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O alienista resenha

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA
LETRAS VERNÁCULAS
TEORIA DA LITERATURA III
PROFESSOR: ALEILTON FONSECA
ALUNAS: DINÁH MORAES
 THAIRINE GOMES
RESENHA DE ‘O ALIENISTA’
 FEIRA DE SANTANA, 2014
O alienista
Resumo: 
Após conquistar respeito em sua carreira de médico na Europa e no Brasil, o Dr. Simão Bacamarte retorna à sua terra-natal, Itaguaí, para se dedicar ainda mais a sua profissão. Após um tempo na cidade, casa-se com a já viúva D. Evarista, uma mulher por volta dos vinte e cinco anos e que não era nem bonita e nem simpática. O médico a escolheu por julgá-la capaz de lhe gerar bons filhos, mas ela acaba não tendo nenhum sequer.
Certo dia o Dr. Bacamarte resolve se dedicar aos estudos da psiquiatria e constrói na cidade um manicômio chamado Casa Verde para abrigar todos os loucos da cidade e região. Em pouco tempo o local fica cheio e ele vai ficando cada vez mais obcecado pelo trabalho. No começo os internos eram realmente casos de loucura e a internação aceita pela sociedade, mas em certo momento Dr. Bacamarte passou a enxergar loucura em todos e a internar pessoas que causavam espanto. A primeira delas foi o Costa, homem que perdeu toda sua herança emprestando dinheiro para os outros, mas não conseguia cobrar seus devedores. A partir daí diversas outras personagens serão internadas pelo alienista. 
Enquanto essas internações vão se sucedendo e deixando a população da cidade alarmada, D. Evarista encontra-se em uma viagem pelo Rio de Janeiro. Ela havia ficado muito deprimida pela falta de atenção que o marido lhe dava, quase voltando a se sentir uma viúva novamente, e ganhara do Dr. Bacamarte uma viagem para conhecer o Rio. Todos na cidade viam na volta de D. Evarista a solução para as inesperadas internações feitas pelo alienista. Porém, mesmo após ela retornar à cidade o Dr. Bacamarte continuou agindo da mesma forma. 
Com o tempo, a cidade vai adquirindo um clima cada vez mais tenso e o barbeiro Porfírio, que a muito almejava ingressar na carreira política, resolve armar um protesto. Porém, quando se descobre que o alienista pediu para não receber mais pelos internos, a ideia de que as inúmeras reclusões não eram movidas por interesses econômicos corruptos, o movimento se enfraquece. Porfírio, no entanto, movido por sua ambição de chegar ao poder, consegue armar a Revolta dos Canjicas (o barbeiro era conhecido por “Canjica”). A população se move até a casa do Dr. Bacamarte para protestar, mas é recebida por ele de forma muito equilibrada e racional. Por um momento parecia que a fúria do povo havia sido controlada, mas a população se revolta novamente quando o alienista lhes dá as costas e volta a seus estudos. 
É quando a força armada da cidade chega para tentar controlar a população. Porém, para a surpresa de todos, a polícia se junta aos revoltos e Porfírio se vê em uma posição poderosa como líder da revolução. Resolve, então, dirigir-se até a Câmara dos Vereadores para destituí-la. Agora com plenos poderes, Porfírio chama o Dr. Bacamarte para uma reunião, mas ao invés de despedi-lo junta-se a ele e assim as internações continuam na cidade. 
Dias depois, 50 apoiadores da Revolução dos Canjicas são internados. Outro barbeiro, o João Pina, levanta-se contra e arma uma confusão tão grande que Porfírio é deposto. Mas a história se repete e o novo governo também não derruba a Casa Verde. Pelo contrário, fortalece-a. As internações continuam de forma acelerada e até D. Evarista é internada após passar uma noite sem dormir por não conseguir decidir que roupa usaria numa festa. 
Por fim, a cidade encontrava-se com 75% de sua população internada na Casa Verde. O alienista, percebendo que sua teoria estava errada, resolve libertar todos os internos e refazer sua teoria. Se a maioria apresentava desvios de personalidade e não seguia um padrão, então louco era quem mantinha regularidade nas ações e possuía firmeza de caráter. Baseado nessa sua nova teoria, o Dr. Bacamarte recomeça a internar as pessoas da cidade e o primeiro deles é o vereador Galvão. Ele havia proposto na Câmara uma lei que impedia os vereadores de serem internados. Assim, as internações continuam na cidade. Outras pessoas, porém, são consideradas curadas ao apresentarem algum desvio de caráter. 
Após algum tempo, o Dr. Simão Bacamarte percebe que sua teoria mais uma vez está incorreta e manda soltar todos os internos novamente. Como ninguém tinha uma personalidade perfeita, exceto ele próprio, o alienista conclui ser o único anormal e decide trancar-se sozinho na Casa Verde para o resto de sua vida.
O Alienista, resenhado por Dináh Moraes e Thairine Gomes
Posso afirmar que algumas pessoas fogem ao ver o nome de Machado de Assis estampado na capa de um livro – seqüela de um trauma que provavelmente venha das aulas de literatura do ensino médio - e por isso deixam de ler algumas das melhores obras da literatura nacional. Nós, que só tivemos boas experiências com esse autor ficamos felizes a cada nova oportunidade de ler seus livros. Por essa razão escolhemos um conto para realizarmos este trabalho, em especial o conto “O Alienista”.
