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Introdução à Tipografia

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Tipografia: Definições Introdutórias 
 
Você consegue imaginar como seria a sociedade, ou o mundo sem a 
tipografia? Imagine os processos de comunicação sem essa incrível 
ferramenta de codificação de sentidos e tradução de elementos. Para 
iniciarmos uma compreensão desse fenômeno que gerou mudanças 
enormes na sociedade, vamos buscar o sentido inicial de seu nome. 
Em sua descrição de origem grega temos a tradução literal de escrita 
com tipos, ou seja, uma composição de textos usando símbolos 
alfabéticos, numéricos e de pontuação com o objetivo de reproduzir de 
forma numerosa e sequenciada, com uma proposta de redução de 
esforços. Dessa forma, podemos afirmar que tipografia é uma área de 
estudos que visa direcionar os esforços, harmonizar e aplicar de forma 
técnica e coerente os conjuntos de tipos, para que a partir disso, eles 
transmitam suas mensagens e sejam funcionais. 
Vemos a tipografia em todo lugar, sim, estão em todas as partes, nos 
livros, jornais, revistas, gibis, sites, redes sociais, embalagens, manuais, 
bulas, marcas, cartazes e isso se dá pela sua relevância e capacidade de 
transmitir informações de forma simbólica. 
O processo de impressão é historicamente conhecido por usar tipos 
móveis para gravar mensagens. Estes, por sua vez, podem ser de 
metal, madeira, em relevo, gravuras, clichês. A proposta é dar uma 
sequência estrutural e gerar a comunicação escrita. Brisolara (2009) 
aponta que, por analogia e consequência, a tipografia também passou 
a se referir à gráfica que usa uma prensa de tipos móveis. 
 
Pensando por um viés histórico com o advento e o crescente 
desenvolvimento da Revolução Industrial, a tipografia como arte 
divulgadora de progresso já não correspondia às necessidades de um 
mundo em revolução de ideias e costumes, tendo em vista que ela já 
possuía um histórico de desenvolvimento anterior. Brisolara (2009) 
afirma que o livro era indispensável como instrumento de 
acompanhamento e formação, onde essa técnica praticamente 
artesanal já não mais conseguia acompanhar a agilidade na invenção e 
construção de máquinas que massificavam ainda mais o ofício e o 
produto. 
Tendo em vista esse contexto que orienta a tipografia a um processo 
de obsolescência, quando comparado a outras tecnologias, precisamos 
destacar que um método ou prática nunca substitui o outro de forma 
completa. Tipografia é um tema que aborda tantas possibilidades e 
variações, que é mais adequado pensar em um processo de 
modernização dos métodos e técnicas que propriamente o desuso de 
algumas delas. 
Brisolara (2009) aponta que enquanto as prensas offsets são muito 
mais velozes e conseguem desempenhar funções impraticáveis na 
tipografia, esta possui particularidades que outras técnicas gráficas 
dificilmente obterão, como o relevo que forma no papel devido à 
pressão dos tipos nas máquinas. Podemos observar sempre que a 
tipografia acaba se envolvendo em níveis distintos, de acordo com o 
objeto de análise que está sendo tomado, mas precisamos 
compreender que vai além de simplesmente imprimir tipos em alguma 
superfície ou de utilizar de forma harmônica, pois carrega sentidos 
muitas vezes guardados sob o peso simbólico que representa. 
Dentro de um olhar semiótico a tipografia vai transmitir muito mais 
que legibilidade ou sentidos, ela vai carregar estes com ela. Podendo 
ser usada de forma a transmitir ações e representá-las, assim como 
qualidades e características, ela consegue representar intenções e 
interações em relação ao que está sendo representado e também pode 
realizar o significado textual, demarcando os elementos de um texto e 
expressando seu grau de similaridade ou diferença no corpo de leitura, 
além de destacar elementos-chaves enquanto reduz a importância de 
outros. 
Assim sendo, a tipografia pode ser vista como um modo semiótico, 
sistemático e multimodal, capaz de realizar significados não apenas 
textuais, mas também de interpretação simbólica, cultural e social. 
 
