Buscar

Livro-Texto - Unidade I

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 73 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 73 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 73 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Autora: Profa. Claudia Roberta Carneiro Leão
Colaboradora: Profa. Christiane Mazur Doi
Sistemática de 
Importação e Exportação
Professora conteudista: Claudia Roberta Carneiro Leão
Graduada em Ciências Econômicas pela Faculdade de Economia, Finanças e Administração de São Paulo, 
pós-graduada em Comércio Exterior pela Universidade Paulista-UNIP, cursos extracurriculares na área de 
Importação e Exportação e Mestre em Engenharia da Produção na linha de pesquisa de Meio Ambiente, pela 
Universidade Paulista, Capes 5. Atuante há 30 anos no mercado de trabalho, destes, 22 anos na área de Comércio 
Exterior e 8 anos nas áreas administrativas e, paralelamente, há 13 anos professora universitária. Como professora 
ministra as seguintes disciplinas: Economia e Mercado, Sistemática de Importação e Exportação, Logística na Importação 
e Exportação, Legislação Aduaneira e Comunicação Empresarial. Coordenadora dos cursos de Gestão da UNIP, desde 
2019, do campus Jundiaí e coordenadora do curso de Gestão em Comercio Exterior no EaD (Ensino a Distância).
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
L437s Leão, Claudia Roberta Carneiro.
Sistemática de Importação e Exportação / Claudia Roberta 
Carneiro Leão. – São Paulo: Editora Sol, 2022.
196 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230.
1. Exportação. 2. Importação. 3. Certificado. I. Título.
CDU 339.5
U514.24 – 22
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Profa. Sandra Miessa
Reitora em Exercício
Profa. Dra. Marilia Ancona Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Profa. Dra. Marina Ancona Lopez Soligo
Vice-Reitora de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Claudia Meucci Andreatini
Vice-Reitora de Administração
Prof. Dr. Paschoal Laercio Armonia
Vice-Reitor de Extensão
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades do Interior
Unip Interativa
Profa. Elisabete Brihy
Prof. Marcelo Vannini
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático
 Comissão editorial: 
 Profa. Dra. Christiane Mazur Doi
 Profa. Dra. Angélica L. Carlini
 Profa. Dra. Ronilda Ribeiro
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista
 Profa. Deise Alcantara Carreiro
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Auriana Malaquias
 Vera Saad
Sumário
Sistemática de Importação e Exportação
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................9
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................9
Unidade I
1 O COMÉRCIO EXTERIOR ................................................................................................................................ 11
1.1 História do comércio exterior no Brasil....................................................................................... 13
1.1.1 Período colonial (1500-1822) ............................................................................................................ 14
1.1.2 Período do Império (1822-1889) ...................................................................................................... 19
1.1.3 Primeira República (1889-1930) ...................................................................................................... 20
1.1.4 Era Vargas e o Brasil democrático (1930-1964) ......................................................................... 21
1.1.5 Regime Militar (1964-1985) .............................................................................................................. 23
1.1.6 Redemocratização (1985 – 1990) .................................................................................................... 24
1.2 Contextualização do Brasil no Comércio Internacional ....................................................... 28
1.3 Os principais estados brasileiros e suas contribuições no comércio exterior .............. 40
1.4 Balança comercial ................................................................................................................................ 46
1.5 Os objetivos da organização em ingressar no comercio internacional .......................... 49
1.6 Classificação fiscal de mercadoria ................................................................................................. 50
1.6.1 NCM ............................................................................................................................................................. 51
1.6.2 Tarifa Externa Comum (TEC) ............................................................................................................... 53
1.7 Blocos econômicos .............................................................................................................................. 53
2 A ESTRUTURA BRASILEIRA PARA O COMÉRCIO EXTERIOR ............................................................ 56
2.1 Ministério da Economia ..................................................................................................................... 58
2.2 Secretaria Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais (Secint) ............. 59
2.2.1 Secretaria Executiva da Câmara de Comércio Exterior (Camex) ......................................... 60
2.2.2 Secretaria de Assuntos Econômicos Internacionais (Sain) .................................................... 62
2.2.3 Secretaria de Comércio Exterior (Secex) ....................................................................................... 63
2.3 Ministério das Relações Exteriores ................................................................................................ 64
Unidade II
3 ÓRGÃOS INTERVENIENTES .......................................................................................................................... 74
3.1 Gestores, anuentes e autoridades em Comex........................................................................... 74
3.1.1 Órgãos gestores ....................................................................................................................................... 74
3.1.2 Órgãos anuentes ..................................................................................................................................... 75
3.1.3 Autoridades em Comex ........................................................................................................................ 77
3.2 Recintos alfandegados ....................................................................................................................... 82
3.2.1 Armazém alfandegado ......................................................................................................................... 83
3.2.2 Armazém zona primária ....................................................................................................................... 84
3.2.3 Armazém zona secundária .................................................................................................................. 84
3.2.4 Porto seco .................................................................................................................................................. 85
4 PRESTADORES DE SERVIÇO ......................................................................................................................... 86
4.1 Despachante aduaneiro ..................................................................................................................... 86
4.2 Trading company ..................................................................................................................................87
4.3 Empresas comerciais exportadoras ............................................................................................... 88
4.4 Agente de carga internacional ....................................................................................................... 89
4.5 Operador de transporte multimodal (OTM) ............................................................................... 90
4.6 Corretor de seguro ............................................................................................................................... 91
4.7 Corretor de câmbio .............................................................................................................................. 91
4.8 Transportadora ...................................................................................................................................... 91
Unidade III
5 EXPORTAÇÃO .................................................................................................................................................... 97
5.1 Aspectos conceituais........................................................................................................................... 97
5.2 Aspectos práticos ................................................................................................................................. 98
5.2.1 Vantagens em exportar ........................................................................................................................ 98
5.2.2 Como exportar? ....................................................................................................................................... 99
5.3 Aspectos fiscais ...................................................................................................................................102
5.3.1 Imposto de Exportação (IE) ...............................................................................................................102
5.3.2 Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) ..............................................................................103
5.3.3 PIS e Cofins ..............................................................................................................................................103
5.3.4 Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) .............................................104
5.3.5 Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) ....................................................................................104
5.3.6 Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) .......................................................................104
5.3.7 Encargos sociais .....................................................................................................................................105
5.3.8 Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS) .....................................................105
5.4 Documentos .........................................................................................................................................105
5.4.1 Pedido de compra .................................................................................................................................105
5.4.2 Contrato internacional de compra e venda ...............................................................................106
5.4.3 Booking .....................................................................................................................................................107
5.4.4 Conhecimento de embarque aéreo ...............................................................................................107
5.4.5 Conhecimento de embarque marítimo ........................................................................................109
5.4.6 Conhecimento de embarque rodoviário ...................................................................................... 112
5.4.7 Fatura proforma (proforma invoice) ............................................................................................. 113
5.4.8 Fatura comercial (invoice) .................................................................................................................114
5.4.9 Romaneio de carga .............................................................................................................................. 115
5.4.10 Certificado de origem .......................................................................................................................116
5.4.11 Certificado sanitário/fitossanitário ..............................................................................................118
5.4.12 Certificado de seguro internacional ........................................................................................... 118
5.4.13 Certificado de fumigação ...............................................................................................................118
