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CADERNO DE ESTUDO: ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL Professora Raquel Elisa da Silva UNIDADE 1 Tópico 1 –A trajetória da Orientação Educacional Tópico 2 –A Orientação Educacional do Brasil Tópico 3 –A Orientação Educacional: conceituação e princípios filosóficos Nenhum país alcança pleno desenvolvimento, se não garantir a todos os cidadãos, em todas as etapas de sua existência, as condições para uma vida digna, de qualidade física, psicológica, social e econômica. Artigo: “O Papel do Orientador Educacional na Escola”, publicado em 18/07/2009 por Hausblene Carvalho no site www.webartigos.com http://www.webartigos.com/ Neste contexto a atividade de Orientação Educacional remete às funções que não tão claras quanto aparentam ser. Afinal, O que é ser Orientador? Recuperando o sentido da palavra orientação no Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa, encontra-se: Orientação - ato ou arte de se orientar; direção, rumo, guia, impulso. A Orientação Educacional surge não de uma necessidade da escola, contudo, ela desenvolve no sistema escolar. A preocupação não estava no desenvolvimento do aluno, mas na Formação Profissional. Portanto... O Serviço de Orientação Educacional nasceu para resolver problemas práticos da sociedade industrial que teve início no século XIX. Sua história está intimamente ligada à história das relações de trabalho e a produção em massa. A Orientação Educacional foi organizada nas escolas americanas no início do século XX, a partir de 1916, e tem sua origem na Orientação Profissional. Seu nascimento foi demarcado pela criação dos Centros de Orientações Profissional na Europa e nos Estados Unidos, que tinham como Objetivo Principal identificar trabalhadores inaptos para determinadas tarefas industriais a fim de evitar acidentes de trabalho e garantir a produtividade. Foi Frank Parsons (1854 – 1908) em Boston nos EUA, que iniciou a orientação vocacional, propondo um método constituído por três passos: a) Conhecimento do educando; b) Conhecimento do mundo do trabalho; c) Ajustamento do homem ao emprego. http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.frankparsons.com/Themes/Theme43/images/ContentImages/AboutUs01.jpg&imgrefurl=http://www.frankparsons.com/thm43AboutUs.aspx&h=179&w=116&sz=48&tbnid=jLsqQGD775AokM:&tbnh=101&tbnw=65&prev=/images%3Fq%3Dfoto%2Bde%2Bfrank%2Bparsons&zoom=0&q=foto+de+frank+parsons&hl=pt-BR&usg=__YY8egxDeOUjHyju-lItgqVeSaQA=&sa=X&ei=Cc2ITbbbBciD0QH64pz_DQ&ved=0CCcQ9QEwBg http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.frankparsons.com/Themes/Theme43/images/ContentImages/AboutUs01.jpg&imgrefurl=http://www.frankparsons.com/thm43AboutUs.aspx&h=179&w=116&sz=48&tbnid=jLsqQGD775AokM:&tbnh=101&tbnw=65&prev=/images%3Fq%3Dfoto%2Bde%2Bfrank%2Bparsons&zoom=0&q=foto+de+frank+parsons&hl=pt-BR&usg=__YY8egxDeOUjHyju-lItgqVeSaQA=&sa=X&ei=Cc2ITbbbBciD0QH64pz_DQ&ved=0CCcQ9QEwBg Na metade do século XX, a Orientação Profissional começa a ganhar novos rumos com as ideias do Psicólogo Carl Rogers (1902 -1987) aproximando os conceitos de psicoterapia e aconselhamento psicológico. A sociedade industrial entra em processo de crise econômica, de decadência e aponta necessidade de revalorização da criatividade e da emoção dos sujeitos. No Brasil Até a década de 1920, a Orientação Educacional no Brasil constituía-se de atividades isoladas, em que se fazia presente o cunho de aconselhamento, ligado a uma moral religiosa. A partir da década de 1920, com o desenvolvimento urbano-industrial, houve a necessidade de formação para essa nova realidade de trabalho. O ensino profissional foi sendo implementado e, com ele, a Orientação Educacional. A Orientação Educacional está associada à Orientação Profissional, com vistas à seleção e a escolha profissional. (testes psicométricos). A função do Orientador é de fazer o ajustamento dos indivíduos à sociedade capitalista que estava nascendo no Brasil (justa, igualitária, todos tem a mesma chance. O fracasso é responsabilidade de cada sujeito). Em 1924, o Engenheiro suíço Roberto Mange, em São Paulo, no Liceu de Artes e Ofícios, cria um serviço de seleção e de Orientação profissional para os alunos do curso de mecânica. Em 1931, surge em São Paulo o primeiro serviço público de Orientação Educacional e Profissional, dirigido por Noemy Silveira Rudolfer. O laboratório nesse momento dispunha de 17 funcionários e subdividia-se em quatro seções principais: Medidas mentais, Medida do trabalho escolar, Orientação, Estatística. As leis orgânicas de 1942 a 1946 são marcos no desenvolvimento da Orientação Educacional. A preocupação com a qualificação profissional se atrelava à redefinição político-econômica do país. Havia necessidade de formação específica ao trabalhador, o que desembocou na criação do Senai e do Senac. Houve a separação das classes sociais, elitização do ensino médio e superior e ensino profissional para o povo em geral. Nesse contexto, a Orientação Educacional ganhou visibilidade e foi legalmente instituída, tornando-se obrigatória no ensino secundário, primando aí pela orientação vocacional. Em 1958, o MEC regulamentou provisoriamente o exercício da função e o registro de Orientador Educacional, pela Portaria n. 105, de março de 1958, tendo ela permanecido provisória até 1961, quando a LDB 4.024 veio regulamentar a formação do Orientador Educacional nas escolas. Neste período a Orientação Educacional responde às demandas sistemáticas, materiais e ideológicas da sociedade. Neste momento, os diagnósticos e aconselhamentos com uso de testes psicológicos são substituídos pelo auxílio ao autoconhecimento, sob a influência de Carl Rogers nos EUA. (subjetividade humana e os aspectos inconscientes) No período de 1964, durante