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24 Primeira parte - A fililoofia do ~CCUIO X3X ao sdcul0 XX muito mais pela unificagHo dos fatos por meio de e sob hip6teses, leis e teorias. Mas nos nHo extraimos leis e teorias dos fatos, e sim as impomos aos fatos: a teoria C o a priori. E a filosofia indaga exatamente os elementos "puros", ou seja, os elementos a priori, do conhecimento cientifico. A filosofia, portanto, deve ser metodologia da ci2ncia. 0 outro prestigioso representante da Escola de Marburgo C Paul Natorp (1854-1924), estudioso de amplos in- teresses, autor de A doutrina plat6nica das ide'ias (1903), de 0 s fundamentos ldgicos das ciincias exatas (1910) e tam- bCm de escritos de pedagogia, psicologia e politics, como Guerra e paz (1916) e A missiio mundial dos alem2es (1918). A exemplo de Cohen, Natorp afirma que a filosofia nHo C ciincia das coisas; das coisas falam precisamente as ciincias, ao pas- so que a filosofia C teoria do conhecimento. Entretanto, a filosofia n5o estuda o pensamento subjetivo, ou seja, ela niio inda- ga sobre a atividade cognoscente, sobre uma atividade psiquica, e sim sobre conteudos. E estes siio determinag6es progressivas do objeto. Em 0 s fundamentos ldgicos das ciincias exatas, podemos ler que o conhe- cimento C sintese e a analise consiste no controle das sinteses j6 efetuadas. Sinteses que devem ser submetidas a reelaborag50 continua, de mod0 a aperfeigoar sempre mais as determinag6es dos objetos. Por isso, o objeto 1-150 C um dado, nHo C um ponto de partida, mas um ponto de chegada que sempre se desloca. Em suma, o obiectum C um proiectum: C conhecimento sempre mais determinado que se projeta sobre a realidade. E niio ha termo para essa determinagzo; portanto, o objeto esta sempre in fieri, C tarefa infinita. Wilhelm Windelband e a filosofia como teoria dos valores 0 s representantes mais prestigiosos da Escola de Baden (assim chamada porque teve seus pontos centrais em Heidelberg e Friburgo, cidades situadas na regiiio de Baden) foram Wilhelm Windelband (1848- 1915) e Heinrich Rickert (1863-1936), de quem falaremos tambCm no capitulo sobre o historicismo, no que se refere as suas re- flex6es sobre a fundagzo da historiografia como ciincia. Aqui, falaremos a proposito de sua filosofia dos valores, que, embora os tornando expoentes de primeiro plano do neocriticismo, os diferencia, portm, da Escola de Marburgo. Em seu "retorno a Kant", Windelband certamente atribui 2 filosofia a fungHo de buscar os principios a priori que garantem a validade do conhecimento. Entretanto, siio duas as coisas novas que ele introduz nessa questiio: a) por um lado, esses principios siio interpretados como valores necessdrios e universais, tipificados pel0 carher norma- tivo independente de sua realizagiio efetiva; b) por outro lado, diferentemente da Escola de Marburgo, Windelband se liber- ta da referincia privilegiada ao 2mbito do conhecimento para considerar a atividade humana tambCm nos campos da moralidade e da arte. Portanto, a filosofia nHo tem por objeto os juizos de fato, mas Beurteilungen, isto C, juizos valorativos do tip0 "esta coisa C verdadeira", "esta coisa C boa", "esta coisa C bela". E C assim que os valores - que tim precisamente validade normativa - distin- guem-se das leis naturais: a validade das leis naturais C a validade do Miissen, a validade empirica de n20 poder ser de outro modo; a validade das normas ou valores C a do Sol- fen, isto C, do dever ser. Concluindo, deve-se dizer, portanto, que, para Windelband, a filosofia consiste na teoria de valores; que a fungiio da filosofia, mais especificamente, esta em estabelecer quais s2o os valores que estiio na base do conhecimento, da moralidade e da arte; que a teoria do conhe- cimento, para alCm da concepgHo de alguns neokantianos de Marburgo, C apenas uma parte da teoria dos valores. Heinrich Rickert: conhecer k juISar com base MO valor de verdade Rickert retoma de Windelband a con- cepgiio da filosofia como teoria dos valores e, ao mesmo tempo, os resultados mais vilidos de sua investigagiio metodol6gica. Entretanto, ele tenta sistematizar resulta-
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