5.4.14 Contrato de câmbio .......................................................................................................................... 119
5.4.15 Liquidação de câmbio ...................................................................................................................... 120
6 REGIMES ADUANEIROS ESPECIAIS NA EXPORTAÇÃO ....................................................................120
6.1 Trânsito aduaneiro na exportação ...............................................................................................120
6.2 Exportação temporária ....................................................................................................................120
6.3 Entreposto aduaneiro na exportação .........................................................................................121
6.4 Exportação em consignação ..........................................................................................................122
6.5 Amostras ................................................................................................................................................122
6.6 Exportações destinadas a feiras, exposições e certames ....................................................122
6.7 Exportação com pagamento em moeda nacional ................................................................123
6.8 Reexportação .......................................................................................................................................123
6.9 Internacional Commercial Terms (Incoterms) ........................................................................123
6.10 Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex) ........................................................135
6.10.1 Declaração Única de Exportação (DU-E) ................................................................................. 137
6.10.2 Conceitos utilizados na elaboração da DU-E ......................................................................... 138
6.10.3 Formas de elaborar a DU-E ........................................................................................................... 139
6.10.4 Despacho aduaneiro ......................................................................................................................... 139
6.10.5 Desembaraço aduaneiro ................................................................................................................. 140
6.10.6 Comprovante de exportação ........................................................................................................ 140
6.10.7 Averbação da DU-E............................................................................................................................141
6.10.8 Canais de parametrização ...............................................................................................................141
6.11 Cálculo para preço de venda .......................................................................................................142
6.12 Nota fiscal saída exportação .......................................................................................................1466.13 Fontes de financiamento ..............................................................................................................147
6.13.1 ACC .......................................................................................................................................................... 147
6.13.2 ACE .......................................................................................................................................................... 147
6.13.3 Proex programa de financiamento às exportações ............................................................. 148
Unidade IV
7 IMPORTAÇÃO ..................................................................................................................................................155
7.1 Aspectos conceituais.........................................................................................................................155
7.2 Aspectos práticos ...............................................................................................................................157
7.2.1 Vantagens em importar .................................................................................................................... 157
7.2.2 Como importar? ................................................................................................................................... 158
7.2.3 Aspectos fiscais ..................................................................................................................................... 160
7.2.4 Documentos ........................................................................................................................................... 160
8 OPERACIONALIZAÇÃO DA IMPORTAÇÃO ............................................................................................161
8.1 Regimes aduaneiros especiais na importação ........................................................................161
8.1.1 Admissão Temporária ..........................................................................................................................161
8.1.2 Carnê ATA ................................................................................................................................................ 162
8.1.3 Entreposto aduaneiro ......................................................................................................................... 162
8.1.4 Declaração de Trânsito Aduaneiro (DTA) .................................................................................... 163
8.1.5 Loja franca .............................................................................................................................................. 163
8.1.6 Repetro ..................................................................................................................................................... 163
8.1.7 Drawback ................................................................................................................................................. 164
8.2 Siscomex importação .......................................................................................................................166
8.2.1 Licença de importação (LI) ............................................................................................................... 166
8.3 Ex-tarifário ............................................................................................................................................168
8.4 Despacho aduaneiro na importação ..........................................................................................168
8.4.1 Declaração de importação (DI) ........................................................................................................171
8.4.2 Declaração Simplificada de Importação (DSI) .......................................................................... 172
8.4.3 Declaração Única de Importação (Duimp) ................................................................................ 172
8.4.4 Canais de parametrização ................................................................................................................ 173
8.4.5 Conferência aduaneira ...................................................................................................................... 175
8.4.6 Exigência fiscal ...................................................................................................................................... 176
8.4.7 Perdimento de mercadoria ............................................................................................................... 177
8.4.8 Adiantamento numerário ao despachante e acerto final ................................................... 178
8.4.9 Laudo técnico ........................................................................................................................................ 180
8.4.10 Desembaraço aduaneiro na importação .................................................................................. 180
8.5 Cálculo dos impostos e custos de importação (landed) .....................................................181
8.6 Nota fiscal de entrada importação .............................................................................................185
8.7 Câmbio na importação.....................................................................................................................185
8.7.1 Modalidades de pagamento na importação ............................................................................. 186
8.8 Seguro Internacional ........................................................................................................................187
9
APRESENTAÇÃO
A razão cardeal de toda superioridade humana é, sem dúvida, a vontade. O poder nasce do querer. 
Sempre que um homem aplica a veemência e a perseverante energia de sua alma a um fim, ele vencerá os obstáculos, 
 e, se não atingir o alvo, fará pelo menos coisas admiráveis.
José de Alencar
Esta disciplina tem por objetivo oferecer uma compreensão sistemática e operacional dos aspectos 
comerciais, administrativos e fiscais aduaneiros e das rotinas dos processos de importação e exportação, 
o que auxiliará os alunos a buscarem a melhor qualidade, no menor tempo e ao menor custo, ao longo 
de sua carreira no mercado de trabalho.
Por meio de uma visão prática, apresentaremos, ao longo dos tópicos, uma análise da história do 
comércio exterior, a fim de que o aluno possa entender como ocorreu o início dos processos, dos termos 
e das diretrizes das importações e exportações.
Estudaremos termos de negociação aplicados mundialmente, o que levará a um melhor entendimento 
dos riscos e das responsabilidades nas compras e nas vendas do mercado internacional.
Analisaremos e discutiremos os aspectos das importações e das exportações door to door, ou seja, 
veremos todo o processo de importação e exportação, desde sua origem até seu destino, tema que 
envolve negociações, fretes, embarques, alfândega, armazenagem e regimes aduaneiros especiais, bem 
como a finalização de todos os custos envolvidos.
INTRODUÇÃO
As incertezas e os efeitos econômicos trazidos pela irrupção da pandemia de covid-19, no início de 
2020, geraram um rápido movimento de revisão de projeções para o desempenho da economia mundial. 
As preocupações se estenderam ao comércio mundial, criando expectativas de uma queda forte das 
exportações e importações ao redor do mundo. Felizmente, as piores previsões não se confirmaram, e 
o desempenho do comércio mundial tem sido surpreendentemente favorável em vista da gravidade do 
cenário. Na verdade, nessa crise, o comércio tem tido um desempenho bem diferente do observado em 
outros momentos de recessão mundial.
Segundo o Ipea (2020), a fim de contribuir para o debate sobre o impacto da covid-19 no comércio 
mundial, avaliou-se como os fluxos de importação e exportação vêm se comportando em 2020 diante da 
crise pandêmica, lançandomão de indicadores mensais agregados para um conjunto representativo de 
países, com dados disponíveis até agosto. De fato, o que se viu em 2020 foi uma uma rápida recuperação 
dos fluxos de comércio a partir de maio – ainda que tal recuperação venha se dando em ritmos diferentes 
entre países e regiões. Os números disponíveis sugerem que a queda da maior do volume deste ano 
possa ser ainda menor do que as previsões mais recentes indicaram. Avaliou-se também se há alguma 
correlação entre a variação dos fluxos de comércio e alguns indicadores específicos referentes aos países 
analisados, como a incidência da covid-19 ou a importância que as cadeias globais de valor têm no 
10
comércio de cada país. Além disso, discute as perspectivas para o comércio mundial nos últimos meses 
de 2020 e em 2021, levando em conta as previsões disponíveis atualmente e também o balanço de riscos.
Com a globalização, a abertura dos mercados e a internacionalização das empresas, a competitividade 
foi estabelecida em altos níveis, necessitando de profundo conhecimento das questões relacionadas ao 
comércio exterior. Sob este foco, incluímos a operacionalização da importação e exportação dentro 
do país, juntamente com os processos de compra e venda, ou seja, importação e exportação, que, 
bem conduzido por profissionais experientes pode contribuir fortemente para o Brasil, no âmbito do 
ciclo econômico crescente do comercio exterior, com enfrentamento das oscilações dos mercados 
e das moedas.
Um exemplo histórico, o Produto Interno Bruto (PIB) mundial, que é a soma de todas as riquezas 
produzidas pelos países, sempre esteve acima do crescimento das vendas externas. O PIB mundial sempre 
