícia dessa aleivosia do ilustre Bacamarte lançou o terror à alma da população. Ninguém queria acabar de crer que, sem motivo, sem inimizade, o alienista trancasse na Casa Verde uma senhora perfeitamente ajuizada, que não tinha outro crime senão o de interceder por um infeliz. Assis, Machado de. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1986. V. 2. P. 263 Fundamentando-se no texto acima, escreva V, para verdadeiro, e F para falso. ( ) Louco é quem for declarado louco por uma autoridade médica. ( ) A sabedoria e a ciência são remédios contra a insanidade mental. ( ) O alienado é um indivíduo que perdeu a consciência de si e da realidade. (A) F - V - F. (B) V - F - F. (C) V - V - F (D) F - F - V (E) V - F – V Leia o texto abaixo para responder às questões 5 a 11. “As crônicas da vila de Itaguaí dizem que em tempos remotos vivera ali um certo médico, o Dr.Simão Bacamarte, filho da nobreza da terra e o maior dos médicos do Brasil, de Portugal e das Espanhas. Estudara em Coimbra e Pádua. Aos trinta e quatro anos regressou ao Brasil, não podendo el-rei alcançar dele que ficasse em Coimbra, regendo a universidade, ou em Lisboa, expedindo os negócios da monarquia. - A ciência, disse ele a Sua Majestade, é o meu emprego único; Itaguaí é o meu universo. O ALIENISTA: RESUMO POR CAPÍTULO ResumoPorCapítulo.com.br 10 Dito isto, meteu-se em Itaguaí, e entregou-se de corpo e alma ao estudo da ciência, alternando as curas com as leituras, e demonstrando os teoremas com cataplasmas. Aos quarenta anos casou com D. Evarista da Costa e Mascarenhas, senhora de vinte e cinco anos, viúva de um juiz de fora, e não bonita nem simpática. Um dos tios dele, caçador de pacas perante o Eterno, e não menos franco, admirou-se de semelhante escolha e disse-lho. Simão Bacamarte explicou-lhe que D. Evarista reunia condições fisiológicas e anatômicas de primeira ordem, digeria com facilidade, dormia regularmente, tinha bom pulso, e excelente vista; estava assim apta para dar-lhe filhos robustos, sãos e inteligentes. Se além dessas prendas, - únicas dignas da preocupação de um sábio, - D. Evarista era mal composta de feições, longe de lastimá-lo, agradecia-o a Deus, porquanto não corria o risco de preterir os interesses da ciência na contemplação exclusiva, miúda e vulgar da consorte. D. Evarista mentiu às esperanças do Dr. Bacamarte, não lhe deu filhos robustos nem mofinos. A índole natural da ciência é a longanimidade; o nosso médico esperou três anos, depois quatro, depois cinco. Ao cabo desse tempo fez um estudo profundo da matéria, releu todos os escritores árabes e outros, que trouxera para Itaguaí, enviou consultas às universidades italianas e alemãs, e acabou por aconselhar à mulher um regímen alimentício especial. A ilustre dama, nutrida exclusivamente com a bela carne de porco de Itaguaí, não atendeu às admoestações do esposo; e à sua resistência, - explicável mas inqualificável, - devemos a total extinção da dinastia dos Bacamartes. Mas a ciência tem o inefável dom de curar todas as mágoas; o nosso médico mergulhou inteiramente no estudo e na prática da medicina. Foi então que um dos recantos desta lhe chamou especialmente a atenção, - o recanto psíquico, o exame da patologia cerebral. Não havia na colônia, e ainda no reino, uma só autoridade em semelhante matéria, mal explorada, ou quase inexplorada. Simão Bacamarte compreendeu que a ciência lusitana, e particularmente a brasileira, podia cobrir-se de "louros imarcescíveis", - expressão usada por ele mesmo, mas em um arroubo de intimidade doméstica; exteriormente era modesto, segundo convém aos sabedores.” Machado de Assis. O alienista. São Paulo: Ática, 1982, pp. 9-10. 5. PUC-RIO-2000 - O alienista, publicado entre outubro de 1881 e março de 1882, é considerado um dos mais importantes contos de Machado de Assis. A partir da trajetória de Simão Bacamarte, protagonista da estória, Machado constrói um painel da sociedade brasileira de seu tempo, com seus valores, problemas e impasses. Tomando por base o fragmento selecionado, assinale a opção que melhor exprime a intenção do autor. (A) Valorização da ciência como caminho preferencial para a superação do atraso intelectual do país. O ALIENISTA: RESUMO POR CAPÍTULO ResumoPorCapítulo.com.br 11 (B) Ironia em relação aos critérios utilizados por Simão Bacamarte na escolha de D. Evarista como sua esposa e genitora de seus filhos. (C) Apoio aos postulados do pensamento positivista e da ideologia do progresso defendidos por Simão Bacamarte. (D) Crítica aos hábitos culturais da vila de Itaguaí, em especial à alimentação, fator que contribuía para a dificuldade de D. Evarista em engravidar. (E) Exaltação do papel do médico como referência de desenvolvimento de uma sociedade. 