Em “O Alienista”, Simão Bacamarte decide se dedicar ao estudo e cura da mente humana criando o primeiro hospital psiquiátrico da cidade de Itaguaí. Aos poucos o médico descobre tantos exemplos de loucura nos habitantes da cidade que trancafia a maior parte da população no sanatório, deixando apenas alguns poucos sãos soltos nas ruas.
Temos sempre a impressão de que os textos de Machado de Assis se renovam. É por isso quando relemos alguma de suas histórias, sentimos novas sensações mesmos lendo novamente a mesma história . Exemplo disso é que quando lemos “O Alienista” há anos a próxima releitura nos proporciona pequenas surpresas a cada virada de página, mesmo que ainda pudéssemos lembrar dos acontecimentos em geral, e até mesmo do desfecho deste conto (classificado por alguns críticos como novela). 
“O Alienista” apresenta de uma forma curta tudo que Machado de Assis sabe fazer de melhor. Personagens cativantes, análise psicológica, uma narrativa que esbanja ironia – e rende muitas risadas – um final inesperado e um texto impecável. Por isso, se nos fosse pedido para recomendar um texto do autor a alguém que nunca leu nenhuma de suas obras, e acha começar por um de seus romances uma meta muito ousada, “O Alienista” seria a minha dica.
A partir desse momento vamos fazer considerações sobre o período em que Machado de Assis escreve esse conto, sua publicação e seus personagens.
A primeira pergunta é: existem limites entre loucura e a razão? Se existem, quais são eles? E quem está autorizado a apontá-los? O conto O alienista, de Machado de Assis,foi publicado entre 1881 e 1882 no periódico A Estação, discute a existência da norma e a delimitação entre loucura e razão. 
Ao narrar a história da criação de um asilo em uma pequena cidade do interior do Brasil, Machado de Assis nos oferece uma análise marcante, bem como extremamente irônica, do que foi a prática psiquiátrica em seu início.
Através da sátira o apoio absoluto à ciência e da crítica à psiquiatria do século XIX, o autor chega a muitas questões ao longo do conto: o processo de disciplinar e transformar em patologias as singularidades; a loucura, que aparece tanto onde é esperada – nos loucos, no asilo –, como onde não a procuramos – no médico, no poder político. Mostra também o poder que a ciência representa e/ou assume para a sociedade, pois as idéias de Simão Bacamarte, embora muitas vezes tenham sido negadas, foram aceitas posteriormente frente à fundamentação científica de seus argumentos. 
Nessa acepção, a questão principal é o papel assumido pela ciência de atrair para si o direito de decidir ou determinar, a partir do método científico, pautado pela racionalidade, o que excede ou não determinado limite. O Dr. Simão Bacamarte acreditava-se conhecedor da técnica de diagnóstico e tratamento das doenças mentais, o que lhe asseguravao poder de agir sobre os loucos da cidade, testando neles suas teorias. Se o resultado de tais experiências fosse a cura não haveria por que questioná-lo. A ciência afirma seu poder alicerçado na idéia de que a superioridade do homem está no saber. Como personificação da ciência, Bacamarte se coloca, portanto, ideologicamente como verdade inquestionável.
Então começa a enxergar que no asilo há mais pessoas do que fora dele, e começa a pensar se os verdadeiros loucos são aqueles que estavam em perfeito equilíbrio de suas faculdades mentais. Passou a trazê-los para a Casa Verde. Logo depois, passou a perceber que os cérebros a pouco tempo curados eram desequilibrados como os outros, e que em cada cérebro havia sanidade e loucura. O alienista os colocou para fora. Depois dessas conclusões e de ter dado à cura aos moradores da vila, Simão não cessou e continuou a cogitar até descobrir uma nova teoria. Achou em si, as características do perfeito equilíbrio mental e moral.
Por intermédio de Simão Bacamarte, o autor denuncia ainda a função da psiquiatria na construção do ideal de normalidade e de sociedade, bem como a relação entre psiquiatria e ordem pública. Também critica a irracionalidade da exacerbação do desejo de autoridade médica, religiosa, política e popular, tornando evidente que a aprovação ao abandono das virtudes é que é a verdadeira falta de sanidade. 
Voltando à questão religiosa, temos uma excelente interpretação do final de “O alienista”, quando o padre Lopes dá o xeque-mate em Simão Bacamarte, mostrando que o verdadeiro alienado era ele, o que não se deve dizer que ele era louco desde o início, como insinuaram muitos intérpretes da obra; a insanidade do médico é uma mudança em que se evidencia que a racionalidade das instituições civis não seria suficiente para o estabelecimento de padrões comportamentais plenamente aceitáveis. A palavra final de padre Lopes em matéria de loucura, com exclusão da autoridade propriamente civil, médica e científica metaforiza os desentendimentos do clero com o Estado imperial brasileiro entre 1872 e 1875. O suposto prestígio da ciência e o poder da sociedade civil disfarçam na verdade “a camaleônica autoridade da Igreja” que dá o veredito sobre a insanidade do alienista, destituindo-o de sua autoridade. 
Referências
Assis, Machado. O Alienista.
Acessados em 01/06/2014: http://resenhasliterarias.blog.terra.com.br/2009/01/07/resenha-o-alienista-machado-de-assis-hq/
http://periodicos.uesb.br/index.php/floema/article/viewFile/795/781

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