se sobressaiu perante aos resultados na troca de bens e serviços, porém, a partir de 1995, essa situação 
foi invertida. Os dados históricos revelam que, entre 1995 e 2005, o crescimento do PIB mundial foi 
de somente 3% ao ano, enquanto a taxa de crescimento das vendas externas foi de 5,8% ao ano, 
invertendo o conceito.
Com essa mudança de cenário no comercio internacional, apoiado pela globalização, criam-se novos 
desafios aos profissionais e ao mercado.
Desse modo, vimos as fronteiras de tempo e espaço sendo derrubadas pela melhoria da infraestrutura 
e pelo crescimento do comércio eletrônico. Podemos, ainda, acrescentar que o mercado segue com 
elevada incerteza e com um posicionamento volátil, ou seja, que pode mudar a qualquer momento 
de crises, incertezas, ou, até mesmo, diante de novas descobertas positivas da tecnologia, influenciado 
pela velocidade das informações, mudança de hábitos dos consumidores, exigência da agilidade nos 
negócios, alta velocidade das inovações tecnológicas e, em específico, operações do comércio exterior.
Devemos considerar, no ambiente de negócios globalizado, a pressão colocada no mercado sob a 
condição da redução de custos e melhores prazos dentro dos ciclos dos pedidos.
Esses novos formatos de trabalho são baseados na busca pela criação de condições para um fluxo 
de mercadorias, que deve percorrer fronteiras com flexibilidade e agilidade do comércio internacional. 
Infraestruturas para armazenagem, desembaraço aduaneiro, logística internacional, movimentação, e 
distribuição das mercadorias fazem com que o trabalho do comércio exterior seja mais competitivo, de 
modo que mais profissionais capacitados tornam-se uma exigência.
Para atender a demanda do comércio internacional no mercado globalizado, requer-se uma integração 
cada vez mais intensa de mão de obra qualificada.
Este livro-texto está dividido em quatro unidades. Na unidade I, será estudado o surgimento do 
comércio exterior, sua história, suas bases e contextualização. Na unidade II, abordaremos a estrutura para 
o comércio exterior. Nas unidades III e IV, abordaremos a exportação e a importação, respectivamente, e 
detalharemos os procedimentos brasileiros para a realização das operações internacionais.
11
SISTEMÁTICA DE IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO
Unidade I
1 O COMÉRCIO EXTERIOR
O comércio exterior, como o próprio nome já diz, é um comércio entre países e se refere à 
troca de serviços e produtos, ou seja, a venda (exportação) e a compra (importação) englobando 
todo o processo desde o desenvolvimento, produção, logística, trâmites burocráticos fiscais e todos 
os demais procedimentos necessários para sua realização.
Ao longo de toda a história capitalista, o mundo passou por momentos promissores e felizes em 
termos de crescimento econômico e produção de riqueza, indicando uma prosperidade mundial. 
Foi assim no início do século XX, quando a indústria moderna atingiu patamares, até então, nunca 
vistos. O mesmo fato ocorreu após a Segunda Guerra Mundial envolvendo o continente europeu e o 
Japão, os quais estavam se reerguendo das cinzas para se transformarem nas potências econômicas 
que são conhecidas hoje.
Segundo o dicionário Michaelis, a palavra comércio significa uma prática mercantil que se fundamenta em 
venda, permuta ou compra de produtos, com fins lucrativos, ainda, permuta de produtos por outros 
produtos, por valores ou por serviços, com fins lucrativos. Segundo Tripoli e Prates (2017), o comércio 
pode ser compreendido como a transferência de propriedade de um bem ou serviço para outro agente, 
cuja movimentação implica o recebimento de um valor monetário ou outro bem ou serviço. Nesse 
sentido, podemos compreender que se trata de uma transação de troca. Já a palavra exterior tem o 
significado, dentro do nosso tema, como “relativo aos países estrangeiros”, então, podemos entendê-lo 
como a comercialização de mercadorias, serviços e mão de obra entre os países.
A Associação Brasileira de Consultoria e Assessoria em Comércio Exterior (Abracomex) esclarece 
que o comércio exterior abrange as regras internas do país, como leis e ordenamento jurídico, bem 
como também as questões logísticas, financeiras, tributárias, de fiscalização, vigilância e qualidade, 
enquanto o comércio internacional refere-se às normas que regulamentam as operações entre 
os países de maneira uniforme, sendo que o intercâmbio econômico-financeiro ocorre entre dois 
países (bilateral) ou vários países (multilateral).
O aluno que deseja atuar na área de comércio exterior precisa entender que em todo o 
desenvolvimento de um projeto que envolve fronteiras, ou seja, países, existe uma análise do 
mercado e o entendimento cultural de cada região com quem deseja comercializar para verificar a 
viabilização do negócio. O trabalho que envolve esse mercado vai além de uma simples transação 
comercial, a fim de diminuir o distanciamento das fronteiras, podendo, assim, encontrar caminhos 
de negócios e as estratégias ideais para entrar em determinado mercado estrangeiro. A identificação 
das necessidades de seus clientes, seja do mercado interno (Brasil), quando surge a necessidade de 
importar, seja aos clientes externos (fora do Brasil), quando surge a oportunidade de exportar, é o 
que trará sucesso em sua operação.
12
Unidade I
Vale ressaltar que a importância de conhecer e compreender a cultura de cada país no qual 
há intenção de realização de um negócio afetará, principalmente, no processo de exportação, no 
qual deve-se vender um produto ou um serviço e deverá ser realizado de acordo com os costumes, 
valores e crenças do país comprador. Isso envolve conhecimento, confiabilidade e profissionalismo, 
pois, caso haja algum ponto em desacordo, o negócio poderá ser rescindido e poderá até, perder-se 
o vínculo com aquele país.
Um exemplo clássico, por questões religiosas, é o dos muçulmanos, que possuem um tratamento 
específico quanto ao abate de carnes; o país deve oferecer o certificado halal (significado de 
permissão em árabe), que é um documento exigido a exportações destinadas aos países árabes. 
Esse certificado possui base religiosa e garante aos muçulmanos que o alimento está “abençoado” 
e foi cultivado ou preparado de acordo com os preceitos do islã.
 Saiba mais
Consulte o artigo sobre o certificado halal em:SOUZA, C. B. P. Certificado Halal – o que é? Portogente. 26 dez. 2019. 
Disponível em: https://bit.ly/3CZF6sb. Acesso em: 9 nov. 2021.
Na figura 1, podemos observar que os países que mais movimentam as comercializações mundiais 
estão concentrados na China, União Europeia e Japão, seguidos de Groenlândia e Estados Unidos; logo 
após, encontram-se Canadá, Rússia, Egito, Austrália, Brasil, Europa e, em menor proporção, parte da 
América do Sul e Ásia e África.
Mercadoria exportada 
mundialmente
 Dados não disponíveis
<0.5%
0.5-1%
1-3%
3-10%
>10%
Figura 1 – Divisão das exportações mundiais do ano de 2020
Disponível em: https://bit.ly/3nWT4of. Acesso em: 4 nov. 2021.
13
SISTEMÁTICA DE IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO
1.1 História do comércio exterior no Brasil
A história do comércio exterior do Brasil começa no período colonial, com a descoberta do Brasil 
pelos portugueses, passando pelo período imperial, no qual o Brasil tornou-se independente de 
Portugal, organizando-se politicamente como uma monarquia, sob o governo do imperador, cujo poder 
foi transmitido de maneira hereditária, entrou no período da chamada “República Velha”, cujo início se 
deu com a Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, e encerrou-se com a deposição de 
Washington Luís, como consequência da Revolução de 1930.
Internacionalmente, os anos de 1930 foram marcados pelo crescimento da hostilidade no continente 
europeu, onde se traçava o caminho para a Segunda Guerra Mundial. Na Itália, Benito Mussolini 
governava sob um regime fascista desde 1925. A Era Vargas e o Brasil democrático deram-se com o 
gaúcho Getúlio Vargas, que chegou ao poder por meio do golpe de estado organizado pela Aliança 
Libertadora, comumente chamado de Revolução de 30.
A partir de então, iniciou-se o Governo Provisório de Getúlio Vargas. A nova Constituição elaborada 
por ele foi bem recebida pela população, que teve seus direitos ampliados a partir da nova Carta.
A ditadura militar no Brasil durou 21 anos, teve cinco mandatos militares e instituiu 16 atos 
institucionais – mecanismos legais que se sobrepunham à constituição. Nesse período houve 
restrição à liberdade e repressão aos opositores do regime. Vale lembrar ainda que eram tempos 
de Guerra Fria e havia o medo de um suposto “perigo comunista”.
Após mais de 20 anos de ditadura militar, o Brasil passou por um processo de abertura política e 
reintegração das instituições democráticas, em um período chamado de redemocratização. A ditadura 
militar, instaurada em 1964, foi responsável por uma forte censura e opressão aos direitos democráticos.
Ao chegar a década de 1990, ocorre a globalização, em um dos processos de aprofundamento 
internacional da integração econômica, social, cultural e política, impulsionando os mercados 
internacionais, em redução de tempo, de custos dos meios de transporte e de comunicação entre os países.
Faremos agora uma análise mais profunda na História.
 Saiba mais
Sobre a Guerra Fria e o impacto na economia internacional, consulte 
o livro:
FARIA, R. M.; MIRANDA, M. L. Da Guerra Fria à Nova Ordem Mundial. 
São Paulo: Contexto, 2003. Disponível em https://bit.ly/305vVYL. Acesso 
em: 9 nov. 2021.
14
Unidade I
1.1.1 Período colonial (1500-1822)
A descoberta do Brasil pelos portugueses é parte do processo das grandes navegações. Pedro 
Álvares Cabral foi o líder de uma expedição composta por 13 embarcações e cerca de 1.200 homens. 
O primeiro ponto do Brasil avistado pelos portugueses foi a região do Monte Pascoal, na Bahia, no 
dia 22 de abril de 1500.
Os portugueses não desembarcaram naquele dia, e somente em 23 de abril de 1500 é que 
Cabral permitiu que um batel (bote), liderado por Nicolau Coelho, fosse enviado à terra. Lá houve 
o primeiro contato com os indígenas, acontecimento relatado por Pero Vaz de Caminha. Alguns 
dos nativos foram levados à presença de Cabral, e o interessante relato deixado pelo escrivão 
demonstra a diferença cultural. Vejamos um trecho:
“Mostraram-lhes um papagaio pardo que o Capitão traz consigo: pegaram-no logo com 
a mão e acenavam para a terra, como a dizer que ali os havia. Mostraram-lhes um carneiro: 
não fizeram caso dele; uma galinha: quase tiveram medo dela – não lhe queriam tocar, 
para logo depois tomá-la, com grande espanto nos olhos. Deram-lhe de comer: pão e peixe 
cozido, confeitos, bolos, mel e figos passados. Não quiseram comer quase nada de tudo 
aquilo. E se provavam alguma coisa, logo a cuspiam com nojo.”
A revelação do Brasil pela Carta de Pero Vaz de Caminha faz com que um futuro 
incondicional para a realidade brasileira [...].
A terra é cheia de graça e a consciência naturalista nasce a partir do gozo de seus 
ares e águas. É uma visão do paraíso, onde não importa se em verdade exista ouro ou 
prata ou pedras preciosas. Já a felicidade simples dos sentidos esclarece aos homens que o 
paraíso existe. E que nele tudo será possível, toma conhecimento da tão desejada novidade: 
a existência de um novo mundo. Concreto. Imediato. Rico de cores, calor, árvores, frutos, 
pássaros, cantos, frescura. A terra é ampla, imensa na linha do horizonte. Nela a vista penetra 
nos arvoredos por léguas e léguas. O céu é limpo; os portos, seguros. As águas são ricas 
de peixes e a caça é fácil e alegre [...]. Mas logo depois o espírito da palavra de Pero Vaz de 
Caminha começa a perder-se. Para a conservação das riquezas ameaçadas, os portugueses 
mudam de número e de natureza. Já não mais a serena amorável relação. Mas a tomada do 
poder. O paraíso se modifica lentamente. Modifica-se a vida. O claro imediato sentido da 
existência se vê superado pela convicção colonizadora e imperialista. O colonizador perde 
sua visão do paraíso... 
Fonte: Castro (2013, p. 91).
15
SISTEMÁTICA DE IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO
 Saiba mais
O texto completo da Carta de Pero Vaz de Caminha, com o comentário 
do professor Silvio Castro, um dos maiores estudiosos do assunto no Brasil, 
pode ser lido em seu livro:
CASTRO, S. A carta de Pero Vaz de Caminha. Porto Alegre: L&PM 
Pocket, 2013.
A figura 2 mostra o Dia de Pascoela, comemoração religiosa celebrada sete dias depois da 
Páscoa, primeira missa na história do Brasil, celebrada e conduzida pelo Frei Henrique de Coimbra, 
que havia navegado com a comitiva de Cabral em Santa Cruz de Cabrália, na Praia da Coroa 
Vermelha, no sul da Bahia.
Figura 2 – Primeira missa na história do Brasil