O termo tipografia em oposição à escrita manual, conforme Brisolara 
(2009) afirma, refere-se às formas padronizadas e pré-definidas de 
desenho da letra para reprodução (impressa ou por outros meios); 
sobre as técnicas que posteriormente foram sendo desenvolvidas o 
processo de impressão tipográfica é baseado em uso de matrizes 
moldadas em relevo, obtidas da composição de tipos e clichê e fazendo 
uma alusão aos elementos tipográficos do contexto do profissional 
tipógrafo. 
É curioso como ao passar dos anos o termo assume o sentido mais 
amplo da palavra sendo abordado como algo além do impresso, o 
design tipográfico, que se estende por analogia a outros meios que 
dispensam este tipo de suporte (FONSECA, 2007). De toda a forma 
devemos destacar que a tipografia tem seu berço no mundo ocidental 
no século XV como o primeiro processo de reprodução mecanizada do 
texto, decorrente disso diversas transformações e mudanças 
relacionadas a inovação se sucederam ao longo desses cinco séculos, 
permaneceu como referência para a caracterização formal do texto no 
contexto da comunicação. 
Nesse processo complexo em que a tipografia pode ser analisada, é 
importante percebermos no primeiro momento que existe um 
processo de dualidade, que se traduz ainda pela sua intermediação 
entre os domínios do verbal e do visual, como se a exploração da 
forma tipográfica que permite a manifestação do poder de 
comunicação da palavra escrita estivesse constantemente carregada de 
pesos simbólicos e interpretações que podemos contextualizar. 
Assim, para partirmos de um conceito inicial de que tipografia é um 
processo de reprodução mecânica, e chegarmos a um processo de 
exposição de valores culturais e simbólicos, existe um grande trajeto. 
Uma amplitude de enfoques que precisam ser conhecidos para que 
possamos direcionar nossos esforços projetuais, e assim em um 
harmonioso projeto de design colocar todo o peso de uma tipografia 
bem trabalhada na própria concepção do objeto gráfico. 
A tipografia apresenta-se como importante elemento para 
observarmos os fatos e momentos históricos que contribuíram para 
uma nova postura e mudanças na comunicação impressa ou digital. 
Esses processos evolutivos estão permeados por uma série de 
características gerais da tipografia, que vamos entender partindo da 
estrutura geral e analisando as partes envolvidas na arte de trabalhar 
com os tipos. 
 
Caligrafia 
 
Um dos pontos a serem analisados no processo de desenvolvimento 
da tipografia pela presença e eficiência é a caligrafia, este elemento 
tipográfico denota uma proximidade muito grande com as pessoas, 
sendo que somos apresentados a ela pelo processo de aprendizado e 
alfabetização, e apesar de ter uma ligação grande com o público infantil 
é uma ferramenta de grande eficácia para o design gráfico, entender 
ela em sua funcionalidade é importante para direcionarmos o projeto 
gráfico. 
Brisolara (2009) define Caligrafia como: Letras únicas produzidas a 
partir de traçados contínuos à mão livre (manuscritos). Algumas fontes, 
contudo, são elaboradas a partir de originais caligráficos, 
reproduzindo-os; estas são conhecidas como ‘caligráficas’, ‘script’ ou 
‘cursivas’. 
Boguszewski (2012) afirma que, simbolicamente, a caligrafia é 
expressão de civilidade, requinte, elegância, distinção, identidade. Esse 
atributo tem origem muito antiga e se baseia, originalmente, no valor 
simbólico das letras em muitas tradições religiosas. O autor ainda 
aponta que a letra aparece como símbolo do mistério do ser, como 
unidade fundamental vinda direto do verbo divino e com sua 
diversidade inumerável resultante de suas combinações virtualmente 
infinitas; é a imagem da multidão das criaturas, e até mesmo a própria 
substância dos seres que nomeiam. 
Estamos falando de uma análise simbólica e histórica relacionada à 
caligrafia, é importante percebermos a relevância de cada elemento ecomo isso se constituiu, para que possamos aplicar com assertividade 
em nossos trabalhos. 
"No ocidente a arte da caligrafia remonta às tradições romanas e 
cristãs antigas, sendo sua prática cultivada nos mosteiros medievais em 
que se copiavam os textos bíblicos, entre outros manuscritos herdados 
do passado" (BOGUSZEWSKI, 2012, p. 130). 
Os elementos que são ligados à caligrafia e ao efeito simbólico que 
participa de sua conceituação trazem a discussão dos efeitos e da 
tradição envolvidos nessa abordagem. É importante saber que, 
antigamente, as letras eram muito ligadas à caligrafia e ao movimento 
das mãos e, com o avanço do uso dos tipos, houve a necessidade de 
uma organização e que, por meio da classificação, obtém-se maior 
afinidade com o projeto gráfico e o público ao qual é voltado. 
“ A origem das palavras está nos gestos do corpo. Os primeiros tipos foram modelados 
diretamente sobre as formas da caligrafia. No entanto, elas não são gestos corporais, mas 
imagens manufaturadas para repetição infinita. A história da tipografia reflete uma tensão 
contínua entre a mão e a máquina, orgânico e o geométrico, o corpo humano e o sistema 
abstrato (LUPTON, 2006, p. 9). “ 
 