6. PUC-RIO-2000 - Em relação ao foco narrativo, podemos afirmar que: (A) a narrativa é constantemente interrompida pelos comentários de Simão, o que faz dele o narrador da estória. (B) alternam-se no trecho narradores de primeira e terceira pessoas, prática comum na ficção realista. (C) o narrador é de primeira pessoa, onisciente. (D) o narrador constrói a sua narrativa a partir da leitura dos cronistas de Itaguaí, problematizando a noção de origem e a veracidade dos fatos narrados. (E) os cronistas da vila de Itaguaí são os verdadeiros narradores da estória, como pode ser percebido no início do texto. 7. PUC-RIO-2000 - O texto nos permite afirmar que: (A) Evarista recusava-se sistematicamente a submeter-se aos tratamentos de fertilidade propostos pelo marido. (B) Evarista não se empenhava no projeto de ter filhos, pois temia que o marido passasse a dedicar somente ao filho o pouco tempo livre de que dispunha. (C) Evarista negou-se a fazer uma dieta alimentícia especial, à base de carne de porco. (D) a devoção ao trabalho ajudou Bacamarte a esquecer um projeto frustrado em sua vida. (E) o tio de Simão Bacamarte admirou-se de o sobrinho ter escolhido como esposa a viúva de um juiz de fora. O ALIENISTA: RESUMO POR CAPÍTULO ResumoPorCapítulo.com.br 12 8. PUC-RIO-2000 - O texto nos permite afirmar de Simão Bacamarte que: (A) mudou-se para Itaguaí por tratar-se de um lugar no Brasil onde ainda não havia nenhuma autoridade na área da patologia cerebral. (B) declinou das ofertas do rei de Portugal, porque não correspondiam a suas expectativas de remuneração. (C) casou-se com Evarista aos quarenta anos, embora a achasse miúda e vulgar, pois via a sua falta de atrativos como um aspecto positivo. (D) passou a dedicar-se especificamente ao estudo das doenças mentais somente alguns anos depois de seu regresso a Itaguaí. (E) era dado a arroubos e explosões de temperamento no cenário doméstico, embora se mostrasse diferente em sua vida pública. 9. UFPI2002 - Escreva V ou F, conforme as declarações sobre o texto sejam verdadeiras ou falsas. ( ) A prática científica implica esforço intelectual o troca de informações. ( ) A dedicação aos estudos e à pesquisa garante a ascensão social dos pobres. ( ) As crônicas de Itaguaí combinam registros históricos com os exageros da memória coletiva. A sequência correta é: (A) F - V - F. (B) F - V - V. (C) F - F - V. (D) V - F - V. (E) V - V - F. 10. UFPI2002 - Considerando o texto, assinale a alternativa correta sobre as afirmações abaixo. O ALIENISTA: RESUMO POR CAPÍTULO ResumoPorCapítulo.com.br 13 I. A ausência da beleza é motivo de lástima. II. A contemplação da beleza é associada à vulgaridade. III. A contemplação da beleza se opõe aos interesses da ciência. (A) apenas I é verdadeira. (B) Apenas II é verdadeira. (C) Apenas III é verdadeira. (D) Apenas I e III são verdadeiras. (E) Apenas II e III são verdadeiras. 11. UFPI2002 - De acordo com o texto, numere a 2ª coluna de forma a completar corretamente a informação da 1ª. 1 Simão Bacamarte não permaneceu na Europa. 2 Simão Bacamarte anunciou aos serviços burocráticos. 3 Simão Bacamarte decidiu desposar D. Evarista. 4 Simão Bacamarte desejou ter filhos. ( ) Isso o impediria de dedicar-se totalmente aos estudos. ( ) Essa escolha chocou um de seus tios. ( ) Lá, ele não desenvolveria seus conhecimentos científicos. Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta. (A) 2 - 3 - 1 (B) 2 - 4 - 3 (C) 3 - 1 - 2 (D) 4 - 2 - 1 (E) 1 - 4 - 2 O ALIENISTA: RESUMO POR CAPÍTULO ResumoPorCapítulo.com.br 14 12. UFRS2007- Assinale a alternativa correta em relação a "O Alienista", de Machado de Assis. (A) O foco do texto é a denúncia da ignorância do povo em relação ao desenvolvimento da ciência brasileira, sobretudo no que se refere aos avanços das pesquisas sobre a mente. (B) A narrativa, cuja ação se passano Rio de Janeiro, centra-se na crítica aos valores da classe média urbana, preocupada apenas com o consumo. (C) Com rigor científico e distanciado das injunções do poder, Simão Bacamarte aplica conhecimentos para curar os seus pacientes e obtém resultados eficazes. (D) O barbeiro Porfírio comanda uma rebelião contra o despotismo e, ao assumir o poder, mantém-se coerente com as propostas que o levaram ao governo da cidade. (E) Ao narrar experiências científicas do alienista, o conto enfoca também o arbítrio e a corrupção dos poderosos, bem como a impotência da população diante dos acontecimentos.
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