Disponível em: https://bit.ly/2Yff05d. Acesso em: 4 nov. 2021.
A chegada dos portugueses ao Brasil, em 1500, não tinha intenção de que houvesse colonização em 
si, a prioridade portuguesa era a exploração da terra e, principalmente, do pau-brasil. Foi nessa época a 
primeira “exportação” não oficial do país, a saída do pau-brasil de nossas terras.
Em 1530, o governo português implantou o sistema de capitanias hereditárias no Brasil. Tratava-se 
de feudos concedidos a nobres, burocratas e militares, cedido-lhes autonomia para administrar, cobrar 
impostos e tributos e repassar à Coroa através de cartas de doação. Esses impostos incidiam sobre as 
exportações para fora do reino e sobre as importações feitas por comerciantes estrangeiros. Alguns 
16
Unidade I
“donativos” ou “subsídios” eram cobrados sobre as importações e exportações. Em cada capitania ou 
comando, instalou-se uma Provedoria da Fazenda Real com o objetivo de cobrá-los, o que gerou cargos 
de juízes da alfândega que tinham a função aduaneira. A hereditariedade da provedoria era o juiz da 
alfândega como chefe, coadjuvado pelo escrivão da alfândega, o feitor, o meirinho do mar, o juiz 
da balança e alguns guardas.
Em 1549, foi criada a Provedoria-Mor da Fazenda Real, ou seja, houve aumento da responsabilidade, 
incluindo também a representação da coroa na defesa militar, comandando muitas vezes a defesa das 
capitanias contra invasores em busca de metais preciosos. Os principais impostos aduaneiros não eram 
cobrados no Brasil, mas sim diretamente em Portugal, uma vez que somente mercadorias vindas de 
Portugal poderiamentrar no Brasil.
Em 1566, foi criado, oficialmente, o sistema aduaneiro do Brasil com a criação da Alfândega do Rio de 
Janeiro; a outorga do Foral da Alfândega Grande de Lisboa, em 1587, modelo de toda a regulamentação 
aduaneira posterior, vigorando até 1832.
A partir do fechamento dos portos brasileiros aos navios estrangeiros, em 9 de fevereiro de 1591, era 
permitida a entrada somente com a permissão prévia da coroa. Em 1605, proibiu-se completamente o 
comércio com embarcações estrangeiras com o intuito de prejudicar os holandeses e os ingleses.
A descoberta do ouro, que os paulistas haviam encontrado em Minas Gerais, revolucionou o comércio 
internacional, tornando-se muito difícil o controle, para o governo Português, sobre a quantidade de 
mercadoria nos portos brasileiros. Fechar os portos seria uma sugestão ao contrabando, ainda mais 
pela extensão da costa brasileira. A solução foi liberar de maneira controlada o comércio e mantendo a 
proibição de comércio direto com outros países, tudo era intermediado pela coroa.
À medida que o Ciclo do Ouro aumentava, bem como sua importância, o comércio exterior também 
crescia no Brasil. Por volta de 1770, foram extinguidas as velhas provedorias e iniciaram-se as alfândegas 
autônomas, desobrigando-as da arrecadação dos impostos internos.
 Observação
Feudos eram terras ou direitos concedidos por um senhor a um vassalo 
(aquele que é súdito de um soberano) em troca de serviços.
A aduana ou alfândega é um órgão que controla e fiscaliza o fluxo 
internacional de bens, mercadorias e veículos em suas fronteiras internacionais 
de bens, mercadorias e veículos, encarregada também por cobrar os tributos 
incidentes desses produtos.
Ao longo do século XV, os portugueses realizaram uma série de expedições de exploração do 
Oceano Atlântico.
17
SISTEMÁTICA DE IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO
Figura 3 – Caravela da Expedição Portuguesa
Disponível em: https://bit.ly/3bJzBlg. Acesso em: 4 nov. 2021.
No primeiro momento, o Rio de Janeiro, que ocupava uma posição estratégica no litoral sul, na 
Baía de Guanabara, passou a desempenhar um importante papel portuário e comercial. O quadro 
secundário que ocupara até então, se comparado ao de outras regiões da América portuguesa que 
abasteciam os cofres da coroa lusitana, seria profundamente modificado a partir da mineração e 
das atividades em seu entorno.
O porto do Rio de Janeiro (figura 4) tornou-se o principal centro exportador e importador, 
por onde saíam ouro e diamantes e entravam escravos e produtos manufaturados, entre outros. 
Além disso, a necessidade de aprimorar e controlar a arrecadação de impostos na região mineira, 
o aumento do contrabando e a maior proximidade com a bacia do Rio da Prata – objeto do desejo 
da monarquia portuguesa – explicam a transferência da sede do governo da América portuguesa 
de Salvador para o Rio de Janeiro, em 1763, após ver-se ameaçada pelo poderio napoleônico 
daquela época.
Calcula-se que, entre 1650 e 1700, a média de embarcações transportando mercadorias diversas 
de Portugal para a sua colônia americana chegasse a 68, um número considerável ante os recursos 
disponíveis. Saindo de Lisboa, os barcos cruzavam o Atlântico em frotas ou comboios, convivendo 
com o risco por parte de piratas e contrabandistas. As tempestades também prejudicavam 
a navegação, alterando o ritmo da chegada ou da partida das naves – todas de nacionalidade 
portuguesa. Do porto do Rio de Janeiro, partiam embarcações com açúcar, toras de pau-brasil, 
couro, barbatanas de baleia e ouro. Em 1699, segundo o historiador Gustavo Barroso (1961, p. 38), 
foram enviadas para o tesouro lusitano “35 arrobas de ouro em barra. Isto é o que foi legalmente 
registrado. Pode-se calcular outro tanto passado facilmente em contrabando”.
18
Unidade I
Chegou ao Rio de Janeiro, em 28 de janeiro de 1808, a família real portuguesa, tendo como rei 
Dom João VI, que, junto a sua família, provocaram mudanças significativas, tanto na cidade como 
na própria colônia. Para escoltar sua corte até o continente americano, os portugueses acionaram 
a frota inglesa, ao chegar a este lado do Império, assinando o Tratado Econômico de Abertura dos 
Portos “às nações amigas”, que foi um tratado entre Portugal e Inglaterra. A conjuntura política vivida 
pela coroa portuguesa, dependente da Inglaterra, impôs um alto protecionismo aos comerciantes 
ingleses, favorecidos por uma tarifa de 15%, enquanto todos os demais, inclusive os portugueses, 
pagavam 24% ad valorem, e que permitia que estrangeiros exportassem produtos coloniais (açúcar, 
algodão, tabaco), com exceção do pau-brasil, e importassem mercadorias europeias, especialmente 
inglesas. Na época, essas transformações foram responsáveis por alterar as relações de importação/
exportação no Brasil, bem como por modificar a matriz de produtos movimentados.
Figura 4 – Rio de Janeiro 1800
Disponível em: https://bit.ly/3DOdOWe. Acesso em: 23 nov. 2021.
 Saiba mais
Acesse conteúdo sobre a evolução do sistema aduaneiro no Brasil em:
GODOY, J. E. P. Aspectos gerais da evolução do sistema aduaneiro do 
Brasil. Receita Federal. [s.d.] Disponível em: https://bit.ly/309x55T. Acesso 
em: 23 nov. 2021.
19
SISTEMÁTICA DE IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO
1.1.2 Período do Império (1822-1889)
Durante o Império, o café era o principal produto de exportação e gerador de renda. Uma 
expressão muito comum no Império afirmava que o Brasil é o café e o café é o negro. A produção 
do café, que ganhou importância enorme por volta de 1830, dependia do trabalho escravo. Havia 
incentivo para produtores e exportadores, e o interesse pela bebida era crescente em alguns mercados 
consumidores, especialmente Estados Unidos e Europa. Em 1844, o governo brasileiro extinguiu o 
Tratado Comercial com a Grã-Bretanha. Essa medida aumentou o custo dos produtos importados, 
estimulando a instalação de algumas indústrias no país. As exportações de café aumentaram, mas 
a balança comercial ainda era desfavorável para o Brasil.
O Vale do Paraíba foi a primeira região em que a produção se expandiu: inicialmente no 
território da província do Rio de Janeiro, depois na província de São Paulo. Na última década do 
Império, o café representava 60% do total de exportações do Brasil. Com a expansão da produção 
açucareira no interior do estado de São Paulo, criou-se, no final do século XVIII, o primeiro caminho 
pavimentado de transposição da Serra do Mar, facilitando o acesso até o porto de Santos (figura 5). 
Batizado de Calçada do Lorena, foi utilizado também para as exportações de café em grãos, a partir 
de 1795. Isso ocorreu enquanto o açúcar, produto muito importante no Brasil Colônia, entrava em 
crise. Os velhos engenhos foram desaparecendo, o açúcar brasileiro começou a sofrer cada vez 
mais a concorrência do que era produzido nas possessões francesas das Antilhas e em outras partes 
do globo; além disso, na Europa, cada vez mais se utilizava açúcar extraído da beterraba.
Figura 5 – Porto de Santos 1870
Disponível em: https://bit.ly/3cKx8ra. Acesso em: 23 nov. 2021.
20
Unidade I
O percurso da economia do café variou, ao longo do século XIX. Iniciou-se no Vale do Paraíba e foi 
se deslocando para a região paulista de Campinas, depois cada vez mais para o oeste da província. O 
espaço geográfico da produção do Vale do Paraíba era limitado; o solo, que já não era de boa qualidade, 
começou a sofrer o processo de erosão, pois na época não havia técnicas de conservação do solo, nem 
preocupação com isso. Pessoas que tinham acumulado fortuna em atividades urbanas, na província de 
São Paulo, começaram a plantar em uma nova região, no oeste paulista (Assis, Bauru, Marília). Ali havia 
um espaço muito maior para se plantar e a terra era de qualidade superior, a chamada terra vermelha, 
que os imigrantes italianos chamaram de terra rossa (terra vermelha, em italiano, mas que ficou por isso 
conhecida como terra roxa). Conscientes do momento histórico que estavam vivendo, os cafeicultores 
do oeste paulistase deram conta de que não seria possível contar eternamente com a escravatura e 
começaram a substituir a mão de obra escrava pela dos imigrantes. Os cafeicultores do Vale do Paraíba, 
os velhos barões do café, não conseguiram se adaptar aos novos tempos e acabaram arruinando com o 
fim do sistema escravista. No período que vai de 1850 até o fim da monarquia o Brasil passou por um 
processo de modernização.
Várias coisas foram feitas no sentido de obter uma integração maior do país, do ponto de vista 
financeiro e das comunicações. A integração financeira se fez principalmente por meio do grande avanço do 
sistema bancário. A integração espacial, geográfica, foi marcada pela introdução de um meio de transporte 
que representava uma revolução, a estrada de ferro. No Nordeste, a expansão da rede ferroviária esteve 
ligada a uma empresa inglesa, a Great Western, que interligou várias partes de Pernambuco e da Bahia. 
Mas o coração da expansão ferroviária durante o Império se situou em São Paulo e no Rio de Janeiro, pois o 
café precisava chegar aos portos para ser exportado. Além do café, outras culturas se destacaram como 
produto de exportação. O cacau, produzido na Bahia, a borracha, explorada na bacia do rio Amazonas, e o 
algodão, cultivado em larga escala no Maranhão, Pernambuco e Ceará, passam a ser produtos expressivos 
na economia brasileira. Em 1860 o algodão chega a ser o segundo produto de exportação nacional. 
A expansão de sua cultura, nesse período, é consequência da Guerra de Secessão norte-americana 
(1861-1865), que desorganiza a produção algodoeira dos Estados Unidos. A pecuária, embora voltada para 
o mercado interno, é a mais importante atividade econômica na região centro-sul. Também é responsável 
pela efetiva ocupação e povoamento do chamado Triângulo Mineiro e sul do Mato Grosso.
1.1.3 Primeira República (1889-1930)
A Primeira República foi caracterizada pela agricultura de exportação, na qual o café ocupava o posto 
mais importante. A partir de 1880, e por quase 30 anos, a borracha da Amazônia foi o segundo produto 
de exportação, superando o açúcar. Era grande a demanda desse produto no que hoje chamamos de 
Primeiro Mundo: no início, quando se difundiu a moda da bicicleta, com pneus de borracha; e, depois, 
com o surgimento do automóvel. A riqueza gerada por ela mudou a fisionomia de Manaus e Belém, 
as capitais do Norte. Quem nunca teve benefícios foi o seringueiro, que trabalhava na mata. Mas, por 
volta de 1910, começou a crise; em primeiro lugar pela competição das plantações inglesas da Malásia, 
na Ásia; além disso ocorreu aqui o ataque de uma série de pragas. Nos negócios do café, o capital 
estrangeiro atuou de duas formas. A exportação esteve praticamente nas mãos de grandes empresas 
estrangeiras – americanas, alemãs e inglesas. Além disso, determinados grupos financeiros forneciam 
recursos para valorizar o produto: se o preço do café no mercado internacional estivesse muito baixo, 
ele era retido nos portos, mas o produtor era pago com recursos obtidos no exterior.
21
SISTEMÁTICA DE IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO
 