Tipologia e Tipografia 
 
Tipologia e Tipografia, os dois termos são muito utilizados no design, 
não há dúvida. Mas mesmo assim muitas vezes esses termos são 
empregados de maneira incorreta. 
Os dicionários apresentam diversos significados para Tipologia, a 
interpretação que temos interesse e é nosso foco de estudo é o termo: 
“Conjunto de caracteres tipográficos usados em um projeto gráfico”. 
Em outras palavras, quando você vai fazer um projeto é necessário 
determinar a fonte que será usada, a decoração, o tamanho, a cor, se 
utilizará mais do que uma fonte, se a fonte será serifada ou não, todo 
esse estudo é classificado como Tipologia. Esse estudo e proposta 
complexa de conceitos que estão envolvidos em todas as fases do 
projeto tipográfico é o que chamamos de tipologia, assim podemos 
entender que a tipologia é o estudo de como será utilizada a fonte, as 
circunstâncias envolvidas, e a estrutura do projeto em nível macro, já a 
tipografia é a arte de criar tais fontes. 
Nesse sentido, começaremos definindo o que é tipografia como o 
conjunto de práticas e processos envolvidos na criação e utilização de 
símbolos visíveis relacionados aos caracteres ortográficos (letras) e 
para-ortográficos (números, sinais de pontuação etc.) para fins de 
reprodução, sim, precisamos pensar sempre neles em nível de 
possibilidade de reprodutibilidade. Esse elemento vai incluir tanto o 
design de tipos quanto o design com tipos. 
Na falta de um termo em português que traduza o termo inglês 
typeface o termo ‘tipografia’ pode ser utilizado como um sinônimo de 
‘fonte’, para referirmo-nos a um determinado ‘tipo de letra’ utilizado em 
alguma aplicação específica (FARIAS, 2004). 
Dentro dessa definição geral, ao efetuar a análise ou descrição de 
algum exemplo específico de design com tipos, é necessário levar em 
consideração os diferentes processos disponíveis para a obtenção 
destes caracteres ortográficos e para-ortográficos. 
Embora qualquer um desses processos possa resultar em uma fonte 
tipográfica do ponto de vista do design de tipos, dentro da esfera do 
design com tipos é importante diferenciar a tipografia, enquanto 
processo mecânico ou automatizado para a obtenção de caracteres 
regulares e repetíveis, da caligrafia e do letreiramento (processo 
manual para a obtenção de letras únicas, a partir de desenhos). 
Pensar em processos tipológicos e tipográficos pode parecer em um 
primeiro momento algo rápido e que não exige muita demanda 
projetual, porém, a avaliação deve acontecer com calma, por exemplo 
se estiver desenvolvendo uma embalagem de alimento, é necessário 
entender a linguagem do público, como se relaciona com a marca, se o 
produto está falando de forma adequada, por meio da tipografia com o 
público, avaliar se está legível o suficiente e como está a atratividade 
gerada. 
Entender esse processo envolvido na projetação da tipografia, ou seja, 
na tipologia do projeto pode definir o rumo a que você deverá levar o 
material, se precisa trabalhar elementos específicos para valorizar 
determinados elementos que são relevantes a determinado público. 
Vamos direcionar a atenção para o elemento que gera muita confusão 
no design, a Tipologia. Esse elemento essencial no design gráfico é na 
verdade pertencente à taxonomia, a ciência das classificações, tipologia 
é o estudo das características das diferenças entre objetos e seres vivos 
de toda espécie. 
Tipologia é um termo que constantemente é utilizado em textos do 
design, ele costuma ser adotado quando existe a necessidade de 
distinguir o estudo que resulta na caracterização de qualquer elemento 
da estrutura do projeto, seja ele uma fonte, cor, formas, imagens ou 
qualquer outra realidade que precise ser caracterizada. 
A partir de uma interpretação mais ampla pode-se entender que 
tipologia é um sinônimo para classe, família, gênero, enfim, uma 
classificação generalista de algo, como já citado, utilizamos como um 
processo de reflexão dos elementos contidos no projeto, a tipografia é 
contemplada por ela estar dentro desse processo. Ou seja, em um 
projeto tipográfico a tipologia foi feita ao pensar sobre os conjuntos de 
elementos e como trabalham. 
Vamos desenvolver um pouco mais sobre o assunto tipografia? 
A tipografia é considerada a arte e o processo de criação de caracteres, 
ela tem origem etimológica na implantação da impressão por tipos 
móveis na Europa, a partir do século XV. Dentro do design gráfico, a 
tipografia é interpretada como uma ferramenta de promoção de uma 
organização estrutural para ser utilizada como forma à comunicação 
imprteessa. 
Trabalhar com os tipos envolve uma série de características muito 
interessantes, na maioria dos casos, a exigência é que uma composição 
tipográfica deve ser legível e visualmente atrativa, sem desconsiderar o 
contexto em que é lida e os objetivos da sua publicação, e o local ou 
substrato que foi aplicado (físico ou digital). 
Tipografia pode ser também algo que não precisa ser lido. Se você gosta de transformar 
partes dessa informação em algo mais interessante, pode fazer algo ilegível, para que o 
leitor descubra a resposta. Isso também é possível, e isso também é tipografia. Escrita à mão 
é tipografia. Fazer letras à mão também é tipografia. Tipografia é a arte de escolher o 
tamanho correto, comprimento certo da linha, de escolher as diferentes espessuras das 
informações do texto. Ela pode incluir cor, que dá outro significado à palavra. Se você 
imprimir algumas partes em vermelho, elas se transformam numa outra informação. A 
tipografia inclui regras para o uso de linhas, formas positivas e aplicação de retículas, letras 
em diferentes contrastes de claro-escuro e de tamanhos pequenos e grandes (FARIAS, 2004, 
p.15). 
Em trabalhos de design gráfico experimental ou de vanguarda os 
objetivos formais extrapolam a funcionalidade do texto, portanto 
questões como legibilidade, nesses casos, podem acabar sendo 
relativas, tendo em vista que a análise dos elementos de valor e 
estéticos vão se sobrepor sobre a funcionalidade. Isso ocorre devido à 
versatilidade de recursos que a tipografia oferece, é uma arte que nos 
liga à comunicação tanto em uma estrutura formal como um texto ou 
um livro ou em uma obra de arte utilizada para transmitir além da 
palavra descrita ou representada. 
O interesse visual despertado pela tipografia é realizado por meio da 
harmonia das fontes tipográficas, composição, layout do texto, cores, e 
direciona para o teor do texto. 
Letreiramento 
 