a ditadura militar, o curso de Pedagogia sofre reformulações para adequar-se aos princípios vigentes na época. Alterou-se a formação do técnico generalista e foram criadas as habilitações. Essa divisão, fruto de uma divisão técnica do trabalho escolar, contribuiu para que a Orientação Educacional entrasse num movimento de profissionalização. Criação da associação dos orientadores data da década de 1970. A Lei 5.564, de 21/12/68, demonstra, assim como a LDB em vigor naquela época, preocupação com a formação integral do adolescente, embora traga orientações também referentes ao ensino primário, como era naquela época designado o ensino fundamental. Art. 1o A Orientação Educacional se destina a assistir ao educando, individualmente ou em grupo, no âmbito das escolas e sistemas escolares de nível médio e primário, visando o desenvolvimento integral e harmonioso de sua personalidade, ordenando e integrando os elementos que exercem influência em sua formação e preparando-o para o exercício das opções básicas. A LDB que veio a seguir, a 5.692/71, torna obrigatória a figura do Orientador Educacional em todos os estabelecimentos de ensino de 1º e 2º graus conforme diz, no artigo 10: "será instituída obrigatoriamente a Orientação Educacional, incluindo aconselhamento vocacional em cooperação com os professores, a família e a comunidade". O exercício da profissão do Orientador Educacional é regulamentado com o Decreto 72.846 de 1973, por meio de onze artigos. Função mais disciplinadora 1971 a 1980. Visão sociológica e coletiva. Em 1979 é publicado, no Diário Oficial da República Federativa do Brasil, o Código de Ética do Orientador educacional, com o objetivo de estabelecer normas de conduta profissional para os orientadores educacionais. A partir da década de 80, o Orientador Educacional passa a caminhar em direção aos problemas que vão além dos muros da escola. Põem-se a refletir acerca das suas práticas, de seus valores, desejam participar do planejamento voltando o seu olhar para oaluno. Grinspun (1994) diz que a partir da década de 90, o orientador, ficou cheio de incertezas e questionamentos. Não se sabia se a nova LDB traria ou não menções ao Orientador Educacional em seu texto. Tais incertezas foram dizimadas com a publicação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9394/96), que em seu artigo 64, diz: A formação de profissionais de educação para administração, planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional para a educação básica, será feita em cursos de graduação em pedagogia ou em nível de pós-graduação, a critério da instituição de ensino, garantida, nesta formação, a base comum nacional. Século XXI - Nova configuração no papel do Orientador Educacional Como partícipe da equipe de gestão, a orientação educacional pode se desenvolver em cinco áreas: o aluno, a escola, a família, a comunidade e a sociedade. A visão contemporânea de orientação educacional aponta para o aluno como centro da ação pedagógica, cabendo ao orientador atender a todos os alunos em suas solicitações e expectativas, não restringindo a sua atenção apenas aos alunos que apresentam problemas disciplinares ou dificuldades de aprendizagem. Mediador entre o aluno e o meio social, o orientador discute problemas atuais, que fazem parte do contexto sociopolítico, econômico e cultural em que vivemos. Para poder exercer a contento a sua função, o orientador precisa compreender o desenvolvimento cognitivo do aluno, sua afetividade, emoções, sentimentos, valores, atitudes. Além disso, cabe a ele promover, entre os alunos, atividades de discussão e informação sobre o mundo do trabalho, assessorando-os no que se refere a assuntos que dizem respeito a escolhas. Todas as relações que se estabelecem no cotidiano escolar, em especial o relacionamento com os colegas, podem receber inúmeras contribuições do profissional orientador educacional. A Orientação Educacional: Conceituação e Princípios Filosóficos. Até certo ponto da história, as atividades desenvolvidas pelos Orientadores Educacionais estavam embasados em pressupostos filosóficos ditados pelo contexto social. Observa-se que a Orientação Educacional assume nos últimos anos uma dimensão mais ampla, o que torna sua conceituação mais crítica, profunda e reflexiva. O serviço de Orientação Educacional busca ver o ser humano em sua totalidade. Necessidade de suporte teórico: Filosofia: Busca compreender os problemas relacionados à existência, ao conhecimento, à verdade, aos valores morais e estéticos, à mente e à linguagem. Busca investigar de forma crítica e racional os princípios fundamentais relacionados ao mundo e ao homem. Quem é o homem? Qual o sentido da vida? Quais os valores que lhe são significativos? Descoberta da razão de viver. Visão epistemológica – como é adquirido o conhecimento? http://pt.wikipedia.org/wiki/Exist%C3%AAncia http://pt.wikipedia.org/wiki/Conhecimento http://pt.wikipedia.org/wiki/Verdade http://pt.wikipedia.org/wiki/Valor_(filosofia) http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%89tica http://pt.wikipedia.org/wiki/Est%C3%A9tica http://pt.wikipedia.org/wiki/Mente http://pt.wikipedia.org/wiki/Linguagem Psicologia: Buscar compreender a subjetividade humana. O que motiva o comportamento humano. Como ocorre os seus processos mentais, a sensação, a emoção, a percepção, a aprendizagem, a inteligência, a cognição. Sociologia: Busca compreender a organização da sociedade, ou seja, o comportamento humano em função do meio e os processos que interligam os indivíduos em associações, grupos e instituições. Antropologia: Buscar compreender o significado das relações interpessoais, o comportamento humano e social, significado da própria cultura. Muito Obrigada!
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