Figura 6 – Colheita de café, século XX
Disponível em: https://bit.ly/3r8pShz. Acesso em: 23 nov. 2021.
A riqueza acumulada com o café dinamizou o mercado consumidor e estimulou o desenvolvimento 
industrial. Em 1910 o Brasil possuía cerca de 3.500 indústrias. Dez anos mais tarde já eram 13 mil 
estabelecimentos industriais. Destes, 5.936 surgiram entre 1915 e 1919, em consequência das dificuldades 
de importação durante a Segunda Guerra e da política de incentivo à industrialização dos governos 
republicanos. Em 1924, o país produziu 99% dos sapatos consumidos internamente, 90% dos móveis e 
86% dos têxteis. A indústria de alimentação foi a que mais cresceu nas primeiras décadas da República 
e chegou a representar 40% dos estabelecimentos industriais do país.
No início do século XX, o capital estrangeiro ampliou sua presença no Brasil, principalmente o 
norte-americano. A indústria da carne foi dominada pelos frigoríficos Wilson, Armour, Swift e Anglo; os 
vagões ferroviários eram feitos pela fábrica norte-americana Pullman e os automóveis que circulavam 
no país eram da Ford ou da General Motors. Na siderurgia, os franceses e belgas tomaram a dianteira 
com a Companhia Belgo-Mineira. Dos 14 bancos existentes em 1910, sete são estrangeiros.
1.1.4 Era Vargas e o Brasil democrático (1930-1964)
A Era Vargas foi o período de 15 anos da história brasileira, que se estendeu de 1930 a 1945 e no 
qual Getúlio Vargas era o presidente do país. A ascensão de Vargas ao poder foi resultado direto da 
Revolução de 1930, que destituiu Washington Luís e impediu a posse de Júlio Prestes (presidente 
eleito que assumiria o país). Getúlio Vargas desenvolveu uma intensa política de promoção da 
indústria e interveio fortemente na economia.
22
Unidade I
A fim de estabelecer o comércio internacional e solidificar a estrutura decorrente desse setor 
para seu governo, Getúlio formulou dois objetivos principais para a condução das atividades 
econômicas brasileiras: primeiro, restaurar e incrementar as vendas de matérias-primas e produtos 
alimentícios; e, em segundo, simultaneamente, estimular o comércio exterior de uma maior gama 
de produtos, com vistas a reduzir a dependência em torno do café e suas eventuais flutuações 
(Hilton, 1977, p. 10).
Baer (1988) destaca que a limitação das importações provocou carências no mercado interno, 
porém, a demanda por bens estrangeiros permaneceu no mesmo patamar, por curto tempo, devido 
à sustentação da renda no setor cafeeiro, como resultado da política de valorização mantida pelo 
governo. Ainda segundo Baer, houve uma simultânea expansão de atividade industrial no período, 
porém, sem que fosse possível aumentar as importações de maquinários. A alternativa encontrada 
foi a utilização da capacidade ociosa instalada, em especial no setor têxtil.
Nesse contexto, a primeira década do Regime Vargas foi marcada pela constante deterioração 
dos termos de troca, prejudicando o desempenho da economia, a renda do setor agroexportador 
e, enfim, a capacidade de importar. Para enfrentar essa situação difícil, o Governo valeu-se do 
instrumento da taxa cambial, praticando uma política de frequente desvalorização da moeda, o 
que lhe permitiu amenizar os efeitos da diminuição e importância da atividade agrícola.
Durante o Governo Provisório Vargas, em agosto de 1931, foi suspenso o pagamento da dívida 
externa, quando no mesmo ano se iniciou a política de valorização do café, bem como a criação 
do Conselho Nacional do Café, com o objetivo de superar a crise de superprodução do café e do 
Instituto do Açúcar e do Álcool, para coordenar a agricultura canavieira, controlar a produção, o 
comércio, exportação e os preços do açúcar e do álcool de cana.
Vargas permaneceu no poder até 1945, quando foi forçado a renunciar à presidência em virtude 
de um ultimato dos militares. Com sua saída do poder, foi organizada uma nova Constituição para 
o país e iniciada outra fase da nossa história: a Quarta República (1946-1964).
A Quarta República, também conhecida como República Populista, foi um período da 
história brasileira iniciado em 1946, com a posse de Eurico Gaspar Dutra, e finalizado em 1964, 
com o Golpe Civil-Militar que marcou o início da Ditadura Militar no Brasil. A República Populista 
foi marcada por intensas tensões políticas e pela política desenvolvimentista do Brasil.
A expansão industrial continuou no pós-Segunda Guerra e, em meados da década de 1950, a 
indústria supera a agricultura na composição do produto nacional bruto (PNB).
Entre 1945 e 1960, a crise é agravada pelo crescente desequilíbrio da balança comercial. A 
queda das exportações de produtos agrícolas, o pagamento de elevados fretes e seguros para os 
produtos importados e as remessas de lucros das empresas internacionais são os principais fatores 
de desequilíbrio. No governo João Goulart, a dívida externa do país corresponde a 43% da renda 
obtidacom as exportações.
23
SISTEMÁTICA DE IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO
1.1.5 Regime Militar (1964-1985)
No início do Regime Militar, a inflação chegou a 80% ao ano, o crescimento do PNB foi de apenas 
1,6% ao ano e a taxa de investimentos, quase nula. Diante desse quadro, o governo adotou uma política 
recessiva e monetarista, consolidada no Programa de Ação Econômica do Governo (Paeg), elaborado 
pelos ministros da Fazenda, Roberto de Oliveira Campos e Octávio Gouvêa de Bulhões. Seus objetivos 
eram sanear a economia e baixar a inflação para 10% ao ano, criar condições para que o PNB crescesse 
6% ao ano, equilibrar o balanço de pagamentos e diminuir as desigualdades regionais. Parte desses 
objetivos foi alcançada. No entanto, em 1983, a inflação ultrapassou os 200% e a dívida externa superou 
os US$ 90 bilhões.
A economia voltou a crescer no governo Castello Branco. Os setores mais dinâmicos foram as 
indústrias da construção civil e de bens de consumo duráveis voltados para classes de alta renda, 
como automóveis e eletrodomésticos. Expandiram-se também a pecuária e os produtos agrícolas de 
exportação. Os bens de consumo não duráveis, como calçados, vestuário, têxteis e produtos alimentícios 
destinados à população de baixa renda, tiveram crescimento reduzido ou até negativo.
 Saiba mais
Na galeria de ex-presidentes, pode-se consultar os presidentes que 
fizeram parte do Regime Militar, como Humberto de Alencar Castelo 
Branco, Artur da Costa e Silva, Emílio Garrastazu Médici, Ernesto Geisel e 
João Figueiredo.
BIBILIOTECA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Ex-presidentes. [s.d.]
Disponível em: https://bit.ly/3oPdSyH. Acesso em: 17 nov. 2021.
Baseado no binômio segurança-desenvolvimento, o modelo de crescimento econômico instaurado 
pela ditadura contava com recursos do capital externo, do empresariado brasileiro e com a participação 
do próprio Estado como agente econômico. O PNB cresceu, em média, 10% ao ano entre 1968 e 
1973. Antônio Delfim Netto, ministro da Fazenda nos governos de Costa e Silva e Garrastazu Médici 
e o principal artífice do “milagre”, apostou nas exportações para obter parte das divisas necessárias 
às importações de máquinas, equipamentos e matérias-primas. O crescimento do mercado mundial, 
à época, favorecia essa estratégia, mas foi a política de incentivos governamentais aos exportadores 
que garantiu seu sucesso. Para estimular a indústria, Delfim Netto expandiu o sistema de crédito ao 
consumidor e garantiu à classe média o acesso aos bens de consumo duráveis.
A partir de 1973, o crescimento econômico começou a declinar. No final da década de 1970, a 
inflação chegou a 94,7% ao ano. Em 1980, bateu em 110% e, em 1983, em 200%. Nesse ano, a dívida 
externa ultrapassou os US$ 90 bilhões, e 90% da receita das exportações foi utilizado para o pagamento 