e considerarmos os mais de 500 anos da história da impressão com 
tipos móveis, muitos termos foram adotados ou adaptados de 
diferentes línguas para significar alguma função, tarefa ou elementorelacionado aos tipos. 
Farias (2013) aponta que, desta forma, alguns dos termos utilizados na 
nomenclatura tipográfica são adaptações de termos tradicionalmente 
adotados na prática da caligrafia ou da escrita em geral, enquanto 
outros foram criados para melhor descrever as partes dos tipos de 
metal ou madeira. 
Quando consideramos o advento da internet e o avanço das 
tecnologias digitais, muitos destes termos continuaram em uso, 
embora nem sempre com o mesmo significado, e novos termos foram 
cunhados, pois foi necessária alguma adaptação para que tivesse 
relação com a realidade. 
Farias (2013) afirma que dentro dessa definição ampla, ao efetuar a 
análise ou descrição de algum exemplo específico de design com tipos, 
é necessário levar em consideração os diferentes processos disponíveis 
para a obtenção desses caracteres ortográficos e para-ortográficos. 
Ainda como complemento, Farias (2013) aponta que dentro da esfera 
do design com tipos é importante diferenciar a tipografia, enquanto 
processo mecânico ou automatizado para a obtenção de caracteres 
regulares e repetíveis, da caligrafia (processo manual para a obtenção 
de letras únicas, a partir de traçados contínuos à mão livre) e do 
letreiramento (processo manual para a obtenção de letras únicas, a 
partir de desenhos). 
Brisolara (2009) define que Letreiramento como letras únicas, 
produzidas a partir de desenhos (com pincel, caneta, lápis ou outro 
instrumento). As implementadas como fonte passam à designação 
‘brush’ ou ‘manuais’. 
Entendendo que o contexto e os fatores envolvidos na produção 
definem também a nomenclatura adotada, percebemos que além de 
rico, visualmente, esse elemento tipográfico permite intervenções 
visuais em diversos ambientes sociais. Assim, o Letreiramento 
(tradução do inglês lettering), interpretado segundo Farias (2013) 
mantém um aspecto mais restrito, ainda com vínculos com o termo 
tipografia que fica reservado à identificação de caracteres produzidos 
de forma mecânica ou automática, e com os traçados individualizados 
e manuais chamados de caligrafia. 
Caractere e Fonte 
 