dos juros da dívida. O Brasil mergulhou em nova recessão e sua principal consequência foi o desemprego. 
24
Unidade I
Em agosto de 1981, havia 900 mil desempregados nas regiões metropolitanas do país, e a situação se 
agravou nos anos seguintes.
1.1.6 Redemocratização (1985 – 1990)
Após o Regime Militar, o Brasil retornou a sua democracia, mas viveu um período de grande estagnação 
econômica. Os anos de 1980 são conhecidos como a década perdida. Internamente, o país sofreu com a 
inflação, a dívida externa, dificuldades em conseguir dinheiro externo e instabilidade política.
O cenário econômico mundial já vinha sinalizando, desde a década de 1970, para a necessidade 
de maior integração comercial. A industrialização brasileira, baseada no processo de substituição de 
importações, e as recorrentes crises cambiais geraram uma política de importações que permitia apenas 
a entrada no país de bens sem similar nacional ou bens necessários para suprir um eventual excesso 
de demanda. Essa política apoiava-se em tarifas aduaneiras elevadas, controles discricionários, como 
uma lista de produtos proibidos, limite máximo anual de compras externas por empresa, entre outros, e 
regimes especiais de tributação pelos quais uma parcela substancial das importações era favorecida com 
redução ou isenção da tarifa. Eram necessários depósitos para importação, além de exames rigorosos 
para importar produtos com similar nacional. Essa política protecionista visava restabelecer o equilíbrio 
interno diante da crise do petróleo e aprofundar o processo de substituição de importações.
Uma das principais medidas da reforma econômica de dezembro de 1979 foi a alteração do 
sistema tarifário, com elevação das tarifas nominais, predominando assim até 1988, um período de 
elevada proteção da indústria doméstica. Embora tardiamente, nesse ano de 1988 foram tomadas 
as primeiras medidas rumo à liberalização comercial brasileira. Segundo Azevedo e Portugal (1998), as 
principais medidas dessa fase inicial foram:
• redução das alíquotas e eliminação do IOF incidentes sobre as importações;
• redução da taxa de melhoramento dos portos;
• eliminação de alguns regimes especiais de isenção.
A intenção do governo era eliminar a redundância tarifária das tarifas legais. Para isso, a tarifa média 
de importação foi reduzida de 51%, vigente entre 1985 e 1987, para 41%, em 1988. Como o propósito 
era a diminuição dos custos de produção para facilitar a inserção dos produtos nacionais no mercado 
internacional, a tarifa aduaneira média foi reduzida de 44% para 35%, redução essa que atingiu mais o 
setor de insumos básicos. Ainda alguns regimes especiais de importação, os quais atingiam 15,8% das 
importações totais, foram eliminados com o intuito de tornar a economia nacional mais competitiva.
Um grande passo nesse período foram as Diretas Já, movimento do povo brasileiro reivindicando por 
eleições presidenciais diretas no Brasil, pós-ditadura militar, ocorrido entre 1983 e 1984. A possibilidade 
de eleições diretas para a Presidência da República no Brasil se concretizaria com a votação da proposta de 
Emenda Constitucional Dante de Oliveira pelo Congresso.
25
SISTEMÁTICA DE IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO
Figura 7 – Congresso Nacional 1984
Disponível em: https://bit.ly/3oXvGaZ. Acesso em: 23 nov. 2021.1.1.7 Globalização (1990 a atualidade)
Em 1990, com o novo governo, Fernando Collor de Melo, eleito pelo povo, iniciou-se a segunda 
fase do processo de liberalização, alterando drasticamente o panorama econômico nacional.
O Brasil implementou a abertura comercial, que é caracterizada pela abertura da economia 
de um país a fim de facilitar o recebimento de mais bens e serviços importados. Para isso, um 
dos principais fatores é a redução do imposto de importação e o incentivo às exportações. Por 
outro lado, a indústria do país, que era protegida pelos impostos sobre os importados, passou a ter 
competidores, o que a forçava a melhorar sua qualidade.
A meta do governo era criar condições para que o Brasil participasse mais intensamente do 
comércio internacional. Nesse sentido, foram aprofundadas de maneira substancial as mudanças 
no regime de importações. As medidas mais importantes para implementar essa reforma foram:
• eliminação das restrições não tarifárias;
• manutenção da redução gradual das alíquotas de importação;
• abolição de grande parte dos regimes especiais de importação.
A fim de ampliar o grau de inserção do Brasil na economia mundial, foram revogadas várias barreiras 
não tarifárias. Entre elas, destacamos a liberação para importação de uma lista com aproximadamente 
1.200 produtos; o fim da obrigatoriedade de financiamento externo para importações acima de 200 mil 
dólares; além de um conjunto de medidas que visavam facilitar o financiamento de produtos importados.
No que diz respeito às alíquotas de importação, foi implementado, a partir de janeiro de 1991, 
com o término previsto para dezembro de 1994, um cronograma de redução tarifária, cuja meta era a 
queda gradual tanto da tarifa média quanto da modal, bem como do desvio-padrão. Entretanto, houve 
26
Unidade I
antecipação de seis meses quanto ao término desse cronograma,para que a redução dessas tarifas 
pudesse auxiliar o plano de estabilização de preços de 1994. Assim, em virtude da necessidade de se 
disciplinar os preços domésticos dos produtos importáveis, ampliou-se o acirramento da competição 
externa. Também foi eliminada grande parte dos regimes especiais de importação, com exceção 
daqueles vinculados à Zona Franca de Manaus, às exportações e aos acordos internacionais. Assim, 
devido à recessão do período, a partir de 1990, mantiveram-se estagnadas até 1992, as importações sob 
tais regimes.
Os fluxos comerciais se intensificaram e foi criado o Mercosul. Na mesma década também foi instituída 
a Organização Mundial de Comércio (OMC), organismo multilateral responsável pela regulamentação 
do comércio.
 Saiba mais
MAPA. OMC – Organização Mundial de Comércio. 18 nov. 2016. 
Disponível em: https://bit.ly/3ojrW33. Acesso em: 11 nov. 2021.
A partir dos anos 1990, com a globalização representando a integração, em nível mundial, das 
diferentes localidades através dos avanços promovidos no campo dos transportes e das comunicações, 
proporcionando uma relação global em níveis culturais, econômicos, políticos e, consequentemente, 
sociais, o Brasil entrou num ciclo de crescimento. A partir do final da última década do século XX, 
após sucessivas crises que colocaram em risco o Plano Real, o país começou a demonstrar uma força 
maior nas exportações, gerando contradição, sobretudo nos anos 1990 e início dos anos 2000, no qual 
ocorreu aumento de emprego e a produção e venda de maior número de aparelhos tecnológicos. Por 
outro lado, houve o aumento da precarização do trabalho e da concentração da renda, uma vez que 
nesse período ocorreu a abertura de capitais, aumentando a chegada de novas indústrias, companhias 
multinacionais e privatizações das empresas estatais no Brasil, instalando-se aqui para ampliar o seu 
mercado consumidor e, também, para buscar mão de obra barata e maior acesso às matérias-primas. 
Isso acarretou uma maior produção de emprego, porém com condições de trabalho mais precarizadas.
 Saiba mais
A abertura comercial na década de 1990 foi feita sem a devida 
estruturação de leis que protegessem o mercado nacional da invasão dos 
produtos importados. Leia mais em:
CORSEUIL, C. H.; KUME, H. (Coords.). A abertura comercial brasileira 
nos anos 1990: impactos sobre emprego e salário. Rio de Janeiro: IPEA; 
Brasília: MTE, 2003.
27
SISTEMÁTICA DE IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO
A partir dos anos 2000, o comércio exterior brasileiro aumentou num ritmo mais potente. 
O crescimento econômico mundial, o aumento dos preços internacionais de produtos básicos, ou seja, 