A tipografia é formada por diversos elementos micros que consistem 
em características de formatação e que se relacionam com a tipologia 
escolhida. Nesse contexto, utilizaremos o termo caractere, pois de 
acordo com Farias (2004) deve ser utilizado para nos referirmos a cada 
uma das letras, números e sinais (inclusive espaços) que compõem 
uma fonte tipográfica, ou que fazem parte de um sistema de escrita. 
Ainda sobre a explanação do autor, podemos definir alguns termos 
relacionados com as fontes, principalmente nos meios profissionais 
(gráficas, agências, estúdios de design etc.). 
O Tipo, original do grego Typos, significa modelo, sinal, caractere, letra 
de imprensa em interpretações modernas. É um sinônimo de tipografia 
e pode ser reconhecido como typeface também em bibliografias 
modernas que trabalham com o digital. 
Já o caractere ou fonte refere-se, de acordo com Farias (2004), com 
cada símbolo abstrato de uma fonte. É o design específico de um 
conjunto de caracteres tipográficos. Também pode se referir a 
conjuntos de caracteres determinados não só pelo desenho das faces, 
mas também por suas características métricas e de espaçamento no 
caso das fontes digitais. 
Quando buscamos a significação do termo alfabeto, o autor nos mostra 
que pode ser o conjunto de símbolos abstratos usados em cada 
sistema de escrita, não necessariamente precisa estar implementada 
como fontes. São as letras usadas em uma determinada língua. Seu 
nome deriva das duas primeiras letras do alfabeto grego. 
A abordagem relacionada à família tipográfica está vinculada com o 
conjunto das variantes (estilo regular, itálico, bold, bold itálico etc.) de 
um mesmo design tipográfico (determinada fonte). Os termos série, 
fonte ou face se referem a cada um dos membros da família. Outros 
elementos ficam próximos, pois, atuam em conjunto como a já 
discutida caligrafia, que, de acordo com Farias (2004) é formada por 
letras únicas produzidas a partir de traçados contínuos à mão livre. 
Porém, algumas fontes, contudo, são elaboradas a partir de originais 
caligráficos, reproduzindo esses traçados; estas são conhecidas como 
fontes caligráficas, script ou cursivas. 
Um ponto que ainda trataremos na anatomia tipográfica, ligado a 
fonte, é a conhecida como Caixa-alta/Caixa-baixa, que para Farias 
(2004) são termos sinônimos para designar letras maiúsculas e letras 
minúsculas. Essa nomenclatura tem ligação com sua origem que 
remonta à posição ocupada pelos tipos móveis de metal na caixa de 
tipos (as maiúsculas na parte superior e as minúsculas na parte 
inferior). 
Glifo e Família Tipográfica 
 
A tipografia é traduzida com a expressão máxima do pensamento, da 
técnica verbal e da não verbal que, por associações geométricas e 
imagens gráficas, consegue expressar diversos sentimentos e anseios 
do ser social (MOTA; AMENDOLA, 2018). 
Dentro dos termos que vimos que estão intrínsecos ao estudo da 
tipografia, precisamos abordar o significado do termo glifo, não é um 
dos termos populares, mas ele existe e tem sua relevância. Para Farias 
(2004) o termo glifo é a melhor tradução para o inglês glyph , e pode 
ser utilizado como alternativa ao termo ‘caractere’ quando desejamos 
nos referir a qualquer imagem (letra, número ou símbolo) que faz parte 
de uma fonte. 
Para Mota e Amendola (2018), a atuação do designer propõe a abertura 
de novas possibilidades que ampliem os seus horizontes sugerindo, a 
partir da riqueza de exemplos do passado, formas criativas e 
conscientes de se proceder no presente. Quando está atuando na 
composição gráfica com tipos há o emprego de significados atribuídos 
e a possibilidade de utilizar diferentes maneiras de se comunicar algo 
dentro de um limite e de um princípio dialético. 
Observando os formatos das revistas, dos jornais e livros impressos, 
percebemos facilmente que esses sofreram poucas alterações ao longo 
de sua existência. Mas quando estamos trabalhando os elementos 
envolvidos nas artes gráficas, e em usos ditos modernos como sites, e-
books e materiais gráficos notamos transformações mais radicais em 
seus elementos específicos, principalmente pela forma que o layout e a 
tipologia são estruturados, a tipografia, o tratamento das imagens, o 
uso de cores, e a diagramação, todos os elementos são orientados para 
que transmitam reações e mensagens. 
Mota e Amendola (2018) completam ainda que são detalhes capazes de 
alterar padrões, uma vez que cada um, em si mesmo, e todos em 
interação, são capazes de criar proposições de leituras radicalmente 
diferentes entre si. 
Farias (2004) apresenta que família tipográfica contempla o conjunto 
das variantes da fonte (estilo regular, itálico, bold, bold itálico etc.) de 
um mesmo design tipográfico. Os termos série, fonte ou face se 
referem a cada um dos membros da família, dessa forma o conjunto e 
suas variações ainda pertencem a um grupo único. 
Finizola e Coutinho (2009) trazem a discussão sobre as famílias 
tipográficas apontando que o atributo do peso define as espessuras 
das hastes de uma família tipográfica, afetando a sua cor, sua 
tonalidade na mancha gráfica de um layout. Os autores ainda 
completam que como exemplo temos as variações de peso light, 
regular, bold, semibold, extrabold. 
Elementos Ortográficos e Para-Ortográficos 
 
Duarte (2017) afirma que todas as abordagens sobre tipografia são 
complementares e ampliam a identificação do que é. E ainda mais com 
a contribuição que a alinha à linguagem visual. É fundamental 
relembrar que a tipografia é um conjunto de elementos que compõe a 
sintaxe visual, assumindo assim a responsabilidade pelo papel de 
expressar visualmente o texto escrito. Dessa forma, Duarte (2017) 
aponta que é necessário buscar condições para que se possa exercer 
essa tarefa de forma aque respeite a legibilidade, assim como também 
possa agir em favor dos objetivos da mensagem dentro dos projetos 
gráficos. 
Definiremos, assim, tipografia como um conjunto de práticas subjacentes à criação e 
alteração de símbolos visíveis relacionados aos caracteres ortográficos (letras) e para-
ortográficos (tais como números e sinais de pontuação) para fins de reprodução, 
independentemente do modo como foram criados (à mão livre, por meios mecânicos) ou 
reproduzidos (impressos em papel, gravados em um documento digital) (FARIAS, 2013, p. 18). 
Segundo Farias (2004), os termos utilizados na nomenclatura 
tipográfica se originam tanto da prática da caligrafia e da escrita em 
geral, quanto da prática tipográfica de tipos móveis de metal ou 
madeira. Quando observamos os elementos e diferenciamos que 
possuem suas funções com distinções, percebemos que os caracteres 
ortográficos ou as fontes que compõem as estruturas nos direcionam a 
contemplações de informações descritivas, pois estão se relacionando 
diretamente com palavras. Já os elementos ortográficos possuem 
função diferente, pois organizam o contexto, criam espaços, 
estruturam a mensagem, apontam números e trazem um sentido mais 
racional à estrutura. 
Farias (2004) define os elementos tipográficos e descreve como são 
interessantes de serem interpretados, pois estão ligados com os 
caracteres para-ortográficos e os ortográficos, sob um olhar técnico 
acabam tendo aparências muito distintas, mas nas ações diárias da 
escrita passam quase despercebidos, porém ainda fazem grande 
diferença. 
Como, por exemplo, placas de carros, atuam basicamente com ambos 
os formatos, mas que tem maior peso na interpretação lógica e 
codificada, ou no caso dos calendários em que nos deparamos com o 
controle de tempo, ou a partir de ambos os formatos de caracteres, 
nas senhas dos bancos em que direcionamos o entendimento não para 
o que os códigos apresentam, mas pelo que eles representam, que é 
sua vez de ser atendido. 
Dessa forma, podemos contextualizar as aplicações dos caracteres e 
compreender que estão no nosso dia a dia, e relacionam-se com 
nossas tarefas diárias. Isso aponta o quanto é importante a ação do 
designer na atividade gráfica. 
 