aqueles que guardam suas características próximas ao estado em que são encontrados na natureza, 
com baixo grau de elaboração, e a diversificação dos mercados importadores e maior produtividade 
da indústria nacional são fatores que favoreceram o dinamismo das exportações brasileiras.
Em 2001, o mundo sofreu com o atentado de 11 de setembro às Torres Gêmeas, em Nova York, 
e ao Pentágono, em Washington, que deixou um balanço de cerca de três mil mortos, provocou 
também uma drástica queda nas bolsas, arrebatando o mundo inteiro. Esse foi um grande choque 
para o comércio exterior, uma vez que milhares de negociadores internacionais morreram em suas 
missões de facilitar o comércio mundial.
O Brasil, junto a outros países com características econômicas em comum e emergentes, a 
partir de 2006, passou a ser um mecanismo internacional. Isso porque Brasil, Rússia, Índia e China 
decidiram dar um caráter diplomático a essa expressão Bric, na 61º Assembleia Geral das Nações 
Unidas. Após 2011, com a entrada da África do Sul, formou-se o Brics (o “S” vem do nome do país 
em inglês: South African).
Não se trata de um bloco econômico ou uma instituição internacional, mas de um mecanismo 
internacional na forma de um agrupamento econômico composto por cinco países (figura 8), sendo 
Brasil, representado pela então presidente Dilma Rousseff, Rússia representada pelo presidente 
Vladimir Putin, Índia representada pelo premiê indiano, Narendra Modi, China representada pelo 
presidente Xi Jinping e África do Sul representada pelo presidente Jacob Zuma.
Figura 8 – Líderes do Brics em 2011
Disponível em: https://bit.ly/3o3ImfM. Acesso em: 5 nov. 2021.
28
Unidade I
Atualmente, o Brics é detentor de mais de 23% do PIB mundial, representando 42% da população 
mundial, 45% da força de trabalho e o maior poder de consumo do mundo. Destaca-se também pela 
abundância de suas riquezas nacionais e as condições favoráveis que atualmente apresenta para 
explorá-las.
Em 2008, deu-se a grande recessão provinda de uma “bolha” do colapso do mercado imobiliário 
dos Estados Unidos. O Fundo Monetário Internacional declarou essa como a segunda pior crise de 
todos os tempos, perdendo apenas para a Grande Depressão (1930). O comércio internacional foi 
afetado negativamente nesse período em todos os Estados Unidos e América do Sul, reduzindo o 
valor das mercadorias. Enquanto isso, os gigantes asiáticos se desenvolviam em busca de ocupar 
posições no mercado internacional.
As incertezas e os efeitos econômicos trazidos pela irrupção da pandemia de covid-19 no início de 
2020 geraram um rápido movimento de revisão de projeções para o desempenho da economia mundial. 
As preocupações se estenderam ao comércio mundial, criando expectativas de uma queda forte das 
exportações e importações ao redor do mundo. Felizmente, as piores previsões não se confirmaram, e o 
desempenho do comércio mundial foi, nesse ano, surpreendentemente favorável em vista da gravidade 
do cenário. Na verdade, na crise, o comércio teve um desempenho bem diferente do observado em 
outros momentos de recessão mundial (IPEA, 2020).
 Saiba mais
Saiba mais sobre a crise imobiliária dos Estados Unidos em 2008.
NASCIMENTO, C. Entendendo de uma forma sucinta a bolha imobiliária 
norte americana. Administradores.com. [s.d.] 
Disponível em: https://bit.ly/3n50J4L. Acesso em: 11 nov. 2021.
1.2 Contextualização do Brasil no Comércio Internacional
O comércio é uma atividade que remonta ao surgimento da humanidade. Desde o princípio da 
Antiguidade, o comércio é uma prática comum entre as diversas civilizações. No entanto, o conceito 
de comércio internacional exige a formação das nações, ou seja, dos países. Nesse sentido, o comércio 
internacional é um fenômeno após a consolidação do Estado Moderno (REZENDE FILHO, 2008).
Com a abertura para o comércio internacional iniciada pelo governo do Fernando Collor de Mello e 
intensificada pelos governos de Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, passou o Brasil 
a acentuar o seu processo de internacionalização, aumentando, significativamente, suas importações 
e suas exportações. Em dezembro de 2020, o Brasil ocupava, no ranking de exportadores mundiais o 
26º lugar e, como importador, o 28º lugar, como podemos verificar na tabela a seguir.
29
SISTEMÁTICA DE IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO
Tabela 1 – Ranking do Brasil nas exportações 
e importações mundiais no ano de 2020
Posição Exportação Posição Importação
1 China 1 Estados Unidos
2 Estados Unidos 2 China
3 Alemanha 3 Alemanha
4 Japão 4 Japão
5 Coreia do Sul 5 Reino Unido
6 Países Baixos 6 Hong Kong
7 França 7 França
8 Hong Kong 8 Coreia do Sul
9 Itália 9 Países Baixos
10 Reino Unido 10 Índia
11 Canadá 11 Canadá
12 México 12 Itália
13 Singapura 13 México
14 Rússia 14 Espanha
15 Taiwan 15 Singapura
16 Espanha 16 Bélgica
17 Suíça 17 Taiwan
18 Emirados Árabes Unidos 18 Suíça
19 Índia 19 Rússia 
20 Bélgica 20 Emirados Árabes Unidos
21 Tailândia 21 Peru
22 Austrália 22 Polônia
23 Polônia 23 Austrália
24 Arábia Saudita 24 Tailândia
25 Irlanda 25 Vietnã
26 Brasil 26 Malásia
27 Vietnã 27 Áustria
28 Malásia 28 Brasil
29 Indonésia 29 Suécia
30 Peru 30 Indonésia
Adaptada de: https://bit.ly/3ys0eWJ. Acesso em: 10 dez. 2021.
O Brasil é o maior país da América do Sul e do Hemisfério Sul; compartilhando fronteirascomuns 
com todos os países da América do Sul, exceto Chile e Equador. Possui a maior parte do Pantanal e 
tem a maior área úmida tropical do mundo. Considerada, segundo a CIA World Factbook, em 2020, 
a 8ª economia mundial, com seu PIB em US$ 3.248 bilhões; 4º lugar da maior força de trabalho 
mundial; 6º maior país do mundo em extensão territorial, com aproximadamente 8,5 milhões de km²; 
14º em investimento direto no país (IDP); 7º país mais populoso do mundo, com cerca de 211.715.968 
30
Unidade I
habitantes, uma ampla variedade de condições de clima em uma topografia variada, contendo 12% 
da água doce de superfície do planeta e com grande parte do país em região tropical.
 Observação
O investimento direto no país (IDP) é uma modalidade que consiste em 
receber valores de companhias do exterior para fomentar o crescimento do 
negócio brasileiro.
No Comércio Exterior, o Brasil está no 26º lugar no ranking de exportações somando US$ 209,9 
bilhões e em 28º lugar em importações com um total de US$ 153,2 bilhões no ano de 2020.
Embora o mundo tenha passado pela pandemia de covid-19 (coronavírus), o comércio internacional 
manteve-se abaixo de sua capacidade no ano de 2020, mas ainda atuante, mesmo com atrasos em 
aeroportos, portos e, principalmente, fronteiras terrestres, visto que por diversos períodos alguns países 
mantiveram fechadas suas fronteiras e decretaram lockdown entre os anos de 2020 e 2021. Houve 
ainda, nesse período, a falta de contêineres em alguns portos, devido a restrições de alguns países, o que 
acabava bloqueando a saída deles. Podemos observar, na figura a seguir, uma queda do Brasil tanto nas 
exportações quanto nas Importações, ficando acima somente do ano de 2016.
 Observação
A tradução da palavra lockdown, do inglês, é confinamento. No cenário 
pandêmico, é uma imposição do Estado à população e consiste em restringir 
a circulação da população em lugares públicos, permitindo-a apenas, e de 
maneira limitada, para questões essenciais.
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
220
240
260
2010
0
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
US
$ 
bi
lh
õe
s
Exportações Importações
Figura 9 – Fluxos de exportação do Brasil e dos produtos comercializados no ano de 2020
31
SISTEMÁTICA DE IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO
Al
um
ín
io
Pa
rt
es
 e
 a
ce
ss
ór
io
s 
do
s v
eí
cu
lo
s 
au
to
m
ot
iv
os
To
ta
l U
S$
 2
09
,9
 b
ilh
õe
s
Aç
uc
ar
es
 e
 