Definições e introdutórias - Características e 
propriedades 
 
O conceito de variações tipográficas é aplicado para se referir a um 
determinado conjunto de fontes que compartilha características 
comuns de forma, métrica e espacejamento, formando uma família 
tipográfica. Essas variações possuem como objetivo facilitar a 
hierarquização de informações em uma página diagramada ou projeto 
gráfico (FARIAS; PEREIRA, 2010). 
Para entendermos melhor como esse processo ocorre, ele é 
direcionado a um conjunto de fontes, que é quase sempre gerado a 
partir de uma fonte inicial, que partilha um mesmo conceito ou faz 
parte de uma mesma solução de projeto, embora apresente diferenças 
de espessura, largura, inclinação e estilo, ou seja, essas fontes 
pertencem à mesma família tipográfica mas podem ser analisadas 
individualmente por diferenças que possuem. Conforme Farias e 
Pereira (2010), a fonte romana faz parte desse conjunto, mas será 
nosso modelo principal que permite orientar a elaboração das 
variações, conservando assim as características que determinam a 
família. 
Inicialmente, destacamos a nomenclatura apresentada como romana 
em nosso modelo base, segundo Pereira e Farias (2010) sua 
nomenclatura tem base em quatro fatores presentes: 
1. Caracteres que apresentam estruturas baseadas em formas de 
origem latina; 
2. Caracteres de eixo vertical, ou seja, sem inclinação; 
3. Caracteres com formas não cursivas; 
4. Formas de caracteres relacionadas às inscrições monumentais 
romanas. 
Assim, usamos a nomenclatura com base na orientação de Farias e 
Pereira (2009), pois possui formas ocidentais de origem latina, não 
cursivas, não inclinadas (não-itálicas), com peso “regular” e largura 
“normal”, enquanto que os outros membros da família são variações 
dessa fonte. 
Os elementos tipográficos das famílias apresentadas são classificados 
como sem serifa, podendo também ser descritas como tipografias 
destinadas à composição de textos longos, ou seja, famílias não-
display, ou simplesmente famílias de texto. 
Ao abordarmos a versão com efeito itálico, ou inclinada, a proposta é 
gerar algum tipo de ênfase no elemento textual. Farias e Pereira (2010) 
afirmam que os primeiros cortes itálicos eram usados para impressão 
de textos longos inteiros. As fontes itálicas tinham a vantagem de 
economizar páginas e eram empregadas especialmente em livros de 
formatos menores, o estilo itálico possui alterações estruturais, tendo 
nesse caso a alteração de espessura, mas a altura é mantida. 
Há estilos criados a partir de variações na espessura dos traços dos 
tipos, como thin, light, semibold, bold, extrabold , entre outros 
(FONTOURA, 2004, p. 34). 
A variação apresentada como condensed se deve a variações na 
largura dos glifos. 
Ela se mantém sem inclinação, mas preserva pontos de mudança, 
deixando suas linhas preservadas, tendo o espacejamento alterado. Na 
variação com negrito, os traços tendem a gerar áreas demasiadamente 
escuras, mas essa é uma das características das variações bold (negrito) 
ou mais pesadas. 
Geralmente utilizadas como auxiliares das romanas, podem ser 
empregadas na composição de títulos e subtítulos, em listas para 
destacar itens de forma proposital. “O negrito se mostra geralmente 
entre dois quintos e dois terços mais pesado que o romano” 
(FRUTIGER, 2007, p. 148), as hastes verticais devem apresentar 
espessura igual a 35% do valor da altura de versal (distância da linha de 
base ao topo da letra maiúscula) em fontes bold. 
Dessa forma, entendemos que as principais variações se devem a 
aplicações e possibilidade com que cada elemento tipográfico é 
aplicado, seja para facilitar a leitura longa ou para dar atenção a um 
fragmento da frase. 
 