m
el
aç
os
M
in
ér
io
 d
e 
fe
rr
o 
e 
se
us
 
co
nc
en
tr
ad
os So
ja
M
ilh
o 
nã
o 
m
oí
do
, e
xc
et
o 
m
ilh
o 
do
ce
Al
go
dã
o 
em
 
br
ut
o
Ca
fé
 n
ão
 
to
rr
ad
o
Ól
eo
s b
ru
to
s d
e 
pe
tr
ól
eo
 o
u 
de
 m
in
er
ai
s b
et
um
in
os
os
, 
cr
us
M
in
ér
io
s d
e 
co
br
e 
e 
se
us
 
co
nc
en
tr
ad
os
De
m
ai
s 
pr
od
ut
os
...
Ca
rn
e 
bo
vi
na
 fr
es
ca
, 
re
fr
ig
er
ad
a 
ou
 
co
ng
el
ad
a
De
m
ai
s p
ro
du
to
s -
 In
dú
st
ria
 
de
 tr
an
sf
or
m
aç
ão
Ce
lu
lo
se
Fa
re
lo
s d
e 
so
ja
 e
 o
ut
ro
s 
al
im
en
to
s p
ar
a 
an
im
ai
s 
(e
xc
lu
íd
os
 ce
re
ai
s n
ão
 m
oí
do
s),
 
fa
rin
ha
s d
e 
ca
rn
es
 e
 o
ut
ro
s 
an
im
ai
s
Ae
ro
na
ve
s 
e 
ou
tr
os
 
eq
ui
pa
m
en
to
s
De
sp
oj
os
Ge
ra
do
re
s
Co
ur
o
Ou
tr
as
...
M
at
ér
ia
s..
.
Al
um
in
a 
(o
xi
do
 
de
 a
lu
m
in
io
), 
ex
ce
to
...
Ca
rn
e 
su
ín
a 
fre
sc
a, 
re
fri
ge
ra
da
 
ou
 co
ng
ela
da
M
ot
or
es
 d
e 
 
pi
st
ão
, e
...
Go
rd
ur
as
 
e 
ól
eo
s
Ob
ra
s d
e.
..
4,
2%
12
%
14
%
2,
8%
1,
5%
0,
77
%
2,
4%
9,
3% 1,
1%
0,
59
%
3,
5%
3,
0%
2,
9%
2,
7%
1,
3%
1,
1%
0,
49
%
0,
49
%
0,
46
%
0,
49
%
1,
1%
1,
0%
0,
81
%
0.
90
%
0,
76
%
0,
73
%
0,
69
%
0,
69
%
0,
68
%
0,
61
%
2,
6%
2,
4%
2,
3%
1,
8%
1,
5%
Ca
rn
es
 d
e 
av
es
 
e 
su
as
 m
iu
de
za
s 
co
m
es
tív
ei
s, 
fr
es
ca
s, 
re
sf
ria
da
s o
u 
co
ng
el
ad
as
Ve
íc
ul
os
 
au
to
m
óv
ei
s d
e 
pa
ss
ag
ei
ro
s
Su
co
s d
e 
fr
ut
as
 
ou
 d
e 
ve
ge
ta
is
Pa
pe
l e
 
ca
rt
ão
Pr
od
ut
os
 
se
m
i-
ac
ab
ad
os
, 
lin
go
te
s 
e 
ou
tra
s 
fo
rm
as
 
pr
im
ár
ia
s 
de
 fe
rro
 o
u 
aç
o
Fe
rr
-g
us
a,
 
sp
ie
ge
l, 
fe
rr
o-
es
po
nj
a,
 
gr
ân
ul
os
 e
 p
ó 
de
 fe
rr
o 
ou
 a
ço
 
e 
fe
rr
o-
lig
as
Ól
eo
s 
co
m
bu
st
ív
ei
s 
de
 p
et
ró
le
o 
ou
 
de
 m
in
er
ai
s 
be
tu
m
in
os
os
 
(e
xc
et
o 
ól
eo
s 
br
ut
os
)
Ou
ro
, n
ão
 
m
on
et
ár
io
 
(e
xc
lu
in
do
 
m
in
ér
io
s d
e 
ou
ro
 e
 se
us
 
co
nc
en
tr
ad
os
)
 In
dú
st
ria
 d
e 
Tr
an
sf
or
m
aç
ão
 
 
 A
gr
op
ec
uá
ria
 
 
 In
dú
st
ria
 E
xt
ra
tiv
a 
 
 
 O
ut
ro
s p
ro
du
to
s
Fi
gu
ra
 1
0 
 –
Sé
rie
 h
ist
ór
ic
a 
da
s i
m
po
rt
aç
õe
s e
 e
xp
or
ta
çõ
es
 e
nt
re
 2
01
0 
a 
20
20
Fo
nt
e:
 C
om
ex
 S
ta
t (
s.d
.).
32
Unidade I
A figura 10 nos mostra que, no ano de 2020, o Brasil exportou um total de US$ 209,9 bilhões, ou 
seja, vendeu para o mundo, através da indústria de transformação, agropecuária, indústria extrativa e 
outros produtos, como segue:
• Indústria de transformação: representou 55% do total das exportações e US$ 114,8 bilhões, com 
uma representatividade de 7,6% com açúcares e melaços; 6,5% carne bovina; 5,5% farelos de soja; 
5,2% celulose; 4,8% carnes de aves; 4,4% óleos combustíveis; 4,3% ouro (não monetário); 2,4% 
veículos automóveis; 2,1% aeronaves; 2,0% alumina; 1,8% carne suína; 1,7% partes de acessórios 
de veículos automotivos; 1,5% motores de pistão; 1,4% sucos de frutas; 48% distribuídos entre 
instalações e equipamentos, papel e cartão; álcool; calçados; couro etc.
• Agropecuária: representou 22% do total das exportações e US$ 46,1 bilhões, com uma 
representatividade de 62% com a soja; 13% milho, 11% café, 7,1% algodão, 3,5% frutas e nozes 
e 2,3% demais produtos agrícolas.
• Indústria extrativa: representou 23% do total das exportações e US$ 49,1 bilhões, com uma 
representatividade de 53% em minério de ferro e seus concentrados; 40% óleos brutos de petróleo 
ou minérios; 4,9% minérios de cobre e seus concentrados e demais produtos 2,1%.
• Outros produtos: representou 0,43% do total das exportações e US$ 901 milhões, com uma 
representatividade de 31% de desperdícios e resíduos de metais preciosos (exceto ouro); 18% de 
resíduos e sucata de metais ferrosos; 13% de resíduos vegetais, feno, forragens e outros farelos; 
7,9% resíduos de metais de base não ferrosos e de sucata; 6,7% em obras de arte; 6,3% de 
resíduos e serragens de madeira e sucatas; 4,7% material impresso; 4,6 de desperdícios de tabaco; 
4,5% de outros produtos e 3,3% outras escórias.
 Observação
Indústria de transformação é a classificação dos sistemas de produção 
que transformam uma matéria-prima em um bem, por exemplo, transformar 
aço em máquinas e ferramentas.
A indústria extrativa extrai matéria-prima (vegetal ou mineral), por 
exemplo, petróleo, madeira, minério, carvão mineral etc.
A agropecuária é uma atividade desenvolvida no espaço rural, em áreas 
que se encontram ocupadas pelo setor primário da economia, no qual se 
destacam a agricultura, a pecuária e as atividades extrativistas.
Outros produtos podem ser classificados como todas as demais atividades 
não classificadas como indústria de transformação, extrativa e agropecuária.
33
SISTEMÁTICA DE IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO
To
ta
l U
S$
 1
58
,9
 b
ilh
õe
s
Pl
at
af
or
m
as
, e
m
ba
rc
aç
õe
s e
 o
ut
ra
s 
es
tr
ut
ur
as
 fl
ut
ua
nt
es
Eq
ui
pa
m
en
to
s d
e 
te
le
co
m
un
ic
aç
õe
s, 
in
cl
ui
nd
o 
pe
ça
s e
 a
ce
ss
ór
io
s
In
se
tic
id
as
, r
od
en
tic
id
as
, 
fu
ng
ici
da
s, 
he
rb
ici
da
s, 
re
gu
la
do
re
s d
e 
cr
es
cim
en
to
 p
ar
a 
pl
an
ta
s, 
de
sin
fe
ta
nt
es
 e
 
se
m
el
ha
nt
es
Ve
ícu
lo
s 
au
to
m
óv
ei
s 
de
 
pa
ss
ag
ei
ro
s
Co
m
po
st
os

Outros materiais