Aplicações de Conceitos 
 
Ao trabalharmos a estrutura das fontes, alguns pontos são relevantes 
de serem analisados ponto a ponto, por exemplo o design de fontes 
tipográficas, principalmente aquelas projetadas para aplicação em 
textos extensos. Devemos considerar dois conceitos relevantes: 
legibilidade e leiturabilidade, entendendo primeiro que sua intenção é 
de oferecer ao leitor a clareza, para que os caracteres possam ser 
reconhecidos individualmente. Já o conceito de leiturabilidade, do 
inglês readability, se refere à qualidade de conforto visual, Farias (2004) 
define os elementos da seguinte forma: 
A leiturabilidade é a qualidade que torna possível o reconhecimento do 
conteúdo informacional de um material, quando esse material é 
representado por caracteres alfanuméricos. Essa característica de ser 
adaptada a uma boa leitura se deve principalmente pelo espaço entre 
caracteres, entre grupos de caracteres e se está sendo trabalhado com 
variantes da família trabalhada, habitualmente encontraremos as 
variações condensado e expandido, regular, itálico, negrito e versalete. 
Segundo Farias (2004) na maioria dos casos a mais legível, além de ser 
também a mais comum, particularmente em grandes blocos de texto, é 
a que prevalece no texto como um todo. 
Sobre a presença ou ausência de serifa, é um tópico importante de ser 
tratado, já que as serifas são traços adicionados ao início ou ao fim das 
hastes principais de um caractere, podendo ser uni ou bilateral, e 
transitiva ou abrupta, ou seja, acabar com uma curva suave até a base 
ou reta. 
Farias (2004) levanta a afirmação que a serifa aumenta as 
características que distinguem as letras (legibilidade), propiciando seu 
agrupamento em conjuntos significativos (leiturabilidade). 
Já Guimarães (2004) tece a mesma recomendação, afirmando que 
textos compostos em tipo com serifa são mais fáceis de ler, pois a 
serifa incrementa a diferenciaçãoentre as letras. 
Por outro lado, quando aplicados a palavras isoladas, recomenda-se a 
utilização de tipos sem serifa. Em termos gerais, a via de regra é que 
colabora na leitura, mas pode aumentar o peso da fonte, pois pode 
cansar mais em leituras longas, assim nesses casos fontes sem serifa 
podem auxiliar mais. 
Sobre as espessuras das hastes, segundo Gribbons (1993), as famílias 
tipográficas mais legíveis são aquelas com uma variação média entre as 
hastes mais finas e as mais grossas de seus caracteres. A diferença 
moderada entre a espessura das hastes facilita a diferenciação entre 
caracteres, frequentemente confundidos ao acentuar o desenho 
específico de cada um. 
Muitas pequenas diferenças são possíveis de serem aplicadas dentro 
da tipografia, com o intuito de melhorar ou apurar a leitura, ou até 
mesmo para chamar a atenção para alguma palavra ou ponto 
específico. Dessa forma, o designer deve pesquisar e entender a 
anatomia da fonte que pretende trabalhar, para não corrermos o risco 
de descrever normas para a criação de um texto perfeito, a partir de 
definições de estilo e corpo de fonte, espacejamento, largura de coluna 
e outras variáveis. Estas são muito importantes, mas precisamos 
sempre pensar na experiência gerada e como será aplicado no layout. 
 
Conclusão 
O estudo da tipografia, tanto a partir de uma perspectiva histórica 
quanto de um panorama estético e projetual consistem no ato de 
manipular e interpretar os códigos gráficos que revelam, além de 
complexidade, um conjunto de emoções a serem transmitidas. Uma 
das características mais marcantes da tipografia está em seu caráter 
funcional, mas que com toda sua estrutura por vezes rígida consegue 
manter a sutileza e expressão das emoções humanas. 
Os muitos avanços e aplicações ao longo de mais de 500 anos de 
desenvolvimento fizeram a tipografia mudar o mundo, não teríamos a 
mesma concepção de sociedade sem ela. Os processos 
comunicacionais se baseiam em códigos e acabam em sua grande 
maioria derivando de algum código escrito e codificado em letras e 
fontes. 
Tipografia é uma forma de autoexpressão ou manifestação estética, os 
atributos gráficos da tipografia têm por objetivo representar e 
fortalecer visualmente o conteúdo de uma determinada mensagem e 
permitir que o indivíduo que está fazendo uso de seus elementos 
possa transmitir o que sente, vê ou quer representar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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